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Dr.

J.

H. Reyner

Colaboradores:

Dr. George Laurence

Dr. Carl Upron

MEDICINA PSIÓNICA

Estudo e Tratamento dos Fatores Causativos da Doença

Tradução

GILSON CÉSAR CARDOSO DE SOUSA

EDITORA CULTRIX São Paulo

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Conclusão... 199

Bibliografia Selecionada... 203

Leituras Recomendadas 208

Agradecimentos .

Introdução (pelo Professor Ervin Laszlo) .

Prefiício àTerceira Edição .

Prefiício àSegunda Edição .

Prefiício àPrimeira Edição .

Parte 1 A Ciência e a FilosofUz da Medicina Psiônica .

Capítulo 1: Urna Nova Dimensão na Medicina .

Capítulo 2: A Hipótese do Campo Psi: Algumas Considerações . Capítulo 3: Medicina Ortodoxa - Do Sistema Filosófico à Ciência . Capítulo 4: Corpos Sutis e Medicina Psiônica .

Capítulo 5: Homeopatia - A Medicina Sutil .

Capítulo 6: Miasmas e Toxinas .

Capítulo 7: A Teoria Unitária da Doença .

Capítulo 8: Intuição, Percepção Extra-Sensorial e Fenômenos Psi .

Parte 2 História e Prática da Medicina Psiônica .

Capítulo 9: A História da Rabdomancia e da Radiestesia .

Capítulo 10: Rabdomancia Prática .

Capítulo 11: A Abordagem Psiônica .

Capítulo 12: A Medicina Psiônica na Prática . Capítulo 13: O Método Psiônico na Odontologia . Capítulo 14: A Medicina Veterinária Psiônica .

7 9 15 17 19 21 23 39 52 64 82 92 103 112 123 125 134 142 163 183 189

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Agradecimentos

Inúmeras pessoas contribuem para a elaboração de um livro. Eu gostaria de agrade-cer a J. H. Reyner, a George Laurence e a Carl Upton por nos darem este. Agra-deço também ao Dr. Gordon Flint, presidente do Instituto de Medicina Psiônica, pelo prefácio; ao Dr. Farley Spink, diretor do Instituto de Medicina Psiônica, pelo capítulo sobre Miasmas e Toxinas, e ao Dr. Mark Elliott, primeiro veterinário a aplicar a técnica psiônica, pelo capítulo sobre Prática da Veterinária Psiônica.

Toda a minha gratidão à Ora. Pam Tatham, atual secretária do Instituto de Medicina Psiônica, e ao Dr. Geoffrey Goodyear, secretário anterior, por seus co-mentários a respeito do manuscrito. Agradecimentos também aos colegas Ora. Carol Brierly, Sr. David Hooper, Dr. Vincent Mainey, Dr. Peter Mansfield, Dr. Leon Wyman e Dr. David Williams, pelas idéias exaradas em seus artigos e pales-tras. Sou grato igualmente àOra. Anne Wynne-Simmons, associada de longa data e incentivadora da Medicina Psiônica.

O apoio da Sociedade Médica Psiônica foi de valor inestimável. Agradeço, em particular, a Sir Charles Jessel, presidente da Sociedade, pelo seu inabalável entu-siasmo, ajuda e liderança. Sou grato ainda ao Dr. Solveig McIntosh, vice-presi-dente da Sociedade, Sr. John Fryer, secretário, e Sr. Edwin Barelay, tesoureiro. O mesmo se aplica aos membros da Sociedade Médica Psiônica pelo seu interesse e apoio ao método.

Um agradecimento especial ao meu amigo e colega, Quincy Day Rabôt, com quem mantive tantas e tão agradáveis conversas sobre medicina energética e Medi-cina Tradicional Chinesa.

Agradeço efusivamente ao professor Ervin Laszlo, patrono da Sociedade Mé-dica Psiônica, por ter com tanta eloqüência descrito sua visão da nova ciência, formulada com imensa erudição em sua Hipótese do Campo Psi, que compõe o segundo capítulo do livro.

Minha gratidão aos nossos editores, The C. W Daniel Co. Ltd., que, como sempre, fizeram parecer muito fácil a publicação de uma obra.

Finalmente, agradeço a Mollie, Rachel, Kate, Ruth e Andrew, respectivamen-te mãe, esposa e filhos, por suportarem com paciência mais outro projeto editorial.

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(pelo Professor Ervin Laszlo)

É verdadeiramente prazeroso escrever a Introdução para um livro que dá tão rara e significativa contribuição ao nosso bem-estar individual e coletivo. Medicina Psiônica: Estudo e Tratamento ckJsFatores Causativos da Doença coloca o leitor a par da natureza e realizações desse ramo notavelmente desenvolvido da ciência da cura que ostenta o nome de Medicina Psiônica.

Tive o privilégio de conhecer em primeira mão a eficácia dessa forma de me-dicina, pois estive sob cuidados médicos psiônicos durante quase uma década. Minha experiência pessoal confirma uma tese a que cheguei independentemente, fazendo inferências a partir dos últimos achados das ciências físicas e biológicas. Segundo essa tese, o organismo vivo não é um simples mecanismo ou sistema bioquímico, mas uma articulação complexa de componentes moleculares, celula-res e de campo. Isso é bastante pertinente, dado que a Medicina Psiônica não atua sobre as moléculas ou células do organismo e sim sobre o campo que governa os processos moleculares e celulares.

Postular um campo como elemento básico no organismo vivo não é coisa nova na história da biologia do século XX. Já em 1925, o biólogo vienense Paul Weiss, inspirado pela teoria da Gestalt de Wolfgang Koehler, aplicou o conceito de campo aos processos de regeneração de membros nos anfíbios, estendendo-o mais tarde a todas as formas de ontogênese. Fiando-se em seu trabalho experimental, Weiss concluiu que o aparecimento de órgãos e tecidos durante o desenvolvimen-to indica que as partes emergentes estabelecem relações espaciais padronizadas exibidas em traços geométricos de posição, proporção e orientação. Essas, diz ele, são "ações de campo". Cada espécie tem o seu próprio campo morfogenético; eo campo morfogenético de cada indivíduo é uma sucessão hierárquica de campos subsidiários.

De igual modo, na década de 1920, o biólogo russo Alexander Gurwitch observou que o papel das células individuais na embriogênese não é determinado nem pelas suas propriedades intrínsecas nem pelas suas relações com as células

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10 MEDICINA PSIONICA

vizinhas, mas sim por um fator que parece envolver todo o sistema de desenvolvi-mento. Trata-se, afirma ele, de um amplo campo sistêmico de força criado pelo efeito mútuo dos campos de força individuais em associação com as células. Os limites do campo de um embrião, por exemplo, não coincidem com os limites do próprio embrião: vão além. A embriogênese, sustenta Gurwitch, ocorre dentro do campo morfogenético do embrião.

Em 1934, Conrad Waddington introduziu a idéia dos "campos de indi-viduação", que atuam na formação dos órgãos, e em 1957 estendeu a tese do campo aos "creodos", que são os rumos evolutivos da embriogênese. Essa noção foi elaborada por René Thom em modelos matemáticos que representam o estado para o qual o organismo avança, mediante "bacias de atração" dentro dos campos morfogenéticos. Na década de 1950, Harold Saxton Burr, da Universidade de Yale, avaliou as propriedades eletromagnéticas do que chamou de campo L (life, "vida"), ao mesmo tempo que seus colaboradores mostravam que esse campo se desvanece com a morte do organismo.

Embora as teorias do campo biológico surgissem nos anos de 1920 e alcanças-sem enorme popularidade em meados do século, as propriedades físicas dos cam-pos não estavam bem definidas e, nas décadas seguintes, deixaram de suscitar interesse. Na embriologia, por exemplo, os métodos bioquímicos não possibilita-ram aos pesquisadores descobrir a natureza dos campos que governam a polarida-de dos membros, a esquematização neural, a indução de lente e outros processos de desenvolvimento. Os conceitos de campo passaram a ser vistos como puramen-te especulativos e, em anos recentes, apenas uns poucos pesquisadores insistiam em elaborar teorias do campo biológico. Em geral, os biólogos transferiram sua atenção para a bioquímica de mecanismos genéticos específicos, abordagem vigo-rosa que ensejou uma série de aplicações práticas.

