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Economia Monetária. Aula 2: Uma visão geral do sistema financeiro. Professor Christiano Arrigoni

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Academic year: 2021

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Texto

(1)

Economia Monetária

Aula 2:

Uma visão geral do sistema

financeiro

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Motivação

• Discursso de Ben Bernanke (FED Chairman, 03/01/2010): - "(…).The financial crisis that began in August 2007 has been the most severe of the post-World War II era and, very possibly--once one takes into account the global

scope of the crisis, its broad effects on a range of markets and institutions, and the number of systemically critical financial

institutions that failed or came close to failure--the worst in

modern history. Although forceful responses by policymakers around the world avoided an utter collapse of the global

financial system in the fall of 2008, the crisis was

nevertheless sufficiently intense to spark a deep global

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Motivação

• Discursso de Ben Bernanke (FED Chairman, 03/02/2010): - "(…).At the Federal Reserve and other agencies, the crisis revealed weaknesses and gaps in the regulation and supervision of financial institutions and financial markets."

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Motivação

• Ata da 148a Reunião do COPOM (26 e 27 de Janeiro de 2010): - "O período desde a reunião anterior do Copom foi marcado, inicialmente, pela continuidade do processo de normalização da atividade nos

mercados financeiros internacionais e, mais recentemente, por certo

aumento na volatilidade dos preços de ativos, ainda que a percepção de risco sistêmico siga limitada. Esses desenvolvimentos podem ser

atribuídos ao incremento da incerteza regulatória e à deterioração fiscal em algumas economias maduras, bem como ao início da reversão da forte expansão da liquidez ocorrida em 2009 em economias emergentes. Nessas condições, houve moderação na demanda por ativos de risco, como

evidenciado pelo comportamento dos mercados financeiros internacionais. Dessa forma, o dólar americano tendeu a se fortalecer frente às demais moedas, em especial aquelas que tinham experimentado apreciação mais intensa em meses anteriores."

(5)

Aula de hoje

• Panorama do Sistema Financeiro [Livro-texto, cap. 2] - Função do Sistema Financeiro

-Classificação dos Mercados Financeiros

-Financiamento direto: Principais Instrumentos Financeiros -Financiamento Indireto

-Regulação do Sistema Financeiro -Sistema Financeiro Nacional

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Função do sistema financeiro

• Função primordial do sistema financeiro: canalizar os recursos dos poupadores (lender-savers) para os agentes econômicos que necessitam gastar mais do que a sua renda, os devedores (borrower-spenders).

-Financiamento Direto: Através de instrumentos financeiros (ações, títulos etc.)

-Financiamento Indireto: Através de intermediação financeira (empréstimos, financiamentos, etc)

•Importância dos Mercados Financeiros: -Eficiência Econômica

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Fluxo de fundos no sistema financeiro

Intermediários Financeiros Mercados Financeiros Financiamento indireto Financiamento direto Lenders-savers: 1. Famílias 2. Empresas não financeiras 3. Governo 4. Estrangeiros Borowers-spenders: 1. Empresas não financeiras 2. Governo 3. Famílias 4. Estrangeiros Fundos Fundos Fundos Fundos

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Classificação dos mercados financeiros

pelo tipo de instrumento

• Mercados de dívida: Títulos de Dívida são contratos nos quais o devedor deve pagar determinadas quantias em

intervalos fixos regulares. Dívida de curto x longo prazo. • Mercados de ações : Ações são direitos a compartilhar a renda líquida e os ativos de uma empresa (dividendos, voto, mas credor residual). As empresas também fazem pagamentos periódicos por meio da distribuição de dividendos. Por isso, são considerados ativos de longo prazo.

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Classificação dos mercados financeiros

pelo tipo de mercado

• Mercados primários: novas emissões de dívida e ações. É o mercado aonde as empresas adquirem novos recursos.

Nicho de mercado dos bancos de investimento (Underwriting).

