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RELATÓRIO FINAL

ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE

MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA

ANO LETIVO 2018/2019

BEATRIZ METELLO COTRIM PEREIRA GONÇALVES

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MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA

6º ANO

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO

ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE

25 de Julho de 2018

a

17 de Maio de 2019

BEATRIZ METELLO COTRIM PEREIRA GONÇALVES

Nº de aluna: 2013120

Orientador:

PROFESSOR DOUTOR FERNANDO CIRURGIÃO

Regente da Unidade Curricular:

PROFESSOR DOUTOR RUI MAIO

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ÍNDICE

I. Introdução ... 4

II. Objetivos... 4

III. Síntese dos Estágios Parcelares ... 5

A. Medicina Interna ... 5

B. Cirurgia Geral ... 6

C. Medicina Geral e Familiar ... 7

D. Pediatria ... 7

E. Ginecologia e Obstetrícia ... 8

F. Saúde Mental ... 9

IV. Atividades Extra-Curriculares ... 9

V. Reflexão Crítica... 10

VI. Anexos ... 12

Meu Deus, dá-me serenidade Para aceitar as coisas que não consigo mudar, Coragem para mudar as coisas que consigo mudar; E sabedoria para distingui-las.

Reinhold Niebuhr

CITADO EM:

CARNEGIE, D. “Como deixar de preocupar e começar a viver”. 3ª ed. Alfragide: Lua de Papel, 2017. Pág. 111.

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I. INTRODUÇÃO

O presente relatório diz respeito às atividades desenvolvidas ao longo do 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM), da NOVA Medical School (NMS) | Faculdade de Ciências Médicas (FCM), realizadas maioritariamente no contexto da Unidade Curricular (UC) - Estágio Profissionalizante. Sendo a principal UC do 6º ano, é composta por seis estágios parcelares em áreas fundamentais da Medicina – Medicina Interna, Cirurgia Geral, Medicina Geral e Familiar, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia e Saúde Mental.

O documento está dividido em cinco partes essenciais: introdução ao relatório e ao estágio profissionalizante (I), aqui apresentada; objetivos do último ano de curso (II); descrição sumária dos estágios parcelares (III); elementos extra-curriculares que considero relevantes (IV); e reflexão crítica final (V). Adicionalmente, incluo uma secção de anexos (VI), com respetiva descrição do seu conteúdo.

II. OBJETIVOS

O 6º ano do MIM representa o culminar de uma extensa formação pré-graduada cuja finalidade é “a aquisição de uma base de conhecimentos sólida e coerente, associada a um adequado conjunto de valores, atitudes e aptidões”1

que permita a formação de jovens médicos competentes, no seu todo. Assim, o Estágio Profissionalizante, surge na tentativa de consolidar e colmatar estas competências, fomentando agilidade e autonomia, claro que num ambiente ainda tutorado, de forma a preparar o aluno o melhor possível para o início da sua vida profissional. De acordo com o documento supracitado1, no qual se baseiam os objetivos específicos de cada estágio parcelar,

estas competências abrangem quatro domínios nucleares: compreender e demonstrar conhecimentos teóricos; aplicá-los corretamente através de aptidões clínicas e procedimentos práticos, sendo que aqui é fundamental o domínio da colheita da história clínica, do exame objetivo e da capacidade de raciocínio, de forma a estabelecer hipóteses diagnósticas, guiar a investigação e propor terapêutica e seguimento adequados; manifestar atitudes e

comportamentos profissionais, dos quais destaco o respeito pela vida e por todo o ser humano individual, a

responsabilidade, a integridade e a honestidade; e, finalmente, demonstrar aptidões interpessoais de

comunicação, nas quais a empatia, o “saber pôr-se na pele” e o bom senso são essenciais, seja com o doente, sua

família ou com profissionais, privilegiando o trabalho em equipa. Além disto, é esperado que desenvolvamos capacidade de exposição oral e de manuseamento básico de sistemas informáticos de saúde.

