• Nenhum resultado encontrado

Avaliação da estabilidade de cor de uma resina nanocerâmica submetida a intervenções de higiene e imersão em café

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Avaliação da estabilidade de cor de uma resina nanocerâmica submetida a intervenções de higiene e imersão em café"

Copied!
72
0
0

Texto

(1)

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

Luiz Felipe Schneider

Avaliação da estabilidade de cor de uma resina nanocerâmica submetida a intervenções de higiene e imersão em café

Florianópolis 2020

(2)

Luiz Felipe Schneider

Avaliação da estabilidade de cor de uma resina nanocerâmica submetida a intervenções de higiene e imersão em café

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Odontologia apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a obtenção do título de Cirurgião-Dentista.

Orientador: Prof.ª Dra. Claudia Angela Maziero Volpato

Florianópolis 2020

(3)
(4)

Luiz Felipe Schneider

Avaliação da estabilidade de cor de uma resina nanocerâmica submetida a intervenções de higiene e imersão em café

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Título de Cirurgião Dentista e aprovado em sua forma final pelo Curso de Graduação em Odontologia

Florianópolis, 03 de agosto de 2020.

________________________ Profa. Dra. Glaucia Santos Zimmermann

Coordenadora do Curso

Banca Examinadora:

________________________

Profa. Dra. Claudia Angela Maziero Volpato Orientadora

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________ Profa. Dra. Sheila Cristina Stolf

Avaliadora

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________ Profa. Dra. Elisa Oderich

Avaliadora

(5)
(6)

AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, ao meu querido avô, Arnoldo Schneider (in memorian). Pelos profundos ensinamentos e conselhos dados a mim durante toda essa jornada. Essa conquista não seria possível sem você.

Aos meus queridos avós, Clarinda e Rubão (in memorian), por todo o carinho e amor compartilhado nesses anos todos.

Ao meu pai, Luiz Henrique Schneider, o “Lui”, por toda educação que me deste através de valores e princípios, os quais moldaram meu caráter. Por tornar este sonho possível. Esta conquista é sua também.

À minha mãe, Maria Cristina Severo Motta, a “Tina”, por abdicar tanto da sua vida para que eu realizasse o sonho de me tornar Cirurgião-Dentista. Por todo seu amor. Esta conquista é mais sua do que minha.

Ao meu irmão, Luiz Fernando Schneider, o “mano”. Por seu apoio. Sei que você está feliz com esta conquista.

À minha esposa, Mariana Moraes, pelas palavras de incentivo, pela ajuda, pelo seu carinho e compreensão nos momentos difíceis. Você foi parte fundamental desse processo.

À minha orientadora, Cláudia Ângela Maziero Volpato, por todos os ensinamentos e conselhos dados durante a graduação e pesquisa. As portas que você abriu para mim, jamais me esquecerei. Você é uma mentora e exemplo de profissional.

À CNPq pela concessão da bolsa de iniciação científica.

Aos grandes amigos que fiz na faculdade, em especial, Daniel Pereira, João Paulo e Pedro Nobre. Vocês tornaram essa experiência única. Obrigado pelas várias risadas, companhia e cervejadas.

A todos os amigos e colegas do curso de odontologia. Em especial, Heron Afonso, João Faraco, Leticia Scarduelli, Augusto, João Cunha, Victor Milis.

Aos professores que tive na graduação, em especial Gerson Ribeiro, Elisa Oderich, Sylvio Monteiro Jr., Guilherme Carpena Lopes, Ricardo Magini, Janaína Cordeiro, Sheila Stolf e tantos outros que foram não só fonte de conhecimento, mas também de inspiração.

Ao curso de Odontologia da UFSC por ter me proporcionado uma experiência evolutiva, técnica e científica.

(7)

“A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las.”

(8)

RESUMO

Esse estudo avaliou a cor de uma resina nanocerâmica (RNC) submetida à imersão em café e intervenções de higiene. Amostras (n=80, Brava Block, HT e LT) foram confeccionadas com 0,5mm de espessura e imersas em solução de café (Nescafé) por 15min, 48min, 1sem e 1mês. Os grupos ST-HT e ST-LT (n=10) não receberam intervenções após as imersões; ESC-HT e ESC-LT foram escovados com escova elétrica (Oral B) e água por 10s; ECP-HT e ECP-LT foram escovados com escova elétrica e creme dental (Colgate Total 12) por 10s, e ENX-HT e ENX-LT foram imersos em enxaguante bucal (Listerine) por 30s. Após cada período de imersão, as intervenções foram realizadas e as amostras mensuradas em um espectrofotômetro (Minolta CM 3600d). Diferenças de cor foram calculadas (CIEDE2000) e analisadas por ANOVA 2 critérios. Diferenças de luminosidade, croma e matiz foram avaliadas por ANOVA de medidas repetidas. Teste Tukey HSD foi empregado nas comparações (p<0,05). HT e LT apresentaram ΔE00 significantes em relação aos grupos, tempos e interações (p˂0,001), com

maiores ΔE00 para ST-HT (7,88). A maioria dos grupos apresentou aumento crescente nas ΔE00

com o passar do tempo, enquanto os grupos ECP-HT e LT apresentaram a melhor estabilidade de cor (p˂0,001). ΔL’, ΔC’, ΔH’ significantes foram observados em relação aos grupos, tempos e interações (p˂0,001), com aumento do croma e matiz e redução da luminosidade. As menores ΔL’, ΔC’, ΔH’ foram encontradas nos grupos ECP, seguidos por ENX (p˂0,001). Apesar da pigmentação pelo uso do café aumentar com o passar do tempo, a escovação com pasta reduziu-a nreduziu-a nreduziu-anocerâmicreduziu-a testreduziu-adreduziu-a.

(9)

ABSTRACT

The present study evaluated the color of resin nano ceramic (RNC) submitted to immersion on coffee and hygiene intervention. Specimen (n=80, Brava Block, HT e LT) were manufactured with 0,5mm of thickness and immersed on a coffee solution (Nescafé) for 15min, 48min, 1 week and 1 month. The ST-HT and ST-LT groups (n=10) didn't receive interventions after immersions; ESC-HT and ESC-LT were brushed with an electric brush (Oral B) and water for 10s; ECP-HT and ECP-LT were brushed with an electric brush and dental toothpaste (Colgate Total 12) for 10s, and ENZ-HT and ENX-LT were immersed on mouthwash (Listerine) for 30s. After each immersion period, the interventions were performed and the specimens were measured woth a spectrophotometer (Minolta CM 3600d). Differences in color were calculated (CIEDE2000) and analysed with two-way ANOVA. Differences in brightness, chroma and hue were evaluated by repeated measures ANOVA. Tukey HSD Test was implemented in comparisons (p<0,05). [18:52, 07/07/2020] Pacote: HT and LT showed significant ∆E00 in relation to groups, time and interactions (p<0,001), with bigger ∆E00 for ST-HT (7,88). Most of the groups showed increasing increase on ∆E00 over time, while groups ECP-HTand LT showed greater color stability (p<0,001). Significant ∆L', ∆C', ∆H' were observed in relation to groups, time and interactions (p<0,001), with increase in chroma and hue and resuction in brightness. The smaller ∆L', ∆C', ∆H' were founs on ECP groups, followed by ENX (p<0,001). Although the staining due to use of coffee increased over time, toothpaste brushing reduced staining on the tested nano ceramics.

Keywords: resin nano ceramic, color, brightness.

(10)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Espaço de cor CIEL*a*b*………...21 Figura 2 – Diagrama esquemático: confecção das amostras até mensuração final (T4)……..42

(11)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Descrição dos materiais utilizados, lote, composição, especificações, fabricante e local...40

(12)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Intervenções realizadas nos grupos e subgrupos após cada imersão...43 Tabela 2 - Médias das coordenadas L*a*b* obtidas para os tempos testados (Grupo ST – HT e LT)...44 Tabela 3 - Médias das coordenadas L*a*b* obtidas para os tempos testados (Grupo ESC-HT e LT)...45 Tabela 4 - Médias das coordenadas L*a*b* obtidas para os tempos testados (Grupo ECD – HT e LT)...46 Tabela 5 - Médias das coordenadas L*a*b* obtidas para os tempos testados (Grupo ENX-HT e LT)...47 Tabela 6 - Diferenças de cor (ΔE00), luminosidade (ΔL’), croma (ΔC’) e matiz (ΔH’)

encontradas para os grupos HT e LT...48 Tabela 7 - ANOVA 2 critérios para as diferenças de cor (ΔE00) da resina HT para os grupos e

tempos testados...51 Tabela 8 - Teste de comparações múltiplas de Tukey HSD em relação as diferenças de cor (ΔE00) para a resina HT em relação aos grupos e tempos testados (p<0.001)...51

Tabela 9 - Teste de comparações múltiplas de Tukey HSD em relação as diferenças de cor (ΔE00) para a resina HT em relação às interações entre os grupos x tempos testados (p<0.001).52

