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Análise do potencial edificatório nos aglomerados de Sabrosa, Vila Real, Vila Pouca de Aguiar e Pedras Salgadas num cenário de “infraestrutura-zero”

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

Análise do potencial edificatório nos aglomerados de Sabrosa, Vila Real,

Vila Pouca de Aguiar e Pedras Salgadas num cenário de

“infraestrutura-zero”

Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil

Hugo Manuel de Barros Leite e Silva

Orientador: Professor Doutor Ricardo Jorge e Silva Bento Co-orientador: Professor Doutor Luís Manuel Morais Leite Ramos

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

ESCOLA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS (ECT), DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS

Análise do potencial edificatório nos aglomerados de Sabrosa, Vila Real,

Vila Pouca de Aguiar e Pedras Salgadas num cenário de

“infraestrutura-zero”

Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil

Hugo Manuel de Barros Leite e Silva

Orientador: Professor Doutor Ricardo Jorge e Silva Bento Co-orientador: Professor Doutor Luís Manuel Morais Leite Ramos

Composição do Júri:

_______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________

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Dissertação apresentada à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro para o cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Ciências da Engenharia, realizada sob orientação do Professor Doutor Ricardo Jorge Silva e Bento, Professor Auxiliar da Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e co-orientação do Professor Doutor Luís Manuel Morais Leite Ramos, Professor Associado da Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

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AGRADECIMENTOS

Iniciei o meu Mestrado em 2012, e até hoje pude contar com o apoio de várias pessoas e entidades. Desde já passo a referir a minha gratidão pelo apoio e atenção que foi dada para a execução desta Dissertação a todos aqueles que direta e indiretamente contribuíram para a realização desta tão importante “empreitada” na minha vida profissional.

Tive o privilégio de ser orientado pelo Professor Doutor Ricardo Jorge e Silva Bento e para que conste agradeço todo o seu apoio e dedicação durante a Dissertação.

Tive igual privilégio de ter como co-orientador o Professor Doutor Luís Manuel Morais Leite Ramos, que ao partilhar o seu vasto conhecimento forneceu ferramentas e uma grande ajuda para a execução do trabalho proposto.

A todas as pessoas pertencentes aos municípios envolvidos no estudo dos casos: o de Vila Real, Sabrosa, Vila Pouca de Aguiar e Pedras Salgadas.

Ao Doutor Nuno Miguel Pinto Pereira e ao Engenheiro Luís Miguel Martins, excelentes profissionais que pertencem à equipa do gabinete GETER da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

À Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro por ter disponibilizado as suas instalações, onde passei tantas horas em trabalho e meditação.

Aos colegas Paula Mestre, João Cordeiro e Elisabete Silva, pelo apoio e pelas vastas tertúlias fundamentais para me manter com foco e com motivação no alcance do objetivo final.

Aos meus pais Manuel Leite e Silva e Maria Amélia Barros e à minha irmã Diana Barros Silva por estarem presentes e acompanharem o meu trabalho nos dias bons e menos bons, sem no entanto deixarem de acreditar no sucesso.

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RESUMO

O fenómeno da expansão das áreas urbanas potencializa grandes contrastes das necessidades das redes de infraestruturas, a rede rodoviária, elétrica, abastecimento de água e drenagem de águas residuais, estando associados custos económicos, sociais e ambientais. Os Planos Diretores Municipais devem controlar a dispersão urbana, contendo-a nos seus perímetros urbanos. A atual contenção económica do País obriga a que os aglomerados encontrem novas formas de gestão para que se possa reduzir os custos de manutenção das redes de infraestruturas. O conceito de infraestrutura-zero apresenta-se como a maximização de utilização e rentabilização das redes de infraestruturas já existentes.

A Dissertação pretende avaliar e traçar cenários futuros a médio prazo para o potencial edificatório em alguns municípios da Associação de Municípios do Vale do Douro Norte num cenário de infraestrutura-zero.

Para a realização do estudo de previsão a médio prazo é necessário o trabalho em conjunto com as entidades municipais e locais, já que será através da informação existente nas entidades e pela recolha no terreno da informação em falta, que se poderá chegar aos resultados expectados, sendo necessário o seu tratamento com os programas de sistemas de identificação geográfica.

Verifica-se que o aglomerado de Sabrosa apresenta a maior percentagem de infraestruturas com 71,59%, seguido de Vila Pouca de Aguiar com 68,41%, Pedras Salgadas com 63,16% e Vila Real com 59,77%. Com a análise destes dados determinaram-se os seguintes máximos de construções de fogos habitacionais: Vila Real com 9393 fogos, Pedras Salgadas com 5719 fogos, Sabrosa com 3863 fogos e Vila Pouca de Aguiar com 3446 fogos.

O potencial edificatório nos aglomerados existe, sendo que as áreas disponíveis para construção e infraestruturadas devem ser áreas com políticas de incentivo. Será da responsabilidade dos aglomerados ter estratégias para cativar a decisão de dinamizar as zonas infraestruturadas.

Palavras-chave: infraestrutura-zero, expansão, potencial edificatório, sustentabilidade, redes de infraestruturas, Plano diretor municipal.

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ABSTRACT

This dissertation aims to evaluate and trace future scenarios for the medium term potential edification in some of the municipalities of the Association of Municipalities of the Douro Valley in Northern zero-infrastructure scenario.

The phenomenon of expansion of urban areas enhances high contrasts of the needs of larger network infrastructures, road, electricity, water supply and wastewater disposal, with associated economic, social and environmental costs. The Municipal Master Plans should control urban sprawl, containing it within their city limits. The current economic containment of the country requires that urban areas need to find new ways of management that can reduce maintenance costs of infrastructure networks. The concept of zero-infrastructure is presented as maximizing the use of networks and profitability of existing infrastructure, so it makes sense to study and predict the evolution of building models of zero-infrastructure.

For the study of medium-term estimate is necessary to work together with municipal and local entities, as it will be through the existing information on the entities and the collection of field information missing that could reach the final results. It is necessary their treatment in programs of geographical identification systems.

It is found that the urban area of Sabrosa has the highest percentage of infrastructure with 71.59%, followed by Vila Pouca de Aguiar with 68.41%. With 63.16% Pedras Salgadas and Vila Real with 59.77%. The analysis of this data determined the following maximum of constructions of residential units: Vila Real with 9393 residential units, Pedras Salgadas with 5719 residential units, Sabrosa with 3863 residential units and Vila Pouca de Aguiar 3446 residential units.

The potential edification exists in the urban areas, and the areas available for construction should be infrastructured areas with incentive policies. The decision to dynamize infrastructured areas will be responsibility of the agglomerates..

Keywords: zero-infrastructure, potential edification, sustainability, infrastructure networks, Municipal master plan.

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Índice

AGRADECIMENTOS ... vi RESUMO ... viii ABSTRACT ... ix Índice de Figuras ... 13 Índice de Gráficos ... 14 Índice de Tabelas ... 15 CAPÍTULO I - Introdução ... 16 1 Introdução ... 17 1.1 Enquadramento ... 17 1.2 Problemática ... 21 1.3 Objetivos da Dissertação ... 27 1.4 Estrutura da Dissertação ... 27 CAPÍTULO II – Metodologia ... 29 2 Metodologia ... 30

CAPÍTULO III – Estudo do Caso ... 41

3 Estudo do Caso ... 42

CAPÍTULO IV – Análise de Resultados ... 53

4 Análise de Resultados ... 54

CAPÍTULO V – Conclusões e Considerações Finais ... 74

5 Conclusões e Considerações Finais ... 75

BIBLIOGRAFIA ... 79

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Sites ... 83

Legislação ... 84

Anexos ... 85

Anexo 1 - Classificações dos aglomerados em níveis da infraestruturação. ... 86

Anexo 2 - Zona de influência das infraestruturas ... 91

Anexo 3 - Zonas Qualificadas pelo PDM ... 96

Anexo 4 - Qualificações do PDM da área total não ocupada infraestruturada e área não ocupada infraestruturada para fins habitacionais ... 101

Anexo 5 - Áreas disponíveis qualificadas na zona de influência das redes de infraestruturas ... 105