Assim sendo, além de destreza e de maior autonomia a nível global, seleciono algumas aptidões que pretendia solidificar este ano: consolidação de conhecimentos a nível da patologia pediátrica e do foro da mulher, realização de exame ginecológico e observação psiquiátrica, realização de consulta de forma autónoma, melhoria da comunicação com o doente e sua família, prescrição de terapia farmacológica, treino de sutura e de outros procedimentos práticos. 1

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III. SÍNTESE DOS ESTÁGIOS PARCELARES

O Estágio Profissionalizante decorreu de 25 de Julho de 2018 a 17 de Maio de 2019. Os dois primeiros estágios parcelares, Medicina Interna (MI) e Cirurgia Geral (CG), foram realizados em âmbito de intercâmbio clínico, ao abrigo do programa “Acordos de Cooperação” e tiveram lugar no Hospital Universitário (HU) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP). Cada um deles decorreu sobre um período de seis a sete semanas, num total de 300 horas de contacto. Os restantes decorreram, como habitual, nas instituições de saúde parceiras da NMS, tendo cada um deles tido a duração de quatro semanas, com um total de cerca de 120 horas de contacto. Nesta secção, apresento uma breve descrição das atividades desenvolvidas ao longo de cada estágio e procuro destacar o maior valor de cada um na minha formação.

A opção de realizar o intercâmbio adveio da procura de um desafio pessoal, com tudo o que ter uma experiência autónoma, fora da “zona de conforto” requer, e de um desafio profissional, no sentido de busca de maior desembaraço e autonomia (dentro das capacidades de um estudante e sempre supervisionada), numa faculdade de prestígio como é a USP.

A. MEDICINA INTERNA | H. UNIVERSITÁRIO | 25.07 - 12.09.2018

O estágio de “Clínica Médica II”, correspondente à MI, está dividido em três blocos rotativos, de cerca de duas semanas cada um. O primeiro diz respeito ao Ambulatório dos Internos (nome dado aos alunos de 6º ano) e baseia-se na realização de consultas de forma autónoma, para prestar acompanhamento inicial a doentes provenientes do Serviço de Urgência (SU), já estabilizados. Os alunos iniciam a consulta, com toda a colheita de anamnese e exame objetivo, discutem o caso com assistentes totalmente disponíveis para o efeito, e com o seu consentimento, retornam para junto do doente para programar terapêutica e seguimento. Neste contexto, realizei 7 consultas, as primeiras 3 supervisionadas, e foram fundamentais para “perder o medo” de estar frente a frente com o doente e para treino de raciocínio clínico. Segue-se a rotação pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde fiquei responsável, diariamente, pela observação de 2 doentes, respetivo registo de diário clínico e apresentação dos casos em reunião, onde são discutidas com o médico responsável as intercorrências, a necessidade de pedido de exames e de ajuste terapêutico. Adquiri noções fundamentais de avaliação do doente em UTI, ventilação mecânica e fármacos usados neste contexto. A última parte do estágio engloba duas vertentes: 1) Pronto Acolhimento (PA), de caráter semelhante ao atendimento permanente dos centros de saúde, dirigido a pessoas da comunidade USP, cuja dinâmica foi semelhante ao Ambulatório dos Internos e onde observei um total de 13 doentes; e Pronto

Socorro (PS), isto é, atendimento em SU, onde estive presente por seis períodos de 12h. Aqui, tive oportunidade

de atender e avaliar vários doentes, previamente selecionados por assistentes, para depois discutir com alguém superior sobre a abordagem terapêutica. Além disso, pude intervir em emergências médicas com suporte básico de vida, realizar procedimentos como paracentese, sempre de forma supervisionada e auxiliada, e observar