Tabela 10 - ANOVA multivariada para as diferenças de luminosidade (ΔL’), croma (ΔC’) e matiz (ΔC’) da resina HT, para os grupos e tempos testados...52 Tabela 11 - Teste de comparações múltiplas de Tukey HSD em relação as diferenças de luminosidade (ΔL’) para a resina HT em relação aos grupos e tempo testados (p<0.001)...53 Tabela 12 - Teste de comparações múltiplas de Tukey HSD em relação as diferenças de luminosidade (ΔL’) para a resina HT em relação às interações entre grupos x tempos testados (<0.001)...53 Tabela 13 - Teste de comparações múltiplas de Tukey HSD em relação as diferenças de croma (ΔC’) para a resina HTem relação aos grupos e tempos testados (p<0.001)...54 Tabela 14 - Teste de comparações múltiplas de Tukey HSD em relação as diferenças de croma (ΔC’) para a resina HT em relação às interações entre grupos x tempos testados (p<0.001)...54 Tabela 15 - Teste de comparações múltiplas de Tukey HSD em relação as diferenças de valor (ΔH’) para a resina HT em relação aos grupos e tempos testados (p<0.001)...54 Tabela 16 - Teste de comparações múltiplas de Tukey HSD em relação as diferenças de valor (ΔH’) para a resina HT em relação às interações entre grupos x tempos testados (p<0.001)...55 Tabela 17 - ANOVA 2 critérios para as diferenças de cor (ΔE00) da resina LT para os grupos e

(13)

Tabela 18 - Teste de comparações múltiplas de Tukey HSD em relação as diferenças de cor (ΔE00) para a resina LT em relação aos grupos e tempos testados (p<0.001)...56

Tabela 19 - Teste de comparações múltiplas de Tukey HSD em relação as diferenças de cor (ΔE00) para a resina LT em relação às interações entre os grupos x tempos testados

(p<0.001)...56 Tabela 20 - ANOVA multivariada para as diferenças de luminosidade (ΔL’), croma (ΔC’) e matiz (ΔC’) da resina LT, para os grupos e tempos testados...56 Tabela 21 - Teste de comparações múltiplas de Tukey HSD em relação as diferenças de luminosidade (ΔL’) para a resina LT em relação aos grupos e tempo testados (p<0.001)...57 Tabela 22 - Teste de comparações múltiplas de Tukey HSD em relação as diferenças de luminosidade (ΔL’) para a resina LT em relação às interações entre grupos x tempos testados (p<0.001)...57 Tabela 23 - Teste de comparações múltiplas de Tukey HSD em relação as diferenças de croma (ΔC’) para a resina LTem relação aos grupos e tempos testados (p<0.001)...57 Tabela 24 - Teste de comparações múltiplas de Tukey HSD em relação as diferenças de croma (ΔC’) para a resina LT em relação às interações entre grupos x tempos testados (p<0.001)...58 Tabela 25 - Teste de comparações múltiplas de Tukey HSD em relação as diferenças de valor (ΔH’) para a resina LT em relação aos grupos e tempos testados (p<0.001)...58 Tabela 26 - Teste de comparações múltiplas de Tukey HSD em relação as diferenças de valor (ΔH’) para a resina LT em relação às interações entre grupos x tempos testados (p<0.001)...59

(14)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

RNC – resina nanocerâmica

CAD/CAM – computer-aided design / computer-aided manufacturing ΔE00 – diferença de cor

ΔL’- diferença de luminosidade ΔC’ – diferença de croma ΔH’ – diferença de matiz

UDMA – dimetacrilato de uretano

Bis-EMA – dimetacrilato de bifenol-A etoxilado CIE – Comissão Internacional de I´Eclairage TEGDMA – Dimetacrilato de trietilenoglicol

(15)

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...15 2 OBJETIVOS...18 2.1 OBJETIVO GERAL...18 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...18 3 REVISÃO DE LITERATURA...19 3.1 RESINA NANOCERÂMICA...19 3.2 COR...20

3.3 ESTABILIDADE DE COR DE RESINAS NANOCERÂMICAS E COMPOSTAS.23 3.3.1 Fatores intrínsecos...23 3.3.2 Fatores extrínsecos...24 3.3.2.1 Soluções corantes...24 3.3.2.2 Desafios abrasivos...34 3.4 INTERVENÇÕES DE HIGIENE...36 4 MATERIAIS E MÉTODOS...40

4.1 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS UTILIZADOS...40

4.2 CONFECÇÃO DAS AMOSTRAS...40

4.3 PRIMEIRA ANÁLISE ESPECTROFOTOMÉTRICA...41

4.4 IMERSÃO EM CAFÉ...41

4.5 INTERVENÇÕES DE HIGIENE...42

4.6 CÁLCULO DAS DIFERENÇAS DE COR E ANÁLISE ESTATÍSTICA...43

5 RESULTADOS...44 5.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA...51 5.1.1 RESINA HT...51 5.1.2 RESINA LT...55 6 DISCUSSÃO...60 7 CONCLUSÃO...65 REFERÊNCIAS...66 ANEXO A...70

(16)
(17)

1 INTRODUÇÃO

Com o avanço da odontologia digital e da nanotecnologia, o desenvolvimento de materiais estéticos utilizados com sistemas CAD/CAM (computer-aided design / computer-aided manufacturing) ganha notável destaque. Atualmente, as opções de materiais que podem ser utilizadas para realizar procedimentos restauradores são muito variadas, contudo, faz-se necessário o conhecimento de suas propriedades ópticas, mecânicas e biológicas para garantir o sucesso do tratamento restaurador (SAMRA et al. 2008).

A inovação recente na tecnologia de materiais à base de resinas é a incorporação de partículas nanométricas em suas composições (ACAR et al., 2016). Além disso, a tentativa de combinar as propriedades da cerâmica, como durabilidade e estabilidade de cor, com as da resina composta, tais como praticidade e propriedades flexurais melhoradas, também tem sido um grande desafio clínico (DUARTE; SARTORI; PHARK, 2016). Materiais resinosos apresentam resistência flexural alta e módulo de elasticidade baixo; ou seja, ao mesmo tempo em que estes materiais possuem certa rigidez, também apresentam flexibilidade, com a ocorrência de uma deformação elástica antes de um possível fracasso. As cerâmicas apresentam um comportamento diferente, uma vez que sua resistência flexural e seu módulo de elasticidade são altos. Resistência flexural e módulo de elasticidade podem ser expressos simultaneamente por meio da resiliência, que é a capacidade que um material tem de absorver energia sem, no entanto, deformar-se plasticamente. Porém, materiais resilientes estão mais propensos a defeitos, onde repetidas deformações elásticas podem levar a microinfiltrações e, consequentemente a alterações de cor (AWADA; NATHANSON, 2015).

No passado, com o intuito de preencher a lacuna existente entre cerâmicas e compósitos, materiais chamados de “cerômeros” foram lançados no mercado. Apesar de o nome sugerir que esses materiais seriam compostos por cerâmica e resina, eles basicamente continham uma rede de fibras e resina composta, apresentando pequena quantidade de material cerâmico (DUARTE; SARTORI; PHARK, 2016).

Mais recentemente, resinas compostas CAD/CAM foram desenvolvidas como alternativas para blocos de cerâmica. VITA Enamic (VITA Zahnfabrik, Bad Sackingen, Alemanha), uma cerâmica dentária híbrida, e Lava Ultimate (3M ESPE, St Paul, MN, EUA), uma resina nanocerâmica, são dois materiais comercialmente disponíveis para processamento CAD/CAM. Contudo, de acordo com a visão científica de alguns autores, apesar de eles apresentarem uma alta carga inorgânica, ainda são considerados materiais resinosos, portanto,

(18)

passíveis de manchamento por pigmentações extrínsecas (ACAR et al. 2016; DELLA BONA; CORAZZA; ZHANG, 2014).

Os blocos resinosos processados por computador e manufatura assistida (CAD/CAM) apresentam algumas características básicas para serem considerados “polímeros reforçados por cerâmica”, sendo a principal delas a sua alta quantidade de carga inorgânica, cerca de 80%. Os dois materiais anteriormente citados são os mais conhecidos comercialmente. Esses blocos CAD/CAM apresentam diferenças, principalmente na forma como a cerâmica é incorporada à matriz resinosa (DUARTE; SARTORI; PHARK, 2016). Dentre as características mais importantes estão o fato de a restauração poder ser feita em uma única sessão pelo cirurgião-dentista, com fácil acabamento e polimento das peças usinadas (Brava Block; FGM®, Joinville, SC, Brasil).

As propriedades mecânicas e ópticas melhoradas ganham notoriedade em função de dois aspectos importantes: carga inorgânica e polimerização industrial. O uso de partículas inorgânicas em 80% do material faz com que os espaços intersticiais diminuam e aumentem a densidade das partículas, inibindo a absorção de água e pigmentos. Soma-se também a polimerização térmica adicional, a qual utiliza alta temperatura e pressão, fazendo com que diminua a quantidade de monômeros residuais e, consequentemente, a quantidade de defeitos e porosidades, fatores que contribuem para uma melhor conversão da matriz resinosa (DUARTE; SARTORI; PHARK, 2016).

Em conjunto com a estabilidade mecânica de uma prótese, a estabilidade de cor prolonga a vida útil de um material restaurador e mantém a restauração dentro de um padrão de excelência (DE OLIVEIRA et al. 2014; ACAR et al. 2016). Diversos fatores podem estar associados à descoloração de materiais dentários à base de resina, sendo que o tipo de solução, composição do material e tempo de exposição são as causas mais relacionadas ao manchamento (ERDEMIR; YILDIZ; MERT, 2012; GÖNÜLOL, 2012). Em se tratando do tempo de exposição, quando ele é de modo prolongado, é inevitável o manchamento por pigmentação extrínseca em resinas compostas CAD/CAM (AROCHA et al., 2014).

