• Nenhum resultado encontrado

JOSEMARY CRISTINA BARP A ATIVIDADE FÍSICA ADAPTADA E O INDIVÍDUO COM SINDROME DE DOWN

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "JOSEMARY CRISTINA BARP A ATIVIDADE FÍSICA ADAPTADA E O INDIVÍDUO COM SINDROME DE DOWN"

Copied!
32
0
0

Texto

(1)

A ATIVIDADE FÍSICA ADAPTADA E O INDIVÍDUO COM SINDROME DE DOWN

Monografia apresentada cpmo requisito parcial para conclusão do Curso de Licenciatura em Educação Física, Departamento de Educação Física, Setor de Ciências Biológicas, Universi­ dade Federal do Paraná.

CURITIBA

(2)

JOSEMARY CRISTINA BARP

A ATIVIDADE FÍSICA ADAPTADA E O INDIVÍDUO COM SINDROME DE DOWN

Monografia apresentada como requisito parcial para conclusão do Curso de Licenciatura em Educação Física, Departamento de Educação Física, Setor de Ciências Biológicas, Universi­ dade Federal do Paraná.

ORIENTADOR Prof. Elisabeth de Tezza Prof. Ruth Eugênia Amarante Cidade

(3)

p e la a m iza d e e p e la c o n s ta n te tro c a de in fo r­ m açõ es.

(4)

SUMÁRIO RESUMO... v 1 INTRODUÇÃO. ... 1 1.1 PROBLEMA... 1 1.2 JUSTIFICATIVA... v ... 1 1.3 OBJETIVO...2 2 REVISÃO DE LITERATURA... 3

2.1 HISTÓRICO DA SÍNDROME DE DOWN ... „... 3

2 .2 CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO D A S ÍN D , D E DOWN ...5

2.3 CARACTERÍSTICAS E ASPECTOS CLÍNICOS DA SÍNDROME DE DOWN... 8

2 .4 AS PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN... , ... 9

2 .5 EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA E A PESSOA COM SÍNDROME DE DOWN...11

2 .6 IMPL1ÇAÇÕES PARA A PRÁTIÇA DA ATIVIDADE FÍSICA ADAP - TADA... 15

2.6 .1 OBESIDADE X SÍNDROME DE DOWN...15

2 .6 .2 ASPECTOS NUTRICIONAIS...16

2 .6 .3 OBESIDADE...18

2.7 CUIDADOS NA A ELABORAÇÃO DE ATIVIDADES PARA PESSOAS COM SÍNDROME DE DOWN... 21

3 CONCLUSÃO... 25

(5)

E ste e s tu d o teve com o objetivo verificar a c o n trib u iç ã o d a ativ id ad e física a d a p ta d a n a a p lica çã o em in d iv íd u o s com sín d ro m e d e D ow n. P a ra isto , u tilizo u -se d a in v estig ação te ó ric a d o s e s tu d o s e x is te n te s n a á r e a d a E d u ca çã o F ísic a A d a p ta d a ; e s tu d o s re fe re n te s a s p e s s o a s com sín d ro m e de Down; n u m p rim e iro m o m e n to a b o rd a so b re o h istó ric o , o co n ceito e classificação d a sín d ro m e, a s c a ra c te rís tic a s e o s a s p e c to s clín ico s b em com o o d esen v o lv im en to d o s in d iv íd u o s q u e a p re s e n ta m a sín d ro m e. Em s e g u id a sã o a b o rd a d a s a s im p licaçõ es p a r a a p r á tic a d a a tiv id ad e física u tiliz a n d o o s c o n te ú d o s d a E d u c a ç ã o F ísic a A d a p ta d a a e s ta c lie n te la e ta m b é m de e x tre m a im p o rtâ n c ia sã o o s c u id a d o s n e c e s s á rio s p a r a a e la ­ b o ra ç ão de u m p ro g ra m a d e a tiv id a d e s p a r a e s s a s p e s s o a s . O b serv o u -se a p a rtir d a a n á lis e d e s te s e s tu d o s q u e , a u tiliz a çã o d a E d u c a ç ã o F ísica A d a p ta d a com o m eio p a r a se te r u m m e lh o r d e se m p e n h o físico e c o n se ­ q u e n te m e n te favorecendo p a r a u m a m elh o r q u a lid a d e d e vida.

P alavras-ch ave: A tividade F ísic a A d a p tad a ; sín d ro m e de Dow n; q u a lid a d e

(6)

1. INTRODUÇÃO

1.1 PROBLEMA

As p e s s o a s com sín d ro m e de D ow n te m tid o c a d a vez m a is a c e sso a serviços de apoio n e c e ssá rio p a r a a ju d á -la s a d esen v o lv er s e u p o ten cia l, so m e n te n a s ú ltim a s d é c a d a s q u e e s ta p a rc e la d a p o p u la ç ã o teve a c e sso a o s benefícios de e s tim u la ç ã o p recoce, e d u c a ç ã o e o p o rtu n id a d e s sociais.

A E d u c a ç ã o F ísica A d a p ta d a s u rg e com o a lia d a a e s s e s serviços p a r a q u e a p e s s o a com sín d ro m e d e D ow n p o s s a b e n e ficia r-se de s e u s c o n te ú d o s n o s e n tid o de p o d e r c o n h e c e r s e u co rp o , a c e ita n d o -o , a tra v é s de u m a a tiv id ad e q u e re s p e ite s e u ritm o p ró p rio , s u a s lim itaçõ e s e q u e e n a lte ç a s u a s c a p a c id a d e s. Pois é a tra v é s d a s p o ssib ilid a d e s q u e ele a d ­ q u ire de m o v er-se com p ro p rie d a d e s e d e sc o b rir-se q u e ele p o d e rá d e sc o ­ b rir o m u n d o q u e o cerca.

R e sta -n o s s a b e r de q u e m a n e ira a a tiv id ad e física a d a p ta d a pode m e lh o ra r n a q u a lid a d e de v id a d a s p e s s o a s com sín d ro m e de D ow n?

1.2 JUSTIFICATIVA

O p ro fissio n a l de E d u c a ç ã o F ísica deve te r claro q u e o s e r h u m a n o e s tá se m p re n u m p ro c e sso c o n tín u o de d esen v o lv im en to , e s tá a c a d a d ia se m od ifican d o , e q u e c a d a u m tem s u a s v o n ta d e s , s e u s lirqites, s u a s n e ­ c e ss id a d e s e c a p a c id a d e s. O in d iv íd u o com sín d ro m e de Down n ã o é dife­ re n te , ele ta m b é m p a s s a p o r to d a s a s fa se s de d esen v o lv im en to e c o n stró i

(7)

se u c o n h ecim en to . E n tre ta n to é im p o rta n te q u e n ã o su b e s tim e m o s o p o rta d o r d e sín d ro m e de D ow n, d eve-se a c re d ita r n a e d u c a b ilid a d e d e sse indivíduo, e o m a is cedo possível, p ro p ic ia r m eio s p a r a q u e ele inicie u m a ativ id ad e m a is d in âm ica.

U m a g ra n d e p o rc e n ta g e m d e c ria n ç a s com sín d ro m e d e D ow n têm p ro b le m a s com o ex cesso de p eso , se n d o q u e m u ita s d e s s a s c ria n ç a s n ã o são in c e n tiv a d a s a fazer a tiv id a d e s físicas, isso no g e ral te m a co n tecid o com c ria n ç a s se m a sín d ro m e ta m b é m , e la s ficam h o r a s em fren te a TV, ou no c o m p u ta d o r, h o r a s q u e p o d e ria m s e r u tiliz a d a s p a r a c a m in h a r n o s p a rq u e s , b rin c a r, a n d a r d e b ic icle ta e n tre o u tr a s a tiv id a d e s p ra z e ro s a s p a r a a s c ria n ç a s . Infelizm ente isso vem o co rre n d o em g ra n d e n ú m e ro , sen d o q u e o s p a is n ã o se d ã o c o n ta q u e d eix a n d o s e u s filhos d e s s a m a n e i­ ra , e stã o c o n trib u in d o p a r a fu tu ro s p ro b le m a s q u e o se d e n ta ris m o pode c a u s a r, e n tre eles a o b e sid ad e .

O p ro fissio n a l d e E d u c a ç ã o F ísica deve tr a b a lh a r com a tiv id a d e s q u e a te n d a m a s n e c e s s id a d e s e in te re s s e s d e s s a s c ria n ç a s , re s p e ita n d o se m p re s u a s in d iv id u a lid ad e s. Pois a a tiv id ad e física a d a p ta d a é d e fu n ­ d a m e n ta l im p o rtâ n c ia p a r a o d esen v o lv im en to do in d iv íd u o com sín d ro m e de D ow n, p a r a q u e ele s in ta -s e in te g ra d o n a so cied a d e e te n h a u m a m e ­ lh o r q u a lid a d e d e vida.

1.3 OBJETIVO

V erificar n a lite r a tu r a disp o n ív el q u a l a c o n trib u iç ã o d a ativ id ad e física a d a p ta d a n a a p lica çã o em in d iv íd u o s com sín d ro m e d e Down.

