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A INSERÇÃO DO NEGRO NO FUTEBOL BRASILEIRO: Enfoque no Rio de Janeiro

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Academic year: 2021

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A INSERÇÃO DO NEGRO NO FUTEBOL BRASILEIRO: Enfoque no Rio

de Janeiro

Danilo Lucas Lopes de Araújo1 - UNI TOLEDO Cesar Gomes da Silva2 - UNI TOLEDO

RESUMO

O artigo aborda de forma específica a gênese do futebol na Inglaterra no final do século XlX e como este esporte chegou no Brasil no início do século XX como um esporte moderno. No entanto há uma dificuldade em inserir o negro dentro do esporte, por conta de como a imagem do negro no Brasil era mal vista, a elite branca comandava o esporte como bem queria, e assim foi árdua a inserção do negro no futebol.

Palavras-Chave: Futebol, negro, racismo.

ABSTRACT

This article is about the specific way that British Football began at the end of 19 century, and explain how the British Football arrived in Brazil in 20 century as a modern sport. However, there is difficulties to afro-american descentends be part of the team, because in Brazil, they were badly seen. The white people ruled the sports as well as wanted, then, was very hard to insert afro-american descentends in football team.

Key-Words: Football, Black, racism.

1. Introdução

Logo após a lei Áurea, assinada em 1888, o negro teve extrema dificuldade de inserção na sociedade, pela ausência de um sistema específico ou de um política pública que visasse essa inserção e uma conscientização da população branca. Sem essa política, o negro ainda era visto como inferior ao branco, fazendo com que muitos tivessem condições

1 Graduando de Licenciatura em História, do Centro Universitário Toledo de Araçatuba.

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idênticas ou piores do que no período anterior à lei. A elite branca, após a abolição, buscou, de forma imperceptível, provar a inferioridade dos negros e a superioridade do branco.

A imagem do negro foi se deteriorando, pois os jornais da época sustentavam o discurso da elite a respeito dos negros. A descrição do negro como libidinoso, cheio de sagacidade sexual, violento e imoral, se espalhou rapidamente. Diante deste contexto, como o negro foi inserido no futebol no Brasil após a chegada deste ao futebol? Descrever este processo é o objetivo principal deste estudo.

O presente artigo busca também compreender a gênese do futebol na Inglaterra no final do século XlX, e como a burguesia inglesa controlou o esporte até sua chegada ao proletariado. Com isso, foi possível analisar o recém-chegado futebol no Brasil, no início do século XX, e compreender de forma particular, a difícil tarefa de incluir o negro no futebol moderno comandado em sua gênese pela elite brasileira

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A metodologia utilizada para construção deste artigo é a pesquisa bibliográfica. O autor se baseou em livros e artigos que retratam a inserção do negro na sociedade brasileira, bem como livros que relatam a origem do futebol moderno na Inglaterra, a chegada do futebol ao Brasil, a participação do negro nos primórdios do esporte para assim chegar as conclusões presentes abaixo.

Desenvolvimento

1. A gênese do futebol moderno

O conceito de esporte moderno foi criado pelos ingleses. A Inglaterra é vista como o berço do esporte moderno devido ao fato de introduzir uma serie de inovações que mudaram o formato dos jogos e competições atléticas. O termo específico esporte moderno tem sua gênese, segundo Martins e Altmann (2007), com Norbert Elias, que buscava diferenciar o esporte praticado no período do esporte antigo.

Para compreendermos melhor estes conceitos, a classificação de Tubino, Garrido e Tubino (2006), é pertinente: Esporte Antigo, Esporte Moderno e Esporte Contemporâneo.

O Esporte Moderno foi criado pelo inglês Thomas Arnold, diretor do Rugby College, que, a partir de 1820, começou a codifi car os jogos existentes com regras e as competições. Rapidamente a ideia de Arnold se estendeu por toda a Europa. Com essa ideia surgiram os clubes esportivos, originados no Associacionismo inglês. (TUBINO, p. 24, 2010)

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O futebol somente tornou-se um esporte moderno em razão das escolas públicas da Inglaterra, pois tinham a impressão do esporte ser muito violento, mas não conseguiam impedir que os alunos deixassem a prática do esporte. Assim, regras foram criadas, inicialmente orais, para tornar o esporte menos violento. Em cada partida ocorrida, vários jogadores se machucavam. Inicialmente, as regras para o esporte não eram padronizadas e cada escola fazia suas próprias regras, mas com o tempo isso se tornou uma complicação para os jogadores, pois muitos queriam jogar fora do âmbito das escolas, e quando isso acontecia, cada jogador tinha uma regra em sua cabeça.

