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AMÉRICO RICCARDI VACCARI LOURENÇO

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Academic year: 2021

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AMÉRICO RICCARDI VACCARI LOURENÇO

PROMOÇÃO DE SAÚDE NO SETOR CALÇADISTA: AVALIAÇÃO DO

NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL DE

FUNCIONÁRIOS DA PRODUÇÃO

Dissertação apresentada à Universidade de Franca, como exigência parcial para a obtenção do título de Mestre em Promoção da Saúde.

Orientador: Prof. Dr. Paulo Roberto Veiga Quemelo.

FRANCA

2013

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RESUMO

LOURENÇO, Américo Riccardi Vaccari. Promoção de saúde do setor calçadista: avaliação do nível de atividade física e do índice de massa corporal de funcionários da produção. 2013. 42f. Dissertação (Mestrado em Promoção de Saúde) – Universidade de Franca.

A atividade física tem sido estudada no ambiente laboral como instrumento para a prevenção das doenças ocupacionais, sedentarismo e obesidade. Assim, o objetivo do estudo foi verificar o índice de massa corporal (IMC) e o índice de atividade física dos trabalhadores do setor calçadista da região de Franca e analisar a possível associação entre ambos. Para tanto, 357 funcionários do setor de produção com idade média de 33,8 anos, responderam aos questionários para coleta de dados sociodemográficos, Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), e tiveram o peso e a altura mensurados para o cálculo do (IMC). Os resultados demonstram que, 17,4% dos avaliados são sedentários, 24,64% são insuficientemente ativos, 42% são ativos, e 15,7% são muito ativos. Quanto à classificação do (IMC), 42,45% dos trabalhadores são eutróficos, 33,24% estão na condição de sobrepeso, e 24,3% são obesos. No entanto, não foi observado a associação significativa entre os níveis de atividade física e as categorias de classificação do (IMC). Perante os resultados, é possível concluir que 42% dos funcionários são sedentários ou insuficientemente ativos e que 57,4% foram classificados como sobrepeso ou obeso, mas sem associação entre ambos. Esta alta porcentagem de indivíduos sedentários e acima do peso corporal demonstram a necessidade do controle do sedentarismo e da obesidade através de programas de promoção de saúde do trabalhador, para gerar melhorias na qualidade de vida no setor calçadista.

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ABSTRACT

LOURENÇO, Américo Riccardi Vaccari. Promoção de saúde do setor calçadista: avaliação do nível de atividade física e do índice de massa corporal de funcionários da produção. 2013. 42f. Dissertação (Mestrado em Promoção de Saúde) – Universidade de Franca.

The physical activity has been studied, in workplace and as a tool for the prevention of occupational diseases, inactivity and obesity. The aim of this study was to determine the body mass index (BMI) and physical activity index for workers in the footwear sector in the region of Franca and analyze the association of them. Therefore, 357 employees of the production sector with an average age of 33,8 years old answered the questionnaires to collect demographic data and the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), weight and height were measured to calculate the (BMI). The results show that 17.4% of the evaluated are sedentary, 24.64% are insufficiently active, 42% are active, and 15.7% are very active. Regarding the classification of BMI, 42.45% of workers are eutrophic, 33.24% are in the condition of overweight, and 24.3% are obese. However, no association was between of physical activity levels and the classification categories of BMI. The results of this study may conclude that 42% of employees are sedentary or insufficiently active and that 57.4% were classified as overweight or obese, but without association between of them. This high percentage of sedentary and overweight employees demonstrates the necessity of control of obesity and physical inactivity through workers health promotion programs, since these may produce improvement in quality of life in the footwear sector.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Dados sócio-demográficos analisados a partir da média e desvio padrão

24

Tabela 2- Média e desvio padrão da freqência semanal de atividade física de intensidades baixa, moderada e intensa segundo classificação do IPAQ

25

Tabela 3- Média e desvio padrão do volume de atividade praticado semanalmente expressos em minutos, de acordo com a classificação do IPAQ

25

Tabela 4 - Distribuição da amostra em valores absoluto e relativos de acordo com a classificação do IPAQ

26

Tabela 5- Distribuição da amostra de acordo com a classificação do IMC, disposta em valores absolutos e relativos

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Associação entre os níveis de atividade física e as categorias de classificação do índice de massa corporal

27

Figura 2- Tipos de atividade física praticada pelos funcionários do setor calçadista de Franca com frequência mínima de três dias por semana, dispostos em valores relativos

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 8

1 REVISÃO DE LITERATURA ... 10

1.1 SETOR CALÇADISTA DE FRANCA ... 10

1.2. SEDENTARISMO E OBESIDADE COMO FATOR DE COMORBIDADES ... 11

1.3 ATIVIDADE FÍSICA COMO AGENTE PROMOTOR DE SAÚDE ... 14

1.4 PROMOÇÃO DE SAÚDE NO TRABALHO ... 17

2 OBJETIVOS ... 20 2.1 OBJETIVOS GERAIS ... 20 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 20 3 MATERIAIS E MÉTODOS ... 21 3.1 SUJEITOS ... 21 3.2 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS ... 21

3.3 COLETA DOS DADOS E INSTRUMENTOS DE PESQUISA ... 21

3.4 ANÁLISE DOS DADOS ... 23

4 RESULTADOS ... 24 5 DISCUSSÃO ... 28 6 CONCLUSÕES ... 32 REFERÊNCIAS ... 33 ANEXOS ... 38 ANEXO I ... 38 ANEXO II ... 40 APÊNDICE ... 41 APENDICE I ... 41

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INTRODUÇÃO

A cidade de Franca (SP), juntamente com a região do Vale dos Sinos (RS) são os dois principais polos responsáveis pela produção de calçado no país, mas também são responsáveis por colocar o setor em segundo lugar no índice de gastos com afastamentos (1).