(8)

2 . REVISÃO DE LITERATURA

2.1 HISTÓRICO DA SÍNDROME DE DOWN

A sín d ro m e de Dow n su rg iu a p a rtir d e e s tu d o feito p o r -John L angdon D ow n, m édico in g lês q u e d e scre v eu e m 1866, p e la p rim e ira vez, a s c a ra c te rís tic a s d e u m a c ria n ç a com e s ta sín d ro m e , m a s é possível q u e no sécu lo XVI j á se te n h a n o ta d o s u a s c a ra c te rís tic a s , p o is h á p in tu r a s d e s s a é p o ca r e tra ta n d o p e s s o a s com a sín d ro m e . E m 1846, E d o w ard Se- g u in ta m b é m fez refe rên c ia a e s s a a n o m a lia , se m p o ré m c a ra c te riz á -la (PIERRÔ, 1995).

O a sp e c to m ongólico d o s o lh o s levou J o h n L-. D ow n a c ria r o term o m o ngolian id io ts (id io tas m ongolóides), q u e d eriv o u p a r a m ongolóide. Dow n a c re d ita v a q u e a sín d ro m e e ra u m a esp écie d e in v o lu ção à s ra ç a s inferiores. Hoje s a b e -s e q u e a s im p licaçõ es ra c ia is são in c o rre ta s . P or e s ta raz ão e ta m b é m p o r c a u s a d a s c o n o ta çõ e s é tn ic a s n e g a tiv a s d o s te rm o s m ongol, m ongolóide e m ongolism o, term in o lo g ia d e s s e tipo deve s e r defi­ n itiv a m e n te ev itad a . E sse s te rm o s são to ta lm e n te in a d e q u a d o s e c a rre g a m u m a série de p rec o n ce ito s c ria d o s a p a rtir d e d e sc riç õ e s in c o rre ta s re a li­ z a d a s no p a s s a d o (PUESCHEL, 1998, p .48-49).

" Não b a s ta tro c a r a d e n o m in aç ão . Ê p re c iso re v e rte r o q u a d ro de fa lta de in fo rm ação so b re o a s s u n to em to d o s os se g m e n to s d a so cied ad e, do m eio m édico à m íd ia, do p a i ao leigo, d iv u lg an d o in c e s s a n te m e n te d

(9)

a-d o s a-d a v e ra-d a a-d e ira p o te n c ia lia-d a a-d e a-d o s p o rta a-d o re s a-d e sín a-d ro m e a-de Down" (WERNECK, 1995, p .59).

A te o ria d e J o h n L. D ow n foi r e f u ta d a em 1958, n a F ra n ç a , p o r Jé rô m e L ejeune q u e a sso c io u a sín d ro m e a u m cro m o sso m o e x tra.

O s c ro m o sso m o s são e s t r u tu r a s q u e se e n c o n tra m n o n ú c le o de c a d a c é lu la e q u e c o n té m a s c a ra c te rís tic a s h e re d itá ria s de c a d a p e sso a . Em c a d a c é lu la ex iste u m to ta l de 4 6 c ro m o sso m o s, d o s q u a is 23 sã q de origem p a te r n a e 23 sã o d e origem m a te r n a (PIERRO, 1995). O s tr a n s to r ­ n o s ou a n o m a lia s c ro m o sso m ia is, q u e g e ra m a sín d ro m e d e D ow n, têm se u início n a fertilização do óvulo pelo e sp erm a to z ó id e , o c o rre n d o n a épo­ c a d a divisão celu la r, q u a n d o o s c ro m o sso m o s devem se d is trib u ir c o rre ­ ta m e n te (DAMASCENO, 1992).

E s tu d a n d o o s c ro m o sso m o s d e s ta s p e ss o a s , L ejeune p e rc e b e u que ao in v és d e te re m 46 c ro m o sso m o s p o r célu la, a g ru p a d o s em 23 p a re s , tin h a m 4 7 , ou seja, u m a m ais. A lg u n s a n o s d ep o is, d a n d o c o n tin u i4 a d e à s s u a s p e s q u is a s , L ejeune id en tifico u e ste cro m o sso m o e x tra ju s ta m e n te n o p a r 2 1 , q u e e m vez d e dois, p a s s a v a a te r t r ê s cro m o sso m o s. P o r e s ta razão a sín d ro m e de D ow n é ta m b é m c o n h e c id a com o tris s o m ia do p a r 21. T ra ta -s e do re s u lta d o d e u m a c id e n te g en ético q u e p o d e a c o n te c e r com q u a lq u e r c a s a l em q u a lq u e r id ad e. S u a s c a u s a s a in d a sã o d e sc o n h e c id a s. O n o m e sín d ro m e d e Dow n foi u m a h o m e n a g e m de L ejeune ao méçlico inglês, J o h n L angdon D ow n, q u e h á q u a s e 130 a n o s c h a m o u a a te n ç ã o d a so cied ad e p a r a a e x istê n c ia d e u m g ru p o d e p e s s o a s a té e n tã o ig n p rad o (PUESCHEL, 1998).

(10)

S ín d ro m e de Dow n é u m a c id e n te g en ético c a ra c te riz a d a p e la p re ­ se n ç a de u m cro m o sso m o a m a is, q u e p ro v o ca o a tr a s o do desenvplvi- m en to d a s fu n ç õ e s m o to ra s e m e n ta is do corpo.

É a m a is c o m u m e c o n h e c id a d e to d a s a s sín d ro m e s m alfo rm a tiv a s

1985). S eg u n d o MUSTACCHI & ROZONE (1990), A sín d ro m e d e D ow n foi a p rim e ira a n o rm a lid a d e a u to s s ô m ic a -4 e s c rita r n a h o m e m e c o n s titu ía a a b e rra ç ã o m a is c o m u m e n te e n c o n tra d a . O corre u m a vez em c a d a 6 0 0 n a sc im e n to s. A fre q ü ê n c ia e s tá re la c io n a d a co m a id ad e m a te rn a , c a ra c te ­ rizan d o u m m aio r risc o a p a rtir d o s 3 5 a n o s d e id ad e. Por exem plo, "aos 3 5 a n o s -o risc o d e q u e a m u lh e r g rá v id a e s te ja c a rre g a n d o u m feto çom a n o rm a lid a d e c ro m o ssô m ic a é de c e rc a de 1 em 2 0 0 a 1 em 3 0 0 n a s c i­ m e n to s vivos" (PUESCHEL, 199&, p.67).

S e g u n d o PIERRO (1995), n a d a q u e o c o rra d u r a n te a g e sta ç ã o pode c a u s a i a SD. O a c id e n te g en ético o c o rre n a h o r a d a co n cep ção . G eqeti- c is ta s d e te c ta ra m q u e , alé m d a tris s o m ia 2 1 , h a v ia o u tro s p ro b le m a s cro- m o ssõ m ico s-em c ria n ç a s co m sín d ro m e d e D ow n, ou seja, tra n s lo c a ç ã o e m osaicism o.

e fa z p a r t e d o g ru p cr d a s ertcefí

A . su a s ca u sa s sejam

diferen-tes. Quando se faz a an álise gen ética pode-se verificar esta s três o feuótipo d a síndrom e de Down. E só u m exam e dos crom ossom os pode es-clarecer qu al dos três tipo s a p esso a tem. E sse exam e laborgtorial s e faz analisando a s célu las do sangue periférico e denom ina-se

(11)

Q u a n d o a a lte ra ç ã o o c o rre r p o r tris s o m ia sim p le s (trisso m ia 2 1 ), h á tr ê s c ro m o sso m o s de n ú m e ro 21 so lto s n a c élu la. A p ro x im ad am en te 95% d a s c ria n ç a s com sín d ro m e d e D ow n tê m e s ta fo rm a de a n o rm a lid a d e c ro m o ssô m ic a (PUESCHEL, 1998, p .5 8 ). A a lte ra ç ã o p o d e o c o rre r p o r tra n s lo c a ç ã o , q u a n d o u m c ro m o sso m o 21 e s tá u n id o a o u tro cro m o sso m o . A tra n s lo c a ç ã o p o d e o c o rre r d u r a n te a fo rm ação do e m b riã o ou j á e s ta r p r e s e n te e m u m d o a p a i a O c o rre em - 3 % a 4 % d e c ria n ç a s com sín d ro m e de Down (PRO JETO DOWN, 1990). É im p o rta n te d e sc o b rir se u m a c ria n ç a te m sín d ro m e de D ow n de tra n s lo c a ç ã o , j á q u e em a p ro x im a d a m e n te u m terço d o s c a s o s u m d o s p a is é o p o rta d o r. E m b o ra e s te p a i ou m ã e se ja p e rfe ita m e n te n o rm a l ta n to física com o m e n ta lm e n te e t e n h a u m a q u a n ti­ d a d e d e m a te ria l g en ético n o rm a l, d o is d o s c ro m o sso m o s d e s te indivíduo e s ta rã o ligados u m ao o u tro , o q u e r e s u lta n u m n ú m e ro to ta l d e 45 c ro ­ m o sso m o s a o in v és de 4 6 . Tal p e s s o a é d e n o m in a d a d e p o rta d o r de tra n slo c a ç ã o . E m b o ra o s c ro m o sso m o s lig ad o s, n o p o rta d o r d e tra n s lo c a ­ ção, n ã o a lte re m a s fu n ç õ e s n o rm a is d o s g e n e s n e m c a u s e m a n o rm a lid a ­ d es, h á u m risc o m aio r do p o rta d o r te r filhos com sín d ro m e d e D ow n. O s p a is n e c e s s ita rã o d e a c o n s e lh a m e n to genético- específico (PUESCHEL,

1998).