Nas últimas décadas, porém, embora menos conhecidos que a pesquisa dos mecanismos e códigos genéticos, os conceitos de campo voltaram à tona, na van-guarda da pesquisa biológica. O biólogo canadense Brian Goodwin sugeriu, com base no campo, um conceito de regeneração e reprodução, processos nos quais um todo é gerado por uma parte. Isso, afirma ele, não pode ser considerado unica-mente em termos de plasma germinal e DNA, mas também como produto das propriedades de campo dos organismos vivos. Os campos biológicos engendram ordens espaciais que influenciam a atividade dos genes, enquanto a atividade ge-nética influencia por sua vez os campos. O campo é a unidade de forma e organi-zação, ao passo que as moléculas e células que constituem o corpo são as unidades de composição: os campos estruturam-nas a seguir na ordem que irá caracterizar o organismo. A vida é uma "dança sagrada" de células dentro dos organismos e dos organismos em seu meio, onde os campos biológicos mantêm a cadência dos pa-res. Rupert Sheldrake, por seu turno, apresentou a "hipótese da causação formativà',

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segundo a qual os campos mórficos estão associados a todos os organismos vivos e são responsáveis por sua perpétua morfogênese.

Sem dúvida, a presença de campos complexos associados à matéria celular jamais foi contestada em biologia - a prova oriunda da biofísica não admite contradição. Contudo, nas ciências biológicas ortodoxas, o papel e a função dos campos magnético, elétrico, etc., associados à matéria celular, não foram conside-rados importantes para o funcionamento do organismo: eles seriam meros efeitos secundários, produzidos bioquimicamente por células, tecidos e órgãos comunicantes. A recente redes coberta dos campos biológicos representa uma mudança fundamental de ênfase. Lembra o "desvio forma-pano de fundo" descri-to pelos psicólogos da Gestalt,onde a percepção visual de uma imagem avança e recua na medida em que se vê um de seus aspectos como forma ou pano de fundo. Na biologia e na medicina ortodoxas, a forma é o conjunto de moléculas orgânicas que constituem a célula, enquanto os campos produzidos pela comunicação celu-lar - se são levados em conta - são vistos como um pano de fundo real, mas psicológica e medicamente insignificante. Em contrapartida, tanto na pesquisa de ponta quanto na medicina alternativa, a forma é o campo; as moléculas, células e órgãos sobre as quais o campo atua são o pano de fundo.

O atual desvio-Gestalt ocorre em virtude da descoberta experimental de interação ampla e quase instantânea dentro do organismo e, também, da desco-berta por parte da medicina alternativa da interação sutil, mas efetiva, entre médi-co e paciente. Parece que o organismo vivo é um sistema de interconexão instan-tânea que se mantém em seu próprio meio como um todo, sofre danos como um todo, mas pode também, como um todo, curar-se. Esses aspectos dependem abso-lutamente da coordenação de campo do grande número e da ampla variedade de processos moleculares e celulares do organismo.

Reconhecer a primazia dos campos na manutenção e restabelecimento da saú-de é fundamental para a medicina contemporânea. Segundo esse conceito, o fun-cionamento do organismo não lembra a atividade de uma máquina, de vez que as meras manipulações cinéticas só têm valor corretivo em casos específicos como, por exemplo, os da alçada dos quiropráticos. O funcionamento do organismo também não é plena e adequadamente representado pelo conceito de sistema bioquímico, motivo pelo qual os tratamentos alopáticos prescritos pela medicina ocidental ortodoxa têm aplicação limitada. O complemento do tratamento mecâ-nico e bioquímico é a terapia baseada no campo, convincentemente representada pela medicina psiônica.

O lema da medicina psiônica, "TOlte Causam" (Procure a Causa), justifica-se plenamente. Tratar o campo do organismo significa tratar o aspecto básico da condição viva, aquele que, no sentido cibernético, "governà' a interação

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orques-12 MEDICINA PSIONICA

trada dos incontáveis componentes bioquímicos do organismo. A doença não passa do comprometimento da integridade do campo que governa o organismo e, como tal, é própria e eficazmente tratada. Em compensação, tratar os processos bioquímicos do paciente significa tratar as conseqüências inevitáveis do compro-metimento de seu biocampo e não a causa do mal, que é o desgaste do campo em si. A terapia convencional, ilustrada por exemplo pelo uso de antibióticos de largo espectro, envolve medidas desnecessariamente drásticas; seria o mesmo que alvejar mosquitos com balas de canhão. Cuidar do campo que governa o organismo é bem menos invasivo e muito mais eficaz.

Outro aspecto da medicina psiônica que merece comentário é o seu funciona-mento por distâncias finitas até agora não avaliadas. Isso que à primeira vista parece um sofisma, um diagnóstico a distância - e mesmo, em certos casos, uma cura a distância - se explica quando reconhecemos que o campo que permeia e governa o organismo celular ou multicelular é um campo quântico. Não se trata de uma conclusão ad hoc.decorre da descoberta de que o leque da coerência bio-lógica transcende o leque da transmissão dos sinais bioquímicos, mesmo quando a sinalização bioquímica se revela notavelmente eficiente. A coerência exibida pelos organismos vivos (a correlação simultânea e quase instantânea das partes entre si) é uma forma de coerência quântica, do tipo que só se pode explicar por referência aos conceitos e leis da teoria dos quanta. Os biólogos da recente disciplina da biologia quântica falam de uma "função de onda macroscópica do organismo" e consideram o tecido vivo uma espécie de condensado de Bose-Einstein, no qual efeitos análogos à superfluidez e à supercondutividade ocorrem a temperaturas normais.

Teorias e conceitos que se destacam na biologia de ponta indicam que o biocampo do organismo constitui uma manifestação específica de um campo quântico mais fundamental- um campo que enseja a interação na natureza físi-ca. O biocampo é uma estrutura local dentro de um campo mais vasto e mais básico: o campo que, independentemente uns dos outros, este escritor e os funda-dores da Medicina Psiônica denominaram "campo psi". Minha teoria do campo psi oferece uma descrição de ciência natural da transmissão de informação que transcende o tempo e o espaço, nascida da prática da medicina psiônica.

A Medicina Psiônica anuncia o advento de uma nova era no exercício da profissão médica, com potenciais de cura e manutenção da saúde que representam importante contribuição ao repertório do tratamento desenvolvido na medicina bioquímica. Na Medicina Psiônica, o fator crítico não é a química nem a inter-venção cirúrgica - embora tais métodos ainda devam ser indicados em certos casos - e sim as "informações" sutis que afetam o biocampo do paciente. O livro que o leitor ora tem em mãos proporciona uma visão notavelmente clara e concisa

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do que vem a ser medicina psiônica, como funciona e por que merece o tipo de atenção que hoje em dia apenas os avanços no âmbito das moléculas e da genética têm recebido. Faz jus ao interesse sério e urgente tanto dos leigos quanto dos profissionais da medicina.

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Prefácio

à

Térceira Edição

(pelo Dr. Gordon Flint)

Épara mim uma honra e um privilégio ter sido convidado para escrever este prefácio à cuidadosa revisão feita pelo Dr. Keith Souter das duas edições anteriores

de Medicína Psiônica.

Uma das palavras mais importantes dessa nova obra é "interconexão" - e o leitor certamente apreciará ser levado ao longo da história da medicina, dos tem-pos antigos onde imperava a filosofia oriental, via Hipócrates e a cultura mais ocidentalizada, até o século XXI e a medicina energética, à qual nos dedicamos, auxiliados pelas pesquisas do professor Ervin Laszlo e sua Hipótese do Campo Psi.

Todo aspirante à prática psiônica bem-sucedida contribui para ela com sua própria habilidade atual, graças ao treinamento recebido nas ciências médica, odontológica e veterinária, secundado por anos de experiência clínica, primeiro na medicina ortodoxa, mais tarde na homeopática e finalmente nas técnicas da prática psiônica, além, talvez, do trato com outros ramos da ciência e áreas como acupuntura e hipnose médica.

A primeira e mais importante habilidade deve ser o uso de nosso sentido da rabdomancia, o qual, como os cinco básicos, já possuímos ao nascer. No entanto, se em poucos anos adquirimos boa dose de profidência na interpretação do ambi-ente imediato por meio da visão, audição, olfato, paladar e tato, às vezes são neces-sárias décadas para podermos fazer uso prático de nossa capacidade rabdomântica. Como se pode notar num quadro de distribuição padronizado, cerca de 10% das pessoas revelarão considerável habilidade, 10% nada realizarão de notável e o res-to, com a prática, conseguirá alcançar níveis bastante aceitáveis, à medida que esse sentido for se tornando tão confiável quanto os outros cinco.

Tive a honra de estudar com Carl Upton, a quem disse certa feita: "Gostaria de ter conhecido a Medicina Psiônica há dez anos atrás." Sua resposta instantânea foi: "Meu caro Gordon, há dez anos você não estava pronto para ela." Tinha razão, é claro.

No que diz respeito à Homeopatia, um bom conhecimento e uma boa experi-ência da filosofia básica, princípios e prática, tais quais preceituados por Samuel

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Hahnemann, são essenciais. Sempre que possível, cumpre freqüentar cursos de instrução nos diversos centros de ensino do país. Não obstante, nenhum dos três grandes nomes da Medicina Psiônica - Laurence, Upton e Wesdake - tem qualificações específicas nessa área, e o Dr. Farley Spink, nosso atual diretor, foi o primeiro a empregar seu talento na experimentação da homeopatia clássica, para enorme proveito de nós todos.

