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Análise da perda territorial no município de Ijuí em decorrência das emancipações municipais

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DACEC – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

ANÁLISE DA PERDA TERRITORIAL NO MUNICIPIO DE IJUÍ EM

DECORRÊNCIA DAS EMANCIPAÇOES MUNICIPAIS

EVERTON ALENCAR JESKE BIHAIN

Ijuí – RS 2013

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EVERTON ALENCAR JESKE BIHAIN

ANÁLISE DA PERDA TERRITORIAL NO MUNICIPIO DE IJUÍ EM

DECORRÊNCIA DAS EMANCIPAÇOES MUNICIPAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Ciências Econômicas, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em Economia.

Orientador: Prof. Romualdo Kohler

Ijuí – RS 2013

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DEDICATÓRIA

Primeiramente dedico a Deus por ter me dado saúde, sabedoria e força.

A minha família que me apoiou sempre, que desde o início da graduação não me deixou desistir em momentos de desânimo e de impotência perante as falhas.

Dedico este estudo com muita alegria ao meu orientador Romualdo Kohler e a todas as pessoas que compartilharam comigo esse momento.

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AGRADECIMENTOS

A Deus que me deu forças necessárias para superar as dificuldades encontradas, e por tudo que ele tem me proporcionado.

Ao professor orientador por ter confiado em mim, e ter aceitado mais esse desafio comigo, por ter me dado dicas e sempre quando procurado colaborou muito para o andamento desse trabalho.

Agradeço aos meus pais e meus irmãos que sempre estão ao meu lado em todas minhas decisões e nesse momento não foi diferente.

A todos que me auxiliaram e me apoiaram, colegas e amigos, o meu profundo agradecimento.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Localização de Ijuí no Brasil ... 10 Figura 2 – Divisão municipal do Rio Grande do Sul em 1890 ... 12 Figura 3 – Divisão territorial do Rio Grande do Sul em 1912, com destaque para Ijuí ... 13 Figura 4 – Evolução territorial do município de Ijuí ... 17 Figura 5 – Atual divisão territorial do Rio Grande do Sul com destaque para Ijuí ... 18

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Evolução da área territorial de Ijuí e percentual representativo no território do Estado ... 16 Tabela 2 – Evolução da área territorial do Território Original de Ijuí ... 19 Tabela 3 – População urbana, rural e total de Ijuí, Território Original de Ijuí e Território sem Ijuí (1920-2010) ... 21 Tabela 4 – Estrutura etária da população de Ijuí, Território Original de Ijuí e Região sem Ijuí no ano de 2010 ... 26

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Evolução da população total de Ijuí, Território Original de Ijuí e a Território sem Ijuí, no período de 1920-2010 ... 22 Gráfico 2 – Taxa de urbanização de Ijuí, Território Original de Ijuí e do Território sem Ijuí, no período de 1920-2010 ... 23 Gráfico 3 – Densidade demográfica de Ijuí, Território Original, Território sem Ijuí e Rio Grande do Sul, no período de 1920-2010 ... 24 Gráfico 4 – Taxa de feminilidade de Ijuí, Território Original de Ijuí e do Território sem Ijuí, no período de 1970-2010 ... 25 Gráfico 5 – Pirâmide etária, Território Original de Ijuí e do Território sem Ijuí no ano de 2010 ... 27 Gráfico 6 – Evolução do PIB Total – Ijuí, Território Original de Ijuí e Território sem Ijuí, no período de 1939-2010, em R$ de 2000 ... 30 Gráfico 7 – Participação do PIB Total no Rio Grande do Sul – Ijuí, Território Original de Ijuí e Território sem Ijuí, no período de 1939-2010 ... 33 Gráfico 8 – Evolução do PIB Agropecuário – Ijuí, Território sem Ijuí e Território Original de Ijuí, no período de 1939-2010, em R$ de 2000 ... 35 Gráfico 9 – Participação do PIB Agropecuário no Rio Grande do Sul – Ijuí, Território sem Ijuí e Território Original de Ijuí, no período de 1939-2010 ... 36 Gráfico 10 – Evolução do PIB Indústria – Ijuí, Território sem Ijuí e Território Original de Ijuí, no período de 1939-2010, em R$ de 2000 ... 37 Gráfico 11 – Participação do PIB Indústria no Rio Grande do Sul – Ijuí, Território sem Ijuí e Território Original de Ijuí, no período de 1939-2010 ... 39 Gráfico 12 – Evolução do PIB Serviços Ijuí, Território sem Ijuí e Território Original de Ijuí, no período de 1939-2010, em R$ de 2000 ... 40 Gráfico 13 – Participação do PIB Serviços no Rio Grande do Sul – Ijuí, Território Original de Ijuí e Território sem Ijuí, no período de 1939-2010 ... 41

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 8

1 ASPECTOS HISTÓRICOS E TERRITORIAIS DO MUNICÍPIO DE IJUÍ ... 10

2 ANÁLISE DOS INDICADORES DEMOGRÁFICOS ... 20

2.1 EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA E RURAL ... 20

2.2 A DINÂMICA DA URBANIZAÇÃO NO MUNICÍPIO ... 22

2.3 DENSIDADE DEMOGRÁFICA ... 24

2.4 EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO POR GÊNERO ... 25

2.5 POPULAÇÃO POR FAIXA ETÁRIA ... 26

3 ANÁLISE DOS INDICADORES ECONÔMICOS ... 29

3.1 A EVOLUÇÃO DO PIB TOTAL ... 29

3.2 A EVOLUÇÃO DO PIB SETORES ... 34

3.2.1 Setor Primário ... 34

3.2.2 Setor Secundário ... 37

3.2.3 Setor Terciário ... 39

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 42

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INTRODUÇÃO

Primeiramente será apresentado um pouco do contexto histórico de Ijuí, trazendo um pouco da formação do município, de onde surgiu o nome e muitas outras características básicas que caracterizam Ijuí. O processo de perda territorial do município de Ijuí conforme os anos em consequências dos desmembramentos municipais. E, por fim, da primeira parte do trabalho a reconstrução territorial de Ijuí buscando os dados territoriais de Ajuricaba, Bozano, Catuípe, Augusto Pestana, Coronel Barros e Nova Ramada. O município de Nova Ramada quando formado obteve uma área de Panambi, mas Catuípe e Augusto Pestana após se emanciparem de Ijuí perderam áreas para os municípios vizinhos, sendo assim essa perda praticamente dá um empate técnico em área, o que possibilita utilizar a totalidade dos dados de Nova Ramada.

Este trabalho procura comparar os indicadores do município de Ijuí, com o território inicial quando de sua criação para medir o impacto das emancipações dos municípios de Catuípe, Ajuricaba, Bozano, Coronel Barros, Augusto Pestana e Boa Vista do Cadeado. Mostrar como hoje se comportaria o município na questão populacional, destacando o PIB Total e PIB Setores dando uma dimensão do que seria hoje o Território Original de Ijuí. Fazer a comparação de Ijuí com o Território Original de Ijuí e, também, fazer uma pequena comparação atual de Ijuí com os municípios que já pertenceram a Ijuí e ver o que eles representam hoje em valores perto do que Ijuí representa, mostrando assim a perda que o município de Ijuí teve.

