O PAPEL DO
FISIOTERAPEUTA NA UTI
Prof. Carlos Cezar I. S. Ovalle
CLASSIFICAÇÃO DA UTI
PORTARIA No. 3432 12 DE AGOSTO DE 1998.
ESTABELECE CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO PARA AS UNIDADES DE TRATAMENTO INTENSIVO
• UTI tipo I
• UTI tipo II : fisioterapeuta para cada dez leitos ou fração no turno da manhã e da tarde • UTI tipo III: fisioterapeuta exclusivo da UTI
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
• UTI geral (cardíaca, neuro, pneumo, trauma) • Unidade pós – operatória
• Unidade coronariana • Unidade de transplantes • Pediátrica
• Neonatal
UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA Concentram 3 componentes:
• Pacientes graves
• Equipamentos de alta tecnologia
• Equipe multidisciplinar com conhecimento e experiência
MONITORIZAÇÃO • Eletrocardiográfica
• Pressão arterial sistêmica (PAM)
• Oximetria de pulso • Capnografia
• Pressão venosa central
• Cateter de artéria pulmonar (Swan–Ganz)
ROTINAS FISIOTERAPÊUTICAS NA UTI
• Preparação do box para admissão do paciente
• Admissão do paciente com e sem prótese ventilatória
• Avaliação fisioterapêutica
ROTINAS FISIOTERAPÊUTICAS NA UTI
• Desmame da ventilação mecânica
• Intubação e extubação
• Higiene brônquica
• Reexpansão pulmonar
• Treinamento muscular
ROTINAS FISIOTERAPÊUTICAS NA UTI
•Fisioterapia motora
• Recrutamento alveolar
•Transportes de pacientes (inter e intra hospitalar)
PREPARAÇÃO DO BOX • Buscar e instalar o respirador no box
• Conectar o respirador as fontes de O2 e ar comprimido
• Verificar quanto ao funcionamento da máquina
• Ajustar os parâmetros de admissão
ADMISSÃO DO PACIENTE • Conhecimento prévio do quadro clinico do
paciente
• fisioterapeuta presente no momento da admissão
• Adaptar ao respirador
• Verificar a simetria da ventilação (ausculta)
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA
• Identificação do paciente
• Diagnósticos
• Histórico do paciente
• Exame físico
• Exames complementares (gasometria, RX, CT)
OXIGÊNIOTERAPIA • Avaliar a oxigenação do paciente
• Adaptar melhor dispositivo (mascara, cateter)
VENTILAÇÃO MECÂNICA
• Adaptar o paciente na melhor modalidade
• Alterar os parâmetros quando necessário
• Reabastecer o copo nebulizador
• Assegurar a temperatura do ar inspirado
• Desprezar a água acumulada no circuito
DESMAME DA VENTILAÇÃO MECÂNICA
• Verificar a possibilidade de início do desmane
• Avaliar os critérios de desmame
INTUBAÇÃO E EXTUBAÇÃO
• Verificar se o respirador está em condições de uso
• Preparar material de aspiração
•Auxiliar o médico na intubação
• Realizar a extubação após finalizado o desmame
HIGIENE BRÔNQUICA
• Realizar manobras de higiene
vibrocompressão, drenagem postural
• Aspiração traqueobrônquica
REEXPANSÃO PULMONAR
• Manobra de pressão negativa
• Recrutamento alveolar
• Uso do peep ideal
• Posicionamento no leito
TREINAMENTO MUSCULAR
• Avaliar a força da musculatura respiratória
manovacuômetro (Pimax e Pemax)
• Prescrever o exercício adequado (treinamento de
manovacuômetro
ventilômetro
FISIOTERAPIA MOTORA
• Mobilizações passivas, ativas e ativo assistida
• Mudanças de decúbito
TRANSPORTE DE PACIENTES
• Transporte inter – hospitalar
• Transporte intra – hospitalar
• Transporte aeromédico
PARADA CARDIORESPIRATÓRIA
• Identificação dos ritmos de parada (FV, TV/SP,
AESP e assistolia)
• Acionar a equipe multidisciplinar
• Atendimento inicial em SBV
• Atendimento da urgência junto a equipe
AVALIAÇÃO EM FISIOTERAPIA
RESPIRATÓRIA
Origem:
aná = trazer de volta
mnese = memória
Significa trazer de volta à mente todos os fatos relacionados com a doença e com a pessoa doente
ANAMNESE Identificação
Queixa principal
Antecedentes pessoais e familiares Interrogatório sintomatológico
Hábitos de vida e condições sócio-econômicas e culturais
História da moléstia atual
• Antecedentes familiares (história familiar – asma, tuberculose, rinite alérgica, fibrose cística/ mucoviscidose).
