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Grupo de discussão em um hospital psiquiátrico: compartilhando saberes e fazeres

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

EVA CARNEIRO SILVA PASSOS

GRUPO DE DISCUSSÃO EM UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO: COMPARTILHANDO SABERES E FAZERES

SALVADOR (BA)

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EVA CARNEIRO SILVA PASSOS

GRUPO DE DISCUSSÃO EM UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO: COMPARTILHANDO SABERES E FAZERES

SALVADOR (BA)

2014

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Linhas de Cuidado em Enfermagem – Opção Atenção Psicossocial do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista.

Profa. Orientadora: Msc. Giovana Dorneles Callegaro Higashi.

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FOLHA DE APROVAÇÃO

O trabalho intitulado GRUPO DE DISCUSSÃO EM UM HOSPITAL

PSIQUIÁTRICO: COMPARTILHANDO SABERES E FAZERES, de autoria da aluna EVA CARNEIRO SILVA PASSOS, foi examinado e avaliado pela banca avaliadora, sendo

considerado APROVADO no Curso de Especialização em Linhas de Cuidado em Enfermagem – Área Atenção Psicossocial.

_____________________________________

Profa. Me. Giovana Dorneles Callegaro Higashi

Orientadora da Monografia

_____________________________________

Profa. Dra. Vânia Marli Schubert Backes

Coordenadora do Curso

_____________________________________

Profa. Dra. Flávia Regina Souza Ramos

Coordenadora de Monografia

FLORIANÓPOLIS (SC)

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Às pessoas e famílias que atendi no hospital psiquiátrico, minha dedicação e minha dedicatória: seguirei tentando contribuir para melhorias no cuidado da enfermagem e de toda a equipe de saúde no contexto da Rede de Atenção Psicossocial.

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AGRADECIMENTOS

Ao Deus Pai, que me soprou para as vidas de meus pais Wilson e Lene: ouros de mina; Ao Deus Altíssimo que deu vida a meu irmão Felipe, para sempre me apoiar;

Ao Deus Amor que me proporciona amar e ser amada por Thiago, meu esposo; Ao Deus Eterno que me proporcionou uma família base;

Ao Deus de Justiça que me concedeu integrar a RAPS de Feira de Santana (BA), conhecer mundos tão diversos no Hospital Especializado Lopes Rodrigues, e pessoas incríveis com quem trabalho;

Ao Deus das Montanhas que construiu cada estrutura em minha formação, do ensino básico ao mestrado;

Ao Deus Paz que me abençoa em cada fase de vida com tantos amigos anjos por quem oro sempre, como Dayse Rosa, quem me incentivou a participar dessa especialização; e com colegas de larga experiência e disponibilidade em sempre melhorarem mais, como Rosana, Neuma e Mozart, com quem dividi as idas e vindas dessa especialização;

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SUMÁRIO

RESUMO ... 06

1 INTRODUÇÃO ... 07

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 09

2.1 RAÍZES DA ATENÇÃO PSICOSSOCIAL NO BRASIL ... 09

2.2 TRASNSDISCIPLINARIDADE: UMA POSSIBILIDADE NECESSÁRIA ... 11

2.3 BASES E POTENCIALIDADES DE UM GRUPO DE DISCUSSÃO EM UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO ... 12

3 MÉTODO ... 14

4 RESULTADO ... 17

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 18

REFERÊNCIAS ... 19

APÊNDICE I - Instrumento de Sondagem de Temas para a Atividade do 1º GD do HEXX... 21

APÊNDICE II – Programação do 1º GD do HEXX ... 22

APÊNDICE III – Cronograma do Projeto de Implantação e Implementação do GD do HEXX ... 23

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RESUMO

Introdução: Nas circunstâncias atuais de expansão da Rede de Atenção Psicossocial urgem estratégias de mobilização de trabalhadores da saúde e que atuam nessa área com vistas em qualificar a assistência à saúde de sujeito em sofrimento mental. Objetivo: elaborar um plano de ação para implantação e implementação de um Grupo de Discussão em um hospital especializado em psiquiatria do Recôncavo Baiano. Método: Trata-se de um estudo que embasa um projeto de ação concernente à Tecnologia de Concepção. Resultados: Esperam-se resultados futuros sobre as ações planejadas, como participação efetiva de funcionários do respectivo Hospital, e aumento gradual dos participantes, na medida em que as reflexões e conduções do Grupo de Discussão sejam convidativas. Conclusão: Considera-se, para tanto, a necessidade de se realizar avaliações processualmente. Esse estudo, por se constituir de um plano de ação, dispara provocações para um espaço ainda mais provocativo.