Os motivos externos relacionados às alterações de cor de materiais resinosos têm como principal causa o uso de soluções corantes consumidas diariamente (BAGHERI; BURROW; TYAS, 2005). Bebidas como café e vinho tinto possuem alto potencial de manchamento em materiais resinosos, sendo que podem ser identificados em diferentes graus, em virtude de suas composições e propriedades diferentes (AROCHA et al. 2014; ERTAS et al. 2006). O café age através de pigmentos amarelados com alto peso molecular presentes em sua composição, os

(19)

quais apresentam grande afinidade pela matriz polimérica de materiais compósitos, causando assim o manchamento com o passar do tempo (SAMRA et al. 2008). O vinho tinto, um meio alcoólico, ácido e com pigmentos extrínsecos, pode ser capaz de causar degradação à matriz orgânica de materiais resinosos (TOPCU et al. 2009).

A coloração real na cavidade oral é influenciada pela natureza intermitente da exposição a manchas provenientes de soluções colorantes como o café. Uma escovação regular ajuda na redução da quantidade de manchamento extrínsico, possibilitando melhor estabilidade de cor com o passar do tempo (UM e RUYTER, 1991). Levando-se em consideração os diversos trabalhos publicados na literatura, relacionando o café (ACAR et al. 2016; ARDU et al. 2017; ERTAS et al. 2006) como um agente capaz de produzir pigmentações extrínsecas em restaurações com materiais compósitos e afetando assim a estabilidade de cor, o presente estudo adotou esta bebida corante como meio de imersão para a análise do manchamento de amostras de resina nanocerâmica. Além disso, sabendo-se que a pigmentação extrínseca é um fator inerente a materiais com matrizes resinosas, o estudo em questão tem como objetivo saber se medidas profiláticas, tais como escovação com ou sem pasta e bochechos com enxaguantes bucais, são capazes de minimizar o manchamento por pigmentação extrínseca em restaurações com resina nanocerâmica, melhorando assim a estabilidade de cor e, consequentemente, a longevidade de restaurações indiretas feitas com o material nanocerâmico.

(20)

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Esse estudo in vitro visou avaliar a estabilidade de cor de uma resina nanocerâmica CAD/CAM submetida a intervenções de higiene e imersão em café.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Avaliação das alterações de cor (ΔE00), luminosidade (ΔL’), croma (ΔC’) e matiz (ΔH’) de

uma resina nanocerâmica;

• Avaliação da influência dos tempos de imersão em café no comportamento óptico da resina nanocerâmica;

• Avaliação do efeito das intervenções de higiene (escovação com e sem creme dental e imersão em enxaguante bucal) no comportamento óptico da resina testada;

• Verificação da influência das intervenções profiláticas no comportamento óptico das amostras avaliadas.

(21)

3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 RESINA NANOCERÂMICA

O desenvolvimento de resinas compostas com maior teor de carga cerâmica resultou na melhoria considerável das suas propriedades mecânicas e ópticas (FACENDA; BORBA; CORAZZA, 2018). Entretanto, em se tratando de estabilidade de cor e resistência mecânica, o seu desempenho ainda é inferior ao das restaurações cerâmicas (ACAR et al. 2016). Com o intuito de otimizar o comportamento mecânico destes materiais, conteúdo cerâmico e resinoso tem sido combinado em versões laboratoriais. Atualmente, o material mais conhecido que utiliza esse conceito é uma resina nanocerâmica comercializada como Lava Ultimate (3M, ESPE, St. Paul, EUA). Nesse material, a combinação de uma pequena quantidade de matriz orgânica com uma parte majoritariamente cerâmica tem por objetivo alcançar as seguintes características: módulo de elasticidade próximo ao da dentina; resistência flexural alta; usinagem rápida e simplificada; e maior facilidade de reparo, uma vez que esses materiais podem ser reparados diretamente com resina composta (GRACIS et al. 2016).

A resina nanocerâmica Lava Ultimate (3M ESPE, St. Paul, MN, EUA) é apresentada comercialmente em um bloco CAD/CAM, fabricado a partir de nanopartículas de sílica e zircônia dispersas em uma matriz de polímero reforçado com nanopreenchimento. A fase inorgânica (nanopartículas de sílica e zircônia) representa aproximadamente 80% da carga do material e a fase orgânica possui cerca de 20% de monômeros de UDMA (dimetacrilato de uretano) e Bis-EMA (dimetacrilato de bifenol-A etoxilado). As nanopartículas de sílica possuem um tamanho aproximado de 20nm de diâmetro, e as partículas de zircônia um tamanho de partícula entre 4 e 11nm de diâmetro. Além dessas nanopartículas e da matriz resinosa, a resina nanocerâmica é composta por nanopreenchimentos de partículas não agregadas dispersas e nanoaglomerações de sílica e zircônia. Um agente de união silano promove a ligação química entre o conteúdo cerâmico e a matriz polimérica, e um nanopreenchimento resultante das partículas não agregadas e nanoaglomerações faz com que os espaços intersticiais da matriz resinosa sejam diminuídos. Assim, como na cerâmica infiltrada por polímero, na resina nanocerâmica também é feito um tratamento térmico industrial por alta temperatura e pressão, resultando em alto nível de polimerização e ligação cruzada do material, o que diminui a quantidade de monômeros residuais. Essa estratégia torna esses materiais mais estáveis opticamente quando comparados com resinas compostas diretas (LEE et al. 2011; STAWARCZYK; KRAWCZUK; ILIE, 2015; DUARTE; SARTORI; PHARK, 2016)

(22)

Devido à composição diferenciada deste material, em 2015 foi proposta uma nova classificação de materiais cerâmicos, onde a resina nanocerâmica foi classificada como ceramic-like, ou seja, um material cerâmico associado à uma matriz resinosa (GRACIS et al. 2016). Restaurações confeccionadas com esse tipo de material podem ser feitas em apenas uma única sessão, de acordo com o conceito “chairside”, ou seja, em uma fresadora operada pelo próprio cirurgião-dentista em seu consultório. Além da boa viabilidade clínica, outra vantagem é o acabamento da peça protética, o qual pode ser feito por um polimento com pasta e disco de feltro, visto que materiais resinosos dispensam o glazeamento (Brava Block, FGM®, Joinville, Brasil).

3.2 COR

O fenômeno da cor é uma resposta psicobiofísica à interação das ondas de energia luminosa com um objeto e a experiência de um observador individual (O’BRIEN; GROH; BOENKE, 1989). A região da luz que nossos olhos alcançam é chamada de espectro de luz visível. Ela compreende a faixa de 400 a 700nm, e todas as cores que conhecemos estão dentro deste intervalo. No objeto, a cor que percebemos é uma mistura de vários comprimentos de onda refletidos. Na ausência da luz, tudo o que um observador humano consegue enxergar é o escuro, ou seja, a ausência de cor, ou o preto (SPROULL, 1973).

A luz que atinge os olhos é assimilada pelas células fotossensíveis que estão localizadas na retina, especialmente os cones. Estas células fotorreceptoras de luz são basicamente divididas em três categorias: aquelas com maior sensibilidade para o vermelho, outras para o verde e as últimas para o azul. Cada célula fotorreceptora produz um pigmento com sua respectiva cor. A quantidade de pigmentos produzidos pela sensibilização da luz refletida do objeto resulta em X cones vermelhos, Y cones verdes e Z cones azuis. Cada pigmento resultante é responsável por um estímulo colorimétrico. Os três pigmentos geram mensagens que são simultaneamente encaminhadas ao cérebro na forma de tristímulos (X, Y, Z), e de acordo com a concentração de cada pigmento, diferentes cores do objeto (primárias e secundárias) são visualizadas. Se as três concentrações de pigmento forem iguais (X=Y=Z), o objeto observado é branco (SPROULL, 2001).

A fisiologia da cor, também conhecida como percepção visual da cor, pode ser descrita pela participação de três fatores para que possa efetivamente existir: a fonte luminosa ou iluminante, o objeto cuja cor está sendo observada e o observador (JOINER, 2004).

(23)

Munsell (1936 apud SPROULL, 1973) descreveu as três dimensões da cor para objetos opacos: matiz, croma e valor. Com essa linguagem tornou possível compreender o conceito tridimensional da cor para que as análises visuais e instrumentais pudessem ser realizadas. Matiz é a família pela qual se identifica e diferencia-se a cor, ou seja, é o nome da cor: azul, amarelo, vermelho, verde, entre outros. Ele corresponde ao comprimento de onda refletido pelos objetos. Croma indica a intensidade de uma cor, podendo ser mais ou menos saturada. Valor é a propriedade que tem como característica a luminosidade, e pode variar do branco absoluto, cujo valor é 100, ao preto absoluto, cujo valor é 0.

Visando uma comunicação mais precisa, a Comissão Internacional de I´Eclairage (CIE) desenvolveu alguns métodos para expressar as curvas espectrais de forma numérica. O método mais utilizado na Odontologia é o espaço de cor uniforme, conhecido por sistema CIEL*a*b*, que facilita a representação espacial da cor.