Como em todo município que perde território aqui em Ijuí não foi diferente a questão populacional, e isso será mostrado em alguns pontos nesse trabalho, como foi a perda populacional, qual zona foi mais prejudicada com essas emancipações, qual diferença teria a densidade demográfica, e claro tudo isso ao mesmo tempo

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comparado com o Território Original de Ijuí e com o Estado do Rio Grande do Sul, possibilitando ver no âmbito populacional o município como poderia ser, mas isso sempre tendo como base de comparações o nosso Estado para podermos analisar as variações obtidas com esses resultados. A evolução populacional por gênero será analisada e comparada demonstrando a taxa de feminilidade e tendo em base os dados censitários de 2010 será demonstrada a estrutura etária atual de Ijuí e do Território Original de Ijuí.

E, por fim, analisar e demonstrar a comparação do que representa o PIB Total de Ijuí, Território Original de Ijuí e do Território sem Ijuí, para ver quais as grandes diferenças nos valores das curvas, seguido por uma comparação na participação do PIB Total no Estado do Rio Grande do Sul. O PIB Setores será analisado da mesma forma em comparação de Ijuí, Território Original de Ijuí e Território sem Ijuí e também terão a mesma linha de análise da participação do PIB Setores no Estado do Rio Grande do Sul.

A ideia do trabalho é mostrar o que Ijuí poderia alcançar na sua totalidade de dados e suas respectivas perdas nos aspectos que serão demonstrados a seguir. E após demonstrar os aspectos que sofreram modificações fazer a consideração final, a análise necessária, mostrando se foi alcançado o objetivo inicial.

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1 ASPECTOS HISTÓRICOS E TERRITORIAIS DO MUNICÍPIO DE IJUÍ

Esse capítulo busca resgatar um pouco a história do município de Ijuí, fatos e acontecimentos que lhe deram origem e que explicam em parte o que hoje representa este município.

O município de Ijuí até a segunda metade do século XIX, não existe data precisa, era apenas uma zona de mata cerrada. Os primeiros registros datam em torno de 1850, quando o Governo da Província mandou abrir uma picada por entre a mata costeira do Rio Conceição, visando reduzir o trajeto entre Cruz Alta e Santo Ângelo, esta picada tinha início onde hoje se encontra a Vila de Alto da União, até então percorrido por campo, costeando a mata nativa. A picada recebeu o nome de Conceição porque o rio foi a baliza de travessia e direção aos colonizadores.

Figura 1 – Localização de Ijuí no Brasil

Fonte: Kohler (2008, p. 17). Elaborado a partir da Malha Municipal do IBGE e dos dados disponíveis na coleção ESRI Data & Mapas.

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Para que fosse possível trafegar pela picada, instalaram-se peões responsáveis pelas periódicas limpezas, constituindo-se nos primeiros moradores permanentes. O nome passou de Picada da Conceição para Barreiro, em função de um lamaçal formado por uma vertente de água mineral.

Assim, os povos indígenas foram os primeiros a pisar o solo da região, seguidos pelos imigrantes de origem afro-brasileiros, luso-brasileiros e descendentes de imigrantes europeus, inicialmente famílias de origem italiana, oriundas da Colônia de Silveira Martins na década de 80 do século XIX. Iniciava-se então, uma grande miscigenação de etnias que caracteriza Ijuí como “Terras das Culturas Diversificadas”.

Os imigrantes europeus se depararam com um ambiente natural hostil, diferenças étnicas, culturais, ideológicas, religiosas e, principalmente, a inexperiência na agricultura, pois o povo que aqui habitava não tinha tradição agrícola. Mas em 1899, o engenheiro Augusto Pestana e diretor da colônia se deu conta que seria mais fácil e barato assentar famílias que viessem para a agricultura.

A Colônia de Ijuhy (que na língua Guarani significa “Rio das Águas Claras” ou “Rio das Águas Divinas”) foi inaugurada em 19 de outubro de 1890 contando já com 18 etnias. O codinome “Colmeia do Trabalho” foi escolhido em outubro de 1944 em um concurso promovido pelo Jornal Correio Serrano.

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Figura 2 – Divisão municipal do Rio Grande do Sul em 1890 Fonte: Kohler (2008, p. 18). Elaborado a partir da base cartográfica disponibilizada pela Divisão de Geografia e Cartografia da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento do Rio

Grande do Sul, compilada para a publicação: ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Assembleia Legislativa. Comissão de Assuntos Municipais. Evolução Municipal do

Rio Grande do Sul: 1809-1996. Porto Alegre: [s.n.], 2002.

Constituindo um empreendimento oficial e planejado, o Governo mandou medir 1000 lotes de 25 hectares cada, encaminhando imigrantes europeus. O colono que ali se estabelecia, recebia a terra e auxílio à sua instalação, para pagamento em cinco anos, além de ter possibilidade de prestar serviços ao Estado (construção de estradas, caminhos e outras obras nos núcleos coloniais) mediante remuneração para sua manutenção até que o lote começasse a produzir efetivamente.

O colono evidentemente dependia do Estado, pois tanto a compra do lote como as subvenções despendidas foram os mecanismos que propiciaram o controle direto da direção da Colônia sobre a vida do novo agricultor, assegurando desse modo a produção de excedentes para o mercado.

Com a estruturação do espaço rural, surge a figura do comerciante, então o intermediário da circulação de mercadorias (frutos e insumos) da agropecuária colonial.

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Ele será figura destacada e fundamental no desenvolvimento de Ijuí. A economia local ganhou novo impulso com a inauguração da estrada de ferro em 19 de outubro de 1911, pois facilitou o intercâmbio de mercadorias, valorizou as terras que quadruplicaram de valor e incentivou a produção de exportáveis (a produção dobrou e a exportação triplicou), incrementando sobremaneira o comércio local.

Por decreto de 30 de janeiro de 1912 criava-se o município de Ijuhy, instalado em 02 de fevereiro de 1912. O mapa a seguir (figura 3) representa a localização e o primeiro território do município, onde se observa a estrutura administrativa territorial do Estado do Rio Grande do Sul com apenas 68 municípios, muito diferente em relação à sua correspondência contemporânea, de 496 municípios.

Figura 3 – Divisão territorial do Rio Grande do Sul em 1912, com destaque para Ijuí

Fonte: Kohler (2008, p. 20). Elaborado a partir da base cartográfica disponibilizada pela Divisão de Geografia e Cartografia da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento do Rio

Grande do Sul, compilada para a publicação: ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Assembleia Legislativa. Comissão de Assuntos Municipais. Evolução Municipal do

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Segundo Lazzarotto, no caderno nº 6, do Museu Antropológico “Diretor Pestana”, editado em 1977, citando o relatório de 1912 da Comissão de Terras e Colonização de Ijuhy, em que constam dados para um diagnóstico socioeconômico do então município:

A população de Ijuí era calculada entre 25 a 28.000 habitantes. “A Colônia Ijuhy é a mais bem dotada de viação de rodagens do Estado”. Realmente havia “300 quilômetros de estradas carroçáveis e 500 quilômetros de caminhos vicinais... Pontes em todos os rios e arroios. No Ijuhy Grande, além da ponte há 8 barcas”. Funcionavam 32 escolas, sendo 12 mantidas pelo governo do Estado, 4 municipais e 16 particulares. A matrícula era de 1.600 crianças. Havia “70 casas de comércio, 16 serrarias a vapor, 1 serraria hidráulica, 28 moinhos hidráulicos para milho, trigo e centeio, 4 moinhos a vapor para os mesmos cereais, 42 engenhos de cana, 11 fábricas de cerveja e gasosa, 2 de banha (refinarias), 19 ferrarias e fábricas de carroças e carros, 6 olarias, 2 carpintarias a vapor, 5 curtumes, 3 atafonas (fábricas de farinha de mandioca), 3 padarias, 6 funilarias, 4 engenhos a vapor de beneficiar arroz, 4 engenhos hidráulicos para o mesmo cereal, 9 hospedarias e restaurantes, 4 hotéis, 3 açougues, 7 alfaiatarias, 5 sapatarias, 4 barbearias, 3 depósitos de madeiras, 2 armazéns de consignação e despacho de mercadorias, 2 relojoarias, 1 tipografia, 5 médicos, 2 advogados, 1 fábrica de mobílias de vime, 85 fábricas de manteiga de nata doce, 1 ourivesaria, 1 depósito de cal, 1 fábrica de móveis de madeira, 1 fotógrafo, 1 oficina mecânica e armeiro, 1 bazar, 1 pedreiro construtor”. A produção era calculada em 5.000 contos e a exportação em 2.500 a 3.000 contos. Exportava-se banha, fumo, feijão, milho, madeiras em toras, tábuas, linhas, pranchões, caibros, ripas e esteios (LAZZAROTTO, 1977).

