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27 de outubro de 2009

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(1)

Processo

26/05.8TBPVZ-B.P1

Data do documento

27 de outubro de 2009

Relator

Ana Lucinda Cabral

TRIBUNAL DA RELAÇÃO DO PORTO | CÍVEL

Acórdão

DESCRITORES

Impugnação pauliana > Má fé

SUMÁRIO

I - A lei exige a par dos requisitos gerais, ainda, um outro - o de má fé -, quando o acto a impugnar seja oneroso.

II - O acto oneroso só está sujeito a impugnação pauliana, de acordo com o artigo 612°, se o devedor e o terceiro tiverem agido de má-fé, entendida esta como a “consciência do prejuízo que o acto causa ao credor”.

III - A má fé não exige o animus nocendi, isto é, não reclama que o devedor e o terceiro, ao realizarem o acto, tenham procedido com o intuíto de prejudicar o credor.

IV - O devedor e o terceiro podem ter actuado com diferente intenção ou objectivo e, ainda assim, com perfeita consciência do prejuízo que vão causar aos credores.

TEXTO INTEGRAL

Proc. nº 26/05.8TBPVZ-B.P1 - Apelação

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Acordam no Tribunal da Relação do Porto

I – Relatório.

Por apenso aos autos de acção executiva, instaurados por B………., Lda. com sede na Rua ………., nº .., Póvoa de Varzim, contra – C………., com sede na Rua ………., nº …- Açores, veio – D………., divorciada, residente no ………., nº ., ………., …. - Angra do Heroísmo, deduzir os presentes embargos de terceiro, peticionando se declare a existência e titularidade da posse e propriedade da embargante sobre o prédio urbano composto de casa de moradia sito no ………., freguesia de ………., concelho de Angra do Heroísmo, inscrito no artigo 391º da respectiva matriz e descrito com o nº 103-A daquela freguesia na Conservatória do Registo Predial de Angra do Heroísmo, mediante escritura pública lavrada a fls. 144 a fls. 146 do Livro 12-A de notas para escrituras diversas do Cartório Notarial de ………. do notário – E………., dando-se sem efeito a penhora do mesmo, ordenando-se o cancelamento do respectivo registo, com as legais consequências.

Alega que depois de ter indagado junto da Conservatória do Registo Predial de Angra do Heroísmo, a embargante foi então informada da penhora do referido imóvel ocorrida em 29.06.2007, com registo dessa data, sendo apanhada em completa surpresa. Com efeito, desde 22 de Junho de 2007, a embargante adquiriu por adjudicação em partilha o citado imóvel e desde então está na posse do mesmo, à vista de toda a gente, sem oposição de ninguém e na convicção de exercer um direito de propriedade.

A penhora ofende o seu direito de propriedade devendo ser levantada.

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Janeiro de 2008, sendo ordenada a suspensão da execução.

Regularmente citada, contestou a embargada- B………., Lda a petição, invocando que a embargante era casada com F………., no regime da comunhão de adquiridos, sendo o imóvel aqui em causa bem comum do casal.

O imóvel foi objecto de penhora por divida a C………. à embargada, para garantia da quantia exequenda no valor de 22.615,907€, tendo a penhora sido registada como F1 em 10 de Julho de 2006, ou seja, antes da dissolução do casamento que ocorreu em, 27.12. 20096.

Posteriormente, foi efectuada uma nova penhora, conforme consta na certidão predial junta aos autos como F3 em 29.06. 2007, para garantia do valor acima referido.

Em 27.12.2006 divorciaram-se por mútuo consentimento na Conservatória do Registo Civil de Angra do Heroísmo e foi realizada a escritura de partilha em 22.06.2007, na qual foi adjudicado à embargante o referido bem.

Para a escritura de partilha foi junta certidão predial onde já constava essa penhora efectuada no dia 10 de Julho de 2006, conforme certidão já junta aos autos do processo executivo.

A embargante denota a intenção da executada de se querer eximir ao pagamento da dívida em causa não pagando o valor da penhora e consequentemente frustrando as garantias de pagamento à embargada.

Essa adjudicação implicou uma diminuição da garantia patrimonial tendo sido efectuada para evitar que à ora embargada fosse possível a restituição da quantia em dívida.

O crédito é anterior ao acto e resulta deste a impossibilidade para o credor de obter a satisfação do seu crédito, razão porque os dois ex-cônjuges agiram de ma fé para com a embargada.

Conclui pedindo se julguem os embargos improcedentes por não provados e consequentemente, restituído o imóvel ao património da executada.

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Replicou a embargante como se infere do seu douto articulado junto a fls. 44 dos autos.

Procedeu-se, oportunamente, à audiência de julgamento com a observância das formalidades legais, como decorre da acta.

Foi proferida sentença a julgar provados e procedentes os embargos de terceiro e, consequentemente, ordenando o levantamento da penhora do prédio urbano supra descrito.