A a lte ra ç ã o pode o c o rre r ta m b é m p o r m o saicism o , q u a n d o a n ã o d isju n ç ã o o co rre a p ó s a fe c u n d a ç ã o fo rm an d o c é lu la s com 46 e com 47 cro m o sso m o s. O m o sa ic ism o g e ra lm e n te oco rre em to m o d e 2% d a s c ria n ­ ç a s com e s s a d e so rd em . V ário s a u to r e s re la ta ra m q u e a lg u m a s c ria n ç a s com sín d ro m e d e D ow n do tip o m o sa ic ism o a p re s e n ta m tra ç o s m e n o s

(12)

7

a c e n tu a d o s d e sín d ro m e d e D ow n e q u e s e u d e se m p e n h o in te le c tu a l é m elh o r do q u e a m é d ia p a r a c ria n ç a s com tris s o m ia 21 (PROJETO DOWN, 1990). "In d ep en d en te do tipo, q u e r s e ja tris s o m ia 2 1 , tra n s lo c a ç ã o o u m o- saicism o , é se m p re o crom ossom o^ 21 o re sp o n sá v e l p e lo s tra ç o s físicos específicos e fu n çã o in te le c tu a l lim ita d a o b se rv a d o s n a g ra n d e m a io ria d a s c ria n ç a s c o m s ín d ro m e d e Down" ( PUESCHEL, 1998, p.61). O a sp e c to d a s c ria n ç a s é em g eral b a s ta n te típico e q u a s e se m p re n ã o se te m d ú v i­ d a s so b re o d ia g n ó s tic u d e sd e o m o m e n to do n a sc im e n to . H á u m certo n ú m e ro de c a ra c te rís tic a s q u e se e n c o n tra m em v a ria d a s c o m b in aç õ es, sen d o q u e o s d iv e rs o e p a c ie n te s - a p r e s e n ta m u m n ú m e ro m a io r ou m e n o r de s in a is se m q u e se p o s s a e sta b e le c e r q u a lq u e r rela ç ã o e n tre o n ú m e ro de s in a is e o g r a u d e d e sen v o lv im en to q u e n .-crian ça a lc a n ç a r á (LEFÈVRE,

1985, p. 18).

A a p a rê n c ia e a s fu n ç õ e s d e to d o s e r h u m a n o sã o d e te rm in a d a s , p rin c ip a lm e n te , p elo s g e n es. E n tre ta n to , devido ao m a te ria l g en ético a d i­ c io n al n o cro m o sso m o 21 e x tra , c ria n ç a s com sín d ro m e d e D ow n ta m b é m têm c a ra c te rís tic a s c o rp o ra is q u e lh e s d á u m a a p a rê n c ia d ifere n te de s e u s p a is, irm ã o s ou o u tr a s c ria n ç a s se m deficiência. Com o o cro m o sso m o 21 e x tra se e n c o n tra n a s c é lu la s de to d a a c ria n ç a com sín d ro m e d e D ow n, ele exerce u m a in flu ê n c ia n a fo rm ação do co rp o em to d a s e s s a s c ria n ç a s de fo rm a se m e lh a n te . A ssim c ria n ç a s com sín d ro m e d e Dow n a p re s e n ta m m u ita s c a r a c te r ís tic a s e m c o m u m e se p a re c e m u m p o u c o e n tre si (PUESCHEL, 1998, p.77). É im p o r ta n te r e s s a lt a r q u e , com o to d a s a$ c ri­ a n ç a s , eles ta m b é m s e p a re c e rã o com s e u s p a ia u m a vez q u e h e rd a m os

(13)

g e n es d e s te s e a ssim , a p re s e n ta rã o c a ra c te rís tic a s d ife re n te s e n tre si, como: co r d o s c a b e lo s e o lh o s, e s t r u tu r a co rp o ral, p a d rõ e s de desenvolvi­ m en to etc. (PIERRO, 1995).

2.3 CARACTERÍSTICAS E ASPECTOS CLÍNICOS DA SÍNDROME DE DOWN

G e ralm en te, a id en tificação do in d iv íd u o com e s ta sín d ro m e é feita n a o casião do n a s c im e n to ou logo a p ó s, p e la p re s e n ç a d a co m b in aç ão de v á ria s c a ra c te rís tic a s físicas.

Embora m u ita s características ocorram com grande freqüência e sejam consideras típ icas da síndrom e, no geral, não interferem no funcionam ento da criança nem a tom am m enos atraente, deve-se frisar que a s crianças com síndrom e de Down são m ais sem e­ lh a n tes do q u e diferentes d as outras crianças sem a síndrom e (PUESCHEL, 1998, p. 79).

A c a b e ç a g e ra lm e n te é m e n o r e a p a rte p o ste rio r lev em en te a c h a ta ­ d a (braquicefalia). A m o le ira (fontanela) p o d e s e r m a io r e d e m o ra r m a is p a r a se fech ar; o s o lh o s - a p re s e n ta m -s e com p á lp e b ra s e s tr e ita s e leve­ m e n te o b líq u a s, com p re g a de pele n o c a n to in te rn o (p reg a e p ic ân tica), a i r i a m u ita s vezes a p re s e n ta p e q u e n a a m a n c h a s - b r a n c a s (m a n c h a s de B rushfield); a s o re lh a s s ã o g e ra lm e n te p e q u e n a s . O c o n d u to a u d itiv o é e streito ; a b o c a é p e q u e n a e m u ita s v e z e s se m a n té m a b e r ta e a lín g u a pode p ro je ta r-s e p a r a fora. O c éu d a b o c a (palato) é m a is e streito (PUESCHEL, 1998, p .7 9 -8 0 ); o s d e n te s p o d e m se p e q u e n o s co m e ru p ç ã o ta rd ia , e fre q ü e n te m e n te m a l a lin h a d o s; o n a riz e n c u rta d o , devido ao p e ­ q u e n o desen v o lv im en to do o sso n a s a l (MUSTACCHI & ROZONE, 1990,

(14)

9

p ,190); p o d e e x is tir pele e m e x ce sso n o p esco ç o q u e te n d e a d e s a p a re c e r com a id ad e; a s m ã o s e o s p é s te n d e m a s e r p e q u e n o s e g ro ss o s e o q u in to dedo é m u ita s vezes c u rv a d o p a r a d e n tro . E m a lg u m a s c ria n ç a s o b serv a- se u m a úniear d o b ra n a palm ar d a m ã o em u m a o u e m a m b a s a s m ão s; os d e d o s d o s p é s são g e ra lm e n te c u rto s . N a m a io ria d a s c ria n ç a s , h á u m es- paço g ra n d e e n tre o d e d ã o -e o -s e g u n d o dedo. M u ita s c ria n ç a s tê m o pé c h a to (PUESGHEL, p .80 -8 3 ), {pés p la n o s valgos) p o d e m s e r c o n g ê n ito s e a d q u irid o s (MUSTACCHI 85 ROZGNE, 1990, p. 190); a m u s c u la tu r a d e m a ­ n e ira g eral é m a is flácid a (h ip o to n ia m u sc u la r); a pele é g e ra lm e n te c la ra e pode te r u m a a p a rê n c ia m a n c h a d a d u r a n te a p rim e ira in fâ n c ia (PUESCHEL, 1998).

2 .4 AS PESSOAS COM SÍNDROME D E DOWN

A se q ü ê n c ia d e d esen v o lv im en to d a c ria n ç a com sín d ro m e de Dow n g e ra lm e n te é b a s ta n te s e m e lh a n te à d e c ria n ç a s se m a sín d ro m e, a p e s a r d a s feições físicas c a ra c te rís tic a s e d a s co m p licaçõ es q u e , em m a io r ou m e n o r g ra u , p o d e m a c o m p a n h a r a sín d ro m e, o p o rta d o r se desenvolve p ra tic a m e n te com o q u a lq u e r o u tr a p e s s o a e p a s s a p o r q u a s e to d a s a s e ta ­ p a s , p o rém se g u n d o , em u m ritm o m a is le n to (PUESCHEL, 19 9 8 , p. 166). "U m a c ria n ç a com sín d ro m e de D ow n te m te n d ê n c ia e s p o n tâ n e a p a r a m elh o rar, p o rq u e o s e u s is te m a n erv o so c e n tra l c o n tin u a a a m a d u re c e r com o c o rre r do tem p o , p o rém e ss e a m a d u re c im e n to é m a is len to do q u e o o b se rv ad o n a s c ria n ç a s n o rm ais" (DAMASCENO, 1992, p.59). C ria n ç a s

(15)

com sín d ro m e d e Dow n tê m u m d esen v o lv im en to v a ria d o e é g ra n d e a di­ fe re n ç a n o desenvolvim ento- d a lin g u ag em , a s s im c o m o e m o u t r a s á re a s . O fato do beb ê com sín d ro m e d e Dow n s e r m a is len to p a r a re s p o n d e r a s e s ­ tim u laç õ es, s ã o p ro v av elm en te o r e s u lta d o d e re a ç õ e s m a is le n ta s n o s is ­ te m a nervoso. Ele p re c is a d e u m tem p o m a io r p a r a e n te n d e r a in fo rm ação q u e receb e do m eio a m b ie n te e d a r a r e s p o s ta (PROJETO DOWN, 1990).

