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Academic year: 2021

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(1)Universidade Federal de Juiz de Fora profmat - Mestrado Prossional em Matemática em Rede Nacional. Henrique Aparecido Maurício. Da equação do 2o grau aos métodos numéricos para resolução de equações. Juiz de Fora 2013.

(2) Henrique Aparecido Maurício. Da equação do 2o grau aos métodos numéricos para resolução de equações Dissertação. apresentada. ao. Programa. de. Pós-graduação PROFMAT (Mestrado Prossional em Matemática em Rede Nacional) na Universidade Federal de Juiz de Fora, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre, na Área de Matemática.. Orientador: Sandro Rodrigues Mazorche. Juiz de Fora 2013.

(3) Maurício, Henrique Aparecido. Da equação do 2o grau aos métodos numéricos para resolução de equações / Henrique Aparecido Maurício. - 2013. 64f. : il. Dissertação (Mestrado Prossional em Matemática em Rede Nacional) Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2013. 1. Matemática. 2. Equações. 3. Raízes de equações. 4. Métodos numéricos. I. Título..

(4) Henrique Aparecido Maurício. Da equação do 2o grau aos métodos numéricos para resolução de equações Dissertação aprovada pela Comissão Examinadora abaixo como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Matemática pelo Mestrado Prossional em Matemática em Rede Nacional na Universidade Federal de Juiz de Fora.. Prof. Dr. Sandro Rodrigues Mazorche (Orientador) PROFMAT Instituto de Ciências Exatas - UFJF. Prof. Dr. Rogério Casagrande PROFMAT UFJF. Prof. Dr. Marcelo Oliveira Veloso UFSJ - Campus Paraopeba. Juiz de Fora, 16 de março de 2013..

(5) Ao Senhor Jesus Cristo.

(6) agradecimentos. Agradeço, em primeiro lugar, a Deus por esta conquista. Por ter me proporcionado a oportunidade, a capacitação e todas as outras condições para cursar este mestrado. À minha amada esposa Rafaela, pelo amor e apoio incondicionais. Por muitas vezes ajudar-me com orações, incentivos, companheirismo, compreensão. À minha família, pela constante conança depositada em mim em todos os momentos. Em particular meus pais pelo esforço que tiveram para que eu alcançasse meus objetivos. Ao meu orientador, Professor Sandro Rodrigues Mazorche, pelas orientações na produção deste trabalho. A todos os professores do Profmat da UFJF, pelo ensino e empenho. Aos professores Marcelo Oliveira Veloso e Rogério Casagrande, por aceitarem avaliar minha dissertação. Pelas contribuições para enriquecimento do trabalho. Aos meus colegas do mestrado, pelo companheirismo nestes dois anos de muito estudo e esforço. Aos colegas do Núcleo de Matemática do IFET câmpus Juiz de Fora, pelo apoio e importantes contribuições. À Capes, por me conceder a bolsa de estudos para este curso de mestrado..

(7) resumo. Neste trabalho, apresentamos alguns métodos aproximativos como alternativa para a obtenção de soluções de equações do tipo. f (x) = 0,. onde. f (x). é uma função. Iniciamos. apresentando algumas maneiras de se resolver as equações do 2. o. grau.. Em seguida,. introduzimos os métodos numéricos da Bissecção, Falsa Posição e Ponto Fixo e propomos atividades para serem realizadas numa turma de ensino básico. Palavras-Chave: Equações. Raízes de equações. Métodos numéricos..

(8) abstract. In this work, we present some approximation methods as an alternative to obtain solutions of equations of type. f (x) = 0, where f (x) is a function.. We begin presenting some. ways to solve the equations of the 2nd degree. Then we introduce the numerical methods of Bisection, False Position and Fixed Point and propose activities to be performed in a class of basic education. Key-words: Equations. Roots of equations. Numerical methods..

(9) Lista de Figuras. o. 1. Resolução geométrica - 1. 2. Resolução geométrica - 2. 3. Reta. 4. Hipérbole. 5. Reta e hipérbole no 1. 6. Convergência para o ponto de abscissa. β. . . . . . . . . . . . . . . . . .. 24. 7. Convergência para o ponto de abscissa. α. . . . . . . . . . . . . . . . . .. 24. 8. Gráco de. f (x) =. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 32. 9. Gráco de. f (x) = x log(x) − 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 33. 10. Exemplo do Teorema de Rolle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 35. 11. Exemplo do Teorema do Valor Médio . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 35. 12. Sequência de aproximações no Método da Bissecção . . . . . . . . . . .. 38. 13. Método da Falsa Posição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 42. 14. Método da Falsa Posição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 43. 15. Método do Ponto Fixo. 46. 16. Grácos de. 17. Tabela inicial no Método da Bissecção. 18. Linha. 19. x+y =s. caso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 17. caso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 18. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 22. xy = p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. o. y = x2. o. quadrante. x3 −2x2 x−2. e. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. y = 2x. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 23 23. 51. . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 52. n=0. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 52. Linha. n=1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 53. 20. Linha. n=1. completa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 53. 21. Tabela nal no Método da Bissecção. 22. Tabela inicial no Método da Falsa Posição. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 53 54.

(10) 23. Tabela nal no Método da Falsa Posição. . . . . . . . . . . . . . . . . .. 55. 24. Tabela inicial no Método do Ponto Fixo. . . . . . . . . . . . . . . . . .. 56. 25. Linha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 56. 26. Inserindo fórmula de recorrência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 56. 27. Linha. n=1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 57. 28. Linha. n=1. completa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 57. 29. Tabela nal no Método do Ponto Fixo. 30. Aproximações usando. 31. n=0. . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 57. ϕ1 (x) = −2x/2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 58. Aproximações usando. ϕ2 (x) = log2 x2. com. x0 = −0, 5. . . . . . . . . . .. 59. 32. Aproximações usando. ϕ2 (x) = log2 x2. com. x0 = −1, 5. . . . . . . . . . .. 59. 33. Aproximações usando. ϕ2 (x) = log2 x2. com. x0 = −1, 5. - zoom . . . . . .. 60.

(11) Sumário. introdução. 1. 11. o. a equação do 2. grau. 1.1. um problema milenar .. 1.2. resolução geométrica da equação do 2o grau com uso de régua e compasso. 2. 13 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 15. 1.3. método de euler para resolução de equações do 2o grau. . .. 18. 1.4. método de viète para resolução de equações do 2o grau. . .. 20. 1.5. aproximações sucessivas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 22. alguns resultados importantes para o estudo de métodos numéricos. 3. 13. 26. 2.1. sequências e séries de números reais. 2.2. noções topológicas .. 2.3. . . . . . . . . . . . . . . .. 26. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 29. limites de funções. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 30. 2.4. funções contínuas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 31. 2.5. derivadas de funções reais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. métodos iterativos: bissecção, falsa posição e ponto fixo 3.1. método da bissecção. 3.2. método da falsa posição. 3.3. método do ponto fixo 3.3.1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 33. 37 37. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 40. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 43. Teorema do Ponto Fixo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 44.

(12) 3.3.2. 4. O Método do Ponto Fixo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. atividade proposta:. resolução de equações com o uso de. métodos iterativos 4.1. 45. 50. atividade: resolução da equação x2 = 2x. . . . . . . . . . . . . .. 50. . . . . . . . . . . . . . .. 51. 4.1.1. Resolução com o Método da Bissecção. 4.1.2. Resolução com o Método da Falsa Posição. 4.1.3. Resolução com o Método do Ponto Fixo. . . . . . . . . . . . .. 54. . . . . . . . . . . . . .. 55. conclusão. 63. referências. 64.

(13) 11. introdução. A resolução de equações é um dos temas estudados no ensino básico. Em geral, essas equações são do tipo. f (x) = 0, onde f (x) é uma função.. encontrar as suas raízes. Um valor. Resolver uma equação equivale a. c é chamado raiz da função f (x) quando f (c) = 0.. Essa. busca de raízes normalmente é tratada de forma analítica, ou seja, são usados métodos algébricos de forma a encontrar a solução exata das equações.. ax + b = 0,. com. a 6= 0,. ax2 + bx + c = 0,. com. a 6= 0. grau. a raiz é dada por. Já a equação geral do 2. o. grau. é resolvida pela fórmula. x= comumente chamada de. x = − ab .. o. Para a equação do 1. −b ±. √. b2 − 4ac 2a. Fórmula de Bhaskara. Para a resolução da equação do 3o grau. há um argumento conhecido, devido a Viète, usando substituição de variáveis, obtendo uma expressão com radicais. De modo análogo, é possível reduzir uma equação completa do 4. o. grau numa do 3. o. grau e, a partir daí, chegar também a uma expressão com radicais.. Acerca das equações polinomiais de grau maior do que ou igual a 5, Galois provou que nem todas podem ser resolvidas por meio de radicais. Um estudo mais aprofundado acerca das equações polinomiais de grau maior que 2 pode ser encontrado em [4]. No ensino básico, são vistos apenas alguns casos mais simples de equações polinomiais de grau maior que 2, cujas manipulações algébricas são mais simples e, portanto, acessíveis ao aluno. Neste trabalho, estudaremos alguns métodos numéricos para a obtenção de raízes de equações. As técnicas numéricas nos fornecem soluções próximas da solução exata. De modo geral, esses métodos geram uma sequência de números reais, que se aproximam de uma raiz exata da equação. Assim, ampliamos o conjunto de tipos de equações a serem trabalhadas, como as equações envolvendo polinômios, funções exponenciais, logarítmicas, trigonométricas, tais como:. x log x − 1 = 0, x2 = 2x , cos x = ex , x3 + x − 1000 = 0.. Os métodos numéricos não funcionam em qualquer situação. As funções devem satisfazer determinadas condições. Há resultados que mostram em quais casos as sequências de aproximações convergem para a solução. Optamos por restringir nosso estudo aos seguintes métodos: Bissecção, Falsa Posição e Ponto Fixo. O motivo de nossa escolha é que,.