Inconformada a embargada interpôs recurso, concluindo:

1º A aquisição do prédio urbano composto de casa de moradia, sita no ………. freguesia de ………., concelho de Angra do Heroísmo, inscrito no artigo 391° da respectiva matriz e descrito na Conservatória do registo Predial de Angra do heroísmo com o nº 103-A daquela freguesia encontra-se inscrito nessa Conservatória pela cota G-3 desde 24/9/90, por compra, a favor do embargado F………., casado com a embargante D………. .

2ºA D………. havia contraído casamento com F………. (que adoptou também o apelido D1……….) no dia 29 de Dezembro de 1984, sem convenção antenupcial, tendo este casamento sido dissolvido por divórcio por decisão proferida e transitada em 27 de Dezembro de 2006

3°O imóvel acima identificado foi objecto de penhora por divida do executado à embargada, para garantia do pagamento da quantia exequenda no valor de € 22.615,90, tendo a penhora sido registada com a cota – F1 em 10 de Julho de 2006, ou seja, antes da dissolução do casamento.

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4º Mediante escritura pública de partilha por divórcio. Lavrada a fls.- 144 a 146 do livro 12-A de notas para escrituras diversas do Cartório Notarial de ………. do Notário E………., outorgada em 22/8/2007, a embargante adquiriu por adjudicação o já identificado prédio.

5º Na escritura de partilha foi junta certidão predial do prédio onde constava a existência da penhora efectuada no dia 10 de Julho de 2006.

6º À data da escritura de partilha por divórcio, a embargante sabia da existência de várias dívidas do estabelecimento comercial do seu ex-marido, bem como da divida à embargada e da existência da penhora pois a mesma constava na certidão do Registo Predial.

7º O oficial público que lê a escritura, adverte os outorgantes dos ónus e encargos que oneram o prédio.

8º A embargante e seu ex-marido, ao acordarem na adjudicação do imóvel à primeira, sabiam que com esse facto estariam a diminuir as possibilidades que a embargada teria em obter o pagamento do seu crédito.

9º O Tribunal ”a quo” considerou que a embargada apenas teve conhecimento da penhora da penhora, em 24/12/2007, ao indagar pessoalmente na Conservatória do Registo Predial de Angra do Heroísmo com base no testemunho de G………. .

10º O artigo 394° nº 1 do C. Civil prescreve que é inadmissível a prova por testemunhas, se tiver por objecto quaisquer convenções contrárias ou adicionais ao conteúdo do documento autêntico mencionados nos artigos 373°

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a 379° do C.C. O Professor Manuel de Andrade, in Ensaio sobre a Teoria da interpretação das Leis, 2ª' ed, pág. 28, explica que “A letra do nº 1 do artigo 394º é tão explícita e categórica que não pode exprimir, nem sequer de modo imperfeito ou constrangido, outro pensamento legislativo que não seja o da proibição absoluta da prova testemunhal, se tiver por objecto convenções contrárias ao conteúdo de documentos autênticos ou particulares, em ordem a defender o conteúdo desse documento (o seu caráter verdadeiro ou integral) contra os perigos da precária prova testemunhal”.

11°Assim sendo, o Tribunal “a quo” ao considerar que a recorrida apenas teve conhecimento efectivo da penhora em 20/12/2007 ao indagar pessoalmente na Conservatória do Registo Predial de Angra do Heroísmo, com base no testemunho de G………. é legalmente inadmissível, devendo considerar-se como não escrito, o que implicará uma decisão diversa daquela que foi proferida pelo Mmo Juiz “a quo”, pois o decidido neste ponto vai contra o documento autêntico. O testemunho de G………. nunca poderia ser admitido e o tribunal “a quo” ao fazê-lo violou claramente o disposto nos artigos 394° e 395° do C. Civil, o que justifica a anulação da decisão ora recorrida, substituindo-se por outra que julgue improcedentes os embargos de terceiro.

12º O Tribunal “a quo” deu como Provado que a adjudicação do imóvel à recorrida faz diminuir as garantias patrimoniais da recorrente em obter da recorrente a restituição da quantia cujo pagamento era exercido no processo executivo.

13ºA impugnação pauliana consiste no faculdade que a lei concede aos credores de atacarem judicialmente certos actos válidos ou mesmo nulos celebrados pelos devedores em seu prejuízo art. 610º do C. Civil.

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14º Nos termos desta disposição legal e art 612°, esse impugnação depende da verificação simultânea destes requisitos:

- a existência de determinado crédito:

- que esse crédito seja anterior à celebração do acto ou, sendo posterior, tenha sido o acto realizado dolosamente visando impedir a satisfação do direito do futuro credor,

- resultar do acto a impossibilidade para o credor de obter a satisfação plena do seu crédito ou o agravamento dessa impossibilidade;

- que tenha havida má fé, tanto da parte do devedor como do terceiro, tratando-se de acto oneroso, entendendo-se por má fé a consciência do prejuízo que o acto causa ao credor e a má fé exigível (psicológico ou subjectivo) há-de traduzir-se numa actuação com conhecimento da verificação de prejuízo decorrente do acto impugnado (A. Varela, ín “Das Obrigações em Geral, Vol. II, 7.ª ed., pag.r. 452), correspondendo à representação pelo agente do resultado danoso, apurada no momento da celebração do acto.