Figura 1 – Sistema CIELab

Fonte – Localizado no link: https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Espaco-de-cor-CIELab_fig1_311429289

(24)

Espaço de cor significa uma área numérica onde se pode expressar e referenciar a cor do objeto. Neste espaço, o valor L* indica a coordenada de luminosidade do objeto com valores que vão de 0 (preto absoluto) a 100 (branco absoluto). Os valores a* e b* indicam as coordenadas de cromaticidade que apresentam o posicionamento tridimensional do objeto no espaço de cor e a sua direção. Quando a coordenada a* for positiva (+a*), a cor do objeto tende ao vermelho. Quando esta coordenada for negativa (-a*), a tendência é a direção para o verde. Já a coordenada b* indica a direção para o amarelo (+b*) e (-b*) indica uma tendência para a cor azul (O´BRIEN; GROH; BOENKE, 1989).

A maioria dos estudos que avaliam parâmetros colorimétricos e possíveis diferenças de cor entre amostras são realizadas de forma objetiva, instrumentalmente, com base no sistema CIE L*a*b*. Para esses estudos, instrumentos de análise digital, como os espectrofotômetros e colorímetros auxiliam na mensuração tridimensional da cor e de suas variações, eliminando a subjetividade das pesquisas visuais (VOLPATO, BARATIERI e MONTEIRO, 2005). Nesse sistema colorimétrico, as alterações de cor são calculadas utilizando uma fórmula específica para o cálculo das diferenças de cor: (ΔE* = [(ΔL*) ² + (Δa*) ² + (Δb*) ²]¹/²). Entretanto, a aparência de um objeto não está relacionada somente aos atributos do sistema CIEL*a*b*. Ela pode ser influenciada pelo brilho, opacidade, transparência, translucidez, e fenômenos ópticos como o metamerismo, opalescência e fluorescência (HUNTER, 1987). Desta forma, em 2004, a CIE propôs o uso da formula CIEDE 2000 em situações que necessitem de avaliações mais precisas (CIE, 2004). Nessa fórmula, funções de ponderação (Sl, SC e SH) e fatores paramétricos (KL, KC e KH) foram adicionados para permitir a contribuição de outros atributos relacionados à aparência do objeto:

E00= [( ∆L′ KLSL) 2 + ( ∆C′ KCSC) 2 + ( ∆H′ KHSH) 2 + RT( ∆C′ KCSC) ( ∆H′ KHSH)] 1/2

3.3 ESTABILIDADE DE COR DE RESINAS NANOCERÂMICAS E COMPOSTAS

Estabilidade de cor imprevisível e suscetibilidade ao manchamento são os dois maiores problemas ópticos de restaurações à base de resina (ACAR et al. 2016). O uso de materiais que não apresentam uma estabilidade de cor adequada compromete a aceitabilidade da restauração por parte do paciente e do clínico, e este deve ser um dos principais critérios a ser considerado durante a seleção do material restaurador (BAYINDIR, KURLU E YANIKOGLU, 2012).

(25)

Resinas compostas e nanocerâmicas são muito utilizadas para a confecção de restaurações dentárias, pois possuem propriedades estéticas que possibilitam ao cirurgião-dentista alcançar bons resultados ao final do tratamento. No entanto, materiais resinosos são mais propensos a sofrer alterações de cor ao longo do tempo (POGGIO et al., 2017), uma vez que o ambiente bucal é um meio capaz de promover mudanças colorimétricas nos materiais restauradores, sejam eles diretos ou indiretos (AROCHA et al., 2014). Fatores intrínsecos, os quais estão relacionados ao material restaurador, e também extrínsecos, sendo esses geralmente relacionados às dietas alimentares também podem promover tais alterações (FONTES, 2009; NASIM et al. 2010; STAWARCZYK et al. 2012).

3.3.1 Fatores Intrínsecos

As causas das alterações de cor inerentes aos materiais podem ser variadas. Dentre as mais conhecidas estão a composição do material e/ou matriz resinosa (ARDU et al. 2017; ERDEMIR; YILDIZ; MERT, 2012; ERTAS et al. 2006; GÖNÜLOL, 2012), as características das partículas de preenchimento (LEE et al. 2008) e a polimerização insuficiente (AROCHA et al. 2014; DA SILVA et al. 2018; SAMRA et al. 2008).

O desempenho de resinas compostas e resinas nanocerâmicas quanto à estabilidade de cor depende dos tipos de monômeros presentes na matriz polimérica destes materiais, podendo estes assumirem características hidrofóbicas ou hidrofílicas. Geralmente, a matriz de uma resina possui Bis-GMA (Dimetacrilato de Bisfenol-A Glicol) em sua composição. Esse monômero, com estrutura aromática rígida de alto peso molecular (512 g/mol), apresenta viscosidade elevada devido às ligações dos anéis aromáticos e interações intermoleculares dos grupos hidroxila, e baixa flexibilidade que limita a incorporação de cargas inorgânicas e, por consequência, resulta em um baixo grau de conversão (cerca de 39%). Com o intuito de melhorar as características dos materiais resinosos, os fabricantes incorporaram às composições outro monômero, o TEGDMA (Dimetacrilato de trietilenoglicol). Seu baixo peso molecular (286 g/mol) diminui a viscosidade e aumenta a mobilidade durante a polimerização, elevando o grau de conversão final (cerca de 75,7%), o que permite um melhor manuseio e incorporação de cargas inorgânicas. Porém, este monômero possui características hidrofílicas; logo, aumenta a sorção de água e diminui a estabilidade de cor dos materiais. O UDMA (Dimetacrilato de uretano) é outro monômero empregado, com características intermediárias e hidrofóbicas. Possui alto peso molecular (470 g/mol), baixa viscosidade e alto grau de conversão (cerca de

(26)

69,6%) devido a presença de uma cadeia linear flexível com ligações de hidrogênio mais fracas (GAJEWSKI et al. 2012; SIDERIDOU; TSERKI; PAPANASTASIOU, 2002).

Além da composição do material e matriz resinosa, outros fatores intrínsecos relacionados as alterações de cor em resinas compostas e nanocerâmicas são o diâmetro, carga e distribuição de partículas inorgânicas de preenchimento (SILVA et al., 2017). À medida que o tamanho das partículas das resinas nanocerâmicas é menor, os efeitos adversos, em alguns casos, parecem ser maiores; são os chamados efeitos quânticos (MOZZAQUATRO et al. 2017). De acordo com Feruzzi et al. (2019), a degradação da matriz polimérica tem relação com a maior área de superfície das nanopartículas. A ampla área superficial obtida com as partículas nanométricas resulta em maior interface matriz polimérica/nanopartículas. Uma vez que a degradação da matriz polimérica é a responsável pelo manchamento das resinas compostas, e na medida em que a interface aumenta, a pigmentação por agentes externos também é propagada mais intensamente.

Uma polimerização insuficiente também pode ser considerada como um fator de desempenho inadequado quanto à estabilidade de cor de resinas compostas diretas (STAWARCZYK et al., 2012). Apesar de ser um defeito causado pelo operador, ou seja, um fator extrínseco, a causa de uma descoloração amarelada em resinas compostas fotopolimerizáveis, é a degradação da canforoquinona, uma molécula utilizada como um fotoiniciador em materiais resinosos (ERTAS et al., 2006).

3.3.2 Fatores Extrínsecos

Os motivos externos relacionados às mudanças de cor de materiais resinosos ficam a cargo de, basicamente, dois fatores: influência de processos erosivos relacionados à higiene bucal e manchamento por soluções corantes (BAGHERI; BURROW; TYAS, 2005). Essas soluções, tais como o café e o vinho tinto, podem causar diferentes graus de manchamento em virtude de suas composições e propriedades (AROCHA et al. 2014; ERTAS et al. 2006). Também, quando em contato com agentes de coloração, os compósitos sofrem sorção de pigmentos extrínsecos, que é aumentada quando esses materiais são expostos a meios alcoólicos e ácidos como o vinho tinto, devido à maior degradação da matriz orgânica (TOPCU et al., 2009).

3.3.2.1 Soluções corantes

Ribeiro et al. (2017) avaliaram in situ a estabilidade de cor de duas resinas compostas comerciais: Filtek Z350 XT (A2E, 3M ESPE, EUA) e IPS Empress Direct (A2E, Ivoclar

(27)

