A cidade e as
serras
Eça de Queiroz
Realismo-Características
Arte engajada Crítica social
Ironia
EÇA de Queirós : 2 ou 3 fases?
1ª: influências românticas: obra menor
2ª: ironiza: Burguesia/Igreja/Atraso
Português
3ª: ironiza: Burguesia/ Igreja
Miguelismo Sebastianismo
Defensores de Crença no retorno D. Miguel contra do Encoberto
Tese da obra
Vida rural é superior à civilização
urbana
Desumanização do homem nos centros
urbanos
Desilusão moderna e retorno ao útero
mítico
Crítica à Modernidade(alucinação
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Personagens principais
ZÉ FERNANDES- narrador(subjetividade) Responsável por resgatar o bom senso do
protagonista PORTUGUÊS
JACINTO- O Príncipe da Grã-Ventura desenraizado da cultura lusa
Cultura+ prestígio+progresso:tédio FRANCÊS
“O homem só é superiormente feliz
quando é superiormente civilizado .”
“Toda a intelectualidade, nos campos,se
esteriliza, e só resta a bestialidade.”
“Nesses reinos crassos do Vegetal e do
Animal duas únicas funções se mantêm vivas, a nutritiva e a procriadora.”
Suma felicidade
Suma Ciência + Suma Potência
Erudição Mecânica Cultura Progresso Saber Tecnologia
Jacinto
Paris
Desejo insaciável de novidades A ocupação de DESEJAR
Vazio existencial Pessimismo
O “202”
Civilização em miniatura. Objetos tecnológicos
Visão irônica
“Saímos do 202,chegamos à
serra,encontramos o 202.Não há senão
Paris!”
O Elevador
“(...)espaçoso, tapetado , ele
oferecia, para aquela jornada de
sete segundos, confortos
numerosos, um divã, uma pele de
urso, um roteiro das ruas de
Paris,prateleiras gradeadas com
charutos e livros.”
O Telégrafo
“A linha, traçada em azul, anunciava ao
meu amigo Jacinto que a fragata russa
Azoff entrara em Marselha com avaria.
(...)
Desejei saber , inquieto, se o prejudicava
diretamente aquela avaria da Azoff.
-Da Azoff?..A avaria?A mim....Não! É
uma notícia.
As águas
“Todo um aparador , porém vergava sob o luxo
redundante, quase assustador de águas- águas oxigenadas, águas carbonatadas, águas
fosfatadas,águas esterelizadas, águas de sais, outras ainda, em garrafas bojudas, com tratados
terapêuticos impressos em rótulos.
-(...)Então és ainda o mesmo tremendo bebedor de água, hem?...Um aquático(...)
- (...) Mas ainda não encontrei uma boa água que me convenha , que me satisfaça...Até sofro sede. ”
O arroz -doce
“Mas quando o arroz-doce apareceu
triunfalmente , que vexame!Era um prato
monumental, de grande arte! O arroz,
maciço, moldado em forma de pirâmide do Egito , emergia de uma calda de cereja, e desaparecia sob os frutos secos que o
revestiam até o cimo , onde se equilibrava uma coroa de conde feita de chocolate e gomos de tangerina gelada! E as iniciais, a data, tão lindas e graves na canela ingênua , vinham traçadas nas bordas da travessa com violetas pralinadas!Repelimos , num mudo horror, o prato acanalhado.”
Museu de grandes novidades
CONFERENÇOFONE
-máquina que abotoava ceroulas
-relógio que marcava a hora de todas as capitais e o curso de todos os planetas
-seis tipos de escova de cabelo(14 minutos) -4 tipos de toalha de rosto
-lavatório cujo jato de água era graduado de zero a cem
-2 elevadores na copa: prato quente /prato frio
Revolta da Tecnologia x Jacinto
Revolta das águas ( torneiras) Blecaute
“E a cidade (é) a maior ilusão! “
Basílica Sacré-Coeur
“Cada manhã ela lhe impõe uma
necessidade, e cada necessidade o arremessa para uma dependência: pobre e subalterno, a sua vida é um constante solicitar, adular , vergar, rastejar, aturar; (... ) a sociedade logo o enreda em tradições ,
preceitos , etiquetas, cerimônias, praxes, ritos, serviços mais
disciplinares que os de um cárcere ou de um quartel.”
