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EXÚ GUARDIÃO

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Academic year: 2021

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 4

SURGIMENTO DO EXÚ GUARDIÃO EM NOSSO PLANETA ... 5

EXÚ NA PALAVRA DE EXÚ ... 8

A DUPLA “CABEÇA” (PERSONALIDADE) DE EXÚ: O “BEM” E O “MAL” ... 12

AS ATIVIDADES DOS EXÚS NO TEMPLO ... 18

A RAIZ AFRICANA... ... 20

IMOLE ESU ... 20

PARA COMPREENDER QUEM É ESU ... 20

DO MITO DA CRIAÇÃO UNIVERSAL, SEGUNDOS OS IORUBÁS ... 21

TRABALHOS ENCOMENDADOS E PROMESSAS DE SOLUÇÕES ... 36

QUIMBANDA ... 39

EXÚS E POMBA - GIRAS (0S GUARDIÕES DO TERREIRO, ENTIDADES DE SEGURANÇA NOS TEMPLOS DE UMBANDA) ... 45

EXÚS TRONQUEIRA ... 47

MÉDIUM E EXÚ ... 49

A SAUDAÇÃO AOS EXÚS... 50

ALGUNS SIGNIFICADOS DOS NOMES DE ALGUNS EXÚS GUARDIÕES ... 51

O USO DO FUMO E A MAGIA DO MARAFO NOS TERREIROS DE UMBANDA . 52 DEFINIÇÕES IMPORTANTES ... 57

COMENTÁRIOS ... 63

ALGUNS TÓPICOS PARA FACILITAR ... 65

CONSELHOS DE UM EXÚ - AMIGO ... 67

A KIUMBANDA, NA VISÃO DE ANDRÉ LUIZ (LIVRO: LIBERTAÇÃO) ... 69

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Apostila desenvolvida para fins de estudo acerca dos Exús. Os dados aqui relatados fazem parte de uma pesquisa de instruções de vários autores e são relatadas conforme a visão de quem a desenvolveu. Assim fica claro que todo estudo obedece ao ponto de vista de quem o fez e permite que todas as informações contidas possam ser debatidas, trazendo novas luzes sobre o tema abordado.

Claudio Max Amorim Moreira – Sarasha Caevama. INTRODUÇÃO:

O umbandista pratica uma doutrina que nada cobra, pois ela espera que seus filhos sejam suficientemente inteligentes para saber que quem cobra é DEUS e mais ninguém. Se DEUS deu liberdade de escolha a seus filhos, nenhum homem pode ter a presunção de reprimi-la com regras sobre o que é certo ou errado, ou sobre virtudes e pecados.

É comum ouvir-se que o indivíduo religioso deve ser temente a DEUS. Eu pergunto: Por que temer a DEUS? Eu não temo; eu o amo e respeito. Se eu tiver de temer alguém, será a mim mesmo e a meus atos, pois serão eles, que segundo JESUS, poderá produzir tudo de bom ou de mal no meu destino.

Esta é a correta definição do livre arbítrio, que normalmente é tão mal compreendido pela maioria das pessoas. Muitas costumam identificar o livre arbítrio com a liberdade de fazer qualquer coisa, o bem ou o mal, sem sofrer conseqüências; mas não é bem assim. Ele é à força de inteligência que DEUS nos deu para fugir das armadilhas que nos foram armadas, ou seja, ninguém nasce marginal, viciado etc.

Talvez a melhor tradução para livre arbítrio seja aquela que diz que quem o usa com sabedoria, melhora seu destino. (Do livro Conselhos de Preto Velho)

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Apostila desenvolvida para fins de estudo acerca dos Exús. Os dados aqui relatados fazem parte de uma pesquisa de instruções de vários autores e são relatadas conforme a visão de quem a desenvolveu. Assim fica claro que todo estudo obedece ao ponto de vista de quem o fez e permite que todas as informações contidas possam ser debatidas, trazendo novas luzes sobre o tema abordado.

Claudio Max Amorim Moreira – Sarasha Caevama.

SURGIMENTO DO EXÚ GUARDIÃO EM NOSSO PLANETA:

Professa a sagrada Doutrina Astral de Umbanda que na casa do "Pai" existem de maneira sintética duas grandes moradias, uma conhecida como reino virginal o qual não nos ateremos por fugir ao objetivo deste estudo e a outra conhecida como reino natural que é o mundo da energia-massa ao qual está vinculado nosso planeta Terra. Ensinam os mentores espirituais da Umbanda que, os seres espirituais que hoje se encontram no reino natural, viviam em processo evolutivo no reino virginal (o reino da antimatéria). Em tal reino viviam integrados em processo evolutivo experimentando-se masculino e feminino, se assim podemos definir como um ser uno. Porém, em determinado instante desta cadeia evolutiva, milhões de seres espirituais passaram então a sentir fortíssima necessidade de experimentarem-se em suas individualidades. Ante a impossibilidade de tal processo ocorrer no reino virginal e tendo em vista que esse desarranjo vibratório impossibilitava a permanência destes seres em tal local, a Misericórdia Divina entendeu por bem plasmar o que chamamos de reino natural (ou matéria) para então servir de local onde iria abrigar esses milhões de seres espirituais em seu novo processo evolutivo. E assim, surgiu o que nós conhecemos como universo natural ou reino da matéria com seus planetas, suas galáxias, etc. Após a Divindade Suprema plasmar essa nova casa planetária nomeou seus emissários divinos, seres de indescritíveis sabedoria e luz, para que arquitetassem toda a construção deste novo reino e assim foi feito. Porém além de arquitetar todo esse novo reino espiritual, existia a necessidade de manipular essas energias para execução e concretização da vontade divina. Daí veio a surgir à necessidade da presença de seres espirituais de grande poder e força energética. Esses seres originais executores dos arquitetos divinos é o que temos hoje como sendo conhecidos por EXÚs Cósmicos ou Indiferenciados. São cósmicos porque sua atividade cinge-se a

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Claudio Max Amorim Moreira – Sarasha Caevama.

execução dos rearranjos estruturais das energias que deram forma ao reino natural. São indiferenciados, posto que sempre viveram em nosso reino sem passarem pela divisão da matéria, vivendo assim na própria essência divina da qual são "constituídos". Mas a tarefa era gigante, exigindo a força e a presença de considerável quantidade de seres espirituais para por em prática a realização da vontade divina que era a formação e estruturação do reino natural. Esses EXÚs tidos como indiferenciados subordinaram-se diretamente aos seus comandantes, ou seja, os Orixás Ancestrais. Estes últimos são os Sete Espíritos de Deus responsáveis diretamente pelo reino natural.

Muito diferentemente do que se doutrina a respeito da entidade espiritual conhecida como EXÚ Guardião ou simplesmente EXÚ, são seres dotados de inúmeras e seríssimas tarefas em nosso mundo planetário. Portanto, EXÚ nunca foi não é e nunca será o diabo, nem muito menos um ser espiritual das trevas. Entendendo-se trevas como sendo sinônimo de maldade e de atraso espiritual. De fato, falar sobre o EXÚ Guardião não é tarefa simples, mas é certamente deveras gratificante. Não é simples, posto que os conceitos que consubstanciam a verdade sobre a entidade espiritual EXÚ muito longe se encontram da doutrina corriqueira e da difamação ignominiosa que se estende sobre esse ser espiritual. Quando falamos ser gratificante é porque na verdade estamos fazendo valer nada mais nada menos que a própria justiça divina ao colocar o verdadeiro EXÚ Guardião dentro dos seus verdadeiros princípios, fundamentos e atributos reais.

É o EXÚ, um profundo conhecedor dos planos das sombras e das trevas, onde realiza trabalhos importantíssimos. Tem atuado nessa zona onde se agitam almas insubmissas, enlouquecidas, revoltadas e temporariamente jungidas ao mal.

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Apostila desenvolvida para fins de estudo acerca dos Exús. Os dados aqui relatados fazem parte de uma pesquisa de instruções de vários autores e são relatadas conforme a visão de quem a desenvolveu. Assim fica claro que todo estudo obedece ao ponto de vista de quem o fez e permite que todas as informações contidas possam ser debatidas, trazendo novas luzes sobre o tema abordado.