•Mercados secundários: revenda de títulos de dívida e ações previamente emitidos.

-Bolsas (Exchanges): BMF-Ibovespa, NYSE, etc. -Balcão (Over-the-counter)

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Classificação dos mercados financeiros

pelo tipo de mercado

• Mercados de bolsas: Mercados secundários de títulos e ações nos quais compradores e vendedores se encontram em um lugar central para conduzir as trocas. São mercados

organizados, sujeitos a determinados padrões de

procedimento e regras de transparência de informações. Exemplos: BMF-Ibovespa, NYSE, etc.

• Mercados de balcão (over-the-counter): Mercados

secundários de títulos e ações nos quais dealers em diferentes locais que possuem um estoque de securities estão prontos para comprar e vender em termos mutuamente benéficos.

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Classificação dos mercados financeiros

pelo prazo

• Mercado de dinheiro (Money Market) : mercado aonde são negociados apenas instrumentos de dívida de curto prazo (em geral com maturidade menor do que um ano). Em geral, os títulos de dívida desse mercado são mais líquidos do que os de longo prazo. Maiores players desse mercado são empresas e bancos. Exemplo: títulos públicos federais de curta maturidade, mercado interbancário.

• Mercado de capitais (Capital Markets) : mercado aonde são negociados instrumentos de dívida de médio e longo prazo e ações. Maiores players desse mercado são fundos de pensão e seguradoras.

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Instrumentos dos mercados financeiros:

mercado de dinheiro (curto prazo)

• Títulos do Tesouro de curto prazo (Bills): instrumentos de dívida do governo. Nos EUA são emitidos em

maturidades de 1, 3 e 6 meses. No Brasil são os títulos de curto prazo emitidos pelo Tesouro para financiar o governo federal. Os principais títulos são a LTN e a LFT. Em geral, são os instrumentos mais seguros do money market, pois o governo pode sempre taxar ou emitir moeda para saldar suas dívidas.

• Certificados de Depósito negociáveis: CD nos EUA, CDB no Brasil, são instrumentos de dívida vendidos pelos bancos aos depositantes com um prazo pré-determinado e pagamento de juros em determinada frequência. CDBs negociáveis são aqueles vendidos no mercado secundário.

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Instrumentos dos mercados financeiros:

mercado de dinheiro (curto prazo)

• Commercial paper: nos EUA são instrumentos de dívida de curto prazo emitido por grandes bancos e empresas não financeiras com determinada reputação. No Brasil, o

análogo para os bancos seriam as Letra Financeiras (LF) e para as empresas seriam as debêntures de curto prazo.

• Acordos de recompra: Repos são empréstimos de

curtíssimo prazo (em geral com maturidade menor do que 2 semanas) no qual títulos do Tesouro servem como

colateral da operação. No Brasil, esse instrumento é

chamado de operações compromissadas e se confunde com o próximo instrumento a ser descrito.

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Instrumentos dos mercados financeiros:

mercado de moeda (curto prazo)

• Federal (Fed) funds: tipicamente são empréstimos

overnight entre bancos dos seus depósitos no Fed (banco

central americano). No Brasil, haveria dois instrumentos parecidos, mas não exatamente iguais: (i) CDI, no qual os bancos fazem empréstimos de curto prazo uns aos outros sem colateral (como ocorre nos EUA); (ii) operações

compromissadas entre os bancos no qual há o empréstimo de depósitos no Banco Central (reservas bancárias) por um prazo bem curto (tipicamente overnight) e de forma

colateralizada. A taxa Selic é definida como um tipo de média das taxas dessas operações e, por isso, o Banco Central frequentemente intervém nesse mercado.

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Instrumentos dos mercados financeiros:

mercado de capitais (médio e longo prazos)

• Ações: são direitos sobre a renda líquida e ativos de uma corporação (sociedade anônima). O mercado brasileiro de ações é pequeno comparado com o norte-americano,

mesmo levando em conta a diferença de renda e riqueza dos dois países.

