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CULTIVARES, ESPAÇAMENTOS ENTRE LINHAS E PARCELAMENTO DO NITROGÊNIO EM ARROZ DE TERRAS ALTAS

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CULTIVARES, ESPAÇAMENTOS ENTRE LINHAS E PARCELAMENTO DO NITROGÊNIO EM ARROZ DE TERRAS ALTAS

Ricardo Araújo1, Adriano Jakelaitis2*, Abdias Alves de Oliveira1, Fábio Kempim Pittelkow1, João Paulo de Souza Quaresma1, Cássio Jardim Tavares2

RESUMO: Nesta pesquisa, objetivou-se avaliar os efeitos de cultivares de arroz, espaçamentos entre linhas e do parcelamento do nitrogênio (N) em cobertura no desempenho da cultura. Os tratamentos foram arranjados em blocos ao acaso em esquema fatorial 3x2x2, sendo compostos por três cultivares de arroz (BRS Primavera, BRSMG Curinga e BRS Colosso), dois espaçamentos entre linhas (0,25 e 0,5 m), e pelo parcelamento da adubação nitrogenada de cobertura: dose única aos 30 dias após a emergência (DAE) do arroz, e metade da dose aos 30DAE e a outra metade aos 60DAE dos cultivares. Os cultivares BRS Primavera e BRSMG Curinga foram os mais produtivos, com maior produção de panículas no BRSMG Curinga e a maior produção de grãos por panícula no BRS Primavera. No espaçamento reduzido, aumentou-se o rendimento de grãos das plantas de arroz. Notou-se que o N aplicado aos 30 DAE proporcionou maior acamamento e aumento no rendimento da cultivar BRS Primavera.

Palavras-chave: Adubação de cobertura, arranjo de plantas, Oryza sativa.

CULTIVARS, SPACING BETWEEN LINES AND INSTALLMENT OF NITROGEN IN UPLAND RICE

ABSTRACT: This research aimed to evaluate the effects of rice cultivars, row spacing and splitting of nitrogen (N) in the cover crop performance. Treatments were arranged in a randomized block design in a factorial scheme 3x2x2, and composed of three rice cultivars (BRS Primavera BRSMG Curinga and BRS Colosso), two row spacings (0,25 and 0,5 m), and the fragmentation of nitrogen fertilization: only at 30 days after emergence (DAE) rice dose and half dose to 30DAE and the other half to 60DAE cultivars. BRS Primavera and BRSMG Curinga were the most productive, with greater production of panicles in BRSMG Curinga and the highest grain yield per panicle in BRS Primavera. With reduced row spacing was increased grain yield of rice plants. It was noted that the N applied at 30 DAE and lodging provided greater increase in yield of BRS Primavera.

Key words: Fertilization of coverage, plant arrangement, Oryza sativa.

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1

Universidade Federal de Rondônia – Campus de Rolim de Moura (UNIR), Rolim de Moura, RO, Brasil.

2 Instituto Federal Goiano – Campus Rio Verde (IFGoiano), Rio Verde, GO, Brasil. *E-mail:

ajakelaitis@yahoo.com.br. Autor para correspondência. Recebido em: 17/08/2013. Aprovado em: 12/09/2014.

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INTRODUÇÃO

De origem asiática, o arroz (Oryza sativa) pertence à família botânica Poaceae e constitui um dos cereais mais cultivados no mundo. Os países asiáticos são os grandes produtores e consumidores mundiais de arroz, destacando a China e a Índia com aproximadamente 50% da produção e do consumo mundial (FAO, 2011). No Brasil, a cultura do arroz ocupa posição privilegiada no cenário agrícola por estar presente na dieta básica da maioria dos brasileiros e correspondendo ao país não asiático de maior produção e consumo de arroz, porém, sua participação no mercado mundial é inferior a 2% (FAO, 2011). A estimativa de área cultivada no país na safra 2012/2013 representa aproximadamente 2,4 milhões de hectares com produção próxima de 12,05 milhões de toneladas com rendimento médio de 4.982 kg ha-1, contabilizando os sistemas de cultivo de arroz irrigado e de terras altas (CONAB, 2013).