(14) 12 para sua utilização, o aluno não necessita de conhecimentos de matemática além do ensino básico. No entanto, para garantir a funcionalidade dos métodos, veremos resultados mais avançados que, embora possam ser omitidos ao aluno, darão uma base melhor para o professor que vier a trabalhar esse assunto em sala de aula. Existem outros métodos que exigem mais embasamento teórico por parte do aluno.. O método de Newton, por. exemplo, é muito eciente, mas utiliza cálculo de derivadas. Para a aplicação dos métodos, usaremos recursos computacionais acessíveis e de fácil manuseio, como a planilha eletrônica e o software. Geogebra, que é gratuito.. Este trabalho está organizado da seguinte forma:. o. No capítulo 1, mostramos as maneiras como foi resolvida a equação do 2. grau ao. longo da história. Apresentamos problemas antigos cuja resolução recaem na equação do. o. 2 grau, uma fórmula completando quadrados, bem como os métodos de Viète e Euler para a resolução da equação quadrática. Também apresentamos uma resolução geométrica e outra baseada em aproximações sucessivas com o intuito de introduzir a ideia dos métodos iterativos. No capítulo 2, apresentaremos alguns conceitos importantes para o estudo de métodos numéricos: sequências e séries de números reais, noções topológicas sobre conjuntos, limites, derivadas e continuidade de funções.. Este capítulo contém referencial teórico. destinado ao professor, não sendo necessário ser trabalhado com os alunos. No capítulo 3, apresentamos os Métodos da Bissecção, da Falsa Posição e do Ponto Fixo.. Em cada um deles, mostramos teoremas acerca da funcionalidade dos métodos. além de exemplos.. Também demonstramos o Teorema do Ponto Fixo e o Teorema do. Ponto Fixo das Contrações que garantem a existência e a unicidade do ponto xo em determinados casos. Vale ressaltar que, para o aluno, é suciente trabalhar os algoritmos utilizados nos exemplos. No capítulo 4, nalizamos com uma proposta de atividade a ser aplicada em sala de aula enfatizando a resolução de equações com o uso dos métodos numéricos apresentados. Buscamos detalhar a resolução usando as justicativas matemáticas e também os recursos computacionais..

(15) 13. o. 1. a equação do 2. grau. Neste capítulo, apresentamos algumas formas de resolução da equação do 2. o. grau.. Iniciamos com alguns problemas antigos e uma resolução completando quadrados.. Em. seguida, mostramos como obter as raízes com o uso de régua e compasso. Os matemáticos Euler e Viète apresentaram resoluções baseadas em substituição de variáveis. Viète também teve participação em métodos para se resolver equações de 3. o. e de 4. o. graus, sempre. usando as substituições.. o. As expressões algébricas para se obter as raízes das equações de 2 , 3 possuem radicais, isto é, raízes. o. o. e 4. graus. n-ésimas de expressões algébricas. Entretanto, para equa-. ções polinomiais de grau maior do que ou igual a 5, Galois provou que, nem sempre, é possível chegar a soluções por meio de radicais.. Sendo assim, os métodos numéricos. são uma boa alternativa para se resolver equações, polinomiais ou não. Por esta razão,. o. encerraremos o capítulo propondo uma resolução numérica para a equação do 2. grau.. Queremos, com isso, motivar um estudo mais detalhado dos métodos aproximativos, que serão tema central de nosso trabalho. Os métodos de resolução apresentados neste capítulo têm como referência textos de [1], [2], [3], [6] e [8].. 1.1. um problema milenar. Um dos problemas mais antigos da Matemática consiste em achar dois números, sendo conhecidos sua soma e. xy = p.. acarreta. Da 1. a. s. e seu produto. equação, vem. x2 − sx + p = 0.. p.. Assim, se os números são. y = s − x.. a. x. e. y,. Substituindo na 2 , obtemos. temos. x+y = s. x(s − x) = p,. que. Na Antiguidade e na Idade Média, trabalhava-se com números. positivos de modo que a equação quadrática. x2 − sx + p = 0. poderia ser reescrita em um.

(16) 14 dos tipos:. 1)x2 + sx = p, 2)x2 = sx + p, 3)x2 + p = sx. Os três tipos acima são encontrados em textos babilônios de cerca de 2000 anos antes de Cristo. A maneira de se resolver equações era bem diferente da atual. Até o século XVI não se usavam letras para expressar os coecientes das equações. Logo, não se usava uma fórmula para obtenção das raízes. O matemático francês François Viète, que viveu de 1540 a 1603, é que começou a usar as fórmulas usando letras. Sendo assim, exemplicando o 2. o. tipo, um problema pede o lado do quadrado sabendo que a área menos o lado é igual. a 870. A solução deste problema equivale a resolver. x2 − x = 870.. A regra para resolver. este problema era dada pelo texto abaixo:. Tome a metade de 1 que é 0,50 e multiplique por 0,50, o que dá 0,25. Some isto a 870, o que dá 870,25. Isto é o quadrado de 29,50. Agora some 0,50 a 29,50 e o resultado é 30, o lado do quadrado. De modo geral, para se achar dois números positivos de soma. s e produto p,. era dada. a regra:. Eleve ao quadrado a metade da soma, subtraia o produto e extraia a raiz quadrada da diferença. Some ao resultado a metade da soma. Isso dará o maior dos números procurados. Subtraia-o da soma para obter o outro número. Podemos traduzir a regra acima na expressão. obtemos. r  s 2 s −p = x− . 2 2. Sendo. x. r  s 2 2. − p+. s = x. 2. Ao desenvolvê-la,. o maior dos números, segue que o lado direito da. última expressão é positivo e, assim, elevando ambos os membros ao quadrado, segue:. s2 s2 − p = x2 − sx + , 4 4. que equivale a. x2 − sx + p = 0,. que é a equação quadrática correspondente ao problema. Vários métodos já foram utilizados para se obter as raízes de uma equação do 2. o. grau. Neste capítulo, mostraremos alguns. Apresentaremos agora o método de completar quadrados. Sabe-se que. . x−. s 2 s2 = x2 − sx + . 2 4. Então, na equação. x2 − sx + p = 0,. somamos.

(17) 15 s2 4. em ambos os membros e obtemos. x2 − sx +. s2 s2 = − p, 4 4. Desta última expressão, obtemos. que equivale a. . x−. r s s2 − 4p x− =± , 2 4. ou. s 2 s2 − 4p . = 2 4 p s ± s2 − 4p ainda, x = . 2. o. No ensino básico, é apresentada a equação geral do 2. a 6= 0.. grau. ax2 + bx + c = 0,. com. Esta última equação pode ser reduzida a. b c x2 + x + = 0, a a já. p s ± s2 − 4p b c que a 6= 0. Pondo = −s, = p e substituindo em x = , obtemos: a a 2 q √ √ (−b/a) ± (−b/a)2 − 4 (c/a) b −b ± b2 − 4ac b2 − 4ac =− ± = . x= 2 2a 2|a| 2a Podemos vericar a existência de raízes reais da equação a partir da fórmula obtida. acima. Para tanto, estudamos o sinal da expressão costuma ser representada pela letra grega raízes reais; se caso. ∆ = 0,. ∆. b2 − 4ac. (delta). Se. apenas uma raiz real; se. ∆ < 0,. chamada discriminante e que. ∆ > 0,. a equação possui duas. não possui raízes reais. Para o. ∆ = 0, dizemos que a equação possui, na verdade, duas raízes reais e iguais ou ainda. que a raiz possui multiplicidade 2. A fórmula que obtivemos é comumente chamada. Fórmula de Bhaskara em homenagem. ao indiano Bhaskara (1114-1185), o mais importante matemático do século XII. Neste tempo, os indianos usavam a mesma técnica utilizada pelos babilônios, ou seja, regras em forma de palavras. Como mencionado no texto acima, somente a partir do século XVI, com Viète, é que as fórmulas com uso de letras foram introduzidas. Sendo assim, embora. o. Bhaskara resolvesse problemas que recaíam em equações do 2 grau, muito provavelmente, ele não deve ter usado a famosa fórmula que leva seu nome.. 1.2. resolução geométrica da equação do 2o grau com uso de régua e compasso o. Vamos buscar agora uma forma para se obter as raízes de uma equação do 2 usando régua e compasso.. grau.