Apesar do setor de produção calçadista apresentar ainda uma demanda física sobre o funcionário, o avanço tecnológico está presente em todas as esferas sociais, com grande influência sobre o setor industrial (2). Os sistemas de produção industrial sofreram drásticas mudanças que facilitaram o trabalho humano, diminuindo a necessidade de vigor dos sistemas musculoesqueléticos, tornando as atividades laborais mais intelectuais (3). Porém, a tecnologia não se restringe apenas ao setor industrial, e as facilidades que ela proporciona aos trabalhadores faz com que suas atividades diárias se tornem cada vez mais hipocinéticas, contribuindo para um estilo de vida sedentário (4).

Neste sentido, o sedentarismo esta presente na sociedade contemporânea, afetando indivíduos de ambos os sexos e em todas as faixas etárias. As alterações no perfil antropométrico dos trabalhadores que evoluem para essa condição causam dificuldades na execução de tarefas cotidianas e ações rotineiras do trabalho, o que sobrecarrega diariamente os sistemas articular e muscular e favorece o aparecimento das doenças ocupacionais, tais como as lesões por esforço repetitivo (LER) e os distúrbios ósteo-musculares relacionados ao trabalho (DORT) (4,5).

A associação do sedentarismo ao sobrepeso e principalmente à obesidade gera um impacto negativo sobre a saúde do trabalhador, podendo evoluir para um quadro de diminuição de produtividade e elevado número de absenteísmo no setor industrial, expondo os indivíduos a fatores de risco para várias doenças crônicas, invalidez no trabalho, quadros variados de morbidade e até para a morte (6).

A prática regular de atividade física apresenta uma relação inversa ao risco de doenças relacionadas ao sedentarismo. Em matéria publicada no ano de 2005, Van Den Heuvel e colaboradores afirmam que trabalhadores que se exercitam adoecem menos quando comparados com seus colegas sedentários. Esse estudo observou os hábitos esportivos de uma população com 1.300 funcionários por três anos. Nesse período foram registrados casos de

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enfermidades relacionadas ao hábito de exercitar-se, ou não. O resultado demonstrou que os funcionários praticantes de exercícios físicos adoeciam menos que os sedentários, e quando adoeciam, eram por períodos mais curtos, e consequentemente, produziam mais que os ociosos (7).

As ações tomadas pelo setor dos Recursos Humanos em uma empresa podem proporcionar grandes oportunidades para encorajar os funcionários a terem um estilo de vida mais dinâmico e saudável. A implantação de programas de promoção de saúde do trabalhador, associados à prática da Ginástica Laboral pode contribuir para um estilo de vida mais ativo, dentro dos índices de normalidades propostos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) (2,8).

Considerando o alto número de afastamentos do trabalho relacionados aos problemas musculoesqueléticos nas indústrias calçadistas, a investigação dos fatores de risco, como a obesidade e o sedentarismo que estão presentes no setor de produção do calçado é importante. A análise e o estudo dos fatores de risco são fundamentais para o sucesso das intervenções preventivas na saúde do trabalhador (9).

Desta maneira, o presente estudo consiste em avaliar o nível de atividade física e o índice de massa corporal dos funcionários da indústria calçadista da região de Franca, para que, a partir da análise do perfil destes trabalhadores, possam ser tomadas atitudes específicas voltadas para a promoção de saúde e que venham suprir as necessidades atuais dos colaboradores da indústria calçadista em questão.

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1 REVISÃO DE LITERATURA

1.1 SETOR CALÇADISTA DE FRANCA

Atualmente no Brasil a estrutura industrial de produção de calçados se destaca em dois polos principais: Vale dos Sinos (RS) e Franca (SP). Outros estados como Minas Gerais e Santa Catarina também possuem municípios com tradição no setor (1).

Na década de 1980, a cidade de Franca foi indicada como o principal produtor de calçados de couro do país, tendo ampla expansão no mercado interno e externo (10), amparada pela política do regime militar voltada à industrialização, exportação de matéria prima e produtos manufaturados, consolidando a cidade como “polo calçadista” (1). Contudo, foi nos meados do século 20 que a produção calçadista aderiu aos modelos de organização científica do trabalho, mudando o seu perfil de produção através de melhorias e do acréscimo de tecnologias, tais como a produção em espaço próprio, a esteira mecânica, automatização dos cortes de couro, entre outros (11).

No ano de 1986, o plano cruzado incentivava a formação de microempresas, fato que aumentou o consumo interno e aumentou consideravelmente a produção calçadista de Franca, onde foi observado um número recorde de vendas, atingindo o número de 35 milhões de pares. Contudo, em 1987, com a queda do plano cruzado a produção caiu pela metade, assim como os postos de trabalho. Em 1990 o déficit foi algo em torno de 16.000 vagas de trabalho (10).

Em 1984 a produção de calçados em Franca tinha uma relação de 32 milhões de pares de calçados para 34.509 postos de trabalho. Nos anos 2000, após ter passado por uma grande crise na década de 1990, o setor teve uma reanimação, quando foi identificada a produção de 32,5 milhões de pares de calçados, porém, o número de postos de trabalho teria estacionado em 18.925 mil postos. Apesar do crescimento acentuado da produção de calçados, o número de postos se manteve bastante reduzido (11).

Para este perfil de produção, passou-se a exigir um trabalhador com maior qualificação, capaz de manusear equipamento mais sofisticado, apto a solucionar problemas internos, com facilidades ao relacionar-se com a equipe de produção e de propor melhorias

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para o crescimento de sua empresa (12). Deste modo, a intensificação do trabalho, que cada vez mais se faz presente na indústria calçadista contemporânea, tem ocasionado o aumento das doenças relacionadas ao trabalho e criado condições que conduzem ao incremento da probabilidade de acidentes causadores de incapacidade temporária permanente ou mesmo de mortes de trabalhadores, o que evidencia o vínculo causal entre saúde e trabalho (12).