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1 INTRODUÇÃO

Nas circunstâncias atuais de expansão da Rede de Atenção Psicossocial urgem estratégias de mobilização de trabalhadores da saúde e que atuam nessa área com vistas em qualificar a assistência à saúde de sujeito em sofrimento mental. Uma estratégia que vem sendo utilizada em outras especialidades, dentro da perspectiva das tecnologias leves, e abarca inúmeras potencialidades, são os Grupos de Discussão (GD) em ambientes de trabalho, em moldes similares às “rodas de conversa”, propondo a cogestão de coletivos sobre saberes e práticas.

A proposta de formação de GDs convoca os atores que atuam na saúde mental a refletirem as formas de cuidado, e se colocarem como sujeitos igualmente relevantes no cuidado às pessoas em sofrimento mental, dando seguimento às bases da Reforma Psiquiátrica (RP) no Brasil, que desde a década de 70 buscam valorizar a autonomia do sujeito e sua condição de ser social, em detrimento do ser institucionalizado sob o modelo hospitalocêntrico, centrado na atuação médica, e à margem da sociedade, como foram tratados os “loucos” desde o Século XVI (PAULIN; TURATO, 2004; TENÓRIO, 2002; FOUCAULT, 2010).

Desse período até o pós Segunda Guerra no século XX, quando se projetaram as primeiras RPs pelo mundo, considerava-se que manter o sujeito enclausurado era a melhor forma de tratá-lo, protegê-lo, e à sociedade. No Brasil, a RP teve como marco a Lei nº 10.216/01, na qual se ressalta que a internação só deva acontecer quando recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes, e ainda assim, sob a garantia de direitos também lá relatados (ZEFERINO et al., 2013a; BRASIL, 2001).

Desse modo, conseguiram-se grandes avanços no país, como a redução de 19.109 leitos entre 2002 e 2011 em Hospitais Psiquiátricos, e a implementação de 1.742 Centros de Atenção Psicossocial até o final de 2011 (ZEFERINO et al., 2013b).

Atualmente, a OMS segue reafirmando em seu plano de ação 2013-2020, a viabilidade de os sujeitos que têm transtorno mental seguirem suas vidas exercitando suas habilidades, e serem produtivos para suas comunidades, desde quando os gestores, trabalhadores e sociedade civil se comprometam com o fortalecimento das RAPS (WOLRD HEALTH ORGANIZATION, 2013).

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Infere-se, portanto, que em um cenário contemporâneo de tantas mudanças é imprescindível que os profissionais que atuam na área da saúde mental debatam temas e situações com vistas a aprimorarem suas ações, concatenando-as às projetadas pela RP.

Assim, em se tratando de um hospital especializado em psiquiatria fundado no início da década de 60, do século XX, a formação dos GDs enquanto espaço democrático, ao abarcar a participação de atores de diferentes formações profissionais, permitirá a troca de conhecimentos, cuja riqueza e complexidade por vezes passa despercebida no dia a dia dos processos de trabalho em saúde. Pois, trata-se de um local onde trabalham funcionários que acompanharam todas as fases da Reforma Psiquiátrica, e outros que, formados recentemente, já tiveram a oportunidade de aprofundar discussões acerca das limitações dos cuidados prestados anteriormente à Reforma.

Dessa forma, permite-se que muitas inquietações ganhem espaço, sejam meios de romper resistências, e propulsoras de novas ações, numa ciência tão peculiar como a saúde mental, em que cada indivíduo manifesta de formas diversas, sofrimentos diferentes, secundários a variadas causas.

Esse projeto, sob o questionamento “Como constituir um plano de ação para implantação e implementação de um Grupo de Discussão em um hospital especializado em Psiquiatria?”, objetiva elaborar um plano de ação para implantação e implementação de um GD em um hospital especializado em psiquiatria. Para tanto, considera como objetivo específico: discutir a transdisciplinaridade como um elemento necessário nas práticas na Atenção Psicossocial.