O nitrogênio (N) é um dos nutrientes absorvidos em maior quantidade pela cultura do arroz. Sua importância é conhecida pelas funções exercidas no metabolismo das plantas, participando como constituinte de proteínas, enzimas, ácidos nucléicos, citocromos, moléculas de clorofila, além de ser considerado um dos fatores mais relevantes para o aumento da produção (FAGERIA & STONE, 2003; FREITAS et al., 2007). Esse nutriente possui duas funções principais: estrutural e participação em processos metabólicos; influenciando a expansão e duração da área foliar, consequentemente, atua na interceptação da radiação fotossinteticamente ativa, bem como no uso eficiente desta e nos seus efeitos sobre a taxa fotossintética e a produção de massa seca (UHART & ANDRADE, 1995). Assim, seu fornecimento estimula o crescimento do sistema radicular do arroz e aumenta o número de colmos e de panículas por área, o número de espiguetas por panícula, a fertilidade, o peso dos grãos e a porcentagem de proteínas nos grãos (FARINELI et al., 2004). Todavia, o aumento dos níveis de N

aumenta a susceptibilidade da cultura à brusone, promove o acamamento das plantas, quando em doses elevadas, o que interfere no processo de colheita e acentua os efeitos da falta de água, quando a mesma ocorre na fase reprodutiva da planta (PRABHU et al., 2003; HERNANDES et al., 2010).

Atualmente, tem se observado a utilização mais frequente de doses cada vez mais elevadas de N no sistema de cultivo de arroz de terras altas, principalmente, quando se adotam os cultivares mais promissores ou em sistemas, onde a falta de água não é limitante (STONE et al., 1999; ARF et al., 2003). Pesquisas indicam que a cultura responde em rendimento a doses que variam entre 40 a 180 kg ha-1 de N (STONE et al., 1999; FIDELIS et al., 2012). Contudo, as respostas encontradas estão relacionadas às características inerentes dos cultivares utilizados, às condições de uso do solo e de clima, ao manejo da cultura, ao suprimento de nitrogênio do solo e às doses de nitrogênio aplicadas.

Na interação entre adubação nitrogenada e cultivares, Boldieri et al. (2010) verificaram efeitos significativos nos cultivares Caiapó, Primavera, Confiança, IAC 202 e Carisma com a utilização de doses crescentes de N aplicado em cobertura para o número de panículas por área, o número espiguetas por panícula, a fertilidade das espiguetas, a produtividade grãos, o índice de colheita e o índice eficiência de uso do N. Têm-se observado também que quando aumenta-se a exigência do N, faz-se necessário o parcelamento da adubação, devido à facilidade de lixiviação deste elemento no solo e, principalmente, suas perdas por volatilização. Em estudos conduzidos por Santos et al. (1986), avaliando épocas, modos de aplicação e níveis de N, verificaram-se que o parcelamento, ou a aplicação de N na diferenciação do primórdio floral aumentou, significativamente, a produtividade de grãos, em condições adequadas de disponibilidade de água.

Com o advento de cultivares promissores de arroz de terras altas,

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principalmente, aqueles que apresentam porte baixo e folhas curtas e eretas, o espaçamento entre linhas tem sido reduzido quando comparado aos espaçamentos utilizados para cultivares tradicionais. Carvalho et al. (2008), avaliando a influência do espaçamento entre linhas na cultura do arroz de terras altas, obtiveram maiores rendimentos de grãos no espaçamento de 0,3 m se comparado aos de 0,2 e 0,4 m, independente do arranjo espacial das plantas.

Objetivou-se com esta pesquisa avaliar os efeitos de cultivares de arroz, espaçamentos entre linhas e do parcelamento do nitrogênio (N) em cobertura no desempenho da cultura de arroz de terras altas.

MATERIAL E MÉTODOS

O solo da área, classificado como Latossolo Amarelo de textura argilosa, está localizado na estação experimental pertencente à Universidade Federal de Rondônia, em Rolim de Moura, RO (277 m acima do nível do mar, latitude 11º34’17” S e longitude 61°46’46” O), sendo o trabalho desenvolvido no período de novembro de 2005 a março de 2006. O clima da região segundo a classificação de Koppen é o tropical quente e úmido, com estação seca definida (junho a setembro), com temperatura média do ar em torno de 26 °C, precipitação média anual de 2.250 mm e com umidade relativa do ar elevada, oscilando em torno de 85% (MARIALVA, 1999).