15° Não se tornará necessário, havendo consciência do prejuízo que o acto poderá causar, que o agente esteja convencido de que tal prejuízo se irá produzir, bastando apenas que o admita com possível ou mesmo que confie levianamente que o mesmo não venha a verificar-se, o que equivale a considerar que a má fé abrange não só o dolo, em qualquer das suas modalidades, como a negligência consciente v., neste sentido, Almeida Costa, in RLJ, ano 127, págs 274 a 278, bem assim Teles de Menezes in Garantia das Obrigações, págs. 92 a 93 e Cura Mariano, in “Impugnação Pauliana”, págs. 191 a 193.

16º Tendo presente os contornos em que releva a má fé, como requisito específico da impugnação de actos onerosos, afigura-se-nos que o quadro factual acima descrito configura com nitidez o preenchimento de tal

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pressuposto, quanto é certo que a embargante e executado, ao realizarem a mencionada escritura de partilha, tinham perfeito conhecimento de, através

dessa via, estarem a inviabilizar a cobrança do crédito da

embargante/exequente e assim causarem à mesma um prejuízo equivalente ao valor desse crédito – V. Pontos XIV e XV da matéria de facto dada como provada pelo tribunal “a quo”;

17º Assim sendo, não restam dúvidas que estão preenchidos todos os requisitos previstos no artigo 610° do C.-C. e deve considerar-se procedente a excepção da impugnação pauliana

A recorrida apresentou contra-alegações, onde sintetiza:

1. O registo da penhora foi cancelado, por caducidade, em 05.03.2007, sendo essa a situação existente em 22.06.2007, data da celebração da escritura pública de partilha.

2. Contrariamente ao pretendido pela recorrente, nunca a embargante poderia ter tomado conhecimento, através da certidão predial junta à escritura de partilha, de uma penhora no âmbito de um processo em que não era sujeito e cujo registo se encontrava cancelado por caducidade.

3. Ainda que assim não fosse, a sentença. nunca teria posto em crise o n° 1 do art. 394° do C.C, porque este preceito apenas impede a prova testemunhal que tiver por objecto quaisquer convenções cortrárias ou adicionais ao conteúdo de um documento autêntico,

4. art. 394°, n° 1, do CC, apenas impede a produção de prova testemunhal em relação ao conteúdo dos documentos visados e na parte abrangida pela sua

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eficácia probatária, o que não é manifestamente o caso.

5. A sentença recorrida não violou o art. 394°, n° 1, do CC.

6. Por outro lado, provou-se apenas que a adjudicação fez diminuir as garantias patrimoniais da embargada (factos provados, XIII) e que a embargante e o ex-marido sabiam que a partilha faria diminuir as possibilidades da credora obter o respectivo pagamento (factos provados, XIV).

7. Fazer diminuir as garantias patrimoniais da embargada não significa, nem implica, impossibilitar a satisfação integral do seu crédito; fazer diminuir as possibilidades da credora obter o respectivo pagamento não significa, nem implica, impossibilitar a satisfação integral do seu crédito.

8. Não se provou que o acto impugnado tivesse causado a impossibilidade, para a embargada, de satisfazer integralmente o seu crédito.

9. Provou-se, pelo contrário, que, em Junho de 2007, o devedor era titular de um estabelecimento comercial com bens, cujo valor no entanto não se apurou (factos provados, XVI).

10. Falta, no caso, o requisito da impossibilidade, exigido pelo art. 610° doC. C. preceito que a sentença não violou.

11. Acresce que não se provou que a embargante tivesse consciência de causar um prejuízo à embargada quando celebrou a. escritura pública de partilha.

12. Apenas se provou que a embargante sabia que a partilha fazia diminuir as possibilidades de a embargada receber o seu pagamento, não se tendo provado

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- nem sequer alegado - que soubesse que esse acto implicaria a impossibilidade de a embargada receber tal pagamento.

13. Provou-se, ao invés, que a embargante foi informada pelo ex-marido, aguando da adjudicação, de que ele pagaria as dívidas do estabelecimento comercial, entre as quais figurava a divida exequenda (factos provados, XV).

1.4.A embargante actuou, no legítimo convencimento de que,

independentemente da partilha, a embargada veria o seu crédito satisfeito.

15. Nada nos autos permite concluir que, ao efectuar a partilha com o ex-marido, a. embargante tenha agido de má Fê.

16. Falta, no caso, o requisito da má fé, exigido pelo art. 612° do CC, preceito que a sentença não violou.

17. A sentença não merece qualquer censura, pelo que o recurso deve ser julgado improcedente.

Colhidos os vistos cumpre decidir.