Assim, justifica-se na necessidade de se entrelaçar o saber de cada profissional na assistência ao sujeito em sofrimento mental, e na potencialidade que terá de apontar estratégias de atuação no contexto do hospital e da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) local, com foco na melhoria da qualidade assistencial. Além disso, poderá ser uma metodologia a ser reproduzida em outros espaços para além da saúde mental, e divulgada para o meio acadêmico.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Considerando a proposta de elaborar um plano de ação de implementar um espaço de construção coletiva de saberes, intencionando a melhoria de práticas, faz-se necessário discutir bases teórico-metodológicas já existentes, a que cumpre-se essa seção. Para tanto, seguem elaborados três etapas: 2.1 Raízes da Atenção Psicossocial no Brasil; 2.2 Trasnsdisciplinaridade: uma possibilidade necessária; 2.3 Bases e potencialidades de um Grupo de Discussão em um hospital psiquiátrico.

2.1 RAÍZES DA ATENÇÃO PSICOSSOCIAL NO BRASIL

A respeito do histórico da loucura, pela literatura, percebe-se que o homem foi encontrando formas diversas de cuidar do “louco”, de acordo com a concepção local, cultural ou científica do que seria a loucura. Por essa razão, na Antiguidade, era tratada com preces, encantamentos e poções, por ter sido considerada uma manifestação de forças sobrenaturais; do século IX a.C. ao ano 476 d.C., buscava-se o equilíbrio de humores através de banhos de imersão, dietas, sangrias e viagens, pois acreditava-se que o comportamento diferenciado era consequência de desequilíbrio nas quantidades dos humores corporais; na Idade Média, foi novamente atribuída a demônios, e tratada através de exorcismos; sendo apenas a partir do século XVI a consideração da loucura como uma doença, tratada então em hospitais, iniciando assim o regime asilar (ZEFERINO et al., 2013a).

No Brasil, tendo sofrido fortes influências internacionais, pode-se afirmar que a RP acontece até os dias de hoje com foco na desospitalização e desinstitucionalização, e não foi desencadeada sem processos conflitivos. Isso porque, passou-se a se colocar a doença em menor destaque frente a condições subjetivas do “doente”, e retiraria aos poucos o público que ora alimentava as instituições psiquiátricas públicas e particulares. Assim, enquanto a primeira condição colocava profissionais de saúde e sociedade frente à necessidade de mudar suas concepções e práticas, a segunda interferia na estabilidade de um mercado (PAULIN; TURATO, 2004).

Para tanto, é válido lembrar que na década de 70, quando ganharam forma as primeiras mobilizações em prol de uma reforma no modelo de atenção à Saúde Mental, concomitantemente estavam ocorrendo uma série de mudanças no campo político/ social, com

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forte organização da sociedade civil (BRASIL, 2005). Esse contexto fortaleceu as manifestações por mudanças importantes na saúde mental, pois não se tratavam apenas de aspectos assistências, mas de condições trabalhistas e corporativistas (AMARANTE, 1995).

Tais demandas foram expressas de várias formas e em vários meios no decorrer dos anos, como no I Congresso Nacional dos Trabalhadores em Saúde Mental (1979), 8ª Conferência Nacional de Saúde (1986), I Conferência Nacional de Saúde Mental (1987), Conferência Regional para a Reestruturação da Atenção Psiquiátrica dentro dos Sistemas Locais de Saúde (na Venezuela, em 1990, onde foi produzida a Declaração de Caracas, usada como referência pela Organização Mundial de Saúde) e II Conferência Nacional de Saúde Mental (em 1992, que contou com uma plateia da qual 20% era representante de usuários e seus familiares) (ZEFERINO et al, 2013b).

Como consequência, notaram-se ações primordiais para: a redução da quantidade de leitos hospitalares que subsidiavam internações psiquiátricas através de propostas e estratégias de resocialização; e implantação das redes substitutivas, com os primeiros Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e Residências Terapêuticas (ZEFERINO et al, 2013b).

Porém, os marcos legais de tantas mudanças, só vieram em 2001, com a promulgação da Lei nº 10.216 projetada em 1989, a seguir, em 2002, pela edição de Portaria que instituiu o Programa Nacional de Avaliação do Sistema Hospitalar/Psiquiatria (PNASH/Psiquiatria), Programa de Volta pra Casa (2003), e em 2004, ao lançamento do Programa Anual de Reestruturação da Assistência Hospitalar no SUS (PRH) (BRASIL, 2005; BRASIL, 2001).