Claudio Max Amorim Moreira – Sarasha Caevama.

Em seu meio, em seu plano afim (Plano de Atuação dos EXÚS) atua como profundo mago da psicologia humana, onda dirime pesados dramas.

No plano físico, quando incorporado em seus vários intermediários ou médiuns, sempre tem uma atitude particular e específica, na dependência do grau de consciência do grupo – terreiro que o invoca, sendo sempre respeitado e tido como grande amigo de todos.

É necessário demonstrar a todos os Umbandistas ou não, que a Umbanda não é maniqueísta, isto é, não crê no mal como Princípio, mas sim como distúrbio passageiro, pois nosso único Princípio é o BEM, que é eterno. Muitos acreditam na luz, na força e no poder dos conceitos teóricos e práticos da Umbanda, mas ficam perplexos, amedrontados quando observam uns e outros fazendo verdadeiros absurdos em nome de EXÚS.

Dizem-lhes que EXÚ é a encarnação do princípio do mal, agente do mal, agente da magia negra, perversos, cruéis e desalmados espíritos, onde sua única função é de ser interesseiro, sensual, briguento, mercenário, e que se refestela com iguarias várias, inclusive do holocausto de animais vários, e segundo alguns, completamente dementados, até pede o sacrifício de humanas criaturas, como sendo o grande ebó, o supra-sumo para conseguir-se o que conseguir-se deconseguir-seja. É óbvio que isto é doença psico-espiritual, e nada tem a ver com os EXÚS, e muito menos com a Umbanda.

Essa é uma onda de discórdia e do descrédito, oriundos do submundo astral, que querem de todas as formas, denegrir a tarefa restauradora e saneadora do Movimento Umbandista.

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Apostila desenvolvida para fins de estudo acerca dos Exús. Os dados aqui relatados fazem parte de uma pesquisa de instruções de vários autores e são relatadas conforme a visão de quem a desenvolveu. Assim fica claro que todo estudo obedece ao ponto de vista de quem o fez e permite que todas as informações contidas possam ser debatidas, trazendo novas luzes sobre o tema abordado.

Claudio Max Amorim Moreira – Sarasha Caevama. EXÚ NA PALAVRA DE EXÚ:

Num simples encontro de amigos de dois planos, separados apenas pelas diferenças de densidade da matéria, eis que me sinto à vontade para falar um pouco sobre EXÚ.

Na verdade, os conceitos reais, simples e honestos sobre EXÚ ainda estão um pouco distante das melhores e mais bem intencionadas criaturas humanas, pois, estas querem simplesmente traduzir em palavras, atos e ações aquilo que seus egos ainda exteriorizam de forma impulsiva, as coisas que acham ser de ordem astral e espiritual.

Traduzem fagulhas da verdade, que estão sob a ótica de seus graus de consciência. Para as humanas criaturas, EXÚ é um agente do baixo astral, é um agente de Satã e como tal é um agente do mal, como se a DIVINDADE SUPREMA pudesse ter criado de si mesma agentes benévolos e agentes malévolos, num contra-senso que fere a mais pura lógica humana.

Como DEUS pode criar o Bem o Mal?

Existem sim, no mundo das formas, criaturas que ainda se encontram presas aos grilhões das células, que se encontram presas nas sensações grosseiras da vida. Mas, devemos respeitar a tudo e a todos, pois, se há aqueles que já colheram, não compete a eles atrapalhar aos que ainda estão semeando.

EXÚ é em seu próprio vocábulo, em seu próprio termo ESSURIÁ, que é o lado oposto, é o que está em oposição, esta não ostensiva, mas uma oposição em equilíbrio, que é necessária pela condição que o Ser Espiritual gerou sobre si mesmo através da desobediência, através da insubmissão, da insurreição aos PRINCÍPIOS DIVINOS, aos PRINCÍPIOS ESPIRITUAIS mais dignos e mais coerentes com a lógica espirítica de cada um.

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Apostila desenvolvida para fins de estudo acerca dos Exús. Os dados aqui relatados fazem parte de uma pesquisa de instruções de vários autores e são relatadas conforme a visão de quem a desenvolveu. Assim fica claro que todo estudo obedece ao ponto de vista de quem o fez e permite que todas as informações contidas possam ser debatidas, trazendo novas luzes sobre o tema abordado.

Claudio Max Amorim Moreira – Sarasha Caevama.

Na verdade ESSU, ESSURIÁ ou EXÚ é o AGENTE cósmico necessário e equilibrador entre as coisas passivas e ativas, entre as coisas tangíveis e intangíveis, entre as coisas criadas e incriadas, entre as coisas que são e que serão.

As entidades espirituais de Umbanda adaptam sua linguagem dentre os níveis abaixo, visando serem entendidas por todos os graus de consciência:

- objetivo, simbólico, sincrético, bem mais próximo do homem comum, ou seja, a linguagem do próprio homem, cujo conceito é denominado de positivo ou andrógeno (1° nível);

- visando alcançar e atingir outros consciencionais, já existentes no Movimento de Umbanda da atualidade, o Astral procura ministrar um ensinamento mais profundo, fundamentado nas causas e não nos efeitos, sendo um ensinamento mais universalista, mais cósmico, sendo denominado de relativo ou cosmogônico (2° nível);

- O próximo nível se reflete na forma de pensar, sentir, ser e agir, ensinamento este, abordado pelo aspecto superlativo ou teogônico. Seu caráter é essencialmente iniciático, hierático, sacerdotal e abrange a metafísica e a teurgia, ensinamento que dá noção de síntese.

Segundo a palavra do EXÚ..., Incorporado em seu médium:

“Nas noites das noites quando tudo era escuro, quando tudo era betume, eis que, do Reino do Nada, vai surgir o Senhor da Encruzilhada”.

Se é do Nada que Ele veio, e não existia o que era de cima e o que era de baixo, mas no momento em que EXÚ chega, há limites, há o que é de CIMA, há o que é de BAIXO... Da Luz Imaterial surgiu a Luz Material ou a Luz Astral que foi coordenada pelos Orixás Virginais, que estenderam seu Ago a determinados espíritos que se comprometeram a preparar outros, para que

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Apostila desenvolvida para fins de estudo acerca dos Exús. Os dados aqui relatados fazem parte de uma pesquisa de instruções de vários autores e são relatadas conforme a visão de quem a desenvolveu. Assim fica claro que todo estudo obedece ao ponto de vista de quem o fez e permite que todas as informações contidas possam ser debatidas, trazendo novas luzes sobre o tema abordado.

Claudio Max Amorim Moreira – Sarasha Caevama.

fossem os primeiros, os primogênitos, os Senhores Coordenadores dessa Luz astral, que até então não existia, e se existia não era manifesta, era ‘coagulada’.

Os Orixás então, permitiram que do Reino Virginal, Reino do Nada ou Reino Espiritual, onde só havia o espírito, ocorresse a tão propalada descida, a reação causada pela insubmissão e revolta. E para que essa descida fosse coordenada, a hierarquia de cima começou a projetar a hierarquia de baixo.

Aqueles que abalaram os pares vibracionais, que abalaram o Cosmo Espiritual, ao descerem, por interferência direta das Hierarquias Superiores, foram preparados pelos subalternos imediatos destas Hierarquias Superiores, ou seja, por aqueles que estavam imediatamente abaixo.

Estes foram os Coordenadores, não intelectivos, mas enviados, a executarem o aspecto da Transformação, sendo considerados Senhores da Gênese do Universo-Astral e, por conseguinte, de todos os espíritos que utilizariam veículos de expressão e manifestação.

Surge então EXÚ CÓSMICO ou SENHOR DA ENERGIA que obedece diretamente a Sete Orixás, pois são sete as Vibrações Virginais. Então, na hierarquia dos Orixás Refletores foi selecionado um par vibracional de cada Vibração Virginal e, esses pares foram selecionados nos graus intermediários dessa Hierarquia e tornaram-se os Executores dos Orixás Refletores, ficando como responsáveis pela concretização das vibrações dos Orixás Refletores no Universo Astral.