Mark Elliott, nosso primeiro veterinário, deu especial contribuição ao conhe-cimento geral da prática psiônicai e ele sabe qual poderá ser o conteúdo de uma futura edição do presente livro.

Neste momento de reavaliação e revalidação, acreditamos ser conveniente res-tringir o adestramento no método psiônico a médicos, dentistas e veterinários. Mas, num futuro previsível, quando se falará muito de alimentos geneticamente modificados (ou mutilados), talvez precisemos recorrer àajuda de outras fontes: a botânica e a agronomia, por exemplo.

J. E. R. McDonagh, cujas idéias e trabalhos tanto incentivaram nosso funda-dor-presidente, George Laurence, sustentava que o ponto de partida mais impor-tante era o solo, o solo saudável, com "clima" microbiológico sadio. Esse solo garantiria colheitas saudáveis, gado saudável e gente saudável. Isso, nem é preciso dizer, inclui água limpa e potável, não-contaminada por resíduos e aditivos poten-cialmente venenosos.

O treinamento inicial em Medicina Psiônica dutará pelo menos um ano, a fim de se adquirir experiência. Daí por diante, a prática contínua gerará um signi-ficativo grau de satisfação profissional, à medida que os vários desafios apresenta-dos pelos pacientes, em sua maneira única e individual, nos encorajar a determi-nar, como Laurence, por que as pessoas adoecem.

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Prefácio

à

Segunda Edição

(pelo Dr. Carl Upton)

Alexis Carrel, ex-membro do Instituto Rockefeller de Pesquisa Médica, escreveu em seu livro OHomem, esseDesconhecido, que existem dois tipos de saúde: a natu-ral e a artificial. A medicina científica, disse ele, deu ao homem a saúde artificial e a proteção contra muitas doenças infecciosas. Foi um dom maravilhoso. O ho-mem, porém, não deveria ter de confiar na medicação contínua, com suas dietas especiais e seus produtos químicos sintéticos. Se corpo e mente estiverem em har-monia, o organismo funcionará de maneira naturalmente saudável. Há, com efei-to, certos indivíduos que parecem possuir urna imunidade intrínseca, que não apenas resisteàinfecção corno retarda a velhice. Ternos de descobrir o seu segredo. George Laurence endossaria de bom grado essa visão. A medicina convencio-nal considera o corpo urna máquina falível, da qual as peças podem quebrar a qualquer momento, necessitando de freqüentes reparos ou mesmo de substitui-ção. Laurence, contudo, via-a corno urna estrutura superiormente inteligente, animada por um padrão apropriado, embora invisível, de força vital. Todavia, por urna série de causas, algumas herdadas, outras adquiridas por acidente ou uso incorreto, esse padrão subjacente pode se distorcer, daí resultando um dis-tanciamento do estado natural de saúde.

Sua grande façanha foi a descoberta de um meio de comunicação com esse padrão invisível e o aperfeiçoamento da técnica que ele chamou de Medicina Psiônica, pela qual os desarranjos da força vital podem ser detectados e possivel-mente corrigidos. Laurence conseguiu, graças a urna análise simples e direta, pres-crever remédios homeopáticos adequados que, segundo descobriu, atuavam de um modo harmônico e atóxico, removendo as causas sutis e freqüentemente en-tranhadas da doença. Seguiu esse caminho inspirado até quase o fim de sua longa vida. Faleceu a 11 de outubro de 1978, pouco depois de seu nonagésimo oitavo aniversário.

É claramente desejável que os médicos familiarizados com a verdade dessas idéias possam ser adestrados nas técnicas básicas da abordagem médica psiônica, para que comecem a aplicar os métodos. Isso, em verdade, já está acontecendo no

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Instituto de Medicina Psiônica, embora não sem problemas. Mora a dificuldade de aceitar desvios de hábitos estabelecidos, exigem-se sacrifícios de tempo e di-nheiro para o aprendizado das habilidades necessárias. Mas, a despeito disso, nota-se crescente interesnota-se da parte tanto dos médicos quanto do público, nota-sendo que milhares de pacientes já foram tratados com sucesso.

A Medicina Psiônica é natural e requer, conjuntamente, o emprego da intui-ção e da vasta provisão dos remédios proporcionados pela natureza. Não se trata de uma medicina "radical", mas de um método singularmente prático que uriliza os recursos naturais para identificar e debelar as causas ocultas das doenças que afligem a humanidade hoje em dia.

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Prefácio

à

Primeira Edição

(pelo Dr. George Laurence)

Acho gratificante que um cientista da estatura do Sr. Reyner esteja tão profunda-mente convencido do valor dos métodos psiônicos de diagnose.

Médico há mais de sessenta e cinco anos, estou desapontado com o pouco progresso registrado na medicina, sobretudo quando comparado aos avanços na cirurgia e outras áreas afins. Todos os dias, são anunciados incontáveis tratamen-tos e curas, que em geral baseiam-se em novas substâncias químicas sintéticas -ignorando as causas. O princípio psiônico investiga a causa do desvio da saúde normal antes de haver-se com os sintomas.

Espero que o livro aguce o interesse por esse ramo tão importante da ciência médica.

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A

CIÊNCIA E A FILOSOFIA

DA MEDICINA PSIÔNICA

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Uma Nova Dimensão

na Medicina

A Natureza abomina o vdcuo.

- François Rabelais (c.1494-1553)

épocas, na história médica, em que a tendência do conhecimento se altera consideravelmente. Podemos citar o tratado clássico de Harvey sobre a circulação sanguínea, em 1628, ou os estudos microbiológicos de Louis Pasteur e a descoberta dos raios X por Wilhelm Rõntgen, no século XIX. O século XX presenciou a descoberta da penicilina por Fleming, em 1928, a leitu-ra do código do DNA por Watson e Crick, em 1953, e o primeiro tleitu-ransplante de coração pelo Or. Christian Barnard, em 1967. No início do século XXI, os cientis-tas se empenham na decifração do genoma humano.

Ao mesmo tempo, ampliou-se em muito o conhecimento da constituição físi-ca da matéria viva, tanto no que tofísi-ca à complexa estrutura das células quanto à comunicação entre elas, em conseqüência do que a prática médica pôde vislum-brar novos tratamentos para inúmeros achaques do corpo, às vezes com resultados espetaculares. Esses mesmos sucessos, no entanto, fomentaram uma confiança indevida nos aspectos materiais da medicina, dada a crença de que o pleno conhe-cimento dos mecanismos físicos permitiria, no fim, a cura de todos os sofrimentos da carne. Na verdade, a biologia molecular e a engenharia genética estão progre-dindo tão rapidamente que, segundo se acredita, em poucas décadas teremos a chave da base genética de muitas formas de câncer e doenças crônicas. Mas isso é ilusório porque, embora uma aplicação inteligente do conhecimento material possa acarretar uma melhoria de condições, os sintomas clínicos são apenas a prova física de algum distúrbio da energia vital do corpo. Essa tese não constitui, em si, uma nova filosofia, pois tem sido cultivada, se não reconhecida, há pelo menos dois mil e quinhentos anos. De fato, Hipócrates, considerado o Pai da Medicina, sustentou que a doença não se manifesta puramente como moléstia (pathos), mas

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também como esforço (ponos) do corpo para restaurar o equilíbrio de suas

nm-ções. Esse poder de cura intrínseco é conhecido como Vis Medicatrix Naturae,

sendo que o médico esclarecido sabe muito bem que seu verdadeiro papel consiste apenas em estimulá-lo criando as circunstâncias adequadas para que ele opere o mais livremente possível.

Sejamos claros nesse ponto: são os próprios mecanismos de cura do indivíduo que realmente arrostam a doença, não os do cirurgião, do clínico ou de qualquer outro profissional de saúde envolvido. O cirurgião pode remover um tumor, mas é o corpo que cura a ferida. De igual modo, o clínico pode prescrever uma droga, mas é o corpo do paciente que responde a ela.

Os mecanismos de cura, chamados em fisiologia de "homeostáticos" ou auto-reguladores, funcionam permanentemente para dar o melhor ao indivíduo. Regu-lam processos como metabolismo, temperatura, equilíbrio fluido e mineral, quí-mica sanguínea, e produção e distribuição de células. Quando o corpo se vê pressionado de alguma maneira, esses mecanismos tentam automaticamente res-taurar certo nível de equilíbrio. Não raro o indivíduo percebe tais mudanças como incomuns ou desagradáveis. Trata-se dos sintomas da doença, com o corpo pro-curando corrigir o problema. A questão é que nem sempre os mecanismos voltam completamente à normalidade. Embora as funções retomem ao "serviço quase normal", isso tem um custo, que pode ser a redução da função, sua alteração ou a da estrutura. Essencialmente, na maioria dos casos, o que ocorre não é um reequilíbrio e sim uma compensação.