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técnicas de suporte avançado de vida e colocação de cateter venoso central. A passagem pelo PS foi essencial em dois pontos – para perceber a importância da priorização e da avaliação sistematizada do doente urgente (e começar a treiná-la) e pela oportunidade de me deparar com situações e patologias nunca antes observadas. Além de toda esta vertente prática, que seguiu um grau crescente de complexidade, o estágio integra uma vertente teórica contínua, com aulas sobre temas essenciais da MI e de Cuidados Intensivos. A avaliação englobou também as duas perspetivas – avaliação prática segundo o modelo OSCE2, intermédia e final, e avaliação escrita. 2

OSCE: Objective Structured Clinical Examination

B. CIRURGIA GERAL | H. UNIVERSITÁRIO | 13.09 - 28.10.2018

O estágio de “Cirurgia II”, correspondente à CG, está também dividido por três rotações, de duas semanas cada uma. A primeira rotação refere-se ao atendimento em SU (PS), e considero esta a mais valia do estágio. Em todos os oito períodos de 12h diurnas que integrei o PS, tive oportunidade de avaliar doentes com patologia do foro cirúrgico, de forma autónoma, com posterior discussão do caso com residente/assistente e atuação conforme; analisar situações de trauma, não em perigo eminente de vida, de acordo com o ATLS3; treinar a técnica de sutura

na pequena cirurgia e realizar outros procedimentos como entubação orotraqueal, paracentese e algaliação masculina; integrar o bloco operatório, em cirurgias de caráter urgente, participando como instrumentista (num total de 6); observar situações de abordagem ao doente emergente, como gestão do choque hipovolémico e sético. A segunda parte do estágio integra atendimento em SU, em regime noturno (quatro períodos de 12h), cujas atividades são sobreponíveis às já mencionadas e evolução de Enfermaria B - internamento pré e pós-operatório de doentes sem antecedentes de relevo e submetidos a cirurgias mais simples, onde ficava responsável pela observação de 3/4 deles, respetivo registo de diário clínico e apresentação dos casos em reunião com os assistentes, para discussão de condutas. A última rotação do estágio consistiu no atendimento em SU de Ortopedia (cinco períodos de 12h) - valência que tive alguma dificuldade em integrar devido à carência de conhecimentos da área, mas que foi complementada pelo auxílio dos residentes/assistentes no que diz respeito à avaliação ortopédica, à necessidade de avaliação radiológica e à aplicação de talas ou gessos; e ainda no acompanhamento da Enfermaria

A, composta por doentes mais complexos, quer pelas comorbilidades associadas, quer pelo procedimento cirúrgico

em si. Ao longo das duas últimas rotações, os dias de permanência no Bloco Operatório, em cirurgias eletivas, são distribuídos pelos vários alunos, que aqui participam como instrumentistas ou, por vezes, ajudantes. Participei em cerca de 10 e, além de me ter tornado mais familiarizada com os instrumentos cirúrgicos, pude auxiliar no encerramento final e assim treinar a técnica de sutura. O estágio integra ainda uma componente teórica, com algumas aulas e uma avaliação escrita final. Destaco este como sendo o estágio que mais gostei e onde mais aprendi do ponto de vista prático, o que de facto corrobora o meu enorme gosto pela Cirurgia e desejo por ingressar nesta área. 3

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C. MEDICINA GERAL E FAMILIAR | USF LOURES SAUDÁVEL | 21.01-15.02.2019

O estágio de Medicina Geral e Familiar teve lugar na USF4 Loures Saudável, sob tutoria do Dr. Christian Piga, tendo

acompanhado também o trabalho da Dra. Marta Duarte. Ao longo das quatro semanas pude assistir a consultas de

Saúde do Adulto (SA), Saúde Infantil, Saúde Materna, Planeamento Familiar e Consulta Aberta (CA), num total de