Até p o u co tem p o a tr á s , a s c ria n ç a s com sín d ro m e de Dow n e ra m m a n tid a s e x c lu íd a s de m u ita s a tiv id a d e s b e n éfica s p a r a o se u desenvolvi­ m en to , p o is e s s a s c ria n ç a s e ra m r o tu la d a s d e m o n g o ló id es n ã o -e d u c á v e is e in c o m p e te n te s, n ã o se a c re d ita v a q u e e ra m c a p a z e s d e a p re n d e r u m a p ro fissão in d o alé m d o s tra b a lh o s m e ra m e n te m e c â n ic o s e rep etitiv o s. To­ davia, a tu a lm e n te j á é co m p ro v ad o q u e c ria n ç a s e jo v e n s com sín d ro m ç de Dow n p o d em a lc a n ç a r e stá g io s m a is a v a n ç a d o s d e racio cín io e de d e s e n ­ volvim ento. A v id a d e u m p o rta d o r d a sín d ro m e d e Dow n é h o je b em m e ­ lh o r do q u e n o p a s s a d o . P ode-se d izer q u e e s tá m a is in te lig e n te em raz ão do a c e sso à e sc o la e do c o n ta to com o u tr a s p e s s o a s (WERNECK, 1995). "Como q u a lq u e r c ria n ç a , p re c isa m d e a m o r, a te n ç ã o e ace itaç ã o . N ecessi­ ta m d e u m a m b ie n te n o q u a l p o s s a m c re sc e r com s e g u ra n ç a , o n d e p o s ­ sa m d esen v o lv er a a u to -e s tim a e in d ep e n d ên c ia " (PUESCHEL, 1998, p .2 2 1 ).

O que- d ifere n cia o d e se n v o lv im e n to d o b e b ê D ow n d o s q u e n ã o a p re s e n ta m q u a lq u e r d eficiên cia ao n a s c e r é a n e c e s s id a d e de se te r u m reforço m aio r d e e s tim u la ç õ e s inicial. A c a p a c id a d e d e a p re n d iz a g e m d o s p o rta d o re s d e SD, a té b em p o u c o te m p o a tr á s , e r a c o n s id e ra d a m u ito li­

(16)

11

m ita d a . Hoje, s a b e -s e q u e o s lim ites e ra m im p o s to s p e lo s a d u lto s q u e n ã o a c re d ita v a m n o p o ten c ia l d a c ria n ç a . O p r o c e s s a d e a p re n d iz a g e m n q se r h u m a n o é inesgotável. E s ta m o s se m p re d e sc o b rin d o e a rm a z e n a n d o n o v a s in fo rm açõ es. O m esm o a c o n te c e co m a c ria n ç a c o m sín d ro m e d e D ow n, q u e b em e s tim u la d a a p re n d e se m p re m a is (PUESCHEL, 1998). O s p o rta ­ d o res d o sín d ro m e d e D ow n tê m c a p a c id a d e p a r a a p re n d e r, d e p e n d e n d o d a e s tim u la ç ã o re c e b id a e d a m a tu ra ç ã o d e c a d a u m . O desen v o lv im en to afetiv o -em o eio n af d a c r ia n ç a ta m b é m a d q u ire p a p e l im p o rta n te n a á re a de a p re n d iza g em (COSTA in WERNECK, 1995, p. 164). "O fa to r m a is signifi­ cativo é q u e e s s a s c ria n ç a s n ã o s ã o m a is c r ia d a s e m in s titu iç õ e s , m a s se desenvolvem em a m b ie n te s fam ilia res d e c a rin h o e aceitação" (PUESCHEL, 1998, p,112).

E d u c a d a s a d e q u a d a m e n te , e la s te rã o a u to n o m ia e in d e p e n d ê n c ia em d iv e rs a s a tiv id a d e s. B em a c e ita n a fam ília, s e r á ta m b é m a c e ita e in te ­ g ra d a à c o m u n id a d e . A d e r r u b a d a d e m u ito s p re c o n c e ito s e m to rn q d a sín d ro m e e o a u m e n to d a p a rtic ip a ç ã o d o s D ow n n a so cied ad e sã o co n ­ q u i s t a s q u e devem m u ito a o m ovim ento- o rg a n iz a d o d e p a is , in c a n sá v e is n a l u ta p elo s d ire ito s de s e u s filhos (WERNECK, 1995).

2 .5 A EDUCAÇÃO FÍSICA ADARTADA E A PESSOA SÍNDROME DE DOWN

S e g u n d o BUENO & RESA in FREITAS & CIDADE (1997), a E d u c a ­ ção F ísica A d a p ta d a p a r a p o rta d o re s d e d eficiên cia n ã o se d ifere n cia d a E d u ca çã o F ísica e m s e u s c o n te ú d o s, m a s c o m p re en d e té c n ic a s , m éto d o s e

(17)

fo rm as d e o rg a n iz a ç ã o q u e p o d em s e r a p lic a d o s a o in d iv íd u o d eficien te. É u m p ro ce sso de a tu a ç ã o d o c en te com p la n e ja m e n to e a tu a ç ã o v isa n d o a a te n d e r à s n e c e s s id a d e s d e s e u s e d u e a q d o s.

De a c o rd o com ROSADAS (1986, p. 16), e x is te m a lg u m a s m e ta s d a evolução d a e d u c a ç ã o física especial:

I. Estím ulo ao desenvolvim ento.

II. Possibilitar ao aluno condições de desenvolver seu potencial criativo e espontâneo.

JIL Possibilitar criar situ ações que s e pareçam com situ a çõ es reais d a vida.

IV. Aproximar o deficiente do convívio com unitário. V. Auxiliar n a p len a integração afetivo-social.

E d u c a çã o F ísica A d a p ta d a (EFA) - "ed u c ação q u e envolve m odifica­ ções ou a ju s ta m e n to d a s a tiv id a d e s tra d ic io n a is d a E d u c a ç ã o F ísic a p a r a p e rm itir à s c ria n ç a s com d eficiên cias p a rtic ip a r com s e g u ra n ç a d e aco rd o com s u a s c a p a c id a d e s fu n cio n ais" (B a rb a n ti citad o p o r BONFIM, s.d ., p.38). "É u m ra m o d a e d u c a ç ã o u n iv e rs a l q u e c o n te m p la o s m e s m o s o b je­ tivos d a E d u ca çã o F ísic a h u m a n is ta c rítica, e q u e se d e s tin a a a p re s e n ta r a te n d im e n to in te g ra l a to d a s a s p e s s o a s q u e a p re s e n ta m n e c e s s id a d e s físicas, se n so ria is , m e n ta is e m ú ltip la s; p ro c u ra n d o r e s p e ita r se m p re s u a s "deficiências" ao m esm o tem p o q u e prom ove s u a s su fiçiên cias" (BONFIM, s .d ., p.3 8 ). "É u m a á r e a d o c o n h e c im e n to e m E d u c a ç ã o F ís ic a e E s p q rte s q u e tem p o r objetivo privilegiar u m a p o p u la ç ã o c a ra c te riz a d a com o p o r ta ­ d o ra de d eficiên cia o u de n e c e s s id a d e s e sp e c ia is e desen v o lv e-se a tra v é s de a tiv id a d e s P sico m o to ras, E sp o rte Pedagógico, R ecreação e L azer E sp e ­ cial e T écn icas d e O rie n ta ç ã o e Locomoção" (R o sad as c ita d o p o r BONFIM, s.d ., p. 39).

(18)

13

"C o n sid eran d o q u e a s p e s s o a s tê m c a ra c te rís tic a s d ifere n te s, n ã o se deve exigir d e m a is, n e m n eg lig en ciar s u a s p o te n c ia lid a d e s . No c a so do p o rta d o r de n e c e s s id a d e s e d u c a tiv a s e sp e c ia is, to rn a -s e n e c e s s á rio u m reforço c o n s ta n te p a r a o a c o m p a n h a m e n to d a evolução d a c ria n ç a , q u e se p ro c e s s a d e fo rm a le n ta e com p ro g re s so s variáveis" (COSTA, 1997, p.65). "O p ro fesso r d e e d u c a ç ã o física é o p ro fissio n a l m a is in d ic ad o p a r a a te n ­ d e r o s g ru p o s d e c ria n ç a s com n e c e s s id a d e s e sp e c ia is a p a rtir de 7 a n o s (ap ro x im ad am en te), q u a n d o e la s j á se e n c o n tra m e m fase d e m a io r in d e ­ p e n d ê n c ia p sic o m o to ra e p o d em b e n eficiar-se d e jo g o s esp o rtiv o s e re c re ­ a çã o te ra p ê u tic a " (REVISTA DIÁLOGO, 1995, p. 14).