A medicina ocidental ortodoxa baseia-se solidamente num modelo reducionista. Sem dúvida, isso logrou êxito em diversos campos, mas tem limitações óbvias. Ela rejeita o conceito do "princípio vital" e considera o corpo uma integração comple-xa de células, tecidos, órgãos e sistemas controlados bioquimicamente e supervi-sionados por um computador biológico interno, o cérebro. Em muitos outros sistemas médicos bem-sucedidos (e, globalmente, a medicina e a cirurgia ociden-tais ortodoxas aparecem apenas em quarto lugar na provisão de cuidados médi-cos), o princípio vital constitui o cerne de sua filosofia. Um número crescente de médicos, e maior ainda de pacientes, acredita que essa limitação é francamente prejudicial ao progresso da medicina.

Controle bioquímico ou biofísico

Em bases puramente lógicas, as limitações do modelo predominantemente bioquímico são claríssimas. O corpo humano é composto de um número muito grande de células que trabalham de diferentes maneiras, segundo o tipo de tecido a que pertencem. Para qualquer escolar, é uma velha história o fato de o corpo renovar-se a cada sete anos. Isso significa que, nesse período, todas as células dos

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A pirâmide da medicina

Considerando-se que a medicina é uma prática tão imemorial quanto a própria humanidade, convém utilizar um modelo para figurar ao mesmo tempo sua anti-guidade e sua evolução: a pirâmide.

Em qualquer livro de história da medicina você lerá que as bases desse saber científico foram lançadas quando o homem começou a en~ender a estrutura orgâ-nica por meio da dissecação e do estudo da anatomia. Aobservação e a experimen-tação conduziram em seguida a deduções sobre o funcionamento dos órgãos e suas estruturas anatômicas. Daí nasceu a ciência da fisiologia. Graças à crescente sofisticação dos instrumentos e à aplicação do conhecimento químico, desenvol-veu-se a bioquímica. O papel da mente em relação ao corpo sempre constituiu uma questão delicada, mas em conseqüência do aperfeiçoamento da Medicina Corpo-Mente ou psiconeuroimunologia (PNI),l já começamos a perceber que os processos mentais podem afetar as funções neurológica, hormonal ou imunológica. tecidos lisos são substituídas pelo menos uma vez. Com efeito, há sempre deter-minado grau de crescimento, reparo, reprodução e eliminação de células mortas no organismo. Um controle bioquímico dessa complexidade, para manter o bom equilíbrio e assim preservar a integridade do sistema inteiro, é simplesmente absurdo.

Não: se os controles químicos que conhecemos conseguem indubitavelmente explicar até certo ponto como as células do corpo se integram, temos de postular outro controle mais abrangente - um tipo de sistema de informação energético ou campo de energia, talvez.

Dissemos acima que o princípio vital está no cerne de diversos sistemas de medicina. Os chineses chamam-no de chi e os iogues indianos, de prana. Afora isso, foi aventado ou "redescoberto" por muitos estudiosos ao longo da história. Por exemplo, Paracelso denominava-o munia; para os alquimistas, era o fluido vita~e o barão Von Reichenbach, o químico alemão que descobriu o creosoto, dava-lhe o nome de odyle. No século XX, Wilhelm Reich chamou-o de orgone, Rudolph Steiner de força formativa etérica e outros de bioplasma, plasma biológico ou biocampo.

Em todos esses casos, embora haja uma interpretação ligeiramente diferente, o princípio vital é visto como uma forma de energia que permeia as criaturas vivas e constitui parte integrante de seu ser. Trata-se de um campo, localizado dentro e ao redor do organismo, que produz uma espécie de corpo etérico.

Esse "corpo" de energia parece funcionar como um sistema de informação, fazendo as vezes de molde para o desenvolvimento fetal e o crescimento posterior, além de organizar os tecidos e repará-Ios.

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As quatro ciências formam, pois, a chamada pirâmide da medicina. Écrença ge-neralizada que esse edifício de conhecimento, tido como o melhor que a capacida-de humana pôcapacida-de produzir, explica tudo sobre o corpo e suas necessidacapacida-des. As reações bioquímicas nas células esclareceriam de que modo elas trabalham para assegurar o funcionamento fisiológico das estruturas anatômicas do corpo. E, é claro, a mente poderia atuar por intermédio dos canais de PNI.

No entanto, como indicamos acima, isso é mais uma mastabri- que uma pirâ-mide (Figura 1). E ainda assim, como as mastabas do Antigo Egito, desempenhou até certo ponto sua função. Foi necessário, primeiro, erguer essas estruturas para compreender e depois planejar a conclusão do edifício.

Parece bastante apropriado, aqui, apresentar o grande Imhotepe (c. 2800 a.c.), sumo-sacerdote de Rá, arquiteto real, médico pessoal e grão-vizir do faraó Djoser, da Terceira Dinastia. Sir William Osler, decano dos médicos do século XX, escre-veu que ele foi "a primeira figura de clínico a destacar-se nitidamente das brumas da antiguidade". Em séculos posteriores, acabou deificado como um deus da cura e identificado pelos gregos com Asclépio. Para receber hontas divinas, deve certa-mente ter desenvolvido a prática da medicina de um modo notável. Além disso, na qualidade de arquiteto do faraó Djoser, ele glorificou o Egito por milênios. Redesenhou a mastaba de Djoser e criou a famosa pirâmide escalonada de Sacará, dando assim ao mundo esse ícone da antiga sabedoria.

FISIOLOGIA ANATOMIA

Figura 1

Assim, pode-se notar que o modelo bioenergético é uma extensão lógica do modelo bioquímico aceito pela medicina ortodoxa, análogo à transformação da mastaba em pirâmide. As ciências tradicionais conduziram-nos muito longe, mas deixaram-nos lamentavelmente privados da verdadeira compreensão. De fato, precisamos acrescentar um vértice à nossa pirâmide. Esse vértice é a energia organizadora ou bioenergia e sua ciência apropriada será o que por enquanto chamaremos de medicina energética (Figura 2).

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o

campo energético

A regeneração, modo pelo qual os organismos reproduzem partes danificadas ou perdidas, é uma das áreas que sempre intrigou os bi610gos e se revelou uma fasci-nante área de pesquisa no início do século

xx.

Em 1907, o w610go H. V. Wilson realizou o experimento capital em regeneração ao forçar uma pequena esponja a passar por uma peneira fina, separando assim as células e destruindo a organização intercelular do organismo. Ap6s a separação, no entanto, as células isoladas perambularam durante algum tempo até se reunir novamente num agregado con-fuso, que em poucas semanas se remodelou numa esponja do tipo original.

Na década de 1920, Alexander Gurwitch postulou a existência de um campo gerador da forma ou morfogenético, que explicaria o desenvolvimento embriol6gico dos organismos. Supunha ele que esse campo organizador, uma espécie de diagra-ma evolutivo, determinava o papel de certas células durante a embriogênese e não suas propriedades individuais.

Nas décadas seguintes, vários cientistas pesquisaram o conceito de biocampo, capaz de regular o crescimento e o desenvolvimento tanto das células quanto dos tecidos dentro dos corpos. Entre eles, destacou-se o bi610go de Yale, Dr. Harold Saxton Burr, que num período de mais de quarenta anos conduziu numerosos expe-rimentos em organismos, de mixomicetos ao pr6prio homem. Burr concluiu que o biocampo, a que chamou de L-field (Lift-fie/d., "campo vital"), era o esquema básico da vida e que todo organismo tem um, o qual organiza e orienta sua estrutura geral. Usando equipamento eletrônico de alta sofisticação, Burr demonstrou que o campo vital podia ser medido e mapeado. Mais: suas pesquisas com humanos provaram que as condições físicas e mentais determinavam modificações nas me-didas do campo.

Fato interessante: em 1950, usando um "teste de mensuração elétrica" basea-do no trabalho de Burr, o Dr. Louis Langman, basea-do Departamento de Obstetrícia e 27

ANATOMIA FISIOLOGIA

Figura 2

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Ginecologia da Universidade de Nova York, publicou um estudo onde indagava se a medição das forças de campo em mulheres teria algum valor diagnóstico para a detecção de cânceres. Ele e sua equipe concluíram que tais testes eram de fato bastante acurados, simples de realizar e merecedores de mais estudo e pesquisa.

Outro de seus colaboradores, Leonard Ravitz, sustentou que o campo vital desaparece pouco antes da morte física, de sorte que, quando a força organizacional cessa, a vida não pode ser mantida.