130, o que me permitiu ter contacto, e assim consolidar conhecimentos, com uma grande diversidade de patologias, num amplo espetro de idades e, também, com atitudes preventivas. Neste contexto, pratiquei a realização do exame objetivo, com enfoque à idade pediátrica, a realização de colpocitologias e aprendi a executar procedimentos administrativos com recurso ao sistema informático. Após um período inicial de aquisição de maior confiança, tive oportunidade de realizar consultas de forma autónoma, maioritariamente CA, intersusbstituição e também de SA, com multimorbilidade (num total de cerca de 25), sempre com supervisão indireta/à distância no que diz respeito a terapêutica e seguimento. Esta experiência permitiu-me desenvolver competências de comunicação e de criação de relação de médico-doente, técnicas de organização e priorização de consulta, principais objetivos que delineei para este estágio, e tornou-me mais consciente para a necessidade de procurar motivos de consulta que aparentemente não o eram, principalmente do foro psicológico. Além de tudo isto, tive oportunidade de realizar visitas domiciliárias e de acompanhar o meu tutor no seu horário de Atendimento Complementar, o que me alertou para a elevada prevalência de situações socio-económicas complexas na nossa população. No final, apresentei um trabalho sobre “Vigilância do Carcinoma Colo-Retal pós-polipectomia”, com

flyer-resumo adicional para a USF. Destaco a excelente organização desta parcela da UC, com a realização do DEO5

muito oportuna, na medida em que orienta o estágio e solidifica o estudo. Globalmente, considero que foi fundamental na minha formação pessoal e profissional. 4 USF: Unidade de Saúde Familiar. 5 DEO: Diário de Exercício Orientado

D. PEDIATRIA | H. DONA ESTEFÂNIA | 18.02 - 15.02.2019

Realizei o estágio parcelar de Pediatria no Hospital Dona Estefânia (HDE), do Centro Hospitalar Lisboa Central (CHLC), sob orientação da Dra. Rita Machado, que integra o serviço de Pediatria Médica 5.1. As atividades decorreram maioritariamente no Internamento deste serviço, onde acompanhei ativamente a observação diária das crianças, a discussão de plano terapêutico e seguimento, e na Consulta Externa (Pediatria Geral e do Viajante). O facto de ter integrado um serviço de Pediatria Geral, quer em contexto de enfermaria quer em consulta, permitiu-me ter contacto com um amplo espetro de patologia, desde o recém-nascido ao adolescente, consolidando conhecimentos em falta a este nível e, por estar num hospital de referência como o HDE, pude ter um contacto único com doenças complexas, graves, algumas raras, que dificilmente vou encontrar na minha prática clínica. A

presença no SU foi particularmente importante na medida em que colmatou os objetivos inicialmente definidos -

pratiquei a colheita de anamnese junto dos familiares, a realização de exame objetivo pediátrico e sistematizei a abordagem aos problemas mais comuns em Pediatria, com enfoque ao reconhecimento da criança “com aspeto de doença”, com critérios de gravidade e que, por isso, necessita de abordagem urgente. Tive também oportunidade

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de conhecer outras áreas como a Cirurgia Pediátrica (em contexto de consulta, SU e bloco), pela qual tenho especial interesse, a Gastrenterologia Pediátrica, a Imunoalergologia e os Cuidados Paliativos Pediátricos, através da visita domiciliária com a UMAD5. Este primeiro contacto com a área, tão dura e quase sempre mistificada, permitiu-me

tomar consciência da sua importância e de que o funcionamento familiar é possível, apesar de todas as adversidades. De forma complementar, assisti a várias sessões clínicas e formativas, realizei uma história clínica sobre febre sem foco no lactente e apresentei um trabalho, em grupo, intitulado “Perturbações do Sono em Idade Pediátrica”. Considero que foi um estágio essencialmente observacional, com menor envolvimento prático nas atividades, mas que possibilitou adquirir uma visão mais completa da Pediatria, colmatando algumas falhas do estágio do ano anterior, bem como conhecimentos “chave” para o meu futuro enquanto médica. 5 UMAD: Unidade

Móvel de Assistência Domiciliária.

E. GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA | H. BEATRIZ ÂNGELO | 18.03 - 12.04.2019

O estágio de Ginecologia e Obstetrícia decorreu no Hospital Beatriz Ângelo (HBA), sob tutoria do Dr. Fernando Igreja, mas também acompanhando outros assistentes do serviço, nas várias valências da especialidade. Foi dividido em duas partes – duas semanas dedicadas essencialmente à Obstetrícia e outras duas à Ginecologia - sempre com frequência semanal no Bloco Operatório e no SU. No âmbito da Obstetrícia, assisti a inúmeras consultas, quer de seguimento de gravidezes de médio e alto risco, como de programação do parto nas de baixo risco, o que me permitiu consolidar conhecimentos sobre patologia na mulher grávida, mas também de vigilância dirigida a cada trimestre. Aqui treinei autonomamente a observação da grávida, através da medição da altura uterina, auscultação do foco fetal, toque obstétrico e colheita de exsudado retovaginal. Ainda neste contexto, acompanhei as atividades do internamento, de avaliação e aconselhamento da puérpera e da grávida em indução de trabalho de parto; observei a realização de ecografias de todos os trimestres, tendo adquirido conhecimentos básicos acerca de navegação ecográfica; e assisti, pela primeira vez, a técnicas invasivas de DPN6 (amniocentese e BVC7). No que diz

respeito à Ginecologia, acompanhei maioritariamente as consultas de Ginecologia Oncológica, onde a prática da relação médico-doente se reveste de particular importância, mas também de Ginecologia Geral, de Uro-Ginecologia e de PTGI8. Observei, ainda, a realização de histeroscopias e de ecografias ginecológicas. A passagem pelo SU foi

um elemento crucial do estágio uma vez que me permitiu consolidar a abordagem das situações clínicas mais frequentes, a nível de estratificação de gravidade e de terapêutica, praticar a realização do exame ginecológico, acompanhar o seguimento do trabalho de parto e assistir à realização dos mesmos – em número de 4 por via vaginal e 4 cesarianas, duas das quais participei como segunda ajudante. A presença semanal no Bloco Operatório, onde observei pela primeira vez cirurgias do foro gine-oncológico com oportunidade de participar numa delas, foi também muito gratificante. Paralelamente, assisti às reuniões do serviço e, numa delas, apresentei um trabalho de grupo sobre “Gravidez Ectópica”, baseado na revisão de artigo científico. Considero que atingi, de forma ativa, os objetivos a que me tinha proposto, nomeadamente: solidificar conhecimentos teóricos e de adquirir autonomia na avaliação ginecológica da mulher grávida e não grávida. Destaco este como sendo o estágio que mais me

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surpreendeu, de forma positiva – não só aumentou em muito o meu interesse pela especialidade, como colmatou competências em falta do estágio de 4º ano. 6 DPN: Diagnóstico Pré-Natal. 7 BVC: Biópsia das Vilosidades Coriónicas. 8 PTGI:

Patologia Trato Ginecológico Inferior.

F. SAÚDE MENTAL | CENTRO H. PSIQUIÁTRICO DE LISBOA | 22.04 - 17.05.2019

Realizei o estágio parcelar de Saúde Mental no Serviço de Reabilitação do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (CHPL), acompanhando a Dra. Helena Máximo e os restantes assistentes do serviço. Tendo em conta de que o estágio de 5º ano foi na área da Pedopsiquiatria, estabeleci como prioridades o treino da entrevista psiquiátrica e exame do estado mental no adulto, além da consolidação da abordagem sindrómica da psicopatologia. Decorreu maioritariamente na Unidade de Convalescença, local onde se inicia o processo de reabilitação de doentes já estabilizados, com vista ao treino de autonomia, capacitação e reintegração social. Aqui, acompanhei a avaliação diária de alguns deles, no que diz respeito a entrevista clínica, gestão de intercorrências e reunião com familiares e pude, inclusivamente, fazer a colheita de história clínica de três deles. Tive oportunidade de conhecer as outras valências do serviço, como a Unidade de Apoio Mínimo, o Grupo de Teatro Terapêutico e a Terapia Ocupacional e de assistir às reuniões semanais de equipa. Esta experiência permitiu-me conhecer, pela primeira vez e de perto, doentes com patologia psicótica, na sua maioria Esquizofrenia, o que foi fundamental para a redução do estigma da doença mental e perceber a importância da abordagem biopsicossocial do doente e do trabalho em multidisciplinaridade. Outra atividade diz respeito à passagem pela Consulta Externa, de Reabilitação e Psiquiatria Geral, onde consolidei, observando, a técnica da entrevista psiquiátrica e os princípios da terapêutica farmacológica, nos vários tipos de perturbações. A comparência na Urgência Externa, no SU do H. São José, foi um complemento importante, na medida em que me permitiu contactar com sintomatologia aguda e familiarizar-me com situações como ideação ou tentativa de suicídio. Além dos seminários teórico-práticos no início do estágio, assisti a sessões formativas e aulas de preparação para a PNA9. Acredito que este estágio me deu uma nova