Nos termos das disposições conjugadas dos artºs 684º, nº 3 e 690º do CPC, na redacção anterior à do DL nº 303/2007, de 24/8, são as conclusões do recurso delimitam o objecto do mesmo e, consequentemente, os poderes de cognição deste tribunal.

Assim, tendo em vista esta imposição legal, as questões a dirimir são:

- se foi violado o disposto no artigo 394° nº 1 do C. Civil, o qual prescreve que é inadmissível a prova por testemunhas, se tiver por objecto quaisquer convenções contrárias ou adicionais ao conteúdo do documento autêntico

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mencionadas nos artigos 373°a 379° do C.C;

- se, se verificam, no caso, todos os requisitos previstos no artigo 610° do C.Civil, devendo considerar-se procedente a excepção da impugnação pauliana

II – Fundamentação 1. Factos

O tribunal recorrido deu como provados os seguintes factos:

I - Em 06.1.2005, a ora embargada B………., Lda. moveu uma acção declarativa de condenação contra o ora embargado F………., a qual, por sentença proferida em 23.05.2005, e transitada em julgado em Junho de 2005, foi julgada totalmente procedente, sendo F………. condenado a pagar à sociedade B………., Lda. a quantia de 21.790,65 euros, acrescida de juros moratórios (cfr. al. A); II.- Em 14 de Junho de 2005, B………., Lda. moveu contra F………. a acção executiva à qual os presentes autos de embargos de terceiro se encontram apensados, para pagamento da quantia certa titulada pela sentença judicial referida em A)- cfr. al. B).

III.- No âmbito da execução acima referida, foi penhorado em 10.07.2006, o prédio urbano composto de casa de moradia, sito no………., freguesia de P………., concelho de Angra do Heroísmo, inscrito no artigo 391º da respectiva matriz e descrito na Conservatória do Registo Predial de Angra do Heroísmo com o nº 103-A daquela freguesia (cfr. al. C).

IV.- A penhora referida em C) foi registada na Conservatória do Registo Predial de Angra de Heroísmo pela cota – F-1 de 10.07.2006, com a menção de provisoriedade por dúvidas, sendo depois cancelada, por caducidade cuja verificação foi anotada no registo em 5.03.2007 (cfr. al. D).

V.- No âmbito da mesma execução, o prédio melhor identificado em C) viria a ser penhorado em 29.06.2007, data em que esta penhora foi registada de forma definitiva na Conservatória do Registo Predial de Angra de Heroísmo pela

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cota F-3 (cfr. al. E).

VI.- A aquisição do prédio urbano composto de casa de moradia, sito no ………., freguesia de ………., concelho de Angra de Heroísmo, inscrito no artigo 391º da respectiva matriz e descrito na Conservatória do Registo Predial de Angra de Heroísmo com o nº 103-A daquela freguesia encontrava-se inscrita nesta Conservatória pela cota- G-3 desde 24.09.1990, por compra, a favor do ora embargado F………., casado com a ora embargante D………. (cfr. al. F).

VII.- D………. havia contraído casamento com F……….. (que adoptou também o apelido”D1……….”) sem convenção antenupcial, tendo este casamento sido dissolvido por divórcio decretado por decisão proferido e transitado em 27 de Dezembro de 2006, pela Conservatória do Registo Civil de Angra do Heroísmo (cfr. al. G).

VIII.- Mediante escritura pública de partilha parcial por divórcio, lavrada de fls. 144 a fls. 146 do Livro 12-A de notas para escrituras diversas do Cartório Notarial de ………. do notário E………., outorgada em 22.06.2007, a embargante adquiriu por adjudicação o prédio urbano melhor identificado em C)- al. H). IX.- A aquisição a favor da embargante que se encontra referida em H) foi inscrita na Conservatória do Registo Predial de Angra do Heroísmo em 26.11. 2007 pela cota- G-4 (cfr. al. I).

X.- A embargante teve conhecimento efectivo da penhora referida em E) dos factos assentes, bem como do processo executivo referido em B) dos factos assentes, em 20.12.2007, ao indagar pessoalmente na Conservatória do Registo Predial de Angra do Heroísmo (cfr.resposta ao quesito 1).

XI.- Desde a partilha efectuada em 22.06.2007, a embargante habita ininterruptamente o mencionado prédio, à vista de todos, sem oposição de ninguém e na convicção de exercer sobre ele a plenitude do direito de propriedade (cfr. resposta ao quesito 2).

XII- À data da escritura de partilha por divórcio referida em H) dos factos assentes, a embargante sabia da existência de várias dívidas do

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estabelecimento comercial adjudicado ao seu ex-marido (cfr. resposta ao quesito 3).