• Hipotecas: Empréstimos a famílias ou firmas para a compra de imóveis, aonde o próprio imóvel serve como colateral da operação. Esse é o maior mercado americano. No Brasil, ele ainda é bem pequeno, mas tem crescido

bastante nos últimos anos. Principais ofertantes desse

instrumento são os bancos múltiplos e a Caixa Econômica Federal.

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Instrumentos dos mercados financeiros:

mercado de capitais (médio e longo prazos)

• Títulos corporativos (corporate bonds): títulos de longo prazo emitidos por corporações com ótimas classificações de risco. Um título corporativo típico dá a seu detentor pagamentos

semestrais de juros (cupom) e o pagamento do valor de face no vencimento. Títulos conversíveis são aqueles com uma cláusula contratual que permite o detentor trocá-lo por uma determinada quantidade de ações em qualquer data até a maturidade. No

Brasil, esses títulos seriam as debentures de longo prazo e as debêntures conversíveis.

• Títulos do Tesouro de longo prazo: Títulos do Tesouro de longo prazo usados para financiar o déficit do governo federal. No Brasil, seriam as NTNs e LTNs de médio prazo.

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Instrumentos dos mercados financeiros:

mercado de capitais (médio e longo prazos)

• Títulos de governos estaduais e municipais: títulos emitidos por governos estaduais e municipais.

• Empréstimos aos consumidores e firmas: Empréstimos feitos principalmente por bancos à famílias e empresas. Outros tipos de intermediários financeiros também

trabalham com esse instrumento, como, por exemplo, financeiras e bancos de montadora.

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Internacionalização dos mercados

financeiros

• Desde a década de 80, a participação do mercado financeiro norte-americano no mercado mundial tem diminuído.

• Dois fatores explicam: aumento da poupança doméstica em determinados países e desregulamentação dos mercados financeiros em vários países.

• A consequência é que agora a intermediação financeira internacional é feita em vários países, além dos EUA (por exemplo, Inglaterra e Hong Kong).

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Internacionalização dos mercados

financeiros: instrumentos

• Títulos externos (foreign bonds): títulos emitidos por empresas e governos fora de sua jurisdição, sendo denominados na moeda do país aonde o título está sendo emitido. Ex: Petrobrás emite título corporativo nos EUA em dólar.

• Eurobond: títulos emitidos por empresas e governos fora de sua jurisdição, sendo denominados em uma moeda diferente da do país aonde o título está sendo emitido. Ex: Petrobrás emite título corporativo na Inglaterra em dólar.

• Eurocurrencies: moedas estrangeiras depositadas em bancos fora do país de origem do agente.

• Eurodollars: é um tipo de eurocurrency, pois é um depósito de dólares em bancos estrangeiros fora dos EUA ou em filiais

(20)

Internacionalização dos mercados

financeiros: instrumentos

• Mercado de ações mundial: hoje em dia, fundos mútuos buscam investir em vários mercados de ações diferentes, diversificando riscos.

• Exemplo de instrumento de negociação internacional de ações: ADRs.

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Função dos intermediários financeiros:

financiamento indireto

• Financiamento indireto conta com a presença de um intermediário entre poupadores e devedores.

• O intermediário financeiro toma recursos emprestado dos poupadores e os empresta aos devedores. É o chamado processo de intermediação financeira.

• Os intermediários financeiros são as fontes de recursos mais importantes, não só para as famílias como também para as empresas.

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Função dos intermediários financeiros:

financiamento indireto

• Discursso de Ben Bernanke (FED Chairman, 21/08/2009): - "Authorities in the United States and around the globe moved quickly to respond to this new phase of the crisis, although the details differed according to the

character of financial systems. The financial system of the United States gives a much greater role to financial

markets and to nonbank financial institutions than is the case in most other nations, which rely primarily on

banks. Thus, in the United States, a wider variety of policy

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Importância dos intermediários

financeiros: custos de transação

• Custos de transação são as despesas incorridas em termos de tempo e dinheiro pelas partes envolvidas em transações financeiras.