perspetiva da Saúde Mental e destaco o seu contributo para a minha formação profissional e, sobretudo, pessoal.

9 PNA: Prova Nacional de Acesso.

IV. ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES

Não posso deixar de referir algumas atividades que realizei durante estes seis anos, relacionadas ou não com a Medicina, que foram fundamentais na minha formação pessoal e profissional. Os respetivos certificados encontram-se na secção Anexos.

Nos anos anteriores, destaco: 1) Voluntariado internacional com a IVHQ10, em Cuzco, Peru (Agosto e Setembro

2015) – integrei a instituição local Máximo Nivel e acompanhei crianças oriundas de famílias desfavorecidas no

Empoderamiento Iniciativa Educativa de Niñas, desenvolvendo atividades de leitura, ajuda nos trabalhos de casa,

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pela AEFCM11 (Setembro 2015 a Junho 2016), onde, juntamente com uma colega, acompanhei quinzenalmente uma senhora idosa, só e com múltiplas patologias; 3) Estágio clínico PECLICUF, em Cirurgia Geral, Urologia e Ortopedia, na CUF Santarém (Julho 2016); 4) Erasmus+ em Barcelona, na Universitat Internacional de Catalunya (UIC), respetivo ao 1º semestre do 4º ano (Setembro 2016 a Janeiro 2017).

Durante o 6º ano, a experiência que considero de maior relevo foi, sem dúvida, a realização do intercâmbio clínico

na FM-USP, em São Paulo, Brasil, já acima descrito. Além disso, participei em algumas conferências e cursos – XXXIX

Congresso Nacional de Cirurgia (Tomar, Março 2019); Workshop de Sutura (AEFCM11, Maio 2019); Sessão de Esclarecimento “Internato Médico S(C) em questões” (AEFCM11, Maio 2019). Por último, apesar de algo banal, considero importante referir que este ano comecei a frequentar um ginásio de forma assídua (o que até agora seria impensável!), mas que me tem ajudado muitíssimo a nível de bem-estar mental e de preparação física para a atividade cirúrgica que ambiciono no futuro. 10 International Volunteer HQ.11Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências

Médicas.

V. REFLEXÃO CRÍTICA

Chegando ao fim o MIM, importa refletir sobre a minha experiência profissionalizante neste último ano, mas também sobre o percurso que realizei ao longo de toda a formação.