Percebe-se então, que a RP tem sido um processo gradual de desconstrução de saberes e práticas, e convocação de intervenções interdisciplinares na área da saúde, jurídica, e socioambiental, com foco não mais no diagnóstico ou na doença, mas no sujeito em sofrimento psíquico, numa tentativa constante de dar voz a quem era, até então, moldado a protocolos institucionais. Poderiam, portanto, ser vislumbrados desafios em quatro dimensões: teórico-conceitual; técnico-assistencial; jurídico-política; e sócio-cultural (AMARANTE, 2007).

Ou seja, a RP caracterizava-se por conduzir os processos terapêuticos sobre a liberdade de cada sujeito em um contexto social, daí a necessidade de se conformar a expressão Atenção Psicossocial, reduzindo aos poucos as referências à Psiquiatria isoladamente, por fazer referência apenas à ciência médica (COSTA-ROSA; YASUI, 2003; ZEFERINO et al., 2013a; ROTELLI et al., 1990).

A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) por sua vez, é composta por unidades de saúde da atenção básica, psicossocial especializada, urgência e emergência, residencial de

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A conformação de uma “rede” então, “propõe a organização dos serviços de saúde de forma integrada, articulada e efetiva, por meio da ampliação e diversificação das ações e equipamentos de saúde, com a garantia do acesso universal, ofertando cuidado integral com qualidade e assistência multiprofissional” (CARDOSO et al., 2013, p. 10), o que abarca para essa linha de cuidado uma série de desafios atuais e futuros, em especial na ação conjunta entre profissionais, serviços de saúde, usuários, familiares e comunidade.

2.2 TRANSDISCIPLINARIDADE: UMA POSSIBILIDADE NECESSÁRIA NA ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

Diante do exposto acima, infere-se que, em se tratando de atenção psicossocial, nenhuma ciência/ especialidade/ disciplina pode predominar sobre a outra, devendo atuar juntos, todos os atores de diversas categorias profissionais. Pois à tentativa de ressocializar um sujeito estigmatizado pela sociedade, não bastaria apenas a Assistência Social, ou apenas, a Enfermagem, ou tão somente a Medicina.

Também não se trata de proporcionar a soma das tarefas propostas a um sujeito, que em sua complexidade exige olhares e abordagens diferenciadas, que seria a multidisciplinaridade. E ainda não seria suficiente apenas a mobilização de saberes que em algum momento se conectem, naquela que será a zona de direcionamento do acompanhamento do sujeito, que viria a ser a interdisciplinaridade (PASSOS; BARROS, 2000).

Faz-se necessário, na verdade, romper barreiras disciplinares para um estabelecimento de vínculo entre o sujeito e sua equipe, que então passaria a falar uma linguagem terapêutica uniforme. Já que, considerando a atual fase de transição em que ainda se encontram muitos municípios, por vezes as práticas se tornam confusas, em um misto de condutas ultrapassadas e contemporâneas (PARENTE et al., 2013; MILHOMEM; OLIVEIRA, 2007; PASSOS; BARROS, 2000).

Assim, a transdisciplinaridade emerge da “radicalização da interdisciplinaridade”, consequentemente, propondo a criação de um novo campo teórico/ disciplinar (MILHOMEM; OLIVEIRA, 2007, p. 105). O desafio de superar o modelo de atenção à saúde centrado na doença ganha, inclusive, novo fôlego ao se propor a integração de conhecimentos de todas as áreas construídos pelo homem ao longo de sua história, pois para tanto, é indispensável a

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solidariedade dos atores ao darem as mãos na intenção de terem seu saber completado e continuado por um outro ator.

Além disso, e um dos aspectos mais importantes da transdisciplinaridade é que, “baseada em um sistema de vários níveis e com objetivos diversificados, sua coordenação é assegurada por referência a uma finalidade comum, com tendência à horizontalização das relações de poder” (ALMEIDA FILHO, 2005, p. 40). Esse autor cita inclusive a “nova saúde mental” para exemplificar um espaço que permite e necessita da integração real das disciplinas.

Desse modo, reafirma-se a necessidade de se democratizar os espaços dentro das equipes de saúde, em especial na atenção psicossocial, com vistas a uma ação conjunta e uniforme, expressa pela transdisciplinaridade, que deixa sua condição de “possível”, para a condição de “necessária”.