Vivadent, Liechtenstein). Foram preparados 240 espécimes em forma de disco, em um molde cilíndrico de teflon medindo 6mm de diâmetro e 2mm de espessura. O compósito foi inserido no molde, coberto com uma tira de celulose, pressionado por uma placa de vidro e fotopolimerizado por 40 segundos. Após, o acabamento e polimento das superfícies foi feito em uma máquina de polir (Buehler, EUA) com papel de carboneto de silício de 600 e 1200 grãos. Um dispositivo palatino foi fabricado em resina acrílica transparente (JET, Clássico Artigos Odontológicos, Campo Limpo Paulista, SP, Brasil) e 3 espécimes de cada compósito foram fixados no dispositivo com cera adesiva (ASFER, Brasil). Para o estudo foram utilizados 5 meios de imersão: água mineral (Crystal, Coca-Cola Company, EUA), como grupo controle; suco de laranja (Tang Orange, Mondelez International, EUA), refrigerante a base de cola (Coca-Cola, Coca Cola Company, EUA), café (Nescafé, Nestlé, Suíça) e vinho tinto (San Martin, Brasil). As mensurações de cor foram feitas com um dispositivo de mensuração intraoral portátil (Easyshade, VITA Zahnfabrik, Alemanha), seguindo os parâmetros CIEL*a*b*. Foram selecionados 8 voluntários (4 homens e 4 mulheres) com idades entre 20 e 30 anos, os quais atenderam os requisitos de exclusão, como ausência de doença periodontal e não ser fumante. Os voluntários foram orientados a usar o dispositivo ininterruptamente, removendo-o somente durante as refeições e ingestão de bebidas que não fizessem parte do estudo. Para fins de padronização, os voluntários receberam uma pasta de dentes fluoretada (Colgate Total 12, 1450 ppm de flúor, Colgate Palmolive, Brasil) e uma escova de dentes manual (Colgate Professional Clean, Colgate Palmolive, Brasil). As condições de manchamento consistiram no consumo de 400mL de água, suco de laranja, coca-cola, café e 140mL de vinho tinto, sendo cada um desses líquidos consumidos por 10 dias. A cada 10 dias um novo dispositivo com 6 novas amostras era recebido pelos voluntários para um novo processo de manchamento. Seguiu-se assim para cada bebida durante 10 dias, gerando um total de 50 dias de período in situ. Os resultados das diferenças de cor foram submetidos à análise de variância a dois critérios (compósito à base de resina e condição de manchamento). Comparação múltipla foi feita com o teste post hoc de Tukey (α=0,05). Os resultados revelaram que o fator condição de manchamento foi significativo (p<0,001), enquanto o fator compósito à base de resina (p=0,093) e sua interação (p=0,154) não foram. Não foram observadas diferenças significativas entre os compósitos para qualquer condição de manchamento, sendo que as maiores alterações de cor foram encontradas nos espécimes imersos em café (ΔEab=5,7±0,5 para o Filtek Z350; 5,9±1,3 para o IPS Empress

Direct) e no vinho tinto (6,1±1,1 para o Filtek Z350; 6,2±1,6 para o IPS Empress Direct). A imersão em água apresentou a menor alteração de cor (ΔEab =1,6±0,6 para Filtek Z350; 1,8±0,2

(28)

para IPS Empress Direct). Os autores sugeriram que estes resultados ocorreram devido o café possuir agentes pigmentantes amarelados compatíveis com a matriz polimérica de resinas compostas, facilitando assim a absorção e coloração nas resinas compostas. O vinho tinto, segundo os autores, exibiu estes resultados em virtude da sua quantidade de pigmentos e presença de álcool, capaz de alterar as propriedades físicas, induzindo ao amolecimento da superfície dos compósitos e facilitando a absorção de moléculas de manchamento.

O vinho tinto costuma ser um meio de imersão utilizado para testes de materiais resinosos devido ao seu pH ácido, alto teor alcoólico e potencial de coloração (MOZZAQUATRO et al., 2017). Segundo Topcu et al. (2009), a imersão em vinho tinto pode levar à sorção acelerada de pigmentos extrínsecos e plastificação da matriz resinosa, degradando, portanto, a matriz orgânica e, consequentemente, afetando a estabilidade de cor das resinas. O amolecimento da matriz resinosa devido à presença do álcool também foi sugerido como responsável pela coloração das resinas testadas no estudo de Ertas et al. (2006).

Outra solução comumente utilizada em estudos é o café. Seu mecanismo de manchamento parece estar relacionado aos pigmentos amarelados com alto peso molecular presentes na sua composição, os quais possuem grande afinidade pela matriz polimérica de materiais compósitos (AROCHA et al., 2014). No estudo de Samra et al. (2008), resinas compostas diretas e indiretas imersas em café apresentaram um aumento significativo dos valores da coordenada (+b*) após 15 dias, tendendo ao amarelo. Esta tendência pode ser explicada em função do mecanismo de manchamento produzido por esta bebida, onde tanto à absorção quanto à adsorção de pigmentos estão presentes. A adsorção é proveniente do corante que paira sobre a superfície dos materiais resinosos e a absorção situa-se na camada subsuperficial, provavelmente derivada da compatibilidade da fase polimérica das resinas compostas com os corantes amarelos presentes no café.

Ardu et al. (2016) investigaram o comportamento colorimétrico de oito materiais restauradores estéticos: Estelite posterior (Tokuyama dental, Japão), ELS (Saremco, Suíça), Saremco microhybrid (Saremco, Suíça), Filtek supreme (3M ESPE, EUA), Inspiro SN (Edelweiss, Suíça), Venus diamond (Heraeus Kulzer, Alemanha), Miris 2 NR (Coltene-Whaledent, Suíça) e Filtek silorane (3M ESPE, EUA). Duzentos e oitenta e oito discos com espessura de 1,0mm foram preparadas através do pressionamento entre duas placas de vidro. As resinas compostas foram fotopolimerizadas por 20 segundos com um dispositivo de cura (Valo, Ultradent, EUA) a uma potência de 1000 mW/cm². A leitura inicial foi realizada por um espectrofotômetro de refletância (SpectroShade, MHT, Itália). A imersão foi realizada em

(29)

soluções que estão incluídas diariamente na rotina dos pacientes: vinho tinto (Côtes du Rhône (DOC), França), suco de laranja (Hohes, Suíca), bebida à base de cola (Coca-Cola; Suíça), chá preto (Twinings Earl Gray Tea, Inglaterra) e café (Arpeggio, Nespresso, Nestle, Suíça). Foi estabelecido um período de 28 dias de envelhecimento nas bebidas, pois, segundo Ertas et al. (2006), o período de 30 dias equivale a um envelhecimento clínico de 2 anos e 6 meses, tempo clinicamente relevante para os resultados estatísticos. Feitas as imersões, todos os espécimes foram lavados por 60 segundos em água destilada, sendo então realizada uma nova leitura espectrofotométrica para estabelecer as alterações de cor das amostras de acordo com a fórmula CIEDE2000. Os resultados quanto à estabilidade de cor dos materiais testados deste estudo levaram em consideração dois aspectos importantes: hidrofobicidade de monômero e característica de preenchimento das partículas. A resina composta que obteve o melhor desempenho foi a Filtek Silorane. Com exceção do vinho tinto (ΔE00=34,1) e café (ΔE00=5,7),

todas as outras soluções não foram capazes de atacar a matriz resinosa deste compósito. Apesar de possuir monômeros hidrofílicos como Bis-GMA e TEGDMA em sua composição, Estelite Posterior obteve o segundo maior resultado quanto à estabilidade de cor para o café (ΔE00=13,1). Filtek Supreme exibiu o resultado mais insatisfatório dentre todas as resinas

compostas para a solução de café (ΔE00=31,3) e para o vinho tinto (ΔE00=50,3). A razão para

tal resultado pode ter residido no fato de este material possuir um nível mais elevado de monômero hidrofílico como TEGDMA, quando comparado aos outros materiais deste estudo. Somado a isso, os autores sugeriram que este material possa apresentar uma integração não ideal de suas nanopartículas. Após procedimentos de acabamento e polimento, isso poderia resultar em espaços vazios em sua superfície, o que acarretaria em maior absorção de líquidos e, por conseguinte, em maior manchamento.

Arocha et al. (2014) compararam a capacidade de manchamento de quatro materiais compósitos indiretos, sendo dois destes preparados convencionalmente em laboratório e outros dois em CAD/CAM. Os materiais compósitos processados por CAD/CAM foram: uma resina nanocerâmica (A2, Lava Ultimate; 3M ESPE, EUA) e uma resina reforçada por partículas cerâmicas (A2, Paradigm MZ100; 3M ESPE, EUA). As resinas compostas indiretas processadas convencionalmente em laboratório, também popularmente chamadas de “cerômeros”, foram: SR Adoro (A2, IvoclarVivadent AG, Liechtenstein) e Premise Indirect (A2, Kerr Corporation, Orange, EUA). Foram confeccionados 40 discos com 10mm de diâmetro e 2mm de espessura a partir de cada material. As amostras dos compósitos indiretos feitos em laboratório foram produzidas mediante condensação em um molde de metal

(30)

padronizado, sendo que o molde com a resina composta foi coberto com placa de vidro para escoamento de excessos. A polimerização foi executada por uma lâmpada de LED de luz Bluephase (Ivoclar Vivadent, Liechtenstein) com intensidade de 1200 mW/cm² durante 20 segundos. Após polimerização, todas as amostras foram polidas com discos Sof-lex fino e superfino (3M ESPE; EUA). As 40 amostras de cada bloco resinoso CAD/CAM foram obtidas em uma máquina de corte (ISOMET, Bueher, EUA) com 2mm de espessura. As mensurações colorimétricas iniciais (T0) de todos os espécimes foram realizadas utilizando um espectrofotômetro (SpectroShade, MHT, Itália). Cada material foi imergido durante quatro semanas em três soluções corantes, sendo elas: café, vinho tinto e água destilada (grupo controle). Ao final de cada semana (T1, T2, T3 e T4) foi realizada uma nova leitura espectrofotométrica dos materiais compósitos. Todos os materiais testados apresentaram alterações de cor, sobretudo os blocos resinosos CAD/CAM: Lava Ultimate/T4/café (ΔEab=14,2) Lava Ultimate/T4/vinho tinto (ΔEab=31,86), Paradigm/T4/café (ΔEab=13,53)

Paradigm/T4/vinho tinto (ΔEab=29,40). Para as resinas compostas convencionais, o SR Adoro

obteve os maiores resultados em café (T4=ΔEab=7,71) e vinho tinto (T4=ΔEab=18,95) e Premise