É por isso que EXÚ é dito ELEGBARA, por isso EXÚ é o 3° Elemento, já que havia um Passivo e um Ativo e EXÚ é ativo e passivo enquanto par. Ele é ELEGBARA, significando SENHOR DA FORÇA, SENHOR DA ENERGIA. “Foi a partir desse instante que EXÚ se tornou o GRANDE AGENTE CÓSMICO

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Apostila desenvolvida para fins de estudo acerca dos Exús. Os dados aqui relatados fazem parte de uma pesquisa de instruções de vários autores e são relatadas conforme a visão de quem a desenvolveu. Assim fica claro que todo estudo obedece ao ponto de vista de quem o fez e permite que todas as informações contidas possam ser debatidas, trazendo novas luzes sobre o tema abordado.

Claudio Max Amorim Moreira – Sarasha Caevama.

UNIVERSAL, o AGENTE DA MAGIA UNIVERSAL, dando origem a todo processo evolutivo GALÁTICO, SOLAR e PLANETÁRIO”.

A origem da palavra EXÚ vem da raça vermelha, cuja língua era o Abanheenga, e fonetizavam Essuiá, que significava guardião ou guardião do lado oposto. Alguns sacerdotes africanos que chegaram ao Brasil durante o período escravagista, tiveram seus antepassados iniciados por altos sacerdotes do antigo Egito, onde aprenderam à tradição da raça vermelha, de onde conheceram a expressão Essuiá, que por questões de adaptação fonética, alterou-se para EXÚRIÁ, sendo mais tarde pronunciado EXÚ.

Como dizíamos, é importante que se entenda que o bem o mal não podem coexistir, pois só o bem é eterno e o mal é relativo, passageiro. O mal é sinônimo de ignorância, e esta existe assim como existe a treva, até que se não encontre a luz. A treva acaba quando se acende uma luz e, se estamos no escuro e alguém nos acende uma luz, não existe mais a treva. Assim é a consciência de cada um, às vezes vive nas trevas até que... As trevas não são, pois, eternas, elas fazem parte de um “sincretismo que as Hierarquias Superiores utilizam para não cegar aqueles que voluntariamente, aqueles que por livre e espontânea vontade, se comprazem em não enxergar a luz. O mal é passageiro, um dia ele há de se cansar, e vai à busca da luz, porque aquele que está nas trevas, por mais que diga ao contrário, vai ao encontro da luz.

Se existe a luz total, também existe a treva total, portanto, fez-se necessário haver um coordenador lá por baixo. Da luz total para a treva total há uma infinidade de seres, desde os mais iluminados até aqueles que se cristalizaram na treva interior e exterior, no mal. Então o mal precisava ter alguém que o coordenasse, e não que o comandasse. O mal nunca combate o bem porque não tem um coordenador, têm vários e, onde existem vários, todos querem mandar. O bem e o mal são uma única força,

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Apostila desenvolvida para fins de estudo acerca dos Exús. Os dados aqui relatados fazem parte de uma pesquisa de instruções de vários autores e são relatadas conforme a visão de quem a desenvolveu. Assim fica claro que todo estudo obedece ao ponto de vista de quem o fez e permite que todas as informações contidas possam ser debatidas, trazendo novas luzes sobre o tema abordado.

Claudio Max Amorim Moreira – Sarasha Caevama.

só que em sentidos opostos. Permitiu-se que dadas criaturas cristalizadas no mal fossem ao fundo do poço para ver se era isso mesmo que queriam. Quando estavam bastante “enlameados”, viram que estavam no charco, estavam bem na lama. Só restava baixar a cabeça e pedir a quem é de cima para ir buscá-los, porque tudo que poderiam ter feito de mal, já fora feito.

Não existe consciência dúbia no Astral Superior, quem é bom o é, porque atingiu este patamar. Se Ele é bom, traz consigo toda sua hierarquia que o acompanha, mesmo seus cavalos. Vez por outra pode haver vontade de dar uma “sapecada” em alguém. Vem EXÚ e diz que concorda com esse fato e irá atender esse pedido. Mas ela recai sobre o cavalo (burro!), mas recai porque ele é burro. Qual a Entidade que daria aval para esse ato fora da Lei? Pensem!

Não devemos esquecer, entretanto, que existem as cobranças. Mais aí, EXÚ não é BOM nem MAU, é JUSTO. Os EXÚS são os senhores das forças de atrito e contundência e, essas forças geram os processos de ação e reação e mesmo uma reação pode gerar outra ação. O que então os EXÚS vão fazer na Encruzilhada senão quebrar demandas? São as demandas interiores e mesmo as dos outros. Não são as demandas dos EXÚS e sim dos Kiumbas. Mesmos esses Kiumbas não são atingidos por forças contundentes maléficas sobre eles. Eles são atingidos como se fossem frenados, com alguns deles ficando em estado de hibernação.

O conceito de EXÚ não deve ser afeto a figura do diabo, do demônio ou outra aberração qualquer que, quando baixa, se mune de capa preta, tridente e outros apetrechos para fazer o mal, usando álcool, galo preto e baixos pensamentos, fazendo uso de palavreado não condizente com os mais simples princípios de caridade. Para os verdadeiros Umbandistas, EXÚ é,

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Claudio Max Amorim Moreira – Sarasha Caevama.

foi e sempre será o AGENTE DA MAGIA UNIVERSAL, o EXECUTOR DA JUSTIÇA KÁRMICA, o ORIXÁ TELÚRICO.

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A DUPLA “CABEÇA” (PERSONALIDADE) DE EXÚ: O “BEM” E O “MAL”:

O hexagrama (estrela de seis pontas) é o exemplo vivo de equilíbrio. Um triângulo com vértice apontado para cima e outro triângulo semelhante com o vértice apontado para baixo.

O hexagrama reflete, pois, Equilíbrio, Justiça, Lei. Sendo a Lei justa, esta demonstrando a imparcialidade de sua aplicação (equilíbrio).

Em qualquer posição que se coloca o hexagrama, o mesmo não se altera, é o equilíbrio dinâmico, pois são vários os caminhos da Justiça Divina, mas que independente do momento, se expressam, se manifestam. Conclui-se então que, “O QUE ESTÁ EM CIMA É SEMELHANTE AO QUE ESTÁ EM BAIXO”.

Se há o plano superior, o mais alto, mais luminoso e seres espirituais de máxima elevação, há o que lhes correspondem no plano inferior, mais baixo, trevoso. Portanto, todos podem evoluir, ninguém está condenado às trevas ou planos inferiores. Infinito só o bem, só a Luz, pois quando esta chega num ambiente trevoso, o mesmo deixa de sê-lo, reinando assim a luz. Ao contrário, em um ambiente luminoso, inunde-o com sombra ou treva, e verás que a mesma pode demorar, mas dissipa-se, transforma-se, o que demonstra que a luz é divina, portanto eterna, tal qual o bem que é expressão da Luz Espiritual, que é o entendimento, o amor e a sabedoria.

Após estes aspectos, vemos de forma transparente que EXÚ não possui dupla personalidade, não é o agente do mal, ao contrário, fiscaliza, frena e, às vezes, combate e julga aos espíritos temporariamente envolvidos nas trevas do egoísmo, vaidade e orgulho, que os faz permanecer em oposição ostensiva às hostes da Luz e do Bem.

O EXÚ frena e combate os seres espirituais revoltados e insubmissos visando equilibrá-los perante a Lei Kármica. Não nos esqueçamos de que também somos seres espirituais, muito embora encarnados. Essa é uma das atividades

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Claudio Max Amorim Moreira – Sarasha Caevama.

de EXÚ, a de ser agente da justiça kármica em seus aspectos passivos, aspectos estes que vem pelas cobranças, choque de retorno etc (onde se faz o ajuste, o equilíbrio, a conversão de sentido). É nesse aspecto que o triângulo com o vértice para baixo, é a paralela passiva, é a KIMBANDA. O contrário, a paralela ativa, o triângulo com vértice para cima é a UMBANDA.

