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Os instrumentos do Bolero de Ravel

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Academic year: 2021

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Os instrumentos do Bolero de Ravel

John Singer Sargent: El Jaleo

O Bolero de Ravel é uma excelente obra para um iniciante aprender o nome (e o som) dos instrumentos de uma orquestra sinfônica. Se para você só estava faltando a lista com a sequência dos instrumentos da música, agora não falta mais: continue lendo.

O que é o Bolero de Ravel?

Boléro é uma obra do francês Maurice Ravel (1875-1937) escrita sob encomenda

para a dançarina Ida Rubinstein. Sim: ela foi criada como um balé e assim teve sua estréia, em 1928. No programa constava a seguinte descrição:

Dentro de uma taverna na Espanha, pessoas dançam sob o lustre de latão pendurado no teto. Incentivada pelo público, a dançarina pula sobre uma mesa longa e seus passos se tornam cada vez mais animados.

Hoje em dia, porém, ela é raramente apresentada com dança; o mais comum é ouvi-la em salas de concerto. Aos que duvidam da origem espanhola de seu ritmo, recomendo ouvir os primeiros 30 segundos desde vídeo aqui e tirarem suas próprias conclusões.

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A proposta de Boléro é bastante audaciosa: uma melodia em duas partes, aqui chamadas de “A” e “B”, repete-se várias (muitas!) vezes trocando apenas de instrumentação, indo de pianissimo a fortissimo num longo crescendo. A cada repetição da melodia, um novo instrumento assume a parte do solo. Eis a lista, na sequência:

1. Flauta (A)

O primeiro instrumento solo do Bolero é a flauta, um instrumento de sopro que, apesar de ser feito de metal, pertence ao grupo das “madeiras”:

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/03/Bolero-01flauta.mp3| titles=Ravel: Bolero – 1. Flauta (A) (Bernard Haitink – Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

O flautim ou piccolo é um parente próximo da flauta, de timbre similar porém mais agudo. A orquestra de Boléro emprega dois flautins, conforme veremos mais à frente (seção 9-A).

2. Clarinete em Si bemol (A)

O segundo instrumento solo do Bolero é o clarinete, outro instrumento do grupo das madeiras. Porém, o que mais intriga os iniciantes é o que significa o tal “Si bemol”.

A orquestra sinfônica tradicional emprega vários tipos diferentes de clarinete. Os mais comuns são: o pequeno clarinete em Mi bemol (também conhecido por Requinta), os clarinetes em Dó, em Si bemol e em Lá, e o clarinete-baixo em Si bemol (também conhecido por Clarone). A diferença entre a requinta e o clarone é fácil de perceber: um é bem agudo, e o outro muito

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grave. Mas e os outros três?

A nota musical que descreve o clarinete é da afinação principal do instrumento, ou seja, na prática ela delimita as tonalidades onde o instrumento tocará melhor e mais afinado. Assim, o clarinete em Si bemol se dá melhor em tonalidades com bemóis, e o clarinete em Lá em tonalidades com sustenidos. E para não confundir os músicos, na partitura são anotadas as notas como se fossem todas num clarinete em Dó; o mesmo dedilhado que soa “dó” num clarinete em Dó soará Si bemol num clarinete em Si bemol e Lá num clarinete em Lá. Veja por exemplo como fica a partitura da melodia do Boléro, que é em Dó Maior, no clarinete em Si bemol:

Clarinete em Si bemol tocando em Dó Maior

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/03/Bolero-02clarinete.m p3|titles=Ravel: Bolero – 2. Clarinete em Si bemol (A) (Bernard Haitink – Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

Uma curiosidade: não tem harpa no Bolero de Ravel? Tem sim! Mas ela toca apenas no acompanhamento, e sua primeira aparição é aqui ao final do solo do clarinete:

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/03/Bolero-02harpa.mp3|t itles=Ravel: Bolero – 2-3. Acompanhamento da harpa (Bernard Haitink, Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

(Quem quiser curtir melhor o som da harpa recomendo este post aqui, sobre o Concerto para Flauta e Harpa de Mozart!)