Dito isto, entretanto, esmagadoras evidencias apontam para as escolas publicas e universidades (particularmente ade Cambridge), como sendo o principal local onde não somente a modernização do football ocorreu, mas também, e mais importante, a bifurcação que deu origem ao futebol moderno e ao rúgbi (GEBARA, PILATTI, 2006, p.58)

Com o passar do tempo, a Inglaterra compreendeu a necessidade de padronizar regras para o futebol, visto que o esporte crescia e o Estado não seria capaz de impedir a prática de tal esporte.

Para Altmann (2007), as principais características do esporte moderno são: ter uma cronologia determinada específica, um calendário próprio e possuir um código universal de regras e das atividades, possibilitando a prática em qualquer lugar.

Assim como outros esporte modernos criados na época, como o boxing e a corrida de cavalos, o futebol também passou a ter apostas em dinheiro, outra característica do esporte moderno.

Existe outra característica que torna o futebol um esporte moderno: as regras. Não que os esportes primitivos não tivessem regras, mas o que de fato mudou foram a natureza dessas regras. Estas deixam de ser instruções divinas, para se tornar instruções, artefatos culturais, como nos mostra Proni (2002).

Outra característica de esporte moderno que o futebol possuía era especialização de funções. Simultaneamente, a organização do evento esportivo também se modernizou, transformando as competições em um glorioso espetáculo.

Entre as suas características estão a especialização de funções e a divisão do trabalho. Em paralelo, a organização dos eventos também se modernizou, transformando as competições esportivas em megaespectáculos. Essas transformações, impostas pela especialização, geraram o profissionalismo, ou seja, transformaram o tempo de trabalho do atleta em um tempo de especialização. (PRONI,2002,P.70)

Os Jogos Olímpicos da Grécia Antiga eram considerados festivais sagrados, em que os atletas competiam para servir aos deuses. Já o esporte moderno nasce sem vínculo com o

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sagrado ou com o religioso. Ele surge na Inglaterra, logo após a revolução industrial e eclode como um evento festivo. Entretanto, o futebol moderno se desenvolve a partir do século XVIII e está totalmente relacionado com o desenvolvimento da sociedade capitalista inglesa (HELAL, 1990; BRACHT, 2003).

Portanto, o futebol ou outros esportes que nascem nessa época, nascem não só com o modo de produção capitalista, mas com o estado nacional democrático, fruto da dinâmica da sociedade moderna burguesa. O futebol reduz as distâncias entre as classes, estabelece contato, tem uma mobilidade social, e vai gradativamente abolindo as discriminações sociais.

Todavia, podemos dizer que o futebol é um sistema esportivo. Segundo Brohm o conceito de processo de produção esportiva é muito parecido com o processo de produção de Marx. Assim, o futebol se insere em um sistema de produção dado capitalista, produzindo produtos muito particulares: campeões, espetáculos, recordes.

2. O Futebol na Inglaterra

Segundo a historiografia oficial, o futebol foi regulamentado na Inglaterra no século XlX. Entretanto, há pesquisas, como a de Leonardo Pardo, especialista em história, cultura, memória e patrimônio, que mostra que ele era praticado há muito tempo na China, pelos imperadores. Mas não é possível subtrair a honraria da Inglaterra como precursora do futebol. Porém, há em alguns relatos descritos por Bredekamp, historiador e sociólogo alemão, que o futebol contemporâneo se baseia no cálcio, praticado na Itália.

No início, o futebol não era praticado pelos trabalhadores de fábricas ou pelos camponeses. Sendo assim, o esporte era restrito as elites. O esporte era praticado nos horários livres, pelos alunos das escolas aristocratas da alta burguesia. Em algumas escolas, o futebol foi proibido por ser considerado um esporte violento.

Existem três processos sociais que ajudaram a Inglaterra a passar por esse processo de modernização do futebol: (1) a marginalização cultural do futebol popular, (2) o surgimento de uma próspera subcultura do futebol, que primeiramente difundia em bares e botequins; e (3) o desenvolvimento de novas formas do futebol nas escolas públicas e nas universidades. Este último processo social foi de vital importância para o futuro do esporte.

O sistema veterano/ calouro foi central ao desenvolvimento do futebol nas escolas públicas. Nestas, o jogo era um meio do qual os meninos mais velhos afirmavam seu domínio sobre os mais novos. Um dos deveres que se tornava normal entre os calouros era que eles

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eram obrigados a jogar como goleiros, como mostra Ademir Gebara e Luiz Alberto Pilatti(2006), em seu livro “História e Sociologia nos Esportes”.