XIII.- A adjudicação referida em H) dos factos assentes fez diminuir as garantias patrimoniais da sociedade B………., Lda. em obter a restituição da quantia cujo pagamento coercivo era exercido no processo executivo referido em B) dos factos assentes (cfr. resposta ao quesito 4).

XIV.- D………. e F………. ao acordarem na adjudicação referida em H) dos factos assentes sabiam que esse acto faria diminuir as possibilidades da sociedade B……….., Lda obter o pagamento da quantia que reclamava no processo executivo referido em B) dos factos assentes (cfr. resposta ao quesito 5).

XV.-A embargante, aquando da adjudicação referida em H) dos factos assentes, foi informada pelo ex-marido de que ele pagaria as dívidas do estabelecimento comercial (cfr. resposta ao quesito 6).

XVI.- Em Junho de 2007, F………. era titular de um estabelecimento comercial com bens cujo valor aqui não foi concretamente apurado (cfr. resposta ao quesito 7).

2. Factos versus Direito

Dispõe o art. 351.º do Código de Processo Civil, após a Reforma do Código de Processo Civil de 1995/96:

“1– Se qualquer acto, judicialmente ordenado, de apreensão ou entrega de bens ofender a posse ou qualquer direito incompatível com a realização ou o âmbito da diligência, de que seja titular quem não é parte na causa, pode o lesado fazê-lo valer, deduzindo embargos de terceiro.

2 – Não é admitida a dedução de embargos de terceiro relativamente à apreensão de bens realizada no processo especial de recuperação da empresa e de falência.”

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Com essa reforma, foram eliminadas as acções possessórias do conjunto dos processos especiais e foi ampliado o âmbito dos embargos de terceiro, desligados, agora, exclusivamente, da defesa da posse ameaçada ou ofendida por diligência processual ordenada judicialmente (excepto a apreensão em processo de falência), sendo-lhes conferido um âmbito mais lato (é, até, considerado um incidente de intervenção de terceiros), tornando possível a sua aplicação para reagir a penhora, ou a quaisquer actos incompatíveis com a diligência ordenada judicialmente, que possam afectar direitos de quem não é parte no processo executivo, o mesmo é dizer, de quem seja terceiro, relativamente a tal processo.

Diz AMÂNCIO FERREIRA (Curso de Processo de Execução, 4.ª edição, p. 233): “Hoje, os embargos de terceiro não se apresentam, no sistema da lei processual, como um meio possessório, mas antes como um incidente da instância, como uma verdadeira subespécie da oposição espontânea, sob a denominação de oposição mediante embargos de terceiro (arts. 351.º e segs.). E assim, como é do conceito de oposição (art. 342.º, n.º1), encontramo-nos perante um incidente que permite a um terceiro intervir numa causa para fazer valer, no confronto de ambas as partes, um direito próprio, total ou parcialmente incompatível com as pretensões por aquelas deduzidas”.

MIGUEL MESQUITA, (Apreensão de Bens em Processo Executivo e Oposição de Terceiro, p. 95) acerca dos embargos de terceiro adianta:

“...Podem ser deduzidos com dois fundamentos: ou o terceiro alega e prova que é possuidor, beneficiando de presunção da titularidade do direito nos termos do qual possui, ou alega e prova ser titular do direito incompatível com a execução em curso (com a realização ou com o âmbito da diligência executiva”). Este alargamento dos embargos, que os torna um meio não estritamente possessório, é totalmente acertado, porque admite a tutela de situações que, de outro modo, seria muito difícil, se não impossível, conseguir”.

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p. 228, nota 18., embora aludindo à “posse incompatível com a penhora” – expressão que torna mais lata a admissão de embargos de terceiro, não os restringindo aos casos em que haja ofensa da posse, regime que era o Código de Processo Civil revisto, antes entende que tal posse é em primeiro lugar, aquela que sendo, exercida em nome próprio, constitui presunção de titularidade dum direito incompatível: enquanto esta presunção não for ilidida, mediante a demonstração de que o direito de fundo radica no executado, o possuidor em nome próprio é admitido a embargar de terceiro.”

No caso, a embargante tem de alegar e provar a sua qualidade de terceiro, a sua posse anterior e a lesão ou possibilidade de lesão desta.

A embargante é terceiro porque não teve intervenção no acto jurídico de que emanou a diligência judicial e não representa quem foi condenado no processo ou quem no acto se obrigou.

A posse tem que ser integrada por um elemento material (o corpus) e um elemento intencional (o animus).

Ressalta do probatório que no âmbito da execução em causa, foi penhorado em 10.07.2006, o prédio urbano composto de casa de moradia, sito no ………., freguesia de ………., concelho de Angra do Heroísmo, inscrito no artigo 391º da respectiva matriz e descrito na Conservatória do Registo Predial de Angra do Heroísmo com o nº 103-A daquela freguesia,

Esta penhora foi registada na Conservatória do Registo Predial de Angra de Heroísmo pela cota – F-1 de 10.07.2006, com a menção de provisoriedade por dúvidas, sendo depois cancelada, por caducidade cuja verificação foi anotada no registo em 5.03.2007.