Vale registrar ainda que no ano de 1917, a partir de contratação particular, instalou-se a iluminação elétrica na Rua do Comércio, por ser a mais movimentada. Este foi outro fator relevante a se destacar no desenvolvimento do município. Em 1923 a Prefeitura Municipal inaugurou usina própria, aproveitando uma queda do rio Potiribú, próximo à cidade. A 05 de outubro de 1948 entrou em funcionamento uma turbina a vapor. A 10 de setembro de 1951 o grupo Diesel. Em 1959, entrou em funcionamento o 1º grupo gerador na usina de Passo de Ajuricaba e ali, em 1976, começou a funcionar o 2º grupo gerador (KOHLER, 2008, p. 21).

Grande parte da energia consumida em Ijuí, até nossos dias, é produzida no município, de domínio do Poder Público Municipal, certamente um fator altamente positivo ao seu desenvolvimento.

O comércio exuberante, capitaneado pelo fato de ter sido a primeira colônia do Noroeste do Estado, aliado a policultura de subsistência, com venda de excedentes, fundada em uma estrutura agrária minifundiária, criaram estreitas relações com a indústria: o porco fornecia matéria-prima para as refinarias de banha,

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frigoríficos e indústria de couro; o milho, alimento da família colonial, além do porco, era largamente exportado e também foi industrializado na forma de farinha; a indústria de laticínios originou-se da ordenha; as fundições forneciam instrumentos e engenhos mecânicos à produção agrícola (KOHLER, 2008, p. 21).

A partir da década de 60 a policultura foi sendo substituída pelo binômio trigo-soja, praticamente imposta por políticas públicas do Governo Federal. A triticultura que teve seu auge no período de 1969-1971 à custa de propaganda e financiamentos oficiais cede espaço a partir de 1972 à cultura da soja que, em função dos incentivos e lucros crescentes, assume a ponta da produção agropecuária local estendendo-se até nossos dias. Assim, a policultura de subsistência e venda de excedentes dá espaço à lavoura mecanizada comercial dependente do comportamento de um único produto, a soja, por sua vez, condicionada ao mercado internacional.

De outro lado, as políticas públicas abriram espaço para os mercados nacionais de produtos manufaturados, o que levou ao desaparecimento das pequenas empresas industriais que atuavam no mercado local e não se adequaram aos novos tempos. Da mesma forma, o processo de substituição da policultura por uma agricultura mecanizada, provocou êxodo rural, pela substituição do homem pela máquina e abriu espaço para outro perfil de casas comerciais de produtos manufaturados, principalmente, de empresas ligadas à nova agricultura (KOHLER, 2008, p. 22).

As mudanças de rumo da economia de Ijuí são apontadas por Lazzarotto (1977):

Parece cedo ainda para avaliar todas as consequências, boas e ruins, desta rápida mudança. Se, por um lado deu certa segurança aos agricultores que se integraram no processo, por outro, tirou-lhes autonomia colocando-os quase na total dependência dos bancos e das multinacionais que vendem os insumos e compram o produto final. (LAZZAROTTO, 1977).

Em todo o contexto da história evolutiva do município de Ijuí, se deve considerar também a reestruturação territorial pela qual passou. O acelerado processo de ocupação do território gaúcho por frentes expansionistas e colonizadoras aumentou significativamente o número de municípios do Estado que, em 1912, era de 68, passando para 496 na atualidade.

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A tabela 1 apresenta a evolução absoluta da área territorial de Ijuí e a sua participação relativa no território do Estado do Rio Grande do Sul, partindo de 0,711% em 1912 para 0,245% em 2001, o que se mantém atualmente por não ter acontecido mais nenhuma mudança territorial na região que afeta o município de Ijuí.

Tabela 1 – Evolução da área territorial de Ijuí e percentual representativo no território do Estado ANO ÁREA (Kms²) % no RS 1912 2002 0.711 1961 1971 0.700 1965 1053 0.374 1992 904 0.321 2001 689 0.245 2010 689 0.245

Fonte: Calculado a partir das Bases Cartográficas disponibilizadas pela Divisão de Geografia e Cartografia da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento e das Malhas Municipais Digitais do IBGE.

Estes desdobramentos territoriais reduziram de forma absoluta a área geográfica do município em 65,58% ao longo dos anos de 2.002 km2 para 689 km2 em 2001, que se manteve inalterado até o ano de 2010 sem nenhuma mudança territorial.

Para melhor ilustrar este fato, apresentamos graficamente esta evolução territorial do município de Ijuí, conforme a figura 4, que mostra com detalhes o processo de evolução da configuração territorial de Ijuí, desde sua emancipação, a partir de Cruz Alta, até 2001, o que se estende aos dias atuais.

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Figura 4 – Evolução territorial do município de Ijuí

Fonte: Kohler (2008, p. 23). Elaborado a partir da base cartográfica disponibilizada pela Divisão de Geografia e Cartografia da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento do Rio

Grande do Sul, compilada para a publicação: ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Assembleia Legislativa. Comissão de Assuntos Municipais. Evolução Municipal do

Rio Grande do Sul: 1809-1996. Porto Alegre: [s.n.], 2002.

Por fim, a figura 5, a seguir, caracteriza a atual estratificação administrativa territorial dos municípios no Rio Grande do Sul, com destaque para o município de Ijuí, com vistas a atualizar o dimensionamento territorial do município no Estado.

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Figura 5 – Atual divisão territorial do Rio Grande do Sul com destaque para Ijuí Fonte: Kohler (2008, p. 24). Elaborado a partir da base cartográfica disponibilizada pela Divisão de Geografia e Cartografia da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento do Rio

Grande do Sul, compilada para a publicação: ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Assembleia Legislativa. Comissão de Assuntos Municipais. Evolução Municipal do

Rio Grande do Sul: 1809-1996. Porto Alegre: [s.n.], 2002.

A tabela 2 está mostrando a reconstituição territorial de Ijuí, pois será o ponto principal do trabalho. Nessa tabela está representada a área original de Ijuí onde estou recuperando os municípios que antigamente representavam apenas distritos de Ijuí.

Em destaque azul na tabela 2 está Nova Ramada, um município que quando emancipado pegou área de Ajuricaba (original de Ijuí) e também do município de Panambi (não pertencente ao Território Original de Ijuí), porém teve-se perda de área nas cidades de Catuípe e Augusto Pestana para cidades vizinhas que não pertenciam ao Território Original de Ijuí, e essas perdas de território tem praticamente um empate na área que Nova Ramada pegou de Panambi.