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Índice de Figuras

Figura 1 - Processo da fase I, determinação da área de influência das Infraestruturas ... 32

Figura 2 - Processo da fase II, determinação das áreas disponíveis para edificação qualificadas ... 35

Figura 3 - Esquema total do procedimento adotado ... 37

Figura 4 - Distrito de Vila Real e aglomerados estudados ... 43

Figura 5 - Perímetro urbano e rede rodoviária dos aglomerados ... 45

Figura 6 - Exemplificação do processo da determinação das zonas de influência das infraestruturas ... 46

Figura 7 - Áreas de influência do nível 4 nos aglomerados ... 49

Figura 8 - Exemplificação do processo da determinação das áreas disponíveis para edificação qualificadas ... 52

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Índice de Gráficos

Gráfico 1 - Evolução do nível de cobertura do serviço de abastecimento de água ... 20

Gráfico 2 - Evolução do nível de cobertura do serviço de saneamento de águas residuais em Portugal ... 20

Gráfico 3 - Valores em hectares das áreas correspondentes aos níveis de infraestruturação dos aglomerados ... 48

Gráfico 4 - Percentagens dos níveis de infraestruturas dos aglomerados ... 51

Gráfico 5 - Áreas infraestruturadas e qualificadas ... 56

Gráfico 6 - Áreas brutas de construção máxima e suas qualificações segundo PDM ... 59

Gráfico 7 - Áreas qualificadas após cedência de Sabrosa ... 64

Gráfico 8 - Áreas qualificadas após cedência de Vila Pouca de Aguiar ... 65

Gráfico 9 - Áreas qualificadas após cedência de Pedras Salgadas ... 65

Gráfico 10 - Áreas qualificadas após cedência de Vila Real ... 66

Gráfico 11 - Cenário tendencial função da taxa de variação ... 69

Gráfico 12 - Cenário pessimista, 1/2 da taxa de variação ... 70

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Índice de Tabelas

Tabela 1 - Evolução das redes rodoviárias no território nacional entre 1980 e 2010 ... 19

Tabela 2 - Níveis de classificação utilizados ... 31

Tabela 3 - Valores de cedência da portaria nº 216-B/2008 ... 39

Tabela 4 - Valores do perímetro urbano e rede rodoviária dos aglomerados ... 44

Tabela 5 - Áreas em hectares e percentagens dos níveis de infraestruturação dos aglomerados ... 47

Tabela 6 - Áreas e percentagens dos níveis de infraestruturas dos aglomerados em relação aos perímetros urbanos ... 50

Tabela 7 - Tipologias de áreas ... 55

Tabela 8 - Índices de utilização do solo indicados nos PDM dos aglomerados ... 57

Tabela 9 - Áreas brutas de construção máxima admissível por categorias ... 58

Tabela 10 - Número máximo de pisos admissíveis indicados pelos PDM dos aglomerados ... 60

Tabela 11 - Valores de cedência por qualificação para áreas habitacionais e comércio/serviços ... 62

Tabela 12 - Controlo das áreas máximas admissíveis ... 63

Tabela 13 - Valores corrigidos das áreas máximas admissíveis (em hectares) ... 64

Tabela 14 - Valores corrigidos de cedência por qualificação para áreas habitacionais e comércio/serviços ... 67

Tabela 15 - Fogos máximos por aglomerado ... 68

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1 Introdução

1.1 Enquadramento

Um dos fenómenos mais marcantes dos tempos modernos é a expansão das áreas urbanas. As populações estão cada vez mais a deslocar-se para os centros urbanos, locais onde encontram melhores condições de vida. Este fenómeno potencializa grandes contrastes em termos de necessidades de redes de infraestruturas e densidades populacionais. Um pouco por todo o mundo as grandes metrópoles albergam a grande parte da população em contraste com as regiões interiores e mais desfavorecidas que tem vindo a decrescer a população residente. O início do século XX despoletou uma grande movimentação das populações das regiões do interior e zonas afetas à produção agrícola, zonas estas em que a qualidade de vida era em termos comparativos mais baixa das zonas urbanas. Estas migrações deixaram marcas nesta nova forma de ocupação territorial.

Assim sendo, surgiu o fenómeno de deslocação populacional que veio criar novas densidades nos centros urbanos feita pelas populações que se deslocavam e escolhiam locais onde existia oferta de emprego, arrendamento ou compra de habitação com valores proporcionais às mais-valias geradas pelo trabalho dos mesmos.

A expressão dispersão urbana teve início na Europa na segunda metade do século XX como designação da urbanização descontínua (Barattuci 2004). Assim sendo, muitas cidades europeias passaram de um modelo compacto para um modelo de cidade dispersa. O processo de dispersão urbana consiste num consumo de território de uma forma mais rápida comparativamente ao crescimento da população (Ontário, 2005). Desde a segunda metade do século XX as cidades europeias cresceram em termos médios 78% e a população apenas 33% (EEA, 2006).

A dispersão urbana pode ser definida como “um padrão físico de expansão das áreas urbanas disperso e de baixa densidade que ocorre principalmente à volta das áreas agrícolas e que apresenta grande tendência para a descontinuidade” (EEA, 2006).

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De acordo com Bruegman (2005), a dispersão urbana carateriza-se por ter baixa densidade populacional, uma ocupação do território difusa já que não existe um planeamento eficaz do solo.

Nos anos 60 iniciaram-se os primeiros estudos sobre a dispersão urbana, focalizados na medição da dispersão, assim como na avaliação das formas de ocupação do espaço, sendo que poderiam levar a alterações sociais, económicas e ambientais.

A dispersão urbana está aliada a uma série de custos bastante consideráveis e que são suportados pelos orçamentos dos municípios (Salvação, 2010). Nomeadamente os económicos na construção e manutenção das redes de infraestruturas.

Os centros urbanos são locais onde se concentram grandes densidades populacionais sendo necessário que estes reúnam condições imprescindíveis, nomeadamente a rede rodoviária, elétrica, abastecimento de água e drenagens de águas residuais, para que as populações tenham uma qualidade de vida considerável.

As infraestruturas são fundamentais para um bom funcionamento quer dos grandes aglomerados populacionais, assim como das zonas de baixa densidade populacional. No entanto para que as mesmas sejam eficientes e suficientes, existem custos associados à construção das infraestruturas, assim como à manutenção das mesmas, custos estes que importam ter em conta no processo de planeamento, nomeadamente na definição das áreas de expansão urbanas.

Segundo Camagni, et al (2002), os governos têm experimentado de forma inovadora novas políticas de sustentabilidade urbana. Este facto surge com a consciencialização por parte dos mesmos de que as áreas edificadas nas periferias urbanas consomem preciosos recursos naturais, sendo também responsáveis pelos elevados custos de infraestruturas, energias, e da degradação do meio ambiente. O autor refere também que na Europa 25% da área de terreno está ocupada com a Infraestrutura Rodoviária.

Para Zmitrowicz e Neto (1997) o sistema de infraestruturas urbanas desempenha os seguintes aspetos: O aspeto social, já que promove as condições de habitabilidade, trabalho, saúde, educação, lazer e segurança. O aspeto económico, pois promove o desenvolvimento de atividades económicas e de comercialização de bens e serviços e o aspeto institucional pois deve promover o desenvolvimento das atividades político-administrativas.

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Numa lógica de maximização do investimento das infraestruturas, quanto maior é o aglomerado que as utiliza, melhor serão “diluídos” os custos de construção e manutenção. Caso contrário, nos pequenos aglomerados o custo per-capita torna-se extremamente elevado. Existe em alguns territórios de Portugal um sobredimensionamento de construção de infraestruturas, desde a rede rodoviária, elétrica, abastecimento de água e drenagem de águas residuais, fruto do elevado nível de investimento na construção destas infraestruturas, denotando-se um excedente sobretudo em territórios de baixa densidade.

Com a entrada de Portugal para Comunidade Económica Europeia (CEE) em 1982, são atribuídos fundos estruturais de desenvolvimento entre 1986 e 1989. A partir de 1989 estes passam a ser atribuídos pelos quadros comunitários (Rosado, 1997). Na sequência da aplicação dos fundos recebidos por parte dos municípios, iniciou-se a construção de infraestruturas em grande escala.