Na área, anteriormente, cultivada com Urochloa brizantha, fez-se a dessecação química da forrageira e das plantas daninhas com a mistura dos herbicidas sistêmicos (glyphosate + 2,4-D, nas doses de 1.500 + 400 g e. a. ha-1, respectivamente), e a coleta de solo a profundidade de 0,20m. Na análise deste solo, constaram-se: pH em água de 5,9; H+Al, Ca, Mg, CTC(T) de 4,5; 1,7; 1,2 e 7,6 cmolc dm-3, respectivamente, P de 1,1 mg dm -3

, K de 113,0 mg dm-3, e argila, silte, areia fina, areia grossa e matéria orgânica de 40, 12, 18, 30 e 2,93 dag kg-1, respectivamente.

O preparo do solo, sob sistema convencional, foi efetuado por meio de aração e gradagens aos trinta e cinco dias após a dessecação química. A semeadura manual do arroz foi realizada em 16 de dezembro, utilizando-se trezentas sementes por metro quadrado, semeadas a profundidade de 3 cm. Juntamente com as sementes, aplicou-se carbofuran na dose de 525 g para 100 kg de sementes, visando principalmente o controle de cupins. A adubação de semeadura constou da aplicação de 250 kg ha-1 da formulação 4-30-16 (NPK) e na adubação de cobertura foram empregados 50 kg ha-1 de N, aplicado na forma de ureia.

Foi utilizado o delineamento de blocos completos ao acaso, em esquema fatorial 3x2x2, com quatro repetições. Os tratamentos foram constituídos pela combinação dos fatores: cultivares de arroz (BRS Primavera, BRS Colosso e BRSMG Curinga), espaçamento entre fileiras (25 e 50 cm) e parcelamento da adubação nitrogenada de cobertura, sendo aplicada toda recomendação aos 30 dias após a emergência do arroz - DAE; e metade da recomendação aos 30DAE e a outra metade aos 60DAE dos cultivares. As parcelas experimentais foram constituídas de seis e doze fileiras para os espaçamentos de 50 e 25 cm, respectivamente, com três metros de comprimento, perfazendo uma área total de nove metros quadrados. Em cada parcela, foi desprezada uma fileira de ambos os lados e 0,50 m de cada extremidade.

O controle de plantas daninhas foi realizado aos 15DAE do arroz com aplicação do herbicida metsulfuron-metil na dose de 2,0 g i. a. ha-1, em decorrência da frequência de infestação de espécies dicotiledôneas. As demais plantas daninhas não controladas pelo herbicida foram eliminadas através de capina manual. Por ocasião do florescimento, foi aplicado o fungicida tebuconazole na dose de 187,5 g i. a. ha-1, visando o controle da brusone (Pyricularia grisea). Antecedendo a aplicação do fungicida foi realizada a avaliação da severidade da brusone em dez folhas superiores coletadas ao acaso nos

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principais perfilhos da planta localizadas nas quatro linhas centrais de cada parcela. A severidade da brusone nas folhas foi determinada, utilizando-se de escala visual da área foliar afetada (NOTTEGHEM, 1981).

A colheita manual foi realizada quando 90% das panículas apresentavam os grãos com coloração típica de maduros. Utilizou-se altura de corte de 20 cm e após este procedimento foi realizada a secagem ao sol durante dois dias e, em seguida, a trilhagem. Foram realizadas as seguintes avaliações em pré-colheita do arroz: massa da matéria seca da parte aérea: obtida amostrando 1m² em cada parcela; altura de plantas: determinada pela distância média da superfície do solo até a inserção da folha-bandeira em dez plantas ao acaso na parcela; acamamento: avaliado por meio de observações visuais, em que 0 (zero) indicou ausência de acamamento e 100 (cem) a totalidade de plantas acamadas; número de colmos e número de panículas por metro quadrado: obtidos por meio da contagem em 1m² de área útil da parcela; fertilidade dos colmos pela relação entre o número de panículas e de colmos; número de grãos por panículas: determinado através da contagem do número em dez panículas, as quais foram coletadas aleatoriamente dentro da área útil, e sendo expressos em porcentagem o número de grãos cheios, chochos e com brusone; massa de cem grãos: determinada por meio de coleta ao acaso e pesagem de três amostras

de cem grãos de cada parcela, corrigida para 13% de umidade; e produtividade de grãos: obtida após coleta da área útil e trilhagem, sendo posteriormente as amostras pesadas e transformadas em kg ha-1(13% em base úmida).