(18) 16 Inicialmente, consideremos a equação. Ax2 + Bx + C = 0,. B/A = b. C/A = c,. e. (1.1). A e obter x2 + (B/A)x + (C/A) = 0.. Podemos dividir ambos os membros da igualdade por Chamando. A 6= 0.. com. chegamos em. x2 + bx + c = 0.. (1.2). Como as equações (1.1) e (1.2) possuem as mesmas raízes, determinaremos as raízes de (1.2). Vamos supor estudo em dois casos:. c 6= 0,. pois se. c>0. e. c < 0.. x1. e. x2. c = 0,. as raízes serão 0 e. −b.. Separaremos nosso. 1o caso: c > 0. Neste caso, as raízes são negativas então temos a. possuem mesmo sinal, pois. x1 + x2 = −|x1 | − |x2 | = −b,. isto é,. |b| = b e podemos escrever |x1 | + |x2 | = |b|.. (−|x1 |) · (−|x2 |) = c, Por outro lado, se. b < 0,. ou ainda,. x1. |b| = −b.. então. x2. e. |x1 | + |x2 | = b > 0.. Também temos que. Se. x1. Sendo. e. x2. b > 0,. x1 · x2 = c equivale. |x1 | · |x2 | = c.. são positivas então. Logo. x1 · x2 = c > 0.. x1 + x2 = |x1 | + |x2 | = −b > 0.. |x1 | + |x2 | = |b|.. E tem-se. x1 · x2 = c. Assim. que equivale a. |x1 | · |x2 | = c. Então. |x1 | + |x2 | = |b|. e. |x1 | · |x2 | = c,. se. x1. e. x2. possuem mesmo sinal. Assim, nosso. problema consiste em determinar dois segmentos de reta cuja soma das medidas seja e produto seja. c.. Passemos à construção das raízes.. Tracemos uma reta. r. e sobre ela marquemos os segmentos. mentos, respectivamente, iguais a de diâmetros Por. N,. triângulo. MO. e. MO. c, 1. e. |b|.. MN, NO. e. OP. de compri-. Em seguida, traçamos as semicircunferências. OP .. traçamos a reta. de diâmetro. |b|. em. Q.. s. r,. perpendicular à reta. O ângulo. M QO. que intersecta a semicircunferência. é reto, pois está inscrito no diâmetro. Logo, o. 2. M QO é retângulo em Q e usando as relações métricas, temos N Q = M N ·N O =. c · 1 = c. Agora, por de diâmetro em. r.. M QO,. Q,. OP. traçamos a reta. em. U.. Por. Com esta construção, o triângulo. OU P é. U,. t. paralela à reta. traçamos a reta. N Q = GU .. retângulo e. r,. v. que intersecta a semicircunferência. perpendicular à. r,. determinando. G. Analogamente ao raciocínio para o triângulo. 2. GU = OG · GP. Como. N Q = GU ,. segue que.

(19) 17. o. Figura 1: Resolução geométrica - 1. 2. 2. N Q = GU = OG · GP = c. Então. OG. GP. e. Mas. e. −OG. e. −GP. OG + GP = |b| |b|. são tais que sua soma é. OG · GP = |b| = −b e OG e GP. caso. e seu produto é. c.. são as raízes da equação (1.2). Mas se. Se. b < 0. b > 0 então |b| = b. são as raízes de (1.2).. Vale ressaltar que, se a reta apenas um ponto. T,. t. intersectar a semicircunferência de diâmetro. a perpendicular à. r. por. T. passará pelo ponto médio de. OP. caso, determinaremos duas raízes reais e iguais para a equação (1.2), a saber, ou. −OH. e. −HP ,. E se a reta. então. t. onde. H. é o ponto médio de. OP. em. e, neste. OH. e. HP. OP .. não intersectar a semicircunferência de diâmetro. OP ,. as raízes da equa-. ção (1.2) serão imaginárias, não podendo ser construídas geometricamente.. 2o caso: c < 0. Neste caso, as raízes. x1. e. x2. possuem sinais contrários, pois. raiz de maior valor absoluto, isto é, Se então. |b| = −b.. Logo. |x1 | − |x2 | = |b|.. |x1 | > |x2 |.. x1 < 0. Então. b > 0,. |x1 | · |x2 | = −x1 · x2 = −c > 0, De. e. |x1 | − |x2 | = b = |b|. e. Seja. x1. a. |x1 | > |x2 |.. x1 > 0 e x2 < 0 então x1 + x2 = |x1 | − |x2 | = −b > 0, pois |x1 | > |x2 |.. De outro modo, se pois. x1 · x2 = c < 0.. E. c<0. x2 > 0 logo. donde. implica. então. |b| = b.. |c| = −c. e. Assim. b < 0,. |x1 | · |x2 | = |c|.. x1 + x2 = −|x1 | + |x2 | = −b < 0, Segue que. |x1 | − |x2 | = b = |b|.. E. |x1 | · |x2 | = |c|.. |x1 | · |x2 | = |c|,. concluímos que, neste caso, nosso problema. será obter dois segmentos de reta cuja diferença das medidas seja. o. Iniciamos nossa construção como no 1. |b|. e produto seja. caso, determinando os pontos. M, N, O. |c|. e. P.

(20) 18 sobre a reta. r. e o ponto. Q.. Tracemos uma paralela à Assim,. N Q = OU. 2. N Q = |c|.. Agora vale. r. . Liguemos. por. U. Q e uma perpendicular à r. ao centro. I. por. O, obtendo o ponto U .. da circunferência determinando o diâmetro. GH .. o. Figura 2: Resolução geométrica - 2. Observemos que e. UH. U H − U G = GH = OP = |b|.. é secante à circunferência de diâmetro. Então. UH. e. UG. U H − U G = |b| = b > 0. e fazemos. ou ainda. Consideremos ainda que se. U H = U G = OU .. 1.3. |b|. x1 = U H. e seu produto é e. x2 = −U G e fazemos. então os pontos. x1 = OU. OU. é tangente. 2. |b|, segue que U H · U G = OU = N Q = |c|.. −U H + U G = −b. b = 0. Teremos então. Por outro lado, como. 2. são tais que sua soma é. U H − U G = |b| = −b > 0. caso. e. .. |c|.. Se. b < 0. então. Mas se. b > 0. então. x1 = −U H. G, I , H. e. O. e. x2 = U G .. coincidem.. Então. x2 = −OU .. método de euler para resolução de equações do 2o grau. Leonhard Euler (1707-1783) nasceu na Suíça e, provavelmente, foi o mais importante matemático suíço de sua época - ou de qualquer outra.. Em 1727, foi fazer parte da. Academia de São Petersburgo, na Rússia. Mais tarde, em 1741, foi para a Academia de Berlim, retornando a São Petersburgo em 1966. Euler escreveu muitos artigos matemáticos.. Mesmo quando perdeu a visão do olho direito em 1735, dizia-se por excesso de. trabalho, sua produção de pesquisa não diminuiu. Durante sua vida, ele publicou mais de 500 livros e artigos. Sua pesquisa matemática chegava a cerca de 800 páginas por ano, não tendo nenhum matemático que superasse sua produção..