2.3 BASES E POTENCIALIDADES DE UM GRUPO DE DISCUSSÃO EM UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO

Tem se intensificado recentemente estudos acerca de estratégias coletivas de gestão, construção de conhecimentos e práticas. Uma dessas estratégias, o “método da roda”, argumentada por Campos (2000), mostra que, para além de se buscar novos trajetos para processos decisórios em saúde, valoriza cada profissional que agrega seu valor à construção coletiva do que se propõe.

Schneider (2008) mostrou em seu estudo conquistas importantes na Saúde Mental de um município do Sul do Brasil, ao ser estruturada sobre o método da roda, a Comissão de Saúde Mental do Município composta por representantes de trabalhadores da saúde mental, usuários e instituições de ensino, com ênfase em promover integração e cooperação entre as partes representadas. Como resultado, foram levantadas questões importantes relativas à estrutura da saúde mental do município, e saíram propostas de intervenção com propriedade não só científica, como prática.

Da mesma forma, Gomes e colaboradores (2008), após colocarem trabalhadores na roda para estudar direitos e deveres da pessoa hospitalizada no SUS, extraíram pontos de vistas críticos, de quem está imbuído nas ações cotidianas de saúde, que nem sempre condizem com o previsto nos aparatos legais. Utilizando ainda o diálogo-confrontação, consideraram positivo o método da roda de conversa para fomentar inclusão, participação e informalidade, características nem sempre presentes em outras estratégias metodológicas.

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cada sujeito e concluir a existência da diversidade de opiniões entre indivíduos de um mesmo grupo(MARTINS, 2008). Assim, um Grupo de Discussão, como uma roda de conversa, metodologicamente, ao horizontalizar um tema entre os participantes buscando a transdisciplinaridade, amplifica a capacidade de analisar situações, propondo novos rumos para o cuidado de determinada instituição.

Um Grupo de Discussão em um Hospital Psiquiátrico por sua vez, principalmente em contextos constantes de reforma em busca do melhor para a Atenção Psicossocial, representa um espaço importante na criação de melhores estratégias de cuidado transdisciplinar, e no convite à reflexão constante de cada ator sobre seus saberes e fazeres.

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3 MÉTODO

Trata-se de um estudo que embasa um projeto de ação concernente à Tecnologia de Concepção, qual seja o plano de ação de implantação e implementação de um GD em um hospital especializado em psiquiatria.

Após a teorização realizada acima, estudo dos módulos da especialização em “Linhas de Cuidado em Enfermagem: Atenção Psicossocial”, e vivência em um hospital psiquiátrico nas alas de internamento de longa permanência e emergência, considerou-se importante a realização dessa metodologia de Grupos de Discussão, no intuito de promover espaços democráticos de reflexão, estudo e troca de saberes entre profissionais que atuam em um Hospital Especializado em Psiquiatria.

A Tecnologia de Concepção mostra “como se planeja uma intervenção fundamentada”, e demonstra a utilidade de um referencial e/ou método de prática educativa (REIBNITZ et al., 2013, p.37).

O GD segue metodologia similar à roda de conversa, que segundo Simonetti, Adrião e Cavasin (2007, p.247), para quem “é um espaço destinado ao diálogo, comunicação e troca de informações [...] as pessoas têm a oportunidade de adquirir capacidade de discernimento, de modo que provoque a mudança de comportamento e uma maior autonomia”. Assim, concatenado à ideia de Campos (2000) no Método da Roda, espera-se fazer vir à tona a subjetividade e o conhecimento específico de cada participante da roda (GD), conformando por fim um coletivo mais empoderado.

O Hospital Especializado em Psiquiatria (nesse estudo denominado HEXX) em que acontecerá esse GD localiza-se em um município baiano, e hoje, ainda em processo de desospitalização, atende a 182 pacientes em internação de longa permanência que estão sendo trabalhados pela equipe local para ressocialização; contando ao total com 251 leitos, que atendem a demandas locais e de municípios circunvizinhos (CADASTRO NACIONAL DE ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE, 2014).

Ao longo de sua história, o HEXX já chegou a ter cerca de 500 pacientes internados, em setores anteriormente denominados “Células”. Atualmente, conta com cerca de 250 funcionários dentre as diversas categorias profissionais, além de outros do serviço de nutrição,

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ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE, 2014).