Aqueles que subirão das trevas para as sombras e, dessas para a luz, percorrerão um único caminho, uma via única onde, quem o fará subir, se eximindo do peso do fardo do passado é EXÚ, que através das queimas kármicas, das cobranças oriundas do choque de retorno, estarão dirimindo o pesado fardo adquirido, onde a ação dos EXÚS se prende a equilibrá-los perante a Lei, onde um dia caíram.

Tudo faz parte da Umbanda, inclusive a Kimbanda, onde atuam os EXÚS.

Todo espírito que recebe a denominação de EXÚ atua na Kimbanda, portanto são EXÚS de Umbanda, EXÚS de Lei (EXÚ de Lei é redundância, pois não há EXÚ que não obedeça e execute a Lei).

Quanto à forma de ação, a paralela ativa (Umbanda) atua através do bem, da luz, da evolução, conseguida pelo ser espiritual promovendo a neutralização ou o equilíbrio das causas e efeitos, dos choques de retorno, nas ações positivas, previamente conquistadas ou promovendo condições para conquistas futuras.

A paralela passiva (Kimbanda) promove o choque de retorno devido à constituição de ações negativas, visando reequilibrar o indivíduo para consigo mesmo e para com o seu semelhante. Assim, EXÚ está afeto ao pólo passivo, paralela passiva ou a cobrança, o ajuste, o equilíbrio das ações e reações que podem precipitar-se no choque de retorno.

O MAL É SINÔNIMO DE OBSCURECIMENTO TEMPORÁRIO DO SENTIMENTO E DA RAZÃO.

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Claudio Max Amorim Moreira – Sarasha Caevama.

Nos terreiros de Umbanda e mesmo em outros templos religiosos, também os EXÚs não atuam apenas neutralizando a ação nefanda dos Kiumbas, mas sim, equilibrando perante a Lei, todos que se situem karmicamente afim ao grupo filo-religioso. Quando acontece alguma ação deletéria sobre os “filhos de terreiro”, automaticamente, a Lei aciona os EXÚS para o equacionamento, para execução da mesma e, este para que fique claro, possui certa autonomia, principalmente nos casos terra-a-terra.

As execuções de maior vulto são coordenadas pelos Orixás Menores, Guias e Protetores, os quais arrolam os EXÚS através da paralela passiva da Lei. Os EXÚS são seres espirituais comuns, podendo apresentar-se com “roupagens fluídicas”, de seres de raça vermelha, amarela, negra ou branca.

Afirmativamente, EXÚ é além de tudo um policial ostensivo e também um juiz. Quando da apreensão de determinados Kiumbas, os mesmos são levados aos tribunais sumaríssimos, inferiores, onde são julgados pelos EXÚS, julgamento este, que obedece a planejamento de “instância superior”, onde há uma certa jurisprudência, mas a sua autonomia é plena...

A Umbanda é o circulo cruzado e a Kimbanda é o oposto, isto é a cruz circulada (a própria encruzilhada). A nomenclatura Encruzilhada, como sítio de reajustamento de EXÚ, surgiu da associação com cruz circulada. Estas são as várias forças que se cruzam e entrecruzam e que fazem cobranças no seu círculo, pois o mal é um círculo que se fecha sob si mesmo e está, queira ou não na própria Lei.

Na Umbanda as sete linhas se expressam do OOOXYYY ou no ternário OXY, já a Kimbanda se expressa do YYYXOOO ou no ternário YXO (ISHO ou EXÚ).

Os EXÚS possuem uma hierarquia que vai descendo da luz para as sombras e das sombras para as trevas, dividindo-se assim em três ciclos e sete graus hierárquicos, são eles: EXÚS do Terceiro Ciclo ou EXÚS dos Orixás ocupam o

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Apostila desenvolvida para fins de estudo acerca dos Exús. Os dados aqui relatados fazem parte de uma pesquisa de instruções de vários autores e são relatadas conforme a visão de quem a desenvolveu. Assim fica claro que todo estudo obedece ao ponto de vista de quem o fez e permite que todas as informações contidas possam ser debatidas, trazendo novas luzes sobre o tema abordado.

Claudio Max Amorim Moreira – Sarasha Caevama.

sétimo, sexto e quinto graus, ou seja, chefe de legião, chefe de falange e chefe de subfalange. Os EXÚS de quinto grau ou chefes de subfalange são 49 e compõem assim o que podemos chamar de Coroa da Encruzilhada (entrecruzamentos vibratórios das forças energéticas em nossa casa planetária), são eles:

Sete Encruzilhadas - serventia do Orixá Orixalá

Tranca-Ruas - serventia do Orixá Ogum

Marabô - serventia do Orixá Oxossi

Gira-Mundo - serventia do Orixá Xangô

Pinga-Fogo - serventia do Orixá Yorimá

Tiriri - serventia do Orixá Yori

Pomba-Gira serventia do Orixá Yemanjá

EXÚS do segundo Ciclo, EXÚS Cruzados ou das Almas. São os EXÚS que compõem o quarto grau e servem as entidades tidas no grau de guia da Corrente Astral de Umbanda, também chamados de EXÚS das Almas, uma vez que entre as suas tarefas e atividades estão o controle do encarne e desencarne dos seres espirituais afetos à roda kármica de nossa casa planetária.

EXÚS do primeiro Ciclo ou Espadados. São os EXÚS das entidades no grau de protetores da Corrente Astral de Umbanda (chefe de coluna, subcoluna e integrante de coluna).

Os EXÚS Coroados atuam nos planos dominantes da luz. Os EXÚS Cruzados trabalham como intermediários da luz para as sombras e os EXÚS Espadados, como intermediários das sombras para as trevas.

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Apostila desenvolvida para fins de estudo acerca dos Exús. Os dados aqui relatados fazem parte de uma pesquisa de instruções de vários autores e são relatadas conforme a visão de quem a desenvolveu. Assim fica claro que todo estudo obedece ao ponto de vista de quem o fez e permite que todas as informações contidas possam ser debatidas, trazendo novas luzes sobre o tema abordado.

Claudio Max Amorim Moreira – Sarasha Caevama.

Abaixo dos EXÚS do primeiro ciclo (EXÚS Espadados), encontram-se as entidades que são arrebanhadas do reino do caatimbó e da feitiçaria. Seres esses que são conhecidos como “EXÚS pagãos”, rabos ou caudas de legião ou ainda, rabo-de-encruza. São seres que arrependidos das suas práticas foram arrebanhados pelos Exús Espadados.

Estes não são EXÚS e ainda têm uma personalidade frágil, mas não obstante, podem ajudá-los nessa sinistra região das trevas. Por outro lado, eles podem também ajudar em ações maléficas aos “gênios da magia negra”, portanto são mercenários ou subornáveis. Quando isso ocorre e são pegos em flagrante, são levados para tratamentos mais profundos em hospitais que se encontram instalados em plena zona do submundo astral, onde passarão longos anos desintoxicando-se, para só então retornarem às mesmas atividades onde reiniciaram sua recuperação espiritual.

A estes, muitos filhos de terreiro estão ligados, onde pensam ser os verdadeiros EXÚS. Nesta triste situação associam-se com seres da revolta, do ódio, da insubmissão e passam a serem usados e manipulados por esses seres. Assim, o que esses pobres médiuns expressam é o desequilíbrio do ser astralizado com o qual se associaram. É dispensável dizer que esses médiuns só acarretaram para si e sua família, dores, humilhações de dissabores de ordem espiritual e mesmo material. Infelizmente, em vista do pouco esclarecimento espiritual existente, essas entidades se denominam como sendo os verdadeiros EXÚS, causando assim uma série de embaraços e confusões quanto a real personalidade do EXÚ Guardião.

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Apostila desenvolvida para fins de estudo acerca dos Exús. Os dados aqui relatados fazem parte de uma pesquisa de instruções de vários autores e são relatadas conforme a visão de quem a desenvolveu. Assim fica claro que todo estudo obedece ao ponto de vista de quem o fez e permite que todas as informações contidas possam ser debatidas, trazendo novas luzes sobre o tema abordado.