Nesta mesma execução, o dito prédio veio a ser de novo penhorado em 29.06.2007, data em que esta penhora foi registada de forma definitiva na Conservatória do Registo Predial de Angra de Heroísmo pela cota F3.

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também o apelido”D1……….”) sem convenção antenupcial, tendo este casamento sido dissolvido por divórcio decretado por decisão proferido e transitado em 27 de Dezembro de 2006, pela Conservatória do Registo Civil de Angra do Heroísmo

Mediante escritura pública de partilha parcial por divórcio, lavrada de fls. 144 a fls. 146 do Livro 12-A de notas para escrituras diversas do Cartório Notarial de ………. do notário E………., outorgada em 22.06.2007, a embargante adquiriu, por adjudicação, o prédio urbano em apreço.

A aquisição a favor da embargante que se encontra referida em H) foi inscrita na Conservatória do Registo Predial de Angra do Heroísmo em 26.11. 2007 pela cota- G-4 (cfr. al. I).

Desde a partilha efectuada em 22.06.2007 a embargante habita ininterruptamente o mencionado prédio, à vista de todos, sem oposição de ninguém e na convicção de exercer sobre ele a plenitude do direito de propriedade.

Portanto, ficaram demonstrados os requisitos da procedência dos embargos de terceiro, nomeadamente a anterioridade da posse titulada em relação à penhora.

Esta conclusão não merece, aliás, contestação nesta instância recursiva.

Aquilo que a recorrente propugna está sintetizado nas questões de que nos vamos ocupar.

- se foi violado o disposto no artigo 394° nº 1 do C. Civil, o qual prescreve que é inadmissível a prova por testemunhas, se tiver por objecto quaisquer convenções contrárias ou adicionais ao conteúdo do documento autêntico mencionados nos artigos 373°a 379° do C.C;

- se, se verificam, no caso, todos os requisitos previstos no artigo 610° do C.Civil, devendo considerar-se procedente a excepção da impugnação pauliana.

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Fundamenta a embargante que na escritura de partilha foi junta certidão predial do prédio onde constava a existência da penhora efectuada no dia 10 de Julho de 2006.

À data da escritura de partilha por divórcio, a embargante sabia da existência de várias dívidas do estabelecimento comercial do seu ex-marido, bem como da divida à embargada e da existência da penhora pois a mesma constava na certidão do Registo Predial.

O oficial público, que lê a escritura, adverte os outorgantes dos ónus e encargos que oneram o prédio.

O tribunal "a quo”, ao considerar que a recorrida apenas teve conhecimento efectivo da penhora em 20/12/2007 ao indagar pessoalmente na Conservatória do Registo Predial de Angra do Heroísmo, com base no testemunho de G………., que é legalmente inadmissível, devendo considerar-se como não escrito, vai contra o documento autêntico. O testemunho de G………. nunca poderia ser admitido e o tribunal “a quo” ao fazê-lo violou claramente o disposto nos artigos 394° e 395° do C. Civil, o que justifica a anulação da decisão ora recorrida, substituindo-se por outra que julgue improcedentes os embargos de terceiro.

Há aqui um patente equívoco.

Em primeiro lugar, não se provou que o oficial público tenha advertido os outorgantes da existência da penhora, sendo certo que, na data, o registo da penhora estava cancelado por caducidade.

Mas mesmo que assim não fosse, a afirmação de que a embargante tomou conhecimento da penhora ao indagar pessoalmente na Conservatória do Registo Predial de Angra do Heroísmo, facto testemunhado em julgamento, não perturba minimamente o conteúdo do documento do registo predial, sendo completamente inaplicável, na situação, o mencionado artigo 394° nº 1 do C.

(18)

Civil.

Uma coisa é o conteúdo da certidão do registo predial, outra, completamente diferente, é o conhecimento do conteúdo desse documento, facto sujeito a prova livre.

Vejamos agora a problemática da impugnação pauliana.

Como meios conservatórios de garantia patrimonial, o nosso Código Civil prevê quatro: declaração de nulidade - artigo 605º -; sub-rogação - artigos 606º a 609º -; impugnação pauliana – artigo 610º a 618º -; e arresto - artigo 619º a 622º.

A designação era de acção pauliana, nome derivado do autor Paulus que a introduziu.

Contudo o nosso Código Civil chama-lhe impugnação pauliana.

É que ela pode actuar, não só sob a forma de acção, como de excepção formulada.

Têm-se debatido a natureza deste instituto: acção de nulidade ou de anulação; acção constitutiva, restitutória ou recuperatória; ou acção ressascitória – (vide Prof. A. Varela, Fundamento da Acção Pauliana, Rev. Leg. Jur. ano 91, Pág. 351 a 353; 366 a 370 e 379 a 383 e M. Cordeiro, Obrigações, Vol. II, Pág. 494.