Assim ao utilizar os dados de Nova Ramada se compensara as perdas que se teve a outros municípios sem ter nenhuma alteração drástica tendo um resultado absolutamente próximo ao que seria o real se hoje ainda fossemos a Grande Ijuí sem nenhuma emancipação.

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Tabela 2 – Evolução da área territorial do Território Original de Ijuí Município 1920 1940 1960 1970 1980 1985 1991 1995 1998 2000 2010 Ijuí 2.412,00 2.136,00 2.099,00 1.104,00 1.104,00 1.104,00 1.015,40 907,00 907,50 906,20 689,10 Catuípe 805,00 805,00 805,00 622,00 612,00 612,60 611,70 583,30 Ajuricaba 422,00 422,00 422,00 591,30 591,00 335,30 334,80 323,20 Nova Ramada 256,00 255,60 254,80 Augusto Pestana 485,00 485,00 485,00 442,50 388,00 388,50 388,00 347,40 Coronel Barros 161,00 161,80 161,60 162,90 Bozano 201,00 Territorio Original Ijuí 2.412,00 2.136,00 2.099,00 2.816,00 2.816,00 2.816,00 2.671,20 2.659,00 2.661,70 2.657,90 2.561,70

Fonte: Calculado a partir das bases cartográficas disponibilizadas pela Divisão de Geografia e Cartografia da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento e das Malhas Municipais Digitais do IPEADATA.

Ijuí hoje tem 689,10 km2 e está na posição 1640 de maior território entre os municípios no Brasil. O Território Original de Ijuí hoje ocuparia a posição de 597 com um território de 2.561,70 km2. No Estado do Rio Grande do Sul com o Território Original atingiria a posição 21 entre os municípios com 2.561,70 km2, mas atualmente Ijuí com 689,10 km2 está com a posição de 89 municípios com maior área no Estado.

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2 ANÁLISE DOS INDICADORES DEMOGRÁFICOS

Neste capítulo serão abordados os aspectos demográficos e sociais do município de Ijuí. O capítulo irá mostrar a evolução demográfica de Ijuí ao longo do tempo e do Território Original de Ijuí e o Território sem Ijuí para demonstrar a perda que se teve aos municípios desintegrados.

2.1 EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA E RURAL

Para o período considerado no presente estudo, 1920-2010, segundo os dados censitários e de contagem da população apresentados na tabela 3 e representados no gráfico 1, Ijuí apresentou um acréscimo em sua população de 50.615 habitantes, passando de 28.300 habitantes em 1920 para 78.915 habitantes em 2010, o que representa uma variação relativa total de 178,85% no período destacado. De outro modo, a tabela 3 também apresenta a evolução da população urbana e rural, evidenciando o processo de urbanização no município de Ijuí, visto que em 1920 a população urbana representava 6,36% e passa para 90,67% em 2010, logicamente em detrimento da redução relativa da população rural.

O ponto que chamaria atenção se hoje nos contássemos o Território Original de Ijuí é que de 28.300 habitantes chegaria para o alto número de 109.685 habitantes, ou seja, se teria um aumento de 30.770 habitantes a mais do que Ijuí tem atualmente, segundo o censo de 2010 tem 78.915 habitantes. No começo das emancipações no ano de 1970 a perda populacional chegou a 36.475 habitantes.

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Tabela 3 – População urbana, rural e total de Ijuí, Território Original de Ijuí e Território sem Ijuí (1920-2010)

ANO URBANA RURAL TOTAL

HAB % HAB % HAB

1920 1800 6,36 26500 93,64 28300 1940 6111 14,23 36823 85,77 42934 1950 9472 19,13 40037 80,87 49509 1960 21399 33,78 41951 66,22 63350 1970 31768 60,24 20970 39,76 52738 1980 53958 76,07 16974 23,93 70932 1991 60859 80,98 14298 19,02 75157 2000 67397 85,9 11064 14,1 78461 2010 71550 90,67 7365 9,33 78915

ANO URBANA RURAL TOTAL

HAB % HAB % HAB

1920 1800 6,360424 26500 93,63958 28300 1940 6111 14,23347 36823 85,76653 42934 1950 9472 19,13188 40037 80,86812 49509 1960 21399 33,77901 41951 66,22099 63350 1970 36837 41,29107 52376 58,70893 89213 1980 64246 60,46512 42007 39,53488 106253 1991 72894 68,88555 32925 31,11445 105819 2000 81519 74,29866 28199 25,70134 109718 2010 87705 79,9608 21980 20,0392 109685

ANO URBANA RURAL TOTAL

HAB % HAB % HAB

1920 0 0 0 1940 0 0 0 1950 0 0 0 1960 0 0 0 1970 5069 13,89719 31406 86,10281 36475 1980 10288 29,12715 25033 70,87285 35321 1991 12035 39,25054 18627 60,74946 30662 2000 14122 45,18028 17135 54,81972 31257 2010 16155 52,50244 14615 47,49756 30770 IJUÍ

TERRITÓRIO ORIGINAL DE IJUÍ

REGIÃO SEM IJUÍ

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22

O gráfico 1 dá uma ideia da diferença quanto a população hoje em Ijuí caso não estivesse mantido o Território Original de Ijuí. Observa-se a partir de 1970 a perda populacional de Ijuí para os agora então municípios vizinhos devido às emancipações. E também está exposta no gráfico a contagem real do censo 2010 de Ijuí quanto à população em Ijuí.

Gráfico 1 – Evolução da população total de Ijuí, Território Original de Ijuí e a Território sem Ijuí, no período de 1920-2010

Fonte: Dados da tabela 3.

2.2 A DINÂMICA DA URBANIZAÇÃO NO MUNICÍPIO

Segundo critérios demográficos, Ijuí apresentou um predomínio da população rural até o registro da década de 1960 com 41.951 pessoas ou 62,22% da população, já se não tivessem ocorrido as emancipações municipais o Território Original de Ijuí teria predomínio da população rural até 1970 em que 58,71 da população total, ou 52.376 pessoas, estariam concentradas na zona rural, contra respectivos 41,29% ou 36.837 habitantes na zona urbana.

O gráfico 2 mostra a taxa de urbanização do município de Ijuí, do Território Original de Ijuí e do Território sem Ijuí, onde observa-se que Ijuí tem a população urbana maior que a rural e que com a recomposição territorial teria uma pequena queda logicamente por aumentar sua área.

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Gráfico 2 – Taxa de urbanização de Ijuí, Território Original de Ijuí e do Território sem Ijuí, no período de 1920-2010

Fonte: Dados da tabela 3.

Ao observar no gráfico o Território Original de Ijuí pode se dizer que a população rural vinha crescendo em números absolutos até 1970 como mostra o gráfico 3 igualmente o que aconteceu com Ijuí só que nesse caso obteve crescimento até 1960. Remontando o Território Original não sofrendo o desmembramento de municípios a população rural caiu sendo menor que a urbana a partir de 1970 e a causa principal da perda de população na área rural no período subsequente, que se estende até nossos dias seria o processo de êxodo rural provocado pela modernização agrícola e não o desmembramento de municípios.

O Território sem Ijuí passou em número a população rural a partir de 2010 como mostrou o último gráfico, o que pode ser um indicativo de que se essas cidades não tivessem sido emancipadas certamente hoje estas localidades estariam com um número menor de população, pois muitas pessoas iriam fazer moradia em Ijuí ou em outras cidades, pois estariam buscando sair do interior e assim com esses municípios mesmo que pequenos eles ainda acolhem a sua população que quer mudar do campo para a cidade.