Tendo em vista a rica história desse hospital no cuidado a pessoas em sofrimento psíquico, faz-se necessário resgatar a participação de funcionários em espaços científicos de relações horizontalizadas, provocando reflexões e a livre participação de todos. Por essa razão, escolheu-se a metodologia de GD.

Inicialmente, prevê-se um GD a cada 2 meses com duração de 1 (uma) hora, a discutir temas escolhidos pelos próprios funcionários do HEXX, através do debate de 5 questões norteadoras. Ressalta-se que tanto o tema quanto as questões serão construídas após a colaboração dos funcionários. Quanto ao público, espera-se inicialmente um público de 10 pessoas.

Inicialmente, esse projeto será apresentado à Direção Geral e Núcleo de Educação Permanente do HEXX para aprovação e autorização da implantação do GD. Em seguida, a ideia do GD começará a ser divulgada nas reuniões de colegiado de gestão do HEXX, e outras setoriais, além da divulgação nos livros de registro e murais de cada setor. Nessa etapa será divulgada a intenção do GD, e ressaltada a livre participação de qualquer funcionário que atue no hospital, independente de categoria.

Posteriormente, será reproduzido o instrumento de sondagem de temas para atividade do 1º GD do HEXX (APÊNDICE I). Nesse instrumento, explica-se mais uma vez a conformação do GD, e deixa-se livre a identificação do funcionário, destacando que, para o 1º GD, a autora desse projeto, juntamente a colaboradores que assim se coloquem, e o Núcleo de Educação Permanente do HEXX se responsabilizarão em compilar as informações coletadas através desse instrumento.

Em relação a execução do 1º GD (APÊNDICE II) este está previsto para o mês de junho de 2014, quando esse projeto já terá sido apresentado às instâncias supracitadas e aprovado por elas (APÊNDICE III). Optou-se inicialmente por um dia da semana e horários que são compatíveis à rotina do hospital, períodos em que a demanda da equipe é consideravelmente reduzida.

É válido salientar que a programação de cada GD incluirá um momento específico de avaliação oral das atividades e seus processos de construção. Ademais, pretende-se, juntamente ao Núcleo de Educação Permanente do HEXX, que ao final de cada ano, se conceda aos participantes do GD um certificado de participação do evento, sendo esse mais um estímulo aos profissionais.

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Este estudo, apesar de não ter sido submetido a Comitê de Ética em Pesquisa por não se tratar de uma pesquisa, respeita à Resolução nº 466/ 12, desde então resguardando identidades de prováveis sujeitos ou instituições envolvidas (BRASIL, 2013).

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4 RESULTADO

Em se tratando de um estudo cujo produto é este projeto/ plano de ação, esperam-se resultados futuros sobre as ações planejadas, como participação efetiva de funcionários do HEXX, e aumento gradual dos participantes, na medida em que as reflexões e conduções do GD sejam convidativas – o que já são, desde que produzidos pelos próprios funcionários.

Além disso, diante das potencialidades dessa metodologia, infere-se desde então que há possibilidade de aumentar a periodicidade e duração de cada GD, incluir usuários do serviço às rodas, e embasar a realização de eventos de maior amplitude, abrindo espaço para atores externos ao HEXX, membros da Rede de Atenção Psicossocial, e estudantes.

Considera-se, para tanto, a necessidade de se realizar avaliações processualmente, com a colocação de todos os participantes, na medida em que forem concretizadas as etapas da implementação do GD. Por fim, avalia-se que esse estudo cumpriu seu objetivo ao elaborar um plano de ação para implantação e implementação de um GD em um hospital especializado em psiquiatria, discutindo a transdisciplinaridade como um aspecto necessário nas práticas na Atenção Psicossocial; e argumentando a configuração metodológica de um GD como potencial espaço de participação de trabalhadores que atuam na área da saúde.

Apesar disso, de forma alguma esse estudo esgota a temática. Pelo contrário, por se constituir de um plano de ação, dispara provocações para um espaço ainda mais provocativo.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo mostra-se com grandes possibilidades de ser também adaptado para outros cenários e contextos, não somente da Atenção Psicossocial. Sua recomendação justifica-se na potencialidade que um GD tem de gerar mudanças na qualidade dos serviços de saúde. Para tanto, sugere-se um levantamento bibliográfico similar e apresentação para gestores locais, sendo argumentada principalmente a importância de se criarem espaços democráticos de construção coletiva do saber.