Claudio Max Amorim Moreira – Sarasha Caevama. AS ATIVIDADES DOS EXÚS NO TEMPLO:

O EXÚ Guardião é a entidade espiritual que nos Templos de Umbanda é encarregado da guarda vibratória e da proteção espiritual. Cuidam os EXÚS de efetuarem a defesa espiritual contra os ataques das hostes do submundo astral que a todo o momento buscam invadir os santuários da Umbanda com o objetivo de destruírem ou mesmo perturbarem as diversas atividades desempenhadas. Cuidam ainda, de atuarem nos inúmeros trabalhos de desmanche de magia-negra e feitiçarias que são levadas pelos consulentes que lá acorrem. Para a defesa vibratória do Templo, os EXÚS manipulam uma variedade enorme de energias, assim como de entidades espirituais tidas como elementares, que são seres ainda em sua fase inicial de evolução em nosso Planeta, sendo constituídos de puras e poderosas energias. Juntamente com os elementares do fogo esses guardiões destroem as larvas, miasmas, bactérias astrais, etc., que são trazidos por seres espirituais encarnados e desencarnados aos templos para tratamentos diversos. Os EXÚS Guardiões atuam em seus médiuns, na região conhecida como subconsciente. Local onde são armazenados a vivencia de vidas passadas e onde também se encontram nossas animalidades vividas nos reinos da natureza por onde estagiamos. O fato é que, os distúrbios da personalidade, as fobias, taras e neuroses de maneira geral têm como causa-origem situações mal vividas em nosso ontem e que, em nosso hoje, manifestam-se de maneira contínua ou esporádica. Nos médiuns essa manifestação dá-se por intermédio de flashes esporádicos, tendo em conta que a grande maioria deles cumpre missão probatória de resgates de erros passados. Ao agir nesta região o EXÚ Guardião vai expurgando todas as animalidades e traumas em um verdadeiro processo de desintoxicação, visando proporcionar ao médium a evolução e a consciência de si mesmo.

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Apostila desenvolvida para fins de estudo acerca dos Exús. Os dados aqui relatados fazem parte de uma pesquisa de instruções de vários autores e são relatadas conforme a visão de quem a desenvolveu. Assim fica claro que todo estudo obedece ao ponto de vista de quem o fez e permite que todas as informações contidas possam ser debatidas, trazendo novas luzes sobre o tema abordado.

Claudio Max Amorim Moreira – Sarasha Caevama.

A bem da verdade é bom que se diga que às vezes, por ingenuidade, alguns médiuns acreditam que fazendo caretas e pantomimas irão fazer acreditar que o "seu" EXÚ é o mais forte e poderoso, provocando assim o respeito, o temor e a admiração. Pura ingenuidade! Infelizmente, em alguns locais que dizem professar a Umbanda, esquecem que a mesma é Amor e Sabedoria. E assim, irresponsavelmente enveredam por caminhos escusos que longe estão de refletirem a luz da Umbanda.

Por fim diremos que os EXÚS Guardiões, manipulam as energias etéricas no campo vibracional dos entrecruzamentos energéticos (encruzilhadas). Infelizmente, as encruzilhadas de ruas são confundidas por alguns como sendo a verdadeira encruzilhada dos EXÚS Guardiões. Na verdade, essas encruzilhadas de rua são portais vibracionais de acesso ao submundo astral. Por ai já se percebe o quanto é perigoso à manipulação de energias em tais locais. A verdadeira encruzilhada dos EXÚS guardiões são os entrecruzamentos vibratórios das linhas de força ou Tatwas, que são as energias que vêem do plano astral e entrecruzam-se em nossa casa planetária. É nesse campo de força, de luta e de trabalho, que o EXÚ manipula o Axé (energia), concretizando todo processo de imantação e desagregação dessas forças em benefício do Planeta e de seus habitantes.

De maneira simples e bastante sucinta, como não poderia deixar de ser, eis algumas das verdades pouco conhecidas sobre os Exús Guardiões, valorosas entidades da Kimbanda que trabalham em obediência a hierarquia dos mentores da Sagrada Corrente Astral de Umbanda.

Saravá os Sete EXÚS Cósmicos!

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Apostila desenvolvida para fins de estudo acerca dos Exús. Os dados aqui relatados fazem parte de uma pesquisa de instruções de vários autores e são relatadas conforme a visão de quem a desenvolveu. Assim fica claro que todo estudo obedece ao ponto de vista de quem o fez e permite que todas as informações contidas possam ser debatidas, trazendo novas luzes sobre o tema abordado.

Claudio Max Amorim Moreira – Sarasha Caevama. A RAIZ AFRICANA...

IMOLE ESU:

"ESU (EXÚ), aqui está minha Oferenda! Por favor, diga a OLORUN (DEUS) que aceite esta Oferenda e alivie meu sofrimento!"

(Fórmula ritual com que os fiéis devem oferecer o EBÓ destinado ao IMOLE ESU).

PARA COMPREENDER QUEM É ESU:

Uma das divindades ancestrais iorubanas que mais escandalizou, confundiu e exasperou aos primeiros catequistas árabes e europeus na África foi o IMOLE ESU, sobretudo porque eles, reagindo aos estímulos de seus próprios subconscientes e aos tabus sócio-religioso-culturais da época, superestimaram um dos atributos deste IMOLE, qual seja, o de estimulador e regulador da natural atividade sexual, sem a qual não há procriação animal ou humana.

À época, esses primeiros catequistas não se deram conta que estavam imergindo em uma civilização africana autóctone, guerreira, agrícola e pastoril, onde a atividade sexual regulamentada pela sociedade não era um pecado e sim uma benção sempre solicitada às Divindades porque significava a segurança de uma grande descendência.

Sim, o mesmo conceito bíblico do "crescei e multiplicai-vos"!

Mas, na sua feroz repressão a este atributo e à sua representação fálica, esses catequistas esqueceram-se das outras atividades primordiais desse IMOLE!

E esse esquecimento influenciou duradouramente até aos iorubanos escravizados e catequizados no Brasil, fazendo com que eles pouco repassassem aos seus futuros descendentes e/ou dependentes religiosos

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Apostila desenvolvida para fins de estudo acerca dos Exús. Os dados aqui relatados fazem parte de uma pesquisa de instruções de vários autores e são relatadas conforme a visão de quem a desenvolveu. Assim fica claro que todo estudo obedece ao ponto de vista de quem o fez e permite que todas as informações contidas possam ser debatidas, trazendo novas luzes sobre o tema abordado.

Claudio Max Amorim Moreira – Sarasha Caevama.

outros atributos mais importantes que haviam por detrás daquela representação fálica agora repudiada.

DO MITO DA CRIAÇÃO UNIVERSAL, SEGUNDO OS IORUBÁS:

Em respeito ao conceito ancestral que os Iorubanos tinham de suas Divindades que enumeraremos aqui os principais 16 (dezesseis) títulos descritivos dos atributos que o IMOLE ESU tinha antes do advento de sua conversão forçada em "diabo", em nome de uma pretensa superioridade racial e cultural de conquistadores que levaram à África mais de trezentos anos de guerras, sangue, suor e lágrimas.

Também só nos referiremos aqui a ESU por seu título ancestral iorubano de IMOLE ou "Ser Sobrenatural de Categoria Divina", para bem diferenciá-lo do conceito de Satã, Caipora ou EXÚ de Tronqueira que a perda de valores religiosos africanos, causada, sobretudo pela escravidão e o sincretismo forçado com o Catolicismo e o Islamismo, permitiu insinuar-se até na mente de muitos que se dizem "Pai de Santo", quanto mais na mente de seus mais simples seguidores atuais.

Assim, com o devido respeito começamos por saudar ao IMOLE ESU:

Mo ju iba, ESU Oba Baba awon ESU! Iba se, o!