Portugal, com o apoio da União Europeia, realizou ao longo dos últimos anos avultados investimentos na criação de sistemas de infraestruturas rodoviárias, abastecimento de água, saneamento de águas residuais, elétricas, entre outras, contribuindo para um forte incremento na qualidade de vida dos cidadãos.

Na tabela 1 apresenta-se a evolução das redes rodoviárias e afins no território nacional nas décadas de 1980, 1995 e 2010 (LANDYN, 2013), onde se percebe o aumento significativo e o peso que a infraestrutura rodoviária teve no solo nacional.

Tabela 1 - Evolução das redes rodoviárias no território nacional entre 1980 e 2010

Redes viárias, ferroviárias e espaços associados

1980 1995 2010

[ha] % [ha] % [ha] %

6339,15 0,71 14484,4 1,38 35814,25 3,06

No gráfico 1 apresenta-se a evolução do nível de cobertura do serviço de abastecimento de água em Portugal onde se pode ver os valores que atinge em 2011 com 95% da população servida com este tipo de infraestrutura, cumprindo assim o objetivo do Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais (PEAASAR).

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20 Gráfico 1 - Evolução do nível de cobertura do serviço de abastecimento de água

(Fonte: Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos em Portugal, 2012)

No gráfico 2 apresenta-se a evolução do nível de cobertura do serviço de saneamento de águas residuais em Portugal onde se pode ver os valores que atinge em 2011, sendo de 81% para a drenagem de águas residuais e 78% para o tratamento de águas residuais.

Gráfico 2 - Evolução do nível de cobertura do serviço de saneamento de águas residuais em Portugal (Fonte: Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos em Portugal, 2012)

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Segundo Miranda, et al (2011), no estudo, “a ocupação dispersa no quadro dos Planos Regionais de Ordenamento do Território (PROT) e dos Planos Diretores Municipais (PDM), o território continental português alterou-se significativamente no último século. Em seis décadas passa de uma sociedade rural para uma sociedade urbana.

Esta dinâmica de movimentação das populações não teve orientações nem ações de ordenamento do território pelas entidades competentes, sendo que foi deixada ao critério dos agentes económicos e dos proprietários dos solos, já que na altura não existiam instrumentos de gestão territorial.

A facilidade de crédito cria uma pressão construtiva nas zonas mais periféricas onde a disponibilidade de terrenos aptos para construção e o seu valor no mercado fundiário fazem com que muitos dos residentes dos centros urbanos optem por estas zonas para aí residirem. Este processo foi acompanhado pelos municípios quando estes construíram as redes de infraestruturas até estes novos aglomerados.

A realidade atual insere-se numa fase de contenção económica, sendo que os municípios têm de se estruturar com novas políticas de sustentabilidade e rentabilizar as infraestruturas existentes. Os custos elevados na construção e manutenção das redes de infraestruturas fazem com que as entidades competentes tenham de ser capazes de solucionar e implementar políticas com novas visões, sendo estas coerentes com a realidade atual. Considera-se então que quanto maior a densidade mais produtiva e maximizada será a utilização da rede de infraestrutura em solo urbano (Acioly, 1998).

1.2 Problemática

É na segunda metade do século XX que a expressão “dispersão urbana” teve início na Europa. O modelo compacto das cidades passa a um modelo disperso com base em pequenos núcleos residenciais.

Segundo o relatório “Urban sprawl in Europe – The ignored chalenge” (EEA, 2006), a ocupação dispersa está aliada aos fatores económicos, nomeadamente o desenvolvimento e expansão das atividades económicas, assim como ao desenvolvimento das redes de transporte. Os centros das cidades foram perdendo qualidade de vida devido à poluição, ruído, trânsito e

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à insuficiência económica da população para se manter nesses mesmos centros urbanos. Os fatores sociais, tal como o crescimento da população assim como a maior disponibilidade de transportes individuais e a possibilidade de aumentar a qualidade de vida morando fora dos centros urbanos, levam ao aumento da dispersão. Os fatores político-administrativos interferem na ocupação dispersa quando não existe a capacidade de intervenção e ausência de instrumentos de planeamento para controlar a dispersão.

Para Bernhardt (2007), a dispersão urbana caracteriza-se segundo cinco perspetivas, sendo elas as seguintes: densidade urbana, grau de concentração da área urbana, estrutura e forma das áreas urbanas, efeitos sociais e existência de normas de uso do solo.

Segundo Aboim (2010), existem fatores importantes que levam a que o fenómeno de dispersão urbana tenha proliferado ao longo dos tempos sendo eles seguidamente apresentados: A motivação, que valoriza a ideia de habitar em zonas rurais em contacto com a natureza, longe da poluição e do stress associado às cidades.

A disponibilidade de edificação, assenta na existência de espaço com condições de edificabilidade e acessibilidade proporcionada pela ocupação ancestral do território que funciona como motor da infraestruturação básica.

A economia fundiária surge devido à escassez de terrenos para edificação o que obriga à construção de habitação coletiva em altura, o que é pouco interessante para alguma população.

As razões institucionais, as entidades responsáveis pela administração de um território são as autarquias, que necessitam de valorizar e atrair população aos seus concelhos recorrendo assim à fixação de empresas e ao poder económico dos estratos sociais, pela redução de taxas de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) ou mesmo pela sua isenção. Os instrumentos de gestão do território nomeadamente os Planos Diretores Municipais (PDM) são fulcrais na contenção ou fomentação da dispersão.

A mobilidade, este fator caracteriza-se pelo tempo de deslocação e custos entre os centros urbanos e as zonas dispersas, levando a que a fixação seja mais interessante na proximidade dos centros urbanos assim como das redes rodoviárias.

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O tecido empresarial justifica-se pelas dificuldades crescentes de acesso ao abastecimento e ao escoamento da produção por parte das empresas, assim como pela grande diferença de valor fundiário dos terrenos.

A infraestruturação é o fator mais importante já que a presença das redes rodoviárias, elétrica, comunicações, abastecimento de água, energia e a rede de drenagens, são fundamentais no fenómeno da dispersão urbana.

Os grandes investimentos feitos em infraestruturas com os apoios comunitários que o país recebeu, levaram a que rapidamente se desenvolvessem construções pelas redes de infraestruturas principais dando origem a urbanizações, denominado como crescimento linear. Ewing et al (2002), apesenta que o fenómeno da dispersão deriva de quatro fatores: a densidade residencial, a diversidade de usos das unidades de vizinhança, a capacidade de atração dos núcleos de atividades e o grau de acessibilidade das redes viárias.

Quanto à ocupação dispersa existem quatro tipos, sendo eles os seguintes: o crescimento suburbano contíguo, o crescimento linear, o crescimento fragmentado e o crescimento isolado (N. Chin, 2002 cita Ewing, 1994; Pendall, 1999; Razin e Rosentraub, 2000 e Peiser, 2001). Segundo Litman (2013), o crescimento inteligente define-se como as políticas que resultem num desenvolvimento urbano mais compacto e acessível dentro das áreas urbanas existentes, sendo este tipo de crescimento uma alternativa para o crescimento disperso, este crescimento inteligente deve ser aplicado nas zonas rurais, suburbanas e urbanas. Deve também proporcionar benefícios económicos, sociais e ambientais.

Em Portugal, na metade do século XX assistiu-se a uma redistribuição do território, caracterizando-se esta por uma ocupação difusa e desordenada quer a nível das zonas residenciais quer das zonas comerciais. O fenómeno da dispersão urbana verifica-se em zonas do território estruturadas por uma tipologia fundiária de cariz agrícola estando também, como já foi referido, agregado às redes de infraestruturas e sendo característico em cidades de pequena e média dimensão (Dias, 2010).

Este modelo de ocupação tem custos associados, a nível económico, social assim como ambiental. Considerando então estas circunstâncias, é necessário e urgente redefinir novos modelos de ocupação. Estes devem ter uma visão mais sustentável ao nível da construção de novas infraestruturas, assim como da maximização e utilização das infraestruturas existentes.