• Antecedentes pessoais: Agressões pulmonares prévias (sarampo/coqueluche/tuberculose).
9 Passado alérgico (rinite/asma).
9 Uso de drogas imunosupressoras/Corticóide.
• Hábitos vida: tabagismo (ASMA/DPOC/carcinoma brônquico); Alcoolismo (Pneumonia aspirativa -Anaeróbicos /Klebsiella).
• História epidemiológica – visita a caverna, minas, galinheiros → histoplasmose.
– Limpeza de fossas, pós enchente → Leptospirose. ANAMNESE
• HMA
• “Ouça o que o paciente diz e ele lhe dirá o diagnóstico” • Curta/clara e concisa (deixar o paciente falar)
• Padrão cronológico (anos, meses, dias...) • Sintomatologia pulmonar: ¾ Tosse ¾ Expectoração ¾ Hemoptise ¾ Dor ¾ Dispnéia ¾ Cianose ANAMNESE
EXAME DOS PULMÕES
Inspeção – estática e dinâmica Palpação Percussão Ausculta Exames complementares INSPEÇÃO Inspeção estática:
Simetria do tórax, forma do tórax, abaulamentos e depressões
Cor paciente (cianose/palidez) cianose= sinal tardio de insuficiência respiratória (unha, lábios, e mucosa oral).
Normolíneo: ângulo de Charpy = 90° Brevelíneo: ângulo de Charpy > 90° Longelíneo: ângulo de Charpy < 90°
BIOTIPO DO TÓRAX
• Tórax anterior: duas linhas verticais (esternal/hemiclaviculares) • Tórax posterior: duas linhas verticais (vertebral/linha escapular) • Região axilar: três linhas verticais (anterior, média, posterior –
respeitando as pregas axilares anterior/posterior.
Tórax anterior (8 regiões) 1. Supraclavicular 2. clavicular 3. Infraclavicular 4. Mamária 5. Inframamária 6. Supraesternal 7. Esternal superior 8. Esternal inferior Tórax Lateral (2 regiões) 1. Axilar 2. Infraaxilar Tórax posterior (5 regiões) 1. Supraescapular 2. Supraespinhosa 3. Infraespinhosa 4. Interescalpulovertebral 5. Infraescapular FORMA DO TÓRAX Chato (longilíneos)
Tonel ou barril (enfisema, idosos) Infundibiliforme (raquitismo)
Cariniforme ou peito de pombo (raquitismo) Sino ou piriforme (hepatoesplenomegalia,ascite) Cifótico
1 2 3 4 5
1. Normal
2. Tonel ou barril (enfisema, idosos) 3. Infundibiliforme (raquitismo)
4. Cariniforme ou peito de pombo (raquitismo) 5. Cifótico
INFUNDIBILIFORME OU PECTUS SCARVATUM
INSPEÇÃO
Inspeção dinâmica:
Tipo respiratório, ritmo e freqüência respiratória, amplitude e expansibilidade
Verificar o uso da musculatura acessória
Tiragem intercostal: depressão dos mm intercostais
TIPO RESPIRATÓRIO
Costal superior: sexo feminino (escaleno e estercleidomatoídeo)
RITMO RESPIRATÓRIO Respiração dispnéica
Dispnéia: Sensação de desconforto respiratório Platipnéia: dificuldade de respirar na posição ereta Ortopnéia: dificuldade na posição deitada
Trepopnéia: dispnéia em decúbito lateral
RITMO RESPIRATÓRIO
Cheyne-Stokes: ICC, AVC, TCE, Intoxicações por morfina e barbitúricos
RITMO RESPIRATÓRIO
Biot: meningite, neoplasias, hematoma extradural, lesão no centro respiratório – mau prognóstico
RITMO RESPIRATÓRIO
Kussmaul: rápida e profunda - cetoacidose diabética, IRC, outras acidoses
RITMO RESPIRATÓRIO
Suspirosa: emocional e ansiedade
AMPLITUDE
Respiração superficial
Respiração profunda
TIRAGEM
Melhor visualizada em indivíduos magros
Regiões axilares e infra axilares
Obstrução da via aérea, enfisema pulmonar, asma
FREQUENCIA RESPIRATÓRIA Idade FR Recém-nascidos 40 a 45 rpm Lactentes 25 a 35 rpm Pré-escolares 20 a 35 rpm Escolares 18 a 35 rpm Adultos 12 a 20 rpm Bradipnéia: Diminuição da FR EXPANSIBILIDADE TORÁCICA
PALPAÇÃO
Estrutura da parede torácica
Expansibilidade torácica
Frêmito toracovocal
ESTRUTURA DA PAREDE TORÁCICA
Realiza-se a palpação da pele , músculos, ossos, cartilagens e tecido subcutâneo.