A indústria calçadista de Franca-SP e região emprega, atualmente, o correspondente a 19.653 funcionários, o que representa, aproximadamente, 7,1% da população empregada na indústria nacional de calçados. A maior parte desses funcionários (90,2%) está distribuída no setor de produção, principalmente em indústrias de pequeno (33,4%) e médio porte (36,3%) (13).

De acordo com o Ministério da Previdência Social, os altos índices de afastamento do setor calçadista devido à DORT em membros superiores e pescoço colocam o setor calçadista em segundo lugar no índice de gastos com esse distúrbio, perdendo apenas para o setor bancário (13). Outros problemas de saúde observados no setor calçadista de Franca são cefaleia, depressão, dores de estômago e problemas na coluna vertebral (13).

1.2. SEDENTARISMO E OBESIDADE COMO FATOR DE COMORBIDADES

A obesidade é uma doença multifatorial, onde fatores fisiológicos, psicológicos, ambientais e culturais participam de sua complexa etiologia. O acúmulo de gordura no organismo ou excesso de peso corporal está associada a riscos para a saúde, devido a inúmeras alterações metabólicas que proporcionam um quadro variado de morbidades concomitantes a essa doença (14). O balanço energético positivo é o ponto de partida para o acúmulo de peso excessivo, e é definido como um valor positivo entre a quantidade de energia consumida e a quantidade de energia gasta na realização das funções vitais e de atividades em geral (15).

Uma das maneiras de classificar a obesidade da população é calcular o índice de massa corporal (IMC), relação entre o peso e a estatura, expresso por Kg/m². Esse índice é recomendado para a medida da obesidade em nível populacional e na prática clínica. Os valores abaixo de dezoito indicam baixo peso, enquanto os índices normais se situam entre dezoito e 24,9. Os números situados entre 25 e 29,9 indicam sobrepeso, entre 30 e 34,9 caracterizam o avaliado como obeso. Valores acima de 35 indicam obesidade mórbida (16).

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A distribuição de gordura em diferentes regiões corporais pode interferir nos riscos associados ao excesso de peso. O acúmulo de gordura na região abdominal é conhecido como obesidade androide, e apresenta maiores riscos ao obeso em relação ao excesso de gordura distribuído homogeneamente pela periferia corporal, situação conhecida como obesidade ginecoide (15).

A obesidade tem sido descrita como um grave problema de saúde pública atual e vem ganhando destaque no cenário epidemiológico mundial. Os hábitos alimentares e a inatividade física são apenas alguns dos fatores de risco para essa doença multifatorial (17).

Segundo o Ministério da Saúde, o excesso de peso e a obesidade aumentaram nos últimos anos no Brasil. A proporção de pessoas com sobrepeso no Brasil avançou de 42,7%, em 2006, para 48,5%, em 2011. No mesmo período, o percentual de obesidade subiu de 11,4% para 15,8% (17).

Cerca de 2,8 milhões de pessoas morrem a cada ano em decorrência do excesso de peso ou da obesidade (18). Os riscos de doença cardíaca, acidente vascular encefálico e diabetes aumentam consistentemente com o aumento do IMC. Segundo o American Institute for Cancer Research, o IMC aumentado também aumenta os riscos de certos tipos de câncer (19).

Em 2008, 63% das 36 milhões de mortes ocorridas foram decorrentes das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), sendo as doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e doença respiratória crônica as enfermidades mais fatais (20). Aproximadamente 80% das mortes por DCNT ocorrem em países de baixa ou média renda e nestes países, cerca de 29% das mortes por DCNT ocorrem em pessoas com menos de 60 anos, enquanto nos países de renda alta apenas 13% são mortes precoces (21).

No Brasil, as DCNT correspondem a cerca de 70% das causas de morte, com destaque para as doenças do aparelho circulatório (30%) e as neoplasias (15,6%) (22).

As DCNT atingem os grupos vulneráveis, tais como os idosos e a população de baixa escolaridade e renda. Grande porcentagem das DCNT são possíveis de ser evitadas pela redução de seus fatores de risco principais, como o consumo de tabaco, sedentarismo, uso do álcool e alimentação não saudável (23). Os seguintes fatores de risco comportamentais e outras causas metabólico-fisiológicas atuam como determinantes das DCNT:

Tabaco: Aproximadamente seis milhões de pessoas morrem a cada ano pelo uso do tabaco, tanto por utilização direta como pelo fumo passivo (24). Estima-se que o hábito de fumar cause 71% do câncer de pulmão, 42% das doenças respiratórias crônicas e cerca de 10% das doenças cardiovasculares (18);

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Álcool: cerca de 2,3 milhões morrem anualmente pelo consumo prejudicial de álcool, correspondendo a 3,8% de todas as mortes no mundo (26), sendo que mais da metade dessas mortes são causadas por DCNT, incluindo câncer, doenças cardiovasculares e cirrose hepática;

Dieta: O consumo exagerado do sal é um importante determinante de hipertensão arterial e risco cardiovascular. O consumo exagerado de gorduras saturadas e ácidos graxos trans está ligado às doenças cardíacas. Alimentação não saudável está aumentando rapidamente na população de baixa renda, incluindo o consumo de gorduras (27). O consumo adequado de frutas, legumes e verduras minimizam os riscos de câncer de estômago, câncer colorretal, e doenças cardiovasculares (28).

Hipertensão Arterial: Estima-se que a hipertensão arterial é responsável por 7,5 milhões de mortes anuais, cerca de 12,8% de todas as mortes (18), sendo um importante fator de risco para as doenças cardiovasculares (29). A prevalência de pressão alta é semelhante em todos os grupos de renda, contudo é geralmente menor na população de alta renda (30).

