An ´alise de teorias de substituic¸ ˜ao de fluidos em afloramentos oriundos do Nordeste
brasileiro: uma abordagem petrof´ısica e ultrass ˆ
onica.
Ana Alzira F. Trov ˜ao (UFPA), Jos ´e Jadsom S. de Figueiredo (UFPA), Jos ´e Agnelo Soares (UFCG) , Welington Barbosa de Sousa (UFCG) and Bruno Cavalcanti (UFCG), Brazil
Copyright 2016, SBGf - Sociedade Brasileira de Geof´ısica.
Este texto foi preparado para a apresentac¸ ˜ao no VII Simp ´osio Brasileiro de Geof´ısica, Ouro Preto, 25 a 27 de outubro de 2016. Seu conte ´udo foi revisado pelo Comit ˆe T ´ecnico do VII SimBGf, mas n ˜ao necessariamente representa a opini ˜ao da SBGf ou de seus associados. E proibida a reproduc¸ ˜a total ou parcial deste material para prop ´ositos´ comerciais sem pr ´evia autorizac¸ ˜a da SBGf.
Abstract
Este trabalho prop ˜oem um estudo comparativo
sobre a aplicac¸ ˜ao de teorias de substituic¸ ˜ao de
fluido em reservat ´orios n ˜ao convencionais do tipo
carbon ´aticos. Mais especificamente, analisou-se os processos de substituic¸ ˜ao de fluido em amostras do tipo core de carbonatos (dentre tufas e calc ´arios)
oriundos de diferentes formac¸ ˜oes geol ´ogicas do
Nordeste brasileiro, nas perspectivas de modelos
convencionais deBiot(1956);Gassmann(1951) e n ˜ao
convencionais de Brown and Korringa (1975);Muller
and Sahay (2013). Para isso, realizou-se medidas
petrof´ısicas e ultrass ˆonica nas rochas em estado
seco e, posteriormente saturado, em condic¸ ˜oes
laboratoriais controladas (press ˜ao de confinamento, saturac¸ ˜ao e temperatura). Os resultados alcanc¸ados indicam que as estimativas obtidas pelo modelo
te ´oricos deBrown and Korringa(1975) se aproximam
dos valores experimentais para amostras de calc ´ario,
enquanto que os modelos de Muller and Sahay
(2013) e Gassmann (1951) apresentam melhores
aproximac¸ ˜oes para as amostras de tufas. As
estimativas via Biot (1956) apresentam valores de
velocidades consideravelmente superestimados para todas as amostras de carbonatos, apresentando-se como o modelo te ´orico menos satisfat ´orio.
Introduc¸ ˜ao
O aumento da efici ˆencia na explotac¸ ˜ao de reservat ´orios de petr ´oleo ´e consequ ˆencia direta do melhor conhecimento das vari ´aveis petrof´ısicas (permeabilidade, porosidade, densidade de gr ˜aos) e el ´asticas (m ´odulos de rigidez el ´asticos) do meio. O dom´ınio de tais propriedades permite a melhor compreens ˜ao dos mecanismo f´ısicos que favorecem e desfavorecem o fluxo de flu´ıdo e a distribuic¸ ˜ao da saturac¸ ˜ao de hidrocarboneto em func¸ ˜ao do tempo de sua substituic¸ ˜ao por ´agua.
Em reservat ´orios carbon ´aticos (litologia correspondente a cerca de 50% dos reservat ´orios de hidrocarbonetos atuais), tais propriedades apresentam grandes heterogeneidades que, muitas vezes, inferem em caracterizac¸ ˜oes err ˆoneas do meio. Logo, o uso inadequado da aplicac¸ ˜ao de teorias de substituic¸ ˜ao de fluidos pode induzir a valores sub ou superestimados na estimativa dos m ´odulos el ´asticos das rochas quando
estas se encontram saturadas.
Neste trabalho ser ˜ao analisados, de maneira comparativas, diferentes modelos te ´oricos de susbtituic¸ ˜ao de fluidos - convencionais (Gassmann (1951); Biot (1956)) e n ˜ao-convencionais (Brown and Korringa(1975); Muller and Sahay (2013)) - aplicados em litologias de reservat ´orios n ˜ao convencionais do tipo carbon ´aticos. Espec´ıficamente, foram analisadas seis amostras de carbonato (tufas e calc ´arios) e uma amostra de arenito (refer ˆencia), submetidas a condic¸ ˜oes laboratoriais controladas (press ˜ao, saturac¸ ˜ao e temperatura) afim de investig ´a-las do ponto de vista petrof´ısico e ultrass ˆonico. Dessa forma, obteve-se as informac¸ ˜oes necess ´aria para a realizac¸ ˜ao da an ´alise de substituic¸ ˜ao de fluido apresentadas a seguir.
