Autos n° 0300724-18.2016.8.24.0036
Ação: Recuperação Judicial/PROC
Autor: Dalila Têxtil Ltda
Vistos, etc.
I – DALILA TÊXTIL LTDA., em 11.2.2016 (data da
protocolização da inicial), formulou pedido de processamento de recuperação
judicial
.Sustenta que
"(...) se encontra em estado de pré-insolvência, sendoinviável o pagamento de suas dívidas nos vencimentos atuais, mesmo considerando que durante anos a Requerente foi uma boa compradora, e passa por momento transitório de dificuldade, o qual pretende superar, de forma que possa garantir a continuidade de sua operação e a preservação de sua função social"
, bem como que
"(...) o estado atual da Requerente não passa de adversidades do momento de transição e adequação que o mercado e as empresas vêm enfrentando, aliás, adversidades estas notoriamente atravessadas pela maioria das empresas privadas de nosso país" (fl. 17).Além do pedido de processamento da recuperação, pleiteia,
liminarmente, a
"(...) suspensão provisória dos protestos sujeitos a efeito doprocessamento, ou seja, os títulos vencidos anteriormente à concessão desta recuperação judicial, com a expedição e ofícios aos respectivos Cartórios Distribuidores e de Protesto, para que se abstenham de tais procedimentos ou façam a respectiva baixa e dos apontamentos junto aos órgãos de proteção ao crédito, tal qual o SERASA, com o envio do respectivo ofício" (fl. 29).
Às fls. 31/228, apresentou procuração, comprovante de
recolhimento das custas iniciais e documentos.
Em despacho exarado às fls. 229/230, determinou-se a emenda
da inicial, com a apresentação de documentos e informações faltantes para
apreciação do pedido de processamento da recuperação judicial, a qual foi
apresentada às fls. 234/328, oportunidade na qual requereu a modificação do valor
da causa para R$ 66.983.104,97 (sessenta e seis milhões, novecentos e oitenta e
três mil, cento e quatro reais e noventa e sete centavos).
todas as irregularidades, o que motivou nova determinação de emenda,
apresentada às fls. 330/371.
Na última emenda, foi formulado pedido para que, havendo o
deferimento da recuperação, seja oficiado ao Banco do Brasil para que seja
procedido o desbloqueio de valores efetuados em conta corrente para viabilizar o
pagamento de funcionários.
II – Para facilitação dos posteriores impulsos processuais, o
pedido de processamento da recuperação judicial e o pedido liminar serão
apreciados separadamente, em itens próprios.
II.a) Processamento da Recuperação Judicial
Segundo dispõe o artigo 47 da Lei n. 11.101/2005,
"A recuperaçãojudicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica" (grifei).
A mesma Lei, em seu artigo 52, estabelece que se forem
atendidos todos os requisitos legais pelo interessado direito na recuperação judicial,
o juiz deferirá o pleito.
Importante registrar que "
Não há, neste momento, enfrentamento damatéria de fundo – o pedido de recuperação judicial –, mas tão somente dos aspectos formais do pedido: requisitos e impedimentos (art. 48) e regular instrução do pedido (art. 51)" (NEGRÃO, Ricardo. Manual de direito comercial e de empresa: recuperação de empresas e falência. Vol. 3. 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012, p. 204)
, ou seja, não há a
efetiva verificação da viabilidade do requerimento, mas tão somente do atendimento
dos pressupostos legais que admitem o processamento da recuperação.
Para que seja possível o deferimento do pedido de
processamento
da
recuperação
judicial,
o
requerente
deve
atender,
cumulativamente, os requisitos dos artigos 48 e 51 da Lei n. 11.101/2005:
"Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial;
III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção
V deste Capítulo;
IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
(...)
Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com: I – a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico-financeira;
II – as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de:
a) balanço patrimonial;
b) demonstração de resultados acumulados;
c) demonstração do resultado desde o último exercício social; d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção;
III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente;
IV – a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento;
V – certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores;
VI – a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor;
VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras;
VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas onde possui filial;
IX – a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados.