Hipercolesterolemia: O colesterol aumentado causa 2,6 milhões de mortes a cada ano (18), aumenta o risco de doença cardíaca e acidente vascular encefálico (31).

Além de ser um problema para a saúde pública, a obesidade associa-se ao aumento de morbidades diversas, e diminuição de funcionalidade do trabalhador, causando transtornos também às empresas do setor industrial. O absenteísmo e a diminuição de produção mantêm relação direta com a obesidade, e de acordo com dados do Ministério da Previdência Social, os índices de afastamentos por DORT em empresas e indústrias de setores distintos, nos anos 2000 a 2005 resultaram em prejuízo financeiro de mais de 18 bilhões de reais (31).

Em estudo realizado na Johns Hopkins University School of Medicine, com 312 obesos foi demonstrado que os níveis de dor parecem ter uma relação direta com a qualidade de vida destes sujeitos, sendo que aproximadamente 50% dos obesos em estudo apresentavam alguma queixa de dor (32).

A obesidade e o sedentarismo são reconhecidamente um problema mundial. A atividade física tem sido inversamente relacionada com índices de gordura abdominal e visceral, ganho de peso e altos valores de IMC (33). Desta maneira, a OMS e o Departamento de Saúde dos Estados Unidos da América apontam o sedentarismo como um sério problema de saúde pública, e sua erradicação através de estratégias intersetoriais para o incentivo às atividades físicas são considerados prioridade para melhorar em todas as idades a saúde da população (34).

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1.3 ATIVIDADE FÍSICA COMO AGENTE PROMOTOR DE SAÚDE

O sedentarismo é uma doença intrinsecamente relacionada aos hábitos da sociedade contemporânea. Sua incidência vem aumentando abruptamente nas últimas décadas, e sua forte relação com as doenças crônicas não transmissíveis atormentam tanto países economicamente desenvolvidos, como os menos favorecidos financeiramente. Estima-se que 30% das mortes relacionadas à doença arterial coronariana, ao câncer de colo retal e ao diabetes estejam diretamente relacionadas ao sedentarismo e ao sobrepeso (3).

Para ser considerado sedentário, o indivíduo não pratica sequer 30 minutos de atividade física diária, durante cinco dias por semana. Hábitos como dormir, trabalhar no computador e falar ao telefone apresentam mínimos movimentos corporais e pouco ou nenhum gasto de energia, sendo considerados fisicamente inativos (35).

A atividade física é conceituada como qualquer movimento corporal realizado pelo sistema musculoesquelético que resulte em gasto de energia estimado entre um e três METs. Já os exercícios, são atividades planejadas e orientadas com objetivos de manter ou melhorar o condicionamento físico. Exercícios de intensidade leve à moderada geram gasto energético que varia entre três e seis METs, enquanto exercícios vigorosos possuem gasto energético à cima de seis METs (35).

A associação do sedentarismo à ausência de saúde e morte precoce tem estimulado o estudo dos exercícios físicos no sentido de consolidar um saber científico sobre a saúde coletiva. Dados da OMS e Federação Internacional do Esporte revelam que metade da população mundial é fisicamente inativa (15), e cerca de 60% dos brasileiros não praticam exercícios físicos (36). A OMS classifica como ativo o indivíduo que pratica de 30 minutos diários de atividades físicas leves ou moderadas, por pelo menos cinco dias na semana, ou 20 minutos diários de atividade vigorosa, em três ou mais dias da semana (16).

Cerca de 3,2 milhões de pessoas morrem a cada ano devido à inatividade física (18). Pessoas que são insuficientemente ativas têm 20 a 30% de aumento do risco de todas as causas de mortalidade (37).

Atividade física regular reduz a incidências de doenças crônicas e suas comorbidades associadas:

- Atividade física na prevenção da diabetes tipo 2: O exercício aeróbico de leve a moderada intensidade, em conjunto com leve perda de peso e dieta saudável, diminui em 50% o risco de indivíduos com intolerância à glicose evoluírem para diabetes (38, 39).

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- Atividade física na prevenção da obesidade: Qualquer exercício físico contribui para o gasto energético, sendo um importante componente no controle do excesso de peso e obesidade. No obeso há um acúmulo excessivo de tecido adiposo que é resultado de calorias ingeridas excedendo as calorias gastas diariamente. Sua prevalência vem aumentando mundialmente e está fortemente associada aos baixos níveis de exercícios. Analisar os fatores que levam ao ganho de peso, tais como níveis de atividade física e energia ingerida/gasta diariamente é necessário para o desenvolvimento de estratégias políticas para o controle da obesidade (40).

Saber como os diferentes grupos populacionais distribuem seu tempo na prática dos diferentes níveis de atividades físicas, assim como entender os determinantes da adesão (ou não adesão) à prática de exercícios são importantes para determinar recomendações que possam ter impacto positivo na saúde pública (40).

- Atividade física na prevenção de doenças cardiovasculares: é um consenso na literatura a relação inversa entre pressão arterial e prática de exercícios aeróbios, com diminuição da pressão arterial sistólica e diastólica, tanto em indivíduos normotensos como em hipertensos (41,42). A principal manifestação clínica da insuficiência cardíaca é a intolerância ao exercício, inclusive utilizada para sua classificação pela New York Heart Association (43). Ensaios clínicos prospectivos randomizados têm demonstrado 15 a 20% de aumento na tolerância ao exercício, após três semanas de programa de treinamento, com manutenção desse benefício por pelo menos dois anos (43).

- Atividade física na prevenção do câncer de cólon: A análise da relação entre atividade física e câncer de cólon a partir de dados de estudos longitudinais e estudos de caso-controle multicêntricos mostrou que a atividade física não é meramente, um marcador de estilo de vida mais saudável, mas um preditor independente, de efeito protetor para o câncer de cólon. Homens com atividade física de moderada a intensa são também os que ingerem menos gorduras saturadas, comem mais frutas e fumam menos. Ademais, mesmo após o controle de todos esses fatores na análise, foi mantida a relação inversa entre a atividade física e o risco de câncer de cólon (44).