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2.3 DENSIDADE DEMOGRÁFICA

Relacionando a população total residente em uma cidade com a área territorial, o parâmetro densidade demográfica é indicativo da distribuição espacial média dos efetivos demográficos na tal cidade. No gráfico 3 serão apresentados esses dados de densidade demográfica do município de Ijuí, do Território Original e do Território sem Ijuí, num comparativo com os dados do Rio Grande do Sul e da cidade de Ijuí.

Gráfico 3 – Densidade demográfica de Ijuí, Território Original, Território sem Ijuí e Rio Grande do Sul, no período de 1920-2010

Fonte: IBGE – Dados censitários.

Em 1920, o município de Ijuí apresentava 14,14 hab./km2 e o Estado do Rio Grande do Sul, 7,75 hab./km2, o que indicava uma ocupação do solo superior no município de 4,85 vezes a ocupação estadual. Em 2010 os registros mostram 114,52 hab./km2 em Ijuí e de 37,91 hab./km2 no Estado.

Sem as emancipações municipais esta proporção também aumenta, mas não na mesma proporção de que Ijuí aumentou com enxugamento territorial. E a ocupação no Território Original de Ijuí em 2010 ficaria em 42,82 hab./km2, um

número muito próximo à ocupação do Estado em km.

O Território sem Ijuí nesse aspecto mostra um lado interessante de que o que mais Ijuí perdeu foi território, nesse tópico tira-se uma conclusão simples, este Território sem Ijuí sempre vem diminuindo o número de pessoas por km2, mas como

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não é impossível aumentar a área fica óbvio que estes municípios estão perdendo habitantes que em 2010 chega a 16,43 habitantes por km2. E quando reformulado o

Território Original de Ijuí o número chega a 42,82 habitantes por km2 o que significa 72 habitantes por km2 a menos que Ijuí.

Este indicativo aponta que Ijuí teve um processo local mais acelerado na concentração populacional por dimensionamento territorial certamente influenciado pelos movimentos de desmembramento territorial, que agudizou a taxa de urbanização local.

Mas em relação à média gaúcha considerando o Território Original de Ijuí iríamos ter praticamente o mesmo processo lento na taxa de ocupação populacional por km2 que o Estado por que ainda teríamos um território com mais área agrícola e concentração de população em alguns distritos que hoje são municípios.

2.4 EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO POR GÊNERO

Para detalhar mais um pouco, se elaborou o gráfico 4 que permite melhor acompanhar a evolução da distribuição por gênero desta região. Observa-se que, com a exceção de 1970 no Território Original de Ijuí a população feminina supera em número de habitantes do sexo masculino, o número de mulheres é superior ao dos homens, sendo possível observar a diferença no gráfico.

Gráfico 4 – Taxa de feminilidade de Ijuí, Território Original de Ijuí e do Território sem Ijuí, no período de 1970-2010

Fonte: Calculado a partir das bases cartográficas disponibilizadas pela Divisão de Geografia e Cartografia da Secretaria Estadual de Agricultura e

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No município de Ijuí o número de mulheres sempre superou o número de homens, mostrando que a partir do ano de 2000 começa a ter um pequeno aumento nessa taxa. Dá para se dizer que a taxa de feminilidade tende a cada vez mais aumentar, pois o Território sem Ijuí alcançou a maioria de sua população de sexo feminino a partir dos anos 2000, ou seja, no mesmo momento que Ijuí começa ter mais aumento nessa taxa mostrando que essa estatística com o passar do tempo tende a aumentar cada vez mais.

2.5 POPULAÇÃO POR FAIXA ETÁRIA

Observando-se a estrutura etária do município de Ijuí, Território Original de Ijuí e Região sem Ijuí de acordo com a tabela 4, demonstrado visualmente no gráfico 5, sabendo que há uma ampliação de expectativa de vida da população pelo declínio da taxa de mortalidade vendo que a população na faixa etária de 15 a 64 é bem superior em número perto das outras faixas etárias sabe-se que futuramente aumentará o número de habitantes com mais idade, ou seja, o número de habitantes com idade acima de 65 anos aumentará mais com o passar do tempo.

Tabela 4 – Estrutura etária da população de Ijuí, Território Original de Ijuí e Região sem Ijuí no ano de 2010

0 a 14 15 a 64 Mais de 65

Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres

Ijuí 7.505 7.130 26.866 28.500 3.313 4.709

Região sem Ijuí 2.572 2.465 10.533 10.521 1.946 2.352 Território Original de

Ijuí

10.077 9.595 37.399 39.021 5.259 7.061 Fonte: IBGE – Dados Censitários de 2010.

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Gráfico 5 – Pirâmide etária, Território Original de Ijuí e do Território sem Ijuí no ano de 2010

Fonte: IBGE – Dados Censitários de 2010.

Observa-se que a população feminina supera em número a masculina, pois na maioria das faixas etárias apresentadas na pirâmide, o número de mulheres é superior ao dos homens, sendo possível observar uma diferença em direção ao topo das mesmas onde dos 65 anos para cima em todas as regiões trabalhadas as mulheres têm mais diferença ainda em relação aos homens. Na faixa de zero aos 14 anos se verifica uma leve predominância masculina, indicando que nos anos analisados nasceram mais homens no município de Ijuí e na Região sem Ijuí também nasceram mais homens o que faria continuar essa predominância no Território Original de Ijuí. Estes fatos apontam à tendência de taxa de mortalidade menor para o gênero feminino, por causas diversas.

Também é possível constatar que a população de Ijuí e a Região sem Ijuí – com a maioria da população concentrada nas faixas abaixo dos 15 aos 65 anos –, está passando por um processo de envelhecimento relativo da população, quer por redução da taxa de natalidade, quer por ampliação da expectativa de vida.

Assim, o estreitamento do número de habitantes na faixa etária mais jovem, aliada ao crescimento da população total ao acrescentar o Território sem Ijuí nos indica uma nova configuração da estrutura etária municipal, com alargamento da

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faixa em idade ativa no Território Original de Ijuí. Por consequência, este fato nos permite apontar também para o crescimento da população economicamente ativa, ou melhor, da força de trabalho, indicando ampliação da disponibilidade de mão de obra como fator de produção no Território Original de Ijuí.

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3 ANÁLISE DOS INDICADORES ECONÔMICOS

O capítulo três se destina à avaliação do comportamento da macroeconomia do município de Ijuí, Território Original de Ijuí e uma comparação com Território sem Ijuí. Para tal, se optou por privilegiar a análise do movimento evolutivo do PIB, visto ser este indicador a expressão da geração de riqueza.

Primeiro, foi trabalhado com o PIB Total, para depois trabalhar e entender melhor os movimentos por setores de atividades econômicas.

A base de dados utilizada na análise é do IPEA – Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas que, a partir das estatísticas oficiais do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, apresenta uma série histórica do período de 1939-2010 inflacionada pelo Deflator Implícito do PIB Nacional e que estabelece como ano-base o ano de 2000.

Com essa série histórica deflacionada, mesmo sem a disponibilidade de todas as estatísticas anuais, tem a vantagem de permitir a análise da evolução real do produto, já que elimina os efeitos da inflação nos valores nominais do IBGE, além de unificar a moeda, esta que sofreu várias modificações no período destacado. 3.1 A EVOLUÇÃO DO PIB TOTAL

O PIB de uma economia representa o dimensionamento de sua geração de riqueza, enquanto agregação de valor ou, de outra forma, sua produção de bens e serviços em dado período de tempo.