Tormes
Local dos antepassados
Encontro com suas raízes : OSSOS Espírito empreendedor: escola,
creche, biblioteca, farmácia....
Alegria de viver
Responsabilidade social ”Novo D. Sebastião” ?
Visões de cidade
1ª- síntese do progresso e da civilização 2ª -centro de hipocrisia
a) Jacinto: amante/ marido orgulhoso b)Zé Fernandes:prostituta lésbica
(Madame Colombe)
3ª- aceitação parcial das qualidades urbanas
“Estacou diante de Jacinto - e sem mesmo lhe apertar a mão, atirando um gesto para o patamar:
-Visita lá acima? Vai achar a Joana em péssima disposição... Tivemos uma cena, e tremenda. - Deu outro puxão desesperado à luva cor de palha, já esgaçada:
-Estamos separados, cada um vive como lhe apetece, é excelente! Mas em tudo há medida e forma... Ela tem o meu nome, não posso consentir que em Paris, com conhecimento de todo o Paris, seja a amante do trintanário. Amantes da nossa roda, vá! Um lacaio, não!... Se quer dormir com os criados que emigre para o fundo da província, para a sua casa de Corbelle. E lá até com os animais!... Foi o que lhe disse! Ficou como uma fera.
Sacudiu então a mão de Jacinto que “era da sua roda” - rebolou pela escadaria florida e nobre. O meu Príncipe, imóvel nos degraus, de face pendida, cofiava lentamente os fios pendidos do bigode. Depois, olhando para mim, como um ser saturado de tédio e em quem nenhum tédio novo pode caber.”
“Mas ela sorria, seguia... Madame de
Trèves não compreendeu nenhum
aparelho do meu Príncipe! Madame de Trèves não atendera a nenhuma
dissertação do meu Príncipe! Naquele gabinete de suntuosa Mecânica ela
somente se ocupara em exercer, com proveito e com perfeição, a Arte de
Agradar. Toda ela era uma sublime
“É muito grave, deixar a
Europa!”
3 grandes eixos
1º- Paris (I a VIII)
Cidade (requintes da civilização) vs. Campo(Atraso)
2º - Chegada a Tormes (IX a XVI) (despojado dos bens da civilização)
Cidade: progresso é ilusão Campo: fonte de paz e alegria
3º- síntese cidade-campo: solução tecnopastoral Casamento /filhos + eletricidade /telefonia
INTERTEXTUALIDADES
70 mil volumes: 2 livros para Tormes
1º -Dom Quixote e Sancho Pança? 2º - “Odisséia”- Paris = Circe
"Jacinto adiante, na sua égua ruça, murmurava: – Que beleza!
E eu atrás, no burro de Sancho, murmurava: – Que beleza!"
INTERTEXTUALIDADES
70 mil volumes: 2 livros para Tormes
1º -Dom Quixote e Sancho Pança? 2º - “Odisséia”- Paris = Circe
“E assim fui conhecendo a encaracolada barba
hebraica do banqueiro Efraim; e o longo nariz patrício de Mdame de Trèves abrigando um
sorriso perene, e as bochechas flácidas do
poeta neoplatônico Dornan; e os longos bandós pré-rafaelitas e negros de Madame Verghane; e o monóculo defumado do diretor do
Boulevard;e o bigodinho vencedor do Duque Marizac; e ainda outros sorrisos imóveis, e
barbichas à Renascença , e pálpebras
amortecidas,e olhos farejantes , e peles
empoadas de arroz, que eram todos ilustres e da intimidade do meu Príncipe”
SINÉDOQUE/
METONÍMIA
Conclusão de Zé Fernandes
sobre Paris
“– Pois adeusinho, até nunca mais! Na
lama do teu vício e na poeira da tua vaidade, outra vez não me pilhas! O que tens de bom, que é o teu gênio,
elegante e caro, lá o receberei na serra pelo correio. Adeusinho!”