- Atividade física na prevenção do câncer de mama: Em escala mundial, observa-se o menor risco de câncer de mama em mulheres ativas. Há evidências convincentes do decréscimo de risco de câncer de mama com a prática de pelo menos quatro horas semanal de atividade física de intensidade moderada. Porém, as evidências ainda são insuficientes para referir uma relação dose-resposta entre atividade física e risco de câncer de mama (44).

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Políticas públicas que incentivem a prática de exercícios físicos são fundamentais para a adesão da população a um estilo de vida ativo. Para a promoção da prática regular de atividade física é necessário a criação e utilização de espaços públicos adequados que facilitem a incorporação desta prática no cotidiano e garantam a segurança da população. O investimento em segurança nas ruas é primordial para a garantia desses espaços, tal como o planejamento urbano, devendo prever instalações para recreação, ciclovias, condições das calçadas, investimentos em parques e equipamentos públicos (45).

O incentivo e o apoio à adoção de "modos de viver ativos" devem ser uma prioridade no acompanhamento aos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde). Dessa forma, busca-se promover a melhoria da saúde e da qualidade de vida da população por meio de ações que permitam aos cidadãos conhecer, experimentar e incorporar a prática regular de atividades físicas (46).

De acordo com a Política Nacional de Promoção de Saúde (PNPS), para a priorização da implantação das atividades físicas no coletivo são necessárias ações transversais, integradas e intersetoriais que estimulem o diálogo entre o setor sanitário, governo, setor privado, setor não governamental e a sociedade geral, tornando a qualidade de vida da população brasileira uma rede de corresponsabilidade, divididas entre vários setores sociais (47).

Desta forma, tendo como base nas premissas que passamos grande parte da vida trabalhando, o próprio local de trabalho é um ambiente muito propício para o incentivo, prática e orientação para um estilo de vida com hábitos saudáveis, dentre eles a prática de exercícios físicos (48).

O exercício físico no local de trabalho é capaz de gerar adaptações físicas, fisiológicas e psicológicas nos funcionários, contribuindo para que estes sejam mais saudáveis e produtivos. O exercício realizado no ambiente de trabalho é capaz de melhorar a flexibilidade articular, força muscular, além de promover benefícios psicológicos que contribuem para a diminuição do estresse. A adequação da postura corporal é capaz de reduzir dores musculoesqueléticas. No entanto esse efeito benéfico do exercício depende das características dos programas realizados. Há evidências de que o exercício reduz a dor musculoesquelética quando envolve movimentos resistidos, supervisionados e aplicados por períodos igual ou superior a dez semanas. Essa efetividade foi verificada principalmente para o controle da dor cervical e lombar (49).

A ginástica laboral então surge como uma interessante proposta para tornar o trabalho mais fisicamente ativo e contribuir com a qualidade de vida do trabalhador. É

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definida como o exercício físico orientado e praticado durante o horário do expediente visando benefícios pessoais e no trabalho, tendo como objetivo minimizar os impactos negativos oriundos do sedentarismo na vida e na saúde, prevenir as doenças ocupacionais promovendo o bem estar e maior produtividade (50).

Os exercícios prescritos por profissionais habilitados, de acordo com a função exercida pelo trabalhador, visando minimizar o efeito deletério da solicitação constante a que é submetido ao executar determinada tarefa, seja ela uma tarefa que exija grande esforço físico ou não ajudam o funcionário a ter melhor desempenho em sua função, proporcionando adaptações fisiológicas, físicas e psicológicas (8), alem de contribuir com a diminuição dos gastos referentes às consultas médicas e absenteísmo (2).

1.4 PROMOÇÃO DE SAÚDE NO TRABALHO

De acordo com a Carta de Ottawa, a saúde é um processo em permanente construção, que se norteia de acordo com as necessidades sociais, tanto individuais como coletivas. É um direito do cidadão que deve ser garantido e preservado sendo determinada pelo acesso à renda, moradia, alimentação, educação, trabalho, lazer, transporte e serviços em geral, tendo reflexo também sobre as atitudes, escolhas cotidianas e de hábitos diversos (51).

A promoção de saúde pode ser definida como o processo de envolvimento comunitário para atuar na melhoria de sua qualidade de vida, participando efetivamente em parceria com os setores governamentais e privados no controle deste processo. Os indivíduos e grupos que participam deste processo necessitam identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar o meio ambiente em seu favor, para que a saúde possa ser vista como um recurso para a vida, e não como um objeto a ser alcançado (52).

Dentre os campos de ação da promoção de saúde mencionados na Carta de Ottawa estão o estabelecimento de políticas públicas favoráveis à saúde, a criação de ambientes propícios, o fortalecimento da ação comunitária, o desenvolvimento de habilidades pessoais e a reorientação dos serviços sanitários (53).

A institucionalização da promoção de saúde no sistema único de saúde (SUS) foi ratificada a partir da aprovação da Política Nacional de Promoção de Saúde. Desde então, este processo aproxima o conceitual teórico da práxis cotidiana de nosso sistema de saúde,

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assim como analisa as situações em saúde para eleger prioridades e focalizar ações sanitárias (47).

Neste sentido, para que a promoção de saúde ocorra como o seu referencial teórico sugere, é fundamental que ela não esteja restrita apenas ao setor saúde, mas que seja construída de acordo com uma ação intersetorial que vincule o setor público com os diversos setores da sociedade (46).

Desta forma, subentende-se como intersetorialidade o processo de co-gestão compartilhada, um processo de construção onde os diversos setores envolvidos podem trocar opiniões, informações e saberes a fim de melhorar a qualidade de vida da população (47).