Indirect imerso em café (T4=ΔEab=12,30) e vinho tinto (T4=ΔEab=23,54). Os autores

concluíram que os resultados mais satisfatórios ocorreram em função do mecanismo de hidrofobicidade de monômeros, uma vez que as resinas laboratoriais continham monômeros mais hidrofóbicos que as resinas CAD/CAM, tendo, por consequência, menor absorção de água. Ertas et al. (2006) avaliaram a estabilidade de cor de alguns materiais restauradores submetidos à imersão em diferentes bebidas com potencial pigmentante. Para tal, foram selecionadas três resinas compostas microhíbridas: Filtek P60 (3M ESPE AG, Seefeld, Germany), Filtek Z250 (3M ESPE AG, Seefeld, Germany) e Quadrant LC (Cavex, Haarlem, Netherlands). Também foram selecionadas duas resinas compostas nanohíbridas: Filtek Supreme (3M ESPE AG, Seefeld, Germany) e Grandio (Voco, Cuxhaven, Germany). Vinte e cinco amostras cilíndricas foram preparadas para cada material através de um molde de teflon. Cada espécime apresentou diâmetro de 15mm e espessura de 2mm. A polimerização foi realizada usando Curing Light XL 3000 (3M, St. Paul, MN, EUA; intensidade de luz de 400 mW/cm²) durante 20 segundos, 1 mm de distância da amostra. Para fins de padronização da superfície, todos os espécimes foram lixados com papéis abrasivos de carboneto de silício de 600 grãos por 10 segundos em uma máquina polidora de 300 rpm (Buehler Metaserv, Buehler, Alemanha). Após, os espécimes foram armazenados em água destilada a 37 ℃ por 24 horas. Os espécimens foram divididos por material restaurador em cinco grupos (n=5). As cores de

(31)

todos os grupos foram mensuradas com um colorímetro Minolta CR 300 (Minolta Co., Osaka, Japão) conforme a CIE L*a*b* em relação ao iluminante padrão A contra um fundo branco. Após as medições de cor da base, cada grupo foi armazenado por 24 horas. O tempo de imersão de 24 horas foi selecionado como o horário padrão. Foram utilizadas as seguintes bebidas para o estudo: Água destilada, como grupo controle, café (Nescafé Classic, Nestle, Suíça), chá (Yellow Label Tea, Lipton, Rize, Turkey), refrigerante de cola (Coca-Cola, The Coca-Cola Co., Istambul, Turquia) e vinho tinto (Yakut, Kavakldere, Ankara, Turquia). Após 24 horas de imersão, os espécimes foram lavados com água destilada por cinco minutos e secos com papel absorvente antes da medição da cor. As cores dos espécimes após armazenamento em diferentes soluções foram medidas usando o colorímetro como descrito anteriormente. As diferenças de cor foram calculadas e análise de variância duas vias (ANOVA) foi usada para avaliar os efeitos do tipo de material e do agente de manchamento na mudança de cor, incluindo a possibilidade de interação entre os dois fatores usando um software estatístico (SPSS for Windows, versão 12.0.1, SPSS Inc Chicago, IL, EUA). Em seguida, as médias foram comparadas pelo teste HSD de Tukey (α = 0,05). Quando analisados os resultados do efeito das bebidas sobre os materiais restauradores, os menores valores de ΔEab foram consistentemente observados no grupo água

destilada: P60 (ΔEab=0,8±0,2), Z250 (ΔEab=1,4±0,3), Quadrant (ΔEab=1,7±0,4), Grandio

(ΔEab=1,5±0,4) e Supreme (ΔEab=1,3±0,1). A maior diferença de cor para todos os materiais

restauradores de resina composta testados foi observada no grupo vinho tinto: P60 (ΔEab=5,1±0,3), Z250 (ΔEab=5,6±0,3), Quadrant (ΔEab=6,3±0,3), Grandio (ΔEab=5,6±0,2) e

Supreme (ΔEab=6,2±0,3). O grupo café também provocou mudanças de cor nos materiais

restauradores: P60 (ΔEab=4,3±0,5), Z250 (ΔEab=4,0±0,4), Quadrant (ΔEab=4,5±0,2), Grandio

(ΔEab=4,7±0,3) e Supreme (ΔEab=4,6±0,4). Em termos de comparação entre os cinco diferentes

materiais restauradores, não foram observadas diferenças significativas entre os grupos de materiais Filtek P60 e Filtek Z250. Além disso, estes grupos demonstraram uma mudança de cor significativamente menor do que os nano-híbridos (Grandio e Filtek Supreme) e Quadrant LC (um composto de resina universal). Os autores atribuíram como um dos principais fatores para as diferenças de cor encontradas entre resinas compostas microparticuladas (Filtek P60; 3M ESPE, USA, e Filtek Z250; 3M ESPE, USA) e nanoparticuladas (Filtek Supreme; 3M ESPE, USA e Grandio; Voco, Cuxhaven, Alemanha) as diferenças de composição entre as matrizes resinosas. Apesar de as resinas compostas microparticuladas e nanoparticuladas possuírem em suas composições um monômero altamente hidrofílico, o Metacrilato Bisfenol A Glicidil (Bis-GMA), um fator que poderia contribuir para a coloração destes materiais,

(32)

levou-se em consideração outro monômero para especificar as diferenças colorimétricas entre as resinas compostas, pois a única diferença composicional entre as resinas microparticuladas e nanoparticuladas foi a adição de um monômero também conhecidamente hidrofílico, o Dimetacrilato de trietilenoglicol (TEGDMA), razão pela qual os materiais nanoparticulados geraram uma maior absorção de água e, consequentemente, uma maior descoloração.

Poggio et al. (2017) analisaram o comportamento, quanto à estabilidade de cor, de sete materiais restauradores estéticos submetidos a soluções corantes. Foram utilizadas uma resina composta microparticulada (A2, Gradia Direct Anterior, GC Corporation, Japão), uma resina nanocerâmica (A2, Ceram.X Universal, Dentsply, Alemanha), uma resina composta nanoparticulada (A2, Filtek Supreme XT, 3M ESPE, EUA), duas resinas compostas microhíbridas (A2, G-aenial e Essentia enamel; GC Corporation, Japão), um compósito nanohíbrido organicamente modificado (A2, Admira Fusion; Voco, Alemanha) e uma resina composta supra-nano híbrida esférica (A2, Estelite; Tokuyama Dental Corporation, Japão). Foram confeccionadas 30 amostras de cada material a partir de anéis de silicone com medidas de 2mm de espessura e 8mm de diâmetro. Os anéis foram preenchidos com os respectivos materiais, prensados com placas de vidro e polimerizados por 40 segundos em cada lado com uma unidade de cura (Celalux II, Voco, Germany) a uma intensidade de luz de 1000 mW/cm². Os espécimes foram submetidos, por 28 dias, à imersão contínua, em duas soluções corantes, sendo elas: vinho tinto (Bonarda Tenuta Casa Re, Itália) e café (Nescafe Classic, Nestle, Suíça). A cada semana foram realizadas mensurações com um espectrofotômetro (SP820λ; Techkon Gmbh, Alemanha). O longo tempo de imersão utilizado demonstrou que, mesmo havendo materiais com composições diferentes e soluções corantes distintas, a estabilidade de cor foi afetada em todos materiais que continham matriz resinosa. Os materiais que apresentaram as menores diferenças de cor, quando avaliados colorimetricamente, foram a resina nanocerâmica Ceram.X Universal quando imersa em café (ΔEab=15,2) e em vinho tinto (ΔEab=28,2); e a resina

composta nanohíbrida esférica Estelite (ΔEab=11,8 para o café e ΔEab=22,9 para o vinho tinto).

As maiores mudanças de cor ocorreram em duas resinas compostas: Gradia Direct para café (ΔEab=28,0) para vinho tinto (ΔEab=41,1); Filtek Supreme para café (ΔEab=23,4) e para vinho

tinto (ΔEab=39,8). Os autores concluíram que os melhores resultados ocorreram em função de

uma distribuição homogênea e tamanho esférico regular das partículas presentes nas matrizes da resina nanocerâmica e nanohíbrida esférica, fatores estes que contribuem para um melhor resultado mecânico e estético.