O cerne da impugnação pauliana traduz-se na situação em que um devedor fez sair do seu património bens, em nítida violação do princípio de garantia patrimonial, através de alienação fraudulenta acordada entre si e terceiro.

Também assim se resumia no direito romano.

O seu exercício repartia-se por três meios: actio pauliana poenalis, emergente do ilícito, visando a reparação pecuniária; interdictum fraudatorium com o fim de recuperar a coisa; in integrum restutio, a decisão revogatória.

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de diminuir a garantia dos credores e dá-se à providência a finalidade de recuperação da coisa alienada fraudulentamente" - Prof. V. Serra, Bol. 75, Pág. 193.

Beneficiava o autor de uma acção revogatória, como se diz no Digesto "Quae in fraudem creditorum alienata sunt, revocantur".

Mas o texto do edicto pretoriano não dizia que o acto fraudulento era nulo.

Actualmente conserva-se a ideia de fraus creditorum - subtracção consciente ao credor de garantia patrimonial.

No artigo 1044º do Código Civil de 1967 estipulava-se:

"Rescindindo o acto ou contrato, revertem os valores alienados ao cúmulo dos bens dos devedores, em benefício dos seus credores".

Perante esta redacção o Prof. M. Andrade - Teoria Geral das Obrigações, 1954-55, Pág. 755 - qualificava a impugnação pauliana como acção anulatória e os Profs. P. Lima e A. Varela, Noções Fundamentais, Vol. I, 6. ed., 1973, pág. 359, como acção revogatória ou rescisória, por os bens regressarem ao património do devedor para efectivação da execução.

Orientação completamente diferente seguiu o Prof. V. Serra - artigo 15º nº. 2 do seu projecto - Bol. 75, pág. 401:

"Os bens não têm de sair do património do obrigado à restituição, onde o credor poderá executá-los ou praticar os actos de conservação autorizados por lei aos credores".

Orientação que foi seguida pelo artigo 2901 do Código Civil Italiano "o credor... pode pedir que sejam declarados ineficazes...".

E pelo artigo 2902 do mesmo Código "O credor, obtida a declaração de ineficácia, pode promover, em face dos terceiros adquirentes, as acções executivas ou conservatórias...".

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"Sacrificando-se o acto apenas na medida do interesse do credor impugnante, mostra-se claramente que ele não está afectado por qualquer vício intrínseco, capaz de gerar a sua nulidade, pois que se mantém de pé, como acto válido, em tudo quanto exceda a medida daquele interesse.

Trata-se, pois, de uma acção declarativa desviante de dois princípios basilares do direito das obrigações: o de autonomia privada e o de responsabilidade patrimonial.

Com efeito ela "destrói a barreira que se impunha entre o direito de execução dos credores e os bens alienados pelo devedor; levanta o véu que, por força do artigo 821º do Código de Processo Civil, ocultava esses bens à execução; proclama, numa palavra, a ineficácia da alienação perante os credores..."

Não é acção real, tipo reivindicação.

É uma acção pessoal, onde se faz valer apenas um direito de crédito do Autor. Pelo nº. 1 do artigo 612º depende do devedor e de terceiros - quanto ao acto oneroso - terem agido de má fé, igualitariamente. Fraude do devedor com consciência de prejudicar o credor com conhecimento de terceiro: comportamentos atentatórios da boa fé.

Face ao prejuízo causado ao credor trata-se de "uma acção de responsabilidade ou indemnizatória, não podendo os bens ou direitos adquiridos pelo terceiro ser atingidos senão na medida do necessário ao ressarcimento do prejuízo sofrido pelo credor impugnante" - Prof. Henrique Mesquita, Rev. Leg. Jur., ano 128, Pág. 223.

Com todos os assinalados desvios é, no fundo, uma acção independente, fundada directamente na lei, em face de equidade, razoabilidade, oportunidade e boa fé.

Portanto, salvaguarda-se aqui a possibilidade de reagir contra os actos praticados pelo devedor, que inconvenientemente diminuíram o activo ou aumentam o passivo do património deste. Concorrendo determinadas

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circunstâncias, os actos que envolvam diminuição da garantia patrimonial do crédito e não sejam de natureza pessoal podem ser impugnados pelo credor (artigo 610º), tanto por via da acção como por via de excepção.

O exercício da impugnação pauliana depende da verificação dos requisitos discriminados no artigo 610º

Requisitos que poderemos qualificar de gerais, uma vez que têm de estar sempre presentes, não só quando o acto a impugnar é oneroso, mas também quando é gratuito.