O tra b a lh o p sic o m o to r deve e n fa tiz a r o s s e g u in te s a sp e c to s: o equilíbrio; a c o o rd e n a ç ã o d o s m o v im en to s; a e s tr u tu r a ç ã o do e s q u ç m a co rp o ral; a o rie n ta ç ã o e sp ac ial; o ritm o; a se n sib ilid a d e; o s h á b ito s p o s tu - rais; o s exercícios re s p ira tó rio s . T odos e s te s a s p e c to s devem s e r tr a b a lh a ­ d o s d e n tro d e a tiv id a d e s q u e se ja m e sse n c ia lm e n te in te r e s s a n te s p a r a o indivíduo. A u tilização d a b rin c a d e ira e d o s jo g o s com re g ra s é fu n d a ­ m e n ta l p a r a q u e a p e s s o a t e n h a u m a p a rtic ip a ç ã o p ro v e ito sa e p ra z e ro s a , te n d o c o n s e q u e n te m e n te u m m e lh o r d e se m p e n h o (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1994, p.-9). A re c re a ç ã o é u m a a tiv id a d e q u e p o d e s e r re a liz a d a d u r a n te o h o rário livre, com o objetivo p rim eiro d e d iv ersão . T am b ém pode s e r re c o n h e c id a com o u m m eio im p o rta n te d e a p re n d iz a g e m e u m ele­ m en to ch av e n o d esen v o lv im en to d e p e s s o a s com sín d ro m e d e Down. A p a rtic ip a ç ã o n o s e sp o rte s p o d e p ro m o v er o d esen v o lv im en to físico do in d i­ víduo de v á ria s m a n e ira s . Ele p o d e e x p lo ra r s u a s p ró p ria s c a p a c id a d e s

(19)

físicas e n q u a n to m e lh o ra s e u e sta d o físico g eral e s u a re s is tê n c ia , pode desenvolver s u a fo rça m u s c u la r e m e lh o ra r s u a c o o rd e n a ç ã o , b e m com o s u a s h a b ilid a d e s m o to ra s g ro s s a s (PUESCHEL,1998).

In d e p e n d e n te d a id ad e , in te re s s e o u h a b ilid a d e , h á a tiv id a d e s r e ­ c re a tiv a s p a r a a te n d e r à s .n e c e ssid a d e s de to d o s. Ê a c o n s e lh á v e l a p r e s e n ­ t a r v á ria s e x p e riê n c ia s à s p e s s o a s, p a r a q u e e la s te n h a m o p o rtu n id a d e de d e sc o b rir s u a s á r e a s p a rtic u la re s de in te re s s e o u d e stre z a . A p sico m o tri- cid ad e e s tim u la o corpo no s e u c o n ju n to , isto é, o corpo e n q u a n to se m o ­ v im e n ta de m a n e ira ágil, rá p id a e h a rm o n io s a e o co rp o e n q u a n to p erceb e a s c o isa s a s u a v o lta p e lo s se n tid o s e p e la s em oções. E ste tra b a lh o de re e ­ d u c a ç ã o s e ria u m a m a n e ira de lig ar a p e s s o a ao m u n d o , d a n d o -lh e c o n d i­ ções c o rp o ra is p a r a se o rie n ta r n a s s u a s açõ es, p e n s a m e n to s e em oções (LEFÈVRE, JL985, p .72). "É n e c e ssá rio , p o rta n to , a o s e d u c a d o re s e m geral, s a b e r d a s d ife re n te s c a ra c te rís tic a s d a s p e s s o a s , e n riq u e c e n d o a s av alia ­ çõ es e p re sc riç õ e s d e exercícios, e p e rm itin d o se re m o s m e s m o s c o e re n te s q u a n to à evolução, d u ra ç ã o e in te n sid a d e " (ROSADAS, 1986, p .9). A ativi­ d a d e física, se re s p e ita d o s o s c rité rio s de in d iv id u a lid ad e , c o n trib u irá se m p re efetiv am en te n a re a b ilita ç ã o d e q u a lq u e r tip o d e d eficiên cia q u e c o n h ec em o s (ROSADAS, 1986).

A E d u c a ç ã o F ísic a p a r a o s d e fic ie n tes m e n ta is te m com o objetivo a u tilização do m ovim ento com o elem en to ed u cativ o , q u e favorece a fo rm a ­ ção in te g ral do in d iv íd u o (FREITAS & CIDADE, 1997). U m p la n e ja m e n to pode a b ra n g e r to d a a p a rte p sic o m o to ra q u e é fu n d a m e n ta l p a r a e ste tipo d e clien tela. Por p o s s u ir d o is tip o s de d e fic ie n te s (ad u lto e infantil), é de

(20)

15

m u ita im p o rtâ n c ia d e n tro do p la n e ja m e n to o s jo g o s lú d ico s. No p rim eiro c o n ta to com o a lu n o , é m o n ta d o u m p ro g ra m a q u e v is a c o n h e c e r a s s u a s n e c e ss id a d e s m o to ra s (PASTORE, s.d.).

As p rá tic a s p e d ag ó g ica s em E d u c a ç ã o F ísic a ao p rio riz a ra m jo g o s sim bólicos e lin g u ag em , e s q u e m a c o rp o ral, c o o rd e n a ç ã o v iso -m o to ra, o r­ g an ização e sp a ç o -te m p o ra l, ex ercício s d e a te n ç ã o v isu a l, a u d itiv a e tátil, fo rtalecim en to d a m u s c u la tu r a re s p ira tó ria , m e lh o ra d a p o s tu r a , do tô- n u s , do equ ilíb rio , d a rã o c o n trib u iç ã o d e m a io r im p o rtâ n c ia p a r a a p ro ­ m oção d a a p re n d iz a g e m e b e m e s ta r físico d a c ria n ç a co m sín d ro m e de Down (BONFIM, s. d.). A a tiv id ad e física p e rm ite a o s d e fic ie n tes m e n ta is s u p e ra re m m a is facilm en te a s d ific u ld a d e s d o m eio e ao m esm o tem p o o b tere m m e lh o r a d a p ta ç ã o (BUENO 8b RESA in FREITAS 8& CIDADE, 1997). "Os e s p o rte s d e e q u ip e p ro m o v em a in te ra ç ã o d o g ru p o , e n c o ra ja m o s in d iv íd u o s a tr a b a lh a r e m p ro l d e u m alvo c o m u m , com o e q u ip e , ofere­ cem socialização com o s co leg as e, p rin c ip a lm e n te , a ju d a m a p e s s o a a desenvolver u m a a p re c ia ç ã o pelo c o m p a rtilh a r com o outro" (PUESCHEL,

1993, p , 227).

2 .6 IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA DA ATIVIDADE FÍSICA ADAPTADA

2 .6 .1 OBESIDADE X SÍNDROME DE DQWN

S e g u n d o BATSHAW e PERRET (1 9 9 0 , p, 112) a s c ria n ç a s c o m s ín ­ d rom e de D ow n, com d istro fia m u s c u la r, com p a ra lis ia c e re b ra l e o u tr a s

(21)

d e s o rd e n s de d esen v o lv im en to q u e c a u s a m u m d ecréscim o d a ativ id ad e, têm te n d ê n c ia s a se re m o b e sa s . E n tã o , o s m éd ic o s devem s e r c u id a d o so s p a r a id en tific ar o excessivo g a n h o de p eso ra p id a m e n te e in s titu ir u m a d ie ta de re d u ç ã o de peso . E sse p ro g ra m a d e v eria envolver exercícios físi­ cos, a s s im com o u m a d ie ta b e m e q u ilib ra d a de re s triç ã o de c alo ria s.

N a a d o le sc ê n c ia e em p e s s o a s m a is v e lh a s com sín d ro m e de Down, p e rc e b e -se m u ita s vezes u m a u m e n to d e peso . Isto d ev e-se p ro v a ­ velm en te a p o u c a s a tiv id a d e s físicas o u a fa lta e a o a u m e n to d o c o n su m o a lim e n ta r. É im p o rta n te q u e a p e s s o a c o m sín d ro m e d e Dow n faç a u m a d ie ta a d e q u a d a , d e sd e c ria n ç a , p a r a e v ita r o ex cesso d e p eso . Q u a n d o se c o n se g u e te r b o n s h á b ito s a lim e n ta re s e v itan d o -se a lim e n to s m u ito calóri- cos, fazer exercícios físicos re g u la rm e n te , p o d e -se m e lh o ra r a q u a lid a d e de v id a de q u a lq u e r p e s s o a in clu siv e a q u e la s com sín d ro m e d e Dow n {PUESCHEL, 1998).