(33)

Borges et al. 2011 avaliaram os efeitos da imersão em diferentes bebidas corantes na estabilidade de cor de sete resinas compostas diferentes. As resinas compostas laboratoriais utilizadas foram: Signum (Heraeus Kulzer, GMbH, Kg, Alemanha), Solidex (Shofu Dental Corporation, Quioto, Japão), Resilab (Wilcos, Petrópolis, RJ, Brasil), Adoro (Ivoclar/Vivadent, Schaan, Liechtenstein), Sinfony (3M/ESPE, St. Paul, Mn, EUA), Epricord (Kuraray/Japão) e Admira (VOCO, GMBH, Alemanha). Todas as amostras foram preparadas em moldes cilíndricos de teflon com 10mm de diâmetro e 2mm de espessura. As resinas foram colocadas nos moldes e prensadas através de uma fita de mylar transparente e uma placa de vidro para obter uma superfície plana. Cada amostra foi irradiada de acordo com o fabricante usando luzes de tungstênio-halogênio, específicas para cada composto. O acabamento e polimento foi realizado com discos Sof-Lex System (3M ESPE). Os 15 espécimes de cada resina composta foram imersos em água destilada por 24 horas a 37° C. A leitura inicial das cores das amostras foi realizada com um dispositivo de mensuração intraoral (Vita Easyshade, Vita Zahnfabrik, Bad Sackingen, Alemanha). A imersão ocorreu por 7 dias em 3 diferentes meios: café, Coca-Cola® e água destilada. As bebidas foram trocadas diariamente. As medidas colorimétricas das amostras foram realizadas em fundo branco, de acordo com a escala de cores CIEL*a*b*. Os cálculos foram realizados através da equação: ΔEab=(ΔL *)2 + (Δa *)2 + (Δb *)2]1/2. A análise

estatística foi feita usando ANOVA de medidas repetidas de duas vias e comparações de Tukey com nível de significância de 95%. Os resultados do estudo para as resinas compostas mostraram que todos os valores obtidos foram superiores aos clinicamente aceitáveis (ΔE>3,3). Enquanto Admira (VOCO, GMBH, Alemanha) mostrou a menor alteração de cor (ΔEab=3,934±0,814), Sinfony (3M/ESPE, St. Paul, Mn, EUA) obteve a maior alteração

(ΔEab=5,126±0,838). Em relação aos resultados relacionados às bebidas utilizadas no estudo,

café (ΔEab=7,659±1,131), coca-cola (ΔEab=3,080±0,635) e água destilada (ΔEab=2,355±0,824),

os autores sugeriram que o grau de polaridade dos corantes presentes no café influenciou o resultado, uma vez que os pigmentos amarelados menos polares presentes nesta bebida poderiam ter maior facilidade e afinidade para penetrar na matriz polimérica das resinas compostas, provocando o manchamento das amostras.

Shamszadeh et al. (2016) investigaram a influência de incrementos com diferentes espessuras nas mudanças de cor de resinas compostas submetidas ao café e água destilada. O estudo utilizou uma resina composta convencional (A3, Tetric Evoceram universal; Ivovlar Vivadent, Schaan, Liechtenstein) e uma resina composta fill (A3, Tetric Evoceram bulk-fill, Ivovlar Vivadent, Schaan, Liechtenstein). A confecção dos materiais foi realizada em

(34)

moldes de polietileno, sendo 20 amostras de 2mm de espessura e 6mm de diâmetro para resina composta convencional e 40 amostras para resina composta bulk-fill; 20 amostras de 2mm de espessura e 6mm de diâmetro e 20 amostras de 4mm de espessura e 6mm de diâmetro. Após o incremento no molde, uma tira de mylar foi aplicada e prensada por uma placa de vidro, obtendo-se uma superfície plana. A fotopolimerização foi realizada com uma unidade de cura (Demetron LC; Kerr Corporation, Orange, CA, EUA) a uma potência de 1086 mW/cm². A leitura de cor base foi feita através de um método de análise de imagem digital. Metade das amostras foi armazenada em água destilada por 28 dias e outra metade foi imersa solução de café (Taster’s Choice; Nestlé EUA, Inc., Glendale, CA, EUA) durante 20 minutos, sendo o restante do tempo diário em água destilada, por 28 dias. A cor das amostras foi avaliada no espaço de cores CIEL*a*b*. A análise estatística foi realizada pelo ANOVA de duas vias repetidas e as comparações múltiplas pelo teste de Tukey com 95% de significância. Os resultados apresentados, aos 28 dias de imersão em café, demonstraram valores de ∆E para resinas bulk-fill com espessura de 2mm (∆Eab=17,02±0,86) e 4mm (∆Eab=21,31±0,40)

significativamente maiores quando comparados à resina composta convencional (∆Eab=11,34±

0,56). Quando comparada à imersão em café, a descoloração produzida pela água destilada foi significativamente menor (P<0,001). Os autores concluíram que a profundidade de cura pode afetar a estabilidade de cor de materiais à base de resina, uma vez que materiais bulk-fill podem alcançar um número maior de interfaces entre matriz de resina e partículas, aumentando a dispersão da luz devido às diferenças de refração.

Acar et al. (2016) avaliaram as diferentes alterações de cor em três materiais restauradores CAD/CAM e uma resina nanocomposta submetidos à imersão em café. Os materiais CAD/CAM eram uma cerâmica reforçada por dissilicato de lítio (IPS E.max CAD; Ivoclar Vivadent), uma cerâmica híbrida, também conhecida como polímero infiltrado por cerâmica (Vita Enamic, VITA Zahnfabrik), uma resina nanocerâmica (Lava Ultimate, 3M ESPE); e um material restaurador direto, uma resina nanocomposta (Filtek Supreme Ultra Universal; 3M ESPE). Os blocos foram cortados por uma lâmina de diamante (Disco Bueher, série 15 LC Diamante) e uma máquina de corte (Vari/cut VC-50; Leo Corp) em 5 peças para cada espessura de 0,5mm e 1,0mm, totalizando 10 peças para cada material CAD/CAM. A resina nanocomposta foi produzida através de um molde em politetrafluoretileno, onde a resina composta foi comprimida por uma placa de vidro, removendo, assim, excessos, evitando espaços vazios e deixando a superfície lisa. A fotoativação foi realizada por 40 segundos nos dois lados das amostras com uma unidade LED (TC-01 Spring health), com intensidade de 800

(35)

mW/cm². O polimento das amostras deu-se com lixas de carbeto de silício de 600, 800 e 1200 grãos após a polimerização. Foram feitos 5000 termociclos em café, um tempo considerado curto, em termos clínicos, sendo que o tanque de café foi renovado a cada 8 horas para evitar a contaminação da bebida. A escolha do café como um agente colorante foi devido à afinidade pela matriz polimérica e o alto peso molecular dos pigmentos presentes nesta bebida. Ao final dos ciclos, as amostras foram escovadas com creme dental circunferencialmente por 10 vezes. A análise das mudanças de cor foi feita com um espectrorradiômetro (PR 705; Photo Research). O limiar de perceptibidade foi estabelecido em ΔE00=1,28 unidades e o limiar de aceitabilidade

clínica em ΔE00=2,24 unidades. Somente a cerâmica à base de dissilicato de lítio CAD/CAM

(IPS e.max CAD; Ivoclar Vivadent AG) apresentou resultados clínicos abaixo do limiar de perceptibilidade. O polímero infiltrado por cerâmica (Vita Enamic; VITA Zahnfabrik) demonstrou ser o material mais próximo e alternativo à cerâmica à base de dissilicato de lítio, pois apresentou resultados incluídos no limiar de aceitabilidade. Os materiais à base de resina, uma resina nanocerâmica (Lava Ultimate; 3M ESPE) e uma resina nanocomposta (Filtek Supreme Ultra Universal; 3M ESPE) apresentaram valores acima do limiar de perceptibilidade e aceitabilidade, porém, à medida que as espessuras aumentaram, os dois materiais aproximaram-se de um valor próximo ao limiar de aceitabilidade. Os “polímeros reforçados por cerâmica”, Vita Enamic (VITA Zahnfabrik, Bad Sackingen, Germany) e Lava Ultimate (3M ESPE, USA), apesar de possuírem em suas composições o Dimetacrilato de Uretano (UDMA), um monômero conhecidamente hidrofóbico, não obtiveram os mesmos resultados. A resina nanocerâmica descoloriu mais que a cerâmica híbrida. Esses resultados puderam ser explicados em função da presença de Metacrilato Bisfenol-A Glicidil (Bis-GMA) e sua versão etoxilada (Bis-EMA), monômeros que possuem uma sorção de água maior quando comparados com o UDMA. Os autores sugeriram que esses resultados estejam atrelados ao fato de materiais que contêm polímeros em sua composição química, como cerâmica híbrida, resina nanocerâmica e resina composta, apresentam alterações de cor associadas ao mecanismo de hidrofobicidade do monômero, ou seja, o quanto as matrizes resinosas são capazes de absorver água e, por consequência, pigmentos, quando em contato com agentes colorantes como o café.

Samra et al. (2008) investigaram as diferenças de cor de materiais restauradores estéticos com composições e processamentos diferentes submetidos a uma mesma bebida de potencial pigmentante. Para tal, foram selecionados 5 materiais restauradores: uma resina composta microhíbrida (A2, Tetric Ceram, Ivoclar Vivadent, Schaan, Lichtenstein), três resinas compostas indiretas (A2, Targis, Ivoclar Vivadent, Schaan, Lichtenstein), (A2, Resilab Master,

(36)

Wilcos, Wilcos do Brasil: Petrópolis, RJ, Brazil) e (A2, belleGlass HP, Kerr, Orange, CA, USA); uma cerâmica (A2, IPS-Empress 2, Ivoclar Vivadent, Schaan, Lichtenstein). Foram confeccionados 71 espécimes, os quais foram divididos em 5 grupos. Cada espécime possuía 17mm de diâmetro e 1mm de espessura. Acabamento e polimento foi realizado com discos de lixa. Após todas as amostras prontas, uma mensuração de cor base foi realizada através de espectrofotometria de refletância (Espectrofotômetro Varian-Cary 100, Labsphere), tendo as coordenadas matemáticas estabelecidas com referência ao espaço internacional de cores CIEL*a*b* (Comissão Internacional de l’Eclairage L*a*b*). A imersão em café (Café Lontrinha, Ponta Grossa, PR, Brasil) foi realizada por 15 dias, sendo a solução trocada a cada dois dias. Além da medição de cor base, foram realizadas mais duas mensurações, uma aos 7 dias e outra aos 15 dias. Enquanto os materiais Targis (ΔEab=3,85) (Ivoclar Vivadent, Schaan,

Lichtenstein) e belleGlass HP (ΔEab=3,40) (Kerr, Orange, CA, USA) obtiveram limiares

clinicamente aceitáveis, utilizando polimerização complementar através de luz e calor, calor, pressão e vácuo, aumento da taxa de conversão em 80% e 98,5%, respectivamente; materiais como Tetric Ceram (ΔE=8,34) (Ivoclar Vivadent, Schaan, Lichtenstein) e Resilab Master (ΔEab=8,86) (Wilcos, Wilcos do Brasil: Petrópolis, RJ, Brazil) apresentaram resultados

clinicamente inaceitáveis, pois não utilizam qualquer tipo de polimerização adicional. A cerâmica IPS-Empress 2 não apresentou alterações de cor ao final dos 15 dias de estudo. Os autores sugeriram que a forma como os materiais restauradores são polimerizados influencia a cor final. A polimerização adicional resulta em uma menor descoloração do material, pois possui um grau de conversão maior e, consequentemente, menor quantidade de monômeros residuais livres que possam formar produtos degradáveis coloridos.

