Exame Físico do Aparelho Locomotor: Avaliação e aplicação do Processo de
Enfermagem na Assistência ao paciente com comprometimento locomotor
DOCENTE: KYRA VIANNA ALOCHIO
UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ- CAMPUS MACAÉ
APARELHO LOCOMOTOR
O exame do sistema músculo esquelético deve ser feito sempre comparando os lados bilateralmente.
Emprega-se as seguintes técnicas:
Inspeção: exame estático
Palpação: exame dinâmico (óssea, tecidos moles)
Grau de mobilidade, força motora e sensibilidade.
Inspeção: fornece informações sobre locomoção,
capacidade do autocuidado, desconfortos, presença de movimentos involuntários, assimetria dos membros, coluna e pélvis. Deve seguir o sentido céfalo-caudal e observar as seguintes características:
Pontos de avaliação:
Postura adotada
Intumescências (aumento do volume do órgão ou parte do corpo) Abaulamentos e edemas
Função do membro (simetria e ritmo dos movimentos)
Lesões: ulceras de decúbito, queimaduras, bolhas, cicatrizes, hematomas...
Coloração da pele: manchas, equimoses, cianose, palidez Sustentação e marcha
Deformidades de membros inferiores (valgo e varo)
Deformidades da coluna cervical: cifose, lordose, escoliose,
Movimentos involuntários (oscilações rítmicas, tremores e mioclonias, contrações expontâneas e fasciculação)
Massa muscular (inflamação ou trauma) Atrofia, hipertrofia, hipotrofia muscular Encurtamento e retração muscular
Exame da força muscular:
Apertar as duas mãos para avaliar preensão
Bíceps: estender o braço e depois flexionar. Aplicar
resistência para impedir a flexão do braço e aproveitar para palpar o músculo.
Membros inferiores: aplicar força no tornozelo e impedir que o cliente eleve a perna;
Tônus muscular: palpar o músculo com o cliente relaxado.
Grau de mobilidade:
A movimentação deve ter leveza, naturalidade e bilateralidade.
Coluna cervical
Avaliar postura, palpar os processos espinhosos
Solicitar flexão (encostar o queixo no tórax)
Solicitar extensão (olhar para o teto)
Rotação lateral (queixo deve alinhar com o ombro)
Inclinação lateral (formar ângulo de 45º entre ombro e orelha)
Ombro:
Rotação externa e abdução (alcançar por trás da cabeça a borda superior da escapula oposta)
Rotação interna e adução (tocar o acrômio oposto com o braço, passando pela face anterior do tórax e passando o braço por trás das costas, tocando o ângulo inferior da escapula oposta).
Extensão (braço abduzido a 90º colocar a mão em supina abduzir até a cabeça).
Cotovelo:
Flexão (flexionar o cotovelo e tocar a face anterior do ombro com a mão)
Extensão (o limite é dado pelo ponto em que o olecrano encontra a fossa olecraniana)
Supinação (flexão do cotovelo a 90º no nivel da
cintura com o punho cerrado e com a palma da mão para baixo, solicita-se que esta volte para cima)
Pronação (cotovelo fletidos no nivel da cintura, palma da mão voltada para cima e então vira-se
Mão e punho:
Flexão e extensao (flexionar e estender o punho)
Desvio ulnar e radial (movendo o punho de um lado para o outro)
Flexão e extensão digital (abrir e fechar as mãos)
Abdução e adução digital (afastar e aproximar os dedos)
Flexão do polegar (cruza a palma da mão em direção ao dedo mínimo)
Tensão do polegar (mover lateralmente para fora dos dedos)
Oponência (tocar a extremidade distal de todos os dedos com o polegar.
Quadril e pelve:
Abdução (afastar o máximo as pernas)
Adução (cruzar as pernas)
Flexão (levar o joelho em direção ao tórax)
Flexão, extensão e rotação externa (descruzar as
pernas e apoiar a face lateral do pé no joelho oposto)
Extensão (cliente sentado, braços cruzados e elevar as pernas)
Joelho:
Flexão (posição de cócoras)
Extensão (sentado deve estender os joelhos)
Rotação interna e externa (rodar o pé em sentido medial e lateral)
Tornozelo e pé:
Flexão plantar e movimentação dos dedos (andar na ponta dos dedos)
Dorsiflexão (andar sobre os calcanhares)
Inversão (andar com as bordas laterais dos pés)
Coluna lombar:
Flexão (tentar tocar os pés, mantendo joelhos ereto)
Extensão (pedir ao cliente que curve para trás segurando a espinha ilíaca e empurrando a face anterior do tórax)
Inclinação lateral (segurando a crista ilíaca, pedir para inclinar para direita e depois esquerda)
Rotação lateral (colocar uma mão sobre a pelve e outra sobre o ombro oposto e pedir ao cliente para girar)
Os discos lombares inferiores L4-L5 E L5-S1 estao sujeitos a grande estresse mecânico e às alterações degenerativas como por exemplo as protusões, pressões de raizes
Marcha:
Tem função de locomover o corpo de um ponto para o outro (fase de apoio e fase de balanço). A marcha
normal inicia com o contato do calcanhar com o solo. Pedir ao cliente para levantar e caminhar. Observar se precisa de auxilio para levantar, se usa prótese, órtese, bengala ou andador.