EXPANSIBILIDADE TORÁCICA
Diminuição da expansibilidade:
• Unilateral:
Apical – processo infeccioso ou cicatricial
Basal – derrame pleural, PTX, atelectasias
• Bilateral
Apical – processo infeccioso ou cicatricial
Basal–gravidez, ascite,derrame pleural,enfisema pulmonar
EXPANSIBILIDADE TORÁCICA - técnica Aplicação das mãos na região superior e inferior do tórax
bilateralmente Tórax anterior
Mãos em região infraclavicular, com polegares no manúbrio Mãos em região inframamilar, com polegares no processo xifóide Tórax posterior
Mãos nas regiões supraclaviculares, com polegares na 7° vértebra cervical, para medir a inspiração do paciente
FRÊMITO TORACOVOCAL
Vibrações percebidas na parede torácica pela mão do
examinador, quando o paciente emite algum som.
Aumento: consolidação de área pulmonar (PNM,
infarto pulmonar)
Diminuição: derrame pleural, atelectasias, PTX
ALTERAÇÕES NA PERCUSSÃO DO TÓRAX
Hipersonoridade: aumento de ar nos alvéolos – enfisema pulmonar
Submacicez e macicez: redução ou inexistência de ar nos alvéolos – derrame pleural, condensação pulmonar (PNM, neoplasia)
Som timpânico: ar aprisionado no espaço pleural ou em cavidade intrapulmonar – PTX e tuberculose
AUSCULTA
Melhor método de avaliação do tórax
Usar semiotécnica correta
SONS RESPIRATÓRIOS NORMAIS
Intensidade
Som Local Insp Exp
Som traqueal Áreas de projeção da traquéia +++ ++++ Respiração
brônquica
Áreas de projeção dos
brônquios principais +++ +++
Respiração brocovesicular
Esternal superior e
interescapulo vertebral direita ++ ++ Murmúrio
vesicular Periferia dos pulmões +++ ++
Murmúrio vesicular normal
SONS ANORMAIS DESCONTÍNUOS
Tipos Fase do ciclo respiratório Efeito da tosse Posição do paciente Áreas Estertores finos Crepitantes Final da inspiração Não se alteram Modificam ou são abolidos Bases Estertores grossos subcrepitantes Início da inspiração e toda expiração Alteram-se Não se modificam Todas
SONS ANORMAIS CONTÍNUOS
Tipos Fase do ciclo respiratório Origem Patologia Roncos Inspiração e expiração (+) Vibrações das paredes brônquicas Asma bronquite Sibilos Inspiração secreção Expiração broncoespasmo Vibrações das paredes broquioalveolares Asma bronquite obstrução neoplasia Estridor Inspiração e expiração Obstrução da laringe ou traquéia Estenose de traquéia Sibilos
SONS ANORMAIS DE ORIGEM PLEURAL
Atrito pleural: comparado ao ranger de couro atritado
som de duração maior e freqüência baixa
EXAMES COMPLEMENTARES Gasometria arterial Radiografia de tórax Tomografia computadorizada Broncoscopia Cintilografia PH: 7,35 a 7,45 PaO2: 80 a 100 ⇒ 109 – (0,43 * idade) PaCO2: 35 a 45 HCO3-: 18 a 23 GASOMETRIA ARTERIAL