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Com a necessidade de tentar ordenar o território e de forma a criar algumas regras, surgem os instrumentos de gestão territorial nomeadamente o PDM em 1982, implementando os limites urbanos e uso dos solos, com o objetivo de centrar as populações nestes limites. Os PDM surgem para controlar a degradação dos recursos naturais, já que existia uma grande ocupação desordenada nas periferias dos limites urbanos, assim como nas áreas rurais. Desde a entrada em vigor da primeira geração de PDM, que estes planos são fulcrais no controlo da dinâmica urbana.

O Plano Diretor Municipal (PDM) estabelece a estratégia de desenvolvimento territorial, a política municipal de ordenamento do território e de urbanismo. É de âmbito municipal e de carácter obrigatório para todos os municípios do território nacional, estabelecendo assim o modelo de organização espacial do território. Este tipo de instrumento de gestão do território centra-se na contenção das construções de edificações nos perímetros urbanos classificados, tentando assim evitar as consequências negativas da expansão urbana descontrolada. É necessário crescer, mas de forma inteligente.

No longo prazo, o crescimento urbano, para ser sustentável, tem que partir de uma abordagem sistémica que assegure um equilíbrio das três dimensões; económica, social e ambiental. Os planos diretores municipais, enquanto instrumentos fundamentais para a definição da estratégia de crescimento urbano dos municípios, definem inequivocamente os solos de classificação urbana, onde deverão ser asseguradas pelos municípios as infraestruturas básicas necessárias à urbanização.

O PDM pode também estar ligado à problemática da dispersão quando este é permissivo no que se refere à capacidade edificatória em determinadas zonas. Os municípios responsáveis pelo mesmo podem recorrer a este tipo de estratégias quando têm interesse em aumentar os residentes nas suas zonas de controlo.

Segundo Rocha (2009), os PDM atuais foram executados segundo os critérios mínimos obrigatórios. No entanto estes são insuficientes face à realidade construtiva, social, económica e urbanística do território. Os seus conteúdos limitam-se a cumprir as imposições das comissões de acompanhamento, sendo que ainda não foram suficientemente eficazes na aplicação de critérios de concentração e nucleação urbana, ordenamento e gestão da dispersão urbana.Como consequência deste incumprimento, surgem demasiadas zonas com construções

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dispersas, trazendo as mesmas para o município custos agravados de infraestruturas, dado que é obrigação do município garantir as infraestruturas básicas aos seus munícipes.

Segundo Salvação (2012), as políticas de ordenamento atuais especificam que as expansões das áreas urbanas devem ser controladas, pois os custos económicos, sociais e ambientais das infraestruturas urbanas podem ser muito agravados em caso de expansões não controladas. Percebe-se também que o fornecimento, manutenção e gestão de infraestruturas a núcleos urbanos de baixa densidade estão associados a mais custos às entidades responsáveis pelos mesmos. Na atualidade, mais concretamente em Portugal, a construção de habitações para residência e comércio, devidamente infraestruturadas, chegou a uma fase de estagnação. Perante esta nova realidade, as entidades públicas são obrigadas a uma gestão controlada de recursos, nomeadamente os económicos. Esta filosofia leva-nos então ao tema de trabalho, que é o potencial edificatório num cenário de infraestrutura-zero ou seja sem recurso a nova construção de infraestruturas.

Segundo Pereira (2010), a rentabilidade das várias infraestruturas passa por evitar a extensão desnecessária das redes e racionalizando o seu uso. Assim sendo, atualmente existe uma maior preocupação com a maximização de utilização de uma rede de infraestruturas de forma a rentabilizar a mesma.

O crescimento das zonas urbanas caracteriza-se de duas formas: por acumulação ou projeção para o exterior dependendo de fatores como a época de desenvolvimento, as relações que estabelece com outras cidades e o seu desenvolvimento técnico. A aglutinação é um tipo de crescimento frequente, no entanto um outro que se desenvolve e se expande agregado às redes de comunicação, nomeadamente à rede rodoviária, é o chamado crescimento linear. Este tipo de crescimento caracteriza-se então por estar agregado às redes rodoviárias principais e que servem para a criação de redes transversais transformando-se posteriormente em urbanizações onde os terrenos agrícolas vão sendo substituídos por construções urbanas, expandindo assim a periferia urbana como uma mancha de óleo.

Constata-se que o fenómeno da dispersão está presente em Portugal, nomeadamente na zona do Vale do Douro Norte (Pereira, 2010) e que este tem custos elevados de vários tipos, desde o económico, o social, ambiental, entre outros. No entanto as entidades focalizam a sua atenção para os custos de manutenção das infraestruturas existentes nos seus municípios levando a concluir que o modelo que até agora foi utilizado é insustentável, sendo necessário

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procurar alternativas mais interessantes e de resultados satisfatórios para a sociedade em geral.

A atual contenção económica do País obrigou a que os municípios encontrassem novas formas de gestão e principalmente uma redução de custos na manutenção das infraestruturas que detêm responsabilidade, tendo então esta missão presente novos modelos serão necessários adotar para rentabilizar e otimizar o potencial edificatório das infraestruturas existentes.

Num contexto de forte contenção económica e numa lógica de sustentabilidade dos sistemas públicos de infraestruturas urbanas, torna-se pertinente avaliar o potencial edificatório que as áreas urbanas definidas nos PDM encerram, assegurando a “não expansão” das atuais redes de infraestruturas, seguindo uma política que poderá ser considerada como de “neutral

containment” à semelhança dos “urban service districts” utilizados nos Estados Unidos.

“Urban Patterns for a Green Economy Optimizing Infrastructure”. (Robinson, 2004)

O conceito de infraestrutura-zero apresenta-se como a maximização de utilização das redes de infraestruturas já existentes, sendo elas as redes rodoviária, elétrica, abastecimento de água e saneamento de águas residuais. Faz então todo o sentido estudar e prever a evolução de modelos de construção de infraestrutura-zero.

Sabendo o estado atual das redes de infraestruturas, colocam-se as seguintes questões:

Faz falta continuar a investir em redes de infraestruturas? Ou por outro lado devemos aproveitar a capacidade edificatória existente e desta forma introduzir o conceito da infraestrutura-zero?

Na procura de responder a estas questões apresenta-se a tese de que a disponibilidade efetiva é mais do que suficiente para satisfazer as necessidades futuras.

Com esta afirmação faz então todo o sentido em analisar o potencial edificatório nos municípios de Sabrosa, Vila Real, Vila Pouca de Aguiar e Pedras Salgadas num cenário de infraestruturas-zero. Para responder a esta questão temos então quatro áreas de estudo sendo elas Sabrosa, Vila Real, Vila Pouca de Aguiar e Pedras Salgadas.

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1.3 Objetivos da Dissertação

Na presente Dissertação será desenvolvido o tema da Análise do potencial edificatório nos

aglomerados de Sabrosa, Vila Real, Vila Pouca de Aguiar e Pedras Salgadas num cenário de “infraestrutura-zero”.

Esta dissertação tem como objetivo fundamental efetuar a avaliação do potencial edificatório das áreas de expansão urbana definidas nos PDM dos aglomerados urbanos sede de concelho dos municípios de Vila Real, Sabrosa, Vila Pouca de Aguiar e Pedras Salgadas sem recurso à expansão das redes de infraestruturas básicas (rodovias, abastecimento de água, iluminação publica e drenagem águas residuais).

Determinar o melhor método para encontrar as áreas disponíveis classificadas e infraestruturadas, assim como o número máximo de fogos a construir estando os mesmos abrangidos pela área das infraestruturas.

Efetuar três cenários de evolução das construções com base na taxa de variação dos alojamentos.

1.4 Estrutura da Dissertação

Esta Dissertação encontra-se dividida em cinco capítulos, apresentando a seguinte estrutura: O primeiro capítulo enquadra a dissertação, apresentando a problemática do tema a abordar, definem-se os objetivos, apresenta-se uma breve metodologia e estrutura-se a dissertação. Este tema de investigação pretende fazer uma análise do potencial edificatório nos municípios de Vila Real, Sabrosa, Vila Pouca de Aguiar e Pedras Salgadas num cenário de “infraestrutura-zero” ou seja, sem recurso à expansão das redes de infraestruturas básicas (rodovias, abastecimento de água, iluminação publica e drenagem de águas residuais).