Tipos de marchas
Marcha Parética Espástica Membros inferiores em extensão forçada (hipertonia muscular) Não consegue encurtar voluntariamente o pé para avançar, pelo que arrasta-o: Lesões do I Neurônio Traumatismos cranianos Tumores cerebrais
Marcha Hemiplégica A perna paralisada por espasticidade dos músculos extensores faz movimentos de circundação com a ponta do pé apontada para o chão O paciente apóia-se na perna sã Avança primeiro a perna sã e depois a outra. Característica dos indivíduos que sofreram lesões isquêmicas cerebrais
Marcha Atáxica Espinhal ou Tabética Perturbação da sensibilidade propioceptiva Ao tentar andar, o pé do paciente levanta-se demasiado, sendo atirado para o solo com força excessiva Descoordenação do movimento O tronco inclina-se para um lado e para o outro e os braços procuram compensar o desequilíbrio Situação semelhante à do indivíduo que tenta andar com os pés dormentes Lesões dos cordões posteriores da Medula
Marcha Atáxica Cerebelosa Também denominada Marcha de ébrio Marcha insegura, oscilante, com frequentes hesitações, paragens e desvios laterais Apesar disso, as quedas não são frequentes O paciente caminha com as pernas afastadas Lesões do cerebelo Intoxicação etílica Doença de Friedreich (Marcha Atáxica Espino-Cerebelosa)
Tipos de Marchas
Marcha parkinsoniana: Principal causa: Doença de Parkinson - O caminhar do doente é como um bloco, enrijecido, sem o movimento natural dos braços. Os passos são pequenos e rápidos, a cabeça permanece inclinada para a frente, dando a impressão de que o eixo de gravidade do doente foi deslocado.
Marcha Cerebelar
Marcha tabética
Palpação das articulações:
Palpação dos ombros (palpar com mão espalmada o ombro e clavícula pesquisando presença de edema, deformidades atrofias e crepitações, neste caso aproveitar o movimento de rotação interna e adução).
Palpação do cotovelo (mante-lo flexionado 70º e palpar por meio de digito-pressao, observar presença de nódulos, edema e dor).
Palpação das mãos (palpar as articulações interfalangianas com o polegar e indicador, palpar com os polegares as articulações metacarpofalangianas e palpar as articulações do punho com os polegares no dorso e os dedos na região ventral, observar edema, tumefação, hipertrofia e hipersensibilidade).
Palpação dos joelhos (palpar com os dois dedos indicadores para ver flutuação da rotula e pesquisa de liquido intra-articular)
Diagnósticos de enfermagem
Dor aguda relacionada com problemas musculoesqueléticos;
Comprometimento da mobilidade física relacionada com a dor, espasmos musculares e flexibilidade diminuída;
Risco para baixa auto-estima situacional relacionada com o comprometimento da mobilidade, dor crônica e desempenho da função alterada;
Nutrição alterada: ingestão maior que as necessidades corporais relacionada com a obesidade
Cuidados de enfermagem
Tratamento da dor:
Limitar o repouso no leito;
Diminuir a tensão sobre a região;
Condutas farmacológicas prescritas;
Exercícios:
Alongamentos;
Fortalecimento muscular; Exercícios prescritos
Mecânica corporal:
Evitar esticar-se constantemente;
Usar ampla base de sustentação;
Flexionar joelhos e contrair musculatura abdominal ao levantar peso;
Evitar torcer o corpo;
Redução do estresse:
Explorar mecanismos de enfrentamentos efetivos; Ensinar técnicas de redução de estresse;
Discutir sobre o quadro clinico com o paciente;
Modificações do trabalho:
Bibliografias de suporte:
Brunner e Suddart: Tratado de enfermagem médico-cirurgica- Guanabara koogan- 2010.
Boucher: Enfermagem Médico –Cirurgica. Guanabara koogan, 2008