(21) 19 Euler contribuiu em quase todos os ramos da matemática pura e aplicada, desde os mais elementares aos mais avançados, escrevendo, em quase tudo, na linguagem e notação que usamos hoje. Em geometria, álgebra, trigonometria e análise, encontramos símbolos de Euler. A letra. e. para representar a base do logaritmo decimal, a letra grega. π. para. representar a razão entre o comprimento da circunferência e o diâmetro da mesma e o símbolo. i para. √ −1 foram, em grande parte, suas contribuições.. os inteiros 0 e 1 são combinados na relação. a, b. e. c. e +1 = 0 .. para os lados de um triângulo e as maiúsculas. além da letra. f (x). πi. Σ para indicar soma.. para uma função de. Esses três símbolos mais. Também usou as letras minúsculas. A, B. e. C. para os ângulos opostos,. Mas talvez a mais importante de todas seja a notação. x. o. Vamos descrever, a partir de agora, a forma como Euler resolveu a equação do 2 grau. Consideremos a equação tuição, fazendo. x=u+z. ax2 + bx + c = 0,. e, em seguida,. a 6= 0.. x2 = (u + z)x.. Euler usou o método de substiAssim, obteve o sistema.  2    ax + bx + c = 0. (1.1). x − (u + z) = 0    x2 − (u + z)x = 0 Multiplicando ambos os membros das equações de (1.1) por. x,. chegou ao sistema.  3 2    ax + bx + cx = 0. x2 − (u + z)x = 0    x3 − (u + z)x2 = 0 O sistema (1.2) é linear homogêneo nas incógnitas é a trivial.. x, x2. (1.2). e. x3 .. Logo uma solução. Para que (1.2) tivesse soluções não triviais, Euler considerou a teoria de. determinantes, levando em conta que um sistema linear homogêneo só possui soluções não triviais se o determinante da matriz dos coecientes for nulo. Então fez onde. . a. b.  A=  0. 1. detA = 0,. . c.  −(u + z)  . 1 −(u + z) 0 a. Calculando o determinante segundo a 1. a[−(u + z)2 ] − b(u + z) + c(−1) = 0. ou. linha de. A,. vem:. − au2 − 2auz − az 2 − bu − bz − c = 0,.

(22) 20 que leva a. au2 + (2az + b)u + az 2 + bz + c = 0 o. que é uma equação do 2. grau na variável. (1.3). u.. A m de transformar (1.3) numa equação incompleta do 2. o. grau, Euler anulou o. b coeciente de u, escolhendo z = − . Substituindo em (1.3), segue: 2a  2   b b b2 b2 2 2 au + a − +b − + c = 0 ou au − − +c=0 2a 2a 4a 2a ou ainda. au2 −. Isolando. u,. b2 − 4ac = 0. 4a r. temos. u=±. b2 − 4ac 4a2. √ , que equivale a. u em x = u + z , √ −b ± b2 − 4ac u= , 2a. Por m, substituindo os valores de. z. u=±. e. b2 − 4ac . 2a. chegamos em. concluindo a demonstração.. 1.4. método de viète para resolução de equações do 2o grau. François Viète foi um matemático francês que viveu entre 1540 e 1603. e exerceu Direito, chegando a tornar-se membro do Parlamento da Bretanha.. Estudou Não era. matemático de prossão, mas dedicava-se à matemática por lazer, dando importantes contribuições à Geometria, Trigonometria, Aritmética e, principalmente, à Álgebra. Em sua obra, foi encontrada, pela primeira vez, uma distinção clara entre o conceito de parâmetro e a ideia de quantidade desconhecida (incógnita). Viète usou vogais para representar quantidades desconhecidas e consoantes para representar grandezas ou números supostamente conhecidos.. Embora em sua época, na Álgebra árabe, já se resolvesse equações. cúbicas e quárticas com uso de símbolos, Viète participou efetivamente na renovação do simbolismo e na resolução de equações quadráticas, cúbicas e quárticas, desenvolvendo novos métodos de resolução. Vamos apresentar o Método de Viète para resolução da equação do 2. ax2 + bx + c = 0,. a 6= 0. (1.1). o. grau.

(23) 21 O método consiste na mudança da variável almente fazemos. x=u+v. x. para novas variáveis auxiliares. u. e. v.. Inici-. na equação (1.1), obtendo:. a (u + v)2 + b (u + v) + c = 0. au2 + 2auv + av 2 + bu + bv + c = 0.. ou. Reescrevemos a igualdade acima como uma equação na variável v:. av 2 + (2au + b)v + au2 + bu + c = 0.. (1.2). Viète transformou a equação (1.2) numa equação incompleta do 2 coeciente de. v , 2au + b,. escolhendo. b u=− . 2a. o. grau, anulando o. Assim, a equação (1.2) ca:. 2    b2 b2 −b2 + 4ac b b + c = 0 ⇐⇒ av 2 + − + c = 0 ⇐⇒ av 2 + = 0. av + a − +b − 2a 2a 4a 2a 4a √ b2 − 4ac 2 Isolando v, chega-se em v = ± , se b − 4ac ≥ 0. Como já mencionado na sessão 2a 2 anterior, a expressão b − 4ac é chamada discriminante. √ b2 − 4ac b Lembrando que x = u + v , u = − e v = ± , segue a fórmula: 2a 2a √ −b ± b2 − 4ac x= (1.3) 2a 2. Como exemplo, vamos resolver a equação Inicialmente, substituímos. x=u+v. x2 − 5x + 6 = 0, usando o Método de Viète.. na equação dada, obtendo:. (u + v)2 − 5(u + v) + 6 = 0 ⇐⇒ u2 + 2uv + v 2 − 5u − 5v + 6 = 0. Reescrevendo na variável para anular o coeciente. 2u − 5. v2 +. Então, de equação,. e. de. v,. 5 2. e. Escolhemos. u=. 5 2. chegando em. 25 25 − +6=0 4 2. x = u + v, u =. x1 = 2. v , temos v 2 + (2u − 5)v + u2 − 5u + 6 = 0.. v=±. 1 , 2. ou ainda. vem. x=. 1 v=± . 2. 5±1 . 2. Daí, chegamos às soluções da. x2 = 3.. O Método de Viète é uma opção para quem não quiser decorar a famosa fórmula (1.3), tendo que, no entanto, operar com o produto notável opção de demonstração de como se obter (1.3).. (u + v)2 .. Também é uma.

(24) 22 É interessante discutir, em sala de aula, a mudança de variáveis. u = −b/a.. e a escolha. O uso da mudança para as variáveis auxiliares não altera o valor das raízes. da equação original em A escolha. x = u+v. u = −b/a. x.. É apenas um artifício com o objetivo de facilitar a resolução.. pode levar o aluno a pensar que sumiu algo no meio da equação. e, com isso, o resultado nal cará comprometido. No entanto, deve-se ressaltar que. u. é uma variável auxiliar e poderíamos escolher outras expressões para ela, mas a escolha sugerida pelo Método de Viète é a melhor pois transforma uma equação completa numa. o. incompleta do 2. grau, que é notoriamente mais fácil de se resolver.. Em [4], há um argumento para resolução da equação do 3. o. grau, devido à Viète,. também com substituição de variáveis. A obtenção de raízes pode ser uma tarefa difícil dependendo da equação e do método a ser usado. Na próxima seção, introduziremos um método via aproximações sucessivas como alternativa para a busca de soluções de uma equação.. 1.5. aproximações sucessivas. Nesta seção, voltaremos ao problema inicial deste capítulo: achar dois números cuja soma é. s. e produto é. p.. Isto equivale a resolver o sistema de equações. (. x+y = s xy = p. A primeira equação corresponde a uma reta no plano coordenados nos pontos. (s, 0). xy = p. x+y =s. corresponde a uma hipérbole no plano. Achar os dois números. x. e. que intersecta os eixos. (0, s).. e. Figura 3: Reta. Já a equação. xy ,. y. xy ,. se. p 6= 0.. corresponde, geometricamente, a encontrar os pontos de.

(25) 23. Figura 4: Hipérbole. xy = p. interseção da reta com a hipérbole. Por outro lado, conforme tratado na seção 1.1, esses dois números são as soluções da equação estudar o caso em que. s > 0. e. p > 0.. x2 − sx + p = 0.. Assim, as raízes da equação. são positivas ou, equivalentemente, os pontos. o. estão no 1. Para xar as ideias, vamos. (x, y),. x2 − sx + p = 0. interseção entre a reta e a hipérbole,. quadrante.. Figura 5: Reta e hipérbole no 1. A equação. x2 − sx + p = 0. pode ser escrita como. x=s−. p x. ou. x=. o. quadrante. x(x − s) + p = 0. e daí temos:. p s−x. As fórmulas acima fornecem métodos iterativos para calcular valores tão próximos quanto desejarmos das raízes da equação dada.. Assim, começando com certo valor. x2 − sx + p = 0, podemos construir uma sequência p x0 , x1 , x2 , · · · , xn , onde xn+1 = s − . Se a sequência xn convergir (se aproximar) de xn 2 algum valor limite x, este valor será uma raiz de x − sx + p = 0. Analogamente, pode-se p usar o algoritmo iterativo xn+1 = para construir uma sequência de modo a buscar s − xn x0. candidato a raiz da equação. uma raiz da equação, caso a sequência convirja. É claro que se a equação convergir para valor algum.. x2 − sx + p = 0 não. tiver raízes reais, a sequência. xn. não irá.