Em relação ao Estágio Profissionalizante, acredito ter cumprido os objetivos propostos no que diz respeito às competências que se espera de um recém-formado em Medicina, nos seus quatro domínios e considero, por isso, que estou preparada para iniciar a minha carreira profissional. Para tal, contribuíram a minha motivação, empenho e proatividade, que não seriam suficientes sem a disponibilidade e ajuda de quem me acompanhou e ensinou. Antes de mais, começo por rever a importância que o intercâmbio clínico teve na minha formação. Como já referido, esta escolha adveio da procura de um desafio estimulante, algo ganho desde a experiência de voluntariado no Perú e, fomentado depois, durante o programa de mobilidade em Barcelona, onde abri horizontes e vontades. Escolhi a FM-USP pela sua reputação universitária e hospitalar, sendo considerada pela QS World University Rankings a melhor Faculdade de Medicina da América Latina e a 51ª do Mundo. De facto, estudar nesta faculdade e viver em São Paulo por quatro meses, permitiu-me crescer muitíssimo. A nível pessoal, por sair da minha “zona de conforto”, sozinha, mergulhei numa cultura diferente e desenvolvi responsabilidade, capacidade de adaptação e agilidade. A nível profissional permitiu-me “perder o medo pelo doente”; desenvolver destreza, confiança e mais autonomia na sua abordagem, principalmente pelas horas passadas no SU; consolidar e adquirir novos conhecimentos (Medicina Intensiva, por exemplo), com o desafio de não ter bibliografia específica recomendada e o acréscimo da avaliação prática; e desenvolver capacidades técnicas, como a técnica de sutura e de instrumentação. O estágio de Cirurgia Geral, como já disse, foi o grande impulsionador da minha decisão por seguir esta área, vontade que tenho desde sempre, mas que até aqui guardava com alguma timidez.

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Voltando aos objetivos propostos para o 6º ano, em relação ao domínio dos conhecimentos teóricos, considero que em todos os estágios parcelares foi possível sedimentar e aprofundar conceitos previamente adquiridos, mas destaco os estágios de Pediatria e GO como essenciais no colmatar de alguns em falta. No que diz respeito às

aptidões clínicas e procedimentos práticos, destaco os estágios realizados no HU da FMUSP a nível de raciocínio

clínico, investigação e tratamento, pelas razões acima descritas e também de GO e Psiquiatria, na vertente de colheita de história e de exame objetivo dirigidos a cada especialidade. No que concerne a atitudes e

comportamentos profissionais, considero que todo o tempo de contacto com o meio hospitalar ou centro de saúde

foi e será uma oportunidade de prática desta competência, em qualquer momento que lide com uma pessoa, seja ela doente, colega médico, chefe de serviço, enfermeiro ou auxiliar. De facto, o respeito pelo Ser Humano no seu todo e a vontade de cuidar do outro são, a meu ver, a razão desta profissão; a partir daí, todo o estudo, trabalho, dedicação e vontade de ser melhor ganham outra força. Ainda neste contexto, destaco o estágio de Saúde Mental como crucial para ultrapassar o estigma da doença mental que, inconscientemente, tinha. Por último, realço os estágios de MGF e Saúde Mental como determinantes no desenvolvimento de aptidões interpessoais de

comunicação, através do treino da relação médico-doente, de organização da consulta e da integração do seu

contexto familiar, social e biológico. Em termos gerais, a técnica da exposição oral foi também desenvolvida com os vários trabalhos apresentados, contudo penso que o manuseamento de sistema informático hospitalar ficou algo em falta, certamente por ter feito os estágios de MI e CG fora dos hospitais portugueses. Ainda assim, penso que no próximo ano, rapidamente me adaptarei.

Analisando os seis anos que passaram, não posso deixar de referir alguns elementos fundamentais na minha formação. Paralelamente ao trabalho realizado, procurei manter um espírito crítico e de alerta para as minhas necessidades/falhas de aprendizagem, colmatando-as com trabalho autónomo, atitude que quero levar sempre comigo. Outro ponto que considero fundamental e que procurei exercitar é a capacidade de observação – uma arma poderosa no processo que é aprender. Além do papel crucial das atividades extracurriculares que já descrevi, todo o trabalho, foco e dedicação não teriam sido possíveis sem o apoio da minha família, em especial dos meus pais, irmã e avó e dos meus amigos, os mais antigos e aqueles que partilharam comigo este caminho que é ser estudante de Medicina e que hoje, são “para a vida”. A todos eles um enorme “Obrigada”.