Nos anos de 1960 alguns biofísicos, liderados por Viktor Inyushin em Alma-Ata, ex-União Soviética, levaram a cabo extensas investigações com o que chama-ram de "corpo energético". O que mais estimulou essa pesquisa foi a descoberta do "efeito Kirlian" por Semyon Kirlian em 1939. Tratava-se de um processo eletrográfico que gerava fotografias da aura do corpo. Notou-se que o estado da aura variava conforme as condições de saúde da pessoa.

Inyushin concluiu que o corpo energético possui uma base física, uma constela-ção elementar semelhante ao plasma constituída por partículas ionizadas, a que deu o nome de plasma biológico ou bioplasma. Esse plasma seria, disse ele numa formula-ção da Teoria do BiopkJsma, o substrato final dos processos tanto químicos quanto eletrônicos, além de veicular todas as informações dentro do sistema. Explicando o efeito Kirlian, ele deduziu que, como o bioplasma existe nos sistemas vivos, poderia ser luminescente em certas circunstâncias - como quando um campo poderoso e de alta freqüência era aplicado ao sistema, tal qual ocorria na fotografia Kirlian.

Nos anos de 1980, o biólogo Rupert Sheldrake propôs sua revolucionária teoria dos campos mórficos. Com base na palavra grega morphe, que significa "for-mà', Sheldrake postulou um campo de forma, padrão, ordem e estrutura. Esses campos, acredita ele, organizam não apenas as entidades vivas, mas também a conformação dos cristais e das moléculas. Assim, cada tipo de molécula, seja ela uma proteína, uma hemoglobina ou um complexo cristal inorgânico, tem seu próprio campo mórflco. Além disso, todo organismo, toda espécie de instinto ou comportamento possuem um campo. Os campos mórficos são, pois, percebidos como os campos organizadores da natureza. Até o que Jung chamou de inconsci-ente coletivo pode enquadrar-se na teoria dos campos mórficos.

Sheldrake animou-se a desenvolver sua teoria em face dos inúmeros fenôme-nos intrigantes da natureza que a química pura e os genes não conseguem explicar. Por exemplo, embora uma única célula contenha toda a informação genética ne-cessária à sua multiplicação num organismo completo, vegetal ou humano, por que a forma final é sempre a mesma?

Também o impressionavam os fenômenos comportamentais, onde colônias de organismos separados geograficamente e sem contato pareciam apresentar atitudes semelhantes. Isso foi demonstrado em aves, símios e humanos. Uma colônia de

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Vínculos culturais espontâneos

O estudioso da história espanta-se ante o número de casos em que culturas intei-ras produziram de repente alguma descoberta que revolucionou por completo sua sociedade. E isso parece ter acontecido espontaneamente, sem nenhuma conexão óbvia. De fato, pode até ser que algumas dessas realizações ocorreram sem que uma cultura sequer soubesse da existência da outra.

Artefatos da Idade da Pedra, provenientes do mundo inteiro, indicam por exemplo que as primeiras ferramentas, inclusive o machado, surgiram ao mesmo tempo.

As pirâmides gigantes também apareceram por toda parte, no Egito, na Amé-rica do Sul e no Camboja. Escritores como Graham Hancock aventaram uma grande teoria pancultural plausível, com raízes numa civilização perdida. Mas, como veremos, existe outra explicação.

O mais interessante, porém, é o aperfeiçoamento de habilidades: preparação de alimentos, fabricação de queijos e pães, produção de álcool, cerâmica, cestaria e confecção geral de ferramentas similares parecem ter ocorrido quase de novo.

macacos, isolados numa ilha, aprendeu a lavar o alimento antes de comer; outras colônias, sem contato físico ou meios de se comunicar, começaram a fazer o mesmo. Isso, supõe Sheldrake, ocorre em virtude da ressonância mórfiea, fenômeno pelo qual as estruturas prévias ou a experiência de organismos de determinada espécie influenciam estruturas e organismos similares, contemporâneos ou subse-qüentes. Graças a essa ressonância, o padrão e a informação formativa, ou influên-cia, transmitem-se ao longo do tempo e espaço. Portanto, os membros vivos de uma espécie estão ligados a membros antigos dessa mesma espécie e, dado que o fenômeno da ressonância se fortalece com a repetição, uma atividade ou compor-tamento adquirido, descoberto ou laboriosamente aprendido por indivíduos re-motos, será rapidamente absorvido por outros.

A teoria do campo módico explica tais fatos com base em dois princípios, que constituem parte integrante desses campos. Em primeiro lugar a criatividade; em segundo, o hábito. Tomemos a bicicleta àguisa de exemplo. Há duzentos anos não existiam bicicletas. Então alguém desenvolveu o conceito e elas surgiram. Esse foi o passo criativo. (E quantas vezes não vemos novas "descobertas" sendo realizadas independentemente quase ao mesmo tempo? Logo voltaremos a esse ponto.) Em seguida, as pessoas começaram a aprender a andar de bicicleta, provavelmente com grande dificuldade. Hoje, porém, centenas de milhões aprendem e circulam sem sequer dar muita atenção ao processo. Éo hábito, a repetição no interior da espécie, que simplifica o processo de aprendizado.

Em suma, diz Sheldrake, a natureza é essencialmente uma formadora de hábi-tos e todos os seus aspechábi-tos se baseiam nesse princípio. Poder-se-ia afirmar, em conseqüência, que as leis da natureza são os hábitos da natuteza.

29

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o

mesmo se aplica aos grandes pensadores. Em seu livro The Whispering Pond, o professor Ervin Laszlo fala da eclosão das culturas clássicas hebraica, grega, chi-nesa e indiana, todas num lapso surpreendentemente curto de tempo. Exemplos não faltam: a descoberta simultânea e independente do cálculo por Newton e Leibnitz; a formulação independente da teoria da evolução por Darwin e Wallace; a invenção do telefone por Bell e Gray, etc.

A teoria segundo a qual todos nós temos acesso a algum tipo de "campo" torna-se cada vez mais atraente. E isso é fundamental para nossa discussão da Medicina Psiônica.

A Medicina Psiônica

O objetivo principal da Medicina Psiônica está implícito no lema da Sociedade Médica Psiônica: TO/teCausam, que significa "Procure a Causa" da doença. Embo-ra a manifestação da doença possa ocorrer na esfeEmbo-ra física, psicológica ou emocio-nal, a causa reside muitas vezes no nível energético. Em outras palavras, é como se ela se codificasse no interior do campo energético, passando a exercer seus efeitos sobre o indivíduo pela ruptura do esquema organizacional desse campo.

Mas, antes de ir além, talvez seja conveniente discorrer um pouco mais a res-peito do médico notável que desenvolveu esse sistema de medicina, o qual integra a medicina ortodoxa, a homeopatia e a faculdade radiestésica.

George Laurence formou-se no St. George's Hospital, Londres, em 1904, tendo estudado anteriormente na Universidade de Liverpool. E foi em Liverpool que ele sofreu a influência de Sir Oliver Lodge, professor de física, à época um dos mais destacados pesquisadores das propriedades das ondas eletromagnéticas. Depois de trabalhar em diversos hospitais, fez pós-graduação no Royal College of Surgeons (Edimburgo) e um ano mais tarde adquiriu um terço das ações de uma clínica em Chippenham, Wutshire. Quase imediatamente seus dois sócios mais velhos foram convocados para a guerra e ele teve de administrar a clínica sozinho, o que envolveu funções hospitalares e consultivas durante perto de quarenta anos, entre as quais a de oficial-médico do Hospital da Cruz Vermelha, cirurgião do Cottage Hospital, supe-rintendente clínico do Isolation Hospital, Factory Surgeon e vacinador público.

Durante esse tempo, no entanto, ele foi se sentindo cada vez mais insatisfeito com a obsessão ortodoxa por sintomas e drogas. Em suas próprias palavras:

Tive o pressentimento de que nem sempre sabia o que estava realmente fazen-do - ou antes, por que estava fazendo. Em suma, ignorava as razões pelas quais as pessoas adoeciam.

Era muito fácil tratar moléstias infecciosas comuns ou males agudos; mas, face a distúrbios crônicos como tumores malignos, reumatismo, perturbações

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nervosas degenerativas e outras doenças consideradas incuráveis, nenhum de nós sabia o "porquê" e via-se reduzido a lidar com nomes e rótulos, sinais e sintomas, sem lobrigar a causa. Assim, o alívio temporário dos sintomas era o máximo que eu e meus colegas podíamos fazer na época.

A patologia na Medicina Psiônica

A Medicina Psiônica constitui, basicamente, um sistema integrado que junta me-dicina ortodoxa, homeopatia e radiestesia (ou faculdade rabdomântica). A ênfase principal recai nas doenças crônicas, isto é, longas e persistentes.