(Saudações, ESU Senhor e Pai de todos os ESUS! Que esta homenagem se cumpra! E pedimos-lhe AGO ou "licença" para citar o seu ORISIRISI ou "Contos Imemoriais" onde se fala de seus dezesseis maiores atributos, sobretudo ligados ao Culto de Ifá, e que são tão negligenciados hoje em dia até pelos seus El'ESU ou "Sacerdote de ESU"!).

Eis aqui seus dezesseis títulos e suas correspondentes "qualidades", os quais sempre foram ligados aos 16 ODU ou "Fundamentos de Tradição"

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Apostila desenvolvida para fins de estudo acerca dos Exús. Os dados aqui relatados fazem parte de uma pesquisa de instruções de vários autores e são relatadas conforme a visão de quem a desenvolveu. Assim fica claro que todo estudo obedece ao ponto de vista de quem o fez e permite que todas as informações contidas possam ser debatidas, trazendo novas luzes sobre o tema abordado.

Claudio Max Amorim Moreira – Sarasha Caevama.

dos Itan Ifa ou "Contos de Ifá" de Ile Ife ou "Cidade Santa de Ifé": 01- ESU YANGI - o Senhor da Laterita Vermelha

02- ESU AGBA - o Senhor Ancestral

03- ESU IGBA KETA - o Senhor da Terceira Cabaça

04- ESU OKOTO - o Senhor do Caracol

05- ESU OBA BABA ESU - o Rei e Pai de todos os ESUS

06- ESU ODARA - o Senhor da Felicidade

07- ESU OSIJE - o Mensageiro Divino

08- ESU ELERU - o Senhor da Obrigação Ritual

09- ESU ENU GBARIJO - o Senhor da Boca Coletiva

10- ESU ELEGBARA - o Senhor do Poder Mágico

11- ESU BARA - o Senhor do Corpo

12- ESU L'ONAN - o Senhor dos Caminhos

13- ESU OL'OBE - o Senhor da Faca

14- ESU EL'EBO - o Senhor das Oferendas

15- ESU ALAFIA - o Senhor da Satisfação Pessoal

16- ESU ODUSO - o Vigia dos ODUs

Pouca semelhança entre estes nomes e aqueles que, hoje em dia, se lhe atribuem? Paciência! Somem a estes nomes 350 anos de guerras, escravidão, aculturação por sobrevivência e catequese forçada "goela abaixo" dos vencidos e chegaremos facilmente, com o devido respeito, às Tronqueiras e à troca de nomes do Senhor da Laterita por Exú do Lodo, o Senhor dos Caminhos por Exú Tranca-Ruas e o Senhor do Corpo por Exú

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Apostila desenvolvida para fins de estudo acerca dos Exús. Os dados aqui relatados fazem parte de uma pesquisa de instruções de vários autores e são relatadas conforme a visão de quem a desenvolveu. Assim fica claro que todo estudo obedece ao ponto de vista de quem o fez e permite que todas as informações contidas possam ser debatidas, trazendo novas luzes sobre o tema abordado.

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Caveira, como veremos a seguir. Assim, tendo visto as denominações, vejamos agora as qualificações.

ESU YANGI é a sua primeira forma mais importante e a que lhe confere a qualidade de IMOLE ou "Divindade", pois nos Ritos da Criação, segundo o Credo Iorubá:

- "O ar e as águas moveram-se conjuntamente e uma parte deles mesmos transformou-se em lama. Dessa lama originou-se uma bolha ou montículo, a primeira matéria dotada de forma, um rochedo avermelhado e lamacento. OLORUN admirou esta forma e soprou sobre o montículo, insuflando-lhe Seu Hálito e lhe deu vida. Esta forma, a primeira dotada de existência individual, um rochedo de Laterita, era ESU YANGI."

Assim, fica claro que IMOLE ESU foi criado diretamente por OLORUN, mas não da própria e primordial matéria divina, da qual Ele já havia feito OBATALÁ e ODUDUWA, o Casal Divino, mas sim daquela matéria que iria formar toda existência genérica subseqüente, ou seja, a EERUPE ou "Lama", da qual seria criada também toda a Humanidade que um dia EBORA IKU ou a "Morte" devolverá a essa mesma lama (do pó ao pó).

Então, IMOLE ESU é o primeiro Ser criado da Existência Genérica e o símbolo por excelência do Elemento Criado. Por isso ele é chamado também de ESU AGBA ou "Eshu Ancestral". Assim, os seus assentamentos ou sacrários mais antigos e tradicionais eram um simples pedaço de Laterita vermelha enfiada no solo, ou seja, na Orita Meta ou "Encruzilhada de Três Caminhos". Algumas vezes, a Laterita vermelha estaria cercada por 7, 14 ou 21 hastes de ferro, mas deste metal bem enferrujado que é o "esqueleto" do metal novo.

Como os mitos da Criação, segundo os Iorubás, demonstram que IMOLE ESU foi criado logo após Obatala e ODUDUWA por OLORUN, ele é, portanto,

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Apostila desenvolvida para fins de estudo acerca dos Exús. Os dados aqui relatados fazem parte de uma pesquisa de instruções de vários autores e são relatadas conforme a visão de quem a desenvolveu. Assim fica claro que todo estudo obedece ao ponto de vista de quem o fez e permite que todas as informações contidas possam ser debatidas, trazendo novas luzes sobre o tema abordado.

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o Igba Keta ou a "Terceira Cabaça" ou o "Terceiro Criado", sendo símbolo da Existência Diferenciada e, em conseqüência, o elemento dinâmico que leva à propulsão, à mobilização, à transformação e ao crescimento. Nesta variante múltipla, ele é o princípio dinâmico que participa forçosamente de tudo o que virá a existir.

E assim foi-se processando a Criação, segundo o Credo Iorubá.

Os ORISIRISI ESU continuam contando como IMOLE ESU logo descontrolou-se e começou a devorar toda a existência, sendo obrigado por ORUNMILÁ, após uma longa perseguição, a vomitar tudo de volta; entretanto, tudo em maior quantidade, muito melhor e mais perfeito do que quando o ingerira.

E, tendo sido picado em milhares de pedaços pela espada de ORUNMILÁ, transformou-se no "Mais Um" ou o "Um multiplicado pelo Infinito", no ESU OKOTO ou "ESU do Caracol", cuja estrutura óssea espiralada parte de um ponto único abrindo-se para o Infinito e no qual os Iorubanos conceituavam o crescimento e a multiplicação.

Desta forma, ESU YANGI também multiplicou-se infinitamente e, tendo se tornado no símbolo da restituição e da recomposição, tornou-se ele próprio no Oba Baba ESU ou "Rei" e o "Pai" de todos os outros IMOLE ESU que dele seriam e foram cortados e que para sempre acompanhariam os IMOLE e todos os mortais.

Os ESE ITAN IFÁ ou "Versos dos Contos de Ifá", contam-nos a razão da denominação das outras variantes múltiplas de IMOLE ESU. Numa explanação livre dos versos desses Contos, no que se refere ao IMOLE OSETUWA, podemos ler que quando os IMOLE vieram à Terra para coadjuvar Obatala e ODUduwa a reger a Criação, OLORUN ensinou-lhes tudo quanto precisavam saber para que a vida na Terra fosse ODARA ou "Feliz".

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Mas, apesar de os IMOLE fazerem tudo quanto lhes tinha sido prescrito por OLORUN, sobrevieram na Terra todos os tipos de desgraças, sobretudo uma terrível e prolongada seca.

Os IMOLE reuniram-se e chegaram à conclusão de que os fatos desastrosos estavam além da sua compreensão e que deveriam mandar alguém, sábio e instruído, à presença de OLORUN para que Este lhes mandasse a solução dos problemas que afligiam a Terra, agora sob o risco de total desaparecimento.