Todo o procedimento experimental foi realizado no Laborat ´orio de Petrof´ısica e F´ısica de Rocha, da UFCG sob ger ˆencia do professor Dr. Jos ´e Agnelo Soares. Preparac¸ ˜ao das amostras
Cada amostra utilizada foi previamente preparada de forma a adapt ´a-las as exig ˆencias construtivas dos equipamentos laboratoriais, conforme ilustra a Figura 1. Inicialmente, foi realizada as etapas de serragem (em formato cil´ıdrico), retificac¸ ˜ao das extremidades e secagem das estruturas. Por fim, as amostras s ˜ao medidas por um paqu´ımetro digital e pesadas em uma balanc¸a de precis ˜ao semi-anal´ıtica (Figura2).
Figure 1: Preparac¸ ˜ao das amostras de carbonatos.
Determinac¸ ˜ao das Propriedades Petrof´ısicas
Inicou-se os ensaios laboratoriais com a determinac¸ ˜ao das propriedades de porosidade, permeabilidade e densidade de gr ˜ao. Tais medidas foram realizadas com o aux´ılio do matrix cup, ilustrado na Figura2.
Figure 2: a) Permoporos´ımetro; b) Matrix cup; c) Balanc¸a semi-anal´ıtica (Gurj ˜ao et al.,2013).
Ensaios Elastodin ˆamicos
Nesta etapa, determinou-se os modos de vibrac¸ ˜ao compressional (Vp) e cisalhantes (Vs1 e Vs2), em
n´ıveis de frequ ˆencia ultrass ˆonica (500 MHz), sob condic¸ ˜oes controladas de temperatura, saturac¸ ˜ao e press ˜ao. Basicamente, estima-se o tempo de tr ˆansito de transmiss ˜ao direta das ondas el ´asticas atrav ´es do comprimento axial das amostras (Cavalcanti et al.,2013). Este procedimento foi realizado por meio do sistema Autolab500 (Figura ).
Figure 3: Sistema Autolab500 da UFCG. Utilizado para mensurar as propriedades el ´asticas da rocha (Gurj ˜ao et al.,2013).
Conhecidos os par ˆametros de velocidades e densidades, foram calculados as propriedades el ´asticas como: m ´odulo de incompressibilidade (K) e cisalhamento (G), raz ˜ao de Poisson (ν) e m ´odulo de Yong (E).
A partir destas informac¸ ˜oes, iniciou-se as simulac¸ ˜oes de substituic¸ ˜ao de fluido por meio dos modelos te ´oricos apresentados a seguir.
Equac¸ ˜ao deGassmann(1951)
O modelo convencional de Gassmann (1951) ´e o mais comumente usado para an ´alise de susbtituic¸ ˜ao de fluidos em meios de baixa frequ ˆencia. Este relaciona os par ˆametros petrof´ısicos da rocha com as propriedades do fluido, com intuito de estimar o m ´odulo
de incompressibilidade da rocha saturada, partindo das informac¸ ˜oes da rocha em estado seco. Dentre suas condic¸ ˜oes de aplicabilidade, destacam-se: rocha monomineral, meios de baixa frequ ˆencia, conectvidade entre os poros.
A equac¸ ˜ao geral (1) estima a incompressibilidade da rocha em estado saturado (Ksat) apartir das relac¸ ˜oes entre a
porosidade (φ ); incompressibilidade da rocha em estado seco (Kdry), da matriz mineral (Kmin) e dos fluidos inseridos
(Kf l). Ksat= Kdry+ 1 −Kdry Kmin φ Kf l+ 1−φ Kmin− Kdry K2 min 2 (1)
Equac¸ ˜ao deBiot(1956)
O modelo convencional de Biot (1956) extende as formulac¸ ˜oes de Gassmann (1951) para meios de altas frequ ˆencias, com base nas informac¸ ˜oes da rocha em estado seco. Al ´em disso, leva-se em considerac¸ ˜oes a geometria do sistema de poros (adic¸ ˜ao do par ˆametro de tortuorsidade (4)), viscosidade do fluido saturante e efeitos do fluxo de fluido local (provocado pela variac¸ ˜ao do campo de press ˜ao).