E tamanho “Obrigada” quero também deixar a todos os Professores, Assistentes, Tutores e àqueles com quem me fui cruzando e que disponibilizaram do seu tempo, pelo profundo valor que tiveram na minha educação. Por último, um agradecimento especial a todos os doentes e familiares que tive oportunidade de conhecer, sem os quais seria impossível estar aqui.

Concluo, convicta de que estes seis anos de crescimento pessoal e profissional, em particular este último, me tornaram apta para dar início à minha carreira na Medicina. Espero, ansiosamente, por esta nova etapa!

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VI. ANEXOS

Anexo 1 - Cronograma do Ano Letivo 2018/2019

Anexo 2 - Trabalhos realizados durante o Estágio Profissionalizante

Anexo 3 - Certificados de atividades realizadas em anos anteriores

A. Voluntariado Internacional IVHQ - Empoderamiento Iniciativa Educativa de Niñas B. Estágio Clínico PECLICUF – Rotação cirúrgica, CUF Santarém

Anexo 4 - Certificados de Reconhecimento Académico de Programas de Mobilidade

A. Erasmus+ UIC, Barcelona

B. Intercâmbio Clínico FM-USP (Acordo de Cooperação)

Anexo 5 - Cursos e Conferências realizados no 6º ano

A. XXXIX Congresso Nacional de Cirurgia B. Workshop de Suturas

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Anexo 1 - Cronograma do Ano Letivo 2018/2019

Estágio

Parcelar Regente/responsáveis Coordenador Período Local Tutor

Medicina Interna Prof. Dr. Francisco Garcia Soriano, Prof. Dr. Paulo Andrade Lotufo, Prof. Dr. Rodrigo Diaz

Olmos Dr. Marcelo Rodrigues 25.7.2018 a 12.9.2018 Hospital Universitário (USP) Dr. Guilherme Miranda

Cirurgia Geral Prof. Dr. Jose Pinhata

Otoch Prof. Dr. Cornélius Mitteldorf 13.9.2018 a 28.10.2018 Hospital Universitário (USP) --- Medicina Geral e Familiar

Professor Doutor Rui Maio Prof.ª Doutora Isabel Santos 21.1.2019 a 15.2.2019 USF Loures Saudável Dr. Christian Oliver Piga

Pediatria Professor Doutor Rui

Maio Prof. Doutor Luís Varandas 18.2.2019 a 15.3.2019 Hospital Dona Estefânia (CHLC) Dra. Rita Machado Ginecologia e Obstetrícia

Professor Doutor Rui Maio Prof.ª Doutora Teresinha Simões 18.3.2019 a 12.4.2019 Hospital Beatriz Ângelo Dr. Fernando Igreja

Saúde Mental Professor Doutor Rui

Maio Prof. Doutor Miguel Talina 22.4.2019 a 17.5.2019 Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa Dra. Helena Máximo

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Anexo 2 - Trabalhos realizados durante o Estágio Profissionalizante

* ESGE: European Society of Gastrointestinal Endoscopy; AGA: European Society of Gastrointestinal Endoscopy; ACOG:

American College of Obstetricians and Gynecologists.

Estágio Parcelar Tema e Autores

Medicina Geral e Familiar

“Vigilância de Cancro Colo-Rectal pós-polipectomia”

Revisão das guidelines da ESGE* (2013) e da AGA* (2012) Beatriz Gonçalves

Pediatria

“Perturbações do Sono em Idade Pediátrica”

Revisão teórica

Alejandro Iñarra, Beatriz Gonçalves, Domingas Atouguia e Margarida Bessa

Ginecologia e Obstetrícia

“Gravidez Ectópica Tubária”

Revisão de Clinical Management Guidelines da ACOG* (2017) Beatriz Gonçalves, Margarida Bessa e a Rita Chavães

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Anexo 3 - Certificados de atividades realizadas em anos anteriores

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Anexo 4 - Certificados de Reconhecimento Académico de Programas de Mobilidade

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Anexo 5 - Cursos e Conferências realizados no 6º ano

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Referências

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