3.3.2.1 Desafios abrasivos

Além das soluções corantes consumidas diariamente, as quais podem ocasionar alterações de cor em materiais restauradores diretos, o desafio abrasivo empregado através da escovação diária também pode ser responsável por mudanças como diminuição do brilho e aumento da rugosidade de superfície de materiais resinosos ao longo do tempo (BAGHERI; BURROW; TYAS, 2005).

Da Costa et al. (2010) investigaram os níveis de abrasividade de diferentes dentifrícios na rugosidade de superfície e brilho de diferentes resinas compostas submetidas à escovação simulada. Foram selecionadas quatro resinas compostas: uma microparticulada (A2, Durafill VS; Heraeus Kulzer Gruner, Hanau, Germany), uma nanoparticulada (A2, Filtek Supreme Plus;

(37)

3M ESPE Dental Products St. Paul, MN, USA), uma microhíbrida (A2, Filtek Z250; 3M ESPE Dental Products St. Paul, MN, USA) e uma nanohíbrida (A2, Premise; Kerr Orange, CA, USA). Os dentifrícios possuíam índices de abrasividade ou abrasão radioativa com dentina (RDA) diferentes: Colgate Total, RDA: 70 (Colgate-Palmolive Company New York, NY, USA), Colgate baking soda & peroxide whitening, RDA: 145, Colgate tartar control/whitening, RDA: 200. Foram confeccionadas 60 amostras, sendo 15 para cada material restaurador. Cada amostra possuía 10mm de diâmetro e 2mm de espessura. A fotoativação foi realizada por 40 segundos à uma potência de 600 mW/cm² com uma unidade de LED Demi (Kerr, Danbury, CT, EUA). Acabamento e polimento foi realizado por um mesmo operador com pontas Enhance e Pogo (Dentsply/Caulk, Milford, DE) por 6 segundos para cada ponta. Em seguida, as amostras foram avaliadas quanto ao brilho (Novo-Curve, Rhopoint Instrumentation, East Sussex, UK) e rugosidade de superfície (TR 200 Surface Roughness Tester, TIME Group, Pittsburgh, PA, USA). Após as medições, as amostras foram montadas em um anel acrílico, sendo este anel posteriormente encaixado num disco de acrílico acoplado em um motor elétrico, o qual girava a uma frequência de 1 Hz. As amostras mergulhavam em uma solução de cada uma das pastas comerciais antes do contato com a escova de cerdas macias (Oral B #30, Iowa City, Iowa). As amostras entraram em contato com a escova de dentes uma vez a cada ciclo. Cada amostra foi pincelada por 2880 segundos. Após as escovações, os espécimes foram submetidos à nova avaliação da rugosidade e brilho da superfície. Os resultados mostraram que a redução do brilho foi maior quanto mais abrasivo era o creme dental, tendo Filtek Supreme a menor redução (15%) ao ser escovada com Colgate Total, e a Filtek Z250 a maior redução (91%) sendo escovada com Colgate baking soda & peroxide whitening. Os resultados relacionados à rugosidade de superfície mostraram que houve aumento entre o início e o final do experimento, porém este aumento se encontrou abaixo do limite de 0,2µm para retenção bacteriana. Os autores concluíram que os dentifrícios com maior número de RDA podem provocar maior redução do brilho e, consequentemente um empobrecimento estético das restaurações de resina composta ao longo do tempo.

Roselino et al. (2015) investigaram os efeitos do tempo de escovação e abrasividade de dois dentifrícios nas alterações de cor e rugosidade de materiais restauradores. Os materiais utilizados foram uma resina composta nanoparticulada (A3, Z350, 3M ESPE, St Paul, MN, USA), uma resina composta nanohíbrida (A3, Tetric N-Ceram, Ivoclar Vivadent AG, Schaan, Liechtenstein) e uma cerâmica (A3, IPS e.max Ceram, Ivoclar Vivadent AG, Schaan, Liechtenstein). Foram confeccionados 16 espécimes de cada material resinoso. A obtenção dos

(38)

espécimes se deu por anéis de teflon com 12mm de diâmetro e 2mm de espessura, onde o material era pressionado por uma placa de vidro. A fotoativação foi realizada por 20 segundos, utilizando uma unidade de emissão de luz LED (FlashLite 1401, Discus Dental, Culver City, CA, EUA) à uma potência de 1100 mW/cm². O polimento dos espécimes foi realizado com papéis de carboneto de silício (Norton Abrasives, Guarulhos, SP, Brasil) de abrasividade decrescente (600, 1200 e 2000 grãos). Os espécimes cerâmicos foram confeccionados de acordo com a técnica de duplo aquecimento (Phoenix, Ceramco, Burlington, VT, EUA) a uma temperatura inicial de 450°C e temperatura final de 755°C a vácuo. O polimento também foi realizado com papéis de carboneto de silício (100, 320, 1200 e 2000 grãos). As leituras iniciais foram feitas com um espectrofotômetro (PCB 6807, Byk Gardner, Geretsried, Alemanha), e a rugosidade superficial foi obtida com um rugosímetro (Rugosimeter Surfcorder SE 1700, Kosakalab, Tóquio, Japão). Cada grupo de material restaurador foi dividido em dois subgrupos, de acordo com a abrasividade dos dentifrícios (Colgate RDA* 68 e Colgate Total Plus Whitening RDA* 180, Colgate-Palmolive Company, São Bernardo do Campo, SP, Brazil). A escovação mecânica foi realizada (Pepsodent, Mavtec-Com. Peças Acess. E Serv. Ltda ME, Ribeirão Preto, SP, Brasil) com escovas de cerdas macias (Tek, Johnson & Johnson Ind. Com. Ltda, São José dos Campos, SP, Brasil). Os dentifrícios foram diluídos em água destilada na proporção 1:1. Cada espécime recebeu um total de 58.400 ciclos de escovação mecânica, correspondendo a uma exposição de 4 anos em um indivíduo saudável. A cada 14.600 ciclos, as amostras eram submetidas às mensurações de cor e rugosidade superficial. O cálculo para as alterações de cor foi realizado seguindo a fórmula CIEDE2000. Para o cálculo da rugosidade foi utilizada a seguinte fórmula: ∆R=Raf - Rai. Os resultados do estudo demonstraram que, tanto

o tempo de escovação prolongado quanto a abrasividade dos dentifrícios, não foram capazes de provocar alterações de cor e rugosidade superficial das amostras. O maior valor para mudança de cor foi observado na resina composta nanoparticulada [∆E00=1,49 ± 0,14)], no terceiro ciclo,

correspondente aos 3 anos de escovação, ficando assim num limiar abaixo do perceptível ao olho humano para diferenças de cor.

3.4 INTERVENÇÕES DE HIGIENE

A coloração real na cavidade oral pode ser influenciada pela natureza intermitente da exposição a manchas provenientes de soluções colorantes como o café. Uma escovação regular pode diminuir ou mesmo impedir que os pigmentos extrínsecos amarelados do café manchem

Referências

Documentos relacionados

Diet variety seems to decrease with age in childhood; these findings enhance the need of implementing effective strategies to increase the con- sumption of a variety of healthy

13 Além dos monômeros resinosos e dos fotoiniciadores, as partículas de carga também são fundamentais às propriedades mecânicas dos cimentos resinosos, pois

Costa (2001) aduz que o Balanced Scorecard pode ser sumariado como um relatório único, contendo medidas de desempenho financeiro e não- financeiro nas quatro perspectivas de

Depois de considerar a confidência, conteúdo, distribuição, e assuntos de oportunidade associadas com a distribuição de um relatório, um controlador pode, então,

Este trabalho se justifica pelo fato de possíveis aportes de mercúrio oriundos desses materiais particulados utilizados no tratamento de água, resultando no lodo

Inspecção Visual Há inspeccionar não só os aspectos construtivos do colector como observar e controlar a comutação (em

A gestão do processo de projeto, por sua vez, exige: controlar e adequar os prazos planejados para desenvolvimento das diversas etapas e especialidades de projeto – gestão de

Todavia, nos substratos de ambos os solos sem adição de matéria orgânica (Figura 4 A e 5 A), constatou-se a presença do herbicida na maior profundidade da coluna