Assim como nos jogos populares que aconteceram, o football nas escolas públicas, neste estágio, foi governado por regras orais. Isto significa que o caráter do jogo variou de escola a escola, as diferenças sendo determinadas por decisões relacionadas as peculiaridades geográficas de cada área onde o esporte era praticado – o jogo não era ainda jogado em campos construídos e marcados especialmente para o football – e pelo acréscimo de tradições locais especificas. Apesar de tais diferenças, entretanto, segurar (ou tocar com as mãos) a bola, assim como chuta-la, era permitido em todas as escolas. (Gebara, Pilatti, 2006, p.60)

O esporte se espalhou e assim foi regulamento para deixar de ser tão violento. Dois desenvolvimentos sociais amplos reforçaram este processo: a expansão da classe média, que ocorreu com a industrialização e a urbanização. A pressão em favor do estabelecimento de regras comuns nacionais foi gradualmente se intensificando. Nessa época era o período do ápice da primeira Revolução Industrial na Inglaterra e a classe operária já estava praticamente consolidada e começava a ter consciência de classe. O proletariado inglês também praticava esses jogos, principalmente nos horários livres que foram conquistando no processo de conscientização de classe e do movimento operário sindical.

Em 1863 foi fundada na Inglaterra a Football Association, fazendo com que as regras fossem criadas para a prática do jogo entre as equipes. Formavam-se assim tabelas e datas dos jogos, ou seja, controlava-se a prática. Os times eram formados pelos operários das fábricas espalhadas pelas diversas cidades do país. Os jogadores destes times disputavam jogos geralmente nos sábados à tarde (tradição existente até hoje no Campeonato Inglês de Futebol), no dia em que tinham folgas. Muitas pessoas assistiam a estes jogos. Entretanto, durante a finalização do século XX, o futebol começou a despontar não somente como o esporte preferido de parte da população inglesa, mas sim como o esporte de equipe mais popular do mundo.

Apesar desta dicotomia do jogo football, tanto as formas definidas pela FA quanto o rúgbi prosperaram. Entretanto, durante a última parte do século XX, deveria ser o futebol a emergir não somente como a forma preferida do football, mas também como o esporte de equipe mais popular do mundo. (Gebara,Pilatti, 2006,p.74) São fartas as razões para o seu sucesso, e não são difíceis de compreender. O esporte requer pouco equipamento, é relativamente barato de praticar e suas regras são fáceis de serem compreendidas. Sobretudo, estas regras facilitavam um jogo rápido, aberto, dinâmico, fluído e balanceado, usando força física e habilidade. No centro disto, encontra se o fato de que as partidas envolvem lutas físicas entre duas equipes, governados por regras que permitem as paixões se manifestarem, mantendo estas na maioria das vezes sob controle.

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Assim, num curtíssimo espaço de tempo, o futebol conquistou por completo toda a população trabalhadora inglesa e, em breve, conquistaria a do mundo inteiro.

3. O futebol desembarca no Brasil

A chegada do futebol no Brasil possui muito em comum com o início do futebol na Inglaterra. Ele chega por intermédio de um brasileiro chamado Charles Willian Miller, de pai britânico, mas criado no Brasil, que aos nove anos foi para a Inglaterra para estudar e ao retornar traz uma grata surpresa: o futebol. Não demorou muito para ele mostrar a novidade para os amigos. No início, o futebol era estranho aos brasileiros, pois naquela época só conheciam o críquete, um esporte praticado com tacos e uma bola muito menor que a do futebol. Até mesmo a pronúncia da palavra futebol no princípio era insólita para diversas pessoas.

Inicialmente, o futebol foi praticado pela elite brasileira da época e não havia muito espaço para os operários de fábricas e negros praticarem o esporte recém-chegado ao Brasil. Nesta época, o esporte era um produto da sociedade burguesa industrial, tanto na Inglaterra, como no Brasil. No livro Esporte, história e sociedade, de Marcelo Weshaupt Proni, é demostrado isto.

O esporte é, nesta perspectiva, um produto da sociedade burguesa industrial. Do ponto de vista histórico, ele é o último sistema superestrutural no qual floresce o direito burguês humanista e progressista, que havia iniciado uma brilhante carreira no código comercial e no direito civil, lembrando que no esporte burguês também se impõe a noção clássica de sujeito jurídico. (PRONI, 2002, 39.)

Assim que o futebol chegou ao Brasil, se instalou como esporte moderno, devido ao processo contínuo de desenvolvimento. Uma característica desse desenvolvimento é a especialização de funções e a divisão de tarefas. O futebol que chega ao Brasil tem bem clarificada essas divisões de tarefas: cada um na sua posição fazendo um trabalho específico para levar sua equipe a vitória.