(26) 24 Comecemos o processo iterativo com um valor escolha é conveniente, pois se então. x20 − sx0 + p < 0,. αeβ. x0. tal que. são as raízes da equação. já que o coeciente de. x2. x20 − sx0 + p < 0.. Esta. x2 − sx + p = 0 e α < x0 < β. é positivo.. Logo, já sabemos que a. iteração iniciou com um valor localizado entre as raízes. Na gura 6, vemos o processo gracamente iniciando no ponto seta segue verticalmente para cima até atingir a reta. x+y = s. (x0 , p/x0 ).. no ponto. (x0 , s − x0 ).. seguida, vai horizontalmente para a esquerda até atingir a hipérbole no ponto Mas os pontos. p/x1 ,. donde. p/(s − x2 ). Depois, a Em. (x1 , p/x1 ).. (x0 , s − x0 ) e (x1 , p/x1 ) possuem a mesma ordenada, de modo que s − x0 =. x1 = p/(s − x0 ).. Continuando o raciocínio, tem-se. x2 = p/(s − x1 ), x3 =. e assim por diante.. Figura 6: Convergência para o ponto de abscissa. Então, usando o algoritmo. p , convergimos para o ponto de interseção da s − xn β . Para obter a outra raiz α, fazemos s − β .. xn+1 =. reta com a hipérbole cuja abscissa é. Se usássemos o outro algoritmo,. x20 − sx0 + p < 0,. β. xn+1 = s −. p , xn. iniciando também em. obteríamos uma sequência que convergiria para a raiz. Figura 7: Convergência para o ponto de abscissa. α. α.. x0. tal que.

(27) 25 Consideramos aproximações a partir de um valor tivéssemos começado por. x0. tal que. x0. tal que. x20 − sx0 + p < 0.. Se. x20 − sx0 + p > 0, os dois processos iterativos também. convergiriam, porém a alternância de pontos, ora na reta ora na hipérbole, poderia atingir os dois ramos da hipérbole. O método aproximativo que apresentamos nesta seção é chamado Método do Ponto Fixo e será mais bem abordado no capítulo 3 deste trabalho. Existem outros métodos aproximativos. Vamos descrever alguns mais adiante. Os métodos iterativos, embora na maioria das vezes forneçam um valor aproximado para as raízes, podem ser muito úteis na resolução de equações que envolvem funções de tipos diferentes, como por exemplo,. x2 = 2 x ,. que envolve a função quadrática e a exponencial, ou mesmo equações polino-. miais de grau maior do que ou igual a 3. Em muitos problemas práticos, a obtenção de aproximações para as raízes pode ser tão boa quanto obter o valor exato. Nos próximos capítulos, vamos concentrar nossas atenções nos métodos iterativos ou aproximativos..

(28) 26. 2. alguns resultados importantes para o estudo de métodos numéricos. Neste capítulo, apresentaremos resultados que serão importantes para o desenvolvimento do capítulo 3, onde mostraremos alguns métodos numéricos para resolução de equações do tipo. f (x) = 0.. Para a utilização desses métodos, a função. contínua num intervalo que contenha uma raiz. usamos o Teorema do Valor Intermediário.. f (x). deve ser. Para garantir a existência dessa raiz,. Em seguida, estabelecemos uma sequência. de aproximações sucessivas para chegarmos na solução. Assim, faremos um estudo introdutório sobre sequências e séries de números reais, algumas noções topológicas, limites e derivadas de funções, além de resultados sobre funções contínuas. Este estudo é direcionado ao professor, podendo ser omitido aos alunos. Todos os resultados apresentados neste capítulo podem ser encontrados em [5], inclusive os que não forem demonstrados aqui.. sequências e séries de números reais. 2.1. Denição 2.1.. Uma sequência de números reais é uma função. a cada número natural. n. um número real. Denotamos a sequência por. Exemplo 2.2. xn =. 1. 2n−1. (x1 , x2 , · · · , xn , · · · ). A progressão geométrica. chamado ou. (xn )n∈N. que associa. n-ésimo termo da sequência. ou apenas. (1, 1/2, 1/4, 1/8, · · · ),. (xn ).. cujo n-ésimo termo é. , é uma sequência de números reais.. Denição 2.3.. Uma sequência. feriormente) quando existe. n ∈ N.. xn ,. x : N → R,. A sequência. (xn ). (xn ). c ∈ R. diz-se limitada superiormente (respectivamente, in-. tal que. xn ≤ c. (respectivamente,. x n ≥ c). para todo. é dita limitada quando é limitada superior e inferiormente.. Denição 2.4. Uma subsequência da sequência (xn )n∈N é a restrição da função x acima a.

(29) 27 um subconjunto innito. N0. xn k , · · · ). (xn )n∈N0 .. ou. (xnk )k∈N. ou. de. N.. x0 = x|N0. Denotamos a subsequência. por. (xn1 , xn2 , · · · ,. Denição 2.5. (Limite de sequência) Seja (xn ) uma sequência de números reais e a um número real. Dizemos que.  > 0,. para todo número real. |xn − a| < .. a condição. (xn ). converge para. n0 ∈ N. existe. ou que. a. é o limite de. tal que todo termo. lim xn = a. Escrevemos. a. n→∞. ou apenas. xn ,. a. quando,. n > n0 ,. cumpre. lim xn = a.. A denição acima signica que, para valores muito grandes de se tão próximos de. com. (xn ). n, os termos xn tornam-. quanto se deseje. A sequência que possui limite é dita convergente.. Caso contrário, ela é dita divergente.. Teorema 2.6.. O limite de uma sequência, quando existe, é único.. Demonstração. Seja. lim xn = b. que e. n > n0. e se. n > n2. então. implica que todo termo. J = (b − , b + ).. que se. uma sequência e suponhamos, por absurdo, que. Logo, para todo número real. |xn − a| < . então. (xn ). xn ∈ I. Tomando. xn ∈ / J.. então. xn.  > 0,. Se lim. |xn − b| < .. Demonstração. Seja dado.  > 0,. tal que os intervalos. lim xn = b.. I = (a − , a + ). pertence a. I.. Logo. Teorema 2.8.. n0 = max{n1 , n2 },. (xn ). Assim, todo termo. xn k. e. J. segue. I = (a − , a + ). sejam disjuntos, teremos. xn ∈ J ,. chega-se a. é único.. uma subsequência de. tal que todo termo. I. Analogamente,. então toda subsequência de. (xnk )k ∈ N. n0 ∈ N. existe. Tomando. pertence aos intervalos abertos. Absurdo, pois. xn = a. e.  > 0, existem n1 ∈ N e n2 ∈ N tal que se n > n1. um absurdo. Portanto, o limite da sequência. Teorema 2.7.. lim xn = a. xn ,. (xn ). (xn ).. com. converge para o limite. Como. n > n0 ,. lim xn = a. a.. então. pertence ao intervalo. da subsequência, com. nk > n0 ,. também. lim xnk = a.. Toda sequência convergente é limitada.. Demonstração. A demonstração deste resultado pode ser obtida em [5], pág. 24.. Denição 2.9.. Uma sequência. todo. n∈N. (neste caso. (xn ). todo. n∈N. (neste caso. (xn ). Teorema 2.10.. (xn ) é chamada monótona quando se tem xn ≤ xn+1. para. xn ≥ xn+1. para. é dita monótona não-decrescente) ou então é dita monótona não-crescente).. Toda sequência monótona limitada é convergente.. Demonstração. A demonstração deste resultado pode ser obtida em [5], pág. 25..

(30) 28. Corolário 2.11. (Teorema de Bolzano-Weierstrass). Toda sequência limitada de. números reais possui uma subsequência convergente.. Demonstração. A demonstração deste resultado pode ser obtida em [5], pág. 25.. Proposição 2.12. (Operações com limites de sequências) Se lim xn = a e lim yn = b então. i) ii) iii). lim(xn ± yn ) = a ± b; lim(xn · yn ) = a · b; lim(xn /yn ) = a/b,. se. b 6= 0.. Demonstração. A demonstração deste resultado pode ser obtida em [5], pág. 27.. Exemplo 2.13.. Seja a sequência. (xn ),. em que. xn =. n3 + 4n + 1 . 2n3 − n2. Temos:.  n3 1 + n13 lim 1 + lim n13 n3 + 1 1+0 1  = lim xn = lim 3 = lim 3 = . 1 = 1 2 2n − n 2−0 2 lim 2 − lim n n 2− n Deniremos agora série de números reais. sequência. (an ). Uma série é construída a partir de uma. da seguinte forma:. O primeiro termo é. S1 = a1 ;. S2 = a1 + a2 ;. o segundo é. o terceiro é. S 3 = a1 + a2 + a3. e,. assim, sucessivamente.. Denição 2.14.. número innito de parcelas. Denotamos n-ésimo termo é sequência. s = Sn = a1 + a2 + · · · + an + · · · , com um ∞ P P por an , ou simplesmente an , a série cujo. Uma série é uma soma. S n = a1 + a2 + · · · + an .. n=1 O termo. an. é chamado. termo geral da série. A. (Sn ) é chamada sequência das somas parciais (ou reduzidas) da série.. lim Sn = s.. Quando este limite existe, a série é dita. Se o limite não existe, dizemos que a série. Exemplo 2.15.. Dada a sequência. Denimos. convergente ou que converge para s.. diverge ou que é divergente.. (1, 1/2, 1/4, 1/8, · · · ),. onde. xn =. 1 , temos 2n−1. s = 1 + 12 + 41 + 18 + · · · , que é a conhecida soma dos termos de uma progressão geométrica decrescente e innita. Logo,. s = Sn =. 1 1−1/2. = 2,. ou seja, a série converge para o valor 2... Exemplo 2.16. A sequência (3, 7, 11, · · · ), onde xn = 4n−1, é uma progressão aritmética crescente. Temos. = lim n + 2n2 . s = 3 + 7 + 11 + · · · = lim (3+(4n−1))n 2. innito, a série diverge.. Como este limite é.