Para uma explicação melhor, reconsideremos nossas duas "pirâmides" da medi-cina, na forma completa e incompleta. Em medicina ortodoxa, fazemos um

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UMA NOVA DIMENSÃO NA MEDICINA

Na tentativa de descobrir a causa das doenças, Laurence leu bastante e perce-beu que três cientistas pareciam oferecer-lhe as chaves. Primeiro, Samuel Hah-nemann com seu método homeopático; segundo, Rudolph Steiner, sobretudo pela sua concepção das forças formadoras da natureza; e finalmente J.E. R. McDonagh e sua Teoria Unitária da Doença. (Adiante examinaremos seus trabalhos com mais pormenores.)

Por essa época, entrou casualmente em contato com o Dr. Guyon Richards e inteirou-se da idéia da rabdomancia médica. Isso mostrou ser a chave daquilo que procurava, pois há muito estava convencido de que o corpo físico é apenas parte de uma estrutura mais vasta, irreconhecível pelos sentidos comuns. Ele achava que era nessa esfera não-manifesta que as energias vitais operavam e descobriu que, graças ao uso do pêndulo, podia detectar desarranjos das forças responsáveis pelos distúrbios físicos e psicológicos, os quais, por sua vez, se traduziam em sintomas clínicos.

Observou então que, ampliando a técnica, conseguia prescrever o tratamento adequado, apto a restaurar a harmonia vital - em geral, mas não necessariamen-te, recorrendo àmedicação homeopática. Desse modo, pela primeira vez, logrou formular um método científico de diagnóstico e tratamento das causas básicas da doença. Com paciência e assiduidade, aprimorou-o ao longo do tempo, tornan-do-o um sistema de medicina que tem se mostrado muitíssimo eficiente nos últi-mos cinqüenta anos. Não raro, possibilita a detecção de causas ocultas e orienta o especialista no tratamento apropriado de inúmeras doenças crônicas e suposta-mente incuráveis.

O sistema, em essência, depende do exercício dos sentidos paranormais,3 cuja realidade é hoje cientificamente aceita; e, dado que por convenção a letra grega psi passou a associar-se a essa conotação, Laurence deu a seu sistema o nome de Me-dicina Psiônica.

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nósuco que geralmente leva em conta o efeito da doença na estrutura, na função, na aberração bioquímica e na intuição (respectivamente, anatomia, fisiologia, bioquí-mica e psicologia ou PNI). A seguir, o tratamento resume-se a afetar o nível princi-pal em que isso ocorre. Se o problema for de alteração estrutural, a cirurgia será indicada; se de função ou aberração bioquímica, o tratamento médico se fará neces-sário. Quando, porém, for considerado psicológico, então se deverá considerar uma intervenção psicológica ou psiquiátrica. Obviamente, nos casos em que todos os níveis são afetados, como no câncer, recomendam-se todos os tipos de intervenção.

Ora, para muitas pessoas, essa abordagem pode ser exatamente a requerida. A condição delas precisa ser controlada de modo correto. Para outras, a condição nunca é controlada e elas vivem com uma doença crônica ou progressiva que não responde às intervenções ortodoxas.

Em Medicina Psiônica, o ápice da pirâmide da medicina é visto como o lado energéuco do indivíduo, seu corpo energético ou campo de energia. Segundo a experiência dos profissionais psiônicos, quando o tratamento convencional falha é porque o problema existe e persiste no esquema energético, ou seja, no campo de energia organizacional que governa o crescimento, a recuperação e os mecanismos auto-reguladores da pessoa. A menos que essas máculas sejam removidas, o indiví-duo terá sempre problemas físicos, emocionais e psicológicos.

Consideremos a forma mais extrema de doença física, o câncer. O tratamento ortodoxo envolverá provavelmente cirurgia para remover o tumor e restaurar as funções, seguida de quimioterapia e radioterapia para matar as possíveis células cancerosas remanescentes. Se, em etapa posterior, descobrir-se que o câncer pro-grediu, considera-se que a disseminação ocorreu num tecido afetado e não-elimi-nado pela operação ou devido a células cancerosas que escaparam à quimioterapia e à radioterapia.

Na Medicina Psiônica, essa recorrência não será atribuída à excisão incomple-ta do tumor físico, mas à persistência de algum processo patológico não-combati-do. Tal processo deve-se a uma falha no campo energéuco e continuará a operar até produzir uma espécie de efeito de escoamento na pirâmide. Portanto, a recorrência não é necessariamente uma disseminação e sim a seqüência do proces-so mórbido. Em suma, ocorrerá porque a causa não foi descoberta nem tratada. Essencialmente, ignorando até a existência do vértice da pirâmide e o lado energético da pessoa, o tratamento ortodoxo da moléstia crônica quase nunca representa muito mais que um alívio temporário.

Essa explicação simples aplica-se a todos os tipos de distúrbios, do câncer a outras doenças progressivas e degenerativas.

A Medicina Psiônica procura rastrear a causa dos males crônicos determinan-do a natureza da aberração patológica dentro do campo energético do indivíduo.

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As aberrações podem ser herdadas de muitas gerações ou adquiridas durante a

vida da pessoa.

Psi em Medicina Psiônica

A faculdade de radiestesia ou rabdomancia constitui, no fundo, um Estado Alte-rado de Consciência (EAC), embora não o transe completo tal qual obtido graças à hipnose ou à meditação. A consciência é preservada para que o profissional possa formular perguntas apropriadas e acuradas enquanto se "descontrai" o suficiente para receber respostas mediante um processo ideomotor (involuntário), que resul-ta num movimento pendular.

Aqui, três coisas são dignas de menção. Primeira: no processo de diagnóstico, contata-se o campo psi do paciente, às vezes a longa distância, a fim de descobrir quais distúrbios estão presentes, quais são importantes e por que estão gerando doença. Segunda: a chave para o campo psi do paciente é sua amostra de sangue ou cabelo. Não importa quão distanciada esteja ela do paciente no espaço e no tempo, subsiste uma conexão que reflete o estado energético atual do indivíduo. E terceira: na prescrição do tratamento, fazem-se perguntas a um sistema informacional infinitamente mais passível de conhecimento do que o próprio

pro-33

UMA NOVA DIMENSÃO NA MEDICINA

o

que acontece na Medicina Psiônica?

Conforme já mencionamos, a Medicina Psiônica integra a radiestesia (ou faculda-de rabdomântica) à prática ortodoxa e homeopática. Para tanto, uma amostra do paciente, em geral cabelo ou sangue, ajuda o profissional a sintonizar-se com o campo psi do indivíduo. Os instrumentos básicos, no caso, são o pêndulo, uma tabela, uma série de dados de diagnóstico e um conjunto de amostras patológicas ou terapêuticas em tubos de ensaio.

O profissional vale-se de sua intuição, com o pêndulo como indicador, para comparar a amostra do paciente com as patológicas. Desse modo, fazendo-se men-talmente as perguntas certas, ele pode, à semelhança de um detetive, lobrigar os fatores causativos da doença. A seguir, de modo parecido, fará as perguntas apro-priadas para determinar o tratamento correto, que é em geral homeopático (pois seus remédios são de natureza energética, capazes de afetar o corpo de energia), e assim remover as toxinas patológicas. Isso permite aos mecanismos auto-regulado-res ou auto curativos do indivíduo entrarem em ação.

Portanto, nos termos do nosso modelo da pirâmide, quando a falha é sanada, o efeito de escoamento (ou processo mórbido) se detém, fazendo com que os mecanismos auto-reguladores ou auto curativos acalmem as sensações, corrijam a aberração bioquímica, melhorem a função e,possivelmente, retifiquem os danos estruturais.

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fissional. Não se trata, em absoluto, de acessar a memória localizada na própria mente do médico ou em seu circuito neurológico.

Écomo se o profissional se sintonizasse com duas coisas nesse estado ligeira-mente alterado, sendo a primeira o campo psi do paciente e a segunda, um vasto sistema ou campo de informações que interconecta o médico, a amostra do paci-ente e o pacipaci-ente - ou então os campos de todos eles. A sintonia dependerá, pois, da ligação entre paciente e amostra.

Como logo veremos, o conceito de um universo interconectado explica muita coisa a respeito desse ramo fascinante da medicina.

Uma Teoria de Tudo ou Grande Teoria Unificada

Quando falamos de diagnóstico ou prescrição de tratamento a distância, é fácil pensar que utilizamos um paradigma mais em consonância com a magia do que com a ciência. Isso implicaria não ser o processo científico, o que não é absoluta-mente o caso. Na verdade, a Medicina Psiônica pode muito bem reivindicar uma posição de vanguarda na ciência e mesmo na Nova Medicina. Penetremos agora no reino da física teórica, muito importante para nossa discussão.

Até os anos de 1990, era consenso quase universal entre os físicos teóricos que a matéria consistia de átomos e partículas subatômicas, mantidas juntas por qua-tro forças fundamentais.