2 .6 .2 ASPECTOS NUTRICIONAIS

S eg u n d o PUESCHEL (1998, p.90) n a a d o le sc ê n c ia e e m p e s s o a s m a is v e lh a s com sín d ro m e de D ow n, é m u ita s vezes p erceb id o u m a u ­ m en to de peso. Isto se deve, p ro v av elm en te, a d im in u iç ã o d a a tiv id ad e fí­ sic a e a u m e n to do c o n su m o a lim e n ta r. E n tre ta n to a lg u m a s c ria n ç a s com sín d ro m e de Dow n a p re s e n ta m a u m e n to d e p eso m e sm o com c o n su m o calóríco n o rm a l. É im p o rta n te q u e c ria n ç a s c o m s ín d ro m e d e D ow n façam u m a d ie ta a d e q u a d a , a p a rtir d a p rim e ira in fân c ia , p a r a e v ita r o ex cesso

(22)

17

de peso. H áb ito s a lim e n ta re s a p ro p ria d o s , u m a d ie ta b a la n c e a d a , e v ita n ­ d o -se a lim e n to s d e v alo r caló rico a lto e exercício físico re g u la r sã o fu n d a ­ m e n ta is p a r a q u a is q u e r p e s s o a s, in clu siv e a q u e la s co m sín d ro m e de Down.

S eg u n d o MACLEAN e GRAHAM, c itad o p o r BATSHAW e PERRET (1990, p . l 12) "o c re sc im e n to n o rm a l d e u m a c ria n ç a deve te r a in g e s tã o de u m a n u triç ã o a d e q u a d a ". A m odificação n o c o m p o rta m e n to é tã o im p o r­ ta n te q u a n to a d ie ta p a r a a m a n u te n ç ã o do p eso red u z id o . A c ria n ç a deve s e r e n s in a d a a c o m e r so m e n te n a s refeições e a c o m er v a g a ro sa m e n te . O s p a is n ã o devem u s a r a c o m id a com o reforço p a r a c o n se g u ir u m bo m co m ­ p o rta m e n to o u p a r a realizaçõ es. A a lim e n ta ç ã o d a c ria n ç a deficiente fre­ q ü e n te m e n te re q u e r a im p le m e n ta ç ã o de u m n ú m e ro d e m e d id a s c ria tiv a s e o envolvim ento d e u m a v a rie d a d e d e p ro fissio n a is d a s a ú d e . Q u a n d o efi­ c ie n te s, e s te s m é to d o s p e rm ite m q u e a c ria n ç a re c e b a a c o m b in aç ão de n u tr ie n te s n e c e s s á ria p a r a favorecer s e u d esen v o lv im en to e p e rm a n e c e r s a u d á v e l (BATSHAW e PERRET, 1990, p. 113). A lg u n s p a is te n d e m a c o m p e n s a r a s c ria n ç a s com sín d ro m e de D ow n com g u lo se im a s pelo fato de q u e n ã o c o n se g u e m c o rre r, p o r exem plo, o u te r u m d e s e m p e n h o tão rá p id o com o a s o u tra s -c ria n ç a s . Infelizm ente q u a n to m a is a s c ria n ç a s co­ m em fo ra de h o ra , m e n o s ág eis e la s se to rn a m , devido ao ex cesso de peso. A ssim é im p o rta n te e d u c a r a c ria n ç a a te r u m a d ie ta a d e q u a d a d e sd e çedo e p ro p ician d o -lh e a tiv id a d e s físicas re g u la re s, p rev e n in d o a s s im o excesso d e p e s o iPUESÇH EL, 1993, p, 108).

(23)

S eg u n d o LEITE (1 9 9 6 , p . 149), deve s e r su g erid o a o s p a c ie n te s o b e ­ so s u m a re e d u c a ç ã o a lim e n ta r, com o p o r exem plo, m a s tig a r b e m o s a li­ m en to s; co m er le n ta m e n te ; e v itar líq u id o à s refeições; d a r p re fe rê n c ia a o s a lim e n to s d e baixo te o r calórico; d esen v o lv er u m p a d rã o d e h o rá rio s p a r a se a lim e n ta r e, e v itar c o m er fo ra d e s te s h o rá rio s; e v ita r d ie ta s com p re d o ­ m in â n c ia de u m c o m p o n e n te , p o r p erío d o p ro lo n g ad o .

2 .6 .3 OBESIDADE

S eg u n d o LEITE (1996, p . 15), sã o v á ria s a s d efin içõ es d e o b e sid a d e e p o r isso m esm o é q u e a g o rd u ra co rp o ra l é difícil d e s e r d e te rm in a d a cli­ n ica m e n te. M u itas vezes é difícil d ife re n c iã -la d e ex cesso de p eso . T em q u e se s a b e r q u a is o s p a râ m e tro s q u e s ã o fid ed ig n o s p a r a id en tific á-la n o s se ­ re s h u m a n o s , em d ife re n te s id a d e s, sexo e ra ç a . C ita a lg u m a s definições:

"O besidade im p lica e x cesso d e tec id o adiposo". "O besidade é o ex cesso de g o rd u ra co rp o ra l total". "O besidade é o a c ú m u lo excessivo d e tecid o adiposo".

"E stado de a d ip o sid a d e , no q u a l a g o rd u ra c o rp ó re a e s tá a c im a do ideal, índice d e m a s s a c o rp ó re a m a io r q u e 25".

A obesidade é u m distúrbio com plexo relacionado com num erosos fatores que desequilibram o balanço energético e é, em geral, do­ ença. N um erosos risco s para a saú de são associad os ao excesso de gordura corporal, entre os quais, aum ento de risco de hiper­ ten são, doença arterial coronariana, d iab etes, doença renal, lipídi- co s séricos anorm ais, doença da vesícu la biliar, doença pulm onar e várias form as de câncer (LEITE ,1 9 9 6 , p. 12).

(24)

19

P a ra ROSADAS {1986, p.7) o b e sid a d e é a d ip o s id a d e ex cessiv a. S u a origem p o d e s e r d e c o rre n te de fa to re s fu n c io n a is, g en ético s, c o n d u z in d o a h á b ito s se d e n tá rio s , e d ig estã o d e m a s ia d a d e a lim e n to s. Pode s e r en d ó g e ­ n a , d e co rre n d o de a n o m a lia s n o fu n c io n a m e n to d e a lg u n s ó rg ão s, p rin c i­ p a lm e n te d a g lâ n d u la tireó id e e c e rta m e n te d a hipófise, d a s u p r a - re n a l e d o h ip o tá la m o . Ê a tireó id e a re sp o n sá v e l pelo e q u ilíb rio d o m etab o lism o b a sa l, p a s s a n d o a fu n c io n a r m a is le n ta m e n te p o r a lg u m d is tú rb io in te rn o re d u z a q u a n tid a d e d e g o r d u r a s q u e im a d a s a tiv a n d o o d esen v o lv im en to de tecid o s ad ip o so s. A lesão d e c e r ta s p a r te s do c éreb ro p o d e ta m b é m d e s e n ­ c a d e a r p ro c e s s o s d e d esen v o lv im en to ad ip o so . O a u m e n to p ro g ressiv o do p e rc e n tu a l d e g o rd u ra p o d e p ro v o ca r co m p licaçõ es ta n to m e c â n ic a s com o m etab ó lic a s (ROSADAS, 1996). R e s u lta d a in g e stã o d e c a lo ria s a c im a d a u tilização , re p re s e n ta n d o o a rm a z e n a m e n to d e e n e rg ia d e s n e c e s s á ria n a s c é lu la s a d ip o s a s . A definição de o b e sid a d e e a m a n e ira d e m e lh o r d e te r­ m in á -la sã o c o n tro v e rsa s. N a p r á tic a clínica, a o b e sid a d e em g e ral é a feri­ d a p elo p e s o co rp o ra l em re la ç ã o à a ltu r a q u a n d o c o m p a ra d a co m p a d rõ e s n o rm a is (classificação p o r sexo, id a d e e e s t r u t u r a c o rp o ra l ap ro x im ad a). N e ssa b a se , a o b e sid ad e é d e fin id a com o u m p e so co rp o ra l 20 % ou m a is a c im a d a n o rm a (COTRAN; KUMAR; ROBBINS, 1989).

A o b e sid ad e vem a tin g in d o u m n ú m e ro c a d a vez m aio r d e indiví­ d u o s, de a m b o s o s sex o s e, em d ife re n te s faix a s e tá ria s , c a u s a n d o in ú m e ­ ro s p ro b le m a s so ciais, c o m p o rta m e n ta is e eco n ô m ico s, a lé m d o s p ro b le ­ m a s m a is co n h e c id o s re la c io n a d o s à s a ú d e com o co m p licaçõ es c a rd io v a s­ c u la re s, d ia b e te s, h ip e rte n s ã o a rte ria l (WILLIANS in SERPELONI &

(25)

NARDO, 1996). "C alcula-se q u e c e rc a d e 2 0% d o s h o m e n s d e m eia id a d e e 40% de m u lh e re s de m e ia id ad e n o s E s ta d o s U n id o s s ã o o b esas" (CO- TRAN, e t alii., 1989).

Pode s e r c la ssifica d a, de aco rd o com s u a origem , em ex ó g en a ou e n d ó g e n a (SANDE & MAHAN in SERPELONI & NARDO, 1996). A o b e sid a ­ de ex ó g en a é a q u e la c a u s a d a p e la in g e s tã o c a ló ric a ex cessiv a, ao p a s s o q u e a o b esid ad e e n d ó g e n a é c a u s a d a p o r d is tú rb io s h o rm o n a is e m e ta b ó ­ licos.