Outros princípios devem nortear as iniciativas da promoção de saúde além da intersetorialidade. A equidade vincula o compromisso ético de diminuir as grandes diferenças existentes entres as classes mais e menos favorecidas pelo sistema. O desenvolvimento humano e social, a diversidade que valoriza a riqueza das diferenças entre as pessoas e culturas, e a qualidade de vida no ecossistema (48).

Entre as diversas ações necessárias para a promoção da saúde da população estão as de promoção de hábitos saudáveis. Dentro do atual contexto epidemiológico da população, merecem destaque as ações de promoção da alimentação saudável, de prevenção e controle do tabagismo e a prática regular de atividade física (54).

Incentivo, proteção e apoio são três vertentes de ações no campo da promoção da atividade física, promoção do peso saudável e prevenção da obesidade.

Muitos são os desafios à construção dessa rotina no cotidiano. O incentivo às práticas corporais, por exemplo, deve privilegiar estratégias que garantam a existência de espaços prazerosos e adequados (pistas de caminhadas, ciclovias, praças públicas, espaços para a prática de esporte e lazer, por exemplo), segurança, arborização e transporte público, e outras. Trata-se de investir no debate sobre o planejamento urbano, a mobilidade urbana e as desigualdades e iniquidades no acesso a espaços públicos saudáveis (40).

Construir ambientes de trabalho saudáveis, adequando às condições de salubridade, qualidade de vida, atividade física laboral e convivência também é estratégia primordial da Promoção de Saúde lembrando que a mesma não deve ser vista como mais um nível de atenção, mas sim anteceder as estratégias de prevenção de doenças atuando transversalmente na busca pela integralidade e visão holística do ser humano. Desta forma, promover saúde vai além do sistema de medicalização o que reafirma o conceito de que saúde não se reduz a ausência de doenças, ou apenas esta associada a fatores genéticos ou biológicos, mas também a estilo de vida e hábitos saudáveis. A promoção de saúde tem como

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proposta ampliar a abordagem de saúde, de modo a deixar a população mais participativa, pois acredita se que a solução para os problemas em saúde e a melhora na qualidade de vida requer mobilização social e novas parcerias (55).

Desta forma, o empowerment é um conceito que pode colaborar positivamente no processo de promoção de saúde do trabalhador. É definido como uma abordagem participativa que incorpora o diálogo entre gestores e trabalhadores, e analisa criticamente a organização e as causas sistêmicas dos problemas no ambiente de trabalho. Essa abordagem objetiva a delegação de poder de decisão, autonomia e participação dos funcionários na administração das empresas, buscando o comprometimento dos empregados em contribuir para as decisões estratégicas, com o objetivo de melhorar o desempenho da organização (56).

O verdadeiro processo de empoderamento requer que o trabalhador seja capaz de tomar decisões próprias e ser ativamente participante nos processos que norteiam sua vida. Este processo envolve a capacidade de identificar problemas e formular estratégias e objetivos capazes de superar os problemas que o afetam e melhorar sua qualidade de seu trabalho, refletindo em uma melhor qualidade de vida e saúde (57).

Esse conceito funciona como uma alternativa para o paradigma tradicional de gestão, e está focado na desburocratização, descentralização, flexibilização e inovação, visando sempre a melhoria do ambiente de trabalho e bem estar geral (58).

Tendo em vista que o setor calçadista de Franca apresenta grandes gastos com afastamentos, o que influencia diretamente na produção dos calçados e na saúde dos trabalhadores (11), a observação dos hábitos que determinam a saúde dos trabalhadores, assim como sua constituição corporal, pode dar subsídio para que os responsáveis pelas empresas que se situam nesse setor tenham consciência que ações que favoreçam a saúde de seus colaboradores, assim como o conhecimento sobre hábitos saudáveis e os determinantes de saúde têm grande influência sobre as condições física e mental dos empregados, refletindo positivamente sobre o processo de produção.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVOS GERAIS

Verificar o nível de atividade física e sua associação com o IMC nos trabalhadores do setor calçadista da região de Franca-SP, para futuramente propor estratégias de promoção de saúde para esta categoria.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Avaliar o nível de atividade física dos funcionários do setor calçadista; - Avaliar o índice de massa corporal dos funcionários do setor calçadista; - Verificar a associação do IMC com o Índice de Atividade Física.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 SUJEITOS

Foram selecionadas 15 empresas de Franca e região, onde 357 funcionários do setor de produção foram escolhidos de forma aleatória. Este estudo descritivo transversal possui uma amostra estratificada que representa um intervalo de confiança de 95% dos trabalhadores do setor de produção da indústria calçadista de Franca e região, com margem de erro de 5%.

Foram incluídos no estudo apenas os funcionários que trabalharam no setor de produção da indústria de calçados de Franca e região, por um período superior ou equivalente a um ano. Os trabalhadores com menos de um ano de experiência no setor, ou que estavam afastados da função no momento da avaliação, ou ainda que trabalhassem em outros setores foram excluídos do estudo.

3.2 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

Para a realização do estudo, este foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos da Universidade de Franca sob o protocolo nº0080/11 (Anexo III). Os participantes da pesquisa assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice I), obedecendo às normas da resolução 196/96 do CNS.

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Os questionários foram aplicados aos funcionários das empresas no período de dezembro de 2011 a fevereiro de 2012 no horário de almoço, logo após os mesmos terem terminado suas refeições.

Para a coleta de dados, foi utilizado um questionário sócio-demográfico. Os funcionários também foram questionados quanto à prática ou não atividades físicas, realizadas pelo menos três vezes por semana, e qual o tipo de atividade física praticada, se a resposta foi positiva.