Havia, em primeiro lugar, a força gravitacional que fixa nossos pés no chão, impedindo o Sol de explodir e as galáxias de despencar. Em segundo, a força eletro-magnética, fonte de energia para nossas lâmpadas, casas e cidades. Em terceiro, a força nuclear fraca, responsável pelo desgaste radioativo. Utilizamo-Ia em

medici-na nuclear, no rastreamento radioativo com nossos equipamentos de diagnóstico altamente sofisticados. E em quarto, a força nuclear forte, presente no poder do Sol e na energia interna do átomo. Na década de 1990, Sidney Sheldon, Steven Weinberg e Abdus Salam mostraram que a força nuclear fraca e a força eletromag-nética eram manifestações de um único fenômeno chamado força eletrofraca.

O modo como essas três forças fundamentais atuam é de capital importância na ciência. Mas qual será sua conexão? Poderão ser unificadas numa única superforça?

Existem duas teorias principais, que explicam parcialmente a natureza delas. Uma é a teoria quântica; a outra, a teoria da relatividade geral de Einstein. Contu-do, lidam com as extremidades opostas do espectro, pois a teoria quântica limita-se à esfeta do microcosmo, o mundo subatômico, ao passo que a relatividade geral ocupa-se do macrocosmo, da natureza do Big Bang, das galáxias e dos buracos negros. A teoria quântica explica as forças como pacotes ou quanta de energia; a relatividade geral considera-as deformações do espaço-tempo. Coisa interessante, você poderá adotar qualquer das duas e dela derivar todas as leis da física e da

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o

universo interconectado

Desde o começo, houve inúmeras interpretações conflitantes da teoria quântica. Um paradoxo crucial foi apresentado por Werner Heisenberg, que recebeu o Prê-mio Nobel de 1943 por uma obra que incluía a formulação do princípio de incer-teza. Em essência, isso significa não ser possível determinar ao mesmo tempo a posição de uma partícula e sua velocidade.

Em 1964, outro marco foi alcançado com a publicação do teorema da interconexão de BelL O episódio revolucionou o pensamento porque mostrou que química. Será capaz de construir o edifício científico inteiro a partir de uma das teorias - mas das duas, não!

Esse problema mortificante consumiu todos os esforços de Albert Einstein durante os últimos trinta anos de sua vida. Ele perseguiu uma teoria que nunca encontrou, mas que se propôs chamar de teoria do campo unificado. Deveria ser, realmente, uma Teoria do Universo - e desde então tem absorvido as carreiras de incontáveis físicos teóricos.

Nos anos de 1970 e 1980, admitiu-se que uma solução estava à vista com o desenvolvimento da teoria da supercorda. A base dessa teoria é que toda matéria se compõe de supercordas, ou linhas, a ocupar um único ponto no espaço-tempo em dado momento. Ela parecia compatível tanto com a teoria quântica quanto com a relatividade geral, exceto pelo fato de só funcionar caso existissem dez dimensões. Mas a teoria de Kaluza-Klein enseja essa possibilidade se as dimensões extras (além das três espaciais e da do tempo) se entrosarem num espaço infinitamente peque-no. Conjeturou-se então que, pouco antes do Big Bang, existia um universo vazio, mas com dez dimensões. Ele se partiu em dois fragmentos, nosso universo de quatro dimensões e outro de seis. O universo deu o salto quântico para um novo, fazendo com que o de seis dimensões se encolhesse e o de quatro se expandisse. Essa rápida dilatação, a dada altura, provocou o Big Bang - a Grande Explosão. Atualmente, pensa-se que, em vez de ser o início de tudo, isso foi na verdade um choque posterior ao colapso do universo de dez dimensões.

Surgiram até agora cinco teorias da "corda", que culminaram em sua unifica-ção na teoria M, de 1994. Esta, porém, só é verdadeira se existirem onze dimen-sões. E os físicos teóricos já falam da possibilidade de uma décima segunda dimensão.

Face a essas idéias mirabolantes (evidentemente não-testáveis, pois é impossível medir dimensões menores que o átomo), pareceria que uma grande teoria unificadora ou Teoria de Tudo foi encontrada - ou, pelo menos, uma teoria sobre as origens do universo, a natureza das partículas elementares e as forças que atuam sobre elas. Mas isso estaria ainda muito longe de uma verdadeira Teoria de Tudo, não é?

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há conexões objetivas e não-locais no universo. Em palavras mais simples, quan-do duas partículas origindrias da mesma fonte entram em contato, permanecem assim para sempre (como se suas funções de onda, uma vez misturadas, não mais se separassem). Portanto, duas dessas partículas, mesmo apartadas por uma distância grande demais para que um sinal luminoso transite entre elas, conti-nuarão interagindo e duas medidas poderão ser relacionadas instantaneamente. Há uma interconexão não-local. Diversos experimentos já confirmaram o teorema de Bell.

Isso é de importância monumental, pois toda matéria provém do Big Bang, implicando que no nível quântico a esfera física inteira está interconectada.

O professor David Bohm, físico teórico e discípulo de Einstein, escreveu muito a respeito da idéia de conexão e interconexão. Em seu livro O TOdo e a Ordem Implicada, propôs o conceito de "totalidade indivisÍvel" como a verda-deira realidade. Nesses termos, o universo não seria um conjunto de partes sepa-radas, ainda que emparelhadas, mas uma complicada rede de "relações" entre partes de um todo unificado. Bohm postula, em suma, que o universo obedece aos mesmos princípios do holograma, com toda a informação existente contida em cada uma de suas partes.

Segundo a teoria de Bohm, embora os fenômenos pareçam desconexos e iso-lados, isso não passa de uma ilusão de nossa percepção. A verdadeira realidade é a "unidade", onde todas as coisas se interligam e formam a mesma ordem implícita, apesar de os vínculos escaparem à acuidade de nossos sentidos. Portanto, o princí-pio da holografia permeia anatureza,4 como aspecto do universo holográfico.

Em seu livro The Whispering Pond, o professor Ervin Laszlo afirma que "o conceito básico - o ponto alto - das teorias genuinamente unificadas é a interconexão universal. Com efeito, a própria possibilidade de uma teoria dessas reside na descoberta do campo que, no universo, ligaria átomos e galáxias, ratos e homens, cérebros e espíritos, transmitindo informação de todos para todos".

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campo psi

Existem inúmeros paradoxos nas ciências (físicas, biológicas, psicológicas e mes-mo sociológicas) que simplesmente não podem ser explicados a menos que aceitemos uma interconexão sutil. Somente um campo universal, seja de que tipo for -um campo de interconexão -, daria conta de tais paradoxos. Mas qual poderia ser e onde se situaria?

Na discussão acima, examinamos as idéias atuais sobre a matéria. Agora deve-mos considerar o outro aspecto da realidade, isto é, o espaço. Por muitos anos pensou-se que o espaço fosse apenas o nada, o vácuo. A ciência descobriu que não é bem assim. O espaço é, na verdade, umplenum, quer dizer, um espaço

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preenchi-Notas

1. A psiconeuroimunologia (PNI), chamada às vezes de psiconeuroendocrinoimunologia (PNEI) é uma ciência em desenvolvimento que une a mente, o cérebro, os hormônios e o sistema imunológico. Candace Perr, uma neurocientista que descobriu o receptor opiato, fez pesquisas pioneiras sobre o modo como as substâncias químicas de nossos corpos estabelecem uma comunicação dinâmica entre a mente e o corpo. Como a complexidade do nome sugere, trata-se de uma disciplina que vem atraindo especia-listas de diversos ramos do saber. Ver "Leituras Recomendadas".

2. Mastaba: tumba inacabada e de cume achatado, precursora da pirâmide clássica. 3. A expressão "sentidos paranormais", neste contexto, refere-se simplesmente aos que

estão além dos cinco reconhecidos. Voltaremos a eles no capítulo sobre Intuição, Per-cepção Extra-sensorial e Fenômenos Psi.

do ou que contém alguma coisa. Os cientistas agora falam dele como de um vácuo quântico.

O espaço está repleto de considerável energia, conhecida como "campo ponto zero" (CPZ). Para além dele, ou subjacente a ele, Laszlo postula um campo funda-mental do qual o CPZ seria uma manifestação. Esse campo é informacional no sentido de que registra tudo o que ocorre em seu interior e apresenta-se inteira-mente interconectado. É, em conseqüência, holográfico porque cada parte está ligada a outra. Pode ser chamado, com muita propriedade, de holocampo ponto zero baseado no vácuo.

Laszlo pressentiu que semelhante nome não soaria muito bem e, como "se trata ao mesmo tempo de um elemento fundamental da realidade e de um fator que entra em todas as nossas interações com essa realidade, merece nada menos que uma letra grega". A letra que ele escolheu foi o'1', ou Psi.