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O primeiro instrumento a tocar a segunda parte da melodia (a parte B) é o fagote.

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/03/Bolero-03fagote.mp3| titles=Ravel: Bolero – 3. Fagote (B) (Bernard Haitink – Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

O fagote também pertence ao grupo dos sopros de madeira, e possui um outro parente que soa uma oitava mais grave, o contra-fagote. Ravel emprega um contrafagote no Bolero, mas o instrumento apenas ajuda no acompanhamento sem ganhar maior destaque.

4. Clarinete em Mi bemol (B)

Falamos tanto da família dos clarinetes, e aqui está mais um deles: o petite clarinete em mi bemol conhecido como requinta.

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/03/Bolero-04requinta.mp 3|titles=Ravel: Bolero – 4. Clarinete em Mi bemol (B) (Bernard Haitink – Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

5. Oboé d’amore (A)

Ao contrário do que muitos pensam, o instrumento a seguir não é o oboé, mas um parente dele, o oboé d’amore:

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/03/Bolero-05oboe.mp3|ti tles=Ravel: Bolero – 5. Oboé d’amore (A) (Bernard Haitink – Royal

Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

A família do oboé compreende vários instrumentos, mas os três mais usados são o oboé tradicional, o oboé d’amore (afinado em Lá) e o corne inglês (afinado

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em Fá). O oboé d’amore possui um timbre um pouco mais grave do que o oboé tradicional, mas não tão escuro quanto o do corne inglês, e foi usado com frequência durante o barroco. Durante o romantismo ele foi preterido em favor do oboé tradicional, mas ressurgiu depois no início do século XX.

Ravel também emprega dois oboés tradicionais e um corne inglês no Bolero, mas eles não aparecem sozinhos, apenas em grupo (veja depois na seção 10-A). Um século antes, Berlioz havia escrito um diálogo entre o oboé e o corne inglês no movimento lento de sua Sinfonia Fantástica, e ali fica bem fácil distinguir o timbre de ambos (o oboé é o mais agudo):

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/06/Berlioz-Fantastica.m p3|titles=Berlioz: Sinfonia Fantástica – 3. Scene aux champs (Riccardo Muti – Philadelphia Orchestra)]

6. Trompete e flauta (A)

Voltando ao Bolero, agora ouvimos dois instrumentos tocando juntos, um trompete com surdina e uma discreta flauta.

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/06/Bolero-06trompete.mp 3|titles=Ravel: Bolero – 6. Trompete e flauta (A) (Bernard Haitink – Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

A surdina é uma peça de metal que abafa o som do instrumento, por vezes alterando seu timbre. E falando em timbre, lá no final (seções 17-A e 18-B) ouviremos um outro tipo de trompete de timbre mais brilhante, o trompete piccolo. Mas a pergunta que vale mesmo um milhão é, como é que o trompetista consegue tantas notas com apenas 3 pistões?

Notas do trompete natural

O trompete é um instrumento de sopro do grupo dos metais, e é o primeiro desse grupo a tocar aqui no Bolero. Diferente das madeiras, para produzir som nos metais não basta apenas assoprar: é necessário vibrar os lábios, da mesma maneira como se toca um berrante ou uma vuvuzela. O ar dentro do tubo vibra por simpatia, e o instrumento acaba produzindo um dos sons da série harmônica

dependendo de como se vibra os lábios. O som produzido é geralmente uma das notas entre o 3º e o 16º harmônico – e é por isso que o trompete natural, que não possui pistões nem válvulas, tem uma quantidade tão limitada de notas. Já no trompete moderno, conforme os pistões são pressionados, o instrumento passa a emitir sons de outras séries harmônicas. A combinação de três pistões

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gera 7 séries harmônicas diferentes, o que dá 2 oitavas e meia de notas cromáticas.