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3.1 A questão do negro na sociedade brasileira

Após a lei Áurea em 1888, lei a qual os escravos ganhavam o direito à liberdade, não se executou um processo de ressocialização do negro na sociedade, não houve uma política de integração. Com isso o negro ainda era visto como um ser inferior ao branco, fazendo com que muitos negros na época, vivessem condições semelhantes a anterior a lei. Devido a falta

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de uma política de integração ao negro na sociedade, também ficou muito difícil e complexo a inserção do negro no esporte recém chegado ao Brasil, o futebol.

Se durante a escravidão os negros já eram desprezados por serem considerados inferiores, após a Abolição esse desprezo só aumentou. Ora, se não eram inferiores, por que não progrediram como os imigrantes que chegaram aqui com tão pouco e logo tinham alcançado algum avanço ? Somando – se um mito após o outro, inferioridade, vagabundagem, incompetência, foi -se esboçando o perfil do homem negro como anticidadão, como marginal ( Santos. 2006,p.119)

A elite branca logo após a abolição, tenta de forma bem sutil, provar a inferioridade dos negros e a superioridade dos brancos. Ao mesmo tempo, a elite tenta demonstrar que no Brasil nunca houveram barreiras raciais e todos eram tratados igualmente. Essas palavras foram muito bem colocadas, buscando evitar mais revoltas dos negros.

Além de alienar o negro da sua própria historia, divulgando de o caráter do negro como um ser passivo e desinteressado, o movimento abolicionista visava implantar uma imagem invertida do mundo para os negro, para que assim eles tomassem como exemplo o modo de agir dos homens brancos, não se rebelando a forma de integração que era proposto a eles.

Além de alienar o negro de sua própria história, apregoando o seu caráter passivo e desinteressado, o movimento abolicionista visava a infundir uma imagem invertida do mundo aos negros, para que eles tomassem como parâmetro a conduta dos homens brancos, e não se opondo a forma de ‘‘integração ’’ que lhes era oferecida. (Santos.2006,p.120)

Dessa forma o movimento abolicionista funcionou como uma grande bandeira dos interesses dos cidadãos brancos que pretendiam, de maneira racional e organizada, acomodar o negro a um lugar que não lhes gerasse incômodos à ordem que estava se desenvolvendo. Considerando que os pobres e os ex-escravos passaram a ser tratados como desclassificados sociais, inúteis, a elite também os via como uma ameaça, uma grande quantidade da elite tinha a ideia que eles são sinônimos de classe perigosa:

Os parlamentares reconhecem abertamente, portanto, que se deseja reprimir os miseráveis. Passar a utilizar, então o conceito de “classe perigos ”, avidamente aprendidos nos compêndios europeus da época. (...) Os legisladores brasileiros utilizam o termos “classes perigosas” como sinônimo de “ classes pobres”, e isto significa dizer que o fato de ser pobre torna o individuo automaticamente perigoso a sociedade. Os pobres apresentam maior tendência a ociosidade, são cheios de vícios, menos moralizados e podem facilmente ‘‘rolar ate o abismo do crime’’. ( Santos.2006,p.121)

A visão negativa sobre o negro manifesta com toda a força quando se faz qualquer tipo de ameaça a incontestável superioridade branca. Findada a escravidão, o negro, em imensa

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quantidade no país, poderia querer alcançar outros lugares na sociedade, tomar o lugar do branco. Poderia acreditar em sua cidadania e exigir direitos iguais, que fizesse acreditar que, de fato era livre.

A imagem do negro passivo serviu por um breve momento para a manutenção da ordem. Mas neste momento, o quadro se inverteu e se fazia necessário propagar o quanto o negro era nocivo e prejudicial a um país que buscava o desenvolvimento. Ao afirmar o caráter selvagem e nada propenso a civilização do negro na sociedade, tentava-se provar que ele nunca poderia ser um cidadão branco, como os imigrantes.

Os jornais da época reforçavam o discurso da elite branca acerca do negro, escrevendo absurdos sobre as práticas e comportamento deles. A descrição do negro como lascivo, cheio de apetite sexual, violento, beberrão, imoral ganhou as páginas dos jornais, compondo a imagem de alguém em que não se podia confiar. Criticavam o samba e a capoeira como práticas selvagens e que sempre terminavam em desordem. Faziam duras afirmações sobre a prática de bruxaria dos negros e afirmavam que estes não possuíam espirito familiar, que as mulheres eram sensuais e cometiam diversas vezes o adultério e que os maridos negros eram violentos. Este era o retrato do negro na sociedade.