No segundo capítulo, é abordada a metodologia adotada para a realização da dissertação, tendo em conta o objetivo do presente trabalho.

Para cumprir o pretendido, a metodologia a utilizar nesta dissertação consistirá numa pesquisa bibliográfica sobre a temática em questão, seguida de levantamentos nos serviços dos vários

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municípios, da informação relativa às redes de infraestruturas e a sua integração num Sistema de Informação Geográfica (SIG) a desenvolver, onde serão igualmente integradas as categorias de solo dos PDM dos respetivos municípios. Serão desenvolvidas análises espaciais com recurso a técnicas de geoprocessamento de modo a determinar áreas de serviços das infraestruturas e determinar a capacidade edificatória dos aglomerados.

No terceiro capítulo é apresentado o estudo de caso onde se caracterizam e localizam os municípios que vão ser analisados e se apresentam as informações das redes de infraestruturas a estudar, assim como os perímetros urbanos dos municípios, aplicando assim a metodologia. No quarto capítulo procede-se à análise dos resultados obtidos.

No quinto capítulo apresentam-se as conclusões mais relevantes sobre o trabalho desenvolvido.

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2 Metodologia

Para a realização do estudo foi necessário desenvolver uma série de procedimentos e visitas aos locais de forma a obter as informações necessárias para se obterem as áreas disponíveis qualificadas e infraestruturadas.

Para o levantamento das redes foi solicitado aos serviços municipais de ordenamento do território dos concelhos onde se localizam os aglomerados alvo de estudo, toda a informação disponível sobre as redes rodoviárias, abastecimento, drenagem e iluminação. Com o material que foi disponibilizado pelos aglomerados, iniciou-se o trabalho de campo de forma a completar as redes de infraestruturas existentes. Para isso recorreu-se ao uso de equipamento de Sistema de Posicionamento Global (GPS), para desse modo “varrer” a rede viária e contabilizar as infraestruturas existentes.

Foram também utilizados Software de desenho assistido por computador como o AutoCad e de Sistemas de Informação Geográfica como o ArcGIS de forma a compilar e inserir a informação pertinente sobre a rede viária, obtida pelo recurso ao GPS, no que respeita à existência ou não das restantes das infraestruturas, nomeadamente a rede elétrica, abastecimento de água e drenagem de água residual.

Para se proceder à análise de resultados utilizou-se o Software ARCGIS, onde se procedeu à caraterização das redes existentes e à edição de campos em tabelas referentes às mesmas, onde se procedia à sua classificação.

Assumindo-se que a presença das diversas redes de infraestruturas se encontra construída sobre a rede rodoviária existente, cada troço de via, representado pelo seu eixo de via (nas vias com separador central foi considerado um eixo de via para cada sentido) foi classificado segundo a presença de cada uma das infraestruturas levantadas (introdução de um atributo binário na tabela de atributos da rede rodoviária para cada infraestrutura), consoante os níveis de classificação da tabela 2. Após a classificação de todos os troços, foi possível extrair a rede isolada de cada infraestrutura considerada.

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31 Tabela 2 - Níveis de classificação utilizados

Nível nº 4 Para troços onde se podem encontrar todas as 4 infraestruturas

Nível nº 3 Para troços onde se podem encontrar apenas 3 infraestruturas

Nível nº 2 Para troços onde se podem encontrar apenas 2 infraestruturas

Nível nº 1 Para troços onde se pode encontrar apenas 1 infraestrutura (rede rodoviária)

Fase I

Após a identificação e classificação na íntegra de todas as zonas com e sem infraestruturas, inicia-se um processo onde se vão aplicar afastamentos relativamente ao eixo da via. O valor a aplicar foi de 40 metros de distância pois considera-se que é o valor ideal para eventuais ligações às redes existentes caso seja necessário (Miranda et al em Seminário ocupação dispersa: Custos e Benefícios, 2011).

Esta primeira fase do processo é executada recorrendo a buffers. Após indicada a distância pretendida é então criada uma área em torno do eixo indicado para o efeito e desta forma consegue-se obter áreas de influência para os diversos níveis de classificação.

Assim sendo vamos obter 4 buffers classificados mediante o tipo de infraestrutura, nos quadros de análise das áreas infraestruturadas que serão apresentados no capítulo IV. Na análise de resultados depara-se que a área que detêm as quatro redes de infraestruturas é muito elevada comparativamente aos níveis inferiores, assim sendo, apenas foram consideradas as áreas envolventes aos troços rodoviários dotados de todas as infraestruturas simultaneamente. Aplicados os buffers a todas as redes de infraestruturas é necessário unir as entidades para que se obtenha uma nova entidade onde estejam presentes todos os atributos das mesmas. Com isto, obtemos um novo elemento que já determina uma área de influência relativamente à rede rodoviária e em que constam todas as informações relativas às redes de infraestruturas, rede elétrica, abastecimento e drenagem existentes e o nível de infraestruturação que está presente. Obtida a área de influência das redes de infraestruturas é necessário executar um clip pelo limite do perímetro urbano existente, visto que toda a informação que ultrapassa o mesmo não tem importância e vai alterar os resultados obtidos. Na figura 1 apresenta-se o esquema de procedimento adotado. No Anexo 2 podemos ver a área de influência das infraestruturas nos aglomerados em estudo.

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Esquema da Fase I

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Fase II

Na segunda fase será necessário determinar as áreas consolidadas e disponíveis dentro dos perímetros urbanos. Para tal é necessário integrar em SIG a informação cartográfica relativa ao edificado, sendo que para tal não foram também considerados os edifícios classificados como as coberturas, telheiros e anexos.

Para a identificação das áreas consolidadas utilizam-se as técnicas de análise espacial do ArcGIS. A cada edifício foi aplicado um buffer de 5 metros, considerado como a área média de logradouro de cada edificação que foi agregado aos próprios edifícios, constituindo assim os lotes edificados. Posteriormente foi utilizada a ferramenta de agregação de polígonos, como se pode ver no esquema da figura 2, para determinar as áreas consolidadas, sendo para isso utilizado os seguintes valores na modelação em ArcGIS:

Distância de agregação = 30 metros

o (distância entre os limites do polígono)

Área mínima = 0 metros

o (área mínima para um polígono ser retirado, sendo que o valor de zero mantém todos os polígonos)

Tamanho mínimo de vazio = 400 metros

o (tamanho mínimo de um buraco poligonal para ser retirado, sendo que o valor de zero mantém todos os polígonos)

Preservar a forma ortogonal = sim

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A rede rodoviária foi também considerada como área ocupada, pelo que foram gerados com base nos eixos de via da cartografia polígonos, (com recurso a buffer de 5 metros para ambos os lados do eixo da via), tendo sido posteriormente integrados no resultado da agregação do edificado.

O resultado final das áreas consolidadas, foi subtraído ao perímetro urbano obtendo-se assim as áreas não consolidadas disponíveis. Para efeitos de determinação do potencial edificatório, foram removidas nesta fase as áreas isoladas com área inferior a 200 m2, dado não possuírem dimensão mínima para permitir a edificação com dimensões mínimas exequíveis.

Posteriormente foi feita a qualificação de cada área não ocupada segundo a categoria correspondente na carta de ordenamento do respetivo PDM, recorrendo para isso a um processo de interseção entre as áreas disponíveis para edificação e o ordenamento.

Na figura 2 apresenta-se a segunda fase de procedimento para determinar as áreas disponíveis para edificação qualificadas pelo ordenamento dos aglomerados em estudo.

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Esquema Fase II

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Fase III

Nesta fase do procedimento existem então duas entidades importantes que serão necessárias para finalizar o procedimento:

 Áreas de influência das infraestruturas

 Áreas disponíveis qualificadas segundo o respetivo PDM

Por fim, procedeu-se à interseção das áreas totalmente infraestruturadas obtidas na 1ª fase do geoprocessamento com as áreas não ocupadas já classificadas segundo o ordenamento. Desta operação resultam as áreas não ocupadas totalmente infraestruturadas.