ORUNMILÁ, o Orixá da Divinação Sagrada, partiu nessa missão e data daí o fato de que ele passou a ser um dos três IMOLE que podem apresentar-se perante OLORUN e suportar-Lhe o esplendor. Ao lhe apresentar-ser permitido facear OLORUN, ORUNMILÁ ouviu Dele que a razão para todas as desgraças que assolavam a Terra estava no fato de que eles, os IMOLE, não haviam convidado para morar no ODE AIYE, ou seja, a "moradia dos IMOLE na Terra", ao Ser que se constituía no décimo sétimo dentre eles. Quando assim o fizessem, tudo voltaria a frutificar!

E foi assim que ORUNMILÁ tornou-se o "Arauto de OLORUN" para a ligação dos dois mundos, o Orun ou "Além" e o Aiye ou "Terra". Retornando ao ODE AIYE, ORUNMILÁ começou a procurar pelo "décimo sétimo", o qual deveria ser convidado a morar com eles. Depois de muitas tentativas infrutíferas, decidiram que uma poderosa AJE ou "Senhora do Feitiço" - a EBORA OSUM - deveria conceber um filho de OSO ou "Senhor do Poder Mágico", filho esse que receberia, ainda no ventre materno, o ASE ou "Força Mágica" de todos os IMOLE por imposição conjunta de suas mãos, para que se transformasse assim no Mensageiro por excelência das Oferendas dos IMOLE e se acabassem as desgraças que assolavam a Terra. Assim foi gerado um filho do "Feitiço com o Poder Mágico", o qual recebeu o nome de OSETUWA e

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este novo Orixá Gerado passou a tentar cumprir o seu dever de mensageiro, mas sem obter absolutamente nenhum sucesso!

Até que um dia, em aflição, lembrou-se de procurar o quase desconhecido IMOLE ESU ODARA ou "ESU da Felicidade", para pedir-lhe conselhos e ajuda.

E OSETUWA dirigiu-se a ESU ODARA e pediu-lhe a ajuda para levar as Oferendas dos IMOLE a OLORUN. E ESU ODARA respondeu a OSETUWA: "Como??? Jamais pensei que você viesse me avisar antes de partir! Por este seu gesto, hoje o ORUN lhe abrirá as portas."

E, então, OSETUWA e ESU ODARA puseram-se a caminho e partiram em direção aos portões do ORUN. Quando lá chegaram, as portas já se encontravam abertas! OSETUWA, então, pôde entregar as Oferendas dos IMOLE a OLORUN e Este, aceitando-as por virem através de IMOLE ESU, deu a OSETUWA ..."todas as coisas necessárias à sobrevivência do Mundo".

OSETUWA voltou ao AIYE ou "Mundo Material" e tudo frutificou novamente! Tão gratos lhe ficaram os IMOLE que o cobriram de presentes e o celebraram como o único dentre eles que conseguira levar as Oferendas ao Orun. Mas OSETUWA, com humildade, levou todos os presentes que recebera e deu todos a ESU ODARA.

Quando os deu a ESU, o mesmo disse:

"Como??? Há tanto tempo eu entrego os sacrifícios e nunca houve ninguém para retribuir-me a gentileza!" "Você, OSETUWA, todos os sacrifícios que eles fizerem sobre a Terra, se não os entregarem primeiro a você para que você os possa trazer a mim, farei com que as Oferendas não sejam aceitas!”

E foi assim que OSETUWA tornou-se um poderoso Akin Oso ou "Manipulador do Poder", duplamente por seu nascimento e pela confirmação de IMOLE ESU ODARA, por ter mostrado a todos os IMOLE que ESU era realmente o

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OSIJE ou "Mensageiro Divino" e que também tinha o poder de aceitar ou recusar os sacrifícios rituais porque era o verdadeiro Eleru ou "Senhor da Obrigação Ritual".

A partir de então, os seiscentos IMOLE decidiram dar ao IMOLE ESU um "pedaço de suas próprias bocas" para que ele pudesse falar por todos, quando fosse perante OLORUN, pois era patente que ele era o outro IMOLE, além de ORUNMILÁ, que podia apresentar-se perante OLORUN. IMOLE ESU, muito sabiamente, "uniu todos esses pedaços em sua própria boca" e assim tornou-se o ENU GBARIJO ou "Boca Coletiva" de todos os IMOLE.

Desde então, como retribuição de ESU aos outros IMOLE, cada um destes possui ao seu lado o seu ESU OKOTO ou "ESU do Caracol", o "Mais Um", a quem ambos delegam os seus poderes. Desta forma, por delegação espontânea de todos os IMOLE, ESU tornou-se também o ELEGBARA ou "Senhor do Poder Mágico". E como toda a Criação é também regida pelos IMOLE, todo o Ser vivente no AIYE ou "Mundo", assim como possui o seu OLORI, ou seja, o seu ORISA ou sua EBORA, que são o "Senhor" ou a "Senhora" de sua ORI ou Cabeça, também tem que ter o seu ESU BARA ou "ESU do Corpo", pois BARA vem de OBA = Senhor + ARA = Corpo.

Isto explica muitas coisas que são atribuídas nos cultos afro-brasileiros a EXÚ, pois que ele é responsável pela natural atividade sexual, que é um atributo do corpo, pois sem ela não há procriação, que é multiplicação e abundância, quer seja vegetal, animal ou humana. E, para isso, IMOLE ESU, sendo o ELEGBARA e o BARA, recebeu de OLORUN os instrumentos-símbolo desta sua ação dinamizadora e frutificadora:

- o ADO IRAN, a Cabaça arredondada de longo pescoço, o recipiente de poder mágico que contém inesgotável ASE ou Força Mágica, bastando ser apontada a um objetivo para emanar e propagar esse poder mágico;

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- o Gorro ou Penteado tradicional em coque de ponta alongada e caída, terminada na forma da glande peniana humana, símbolo da ReprODUção. Daí ser o pênis humano, em ereção, uma de suas mais populares e ancestrais representações, feitas em pedra, como as da localidade africana de Tondediru, ou, mais simplesmente, modeladas em barro à beira dos caminhos. E este foi, como já dissemos no início, um dos aspectos de IMOLE ESU que mais escandalizou os missionários de outras religiões, que então dispararam contra ele todas as suas "armas".

Nunca atentaram para o fato de que em nenhum dos milhares de Versos de Contos de Ifá, IMOLE ESU jamais, repitamos, jamais assume a função de procriador e mais: suas diversas formas multiplicativas têm por origem a divisão de o seu próprio Ser em "milhares" de partes pela espada de ORUNMILÁ.

Mas IMOLE ESU tinha uma outra função capital que despertou o interesse dos catequistas das novas religiões, que nela viram a oportunidade otimizada para a destruição de sua importância entre os Iorubás: a sua função de Executor Divino.

Como IMOLE ESU é o Mensageiro Divino e o Senhor do Carrego Ritual prescrito por ORUNMILÁ-IFÁ, ele é também o L'ONAN ou "Senhor dos Caminhos", tanto dos benéficos (ONA RERE), quanto dos maléficos (ONA BURUKU), que ele abre ou fecha aos mortais conforme verifique se os sacrifícios prescritos aos fiéis foram ou não cumpridos, ajudando aqueles que os cumprem e punindo os que, devidamente avisados, não o fazem. Por isso, ele é também o OL'OBE ou "Senhor da Faca", significando ser o Executor dos Sacrifícios, mas também, no sentido ritualístico, "Aquele que tem o poder de vida e morte". À OBE ou "Faca", IMOLE ESU junta ainda a sua OPA ou "Bolsa", na qual carrega os seus objetos ritualísticos mágicos, entre eles os "fragmentos de cabaças", símbolo do Ser destruído, mas por sua vez,

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destruidor, talvez um dos seus emblemas mais temidos e somente manipulados por seus EL'ESU, ou seja, pelos Sacerdotes do IMOLE ESU.

Por tudo isso, IMOLE ESU está sempre do lado de fora, nos caminhos, onde tem seu lugar predileto, a ORITA META ou "Encruzilhada de Três Caminhos", onde ele aceita, carrega, transporta e premia, mas, também, de onde vigia, adverte, recusa e pune.