Q u a n to a o s tip o s d e o b e sid ad e e x istem d ife re n te s cla ssificaçõ es b a s e a d a s n a d is trib u iç ã o reg io n al de g o rd u ra , d e n tre a s q u a is a m a is co­ n h e c id a é d e n o m in a d a d e o b e sid ad e tip o a n d ró id e ou ginóide. P a ra SERPELONI & NARDO (1996, p. 17), a o b e sid a d e tip o a n d ró id e é c o n h ec i­ d a com o o b e sid ad e c e n tra l ou em fo rm a d e m a ç ã , c a ra c te riz a d a pelo a c ú ­ m u lo de g o rd u ra n a região do tro n co . A o b e sid a d e tipo ginóide é c o n h e c id a com o o b e sid ad e p eriféric a ou em fo rm a d e p e ra , s e n d o c a ra c te riz a d a pelo a c ú m u lo de g o rd u ra ab aix o d a c in tu ra .

A p rin c ip a l c a u s a d a o b e sid ad e é se m d ú v id a, a in ativ id a d e física, te n d o em v is ta o a u m e n to de p eso co rp o ra l o c o rre r em fu n ç ã o de u m d e ­ sequilíbrio n o b a la n ç o en erg ético , q u a n d o a in g e stã o c aló ric a s u p e r a o g asto . E n tre ta n to , o u tro s fa to re s p o d em g e ra r o b e sid ad e , com o o s socio- c u ltu ra is , g en ético s, e n d ó c rin o s e m etab ó lico s (SERPELONI & NARDO, 1996). N a m a io ria e sm a g a d o ra d o s c a so s, d o is d is tú rb io s do c o m p o rta ­ m e n to ex p licam o d eseq u ilíb rio e n tre in g e s tã o e u tiliz a ç ã o de calo rias: m a is im p o rta n te , o e x ce sso d e c o m id a e, q u a s e tão im p o rta n te , fa lta de

(26)

21

p ra tic a r a lg u m a a tiv id ad e física (COTRAN e t alii., 1989). A tu a lm en te , existe u m c o n se n s o n a lite ra tu r a d e q u e a o b e sid a d e e s tá e s tre ita m e n te envolvida com d iv erso s risc o s p a r a a sa ú d e . P a ra BEVILACQUA in SER- PELONI & NARDO (1996), a g ra n d e a m e a ç a d a o b e s id a d e e s t á n a p re d is ­ p o siç ão a d o e n ç a s c a rd io v a s c u la re s e p u lm o n a re s . O s q u a d ro s m a is seve­ ro s são: in su fic iê n c ia c a rd ía c a , tro m b o s e s e h e m o rra g ia s c e re b ra is. D en tre a s d o e n ç a s q u e p o d em se a g ra v a r p e la o b e sid ad e , d e s ta c a m -s e o d ia b e te s m ellitu s, a d o e n ç a v a s c u la r h ip e rte n s iv a , a a te rio s c le ro s e , a s v a riz es e s ­ se n c ia is d o s m e m b ro s in ferio res, a lé m d isso , a o b e sid a d e a u m e n ta a m o rta lid a d e fetal e o c a s io n a m a io r n ú m e ro d e c o m p licaçõ es d u r a n te o p a rto .

2 .7 CUIDADOS A SEREM TOMADOS PARA ELABORAÇÃO D E UM

PROGRAMA D E ATIVIDADE FÍSICA PARA PESSOAS COM

SÍNDROME DE DOWN

A lg u m as re c o m e n d a ç õ e s n e c e s s á ria s , se g u n d o MUSTACCHI & ROZONE (1990, p. 160), p a r a a s p e s s o a s com sín d ro m e d e D ow n q u e q u e i­ ra m p ra tic a r a tiv id a d e s físicas:

1) to d o s o s in d iv íd u o s e o m sín d ro m e d e D ow n q u e d e s e ja m p a rtic ip a r de p rá tic a s d e s p o rtiv a s e q u e a p re s e n ta m risc o p a r a u m possível tr a u m a tis ­ m o cervical ou c ra n ia n o devem s e r su b m e tid o s a ex am e radiológico la te ra l cervical, em p o sição n e u tr a , em flexão e em ex te n sã o ;

2) se a d is tâ n c ia e n tre a apófise odontóide do á x is e o arc o a n te rio r do a tla s u ltr a p a s s a r 4 ,5 m m ou se o p ro c e sso o d o n tó id e for a n o rm a l, deve-se

(27)

p ro ib ir s u a p a rtic ip a ç ã o em e s p o rte s e o p a c ie n te deve s e r su b m e tid o a e x am es reg u la res;

3) a s p e s s o a s com s u b lu x a ç ã o o u lu x a ç ã o e s in a is n eu ro ló g ico s devem se r a fa s ta d o s de to d a a tiv id ad e v io len ta, e d eve-se c o n s id e ra r u m a possível e stab iliz aç ão cirú rg ica;

4) p a c ie n te s q u e n ã o a p re s e n ta m s in a is e v id e n te s d e in sta b ilid a d e a tla n to ­ ax ial p o d em p a rtic ip a r e m todo tip o de a tiv id a d e s e sp o rtiv a s, n ã o h av e n d o n e ce ssid a d e de se g u im e n to , a m e n o s q u e s u ija m s in a is ou sin to m a to lo g ia nova.

A lg u n s p ro b le m a s q u e p o d e rã o a p a re c e r em in d iv íd u o s sín d ro m e d e Down: in s ta b ilid a d e co x o -fem u ral - a p a re c e em c e rc a d e 45 % d o s c a s o s e e s tá rela cio n ad o à fro u x id ão lig a m e n to s d a b a c ia com o s fêm u re s. Deve­ r á s e r t r a ta d a p o r u m fisio te ra p e u ta , q u e re fo rç a rá o s is te m a m u s c u la r d e s te se g m en to (MUSTACCHI & ROZONE, 1990). In sta b ilid a d e ró tu lo - fem u ra l - oco rre em a p e n a s c e rc a de 5% d a p e s s o a s com sín d ro m e de Down. E s ta in s ta b ilid a d e n ã o p re c is a d e in te rv e n ç ã o c irú rg ic a do o rto p e ­ d i s t a (MUSTACCHI & ROZONE, 1990). In sta b ilid a d e a tla n to -a x ia l e h ip er-

flexibilidade - e s tu d o s feitos tê m in d ic a d o q u e c e rc a d e 10% a 15% d a s p e s s o a s com sín d ro m e de Dow n te m in sta b ilid a d e a tla n to -a x ia l e c e rc a de 10% a 12% te m in s ta b ilid a d e a tla n to -o c e ip ita l. A m b as a s co n d içõ es refe­ re m -se à fro u x id ão lig a m e n ta r n a região do pescoço. A in sta b ilid a d e a tla n to -a x ia l n ã o é u m a o c o rrê n c ia in c o m u m n a SD m a s , a s s o c ia d a à c o m p re ssã o m e d u la r é ra ra . C ria n ç a s com SD g e ra lm e n te tê m frouxidão

(28)

23

lig a m en tar, o q u e p o d e r e s u lta r em h ip erflex ib ilid ad e d a s a rtic u la ç õ e s (PUESCHEL, 1998, p.95).

A parelho c a rd io v a s c u la r - c e rc a d e 4 0 % d o s c a s o s a p re s e n ta m car- d io p a tia c o n g ên ita. D eles 43 % tê m o stiu m a trio v e n tric u la re s c o m m u n is (defeito d e coxim en docárdico); 3 2% d a s c a s o s refe rem -se a c o m u n ic a ç ã o in te rv e n tric u la r; em m e n o r e sc a la , su rg e m c o m u n ic a ç ã o in te ra tria l, p e r­ s is tê n c ia n o c a n a l a rte ria l e te tra lo g ia d e F allot {MUSTACCHI & ROZONE,

1990, p.63).

P a ra PUESCHEL (1998, p.95), p e s s o a s c o m sín d ro m e d e Dow n q u e q u e ira m p a rtic ip a r d e a tiv id a d e s físicas com o a s O lim p ía d as E sp e c ia is d e ­ vem s e r e x a m in a d a s p o r u m m édico, com av alia çã o n e u ro ló g ica , e devem fazer u m raio X do pesco ço p a r a d e te rm in a r se a p re s e n ta m o u n ã o u m p ro b le m a s im p o rta n te s n e s ta região. Se a p re s e n ta m p ro b le m a s n ã o devem p a rtic ip a r d e a tiv id a d e s e sp o rtiv a s q u e p o te n c ia lm e n te p o d e ria m d a n ific a r s e u pescoço.

SUGESTÕES DE ALGUNS AUTORES SO BRE O RELACIONAMENTO PRO­ FESSO R - ALUNO

C onvém tr a b a lh a r com g ru p o s p e q u e n o s n a s fa s e s in iciais; v a ria r a tiv id ad e s, afim d e o b te r a a te n ç ã o e o p ra z e r do a lu n o ; p ro m o v er a a u to ­ c o n fia n ç a d e s e u s a lu n o s ; p r o c u r a r n ã o im p ro v isa r a s a u la s (BONFIM, s.d.). E xplicações devem s e r a c o m p a n h a d a s d e d e m o n s tra ç õ e s e a s m e s­ m a s devem s e r c la ra s e b rev e s p a r a q u e se ja m c o m p re e n d id a s; re s p e ita r a s d ife re n ç a s in d iv id u a is (DAMASCENO, 1992, p.79).