O que antes era visto de um ponto de vista onde se analisava somente os municípios por si e não mostrava diretamente a proporção de perda com os desmembramentos municipais ocorridos que afetaram negativa e proporcionalmente a produção, em especial, a agropecuária onde será colocado em comparação o Território Original de Ijuí, o município de Ijuí e o Território sem Ijuí, para mostrar o que Ijuí, o município “mãe”, realmente representa perto dos municípios.

Assim, o gráfico 6 apresenta a evolução do PIB Total do Território Original de Ijuí, Território sem Ijuí e do município de Ijuí no período de 1939-2010, em valores do ano de 2000.

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Calcula-se que a geração de riqueza no Território Original de Ijuí multiplicou em aproximadamente 18 vezes, já que passou de respectivos R$ 59.263.000,00 milhões para R$ 1.074.721.920,00 bilhões, já Ijuí teve uma multiplicação de 14 vezes, pois passou de R$ 59.263.000,00 milhões para R$ 810.906.860,00 milhões, enquanto isso o Território sem Ijuí que começa a ser analisado em 1970 após os primeiros desmembramentos com o valor de R$ 117.464.710,00 milhões que se multiplicou em 2,3 vezes, o que mostra a inferioridade dos municípios da região ao município de Ijuí no PIB Total.

Gráfico 6 – Evolução do PIB Total – Ijuí, Território Original de Ijuí e Território sem Ijuí, no período de 1939-2010, em R$ de 2000

Fonte: IPEA – Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas.

O primeiro detalhe a se destacar é que se não tivesse ocorrido as emancipações municipais o Território Original de Ijuí alcançaria em 2010 um PIB de R$ 1.074.721.920,00 bilhão, uma diferença de R$ 263.815.060,00 milhões para o PIB de Ijuí em 2010 que chegou a R$ 810.906.860,00 milhões. Uma pequena diferença que se nota ao visualizar o gráfico 6 é que os movimentos da linha Território Original e de Ijuí são iguais, o que muda são os valores adicionais do Território sem Ijuí que só deixaria o PIB mais alto.

Embora esse trabalho não objetive avançar na investigação das alterações no padrão de comportamento da curva de evolução do PIB, se entende que merece rápida caracterização temporal dos ciclos, para melhor entender os movimentos macroeconômicos do município:

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O primeiro envolve as décadas de 40, 50 e 60, em que a economia local gravitava em torno do minifúndio de subsistência; o segundo passa pela fase da propalada revolução verde, ou da modernização agrícola, do bom da soja e do milagre brasileiro da década de 70; o terceiro, dos anos 80 e início dos anos 90, que foi um período caracterizado nacionalmente como das décadas perdidas, da estagnação econômica ou, ainda, como o período dos planos de combate à inflação; e, por fim, o período pós-real, da estabilização monetária, da abertura econômica e financeira ao mercado mundial (KOHLER, 2008).

Visualmente podemos observar no gráfico, que a angulação da curva do PIB se modifica ao longo do tempo, portanto, o crescimento anual não foi linear com destaque aos quatro ciclos epigrafados, com padrões de comportamentos específicos. Entende-se por padrão de comportamento uma estabilidade de desempenho, uma quase linearidade na curva de evolução do produto.

Como dito anteriormente o gráfico do PIB Total nos mostra que se o Território Original de Ijuí valesse a curva do PIB Total teria o mesmo comportamento de Ijuí, pois só teria um aumento de valores no final por somarmos o PIB dos municípios da região, portanto, os ciclos de Ijuí e do Território Original de Ijuí teriam a mesma característica.

O primeiro ciclo apresenta um comportamento quase linear ao longo das décadas de 40, 50 e 60, o que aponta para um padrão estável de crescimento econômico ao longo das décadas epigrafadas.

A pequena dimensão das estatísticas requer ressalvas à década de 70, que se descortina com um pico surpreendente no ano de 1975, somente superado em 2003 e 2004, porém com queda de igual dimensão e retorno praticamente linear ao padrão evolutivo anterior no ano de 1980.

Da mesma forma, este processo de transformação econômica da década de 70 parece ter encerrado o ciclo de crescimento do período de 1939-1980, visto a horizontalidade da curva nos anos 80 até a metade dos anos 90, espelhando ou ratificando no local a estagnação macroeconômica nacional. Este processo de transformação econômica da década de 70 parece ter encerrado o ciclo de crescimento do período de 1939-1980, visto a horizontalidade da curva nos anos 80 até a metade dos anos 90, confirmando a estagnação macroeconômica nacional.

A inclinação positiva da curva no período pós-real teve uma retomada inclusive apontando para a maior verticalidade de todo o período destacado, caracteriza o ciclo pós-real contemporizado pelo comportamento diferenciado nos

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anos de 2004 e 2005, o que, visualmente indica um novo ciclo. Pelos desempenhos atípicos de preço e produtividade agrícolas são disformes os anos de 2003, positivamente, e de 2005, negativamente.

A partir de 2006 o PIB recomeça a crescer, mesmo que em 2007, 2008 e 2009 foi em marcha lenta, recomeça dar uma acelerada em 2010, contudo, sem poder dar uma leitura definitiva por falta de estatísticas aos anos seguintes se continuará em alta ou irá ter baixa.

Os municípios do Território sem Ijuí como eram recém-emancipados tem um começo estável, pois em 2003 teve o mesmo crescimento que Ijuí e, posteriormente, a queda em 2005. O Território sem Ijuí recomeçou ter um crescimento em 2006, que se manteve estabilizado até 2010 onde teve uma pequena queda.

Conforme demonstrado pelo gráfico 7 será feito uma avaliação da participação do município na configuração do PIB do Estado do Rio Grande do Sul, no mesmo período destacado, e sairá dessa leitura em valores absolutos e avançar para uma análise de desempenho.

Analisando de outro ponto de vista, o município de Ijuí demonstra perda de importância econômica relativa no tempo, excetuando-se os picos de 1959 e 1975 e a retomada ascendente no período mais recente. Assim, com destaque aos extremos, representava 1,23% do PIB gaúcho em 1939, atingiu o ápice de 1,94% em 1959, o pior desempenho de 0,51% em 1996 e, em 2005, contribui com a parcela de 0,65% e chegou em 2010 com 0,72% da produção estadual de bens e serviços.

Analisando a curva do Território Original de Ijuí se vê que apesar de ter os valores mais altos que Ijuí a curva mantém o mesmo movimento por ter o município Ijuí como dominante.

Assim se destaca que o Território Original de Ijuí representaria 1,23% do PIB gaúcho em 1939, atingiu o ápice de 1,94% em 1959, o pior desempenho de 0,74% em 1996 e em 2005 contribuiu com a parcela de 0,83%, em 2007 teve um desempenho de 0,97% e chegou em 2010 com 0,95% da produção estadual de bens e serviços. Com isso dá para dizer que ao analisar o período de 2007-2010 do Território Original de Ijuí não está em crescimento e sim com uma pequena baixa, pois sofreu os reflexos do Território sem Ijuí que tem seu PIB com escora na agricultura que teve uma má fase naquela época, ao contrário de Ijuí que se

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manteve em crescimento por ter mais recursos que os pequenos municípios da região.

Gráfico 7 – Participação do PIB Total no Rio Grande do Sul – Ijuí, Território Original de Ijuí e Território sem Ijuí, no período de 1939-2010

Fonte: IPEA – Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas.

Analisando no gráfico a curva Território Original se tem o enfoque relativo que permite visualizar e confirmar que os desmembramentos territoriais da década de 60 impactaram muito o desempenho do primeiro período, marcando uma perda rápida de importância econômica relativa ao município de Ijuí que não conseguiu se manter naquele nível mais alto de participação no PIB, tendo valores mais baixos por motivo de perda territorial e não por mal desempenho em algum setor.