Na figura 3 apresenta-se o modelo esquemático de todo o processo de onde vão resultar as áreas disponíveis classificadas e infraestruturadas. No Anexo 5 podemos visualizar as zonas resultantes do processo.

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Esquema total do procedimento

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Após a obtenção das áreas disponíveis qualificadas e infraestruturadas serão eliminadas as que não tenham qualificação segundo o PDM com possibilidade de instalação do uso habitacional. Assim, só serão consideradas as áreas não ocupadas totalmente infraestruturadas que apresentem uma qualificação do solo na carta de ordenamento que permita a construção de edificação destinada à habitação, sendo assim eliminadas as áreas destinadas a outros usos exclusivos (p.e. zonas industriais, de equipamentos, etc.) ou sem qualquer capacidade edificatória (p.e. zonas verdes).

Seguidamente e utilizando apenas as áreas disponíveis infraestruturadas e qualificadas como habitacionais e após a determinação das áreas em questão, será aplicado o índice de utilização do solo1, previstos para cada categoria nos respetivos PDM para assim determinar a área máxima de construção admissível em cada parcela.

É necessário considerar em cada mancha de solo disponível, uma percentagem de afetação da área de construção admissível para outros fins que não o habitacional, nomeadamente para comércio e serviços. Para isso será utilizada a informação obtida no Instituto Nacional de Estatística (INE, 2006 e 2012) sobre tipo de licenciamento das construções na unidade NUT II, nomeadamente em Sabrosa, Vila Real, Vila Pouca de Aguiar e Pedras Salgadas (INE 2013).

Para determinar as cedências impostas pela legislação, foi também considerado o número máximo de pisos permitido pelos PDM dos aglomerados em estudo, isto para o caso das habitações unifamiliares.

Para o cálculo das cedências obrigatórias no artigo nº 78 da portaria nº 216-B/2008 do Diário da República no regime das cedências, será necessário recorrer a uma fórmula de cálculo para as cedências nos aglomerados em estudo, que se apresenta de seguida (2), assim como os valores da tabela 3, sendo que a fórmula apenas será utilizada para quantificar as habitações coletivas.

(1) O índice de utilização do solo (Iu) - É o quociente entre a área total de construção (∑Ac) e a área de solo (As) a que o índice diz respeito. Ou seja: Iu = ∑Ac / As

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Seguidamente apresentam-se no quadro 3 os valores definidos no regime das cedências obrigatórias no artigo nº 78 da portaria nº 216-B/2008 do Diário da República.

Tabela 3 - Valores de cedência da portaria nº 216-B/2008

Tipo de ocupação Espaços verdes de utilização coletiva e equipamentos de utilização coletiva

Habitação moradia unifamiliar 70 m2/fogo

Habitação coletiva 70 m2/120 m2 área bruta construção habitacional

Comércio 60 m2/100 m2 área bruta construção comercial

Serviços 60 m2/100 m2 área bruta construção comercial

A fórmula (2) será utilizada para determinação de valores relacionados com a habitação coletiva, comércio e serviços.

𝐴

𝑡

𝐴𝐵𝐶ℎ𝑎𝑏 120

∗ 70 +

𝐴𝐵𝐶𝑐𝑜𝑚\𝑠𝑒𝑟 100

∗ 60 +

𝐴𝐵𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑛º𝑝𝑖𝑠𝑜𝑠

(2)

𝐴𝑡 = Área total

𝐴𝐵𝐶ℎ𝑎𝑏 = Área Bruta Construção Habitação

𝐴𝐵𝐶𝑐𝑜𝑚\𝑠𝑒𝑟 = Área Bruta Construção Comércios e Serviços

𝐴𝐵𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = Área Bruta Construção Total

𝑛º𝑝𝑖𝑠𝑜𝑠 = Número de Pisos

Para o cálculo das habitações em moradia unifamiliar será utilizada a seguinte fórmula (3), assim como os valores da tabela 3, estando esta de acordo com o regime das cedências.

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40

Para o tipo de ocupação “Habitação moradia unifamiliar”, foi encontrado, com recurso a informações de imobiliárias a área média de habitações unifamiliares para que se possa considerar um valor para a área bruta de construção, sendo o valor encontrado e utilizado de 200 m2.

𝐴

𝑡

𝐴𝐵𝐶ℎ𝑎𝑏 𝟐𝟎𝟎

∗ 70 +

𝐴𝐵𝐶𝑐𝑜𝑚\𝑠𝑒𝑟 100

∗ 60 +

𝐴𝐵𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑛º𝑝𝑖𝑠𝑜𝑠

(3)

𝐴𝑡 = Área total

𝐴𝐵𝐶ℎ𝑎𝑏 = Área Bruta Construção Habitação

𝐴𝐵𝐶𝑐𝑜𝑚\𝑠𝑒𝑟 = Área Bruta Construção Comércios e Serviços

𝐴𝐵𝐶𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = Área Bruta Construção Total

𝑛º𝑝𝑖𝑠𝑜𝑠 = Número de Pisos

Quando no cálculo se refere 𝑨𝑩𝑪𝒉𝒂𝒃, determina-se a área de cedência correspondente aos espaços verdes de utilização coletiva e equipamentos de utilização coletiva que correspondem à percentagem de construção de habitações. Assim como quando se refere 𝑨𝑩𝑪𝒄𝒐𝒎\𝒔𝒆𝒓, determina-se a área de cedência correspondente aos espaços verdes de utilização coletiva e equipamentos de utilização coletiva que correspondem à percentagem de construção de comércios e serviços.

Após determinados os valores de cedência, estes devem ser utilizados para a obtenção dos fogos a construir nos aglomerados em estudo. Para isso será utilizado o valor da cedência total de cada qualificação dos aglomerados, dividindo pela área correspondente das habitações utilizada na fórmula (2) e (3).

Com os valores dos fogos por aglomerados serão efetuados 3 cenários de projeções a 10 anos: um tendencial que acompanha a taxa de crescimento anual dos fogos nesses aglomerados, obtida através do INE, um pessimista que irá apresentar uma situação com o uso de metade da taxa de crescimento anual, e um otimista que irá apresentar nos aglomerados um cenário com o dobro da taxa de crescimento anual.

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3 Estudo do Caso

Para iniciar o trabalho, todas as autarquias que tutelam os aglomerados a estudar foram contactados para que junto do corpo técnico das mesmas fosse possível saber qual era o nível de informação disponível sobre as redes de infraestruturas, desde a rede rodoviária, iluminação, abastecimento de água e drenagem de águas residuais. Procedeu-se a uma análise e recolha de elementos e bibliografia fundamentais para argumentar o estudo, assim como todo o tipo de leitura associada à problemática.

Para a execução do levantamento foram apenas considerados os perímetros urbanos de Vila Real, Sabrosa, Vila Pouca de Aguiar e Pedras Salgadas e as suas redes rodoviárias, sendo estas a base para a determinação das restantes infraestruturas, já que a partir da rede rodoviária é fácil a determinação das restantes redes de infraestruturas. Estas são as zonas centrais com maior interesse em perceber a dinâmica e como podem influenciar no potencial edificatório considerando as redes de infraestruturas existentes num cenário de infraestruturação-zero, ou seja nenhuma construção de infraestruturas.

No que refere à determinação das áreas exclusivamente habitacionais e as que estão afetas ao comércio e serviços, serão utilizados os valores estatísticos, obtidos no INE, dos fogos licenciados em Portugal na zona Douro, que abrange Sabrosa e Vila Real, e na zona Alto Trás-os-Montes, que abrange Vila Pouca de Aguiar e Pedras Salgadas, referentes ao período compreendido entre 2006 a 2012. Será então utilizada uma percentagem de 59% no que refere à construção de habitação e 41% no que refere ao comércio e serviços, isto para os Aglomerados de Sabrosa e Vila Real. Para os aglomerados de Vila Pouca de Aguiar e de Pedras Salgadas será utilizada a percentagem de 72% para habitação e de 28% para comércio e serviços (INE, 2012).