7. Saxofone tenor (B)

O saxofone é um instrumento de sopro que une a potência dos instrumentos de metal com a agidade dos sopros de madeira. Assim como o clarinete, existem vários saxofones com afinações diferentes, e Ravel acabou escolhendo para o Bolero três tipos diferentes de saxofone. Primeiro ouvimos aqui o sax tenor e na seção seguinte (8-B), os saxofones sopranino e soprano:

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/06/Bolero-07saxT.mp3|ti tles=Ravel: Bolero – 7. Saxofone tenor (B) (Bernard Haitink – Royal

Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

8. Saxofone sopranino, depois Saxofone soprano (B)

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/06/Bolero-08saxSp.mp3|t itles=Ravel: Bolero – 8. Saxofone soprano (B) (Bernard Haitink – Royal

Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

A seção B da melodia do Bolero possui notas muito graves para instrumentos agudos, e é por isso que a melodia começa com o saxofone sopranino mas deste trecho em diante é substituído pelo saxofone soprano:

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/07/Bolero-08saxSinoSp.m p3|titles=Ravel: Bolero – 8b. Trocando de saxofone (B) (Bernard Haitink – Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

Atualmente as orquestras preferem empregar um saxofone soprano para toda a seção, primeiro porque o sopranino é um saxofone um tanto incomum, e segundo porque este é o único lugar onde ele aparece em todo o Bolero, sendo assim fácil de substituí-lo.

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Apesar de ser feito de metal, o saxofone pertence ao grupo das madeiras porque seu modo de produção de som é similar ao do clarinete, com boquilha e palheta. Para pertencer ao grupo dos metais, o instrumento teria de produzir som com a vibração dos lábios conforme explicado anteriormente com o trompete, e este não é o caso do saxofone.

9. Trompa, 2 flautins e celesta (A)

Muitas pessoas tem dificuldade para reconhecer este instrumento aqui, que às vezes soa como uma trompa, às vezes como uma harmônica de vidro. Afinal, que instrumento é este?

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/07/Bolero-09trompa.mp3| titles=Ravel: Bolero – 9. Trompa celesta e flautins (A) (Bernard Haitink – Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

Na verdade não são um, mas quatro instrumentos tocando juntos: trompa, celesta e dois flautins.

A trompa é um instrumento do grupo dos metais e que possui de três a quatro chaves, funcionando de maneira similar ao trompete já descrito na seção 6-A. Já a celesta é um instrumento de teclado que se parece com um piano, e o flautim foi oportunamente citado na seção 1-A quando falamos das flautas. Porém, apenas citar os instrumentos desta seção não revela o segredo magistral de Ravel…

Quando um instrumento qualquer produz um som, a nota gerada nunca tem uma frequência pura: fisicamente ela sempre vem acompanhada de outras notas com um volume sonoro muito baixo, conhecidas por “frequências harmônicas” ou simplesmente “harmônicos”. É a diferença de intensidade de cada um destes harmônicos que cria o timbre, e faz com que o clarinete, por exemplo, soe tão diferente do oboé mesmo quando emitindo a mesma nota. O segredo de Ravel, nesta seção, foi colocar instrumentos agudos justamente em cima dos harmônicos da trompa, alterando assim o seu timbre.

Então, desmontando o segredo: a trompa toca a melodia solo em Dó Maior; a celesta toca as mesmas notas uma oitava acima (o 1º harmônico) e 2 oitavas acima (o 3º harmônico); um flautim toca as notas uma oitava e meia acima (o

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2º harmônico, com a melodia transposta para Sol Maior), e um segundo flautim toca duas oitavas e uma terça acima (o 4º harmônico, com a melodia em Mi Maior). Ouça:

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/07/Bolero-09montagem.mp 3|titles=Trompa – Celesta 1 – Flautim 1 – Celesta 2 – Flautim 2 – Montagem] Porém, tudo isso só funciona se os instrumentos agudos tocarem suavemente, seguindo as instruções da partitura e sem se destacarem acima do som da trompa, do contrário a mágica não funcionará. Como neste vídeo aqui (clique!), um concerto ao vivo não editado onde o regente Kent Nagano comete este deslize.