As velocidades compressionais (2) e cisalhantes (3) para Biot(1956) foram determinadas com base nas equac¸ ˜oes de Winkler (1985) para altas frequ ˆencias, relacionando os par ˆametros de densidade dos constituintes minerais (ρmin), densidade de fluido (ρf l), m ´odulo de cisalhamento
da rocha (G) e tortuorsidade (β ). Vp= s A+ [A2− 4B(PB − Q2)]12 2B (2) Vs= s G (1 − φ )ρmin+ (1 −β1)φ ρf l (3) sendo β = Rs Rf l φ (4)
onde Rse Rf l s ˜ao as resistividade (Ωm) do meio s ´olido e
do fluido inserido, respectivamente. Equac¸ ˜ao deBrown and Korringa(1975)
Trata-se de um modelo caracterizado como n ˜ao-convencional, voltado para rochas heterog ˆeneas e meios anisotr ´opicos, no qual se determina as mudanc¸as el ´asticas do meio poroso (Kφ) ocasionadas pela presenc¸a de fluido
nos poros (Mavko and Mukerji,2013). Sua equac¸ ˜ao geral ´e decrita por5.
Ksat Kmin− Ksat = Kdry Kmin− Kdry + Kφ Kmin Kf l (φ (Kφ− Kf l)) (5)
Equac¸ ˜ao deMuller and Sahay(2013)
O trabalho proposto porMuller and Sahay(2013) prop ˜oem observac¸ ˜oes das mudanc¸as de propriedades poroel ´asticas ocorridas no meio, especialmente deformac¸ ˜oes no sistema de poro.
Trata-se de um modelo n ˜ao-convencional, descrito por meio da chamada equac¸ ˜ao de pertubac¸ ˜ao de porosidade (6). Esta descreve os movimentos de interface dos poros demostrando que as mudanc¸as de porosidade s ˜ao regidas por uma lei de tens ˜ao efetiva.
η − η0= −(1 − η0)
α − η0
Kdry
(p−s− npf) (6)
Sendo η,η0 estado final (ap ´os a pertubac¸ ˜ao do meio)
e inicial da porosidade, respectivamente; α, coeficiente de incompressibilidade de Biot; n, coeficiente de stress de porosidade; e p−s,pf, press ˜ao do s ´olido e do fluido, respectivamente.
A incompressibilidade do meio saturado ´e descrito por:
Ksat=
1
η0Kφ+ (1 − η0)Kmin
(7)
C ´alculo das Velocidades
Calculadas as propriedades petrof´ısicas do meio e do fluido por meio dos modelos descritos, determinou-se as velocidades compressionais (8) e cisalhantes (9), pelas seguintes relac¸ ˜oes (Smith et al.,2003):
Vp= s Ksat+43G ρb (8) Vs= s G ρb (9) Resultados
As Figuras4e5demonstram os registros das velocidades ultrass ˆonicas em uma amostra de tufa e calc ´ario, respectivamente, ambas em estado seco. As velocidades foram analizadas em func¸ ˜ao do tempo de amostragem do sistema e aumento da press ˜ao de confinamento no qual as rochas foram submetidas durantes as medic¸ ˜oes. O ajuste das velocidades foi realizado por meio da raz ˜ao entre as medidas de comprimento de cada plug pelo tempo de tr ˆansito referente de cada onda.
0 20 40 20 25 30 35 40 45 50 55 P Wave Velocity (m/s)
Confining Pressure (MPa)
Time (10 −6 s) 0 20 40 20 25 30 35 40 45 50 55 S1 Wave Velocity (m/s)
Confining Pressure (MPa)
Time (10 −6 s) 0 20 40 20 25 30 35 40 45 50 55 S2 Wave Velocity (m/s)
Confining Pressure (MPa)
Time (10
−6
s)
Figure 4: Registro ultrass ˆonico coletado de uma amostra de tufa em estado seco.
0 20 40 20 25 30 35 40 45 50 55 P Wave Velocity (m/s)
Confining Pressure (MPa)
Time (10 −6 s) 0 20 40 20 25 30 35 40 45 50 55 P Wave Velocity (m/s)
Confining Pressure (MPa)
Time (10 −6 s) 0 20 40 20 25 30 35 40 45 50 55 P Wave Velocity (m/s)
Confining Pressure (MPa)
Time (10
−6
s)
Figure 5: Registro ultrass ˆonico coletado de uma amostra de calc ´ario em estado seco.