Vila Real é a capital de distrito de Vila Real na região norte (NUTS II) e sub-região Douro (NUTS III). A cidade tem aproximadamente 25000 habitantes (INE, 2011). Com uma área de 378 Km2, é sede do município e atualmente tem 51850 habitantes, tem uma densidade de 137 Hab./Km2, sendo a dimensão média familiar de 2,7 pessoas (INE, 2011).

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Sabrosa pertence ao distrito de Vila Real, e conta com uma população residente de 6361 habitantes (INE, 2011). Tem uma área total de 157 Km2 e uma densidade populacional de 40,5 hab./km2. Pertence à região (NUTS II) Norte e sub-região (NUTS III) Douro, a vila de Sabrosa tem 1200 habitantes e a dimensão média familiar é de 2,6 pessoas (INE, 2011). Vila Pouca de Aguiar é uma vila do distrito de Vila Real, situada na região (NUTS II) Norte e Sub-região (NUTS III) Alto Trás-os-Montes e Alto Douro, com uma população de 3300 habitantes (INE, 2011). É sede do município e tem uma área de 432,68 Km2 e uma densidade populacional de 30,48 hab./Km2. A população total residente é de 13187 habitantes. (INE, 2011). Pedras Salgadas é uma freguesia do concelho de Vila Pouca de Aguiar, tem 41,30 km2 de área e 2057 habitantes (INE, 2011). Apresenta uma densidade populacional de 49,8 hab./Km2, sendo que a dimensão média familiar é de 2,5 pessoas (INE, 2011). A vila de Pedras Salgadas faz parte da freguesia de bornes de Aguiar.

A figura 4 apresenta a localização dos aglomerados de Vila Real, Sabrosa, Vila Pouca de Aguiar e Pedras Salgadas.

(a) Distrito de Vila Real (b) Aglomerados estudados

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A tabela 4 apresenta os aglomerados estudados, onde se pode observar os valores dos perímetros urbanos, da extensão de rede rodoviária, assim como da densidade da rede rodoviária em cada aglomerado.

Após uma análise percebe-se que existe uma densidade média de rede rodoviária a rondar os 100m/ha.

Tabela 4 - Valores do perímetro urbano e rede rodoviária dos aglomerados

Aglomerado Perímetro Urbano [ha] Rede Rodoviária [m] Densidade viária [m/ha]

Vila Real 2072,00 189216,82 91,32

Sabrosa 188,10 20132,61 107,03

Vila Pouca de Aguiar 279,01 32606,83 116,87

Pedras Salgadas 297,19 27620,18 92,94

Na figura 5 são apresentados os aglomerados de Vila Real, Sabrosa, Vila Pouca de Aguiar e Pedras Salgadas, onde é possível perceber a dimensão dos perímetros urbanos assim como a respetiva extensão das redes rodoviárias.

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45 (a) Perímetro urbano e rede rodoviária de Vila Real (b) Perímetro urbano e rede rodoviária de Sabrosa

(c) Perímetro urbano e rede rodoviária de Vila Pouca de Aguiar (d) Perímetro urbano e rede rodoviária de Pedras Salgadas Figura 5 - Perímetro urbano e rede rodoviária dos aglomerados

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Na figura 6 apresenta-se a exemplificação do processo de modelação executado em ArcGIS, onde se pode verificar a identificação do perímetro urbano do aglomerado, assim como a identificação das redes de infraestruturas, posteriormente são aplicados os buffers a cada rede de infraestruturas e feita a união das mesmas de modo a que resulte apenas um elemento com os atributos totais da união. Seguidamente é feito um clip pelo perímetro urbano e deste modo se determinam as zonas de influência das infraestruturas.

(a) Perímetro urbano e rede rodoviária (b) Aplicação e union dos buffers nas redes de infraestruturas

(c) Aplicação do clip pelo perímetro urbano do aglomerado (d) Área de influência das redes de infraestruturas Figura 6 - Exemplificação do processo da determinação das zonas de influência das infraestruturas

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Com a análise dos resultados obtidos da tabela 5, onde se apresentam as percentagens e áreas dos vários níveis de infraestruturação dos aglomerados, verifica-se que o nível predominante em todos os aglomerados estudados é o nível 4, sendo que é composto por a rede rodoviária, elétrica, abastecimento de água e drenagem de águas residuais.

Para a posterior análise de dados será considerado o pressuposto que na zona de influência existem as 4 redes de infraestruturas, já que os restantes níveis apenas apresentam valores residuais, como se pode verificar na tabela 5.

No Anexo 1 podem ser vistos os aglomerados e a totalidade dos seus níveis de infraestruturação.

Os valores apresentados são relacionados apenas com a totalidade da área infraestruturada de cada aglomerado em estudo. Na tabela 6 é possível analisar a percentagem existente de infraestruturas dos diversos níveis existentes, relacionando os mesmos com as áreas dos perímetros urbanos dos aglomerados em estudo.

Podemos observar que todos os aglomerados possuem mais de 86,4% de redes de infraestruturas de nível 4, salientando-se Pedras Salgadas que apresenta 94,5% de infraestruturas de nível 4. Quanto aos restantes níveis (3, 2, 1), fazendo o somatório, Vila Real apresenta um total de 13,6%, Sabrosa 11,4%, Vila Pouca de Aguiar 9,2% e Pedras Salgadas apresenta o valor de 5,5%, resultado obtido pela tabela 5.

Tabela 5 - Áreas em hectares e percentagens dos níveis de infraestruturação dos aglomerados

Aglomerado Nível 4 [ha] Nível 3 [ha] Nível 2 [ha] Nível 1 [ha] Total [ha]

Vila Real 1069,99 86,4% 59,23 4,8% 97,39 7,8% 11,9 1,0% 1238,51

Sabrosa 119,31 88,6% 0,68 0,5% 14,67 10,9% 0 0,0% 134,66

Vila Pouca de Aguiar 173,27 90,8% 3,84 2,0% 6,05 3,2% 7,72 4,0% 190,88

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No gráfico 3 apresentam-se os valores, em hectares, dos vários níveis de infraestruturação dos aglomerados em estudo.

Gráfico 3 - Valores em hectares das áreas correspondentes aos níveis de infraestruturação dos aglomerados

A figura 7 apresenta as áreas influencia das infraestruturas (ver Anexo 2), assim como as áreas de infraestruturação de nível 4 dos aglomerados de Vila Real, Sabrosa, Vila Pouca de Aguiar e Pedras Salgadas onde se pode ver a sua predominância em toda a zona de influência das redes de infraestruturas (ver Anexo 1). Percebe-se claramente o domínio das áreas de infraestruturação de nível 4, comparativamente aos restantes níveis inferiores (3, 2, 1), não fazendo então sentido estar a considerar os níveis inferiores no estudo, já que o objetivo final assenta sempre numa maior rentabilização das redes de infraestruturas que pressupõem serem de nível 4. 0 200 400 600 800 1000 1200 1400

Vila Real Sabrosa Vila Pouca de

Aguiar Pedras Salgadas Nível 1 [ha] Nível 2 [ha] Nível 3 [ha] Nível 4 [ha]

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49 (a) Área de influência nível 4 de Vila Real (b) Área de influência nível 4 de Sabrosa

(c) Área de influência nível 4 de Vila Pouca de Aguiar (d) Área de influência nível 4 de Pedras Salgadas Figura 7 - Áreas de influência do nível 4 nos aglomerados

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Na tabela 6 apresentam-se os resultados das várias áreas em hectares e percentagens dos diversos níveis que se encontram no perímetro urbano dos aglomerados estudados. Pela sua análise percebemos que existe uma relação superior a 51,64% de área infraestruturada de nível 4 na totalidade dos perímetros urbanos.

O aglomerado de Sabrosa tem a melhor relação entre área de perímetro urbano e nível de infraestruturação, apresentando o valor de 63,43%, Vila pouca de Aguiar apresenta o valor de 62,1%, Pedras Salgadas com o valor de 59,7% sendo que Vila Real apresenta a menor percentagem de infraestruturas de nível 4, com o valor de 51,64%, quando relacionada com o perímetro urbano. Quanto aos valores de área sem infraestruturas, Vila Real apresenta 40,2%, Pedras Salgadas 39,8%, Vila Pouca de Aguiar 31,6% e Sabrosa com apenas 28,4% No conjunto dos aglomerados pode se considerar que os valores obtidos de áreas infraestruturadas são muito positivos e cobrem a maioria da área edificável dos perímetros urbanos.