(31) 29 Existem vários critérios ou testes para denir se uma série converge ou diverge. No entanto, apresentaremos apenas um que é usado para um tipo de série, a absolutamente convergente, que deniremos a seguir.. Denição 2.17.. Uma série. P. an. P. é dita absolutamente convergente quando. |an |. con-. verge.. Teorema 2.18.. Toda série absolutamente convergente é convergente.. Demonstração. A demonstração deste resultado pode ser obtida em [5], pág. 40.. Teorema 2.19. (Teste de d'Alembert) Seja an 6= 0 para todo n ∈ N. constante. c. a +1 | tal que lim | n an. 6 c < 1 então a série. P. an. Se existir uma. será absolutamente convergente.. Demonstração. A demonstração deste resultado pode ser obtida em [5], pág. 41.. 2.2. noções topológicas. Nesta seção, abordaremos alguns tópicos acerca da topologia que nos ajudarão nas seções seguintes. Usaremos a terminologia ponto ao invés de número real.. Denição 2.20. existe. >0. A⊂R. Um conjunto. tal que o intervalo aberto. Denição 2.21.. Um conjunto. sequência. (an ). mais,. (an ). F. pertence a. O intervalo aberto. cujo n-ésimo termo é. (2, 3/2, 4/3, 6/5, · · · ),. está contido em. A.. F.. I = (1, 3). é um conjunto aberto.. an = 1 + 1/n,. Notemos que a. também representada por. é tal que todos os seus termos pertencem ao intervalo. converge para 1, pois. de pontos do conjunto. Denição 2.23.. (a − , a + ). I,. a∈A. F ⊂ R é chamado fechado quando todo ponto que é limite. de uma sequência de pontos de. Exemplo 2.22.. é chamado aberto quando para todo ponto. lim an = 1.. I.. Além do. Então o número 1 é limite de uma sequência. mas 1 não pertence a. Uma cisão de um conjunto. I.. Logo. I. não pode ser fechado.. X ⊂ R é uma decomposição X = A ∪ B. cumpre as seguintes condições:. i) Para todo elemento. a ∈ A,. existe. δ1 > 0. tal que. (a − δ1 , a + δ1 ) ∩ B = ∅;. ii) Para todo elemento. b ∈ B,. existe. δ2 > 0. tal que. (b − δ2 , b + δ2 ) ∩ A = ∅.. que.

(32) 30 As condições acima signicam que, em particular, sição. X =X ∪∅. A. e. B. são disjuntos. A decompo-. é chamada cisão trivial.. Proposição 2.24.. Um intervalo da reta só admite a cisão trivial.. Demonstração. A demonstração deste resultado pode ser obtida em [5], pág. 51.. Denição 2.25. Um ponto a ∈ R é um ponto de acumulação do conjunto X ⊂ R quando todo intervalo. a.. (a − , a + ),. onde.  > 0,. contém algum ponto de. O conjunto dos pontos de acumulação de. Exemplo 2.26.. Dado o intervalo aberto. ponto de acumulação, pois. ∀>0. diferentes de.  < 1,. é denotado por. o intervalo. a ∈ A,. para todo. diferente do próprio. X 0.. I = (1, 3) = (2 − 1, 2 + 1), J = (2.9 − , 2.9 + ). A = {1, 2, 3, 4, 5}. diferentes de 2. Já o conjunto fato, tomando. X. X. o ponto. 2.9. é um. contém pontos de. I. não possui pontos de acumulação. De. o intervalo. (a − , a + ). não possui pontos de. A. a.. Denição 2.27.. Um conjunto. X ⊂ R é chamado compacto quando é limitado e fechado.. Teorema 2.28.. Um conjunto. X ⊂ R. pontos em. X. é compacto se, e somente se, toda sequência de. possui uma subsequência que converge para um ponto de. X.. Demonstração. A demonstração deste resultado pode ser obtida em [5], pág. 53.. Proposição 2.29.. Todo conjunto compacto possui um elemento mínimo e um elemento. máximo.. Demonstração. A demonstração deste resultado pode ser obtida em [5], pág. 54.. 2.3. limites de funções. Denição 2.30.. Sejam. Dizemos que o limite de todo.  > 0,. existe. δ>0. f :X→R f (x). quando. tal que se. limite, em símbolos, escreve-se. x. x. tende para. x∈X. e. a. a. um ponto de acumulação de. é igual ao número. 0 < |x − a| < δ. então. L. X.. quando, para. |f (x) − L| < .. Este. lim f (x) = L.. x→a. O limite acima signica que desde que se tome. uma função real e. f (x). pode se tornar tão próximo de. sucientemente próximo de. a,. L. porém diferente de. quanto se queira. a.. O próximo teorema faz uma relação entre limite de função real e sequência de números reais..

(33) 31. Teorema 2.31. Então. Sejam. lim f (x) = L. x→a. lim xn = a,. tenha-se. f :X→R. uma função real e. a. um ponto de acumulação de. se, e somente se, para toda sequência de pontos. xn ∈ X − {a}. X.. com. lim f (xn ) = L.. Demonstração. A demonstração deste resultado pode ser obtida em [5], pág. 64.. Teorema 2.32.. O limite de uma função, quando existe, é único.. Demonstração. Seja. M.. f : X → R uma função real e a ∈ X 0 , com lim f (x) = L e lim f (x) = x→a. Então podemos tomar uma sequência de pontos. lim f (xn ) = L. lim f (xn ) = M .. e. x→a. xn ∈ X −{a} com lim xn = a.. Pela unicidade do limite da sequência. f (xn ),. Assim,. segue que. L = M.. Proposição 2.33. (Operações com limites de funções) Sejam f, g : X → R, a ∈ X 0 , lim f (x) = L. com. i) ii) iii). e. x→a. lim g(x) = M .. x→a. Então. lim f (x) ± g(x) = L ± M ;. x→a. lim f (x) · g(x) = L · M ;. x→a. lim f (x)/g(x) = L/M ,. se. x→a. M 6= 0.. Demonstração. Este resultado também pode ser lido em [5], pág. 65.. funções contínuas. 2.4. As funções contínuas são muito importantes em matemática. Muitos resultados são válidos apenas para funções deste tipo.. No próximo capítulo, apresentaremos alguns. métodos de resolução de equações que são aplicados aos casos que envolvem funções contínuas.. Denição 2.34.. Uma função. lim f (x) = f (a).. Quando. x→a. função. f :X→R. Exemplo 2.35. x3 −2x2 x−2 que. =. x2 (x−2) x−2. f. Seja a função. = x2 .. x = 2.. x→2. é dita contínua no ponto. não é contínua em. é contínua quando. f. f (2). quando. dizemos que é descontínua em. a.. A. X.. x3 −2x2 . Quando x−2. x 6= 2,. f (x) é igual ao de y = x2 , quando x 6= 2.. Temos. f : R − {2} → R. mas. a,. a ∈ X ∩ X0. é contínua em todos os pontos de. Assim, o gráco de. lim f (x) = lim x2 = 4,. x→2. f :X →R. dada por. f (x) =. não está denido. Assim,. f (x). não é contínua em.