Comparando as três curvas verifica-se que na década de 70 se estende a mesma inclinação negativa ao extremo, apesar do pico de 75, ratificando o curto ciclo e o impacto no tempo das transformações econômicas locais, que tem o mesmo desenho na curva mostrando que a região tem um padrão de produção e o impacto se torna igual a todos.

Em todo Território Original de Ijuí nos anos 80 até 1996, em que o produto, em valores absolutos, permanece praticamente inalterado, ainda decai em importância relativa, embora em intensidade menor que os períodos anteriores.

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Após esse período se destaca a econômica pós-real, em que o município de Ijuí e os municípios da região ampliam sua participação na produção gaúcha, onde se estabiliza até 2007, onde até 2010 as mudanças são mínimas, o que podemos dizer que este é um período de estagnação econômica.

Ampliando o foco de visão, se avança para o olhar dos setores de produção do Território Original de Ijuí, do município de Ijuí e do Território sem Ijuí para poder avançar na leitura da macroeconomia local.

3.2 A EVOLUÇÃO DO PIB SETORES

Quando se objetiva identificar quais as correlações do produto com suas atividades econômicas temos que desmembrar o PIB Total pelos setores de produção, primário, secundário e terciário, o setor primário abrange as atividades da agropecuária, o setor secundário envolve as atividades industriais e o setor terciário se expressa no comércio e serviços.

3.2.1 Setor Primário

No município de Ijuí o setor primário evolui de forma irregular em valores absolutos no tempo, embora com um dimensionamento ainda não tão expressivo e visualmente com menor simetria à curva do PIB Total. Nota-se que o Território Original de Ijuí teria um bom crescimento em sua curva do PIB Agropecuário em função dos municípios do Território sem Ijuí que tem seu PIB fundamentado no setor primário como nos mostra o gráfico 8.

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Gráfico 8 – Evolução do PIB Agropecuário – Ijuí, Território sem Ijuí e Território Original de Ijuí, no período de 1939-2010, em R$ de 2000

Fonte: IPEA – Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas.

O PIB Agropecuário de Ijuí, em termos absolutos, em valores de 2000, se apresenta com R$ 31.819.000,00 milhões no ano de 1939, com uma curva positivamente inclinada até 1985, quando atinge o melhor resultado de todo o período com R$ 82.009.000,00 milhões. A partir de então, parece definir um patamar em torno dos R$ 60.000.000,00 milhões. Os desempenhos de 2003 e 2005, respectivamente de R$ 61.065.000,00 milhões e R$ 18.201.000,00 milhões, no ano de 2008 já se recuperou tendo R$ 54.139.000,00 milhões e a seguir em 2010 já teve uma pequena queda de pouco mais de R$ 10.000.000,00 milhões chegando em R$ 41.288.000,00 milhões.

A perda de território em Ijuí foi gritante para o PIB Agropecuário, pois se observarmos o gráfico 8 vamos ver que se considerada o Território sem Ijuí reformulando o Território Original de Ijuí o PIB Agropecuário já no ano de 1970 seria de R$ 122.982.000,00 milhões e no auge da revolução verde em 1985 atingiria R$ 214.307.000,00 milhões e entraria em uma queda constante que chegaria no ano de 2000 aos R$ 98.697.000,00 milhões, e a partir daí teria oscilações constantes, em 2003 chegaria a R$ 207.063.000,00 milhões e em 2005 já cairia para R$ 60.074.000,00 milhões, em 2008 chegando a R$ 176.627.000,00 milhões e em 2010 no valor de R$ 132.694.000,00 milhões. Essas quedas e altas são resultados do comportamento atípico da produtividade e preço agrícola.

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Isso mostra que o PIB Agropecuário ficou enfraquecido com a perda de território, pois os municípios que se desmembraram (Território sem Ijuí) tem bom potencial em produção agrícola, que somados para meio de comparação no ano de 2010 chegaram a R$ 91.406.000,00 milhões.

No gráfico 9 se verifica a evolução da parcela relativa da produção agropecuária de Ijuí, Território sem Ijuí e Território Original de Ijuí na composição PIB Agropecuário do Estado do Rio Grande do Sul.

Conforme o gráfico seguinte visualmente se percebe a perda relativa da agropecuária de Ijuí no período destacado, já que em 1939 participava com 1,76% da produção primária gaúcha, caindo para um patamar abaixo de um terço deste percentual, em 1996 em torno de 0,50%, com um único aumento em 2006 aos 0,60% e voltando aos 0,49% em 2010.

Assim, pode-se ver que os municípios desmembrados de Ijuí aqui chamados de Território sem Ijuí levaram muita área de produção embora, observando o gráfico 9, mostra que a participação desses munícipios sem Ijuí no PIB Agropecuário em 2010 é mais que o dobro que Ijuí chegando a 1,12% de participação no PIB Agropecuário do Estado. Dessa forma, hoje o Território Original de Ijuí chegaria a 1,61% do PIB Agropecuário do Rio Grande do Sul em 2010 sendo puxado pelo Território sem Ijuí.

Gráfico 9 – Participação do PIB Agropecuário no Rio Grande do Sul – Ijuí, Território sem Ijuí e Território Original de Ijuí, no período de 1939-2010

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3.2.2 Setor Secundário

No município de Ijuí o setor secundário assim como o setor primário evolui de forma irregular em valores absolutos no tempo, embora com um dimensionamento ainda não tão expressivo e visualmente com menor simetria à curva do PIB Total. No gráfico 10 nota-se que o PIB Indústria do Território Original de Ijuí seria fundamentada no PIB Indústria de Ijuí, pois o Território sem Ijuí tem pouca participação nesse processo, pois nunca chegou a R$ 20.000.000,00 milhões de PIB Indústria.

Gráfico 10 – Evolução do PIB Indústria – Ijuí, Território sem Ijuí e Território Original de Ijuí, no período de 1939-2010, em R$ de 2000

Fonte: IPEA – Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas.

O PIB Indústria de Ijuí experimenta um ciclo virtuoso até final da década de 70, atingindo seu pico em R$ 111.767.000,00 milhões em 1980, quando entra em declínio até o ano de 1996, com R$ 43.804.000,00 milhões. Retornando para um desempenho em torno da casa dos R$ 100.000.000,00 milhões a partir do ano de 1999 e que se mantém até 2004, quando apresenta R$ 106.959.000,00 e voltando aos R$ 100.000.000,00 milhões em 2010.

A perda de Território em Ijuí não teve muito impacto para o PIB Indústria, pois se observar o gráfico 10 a curva Território Original de Ijuí tem o mesmo movimento que a curva de Ijuí, portanto, se o Território sem Ijuí fosse incluída

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formando o Território Original de Ijuí no ano de 1970 teríamos um PIB Indústria de R$ 117.390.000,00 milhões, onde teria um declínio até 1996 com R$ 48.478.000,00 milhões. Retornando para um desempenho em torno da casa dos R$ 120.000.000,00 milhões em 2004 onde se manteve nesse nível chegando aos R$ 118.143.000,00 milhões em 2010.

Analisando o PIB Indústria de Ijuí nota-se que ele não teve influência na perda de território e podemos dizer que as perdas nesse setor foram devidamente sentidas por falências ou até mesmo empresas que mudaram de localidade, pois foi um setor que sofreu com o passar do tempo com o avanço tecnológico, fazendo pequenas empresas fecharem por não terem potencial para investir. Um exemplo que se pode dar é o antigo frigorífico serrano que nos anos 80 foi decretado falência, bem na época de decadência industrial. Hoje o setor secundário recuperou seu patamar de renda por um aumento e a abrangência de negociações que passam até a barreira nacional.