• Intermediários financeiros podem diminuir tremendamente tais custos por meio de economias de escala e escopo.

• Com isso, eles tornam possíveis transações financeiras que seriam inviáveis na sua ausência.

• Além disso, intermediários também prestam serviços de liquidez, facilitando a condução de transações por parte de seus clientes.

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Importância dos intermediários

financeiros: compartilhamento de risco

• Intermediários ajudam a diminuir o risco dos poupadores por meio do processo chamado de compartilhamento de risco.

• Há duas formas de compartilhamento de risco: 1. Transformação de ativo.

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Importância dos intermediários

financeiros: assimetria de informação

• Assimetria de informação na intermediação: o potencial devedor tem informações melhores sobre o potencial

retorno e o risco associados ao seu projeto de investimento do que o emprestador.

• Dois tipos de assimetria de informação: • Ex-ante: seleção adversa.

• Ex-post: moral hazard.

• Intermediários aliviam os problemas associados a

assimetria de informação: eles estão melhor equipados para selecionar os melhores riscos e para monitorar os

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Tipos de intermediários financeiros

1. Instituições Depositárias (Depositary Institutions): i. Bancos comerciais e múltiplos.

ii. Associação de poupança e empréstimos e bancos de poupança mútuos. No Brasil, caixas econômicas. iii. Cooperativas de crédito (Credit Unions).

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Tipos de intermediários financeiros

2. Instituições de poupança contratual (Contractutal Savings

Institutions):

i. Seguradoras (vida).

ii. Seguradoras (casualidades e incêndio).

iii. Fundos de pensão e fundos de aposentadoria governamental.

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Tipos de intermediários financeiros

3. Intermediários de investimento (Investment

Intermediaries):

i. Financeiras (Finance Companies) ii. Fundos de investimentos mútuos

iii. Fundos de investimentos mútuos do mercado de moeda (curto prazo)

iv. Bancos de investimento. Não é nem banco nem

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Regulação do sistema financeiro

• O sistema financeiro é um dos setores mais regulados, tanto aqui no Brasil quanto nos países desenvolvidos. • Dois principais objetivos regulatórios: i) aumentar a

informação disponível para os investidores (transparência); ii) assegurar a solidez do sistema financeiro.

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Aumento da informação disponível para

os investidores

• Origem do problema: assimetria de informação pode tornar a operação do sistema financeiro ineficiente.

• O objetivo da regulação é reduzir a assimetria de

informação (seleção adversa e moral hazard) por meio do aumento da informação disponível para os investidores. • Exemplo: criação da SEC nos EUA em 1934.

• Exemplo de regulação: a SEC obriga firmas emissoras de securities a liberar informações sobre suas vendas, ativos e ganhos ao público e restringe as transações pelos maiores acionistas (insiders).

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Assegurar a solidez do sistema

financeiro

• Assimetria de informação entre poupadores e

intermediários financeiros pode levar ao chamado pânico financeiro.

• Dúvidas sobre a saúde financeira geral dos intermediários podem levar os poupadores a retirar seus recursos de forma indiscriminada, tanto de instituições saudáveis quanto de instituições não saudáveis.

• O resultado disso pode ser o colapso do sistema financeiro e grandes perdas para a sociedade.

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Regulação para a proteção contra o

pânico financeiro

1. Restrições a entrada

2. Divulgação de informações padronizadas aos reguladores e ao público

3. Restrições sobre tipos de ativos e atividades 4. Seguro de depósitos

5. Limites à competição

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Leituras

• Aula de hoje:

- Leitura Obrigatória:

* Livro-texto, cap. 2

* Bernanke (10/03/09): "Financial Reform to address Systemic Risk"

- Leitura Opcional:

* Relatório de Estabilidade Financeira do Banco Central do Brasil

• Próximas duas aulas: Leitura Obrigatória

Referências

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