Efectivamente, o recurso à impugnação pauliana pressupõe, qualquer que seja a natureza do acto a atacar - onerosa ou gratuita -, a verificação cumulativa destas "circunstâncias": a) a existência de determinado crédito; b) que esse crédito seja anterior ao acto a impugnar ou, sendo posterior, que o acto tenha sido realizado dolosamente com o fim de impedir a satisfação do direito do futuro credor; c) que resulta do acto a impossibilidade ou o agravamento da impossibilidade da satisfação integral do crédito.

Mediante a formulação deste último requisito, a lei pretendeu abranger os casos em que, "não determinando embora o acto a insolvência do devedor, dele resulta, no entanto, a impossibilidade prática, de facto, do pagamento forçado do crédito".

Coloca-se, por conseguinte, ao alcance da impugnação pauliana, o acto que, apesar de não provocar a insolvência do devedor, pode criar "para o credor a impossibilidade de facto (real, efectiva) de satisfazer integralmente o seu crédito através da execução forçada".

Quando o credor, não obstante o devedor continuar solvente, não pode "de facto obter a satisfação do seu crédito, dada a impossibilidade ou dificuldade prática de executar os restantes bens do devedor (ex.: o devedor vende um prédio pelo justo preço e oculta a importância recebida)", é-lhe concedida a faculdade de impugnar o respectivo acto (cfr. Antunes Varela, op. cit., página 448,

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Em princípio, numa acção de impugnação devia caber inteiramente ao autor fazer a prova dos requisitos necessários à procedência do pedido (cfr. artigo 342) e, portanto, devia caber-lhe não só a prova do montante da dívida e da anterioridade do crédito, como da diminuição da garantia patrimonial nos termos da alínea b) do artigo 610º. No entanto, por dificuldade ou mesmo impossibilidade de provar que o devedor não tem bens (prova negativa) - o artigo 611º atribui a este o encargo de provar que possui bens penhoráveis de valor igual ou superior ao das dívidas. E igual encargo lança a lei sobre o adquirente (terceiro), interessado na manutenção do acto" (cfr., também, Menezes Cordeiro, "Direito das Obrigações", volume II, página 492).

A par dos requisitos gerais, a lei exige, ainda, um outro - o de má fé -, quando o acto a impugnar seja oneroso,

O acto oneroso só está sujeito a impugnação pauliana, de acordo com o artigo 612º, se o devedor e o terceiro tiverem agido de má-fé, entendida esta como a "consciência do prejuízo que o acto causa ao credor".

A má fé também não exige o animus nocendi, isto é, não reclama que o devedor e o terceiro, ao realizarem o acto, tenham procedido com o intuíto de prejudicar o credor.

De facto, o devedor e o terceiro podem ter actuado com diferente intenção ou objectivo e, ainda assim, com perfeita consciência do prejuízo que vão causar aos credores. O acto pode ter sido celebrado sem o intuito deliberado de produzir dano aos credores e, não obstante, haver a convicção, a consciência do prejuízo que ele lhes proporciona.

O que é essencial e determinante para se poder considerar preenchido o requisito de má fé, é que o devedor e o terceiro tenham a consciência do prejuízo que a operação causa ao credor, sendo bastante "a mera representação da possibilidade da produção de resultado danoso em consequência de conduta do agente" (cfr. Almeida Costa, RLJ 127, páginas 274/278).

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Neste ponto repete-se a factualidade provada relevante:

- À data da escritura de partilha por divórcio referida em H) dos factos assentes, a embargante sabia da existência de várias dívidas do estabelecimento comercial adjudicado ao seu ex-marido (cfr. resposta ao quesito 3).

- A adjudicação referida em H) dos factos assentes fez diminuir as garantias patrimoniais da sociedade B………., Lda. em obter a restituição da quantia cujo pagamento coercivo era exercido no processo executivo referido em B) dos factos assentes (cfr. resposta ao quesito 4).

- D………. e F………., ao acordarem na adjudicação referida em H) dos factos assentes, sabiam que esse acto faria diminuir as possibilidades da sociedade B………., Lda obter o pagamento da quantia que reclamava no processo executivo referido em B) dos factos assentes (cfr. resposta ao quesito 5).

-A embargante, aquando da adjudicação referida em H) dos factos assentes, foi informada pelo ex-marido de que ele pagaria as dívidas do estabelecimento comercial (cfr. resposta ao quesito 6).

- Em Junho de 2007, F………. era titular de um estabelecimento comercial com bens cujo valor aqui não foi concretamente apurado (cfr. resposta ao quesito 7).

Ponderando todos estes factos não podemos formular a conclusão de que o devedor e a embargante tinham a convicção, a consciência de que estavam a causar impossibilidade prática, de facto, de obstarem ao pagamento forçado do crédito.

E é só isto que importa no caso.

Pelo exposto decide-se julgar totalmente improcedente a presente apelação, confirmando-se a decisão recorrida.

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Porto, 27 de Outubro de 2009 Ana Lucinda Mendes Cabral José Bernardino de Carvalho Maria do Carmo Domingues

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