(34) 32. Figura 8: Gráco de. Teorema 2.36. existe. δ>0. Sejam. tal que. f (x) < g(x). Demonstração. Dado então.  > 0,. para todo. existem. f (x) ∈ I. acarretando. Tomando. g(x) ∈ J .. e. f (x) < g(x). δ1 > 0 e se. <. Tomando. a ∈ X,. f (a) < g(a).. com. Então. x ∈ X ∩ (a − δ, a + δ). e. δ2 > 0. x ∈ X ∩ (a − δ1 , a + δ1 ). tal que se. x ∈ X ∩ (a − δ2 , a + δ2 ). δ = min{δ1 , δ2 },. para todo. x3 −2x2 x−2. contínuas no ponto. f (x) ∈ I = (f (a) − , f (a) + ). (g(a) − , g(a) + ). então. f, g : X → R. f (x) =. então. g(x) ∈ J =. x ∈ X ∩ (a − δ, a + δ). temos que se. |f (a)−g(a)| os intervalos 2. I. e. J. serão disjuntos,. x ∈ X ∩ (a − δ, a + δ).. Teorema 2.37. (Teorema do valor intermediário) Seja f : [a, b] → R contínua. f (a) < d < f (b). então existe. c ∈ (a, b). Demonstração. Sejam os conjuntos. d}. e. Tem-se que. f (c) ≥ d,. [a, b] = A ∪ B .. o que implica. não trivial, já que. A. e. B. Se. tal que. f (c) = d.. f (c) = d.. A = {x ∈ [a, b]; f (x) ≤ d}. A ∩ B 6= ∅ Se. são não vazios. Se. então para todo. A∩B = ∅ (a ∈ A. e. intervalo da reta só admite a cisão trivial. Logo,. então. e. B = {x ∈ [a, b]; f (x) ≥. c ∈ A∩B. [a, b] = A ∪ B. b ∈ B).. tem-se. f (c) ≤ d. seria uma cisão. Isto é um absurdo, pois um. A ∩ B 6= ∅,. ou seja, existe. c. tal que. f (c) = d. O Teorema do Valor Intermediário é muito importante para o estudo dos métodos numéricos. Isto porque, sob certas condições, ele assegura a existência de uma raiz para uma equação. Vejamos, no exemplo seguinte, uma aplicação deste teorema.. Exemplo 2.38.. Seja a função. f (x) = x log(x) − 1.. f : X → R,. onde. X = (0, +∞). denida por. Essa função é contínua em seu domínio. Além do mais, temos que.

(35) 33 f (2) = −0, 3979 < 0 fechado. e. f (3) = 0, 4314 > 0.. [2, 3], temos f (2) < 0 < f (3).. f. no intervalo. restrita ao intervalo fechado. [2, 3] satisfaz. f. no intervalo. Então, analisando a função. Assim,. f. às hipóteses do Teorema do Valor Intermediário. Logo existe uma raiz de. (2, 3).. Figura 9: Gráco de. Teorema 2.39.. Seja. f : X → R. compacto então sua imagem. f (X). f (x) = x log(x) − 1. uma função contínua.. Se. X ⊂ R. é um conjunto. também é um conjunto compacto.. Demonstração. A demonstração deste resultado pode ser obtida em ELON, pág. 81.. Corolário 2.40. (Teorema de Weierstrass) Seja f : X → R uma função contínua no conjunto compacto para todo. X ⊂ R.. Então existem. 2.5. e. f (x1 ),. que. f. tais que. f (x0 ) ≤ f (x) ≤ f (x1 ). f (X). é um conjunto compacto. Pela. possui um valor mínimo e um máximo, diga-. respectivamente.. derivadas de funções reais. Denição 2.41. limite. x1 ∈ X. f (X) do conjunto compacto X. proposição 2.29, o conjunto compacto. f (x0 ). e. x ∈ X.. Demonstração. A imagem. mos. x0. Sejam. A derivada da função. f. no ponto. aéo. f (a+h)−f (a) 0 , denotado por f (a). Quando o limite existe, dizemos h 0 0 é derivável no ponto a. Quando f (x) existe para todo x ∈ X ∩ X , dizemos que. lim. x→a. a função. f (x)−f (a) x−a. f : X → R e a ∈ X ∩ X 0.. = lim. f :X→R. derivada segunda de. h→0. é derivável no conjunto. f,. quando. f. X.. Usamos a notação. for duas vezes derivável em. f 00 (x). x ∈ X ∩ X 0.. para indicar a.

(36) 34. Proposição 2.42. (Operações com derivadas de funções) deriváveis em. i) ii). iii). a ∈ X ∩ X 0.. Sejam. f, g : X → R. Então. (f ± g)0 (a) = f 0 (a) ± g 0 (a); (f · g)0 (a) = f 0 (a) · g(a) + f (a) · g 0 (a); (f /g)0 (a) =. f 0 (a) · g(a) − f (a) · g 0 (a) , [g(a)]2. 6= 0.. se g(a). Demonstração. Este resultado também pode ser lido em [5], pág. 93.. Teorema 2.43. (Regra da Cadeia). Sejam. b ∈ Y ∩ Y 0 , f (X) ⊂ Y. f. função composta. e. f (a) = b.. gof : X → R. Se. f : X → R, g : Y → R, a ∈ X ∩ X 0 ,. é derivável em. é derivável em. a. a. g. e. é derivável em. b. então a. (gof )0 (a) = g 0 (f (a)) · f 0 (a).. e. Demonstração. A demonstração deste resultado pode ser obtida em [5], pág. 93.. Teorema 2.44. (Teorema de Rolle) Seja f : [a, b] → R contínua com f (a) = f (b). f. é derivável em. (a, b). então existe. c ∈ (a, b). tal que. f 0 (c) = 0.. Demonstração. Pelo Teorema de Weierstrass, a função. M. em. [a, b].. f 0 (x) = 0 digamos. Se esses valores forem. para todo. c,. x ∈ (a, b).. estiver em. Exemplo 2.45.. (a, b). b. e. vem. c ∈ (0, 5). x = 2, 5.. tal que. Logo,. f (0) = 4 = f (5).. De fato, pois. então existe. derivável em. c ∈ (a, b). Como. tal que. segue que. f 0 (x) = 0,. no ponto de abscissa. 2, 5. é. e. dada por. dx. g 0 (x) = f 0 (x) − d. g(a) = f (a) − da = f (b) − db = g(b).. De. contínua.. Se. f. é. f 0 (c) = [f (b) − f (a)]/(b − a).. f (x). f 0 (c) = [f (b) − f (a)]/(b − a),. [f (b) − f (a)]/(b − a).. Fazendo. f : [a, b] → R. g(x) = f (x) − dx,. são contínuas.. Portanto, pelo Teorema de Rolle, existe. g(x) = f (x) − dx,. Para mostrar que. Seja. g : [a, b] → R. Esta função é contínua, pois. (a, b).. f. Ela é contínua. f 0 (2, 5) = 0.. Demonstração. Consideremos a função. g(a) = g(b).. será constante. Logo. Pelo Teorema de Rolle,. f 0 (x) = 2x − 5.. A reta tangente ao gráco de. Teorema 2.46. (Teorema do Valor Médio) (a, b). f. f : R → R denida por f (x) = x2 − 5x + 4.. paralela ao eixo x. Isto ocorre, pois. derivável em. Assim. m e máximo. f 0 (c) = 0.. f 0 (c) = 0.. c = 2, 5.. possui valor mínimo. m = M.. então. e derivável em todo o seu domínio. Além disso, existe. f. Por outro lado, se um dos valores, mínimo ou máximo,. então. Seja a função. a. Se. c ∈ (a, b). e já que. Além disso, tal que. g 0 (c) = 0. consideremos que. temos. vem. g. é. g 0 (c) = 0. f 0 (c) = d.. g(a) = g(b).. f (a) − da = f (b) − db,. com. Assim,. d = f 0 (c) =.

(37) 35. Figura 10: Exemplo do Teorema de Rolle. Exemplo 2.47.. Ainda considerando a função. Pelo Teorema do Valor Médio, existe Procuremos. c tal que f 0 (c) = 2.. De. f. c ∈ (2, 5). do exemplo 2.45, seja o intervalo tal que. f 0 (c) =. f (5)−f (2) 5−2. =. (2, 5).. 4−(−2) 3. f 0 (c) = 2, vem 2c − 5 = 2 que implica c = 3, 5.. = 2.. A reta. Figura 11: Exemplo do Teorema do Valor Médio. tangente ao gráco de. (2, f (2)). e. (5, f (5)),. Denição 2.48. de. f. f. 3, 5. é paralela à reta secante pelos pontos. conforme gura 11.. Seja. f. uma função derivável em um intervalo aberto. I.. Se o gráco. se situa sempre acima (respectivamente, abaixo) das retas tangentes no intervalo. dizemos que o gráco de. I.. no ponto de abscissa. f. I,. tem concavidade para cima (respectivamente, para baixo) em.

(38) 36. Proposição 2.49. f 00 (x) > 0. Seja. f. uma função duas vezes derivável no intervalo aberto. (respectivamente,. f 00 (x) < 0). para todo. x ∈ I. concavidade para cima (respectivamente, para baixo) em. então o gráco de. I.. Demonstração. A demonstração deste resultado pode ser obtida em [5], pág. 110.. I. f. Se tem.