As figuras 6 e 7 correlacionam o comportamento das velocidades estimadas em laborat ´orio (as curvas vermelha e preta) analogamente aos c ´alculos dos modelo de substituic¸ ˜ao de fluido (curvas s ´olidas em verde, anil, amarelo e azul). As velocidades foram analisadas em func¸ ˜ao da press ˜ao diferencial a que foram submetidas em laborat ´orio, sendo, para estes casos, de 5 MPa `a 35 MPa, com um increm ˆento de 5 MPa a cada medida. Os c ´alculos foram realizados desconsiderando qualquer contaminac¸ ˜ao por argila. Tais curvas de velocidades (com excess ˜ao da curva vermelha) foram determinadas com base na velocidade da m ´axima saturac¸ ˜ao de ´agua atingida
em laborat ´orio, descrita pela curva s ´olida em preto. Observando a Figura6 (sistema aplicado em calc ´ario de formac¸ ˜ao calc´ıtica (Kmin= 76.2GPa)) ´e poss´ıvel perceber
uma melhor aproximac¸ ˜ao da velocidade compressional descrita pelo modelo de Brown-Korringa (curva anil). As velocidades drescritas pelos demais modelos atestam valores superestimados, embora descrevam um comportamento semelhante entre si. Para para as velocidades cisalhantes, o comportamentos dos modelos de Muller-Sahay, Gassmann e Brown-Korringa apontam uma insensibilidade da onda pela presenc¸a do fluido, uma vez que seus valores s ˜ao coensidentes aos associados `a rocha em estado seco (curva vermelha). J ´a o modelo de Biot exprime valores de velocidades cisalhantes superestimados em relac¸ ˜ao aos demais modelos e `as medidas laboratoriais de saturac¸ ˜ao (curva em preto). A Figura7(sistema aplicado em tufa de matrix dolom´ıtica (Kmin = 94.9GPa)) aponta o modelo de Muller-Sahay
como o mais preciso nas descric¸ ˜oes das velocidades compressionais, seguido pelo modelo de Gassmann. J ´a o modelo de Brown-Korringa descreve valores subestimados em relac¸ ˜ao `a an ´alise laboratorial para rocha saturada (curva em preto). Em relac¸ ˜ao as velocidades cisalhnates, os modelos de Gassmann, Brown-Korringa e Muller-Sahay apresentam o mesmo comportamento crescente, demostrando um consider ´avel efeito de saturac¸ ˜ao do meio. O modelo de Biot descreve velocidades altas e superestimadas em relac¸ ˜ao as medidas laboratoriais (curvas em preto), para todos os modos de vibrac¸ ˜ao.
10 20 30 3000 3500 4000 4500 5000 Vp
Diferencial Pressure (MPa)
Compressional Velocity (m/s) Dry Rock Wet Rock Biot Gassmann Muller−Sahay Brown−Korringa 10 20 30 1500 2000 2500 3000 3500 Vs1
Diferencial Pressure (MPa)
Shear Velocity (m/s) 10 20 30 1500 2000 2500 3000 3500 Vs2
Diferencial Pressure (MPa)
Shear Velocity (m/s)
Porosity = 21%
Figure 6: Velocidades compressionais (primeira coluna) e cisalhantes (segunda e terceira coluna) em func¸ ˜ao da variac¸ ˜ao de press ˜ao, na amostra de calc ´ario. As curvas em vermelho e preto, descrevem as velocidades para a rocha em estado seco e saturado, respectivamente. As demais curvas, representam as velocidades alcanc¸adas por meio dos modelos aplicados.
10 20 30 5500 6000 6500 7000 7500 Vp
Diferencial Pressure (MPa)
Compressional Velocity (m/s) Dry Rock Wet Rock Biot Gassmann Muller−Sahay Brown−Korringa 10 20 30 3000 3500 4000 4500 5000 5500 Vs1
Diferencial Pressure (MPa)
Shear Velocity (m/s) 10 20 30 3000 3500 4000 4500 5000 5500 Vs2
Diferencial Pressure (MPa)
Shear Velocity (m/s)
Porosity = 7%
Figure 7: Velocidades compressionais (primeira coluna) e cisalhantes (segunda e terceira coluna) em func¸ ˜ao da variac¸ ˜ao de press ˜ao, na amostra de tufa. As curvas em vermelho e preto, representam as velocidades para a rocha seca e saturada, respectivamente. As demais curvas, descrevem as velocidades calculadas por meio dos modelos aplicados.
As figuras 8 e 9 expressam variac¸ ˜oes das velocidades compressionais, descritas por meio dos modelos de Gassmann e Muller-Sahay, em func¸ ˜ao da press ˜ao diferencial e aumento dos n´ıveis de saturac¸ ˜ao de ´agua. A Figura8demonstra um sistema de saturac¸ ˜ao aplicada em amostra de calc ´ario, com formac¸ ˜ao calc´ıtica e porosidade de 21%. J ´a a Figura 9 descreve um sistema de velocidades para uma amostra do tipo tufa, de matrix calc´ıtica e porosidade de 12%.