Mesmo considerando as impossibilidades de publicação atual desse estudo, em se respeitando os aspectos éticos, após sua implementação, é viável o estabelecimento de parceria com Instituição de Ensino que possa subsidiar o andamento desse e outros projetos relativos junto ao Comitê de Ética. Dessa forma, será possível publicitar essa e outras experiências de tamanha riqueza relativas ao GD.

Por fim, espera-se que os espaços e ações de saúde na Atenção Psicossocial sejam cada vez mais democráticas, respeitosas, solidárias, reflexivas, pró-ativas, e com foco na necessidade de se horizontalizar práticas, buscando a transdisciplinaridade e o cuidado cada vez mais qualificado aos sujeitos que procuram assistência.

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APÊNDICE I - Instrumento de Sondagem de Temas para a Atividade do 1º GD do HEXX

Instrumento de Sondagem de temas para Atividade do 1º Grupo de Discussão do HEXX Junho/ 2014

Prezado colega,

Com vistas a implementarmos conjuntamente um Grupo Permanente de Discussão do HEXX, convidamos você a opinar sobre temas que julgue importantes para serem debatidos do ponto de vista teórico prático, entre colegas de diversas categorias profissionais deste hospital.

Será um espaço democrático a acontecer bimensalmente com duração de 1 (uma) hora, que abordará temas escolhidos pelos próprios funcionários concernentes à Saúde Mental, conduzido por 5 perguntas a serem debatidos pelos presentes, e mediado também por um profissional da Unidade, conforme exemplo abaixo:

1º GD Tema: A crise no homem e no mundo Mediador: Francisco Sales Questões Norteadoras:

1- Onde nascem as crises?

2- Como se vivenciam as crises em sociedade?

3- Como lidar com a crise de um sujeito em sofrimento psíquico? 4- Quais são as nossas crises?

5- Quais as crises da Atenção Psicossocial em Feira de Santana atualmente?

Assim sendo, este é o primeiro espaço para sua indispensável participação, para que o GD aconteça, se torne um espaço enriquecedor, e proporcione propostas e melhorias para nosso processo de trabalho!

Nome do profissional:

Função: Setor:

Sugestão de Tema para o 1º GD: Sugestões para questões norteadoras: 1

2 3 4 5

Sua identificação não é obrigatória, tal qual a confecção das questões norteadoras. O setor de Educação Permanente do HEXX, juntamente à Enfª Me. Eva Passos (autora desse projeto), e colaboradores que assim se coloquem, se responsabilizarão em reunir as propostas e elaborar as questões, para construção da programação do 1º GD, prevista a seguir:

Data: 19/06/14 Horário: 14h às 15h Local: Auditório do HEXX Programação:

 Acolhimento e apresentações: 10’  Apresentação da formatação do GD: 5’

 Apresentação do Tema, leitura das perguntas e debate: 25’  Avaliação: 5’

 Programação do próximo GD (escolha do tema, mediador, questões, data, horário e local): 15’ Desde já, agradecemos sua participação,

(23)

IIIIIIIIII RRRRRRRRR Eva Passos Diretora Geral Educação Permanente Enfª Me. Saúde Coletiva

APÊNDICE II – Programação do 1º GD do HEXX Programação do 1º GD do HEXX

Data: 19/06/14

Horário: 14 às 15h

Local: Auditório do HEXX

Mediador: Tema:

Atividade Duração (minutos) Responsável

Acolhimento e apresentações 10 Enfª Eva Passos

Apresentação da formatação

do GD 5 Enfª Eva Passos

Apresentação do tema,

leitura das perguntas e debate 25 Mediador / Participantes

Avaliação do 1º GD 5 Todos

Programação do próximo GD (escolha do tema, mediador, questões, data, horário e local)

(24)

APÊNDICE III – Cronograma do Projeto de Implantação e Implementação do GD do HEXX

Atividade Mês

Março Abril Maio Junho

Apresentação do Projeto para Professora Orientadora Defesa do Projeto Ajustes do projeto após considerações da banca Apresentação do Projeto à Direção Geral e Núcleo de Educação Permanente do HEXX para aprovação Divulgação do GD Distribuição do Instrumento de Sondagem 1º GD

Referências

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