Os resultados foram submetidos à análise de variância, as médias obtidas foram submetidas ao teste de Tukey, ao nível 5% de probabilidade de erro.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Não foi observada interação significativa entre os três fatores testados para as variáveis analisadas. Observaram-se diferentes efeitos entre cultivares para a incidência de brusone nas folhas, altura de plantas, número de colmos e de panículas por metro quadrado, massa seca da parte aérea, número de grãos por panícula e rendimento de grãos de arroz (Figura 1); para espaçamentos entre linhas, foram observadas diferenças para as variáveis números de colmos e de panículas e rendimento de grãos (Figura 2); e para o parcelamento da adubação nitrogenada ocorreu diferença entre os mesmos para as variáveis números de colmos e de panículas (Figura 3). Foram observadas interações entre cultivares e parcelamento da adubação nitrogenada para acamamento (Figura 4) e massa de cem grãos (Figura 5).

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Figura 1 - Brusone nas folhas, altura de plantas, número de colmos, número de panículas por metro quadrado, massa seca da parte aérea, grãos por panícula e rendimento de grãos nas cultivares de arroz de terras altas BRS Primavera, BRS Colosso e BRSMG Curinga. Médias seguidas de mesma letra são iguais pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

No cultivar BRS Primavera, foram verificadas plantas mais altas e com maior número de grãos por panícula e, juntamente, com o cultivar BRSMG Curinga apresentaram maior produção de massa seca da parte aérea, menor incidência de brusone nas folhas e maior rendimento de grãos. O BRSMG Curinga apresentou maior perfilhamento e produção de panículas, porém, menor número de grãos por panícula. A BRS Colosso apresentou maior susceptibilidade à brusone, que refletiu negativamente na massa seca da parte aérea,

rendimento de grãos (Figura 1) e na massa de cem grãos (Figura 5). Segundo Fageria e Baligar (2006), o efeito diferencial observado entre cultivares, mostra-se ser definido geneticamente e também influenciado por fatores ambientais. As diferenças apresentadas entre cultivares de arroz referente à adubação nitrogenada, respostas ao espaçamento e densidade de semeadura, refletindo na produtividade, corroboram com as observações de Freitas et al. (2001), Fageria e Stone (2003), Jiang et al. (2004) e Fageria e Baligar (2005).

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Figura 2. Número de colmos, número de panículas por metro quadrado e rendimento de grãos do arroz de terras altas cultivado em diferentes espaçamentos entre linhas. Médias seguidas de mesma letra são iguais pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

Figura 3. Resultados do parcelamento da adubação nitrogenada de cobertura (30; e 30 e 60DAE) no arroz de terras altas sobre o número de colmos e o número de panículas por metro quadrado. Médias seguidas de mesma letra são iguais pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

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Figura 4. Acamamento de cultivares de arroz de terras altas em função do parcelamento da adubação nitrogenada de cobertura. Letras maiúsculas comparam as médias dos cultivares de arroz em cada parcelamento de adubação e letras minúsculas contrastam as adubações para cada cultivar de arroz, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Figura 5. Massa de cem grãos em cultivares de arroz de terras altas em função do parcelamento da adubação nitrogenada de cobertura. Letras maiúsculas comparam as médias dos cultivares de arroz em cada parcelamento de adubação e letras minúsculas contrastam as adubações para cada cultivar de arroz, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.

Plantas de arroz estabelecidas no espaçamento de 25 cm apresentaram maior perfilhamento e quantidade de panículas e, consequentemente, maior rendimento de grãos, quando comparado com aquelas estabelecidas no espaçamento de 50 cm (Figura 2). Resultados semelhantes para produtividade de grãos e número de panículas foram encontrados por Guimarães e Stone (2003) e Carvalho et al. (2008) que obtiveram maiores rendimento para o arroz cultivados em menores espaçamentos entre linhas. Santos et al. (2002), avaliando seis cultivares de arroz nos espaçamentos de 20, 30, 40 e 50 cm observaram maior rendimento de grãos no espaçamento de 30 cm entre linhas.