A escolha do Psi não foi aleatória. Ao fazê-Ia, Laszlo levou também em conta que ela "se refere aos fenômenos psi e talvez os explique. Isso, porém, é ninharia: o holocampo universal faz muito mais do que veicular algumas variedades de infor-mação extra-sensorial; ele também ligaquanta e organismos, cérebros e espíritos, povos e culturas. O motivo do emprego do Psi vai além da parapsicologia, da psicologia, da neurofisiologia e até da biologia ou da ecologia. Abarca a física e a cosmologia, isto é, o leque total das ciências contemporâneas".

Em Medicina Psiônica nós, rotineiramente, sintonizamos a energia do pró-prio indivíduo, ou o seu campo psi pessoal, a fim de determinar a natureza das distorções energéticas que o afetam física, emocional e psicologicamente. Fazemos isso por meio de uma amostra que, embora removida do paciente, ainda mantém com ele contigüidade ou se lhe associa graças aos vínculos não-locais que discuti-mos. Também penetramos no grande campo psi que Ervin Laszlo descreveu tão elegantemente e sobre o qual escreverá no próximo capítulo.

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4. Teoriaholográfieada mente: teoria proposta por Karl Pribram, da Faculdade de Medi-cina de Stanford. Ele partiu da obra revolucionária de Karl Lashley, segundo a qual, quando se removem partes do cérebro dos animais, podem prever-se danos às funções da visão, apetite, sono, etc., mas não à memória. Pribram realizou diversos experi-mentos sobre percepção e concluiu que o cérebro, ao codificar uma imagem, fá-Io à maneira de um holograma. Pesquisas posteriores revelaram que outros sentidos, como a audição, o olfato e o tato, também podem ser processados holograficarnente.

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A Hipótese do Campo Psi:

Algumas Considerações

Professor Ervin Laszlo

1. Considerações básicas

A hipótese que aqui adiantamos baseia-se no conceito holístico do mundo passível de conhecimento científico. Segundo tal conceito, a realidade não é divisível em camadas ou níveis divergentes. Os fenômenos observáveis constituem o resultado de um processo de desenvolvimento seqüencial e ocasionalmente não-linear que liga a esfera física básica da realidade a outras esferas emergentes como as da vida, da mente e da sociedade. Em conseqüência, todos os fenômenos possuem base material, o que entretanto não acarreta a redução do fenômeno da vida e da mente a meros processos físicos. A hipótese exige apenas que as leis fundamentais e as regularidades que governam a evolução das diversas esferas da realidade sejam universais - isto é, aplicáveis igualmente aos fenômenos físicos, biológicos, psi-cológicos e sociais. Desse modo, os fenômenos que se manifestam não são reduzi-dos às suas origens físicas: o que se faz é submeter suas interações a leis e processos universais (quer dizer, interdisciplinares).

1.1.INTERCONEXÕES NO ESPAÇO E NO TEMPO

O âmbito empÍrico da física, como aliás o da biologia e das ciências humanas, ainda não foi totalmente explorado; alguns achados permanecem anômalos para as teorias convencionais. Parece que grande parte dessas anomalias deve-se a interconexões entre fenômenos que não são levados devidamente em conta pelas concepções vigentes. 1Por exemplo:

Na jlsica, descobriu-se que partículas elementares em estado quântico idênti-co apresentam não-localidade: estão instantaneamente conectadas por distâncias finitas e possivelmente consideráveis. Fótons emitidos um por um interferem uns com os outros àguisa de ondas simultâneas; elétrons, em supercondutores, fluem

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de uma maneira altamente coerente, assumindo funções de onda semelhantes; e apresentam-se instantânea e não-dinamicamente ligados nas conchas energéticas dos núcleos atômicos.

Em biologia parece que, quando mudanças no ambiente exigem grandes alte-rações no plano adaptativo da espécie, essas mudanças são produzidas oportuna-mente graças a mutações genéticas maciças e perfeitamente coordenadas - isto é, não-aleatórias. Além disso a morfologia, e mesmo a informação genética de espé-cies muito diferentes, exibem impressionantes isomorfias, absolutamente incríveis num processo de mutação casual e desconexa, e de seleção natural nos quadros cronológicos conhecidos.

Na esfera da mente e consciência, as atuais pesquisas indicam que o alcance da experiência humana excede o tradicionalmente atribuído aos órgãos dos sentidos e ao cérebro. Em determinadas circunstâncias, os indivíduos parecem capazes de lembrar uma ou todas as suas experiências; e às vezes como que afetam os estados mental e corporal uns dos outros através do espaço e do tempo.

Essas e outras anomalias afins sugerem que os fenômenos das esferas física, biológica e psicológica estão sutil, mas efetivamente ligados. Dadas essas interconexões, podemos compreender como as micropartículas conseguem infor-mar-se do que se passa com as outras dentro de certos sistemas de coordenadas; como o genoma dos organismos vivos se associa aos aspectos capitais do meio ambiente; e como o cérebro e a mente humana se comunicam entre si indepen-dentemente do tempo e do espaço.

1.2.A NOÇÃO DE UM CAMPO INTERCONECTADO

Algumas conexões ligam partes de elementos de um mesmo sistema; outras, siste-mas distintos no tempo e no espaço. Se essas conexões forem reais e não ilusórias, terão de ser explicadas pelos mesmos tipos de construtos aplicáveis a outras formas de interação - gravitacional, eletromagnética e nuclear -, ou seja, por forças de troca universais. 2

Na física contemporânea, as forças de troca universais costumam ser interpre-tadas como campos clássicos. Contudo, em face das anomalias acima menciona-das, os campos clássicos não podem explicar o tipo de interconexões exigidas: as conexões que sugerem são anômalas com respeito a eles. Assim, o campo que ampara e interconecta fenômenos provavelmente não será nem o eletromagnéti-co, nem o gravitacional, nem o nuclear forte ou fraco. E não será, sem dúvida, um construto puramente conceptual como os campos de probabilidade (não-clássi-cos) da mecânica quântica. Ao contrário, o conceito mencionado deve referir-se a um campo fisicamente real com propriedades novas e talvez não-clássicas.

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1.3. O VÁCUO FUNDAMENTAL COMO O LOCUS DO CAMPO MENCIONADO

A hipótese aqui apresentada postula que o citado campo de conexão entre tempo e espaço constitui um aspecto ou manifestação do vazio quântico. Não estamos nos referindo ao campo ponto zero (CPZ) tal qual é costumeiramente entendido, mas a um campo fundamental de que o CPZ não passa de uma manifestação específica. Presume-se que, para além do CPZ eletromagnético, o vácuo funda-mental possui outras, embora ainda não inteiramente compreendidas, manifesta-ções que geram, inter alia, as forças de inércia e gravitação, bem como as forças sutis que interligam partículas e sistemas construídos como conjuntos integrados no espaço e no tempo.

O motivo de se considerar o vazio quântico como o locus do campo de interconexão pode ser facilmente justificado. O vácuo cosmicamente estendido é o estado de energia mais baixa de um sistema do qual as equações obedecem à

mecânica ondulatória eà relatividade especial. No entanto, segundo a interpreta-ção ontológica, vai muito além disso. Conforme assinalou Paul Dirac, toda "maté-ria" é criada a partir desse substrato que permeia o espaço-tempo e é, em si mes-mo, imperceptível. No patamar de 1027erg/cm3, partículas quantificadas emergem do vácuo aos pares: uma, energizada positivamente, passa para o espaço-tempo, enquanto a outra, energizada negativamente, permanece no campo. A densidade energética desta, conforme a estimativa de John Wheeler, chega a 1094erg/cm3,ou seja, cerca de 1040maior (no dizer de David Bohm) do que a energia contida na matéria do universo observável.

A física contemporânea reconhece que as partículas se originam do vácuo e tem prova experimental de muitas de suas interações. Por exemplo, sabe-se que o CPZ do vácuo cria uma pressão radiativa em duas placas metálicas contíguas; entre as placas, alguns comprimentos de onda do campo de vácuo são excluídos, reduzindo assim sua densidade energética relativamente ao campo exterior. Isso gera uma pressão - conhecida como efeito Casimir- que empurra as placas uma contra a outra. Sabe-se também que o CPZ atua sobre os elétrons que giram em torno dos núcleos atômicos. Os elétrons "saltam" de um estado de energia para outro e os fótons que emitem exibem a alteraçãoLamb, uma freqüência que, devi-do à presença devi-do CPZ, tem seu valor normal ligeiramente modificadevi-do. Além dis-so, parece que os átomos estáveis persistem no espaço-tempo graças a interações com o CPZ. O elétron dos átomos de hidrogênio, por exemplo, emite constante-mente energia e, se o quantum de energia que absorve do vácuo não compensasse a energia perdida em virtude de seu movimento orbital, aproximar-se-ia cada vez mais do núcleo. Conseqüentemente, a estabilidade do hidrogênio, como de todos os átomos do universo, deve-se em parte a interações com o CPZ.

Referências

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