As mulheres negras, segundo as notícias dos jornais, não só matavam suas crianças como também seus maridos e amantes ‘por motivos passionais’ ( confirmando nesse sentido a velha representação da ‘crioula sensual’). Assim, títulos como ‘o desaparecimento da crioula’ (província de São Paulo, 9 de agosto de 1889) ou contos como o que saíra na província, em 29 de agosto de 1890, só reafirmavam a imagem dominante da mulher negra ‘que expõe seus pés nus e seu corpo sem collete e entrega – se de maneira condenável’. O homem de cor, por sua vez, era condenado em seu contato familiar não tanto pela infidelidade, mas antes por seus atos violentos, que atingiam tanto sua companheira como seus filhos. (SANTOS, 2006, p.131)

A desqualificação da família negra fez surgir a imagem do ‘‘negro incapaz de se relacionar senão de forma animalesca, selvagem, inclusive com aqueles a quem ama’’.

A preferência pelo imigrante europeu em detrimento ao negro que, excluídos das atividades de trabalho, era lançado a marginalidade, tornava claro o caráter racista e a divisão da sociedade. Não havia nenhum interesse de aproveitar a mão de obra negra, mas sim a necessidade de se manutenção da ordem e de se exercer um forte controle social sobre o indivíduo que era demasiadamente perigoso.

Poucos negros ainda trabalhavam para senhores de fazendas, mas os que assim fazia recebiam por sua força de trabalho. O negro passa a ser assalariado, mas não participava da elevação social no mesmo nível dos senhores brancos. O negro sempre almejou outro patrimônio, fora da questão salarial, o respeito.

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Ao mesmo tempo, com os avanços do novo regime, uma nova política vai sendo adotada em relação aos negros. O futuro do Brasil, a preocupação com a República foi tomando espaço nos jornais.

O negro vai paulatinamente sumindo de suas páginas, como se a paz entre as raças houvesse sido alcançada. Ao grande balbucio sobre o negro se sobrepõe ao silêncio do racismo explicito e gestos e palavras. Passamos, agora, à camuflagem que popiciava a imagem de harmonia e paz. Esse silêncio significa, principalmente, que já havia um discurso sobre o negro elaborado e absorvido pelo senso comum; já havia uma imagem naturalista que tornava desnecessário o uso de mais palavras para definir o ser negro. (Santos.2006,p.131)

4. A posição do negro no futebol brasileiro

Um dos primeiros grupos destinado a prática do futebol no Brasil foi fundado no Rio de Janeiro por ingleses, e denominava -se ‘‘The Bangu Athletic Club”. O mestre John Stark, emprestou a casa dele para a cerimônia de inauguração do clube. Os fundadores do The Bangu foram nove: sete ingleses, um italiano, um brasileiro branco. O clube nasceu majoritariamente inglês.

João Ferrer estava entre os fundadores que para não permitiram que Bangu se tornasse um clube exclusivamente inglês. Antes de construir o campo para a prática do futebol, eles tinham como precaução bem inglesa, construir um bar. Depois que o bar foi construído que os ingleses do Bangu pensaram no campo.

Havia um jardim na fábrica, um gramado amplo de grama inglesa, aquela grama que faria do campo do Bangu o mais verde, o mais macio dos campos cariocas. O jardim, as chamadas barras de gol de um lado e de outro, servia de campo enquanto não se plantasse a grama inglesa no terreno junto, separado da fabrica por um muro, e onde se fazia o deposito de lixo.(FILHO.2003,P.31)

O The Bangu Athletic Club foi o primeiro a aceitar negros e trabalhadores de fábrica, pois foi formado por ingleses que trabalhavam em uma fábrica, a Companhia Progresso Industrial do Brasil.

O futebol foi no início proibido aos negros, pois era um esporte praticado integralmente pela elite branca tal como na Inglaterra do século XIX. A escravidão fora extinta havia poucos anos e os negros não eram aceitos pelos grandes clubes para a prática do esporte.

O jogador branco tinha de ser, durante bastante tempo, superior ao preto. Quando o preto começou a querer a aprender a jogar, o branco já estava formado em futebol.(FILHO. 2003,P.73)

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O preto aprendia a jogar futebol quase que sozinho, olhando o branco jogar, indo buscar a bola quando esta caía fora do campo, para devolver. Para muitos, o futebol significava a realização financeira que jamais iriam conseguir em seus trabalhos rotineiros nas fábricas. O futebol trouxe ao proletariado uma ponta de esperança na mudança de vida.

O único clube disposto a receber negros que sabiam jogar futebol era o Bangu, não fazendo questão de cor, de raça, mas ainda acreditavam que o branco era melhor que o negro nesse esporte.