Compulsando os documentos acostados às fls. 33/225, 242/328
(emenda) e 335/371 (emenda), verifica-se que a requerente preenche os requisitos
transcritos.
Por essa razão, e sem maiores delongas, o pedido de
processamento da recuperação judicial deve ser deferido.
II.b) Protestos e desbloqueio de valores
A recuperanda pugna pela suspensão dos protestos existentes,
bem como pela baixa dos apontamentos em órgãos de proteção ao crédito
correlatos.
Em que pesem todos os argumentos apresentados, o pedido é
de ser indeferido.
Isso porque, até o momento, apenas houve o deferimento do
processamento do pedido de recuperação judicial, e não a efetiva homologação do
plano.
Apenas com a homologação do plano de recuperação judicial é
que ocorre a novação
(criação de nova obrigação com liberação da obrigação originária)das dívidas da empresa recuperanda, nos termos do artigo 59, caput, da Lei n.
11.101/2005.
Acerca da impossibilidade de atendimento dos pedidos, colaciono
os seguintes julgados:
"DIREITO EMPRESARIAL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. DECISÃO DE PROCESSAMENTO. SUSPENSÃO DAS AÇÕES E EXECUÇÕES.
STAY PERIOD. SUSPENSÃO TEMPORÁRIA DA EXIGIBILIDADE DO
CRÉDITO, MANTIDO O DIREITO MATERIAL DOS CREDORES. INSCRIÇÃO EM CADASTRO DE INADIMPLENTES E TABELIONATO DE PROTESTOS. POSSIBILIDADE. EN. 54 DA JORNADA DE DIREITO COMERCIAL I DO CJF/STJ.
1. Na recuperação judicial, apresentado o pedido por empresa que busca o soerguimento, estando em ordem a petição inicial - com a documentação exigida pelo art. 51 da Lei n. 11.101/2005 -, o juiz deferirá o processamento do pedido (art. 52), iniciando-se em seguida a fase de formação do quadro de credores, com apresentação e habilitação dos créditos.
2. Uma vez deferido o processamento da recuperação, entre outras providências a serem adotadas pelo magistrado, determina-se a suspensão de todas as ações e execuções, nos termos dos arts. 6º e 52, inciso III, da Lei n. 11.101/2005.
3. A razão de ser da norma que determina a pausa momentânea das ações e execuções - stay period - na recuperação judicial é a de
permitir que o devedor em crise consiga negociar, de forma conjunta, com todos os credores (plano de recuperação) e, ao mesmo tempo, preservar o patrimônio do empreendimento, o qual se verá liberto, por um lapso de tempo, de eventuais constrições de bens imprescindíveis à continuidade da atividade empresarial, impedindo o seu fatiamento, além de afastar o risco da falência.
4. Nessa fase processual ainda não se alcança, no plano material, o direito creditório propriamente dito, que ficará indene - havendo apenas a suspensão temporária de sua exigibilidade - até que se ultrapasse o termo legal (§ 4° do art. 6°) ou que se dê posterior decisão do juízo concedendo a recuperação ou decretando a falência (com a rejeição do plano).
5. Como o deferimento do processamento da recuperação judicial não atinge o direito material dos credores, não há falar em exclusão dos débitos, devendo ser mantidos, por conseguinte, os registros do nome do devedor nos bancos de dados e cadastros dos órgãos de proteção ao crédito, assim como nos tabelionatos de protestos. Também foi essa a conclusão adotada no Enunciado 54 da Jornada de Direito Comercial I do CJF/STJ.
6. Recurso especial não provido" (STJ, REsp 1374259/MT, Rel.
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 02/06/2015, DJe 18/06/2015). Grifei.
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
PROCESSAMENTO DO PEDIDO. CONTEÚDO DECISÓRIO.
PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. CANCELAMENTO
DE PROTESTOS E INSCRIÇÕES EXISTENTES ATÉ O
DEFERIMENTO DO PROCESSAMENTO. DESCABIMENTO.