Em ambos os casos constata-se uma saturc¸ ˜ao do tipo heterog ˆenea, em func¸ ˜ao da n ˜ao linealidade das curvas confome os n´ıveis de injec¸ ˜ao de fluido.
Conclus ˜oes
Tendo por base os resultados obtidos pelas simulac¸ ˜oes, verificou-se que as teorias de substituic¸ ˜ao de fluidos utilizadas na presente an ´alise apresentam resultados satisfat ´orios (valores te ´oricos) na maioria das amostras utilizadas neste trabalho. Observou-se que os par ˆametros intr´ınsecos de cada meio (porosidade, permeabilidade, densidade de gr ˜aos, dentre outros) est ˜ao diretamente ligados a escolha e n´ıveis de abrang ˆencia de cada modelo te ´orico.
Dentro dos limites de cada modelo, verificou-se que os resultados oriundos dos modelos n ˜ao-convencionais, que levam em considerac¸ ˜ao a incompressibilidade do poro, mostraram-se mais precisos em comparac¸ ˜ao aos valores experimentais.
Para carbonatos complexos do tipo tufa, em especial, as descric¸ ˜oes calculadas por Muller-Sahay denotam maior aproximac¸ ˜ao com os dados estimados de saturac¸ ˜ao. J ´a
os calculos do modelo de Brown-Korringa obteve melhor ˆexito em rochas calc ´arias.
Dentre os modelos convencionais, apenas as descric¸ ˜oes de Gassmann apresentam velocidades coer ˆentes em relac¸ ˜ao as estimativas laboratoriais, apesar de as caracter´ısticas do meio violarem as condic¸ ˜oes exigidas pelo modelo. Isso pode demontrar determinadas homogeneidades na disposic¸ ˜oes dos poros, bem como na distribuic¸ ˜ao do fluido em tais meios.
J ´a as velocidades descritas por Biot, n ˜ao demostram boas previs ˜oes uma vez que grande parte das velocidades obtidas superestimam consideravelmente as estimativas de saturac¸ ˜ao laboratorial. Este fato pode ser decorrente da falta de precis ˜ao nas medidas de resitividades do meio e do fluidos utilizados nas simulac¸ ˜oes e ensenciais nos calculos de par ˆametros como tortuosidade, ligados diretamente aos calculos das velocidades compressionais e cisalhantes.
Agradecimentos
Os autores agradecem as instuic¸ ˜oes brasileiras UFPA; ANP-PRH06 e conv ˆenio PETROBRAS/UFCG TC 0050.0057323.10.9, pelos subs´ıdidos ´as pesquisas realizadas. Ou autores tamb ´em gostaria de agradecer ao CNPQ (proj: 459063/2014-6) pelo suporte financeiro. Em especial agradecemos Landro Ara ´ujo, Louis Tabosa e aos demais discentes que nos auxiliaram nas medidas no Laborat ´orio de Petrof´ısca da UFCG.
References
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Winkler, K., 1985, Dispersion analysis of velocity and attenuation in berea sandstone: Journal of Geophysical Research, , no. 90, 6793–6800. 5 10 15 20 25 30 35 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 3400 3600 3800 4000 4200 4400
Diferencial Pressure (MPa) Saturation (%)
Compressional Velocity (m/s)
Gassmann Muller−Sahay
Figure 8: Gr ´afico de variac¸ ˜ao de velocidades em func¸ ˜ao da press ˜ao diferencial e n´ıveis de saturac¸ ˜ao de ´agua, descritas pelos modelos de Gassmann (superf´ıcie azul) e Muller-Sahay (superf´ıcie em anil). Sistema aplicado `a um calc ´ario de composic¸ ˜ao calc´ıtica (Kmin= 76.2GPa);
porosidade, 21%. 5 10 15 20 25 30 35 40 0.2 0.4 0.6 0.8 1 5250 5300 5350 5400 5450 5500 5550
Diferencial Pressure (MPa) Saturation (%)
Compressional Velocity (m/s)
Gassmann Muller−Sahay
Figure 9: Curvas de velocidades em func¸ ˜ao da press ˜ao de confinamento e saturac¸ ˜ao por ´agua, obtidas por meio dos modelos de Gassmann (superf´ıcie azul) e Muller-Sahay (superf´ıcie em anil), aplicados em uma amostra de tufa de matrix calc´ıtica (Kmin= 76.2); porosidade, 12%.