O jogador preto não podia aprender com professor. Só jogando no The Bangu, só sendo operário da Companhia Progresso Industrial do Brasil. E assim mesmo um ou outro. O The Bangu deixando preto entrar no time, não fazendo questão de cor, de raça, mas não exagerando. (FILHO. 2003,p. 73)

A elite dominava esse esporte, pois praticamente era sua dona. 95% dos praticantes era branco, de classe social favorecida. Os outros 5% eram negros, trabalhadores das fábricas, dividido entre os clubes, mas a grande maioria jogava no The Bangu. O futebol no Brasil teve uma significância maior para o negro, pois foi uma das primeiras portas abertas para que eles praticassem esportes e assim fossem reconhecido como atletas.

5. A inserção do negro no futebol brasileiro

Um clube importante foi criado em 1902, no Rio de Janeiro, foi o Fluminense. Era um clube que não se agrupou em torno da burocracia imperial e nem exclusivamente de imigrantes europeus. Desde os primórdios, se formou com industriais e profissionais liberais.

O primeiro jogo disputado foi em 19 de outubro de 1902, contra um clube também muito novo, que não tinha jogadores de qualidade técnica apurada igual aos do Fluminense. O resultado do jogo naquele dia foi bastante satisfatório para o Fluminense, pois ganharam com um placar bem elástico de 8 a 0. Após um ano de formação de clube, o Fluminense se aventurou em um campeonato interestadual, disputado em São Paulo.

Para fazer parte do clube, o jogador tinha que viver a mesma vida de um Oscar Cox, o principal fundador do Fluminense, de um Horácio da Costa Santos, todos homens feitos, chefes de fabricas. Quem não tivesse uma boa renda, não aguentava jogar no clube. Os jogadores que foram para as partidas em São Paulo, tiveram que pagar cento e trinta mil réis para custear as despesas de viagem.

O Fluminense tinha uns trinta sócios, cada um pagando a módica mensalidade de cinco mil reais. Só o terreno ia comer cem mil réis dos cento e cinquenta da receita total. Se faltasse dinheiro, porém, abria se uma subscrição. Subscrição era o que nunca faltava: para isso, para aquilo, um barracão que precisa ser construído, o campo que precisa de cerca, camisas e bolas. (FILHO.2003,P.36)

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Para alguém entrar no Fluminense, não bastava ter dinheiro, mas também ser de família boa. Senão, nem era cogitado a entrar no clube e ficava de fora, parecido com os meninos do Retiro da Guanabara, popular celeiro de malandros e baderneiros.

De maneira oposta do Fluminense, o Bangu, também situado no Rio de Janeiro, criado em 17 de Abril de 1904, vinha na contramão, pois o time era formado por trabalhadores de fábricas, brancos pobres, pardos e negros. O Bangu não podia contar com imigrantes que vinham trabalhar nas fábricas, pois estes já estavam destinados a outros clubes, como o Paissandu, um clube extremamente fechado, semelhante ao Fluminense.

Segundo Mario Filho, jornalista esportivo e escritor brasileiro, no livro O negro no

futebol brasileiro, o Bangu nunca foi um clube fechado, como o Paissandu e o Fluminense. O

time do Bangu que começou a disputar campeonatos, surgiu um ano depois da sua gênese, com cinco ingleses, três italianos, dois portugueses e o resto operários de fabricas.

O Bangu tinha dois meses de vida: improvisaram um time. Aquele time, com Luis Gaspar, com Augusto Alvarenga, não era o time do Bangu. O Bangu estava ainda sem experiencia, o seu time verdadeiro só surgiria um ano depois, com cinco ingleses, Frederick Jacques, John Stark, William Hellowell, William Procter e James Hartley; três italianos, César Bocchialini, Dante Delecco e Segundo Maffeo; dois portugueses, Francisco de Barros, o ‘Chico Porteiro, guarda da fábrica. (FILHO.2003,P.32)

O Bangu, por não ser um clube fechado, abriu portas para outras pessoas poderem fazerparte do clube, devido sua gênese ser toda estruturada em trabalhadores de fábricas.

O caso do Botafogo é semelhante ao do Fluminense, time nascido em 1904, mas com origens burguesas. O clube foi criado por estudantes de um colégio das classes mais afortunadas. Inicialmente o clube não se chamava Botafogo, se chamava: Eletro Club. No dia seguinte, Flavio Ramos, Emmanuel Sodré e Octávio Werneck, alunos do mesmo colégio, conversam e escutaram palpites sobre o novo clube que queriam criar e sobre o nome do clube. Com isso, eles decidiram mudar o nome do clube para o mesmo nome do bairro deles, Botafogo.