Na transição para a próxima seção, as cordas em pizzicato (isto é, tocadas com o dedo e não com o arco) sugerem o som de um violão, notem:

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/07/Bolero-09pizz.mp3|ti tles=Ravel: Bolero – 9-10. Pizzicatos imitando violão (Bernard Haitink – Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

10. Oboé, oboé d’amore, corne inglês e 2 clarinetes (A)

Aqui ouvimos vários instrumentos de madeira tocando juntos. Curiosamente, o oboé d’amore toca em Sol Maior, exatamente como um dos flautins na seção anterior:

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/07/Bolero-10palhetas.mp 3|titles=Ravel: Bolero – 10. Palhetas (A) (Bernard Haitink – Royal

Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

Comum a todos os instrumentos desta seção é o uso de palhetas, que são lâminas finas que vibram com a passagem do ar. É a vibração da palheta que faz a coluna de ar vibrar dentro do tubo do instrumento, produzindo o som. Clarinetes e saxofones possuem uma palheta só, presa à boquilha; oboés e fagotes possuem duas palhetas presas uma à outra.

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O trombone é outro instrumento do grupo dos metais, de funcionamento similar ao trompete descrito na seção 6-A. Porém, enquanto o trompete possui pistões para fazer o ar passar por caminhos mais longos, o trombone possui uma vara deslizante com a mesma função.

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/07/Bolero-11trombone.mp 3|titles=Ravel: Bolero – 11. Trombone (B) (Bernard Haitink – Royal

Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

Bem lá no final, no último player, ouviremos os trombones deslizando várias vezes de uma nota para outra, um efeito chamado de glissando. Poucos instrumentos de sopro conseguem executar glissandos com tanta facilidade quanto o trombone.

12. Sopros de madeira (B)

E finalmente ouvimos os sopros de madeira tocando juntos, não todos eles mas uma boa parte: 2 flautas, flautim, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes e o saxofone tenor.

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/07/Bolero-12madeiras.mp 3|titles=Ravel: Bolero – 12. Madeiras (B) (Bernard Haitink – Royal

Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

O flautim não possui notas graves o suficiente para tocar toda a melodia da seção B, assim deste ponto em diante ele para de tocar:

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/07/Bolero-12flautim.mp3 |titles=Ravel: Bolero – 12b. Flautim parando (B) (Bernard Haitink – Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

No final da seção, surge o tímpano para ajudar na parte do acompanhamento: [audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/07/Bolero-12timpanos.mp 3|titles=Ravel: Bolero – 12-13. Tímpanos (Bernard Haitink – Royal

Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

O tímpano é um instrumento de percussão que já ganhou aqui em Euterpe um post inteiro só para ele, clique aqui para ler.

13. Primeiros violinos e sopros (A)

Aqui temos a entrada triunfal dos primeiros violinos. Eles não tocam sozinhos: a melodia é compartilhada também com 2 flautas, flautim, 2 oboés e 2 clarinetes:

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[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/07/Bolero-13violinos.mp 3|titles=Ravel: Bolero – 13. Primeiros violinos (A) (Bernard Haitink – Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

Uma pergunta muito comum sobre violinos é, como o músico sabe onde estão as notas? A resposta é simples: ouvindo! Com o estudo e a prática do instrumento, o músico iniciante vai treinando seu ouvido para sons cada vez mais afinados, e a mão adquire uma espécie de “memória” para a localização das notas – o mesmo tipo de memória que as pessoas utilizam para caminhar em casa na escuridão sem esbarrar nos móveis.

14. Primeiros e segundos violinos com sopros (A)

E outra pergunta frequente: qual a diferença entre os primeiros e segundos violinos? Fisicamente, nenhuma: os instrumentos são os mesmos, apenas os músicos estão divididos em dois grupos para tocarem coisas diferentes, ou juntarem as forças quando necessário. Pelo mesmo motivo temos na orquestra duas flautas, dois clarinetes, dois fagotes, etc.