Tabela 6 - Áreas e percentagens dos níveis de infraestruturas dos aglomerados em relação aos perímetros urbanos

Aglomerado Perímetro

Urbano[ha] Nível 4 [ha] Nível 3 [ha] Nível 2 [ha] Nível 1 [ha]

Total [ha] infraestruturas Total sem infraestruturas [ha] Vila Real 2072,00 1069,99 51,6% 59,23 2,9% 97,39 4,7% 11,9 0,6% 1238,51 59,8% 833,49 40,2% Sabrosa 188,10 119,31 63,4% 0,68 0,4% 14,67 7,8% 0,0 0,0% 134,66 71,6% 53,44 28,4% Vila Pouca de Aguiar 279,01 173,27 62,1% 3,84 1,4% 6,05 2,2% 7,7 2,8% 190,88 68,4% 88,13 31,6% Pedras Salgadas 297,19 177,43 59,7% 2,23 0,8% 8,05 2,7% 0,0 0,0% 187,71 63,2% 109,48 36,8%

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O gráfico 4 apresenta os valores em percentagem dos níveis de infraestruturação, assim como os valores de área sem infraestruturas relacionadas com os perímetros urbanos dos aglomerados.

Gráfico 4 - Percentagens dos níveis de infraestruturas dos aglomerados

Considerando então os aglomerados em estudo percebe-se que a realidade dos mesmos no que respeita à sua área infraestruturada e consequentemente ao investimento que foi feito em infraestruturas, este é bastante considerável, já que nos aglomerados existem percentagens de infraestruturas de nível 4 superiores a 50%.

Na figura 8 apresenta-se uma exemplificação do procedimento efetuado para a obtenção das áreas disponíveis para edificação qualificadas dos aglomerados.

Do resultado da aplicação dos buffers nos edifícios e na rede rodoviária determinam-se as áreas consolidadas, sendo necessário subtrair as mesmas à totalidade do perímetro urbano do aglomerado, sendo o resultado obtido as áreas disponíveis não ocupadas.

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Vila Real Sabrosa Vila Pouca de

Aguiar

Pedras Salgadas

Total sem rede de infraestruturas [ha] Nível 1 [%]

Nível 2 [%]

Nível 3 [%]

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Seguidamente e após a identificação da qualificação do ordenamento dos aglomerados, é feita a intersecção com as áreas consolidadas, determinando-se assim as áreas disponíveis para edificação qualificadas.

(a) Determinação das áreas consolidadas (b) Determinação das áreas não ocupadas

(c) Identificação da qualificação do PDM do aglomerado (d) Área disponível para edificação qualificada Figura 8 - Exemplificação do processo da determinação das áreas disponíveis para edificação qualificadas

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4 Análise de Resultados

Com os dados obtidos sobre as áreas infraestruturadas procedeu-se à sua qualificação com base nas categorias definidas mas cartas de ordenamento dos respetivos PDM na zona de influência das redes de infraestruturas e obteve-se a área não ocupada infraestruturada. No entanto para o estudo apenas são relevantes as zonas onde seja possível edificação habitacional, ou seja as áreas não ocupadas infraestruturadas para fins habitacionais. No Anexo 3 é possível observar as várias qualificações definidas pelos atuais PDM como zonas de construção, assim como as qualificações utilizadas para o estudo. (ver Anexo 4).

Para o estudo pretende-se trabalhar com as áreas disponíveis qualificadas e situadas na zona de influência das redes de infraestruturas. No Anexo 5 apresentam-se as áreas anteriormente referidas.

Na tabela 7 apresenta-se o resumo onde se visualizam as tipologias de áreas nos aglomerados afetos ao estudo, onde se podem verificar as áreas totais disponíveis por qualificação do solo urbano ainda sem a aplicação dos índices de utilização do solo definidos em PDM por cada aglomerado, sendo os valores apresentados em hectares.

No que se refere às qualificações do solo urbano definidas por PDM, os aglomerados de Sabrosa, Vila Pouca de Aguiar e Pedras Salgadas definiram os seguintes: Espaços Residenciais nível I, Espaços Residenciais nível II e Espaços Residenciais de Expansão nível I.

Quanto ao aglomerado de Vila Real, foram definidas as seguintes qualificações: Áreas Consolidadas Dominância Habitação Coletiva RC1, Áreas Consolidadas Dominância Habitação Coletiva RC2, Áreas Consolidadas Dominância Habitação Unifamiliar HU1, Áreas Consolidadas Dominância Habitação Unifamiliar HU2 e várias Unidades Operativas de Planeamento e Gestão (UOPG), como se pode observar na tabela 7.

(55)

55 Tabela 7 - Tipologias de áreas

Tipologia de Áreas Sabrosa

Vila Pouca de

Aguiar Pedras Salgadas Vila Real [ha]

Área Infraestruturada 134,65 190,86 187,28 1.238,51

Área disponível Infraestruturada 84,44 96,51 102,01 679,24 Área disponível infraestruturada predominante habitacional 72,17 58,92 88,15 319,03 Área disponível por qualificação do solo urbano (PDM)

Espaços residenciais nível I 47,94 7,92 0,96 -

Espaços residenciais nível II 19,69 32,37 33,01 -

Espaços Residenciais de Expansão Nível I 4,54 18,63 54,18 -

Áreas Consolidadas Dominância Habitação Coletiva RC1 - - - 33,89

Áreas Consolidadas Dominância Habitação Coletiva RC2 - - - 6,41

Áreas Consolidadas Dominância Habitação Unifamiliar HU1 - - - 22,36

Áreas Consolidadas Dominância Habitação Unifamiliar HU2 - - - 213,20

Áreas Expansão Predominantemente Habitacionais - - - -

UOPG 4 - - - 2,84 UOPG 5 - - - 1,34 UOPG 7 - - - 0,42 UOPG 8 - - - 2,23 UOPG 9 - - - 6,81 UOPG 10 - - - 2,05 UOPG 11 - - - 0,46 UOPG 12 - - - 10,35 UOPG 13 - - - 2,98 UOPG 14 - - - 3,68 UOPG 15 - - - 7,22 UOPG 16 - - - 2,14 UOPG 17 - - - 0,65 Total 72,17 58,92 88,15 319,03

Pela análise da tabela 7 percebe-se que os aglomerados de Sabrosa, Vila Pouca de Aguiar e Pedras Salgadas apresentam em termos médios aproximadamente um quarto do valor de área disponível infraestruturada predominantemente habitacional, quando comparados com Vila Real.

(56)

56 0,00 500,00 1.000,00 1.500,00 2.000,00 2.500,00

Sabrosa Vila Pouca

de Aguiar Pedras Salgadas Vila Real Á re as e m h e ct ar e

s Área não ocupada

Infraestruturada e para fins habitacionais

Área não ocupada Infraestruturada

Área Infraestruturada

No gráfico 5 apresentam-se os valores em hectares das áreas infraestruturadas e qualificadas segundo o PDM para fins habitacionais, onde detalhadamente se podem verificar a dimensão dos mesmos nos aglomerados estudados.

Gráfico 5 - Áreas infraestruturadas e qualificadas

Com base nos PDM atuais foram identificados os índices de utilização do solo em vigor em cada aglomerado e apresenta-se na tabela 8 os valores adotados pelos vários aglomerados em análise, sendo posteriormente utilizados na determinação das áreas máximas de utilização do solo dos mesmos.

Imagem

Tabela 1 - Evolução das redes rodoviárias no território nacional entre 1980 e 2010
Gráfico 2 - Evolução do nível de cobertura do serviço de saneamento de águas residuais em Portugal  (Fonte: Relatório Anual dos Serviços de Águas e Resíduos em Portugal, 2012)
Figura 1 - Processo da fase I, determinação da área de influência das Infraestruturas
Figura 2 - Processo da fase II, determinação das áreas disponíveis para edificação qualificadas
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Referências

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