O nível de atividade física foi avaliado por meio da aplicação do Questionário Internacional de Atividade Física – IPAQ – versão 8 curta (Anexo I). Este questionário aborda 6 questões relacionadas com a quantidade de dias e de minutos em que as atividades físicas de lazer, ocupacionais, de locomoção e de trabalho doméstico são realizadas, tendo como referência a semana anterior à aplicação do questionário. Com base nos critérios de frequência, intensidade e duração da atividade, os níveis de atividade física se classificam em: sedentário, irregularmente ativo, ativo e muito ativo (58).

1. MUITO ATIVO: aquele que cumpriu as recomendações de: a) VIGOROSA: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão ou

b) VIGOROSA: ≥ 3 dias/sem e ≥ 20 minutos por sessão + MODERADA ou CAMINHADA ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão.

2. ATIVO: aquele que cumpriu as recomendações de: a) VIGOROSA: ≥ 3 dias/sem e ≥ 20 minutos por sessão; ou

b) MODERADA ou CAMINHADA: ≥ 5 dias/sem e ≥ 30 minutos por sessão; ou

c) Qualquer atividade somada: ≥ 5 dias/sem e ≥ 150 minutos/sem (caminhada + moderada + vigorosa).

3. IRREGULARMENTE ATIVO: aquele que realiza atividade física, porém, de forma insuficiente para ser classificado como ativo, pois não cumpre as recomendações quanto à frequência ou duração. Para realizar essa classificação soma-se a frequência e a duração dos diferentes tipos de atividades (caminhada + moderada + vigorosa).

4. SEDENTÁRIO: aquele que não realizou nenhuma atividade física por pelo menos 10 minutos contínuos durante a semana.

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O IMC - razão da massa (kg) sobre a altura (m)² - foi calculado a partir dos valores de massa e altura, os quais foram mensurados utilizando-se uma balança e estadiômetro digital (WISO – W 721®). Os valores de IMC foram classificados em: < 18,5 kg/m2 (baixo peso); 18,5 a 24,9 kg/m2 (normal); 25 a 29,9 kg/m2 (sobrepeso); e > 30 kg/m2 (obesidade).

3.4 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados coletados foram tabelados no programa Excel®, para obtenção da média, desvio padrão, valor absoluto e relativo dos funcionários. Para a análise estatística os funcionários foram agrupados de acordo com a classificação descrita anteriormente para o IPAQ e para o IMC, construindo assim uma tabela de contingência entre as variáveis. Os resultados foram analisados pelo programa GraphPadPrism 4.00 software® (Prism, CA, USA), utilizando o teste de Chi-Quadrado para a associação entre as variáveis da tabela de contingência. Foi considerado estatisticamente significativo quando p < 0,05.

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4 RESULTADOS

Dos 357 funcionários avaliados, 175 (49%) eram do sexo feminino e 182 (51%) do sexo masculino. A média de idade é de 33,8 ± 10,4 anos. A média do peso dos funcionários foi de 72,5 ± 14,4Kg e a média de altura correspondeu a 1,64 ± 0,09m. A média do IMC de todos os funcionários foi de 26,9 ± 5 kg/m2, sendo classificados como sobrepeso (Tabela 1).

Tabela 1 - Dados sócio-demográficos dos trabalhadores (média e desvio padrão).

Média Desvio Padrão Idade

Peso (Kg) Altura (m) IMC

Carga horária (min)

33,8 72,5 1,64 26,9 08:48 10,4 14,4 0,09 4,96 0

Os indivíduos que praticam atividades físicas de baixa intensidade possuem frequência média de 2,86 ± 2,46 dias por semana. Os indivíduos que praticam atividades físicas de intensidade moderada apresentam frequência semanal de média de 2,15 ± 2,31 dias por semana. Já os indivíduos que praticam atividades físicas de alta intensidade apresentam frequência semanal média de 1,8 dias por semana, com desvio padrão de 1,8 (tabela 2).

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Tabela 2 – Frequência semanal de atividade física de intensidades baixa, moderada e intensa segundo classificação do IPAQ (média e desvio padrão).

Nível da intensidade Média Desvio Padrão

Baixa 2,86 2,46 Moderada Intensa 2,15 1,18 2,31 1,18

Os indivíduos que praticam atividades físicas de baixa intensidade apresentam volume médio de 42,83 ± 59,92 minutos semanais. Já os indivíduos que praticam atividades físicas de intensidade moderada apresentam volume médio de 59,53 ± 85,20 minutos semanais. Os indivíduos que praticam atividades físicas de alta intensidade apresentam volume médio de 44,63 ± 72,58 minutos semanais (Tabela 3).

Tabela 3 - Volume de atividade praticado semanalmente expressos em minutos, de acordo com a classificação do IPAQ (média e desvio padrão).

Atividade Física Média Desvio Padrão

Baixa intensidade 42,83 59,92 Moderada Intensa 59,53 44,63 85,20 72,58

Ao analisar os resultados obtidos no questionário IPAQ é possível identificar que a maior parte da amostra (57,7%) apresenta o nível de atividade física dentro das condições classificadas como ideais, sendo que 42% são ativos e 15,7% são muito ativos. Os outros funcionários (42,04%) apresentaram-se abaixo da classificação ideal, sendo que 24,64% são insuficientemente ativos e 17,4% são sedentários (Tabela 4).

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Tabela 4 – Frequência absoluta e relativa de distribuição dos de acordo com a classificação do IPAQ.

Nível Atividade Física N %

Muito ativo 56 15,7

Ativo 151 42

Insuficientemente ativo 88 24,64

Sedentário 62 17,4

N = valor absoluto; % = porcentagem.

De acordo com o IMC, 42,45% (n = 152) dos funcionários foram classificados como eutrófico, 33,24% (n = 206) foram classificados como sobrepeso e 24,3% (n = 87) foram classificados como obesos como mostra a tabela 5.