A indústria do Território Original de Ijuí, conforme gráfico 11 segue na mesma direção de perda de importância econômica relativa que Ijuí no Estado do Rio Grande do Sul. Os indicadores apontam, em termos relativos, um ciclo virtuoso até a década de 60, quando entram em declínio acelerado até 1996, quando dão mostras de recuperação a partir de 1999, Ijuí chega próximo à casa de 0,29% e o Território Original de Ijuí a 0,33%.

Nos extremos Ijuí chega a 1,19% em 1939, 2,09% em 1960, 0,15% em 1996, 0,43% em 2005 e 0,35% em 2009. E o Território Original de Ijuí nos extremos chega a 1,19% em 1939, 2,09% em 1960, 0,17% em 1996, 0,49% em 2005 e 0,41% em 2010. Nos mostrando novamente que a perda de municípios não teve grande influência nesse setor.

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Gráfico 11 – Participação do PIB Indústria no Rio Grande do Sul – Ijuí, Território sem Ijuí e Território Original de Ijuí, no período de 1939-2010

Fonte: IPEA – Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas.

3.2.3 Setor Terciário

Ao analisar esse setor também veremos que ele sofreu mínima alteração com a perda de território nos desmembramentos municipais. Aqui podemos visualmente identificar a importância do setor terciário no dimensionamento do PIB Total de Ijuí, quer pela grandeza relativa, quer pela similaridade das angulações da curva de desempenho ao longo do período destacado.

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Gráfico 12 – Evolução do PIB Serviços Ijuí, Território sem Ijuí e Território Original de Ijuí, no período de 1939-2010, em R$ de 2000

Fonte: IPEA – Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas.

O PIB Serviços de Ijuí se apresenta como hegemônico ao longo do período destacado, apresentando a maior inclinação positiva da curva de evolução da produção. Parte de R$ 18.391.000,00 milhões em 1939 para cifras superiores a casa dos R$ 400.000.000,00 milhões a partir de 2002. Conforme já se afirmou, tem uma simetria com o crescimento do PIB Total, com seu pico em 1975, ratificando as observações já referidas anteriormente. O que talvez ainda mereça destaque é o comportamento da curva no período de 1985-1996 quando relativamente avança de forma considerável em termos absolutos, ao contrário do desempenho dos outros dois setores. A partir daí, recua em 1999 e 2000, para retornar a angulação anterior em 2001 até 2003, quando também reduz sua produção, embora ainda com valores absolutos em destaque, ai tem uma pequena queda até 2005 onde começa a ter um crescimento e acaba em 2010 com R$ 588.834.000,00 milhões a sua maior produção em todos os tempos no PIB Serviços.

Como visto o PIB Serviços tem a curva parecida com a do PIB Total, ou seja, mesmo acrescentando os municípios do Território sem Ijuí e formar o Território Original de Ijuí a curva não terá grande mudança, pois Ijuí domina o PIB Serviços com uma produção muito maior que os outros municípios, como Território Original de Ijuí em 2010 iríamos estar com R$ 729.363.000,00 milhões de PIB Serviços.

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Como irá mostrar o gráfico 13 o setor terciário do município de Ijuí apresenta a maior participação relativa setorial ao longo do tempo. Os picos de 2,76% de 1959 e de 2,27% de 1975 parecem ratificar as leituras dos ciclos, demonstrando que os desmembramentos territoriais da década de 60 em todo o Estado fazendo crescer o número de municípios e a reestruturação produtiva da década de 70 atribuem ao setor terciário municipal um patamar de participação relativa nas próximas duas décadas. Tirando 2002, os anos 2000 parecem indicar um avanço para a casa dos 0,90%, o que indica crescimento acima da média gaúcha, fechando em 2009 em 0,95%.

Com isso podemos dizer que o Território Original de Ijuí seria o reflexo de Ijuí por dominar esse setor nessa região denominada, o Território sem Ijuí só representa em 2009 0,24% do PIB Serviços do Rio Grande do Sul, ou seja, todos esses municípios juntos tem uma participação quatro vezes menor no Estado no setor terciário, mostrando que a perda de municípios aqui na região não teve grande influência para Ijuí na participação do setor terciário no Estado, mas sim o aumento de municípios como um todo no Estado fazendo dividir ainda mais as participações munícipes no Rio Grande do Sul.

Gráfico 13 – Participação do PIB Serviços no Rio Grande do Sul – Ijuí, Território Original de Ijuí e Território sem Ijuí, no período de 1939-2010

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho não buscou chegar a uma conclusão do que o município de Ijuí poderia ser hoje, pois hoje o município tem um desenvolvimento e o foco deste trabalho não é mostrar que Ijuí poderia ser melhor ou pior se remontado no seu território original.

As divisões municipais quando aconteciam foram muito mal vistas por muitas pessoas quando ocorridas, em alguns momentos se teve uma forte maledicência com alguns governantes na época a respeito de ser tudo interesse político. E esse trabalho não teve o contexto de provar algo contra ou a favor e sim se ter uma ideia de como seria o comportamento do município atualmente se ainda tivéssemos o nosso território original.

Como visto no trabalho o Território Original de Ijuí hoje voltaria ser 2.561,70 km2 e iria ter 109.685 habitantes, o que representa 30.000 habitantes a mais que por sua vez também estariam localizados nos distritos e interior do município. Com esse grande aumento territorial teria logicamente uma diminuição na ocupação territorial do município, com uma queda de 72 hab./km2, o que significa 42,82 hab./km2 no

município de Ijuí recomposto. Mesmo assim, continuando a ter o número de habitantes do sexo feminino maior que do sexo masculino.

O PIB Agropecuário sofreu uma boa perda com os desmembramentos municipais, pois Ijuí hoje tem R$ 41.288.000,00 milhões de PIB Agropecuário e poderia chegar a R$ 132.694.000,00 milhões no setor primário, ou seja, teríamos um aumento de três vezes no PIB desse setor que tem muita importância e alternativas. Já o PIB Indústria e o PIB serviços tem pouquíssima queda com a perda territorial, pois esses setores tem uma concentração na área urbana de Ijuí e com isso se manteve em um padrão, o setor secundário claro que com um valor bem mais

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inferior com o território reconstituído chegaria a R$ 118.143.000,00 tendo um aumento de 1,2 vezes o valor atual, enquanto o setor terciário chegaria a um valor de R$ 729.363.000,00 milhões, o que representa um pequeno aumento de 1,3 vezes no valor atual.

O PIB Total do Território Original de Ijuí teria uma boa mudança, ele chegaria a R$ 1.074.721.000,92 bilhão, o que mesmo assim representaria apenas 0,95% de participação no PIB Total do Estado do Rio Grande do Sul. Atualmente o PIB Total de Ijuí representa R$ 810.906.000,86 milhões.

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BIBLIOGRAFIA

BINDÉ, A. C.; FERRARI, L. História dos 121 anos de Ijuhy. Ijuí: ITS GRÁFICA E EDITORA, 2012.

http://cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?codmun=431020. http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?vcodigo=CD91.

http://www.fee.tche.br/sitefee/pt/content/estatisticas/pg_pib_municipal_sh_pib.php. http://www.ipeadata.gov.br/.

KOHLER, R. Caracterização socioeconômica do município de Ijuí. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 2008.

Referências

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