MANUTENÇÃO DA POSSE DOS BENS.
PRELIMINARES REJEITADAS. CASO CONCRETO. (...) 4.
Possibilidade de manutenção dos protestos e inscrições existentes contra as recuperandas até a data do deferimento do processamento da recuperação judicial, pois este não alcança o direito material dos credores. 5. Entendimento aplicável também aos garantidores dos débitos das recuperandas, pois não são atingidos pelo benefício, aplicável somente ao devedor principal. Aplicação do artigo 49, §1º, da Lei n.º 11.101/2005. 6. Manutenção da posse dos bens móveis e imóveis durante o período da recuperação. Possibilidade. Observância ao princípio da preservação da empresa e manutenção da atividade produtiva (art. 47 da Lei n. 11.101/05). 7. Acesso aos documentos contábeis que instruem o pedido. Recurso prejudicado, no ponto, ante a reconsideração por parte do juízo a quo PRELIMINARES REJEITADAS. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO" (TJRS, Agravo
de Instrumento Nº 70064712904, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Isabel Dias Almeida, Julgado em 26/08/2015). Grifei.
PROTESTO - AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA APROVAÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL- FUMUS BONIS JÚRIS - AFASTADO. Para que haja a sustação de protesto de empresas que estão em recuperação judicial é necessária a comprovação de que o referido plano foi aprovado e homologado, sendo este o fumus bonis júris capaz de embasar medidas cautelares de
sustação de protesto" (TJMG, Apelação Cível
1.0079.12.069145-0/002, Relator(a): Des.(a) Otávio Portes , 16ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 23/09/2015, publicação da súmula em 02/10/2015). Grifei.
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
SUSPENSÃO DOS EFEITOS DOS PROTESTOS E RETIRADA DE RESTRIÇÕES DE ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO ANTES
DE HOMOLOGADO O PLANO DE RECUPERAÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE. NOVAÇÃO DAS DÍVIDAS QUE OCORRE
SOMENTE APÓS A HOMOLOGAÇÃO DO PLANO DE
RECUPERAÇÃO. PRECEDENTES DESTA CORTE E DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. '[...] a primeira parte do art. 59 da Lei nº 11.101/05 estabelece que o plano de recuperação judicial implica novação dos créditos anteriores ao pedido. [...] 4. Diante disso, uma vez homologado o plano de recuperação judicial, os órgãos competentes devem ser oficiados a providenciar a baixa dos protestos e a retirada, dos cadastros de inadimplentes, do nome da recuperanda e dos seus sócios, por débitos sujeitos ao referido plano, com a ressalva expressa de que essa providência será adotada sob a condição resolutiva de a devedora cumprir todas as obrigações previstas no acordo de recuperação 5. Recurso especial provido. [...] (STJ. REsp 1260301/DF, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgado em 14/08/2012, DJe 21/08/2012)'. TODAVIA, NO CASO CONCRETO O PLANO DE RECUPERAÇÃO FOI HOMOLOGADO NO CURSO DO AGRAVO. IMPEDIMENTO PARA DEFERIMENTO DA SÚPLICA SUPERADO. CONCESSÃO DO PEDIDO E MANUTENÇÃO
DA LIMINAR DEFERIDA NESTA INSTÂNCIA, MAS POR
FUNDAMENTO DIVERSO. PARTICIPAÇÃO DA AGRAVANTE EM PROCESSOS LICITATÓRIOS. DISPENSA DA CERTIDÃO NEGATIVA
DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL. IMPOSSIBILIDADE. PARA
CONTRATAÇÃO COM O PODER PÚBLICO. DECISÃO AGRAVADA AMPARADA PELO ART. 52, II, DA LEI N. 11.101/05. CERTIDÃO EXIGIDA PELO ART. 31, II, DA LEI N. 8.666/93. DECISÃO MANTIDA NESTE PONTO. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO" (TJSC, Agravo de Instrumento n. 2012.084749-8, de
Blumenau, rel. Des. Cinthia Beatriz da Silva Bittencourt Schaefer, j. 12-03-2015). Grifei.