Foi então que os primeiros catequistas de outras religiões passaram a pregar que todas as desgraças acontecidas aos fiéis dos ORISAS YORUBA, merecidas ou não, derivavam da ação nefasta e indiscriminada de IMOLE ESU, o qual apenas faria o Mal pelo Mal.

Por sua vez, o povo Yoruba escravizado viu nesta interpretação equivocada de Executor por Malfeitor, uma nova arma para se defenderem e passaram a ameaçar abertamente os seus inimigos com as artes punitivas do IMOLE ESU, que assim começou a transformar-se em "EXÚ" e a sincretizar-se, nas mentes mais fracas, com a figura do "diabo" medieval católico.

Daí a ele começar a ser representado e apresentado como um Ser tenebroso e mau foi apenas a mesma "descida de ladeira" por onde escorregaram os sincréticos cultos afro-brasileiros, notadamente a Umbanda Popular, até estarem lançadas as bases do "sincretismo dentro do sincretismo" e aparecer a Kimbanda que, na verdade, nada mais é que o ponto mais alto da curva do desespero a que foram lançados os povos escravizados no Brasil.

Mas, na realidade, no Credo Iorubá, IMOLE ESU é o símbolo, não da subtração, mas sim da restituição que os humanos devem fazer, através de Oferendas, daquelas coisas que eram necessárias à sobrevivência do Mundo e que OLORUN deu aos IMOLE OSETUWA e ESU para salvá-la e não para destruí-la.

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Apostila desenvolvida para fins de estudo acerca dos Exús. Os dados aqui relatados fazem parte de uma pesquisa de instruções de vários autores e são relatadas conforme a visão de quem a desenvolveu. Assim fica claro que todo estudo obedece ao ponto de vista de quem o fez e permite que todas as informações contidas possam ser debatidas, trazendo novas luzes sobre o tema abordado.

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E é na execução das Oferendas com esta intenção, que só ESU ELEBO ou Senhor das Ofendas é capaz de tornar aceitável a OLORUN, que está a chave que permite ao fiel alcançar o seu objetivo. E se conseguir alcançar o seu objetivo, naturalmente obterá também a satisfação (ALAFIA) dos seus anseios maiores; assim, deve agradecer também a ESU ALAFIA ou Senhor da Satisfação Pessoal.

É, sobretudo sob as múltiplas variantes de Bara, Enu Gbarijo, Elebo e ALAFIA que o ORISA ORUNMILÁ se utiliza do IMOLE ESU para poder atuar como o Arauto dos Awon ORISA sobre os destinos humanos na Divinação Sagrada de Ifá, quer através do OPON ou Tabuleiro e do OPELE ou CORRENTE DE IFÁ, quer através dos BÚZIOS.

Por isso mesmo, os ODU ou Fundamentos de Tradição sempre aconselham a Pa ESU, ou seja, a apaziguar ao IMOLE ESU e não a tentar suborná-lo para ter um malfeitor às ordens.

IMOLE ESU é, pois, o Princípio Restaurador do Equilíbrio no Credo Iorubá. Daí as suas representações pouco conhecidas, à fora sua representação fálica, ora fumando cachimbo, simbolizando a absorção e a ingestão, ora tocando flauta, simbolizando a doação e a restituição.

E assim, os ORISIRISI ESU contam corno ele distribui generosamente crescimento e honras, "vomitando-os" após ter ingerido todo tipo de alimentos e bebidas rituais das Oferendas e como há um determinado elemento, o AASAA ou Fumo de rolo picado que infalivelmente provoca essa inusitada transformação, multiplicação e restituição.

Tudo isso ele assim faz em troca de somente três coisas: a coragem do fiel em tentar cumprir seu próprio destino; respeito do fiel aos Fundamentos de Tradição dos Orixás e a oferta de seu EBO ou Oferenda específica que lhe é destinada no seu ritual próprio, o IPADE, cujo literal significado é justamente

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Apostila desenvolvida para fins de estudo acerca dos Exús. Os dados aqui relatados fazem parte de uma pesquisa de instruções de vários autores e são relatadas conforme a visão de quem a desenvolveu. Assim fica claro que todo estudo obedece ao ponto de vista de quem o fez e permite que todas as informações contidas possam ser debatidas, trazendo novas luzes sobre o tema abordado.

Claudio Max Amorim Moreira – Sarasha Caevama.

ato de reunião de apaziguamento e não para pedidos de destruições e vinganças aleatórias, como pensam aqueles que, na verdade, não conhecem a essência do Senhor IMOLE ESU, porque se esqueceram ou não conhecem mais as suas raízes espirituais ancestrais, ou, pior ainda, as renegam!

A oferenda EBO é constituída de elementos materiais muito simples, mas de profundo significado, ao contrário do que se vê "despachado" pelas esquinas de nossas cidades e que quase não guardam relação alguma com o seu significado original:

- OMI (a Água), a Oferenda por excelência, que fertiliza, apazigua e vitaliza tanto o Além quanto a Terra, especialmente se for a OMI ATO (água de chuva), a ÁGUA-SÊMEN DO CÉU!

- EPO (o Azeite de Dendê): símbolo da dinâmica da realização, da descendência, relacionada com o EJE PUPO ou "sangue vermelho" ou essência do Vermelho dos elementos gerados;

- OTIN (bebida destilada branca): vinho de palmeira em áfrica e cachaça no Brasil, relacionada com o EJE FUNFUN ou "sangue branco" ou essência do Branco dos elementos geradores;

- IYEFUN (a farinha): qualquer farinha, a qual é símbolo do EJE DUDU ou sangue preto ou essência do Preto dos elementos gestantes e fecundos, como o AKASA, bolinho de pasta branca de milho deixado de molho, ralado e cozido, envolto na folha africana EWE EKO, no Brasil, substituída pela folha de bananeira.

Eis porque tão poderosa divindade sempre foi e ainda é cultuada e servida antes até que servidos e cultuados sejam os ORIXÁS, em qualquer situação e lugar.

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Apostila desenvolvida para fins de estudo acerca dos Exús. Os dados aqui relatados fazem parte de uma pesquisa de instruções de vários autores e são relatadas conforme a visão de quem a desenvolveu. Assim fica claro que todo estudo obedece ao ponto de vista de quem o fez e permite que todas as informações contidas possam ser debatidas, trazendo novas luzes sobre o tema abordado.

Claudio Max Amorim Moreira – Sarasha Caevama.

Remarquemos a mais que, especificamente no EBO de seu IPADE, IMOLE ESU não recebe sangue animal e sim seu sucedâneo transmudado - o EPO ou Azeite de Dendê.

Assim, sem ferirmos a Tradição Ancestral, podemos afirmar que é um direito da CORRENTE ASTRAL DO AUMBHANDAN - A UMBANDA ESOTÉRICA DO BRASIL - não se utilizar de sacrifícios de sangue, nem mesmo parar preceituar tão poderosa divindade.

Usos e costumes ancestrais de outros povos, legítimos e fundamentados à sua época, podem ser transmudados em novos tempos, como já acontecia mesmo na África, onde os BABALAWOS tinham, a seu critério, o poder de substituir os animais preceituados para oferenda por suas penas, escamas e couros, devendo o valor de mercado do animal a ofertar ser distribuído, em esmolas, entre os carentes de sua comunidade.

Por outro lado, a atuação do IMOLE ESU como Mensageiro dos Orixás para a entrega de oferendas a OLORUN, dificilmente é compatível ou coerente com a sua posterior identificação com o Satã pelos cristãos e muçulmanos.

Tal tentativa de analogia, só se explica por não se encontrar no Credo Iorubá a idéia de diabo ou inferno, como se os entendem em outras religiões não-africanas.

De fato, mesmo face à situação irregular dos suicidas, no pensamento Ioruba, seres carentes de coragem em enfrentar seu próprio destino, os Iorubanos jamais criaram a idéia grosseira de uma eterna punição; para eles, prêmio ou castigo eram provações a serem experimentadas aqui mesmo nesta Terra ou pela falta de retorno à ela.

Assim, a idéia de um EXÚ essencialmente trevoso e mau é uma contrafação sincrética com o diabo medieval católico, forçada e imposta

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