A tendência natural das coisas, cada jogador procurava o seu meio, indo para onde estava a sua gente. E quando a sua gente não tinha clube, o jeito era fundar mais um. O caso do Botafogo. Alunos do mesmo colégio, divididos em grupos, em clubes. Descobrindo afinidades com o Fluminense ou com um clube que ainda não existia. A diferença que começava a existir quando batia a sineta da saída, as quatro horas da tarde. (FILHO.2003.P,37)

O Botafogo e o Fluminense eram os clubes da cidade, como se falava naquela época. Já o Bangu era um time do subúrbio, com vários jogadores de fábricas, negros, e brancos

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pobres. Com isso surgiu algumas rivalidades entre os clubes da cidade e os clubes do subúrbio. O clube do subúrbio, buscando se separar dos demais, foi ficando cada vez mais longe, pois não se sentia como os outros clubes mas sim como outro tipo de pessoa, outra gente.

Segundo Filho(2003), a primeira distinção que fizeram entre o Bangu, o Botafogo e o Fluminense. No Bangu não havia diferenças de raças e nem de classes sociais. No Botafogo e no Fluminense, só gente fina, de família boa. Estes não se misturavam com os operários ou com negros.

O que distinguiu o Bangu do Botafogo, do Fluminense, era o operário. O Bangu, clube de fábrica, botava operários no time em pé de igualdade com os mestres ingleses. O Botafogo e o Fluminense, não, nem de brincando, só gente fina. Foi a primeira distinção que se fez, entre o clube grande e pequeno, um, o clube dos grandes, o outros, o clube dos pequenos. (FILHO.2003.P,43)

5.1 O reconhecimento do papel do negro no futebol brasileiro

Com a formação de vários times, tanto da cidade, quanto do subúrbio, foi realizado o campeonato estadual. Este campeonato era disputado com várias equipes e com sistema de classificação de pontos. Haviam vários divisões: a primeira divisão, em que os melhores times estavam, a segunda divisão, em que os piores times da primeira divisão eram rebaixados e assim disputavam com os times do subúrbio e a terceira divisão, contendo basicamente só times do subúrbios.

Até então nenhum time da primeira divisão ou os considerados times grandes pensava no preto para vencer um campeonato. Todos estavam convictos que o branco jogava mais que o preto e a prova disto era que em diversos campeonatos, os únicos times campeões eram o Fluminense, Botafogo, Flamengo, América. Mas um time criado em 1915 mudaria essa historia, passando a ser o primeiro time a ganhar o campeonato com negros em campo.

Em 1915 surgiu o Vasco da Gama, oriundo do remo, como vários outros times que surgiram nessa época. Houve uma pequena resistência quando o Vasco da Gama adentrou ao futebol, pois alguns remadores não gostaram da ideia do clube se estender ao futebol.

O Vasco foi subindo rapidamente todas as divisões do futebol, fazendo com que a população prestasse um pouco mais de atenção ao clube. Ao chegar a primeira divisão, o Vasco da Gama trouxe muitos mulatos e pretos. O Vasco não ensinava o preto a jogar futebol.

O Vasco não fazia pretos: para o preto entrar no Vasco tinha de ser já bom jogador. Entre um branco e um preto, os dois jogando a mesma coisa, o Vasco ficava com o branco. O preto era para a necessidade, para ajudar o Vasco a vencer. (FILHO.2003.P,120)

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Os grandes times da primeira divisão não se importaram muito com a ida do Vasco para a primeira divisão. Achavam que o Vasco não tinha poder para vencer o Flamengo, bicampeão, o Fluminense, tricampeão ou até mesmo o América. Para os clubes grandes, o Vasco poderia utilizar quantos mulatos quisesse, quantos negros quisesse, pois tudo continuaria normal, com os brancos ganhando os campeonatos e os pretos e os mulatos no seu devido lugar de times pequenos, prontos para cair para a segunda divisão.

Ninguém ligou importância a ida do Vasco para a primeira divisão. Que é que podia fazer um clube da segunda divisão contra um América, campeão do centenário, contra um Flamengo, bicampeão, contra o Fluminense, tricampeão ? O Vasco que botasse quantos mulatos, quantos pretos quisesse no time. Tudo continuaria como dantes, os brancos levantando os campeonatos, os mulatos e os pretos nos seus lugares, nos clubes pequenos. (FILHO.2003.P,121)

Os jogadores do Vasco da Gama, quando acordavam, tomavam seu café com leite e saiam para o treino individual, que treinavam todos os dias, com o grupo, ou individualmente. Um treino individual que nenhum dos outros jogadores de time grande fazia. Quando o Vasco entrava em campo, o outro time só aguentava o primeiro tempo, o Vasco não se importava de perder a primeira etapa do jogo, pois quanto mais os outros times corressem, melhor era pro Vaco na segunda etapa da partida. Enquanto os outros times não se aguentavam em pé na segunda etapa da partida, o Vasco parecia que estava começando a jogar naquele momento.