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL. ENTREGA DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL. DIES A QUO. DATA DA PUBLICAÇÃO DO EDITAL DE DEFERIMENTO DO PROCESSAMENTO. INCIDÊNCIA DOS ARTS. 52, § 1º, I, E 53,
CAPUT, DA LEI N. 11.101/05. SUSPENSÃO DOS EFEITOS DOS PROTESTOS. NÃO ACOLHIMENTO. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL, BEM COMO A NOVAÇÃO DAS DÍVIDAS SÓ ACONTECERÁ APÓS A HOMOLOGAÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO. A PARTIR DAÍ SE PODERÁ FALAR EM ACOLHIMENTO DA PROVIDÊNCIA ALMEJADA. Recurso conhecido e provido em parte"
(TJSC, Agravo de Instrumento n. 2014.006662-3, de Blumenau, rel. Des. Guilherme Nunes Born, j. 12-02-2015). Grifei.
O protesto, conforme conceituação da própria Lei n. 9.492/1997,
"é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de dívida".Impedir a manutenção e divulgação dos protestos já efetuados
esvazia um dos objetivos do instituto, que é justamente cientificar possíveis
credores da situação financeira de quem sofreu o protesto.
Ainda que o presente feito possua o precípuo fim de superação
da crise econômico-financeira da recuperanda, tal fato não pode impedir que os
possíveis credores desta se utilizem de meios para buscar informações acerca da
sua saúde financeira, o que ocasionaria, até mesmo, deslealdade nas negociações
e possibilitaria a sujeição das próprias finanças em risco.
Assim, também nos termos do Enunciado n. 54 da I Jornada de
Direito Comercial do Conselho da Justiça Federal
(O deferimento do processamento darecuperação judicial não enseja o cancelamento da negativação do nome do devedor nos órgãos de proteção ao crédito e nos tabelionatos de protestos),
o pleito não deve ser
atendido.
Por esses mesmos fundamentos, inviável a expedição de ofício
ao Banco do Brasil para liberação de valores bloqueados, até mesmo porque a
recuperanda sequer comprovou a ocorrência da constrição.
II.c) Valor da causa
Em manifestação às fls. 234/241, a recuperanda requereu a
alteração do valor da causa e a dispensa do recolhimento de custas
complementares.
De acordo com a nova somatória realizada dos débitos da
recuperanda em relação aos credores sujeitos ao plano de recuperação judicial, o
valor da causa deve ser adequado ao montante de R$ 66.983.104,97 (sessenta e
seis milhões, novecentos e oitenta e três mil, cento e quatro reais e noventa e sete
centavos).
complementares, tendo em vista que a base de cálculo das recolhidas, supera o
montante ora indicado (fls. 227/228).
III – Ante o exposto:
a) RECEBO a emenda à inicial de fls. 330/371.
b) Com fundamento no artigo 52 da Lei n. 11.101/2005, DEFIRO
o processamento da recuperação judicial de DALILA TÊXTIL LTDA., devendo
esta apresentar o plano de recuperação no prazo de 60 (sessenta) dias (artigos 53
e 54 da Lei n. 11.101/2005).
c) NOMEIO como Administrador Judicial a sociedade INNOVARE
- ADMINISTRADORA EM RECUPERAÇÃO E FALÊNCIA SS - ME, representada
por MAURICIO COLLE DE FIGUEIREDO e FLÁVIO CARLOS, situada na Rua
Travessa Germano Magrin, n. 100, sala 407, Edifício Parthenon, bairro Centro,
Município de Criciúma, CEP 88.801-500, telefones (48) 3433-8982, (48) 9975-7977
e (48) 9978-3115, que deverá ser intimada para assinar o termo de compromisso no
prazo de 24 (vinte e quatro) horas, sob pena de substituição (artigo 33 e 34 da Lei
n. 11.101/2005).