Mesmo não havendo efeito do parcelamento da adubação nitrogenada no rendimento de grãos de arroz observou-se que a menor dose do parcelamento em duas aplicações do N em cobertura, aos 30 DAE, promoveu menor capacidade de perfilhamento e de emissão de panículas por área na cultura, demonstrando que em condições favoráveis esta pode ser realizada em uma única aplicação de N em cobertura aos 30 DAE (Figura 3). De acordo com os

resultados obtidos por Cornélio et al. (2007), a menor produtividade de arroz ocorreu quando todo N foi aplicado na semeadura, e que as maiores respostas na produtividade da cultura ocorreram quando há parcelamento da mesma: parcelado metade da dose aplicada na semeadura e metade na diferenciação do primórdio floral; ou, a terça parte na semeadura e dois terços na diferenciação do primórdio floral. Segundo os autores, nestas condições, o N aplicado torna-se eficientemente aproveitado pela planta, pois a partir dessa fase a planta de arroz produz mais eficientemente a enzima redutase do nitrato e, consequentemente, maior será a utilização do N nítrico. Por outro lado, Hernandes et al. (2010), avaliando a aplicação total de N na semeadura e em épocas de cobertura observaram que não houve diferença nos componentes de rendimento da cultura, demonstrando que para Latossolo Vermelho distroférrico típico em sistema de plantio direto, o N pode ser aplicado totalmente na semeadura, ou em cobertura; todavia, se após as fertilizações houver irrigação, minimizando as perdas de N.

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Na interação entre cultivares de arroz e parcelamento da adubação nitrogenada de cobertura, observou-se que aplicação antecipada de todo N, aos 30 DAE, proporcionou maior acamamento de plantas de arroz para o cultivar BRS Primavera em relação os cultivares BRS Colosso e BRSMG Curinga; porém, nota-se que nos parcelamentos do N aos 30 e aos 60DAE minimizaram-se este efeito para o BRS Primavera, não sendo observadas diferenças entre os cultivares (Figura 4). De acordo com Buzetti et al. (2006), as doses mais altas de N utilizadas para aumentar a produtividade, ocasionam elevado desenvolvimento vegetativo das plantas, o que causa acamamento e interfere negativamente na produtividade e na qualidade dos grãos de arroz. Desta forma, o parcelamento em cobertura minimizou este efeito, juntamente, com o uso de cultivares resistentes ao acamamento como o BRSMG Curinga.

Observou-se a interação entre cultivares de arroz e parcelamento da adubação nitrogenada de cobertura que ocorreram efeitos significativos, já para a massa de cem grãos de arroz e o cultivar BRSMG Curinga produziram grãos mais pesados comparados a BRS Primavera e a BRS Colosso, os quais diferiram entre si (Figura 5). Nota-se também que, quando o N foi parcelado aos 30 e aos 60 DAE, os cultivares BRSMG Curinga e BRS Colosso produziram maior massa de cem grãos em relação à aplicação isolada, não diferindo, porém na BRS Primavera. Guimarães e Stone (2003) e Buzetti et al. (2006), trabalhando com cultivares de arroz de terras altas em função de doses de N, observaram que a resposta ao nutriente é dependente do cultivar, havendo aquelas com maior eficiência no uso do mesmo em determinadas épocas de aplicação. Todavia, a interferência de fatores abióticos como deficiência hídrica, deficiência de N e baixa radiação solar, e fatores bióticos como incidência da brusone no período de floração reduzem a massa de cem grãos. Arf et al. (2003), Fageria et al. (2007) e Boldieri et al. (2010) não observaram efeitos da adubação nitrogenada

sobre esta variável. Já, Guimarães e Stone (2003), Mauad et al. (2003) e Buzetti et al. (2006) verificaram a redução da massa de cem grãos com o aumento do fornecimento de N. Em síntese, a massa de cem grãos é uma característica estável do cultivar e depende do tamanho do grão (BUZETTI et al., 2006).

CONCLUSÕES

As cultivares apresentam variabilidade para o rendimento de grãos, com destaque para as cultivares BRS Primavera e BRSMG Curinga.

A redução do espaçamento entre linhas aumenta o rendimento de grãos de arroz de terras altas.

Apesar de aumentar o acamamento da cultivar BRS Primavera, o N fornecido em uma única aplicação na cobertura aos 30 DAE aumenta o rendimento de grãos.

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