E aqui a resposta à mesma pergunta na prática: compare o áudio da seção anterior (13-A), onde os primeiros violinos tocavam a melodia, com o desta seção, onde os primeiros e segundos violinos dividem-se tocando melodia e harmonias:

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/07/Bolero-14violinos.mp 3|titles=Ravel: Bolero – 14. Primeiros e segundos violinos (A) (Bernard

Haitink – Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

Da mesma forma que antes, os violinos aqui também não tocam sozinhos: a melodia é compartilhada com 2 flautas, flautim, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes e saxofone tenor.

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Nesta seção, temos primeiros e segundos violinos, 2 flautas, flautim, 2 oboés, corne inglês e trompete:

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/07/Bolero-15vlnSopr.mp3 |titles=Ravel: Bolero – 15. Violinos e sopros (B) (Bernard Haitink – Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

Quando a melodia da seção B caminha para as notas graves, o flautim é substituído pelo clarone, o trompete pela trompa e os segundos violinos pelas violas:

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/07/Bolero-15substituico es.mp3|titles=Ravel: Bolero – 15b. Substituições (B) (Bernard Haitink – Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

16. Cordas e sopros (B)

E finalmente temos grande parte da família das cordas tocando juntas: primeiros e segundos violinos, violas e violoncelos, e mais 2 flautas, flautim, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, trombone e saxofone soprano:

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/07/Bolero-16cordasSopro s.mp3|titles=Ravel: Bolero – 16. Cordas e sopros (B) (Bernard Haitink – Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

No final, o flautim é substituído pelo clarone, e o saxofone soprano pelo saxofone tenor:

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/07/Bolero-16substituico es.mp3|titles=Ravel: Bolero – 16b. Substituições (B) (Bernard Haitink – Royal

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Concertgebouw Orchestra Amsterdam)] 17. Vários instrumentos (A)

Última apresentação da seção A: primeiros violinos, 2 flautas, flautim, 3 trompetes, trompete piccolo (comentado lá na seção 6-A), saxofone soprano e saxofone tenor:

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/07/Bolero-17varios.mp3| titles=Ravel: Bolero – 17. Vários instrumentos (A) (Bernard Haitink – Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

Diferente das outras vezes, aqui a seção A não é repetida. 18. Vários instrumentos (B)

Última apresentação (porém incompleta) da seção B: primeiros violinos, 2 flautas, flautim, 3 trompetes, trompete piccolo, saxofone soprano, saxofone tenor e trombone:

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/07/Bolero-18varios.mp3| titles=Ravel: Bolero – 18. Vários instrumentos (B) (Bernard Haitink – Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

E diferente das outras vezes, a melodia é interrompida quando chega na parte dos graves, deslocando-se por um breve trecho para Mi Maior:

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/07/Bolero-18miMaior.mp3 |titles=Ravel: Bolero – 18b. Mi Maior (Bernard Haitink – Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

O retorno a Dó Maior é bem dramático e nos apresenta a mais três instrumentos de percussão: o bumbo, os pratos e o tam-tam.

[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2012/07/Bolero-18final.mp3|t itles=Ravel: Bolero – 18c. Percussão (Bernard Haitink – Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam)]

O bumbo é aquela percussão mais grave que faz tremer até o palco. Os pratos são discos de metal, às vezes percutidos com uma baqueta, às vezes percutidos um contra o outro. E o tam-tam é um tipo de gongo suspenso, sem afinação definida. Finalmente, não podemos esquecer do único instrumento que não parou

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um instante sequer desde o início do Bolero, a caixa clara.

Quem ficou interessado em ver todos esses instrumentos em ação, não deixe de assistir ao vídeo abaixo da Orquestra Filarmônica de Viena com o excelente venezuelano Gustavo Dudamel. No início a impressão que se tem é de que está um pouco lento, mas depois você se acostuma, vai por mim!

[kad_youtube url=”http://www.youtube.com/watch?v=KK23BhEQVyU”] Ou, se preferir relembrar toda a análise em vídeo…

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