Os
credores
poderão
acessar
o
sítio
www.innovareadministradora.com.br para demais informações.
d) ARBITRO, desde já, a remuneração inicial e mensal do
Administrador Judicial em R$ 10.000,00 (dez mil reais), para pagamento das
despesas iniciais com o múnus, que deverá ser depositada diretamente em conta
bancária de sua titularidade, a ser informada diretamente à recuperanda, até o 10º
(décimo) dia de cada mês.
A remuneração definitiva será fixada ao final, da qual serão
abatidos os valores já pagos, com fundamento no artigo 24 da Lei n. 11.101/2005,
quando será possível melhor avaliar a complexidade do trabalho a ser
desempenhado, bem como a própria qualidade dos atos praticados pela
Administradora.
e) DISPENSO, por ora, a recuperanda da apresentação de
certidões negativas de débitos para que possa continuar a exercer suas atividades,
exceto para contratação com o Poder Público ou para recebimento de benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, fazendo constar em todos os atos, contratos e
documentos firmados a expressão "em Recuperação Judicial" após o nome
empresarial (artigos 52, inciso II, e 69, da Lei n. 11.101/2005).
f) Nos termos do artigo 52, inciso III, da Lei n. 11.101/2005,
SUSPENDO a prescrição e o processamento de todas as ações e execuções
ajuizadas contra a empresa recuperanda, permanecendo os respectivos autos no
juízo onde se processam, exceto as ações com quantia ilíquida já em andamento
(artigo 6º, § 1º, da Lei n. 11.101/2005), ações trabalhistas (artigo 6º, § 2º, da Lei n.
11.101/2005) e execuções de natureza fiscal (artigo 6º, § 7º, da Lei n. 11.101/2005),
além das ações relativas a créditos excetuados pelo artigo 49, § 3º (proprietário
fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou
promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de
irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de
proprietário em contrato de venda com reserva de domínio) e § 4º (adiantamento a
contrato de câmbio para exportação), todos da Lei n. 11.101/2005.
A suspensão fica limitada ao prazo improrrogável de 180
(cento e oitenta) dias, restabelecendo-se, após esse prazo, o direito de
continuidade da tramitação dos referidos feitos, independentemente de novo
pronunciamento judicial (artigo 6º, § 4º, da Lei n. 11.101/2005).
A comunicação da suspensão aos Juízos onde tramitam as
ações mencionadas é de responsabilidade da recuperanda (artigo 52, § 3º).
g) DETERMINO à recuperanda a apresentação de contas
demonstrativas mensais enquanto perdurar a recuperação judicial, sob pena de
destituição de seus administradores (artigo 52, inciso IV, da Lei n. 11.101/2005).
A fim de não conturbar o processamento da própria recuperação,
PROCEDA-SE a criação de incidente específico para apresentação das contas, que
deverá permanecer apensado a este feito.
h) COMUNIQUEM-SE às Fazendas Públicas Federal, Estadual e
Municipal (Jaraguá do Sul e Presidente Getúlio), pela via postal, o deferimento do
processamento da recuperação, e INTIME-SE o representante do Ministério Público
(artigo 52, inciso V, da Lei n. 11.101/2005).
i) EXPEÇA-SE o edital a que se refere o artigo 52, § 1º, da Lei n.
11.101/2005, com a advertência aos credores de que terão o prazo de 15 (quinze)
dias para apresentar, diretamente ao Administrador Judicial, pelo sítio
www.innovareadministradora.com.br, suas habilitações ou suas divergências
quanto aos créditos relacionados (artigo 7º, § 1º, da Lei n. 11.101/2005).
j) OFICIE-SE à Junta Comercial para que inclua nos registros da
recuperanda a observação "em Recuperação Judicial" (artigo 69, parágrafo único,
da Lei n. 11.101/2005).
IV – INDEFIRO o pedido liminar para suspensão dos protestos
existentes e liberação de valores bloqueados.
efetivado em gabinete.
Intimem-se. Cumpra-se.
Jaraguá do Sul (SC), 03 de março de 2016.
Candida Inês Zoellner Brugnoli
Juíza de Direito
Documento assinado digitalmente Lei n. 11.419/2006, art. 1º, § 2º, III