(29)

S eg u n d o ROSADAS {1991, p. 190), é p reciso q u e o p ro fe s so r te n h a c o n h ec im en to d o s p ro b le m a s q u e envolvem a sín d ro m e d e Down; recicla­ gem e av aliaçã o do se u s is te m a de tra b a lh o ; se rie d a d e e a te n ç ã o d o s d e ­ talh es; m etodologia d e tra b a lh o s is te m á tic a e c o n tro la d a , p a r a s u rtire m o efeito d esejad o . "Fazer u s o d e m a te ria is e m eio s a u x ilia re s a d e q u a d o s p a r a in o v ar s u a s a u la s , fo rm u la n d o ex ercício s q u e n e c e s s ita m d e au x ílio de o u tro s c o m p a n h e iro s, v isa n d o a in teg ração " {PASTORE, s.d.).

E v itar s itu a ç õ e s fru s tra n te s ; q u a n d o n e c e s s á rio fazer a d a p ta ç õ e s n o s jogos, p rin c ip a lm e n te q u a n to ao tem p o e re g ra s; n ã o s u b e s tim a r a c a ­ p a c id a d e d o s e d u c a n d o s (FREITAS & CIDADE, 1997, p .39).

E s s a s s ã o a lg u m a s d a s re c o m e n d a ç õ e s o u s u g e s tõ e s p a r a q u e o p ro fe sso r p o s s a re a liz a r in te rv en ç õ es p ed ag ó g icas m a is c o e re n te s com a rea lid a d e do a lu n o .

(30)

3 . CONCLUSÃO

R e ss a lta -s e a tra v é s d o s e s tu d o s in v estig ad o s, q u e a a tiv id a d e física a d a p ta d a é n e c e s s á r ia p a r a a s p e s s o a s com sín d ro m e d e D ow n, a tra v é s de e x p e riê n c ia s m o to ra s d iv ersificad as, a s q u a is r e s u lta r ã o n u m m e lh o r d e se m p e n h o físico g eral, favorecendo p a r a a o b te n ç ã o d e u m a m e lh o r q u a lid a d e d e vida.

N este co n te x to , a E d u c a ç ã o F ísic a A d a p ta d a a p r e s e n ta s e u s c o n te ú d o s com o a tiv id a d e s m eio p a r a a o b te n ç ã o d e s ta m e lh o ra n a q u a lid a d e d e vida, p o is e s ta oferece u m a m b ie n te diversificado e com plexo, o q u a l p e rm ite a v iv ên cia d e v a ria d a s fo rm a s d e m o v im en to s, p a r a q u e se p o s s a e x p lo ra r a s c a p a c id a d e s física s re s p e ita n d o , é claro , s u a s v o n ta d e s e lim itações.

C om isto , o s e s tu d o s m o s tra m q u e é p o ssív el u tiliz a r a a tiv id ad e física a d a p ta d a com o m eio d e c o n trib u ir p a r a u m m e lh o r d esen v o lv im en to g eral d e s s a s p e s s o a s , se n d o q u e n e s ta p e rs p e c tiv a p ro fe s so re s e a té m esm o téc n ic o s p o d e rã o re a liz a r e s tu d o s e c o n s tr u ir p ro p o s ta s de ap licaçã o d e a co rd o com s e u s c o n h e c im e n to s e ex p eriên c ia s.

(31)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1 BATSHAW, M. L.; PERRET,Y.M. C riança c o m d e fic iê n c ia : u m a o ri­ e n ta ç ã o m éd ica. 2. ed. S ão Paulo: M altese, 1990.

2 BONFIM, R. V. A e d u c a ç ã o física e a c ria n ç a com sín d ro m e d e Down.

SPRINT M agazine, Niterói, p. 3 2 -3 9 , ja n ./f e v . [199-].

3 BRASIL. M inistério d a S a ú d e , P ro g ra m a N acional de A ten ção à p e s ­ s o a P o rta d o ra d e deficiência. In fo rm açõ es so b re a sín d ro m e de Down: d e s tin a d a a p a is. B rasília, 1994.

4 COSTA, R. X. E d u c a ç ã o esp ec ial p o r m eio d a a rte . R e v is ta In teg ra ­

çã o . B rasília, n . 19, a n o 7, p .6 5 , 1997.

5 COSTA, N. D. M. Q u ero e d u c a r m e u filho sín d ro m e de D ow n. In: WERNECK, C. M u ito prazer e u e x is to . Rio d e J a n e iro : WVA,

1995. P. 157-16$.

6 DAMASCENO, L. G. N a ta çã o , p s ic o m o tr ic id a d e e d e s e n v o lv im e n ­

to . B rasília, 1992.

7 DIÁLOGO. R evista d a JP undação S ín d ro m e de D o w n . C a m p in a s , a n o I, n. 1, 2. « em . 1995.

8 FREITAS, P. S.; CIDADE, R. E. A. N o ç õ e s so b re e d u c a ç ã o f ís ic a e

* e sp o r te para p e s s o a s p o rta d o ra s d e d e fic iê n c ia : u m a a b o rd a g e m

p a r a p ro fe sso re s de I o e 2 o g ra u s . U b erlân d ia: G ráfica B red a, 1997. 9 LEFÈVRE, B. H, M on golism o: o rie n ta ç ã o p a r a a s fam ílias. J2. ed.

São P au lo : ALMED, 1985.

10 LEITE, P. F. O b esid a d e n a c lín ic a m éd ica . Belo H orizonte: H ealth , 1996.

11, MUSTACCHI, Z.; ROZONE, G. S ín d r o m e d e Down: a s p e c to s clínicos e odontológicos. S ão Paulo: CID E d ito ra, 1990.

12 PASTORE, J . C. A e d u c a ç ã o física p a r a d e fic ie n tes m e n ta is . SPRINT

M agazine, Niterói, p. 3 8 -4 0 , m a r ./ a b r ., [199-].

13, PIERRO, G. L. A sín d r o m e d e D ow n p a ssa d a a lim p o . C en tro de In te g ra ç ã o e P e sq u is a d a S ín d ro m e de D ow n. São Paulo, j u l . / 1995.

(32)

27

14 PUESCHEL, S. S ín d r o m e d e Down: g u ia p a r a p a is e e d u c a d o re s. 3. ed. São Paulo: P a p iru s, 1998.

15 ROSADAS, S. de C. E d u ca çã o f ís ic a e s p e c ia l para d e fic ie n te s . Rio de J a n e iro , 1986.

16 ____ . _____ . 3. ed. Rio d e J a n e ir o /S ã o Paulo: LIVRARIA ATHEREU, 1991.

17 SERPELONI, C. E.; NARDO JR . N. S u b s íd io s p a r a a p re v e n ç ã o e co n tro le d a o b esid ad e . R e v is ta B ra sileira d e A tiv id a d e F ís ic a e

S aú d e. v. 1, n . 3, p. 15-25, 1 9 9 6 .

18 UNIVERSIDADE FEDERAL D O PARANÁ. T e s e s , d is s e r ta ç õ e s e tra ­

b a lh o s. 2. ed . C u ritib a: E d ito ra U F P R ,1 9 9 2 .

19 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. R e ferên cia s-b ib lio g rá fica s.

20 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. C ita ç õ e s e n o ta s d e r o d a ­ p é . 2. e d . C u ritib a : E d ito ra UFPR, 1992.

21 WERNECK, C láu d ia. M u ito prazer e u e x is t o . 4. ed. Rio d e Ja n e iro : WVA, 1995.

Referências

Documentos relacionados

O estudo mostrou que a apnéia na caça submarina não depende somente das modificações fisiológicas, mas também pode ser controlado através de técnicas apropriadas que

Monografia apresentada como pré-requisito para conclusão do Curso de Licenciatura em Educação Física, Setor de Ciências Bio­. lógicas, Universidade Federal

Com a finalidade de servir como suporte para análise e interpretação dos dados, desenvolvemos alguns tópicos como: concepções curriculares, currículo oculto e

Monografia apresentada como pré requisito para conclusão do Cur so de Licenciatura em Educação Fxsica do Departamento de Educa ção Física, Setor de Ciências

Monografia apresentada como requisito parcial para conclusão do curso de Licenciatura em Educação Física, do Setor de Ciências Biológicas, da Universidade

Monografia apresentada como requisito parcial para conclusão do Curso de Licenciatura em Educação Física, do Departamento de Educação Física, Setor de Ciências

Monografia apresentada como requisito parcial para conclusão do Curso de Licenciatura em Educação Física, Setor de Ciência Biológicas da Universidade Federal do

A iniciação desportiva ocorre geralmente em faixas etárias baixas e, segundo CKATIY (1984, p. 144), as crianças por muito tempo e até mesmo hoje em dia, são levadas aos