(39) 37. 3. métodos iterativos: bissecção, falsa posição e ponto fixo. Neste capítulo, apresentaremos alguns métodos numéricos como alternativa na resolução de equações. Esses métodos são aproximativos, isto é, são feitas algumas repetições de cálculos, chamadas iterações, que vão fornecendo soluções tão próximas da solução exata quanto queiramos. Como mencionamos no capítulo 1, numa situação prática, chegar bem próximo da solução exata pode ser tão bom quanto a raiz exata. Por exemplo, suponhamos que uma máquina industrial opere com um braço mecânico que possua uma agulha cuja ponta tenha um diâmetro de um centímetro. Assim, ao mirar o braço numa peça, dependendo da situação, não haverá problema se o centro da ponta da agulha acertar um milímetro fora do ponto certo. Os métodos iterativos são aplicados em resoluções de equações do tipo que. f. f (x) = 0. em. é uma função contínua. Os resultados que abordamos no capítulo anterior servirão. de base para os conceitos que passaremos a apresentar. Em cada seção, vamos mostrar um método, sempre com justicativas e exemplos. A escrita deste capítulo tem referência em [7].. 3.1. método da bissecção. O Método da Bissecção é um método numérico simples para obtenção de raízes de uma função real.. Para iniciar nosso estudo, vamos considerar uma brincadeira entre. duas pessoas, onde uma delas tem que acertar qual número entre 0 e 100 a outra pessoa escolheu. Numa primeira escolha, a pessoa escolhe 50, média aritmética entre 0 e 100. Se ela não acerta, então pergunta à outra se o número é menor ou maior que 50.. Se. a outra pessoa diz que é maior, então o novo palpite é 75, média aritmética entre 50 e 100.. É claro que esta brincadeira terá um m.. A ideia na escolha dos números é ir. reduzindo os intervalos onde está o número procurado. O Método da Bissecção é parecido.

(40) 38 com a brincadeira acima. Determinamos um intervalo inicial que contenha uma raiz. Em seguida, vamos reduzindo a amplitude do intervalo usando médias aritméticas conforme veremos a seguir. Seja. f (x). [a, b]. uma função contínua no intervalo. tal que. do Valor Intermediário garante que existe ao menos um. f (a)f (b) < 0.. c ∈ (a, b). , tal que. O Teorema. f (c) = 0.. objetivo deste método é reduzir a amplitude do intervalo que contém uma raiz de. O. f (x).. Ele é um método iterativo, isto é, consiste de uma sequência de instruções executadas passo a passo.. Cada execução é chamada iteração.. Cada iteração usa resultados das. iterações anteriores. Os métodos iterativos são aproximativos. Então o que obtemos são valores próximos da solução exata. Assim, deve-se estabelecer, inicialmente, uma precisão ou tolerância, para se ter um critério para encerrar as iterações. Existem dois critérios de parada para métodos iterativos. Se a raiz exata de. (a, b). é. c. então. x. i). |x − c| < ;. ii). |f (x)| < .. é raiz aproximada com precisão. Mesmo sem conhecer a raiz exata se. x. e. c. pertencem a. até que se consiga. (a, b). então. c,. c. em. se:. é possível estabelecer o critério i). De fato, pois. |x − c| < b − a.. Assim, basta reduzir o intervalo. [a, b]. b − a < .. Vamos descrever o Método da Bissecção. apenas uma raiz. . f (x). em. Para simplicar, vamos supor que haja. (a, b).. Figura 12: Sequência de aproximações no Método da Bissecção. Fazemos as iterações tomando, inicialmente,. a = a0 , b = b 0 , x 0 =. a0 +b0 . Se 2. f (a0 ) < 0,.

(41) 39 f (b0 ) > 0 e f (x0 ) > 0 então c ∈ (a0 , x0 ), e. b1 = x 0 .. Em seguida,. Escolhe-se agora. e. f (a0 ) · f (x0 ) < 0.. Escolhemos então. a1 = a0. a1 +b1 . Se 2. f (a1 ) < 0, f (b1 ) > 0 e f (x1 ) < 0 então c ∈ (x1 , b1 ).. b2 = b1 .. O processo continua até que o critério de parada. x1 =. a2 = x 1. pois. escolhido seja satisfeito. O Método da Bissecção gera as sequências. an , b n. e, por construção,. cn =. an +bn . Mas 2. essas sequências sempre vão convergir? O método funciona em qualquer caso? O teorema seguinte responderá a essas perguntas.. Teorema 3.1.. Se. f : [a, b] → R. gera uma sequência. cn. é contínua e. que converge para. Demonstração. Sejam as sequências. b0 ,. e. bn ,. an ,. f (a)f (b) < 0,. c ∈ (a, b). lim an = r. e. lim bn = s.. f (c) = 0.. tal que. não decrescente e limitada superiormente por. não crescente e limitada inferiormente por. n→∞. então o Método da Bissecção. a0 .. Então existem. r. e. s. tais que. Como o comprimento de cada intervalo é sempre metade do. n→∞. intervalo anterior, temos que. b n − an =. Então. bn−1 − an−1 bn−2 − an−2 b 0 − a0 = = ··· = . 2 2 2 2n b 0 − a0 = 0. n→∞ 2n. lim (bn − an ) = lim. n→∞. Como. an. e. bn. são convergentes segue que. lim (bn − an ) = lim bn − lim an = 0,. n→∞ donde. lim bn = lim an .. n→∞. n→∞. n→∞. Logo,. r = s.. Seja. n→∞. r = s = c.. Assim,. an + b n c+c = = c, n→∞ 2 2. lim cn = lim. n→∞. provando a primeira parte do teorema. Em cada iteração. n,. tem-se que. f (an )f (bn ) < 0.. Como. 0 ≥ lim f (an )f (bn ) = lim f (an ) · lim f (bn ) = f n→∞. De. 0≥f. . n→∞.    lim an · f lim bn ,. n→∞. n→∞. n→∞. . f. é contínua, vem. . lim an · f. n→∞. . . lim bn .. n→∞. vem. 0 ≥ f (r)f (s) = f (c)f (c) = [f (c)]2 ≥ 0, que acarreta. f (c) = 0,. completando a demonstração.. Como ilustração do Método da Bissecção, apresentamos o exemplo abaixo..

(42) 40. Exemplo 3.2. Temos. Seja a função. f (x) = x log(x) − 1. f (1) = −1, f (2) = −0, 3979, f (3) = 0, 4314.. uma raiz. c. de. f (x). no intervalo. (2, 3).. a0 = 2, b0 = 3 Temos. e. Como. x > 0.. f (2) < 0. e. f (3) > 0,. existe. Iniciamos o método da bissecção fazendo. a0 + b 0 2+3 = = 2, 5. 2 2. x0 =. f (2) = −0, 3979 < 0, f (2, 5) = −5, 15 · 10−3 < 0. c ∈ (2.5, 3).. e. f (3) = 0, 4314 > 0.. Logo,. Tomamos. a1 = 2, 5, b1 = 3 Temos. contínua se. e. x1 =. f (2, 5) < 0, f (2, 75) = 0, 2082 > 0. e. 2, 5 + 3 = 2, 75. 2. f (3) > 0.. Daí,. c ∈ (2.5, 2.75).. O processo. segue conforme tabela abaixo:. x2 = 2, 625. x3 = 2, 5625. x4 = 2, 5312. x5 = 2, 5156. x6 = 2, 5078. f (x2 ) = 0, 1002. f (x3 ) = 0, 0472. f (x4 ) = 0, 0209. f (x5 ) = 7, 85 · 10−3. f (x6 ) = 1, 35 · 10−3. Considerando o intervalo. (2.5, 2.5078),. temos as precisões. 1 = |2, 5078 − 2, 5| = 0, 078 < 0, 1. 3.2. e. 2 = |f (x6 )| = 1, 35 · 10−3 < 0, 01.. método da falsa posição. O Método da Falsa Posição é outro método iterativo usado para obtenção de soluções de equações. No entanto, suas origens remontam ao Egito e à China antiga. Os procedimentos que serão aqui apresentados foram inspirados nas técnicas antigas para resolução de problemas. Analisando historicamente o método da falsa posição, podemos citar o papiro Rhind, um documento com registros deixados por escribas do Egito antigo. Nele há 85 problemas, dentre os quais destacamos o de número 26:. Uma quantidade e o seu quarto adicionado tornam-se 15. Qual é esta quantidade? A técnica usada pelo escriba consistia em escolher um valor inicial, que não precisava ser o verdadeiro.. Em seguida, eram feitas devidas correções na escolha inicial com o. objetivo de se chegar à solução do problema.. O enunciado do problema menciona a. fração "um quarto". No entanto, para evitar a fração, o escriba escolhia inicialmente o número 4 e raciocinava da seguinte forma: 4 mais um quarto de 4 é igual a 5.. Como. o resultado deve ser 15, o triplo de 5, a escolha inicial era multiplicada por 3, ou seja,. 4 · 3 = 12.. O número 12 é a solução do problema..

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