Quanto mais o Vasco vencia jogos, mais o estádios se enchia, pois muitos queriam ver o time de negros, mulatos e brancos jogando, o que era inédito.

Houve um episódio de tensão em uma partida entre Flamengo, time da elite brasileira, e o Vasco da Gama, que havia acabado de ascender de divisão.

E era o time da mistura que estava na frente do campeonato, sem uma derrota. Tinha de perder, pelo menos uma vez, de qualquer maneira. O Flamengo não se preparara durante a semana para outra coisa. Treinando todo o dia, dormindo cedo, pondo a garage em pé de guerra. (FILHO.2003.P,124)

Quando o jogo começou, o Flamengo tomou conta da partida, fazendo dois gols bem rápidos no primeiro tempo. Assim que a primeira etapa do jogo acabou, vários torcedores de Flamengo, Fluminense, Botafogo, ficam surpresos com o placar. Naquele jogo específico todos os outros clubes da elite torceram pelo Flamengo. A torcida do Botafogo, do Fluminense, do América, se ajuntaram para torcer para o Flamengo.

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A esperança do Vasco era que sempre o time virava no segundo tempo, pois era mais preparado que os outros times fisicamente. No segundo tempo Vasco fez um gol, mas de nada adiantou, pois logo em seguida o Flamengo fez mais um e decretou a vitória flamenguista. Os jornais da época noticiaram com profusão a derrota do Vasco, porém, o Vasco não se deixou abalar, e seguiu vencendo até conquistar o seu primeiro título com um time formado por jogadores negros e pardos, se tonado o primeiro clube a conquistar o campeonato com negros e pardos no time.

A ilusão durou pouco, os clubes finos, da sociedade, como se dizia, estavam diante de um fato consumado. Não se ganhava campeonato só com times de brancos. Um time de brancos, mulatos e pretos era o campeão da cidade. Contra esse time, os times de brancos não tinham podido fazer nada. (FILHO.2003.P,126)

Com o fato consumado, as portas se se abriram para os negros, pardos e trabalhadores das fábricas ingressarem em outros clubes, pois estes passaram a entender que era necessário para ganhar campeonatos tem em suas escalações jogadores pretos, pardos e operários.

Conclusões

Para entendermos o racismo nos dias atuais, é necessário primeiro a compreensão da gênese do futebol, tanto na Inglaterra, quando no Brasil. Desde sua chegada no Brasil, o racismo já existia, devido ao contexto da época, com o negro sendo mal visto e seu caráter manchado.

Apesar do negro ser considerado pela elite branca e pelos jornais da época como um ser desprezível, de caráter duvidoso e sem qualquer habilidade futebolística, foi ela mesma que aos poucos foi inserindo o negro no futebol brasileiro. Pouco tempo após a chegada do futebol no Brasil, a elite já tinha assimilado o futebol como esporte moderno, com regras a serem seguidas.

A inserção do negro no futebol brasileiro foi a maneira de civilizá-lo e que contribuiu para que ele pudesse viver em sociedade, pois o esporte era uma ferramenta única e inovadora, que podia realizar isto sem causar maiores ruídos na sociedade, tendo em vista que após a lei Áurea ainda havia muito boatos sobre o caráter preguiço e selvagem do negro. Segundo a elite, o futebol ajudaria o negro a ser mais educado, e saber viver em uma sociedade com regras.

Atualmente, muito se fala sobre o racismo no futebol, e o porquê dessa prática ainda acontecer. Através desse estudo, foi possível compreender não só o início do futebol no

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Brasil, mas, conseguimos ver a gênese do racismo no futebol brasileiro. O racismo ainda persiste, pois nos dias atuais não vemos muito negros nas presidências de clubes, em cargos de direção destes ou das federações e tampouco como treinadores. Nos últimos anos, diversas praticas de racismo tem ganhado a mídia e por esse motivo a compreensão da gênese da mentalidade racista no Brasil se torna relevante para as discussões em torno deste assunto.

Referências

GEBARA, Ademir; PILATTI, Luiz Alberto. Ensaios sobre História e sociologia nos

esportes. Jundiaí: Fontoura Editora, 2006.

MARIO FILHO,. O negro no futebol Brasileiro. 4. ed. Rio de Janeiro: Nucleo de Arte Editora, 2003.

PRONI, Marcelo; LUCENA, Ricardo. Esporte: história e sociedade. Campinas: Autores Associados, 2002.

SANTOS, Gislene Aparecida dos. A invenção do ser negro: um percurso das ideias que naturalizaram a inferioridade dos negros. Rio de Janeiro: Pallas Editora e Distribuidora Ltda, 2006.

TUBINO, Manoel José Gomes. Estudos brasileiros sobre o esporte: ênfase no

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