Tabela 5 – Frequência absoluta e relativa dos trabalhadores de acordo com a classificação do IMC. IMC N % Eutrófico 152 42,45 Sobrepeso Obesidade 119 87 33,24 24,3

IMC = Índice de Massa Corporal; . N = valor absoluto;

% = porcentagem.

A associação entre os níveis de atividade física e as categorias de classificação do índice de massa corporal não possuem valor significativo

(P=0, 0984) (Figura 1).

- Grupo de sedentários: 23 são eutróficos, 22 estão na condição de sobrepeso, e 17 são obesos;

- Insuficientemente ativos: 34 são eutróficos, 33 estão com sobrepeso, enquanto 20 são obesos;

- Ativos: 73 são eutróficos, 42 se encontram com sobrepeso, e 35 são obesos; - Muito ativos: 22 são eutróficos, 20 se encontram com sobrepeso, e 13 são obesos.

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Figura 1 - Associação entre os níveis de atividade física e as categorias de classificação do índice de massa corporal.

Dos indivíduos que praticam atividades físicas por pelo menos três dias por semana, 6,72% realizam suas atividades físicas em academias, 21,84% fazem caminhada, 5,6% fazem ciclismo, 0,28% correm, 0,28% praticam dança, 12,04% jogam futebol, 0,28% fazem hipismo, e 52,96% dos funcionários avaliados não praticam nenhum tipo de atividade física (Figura 2).

Figura 2 – Tipos de atividade física praticada pelos funcionários do setor calçadista de Franca com frequência mínima de três dias por semana, dispostos em valores relativos.

6,72 21,84 5,6 0,28 0,28 12,04 0,28 52,96

%

Academia caminhada ciclismo corrida dança futebol hipismo não pratica

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5 DISCUSSÃO

Apesar do setor calçadista no Brasil, em especial na região de Franca-SP apresentar um estilo de trabalho manual de fabricação dos calçados, contando com pouco auxílio tecnológico no processo de produção, o atual estudo demonstra que o índice de atividade física realizado pelos funcionários das empresas deste setor está distante do ideal preconizado pela OMS, e ainda, a maior parte dos trabalhadores deste setor se apresenta acima de seu peso ideal, apesar da carga de trabalho excessiva e do alto índice de doenças ocupacionais provocado pela atividade deste setor, como destaca Navarro (10).

O presente estudo demonstra que a população estudada se encontra em sua maioria na faixa de sobrepeso. Embora o resultado não se apresente largamente acima da faixa de normalidade, ele aponta para um quadro preocupante, já que a média etária da população estudada foi de 33,8 anos, sendo então considerada pela OMS como adultos jovens (59) além de serem profissionalmente ativos, o que agrava a interpretação de tais resultados. Alvarenga et al demonstram em seus registros que o processo de envelhecimento e também a aposentadoria das atividades laborais causam repercussões na qualidade de vida dos cidadãos, entre elas se encontram o alto índice de sobrepeso e obesidade associados à diminuição de atividades físicas e sociais, além da forte relação entre envelhecimento e vulnerabilidade à doenças crônicas (60). Resultados semelhantes aos obtidos foram encontrados nos estudos de Lakka et al (60), onde os autores reportavam valores de obesidade e sobrepeso sempre relacionados com baixa aderência a programas de esforço em populações adultas sedentárias (59).

Os resultados do presente estudo mostram que mais da metade dos funcionários avaliados não praticam atividade física com a frequência mínima de três vezes por semana, além de apresentarem incidência de sedentarismo de 17,4%. Tais resultado corroboram com os resultados obtidos por Côrtes et al. (34), que ao aplicar o questionário IPAQ nos funcionários do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) no Rio de Janeiro, observou a incidência de 24,6% de indivíduos sedentários no grupo, sendo a aderência à prática regular de exercícios físicos inferior à metade dos funcionários avaliados (61).

Em relação aos indivíduos que praticam atividades físicas regularmente, três vezes por semana, 21,84% optaram pela caminhada e apenas 6,72% se exercitam em academias de musculação. Esses resultados mostram a falta de acesso a locais adequados para a prática da

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atividade física orientada, o que indica a necessidade das empresas pensarem em estratégias de promoção de saúde, como a implantação de ginástica laboral, criação de áreas especificas para a realização de exercícios de condicionamento físico e alongamentos musculares, ou mesmo criar convênios com clubes e academias para que os funcionários tenham acesso à prática de exercícios elaborados, que possam proporcionar uma melhor qualidade de vida.

O estudo realizado por Malta et al descreveu as características do padrão de atividade física da população adulta das capitais de Estados brasileiros e do Distrito Federal em 2006. Os dados foram coletados pelo sistema de vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico (Vigitel) em uma amostra probabilística da população acima de 18 anos de idade. O estudo mostra que a maioria das pessoas consideradas ativas no lazer prefere a caminhada (27,9% dos homens, e 52,6% das mulheres avaliadas), fato que aumenta diretamente com a idade, iniciada mais precocemente entre as mulheres do que entre os homens. Este padrão é compatível com estudo realizado no Brasil, em 1996 e 1997, sobre amostra nacional de 11.033 entrevistados acima de 20 anos. Então, mostrou-se que, com o aumento da idade, aumenta a prática de caminhadas em ambos os sexos e a motivação da prática de atividade física torna-se mais relacionada à manutenção da saúde do que à recreação (62).

O posicionamento oficial da Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva enfatiza a existência da relação dose-resposta entre o nível de aptidão física e seu efeito protetor, com o risco de adquirir DCNT diminuindo à medida que a atividade física aumenta (63). De acordo com Matsudo, o indivíduo é considerado ativo quando realiza atividades físicas de alta intensidade no mínimo três dias por semana, com duração mínima de 20 minutos por sessão, ou realiza atividades de intensidade moderada com a frequência mínima de 5 dias por semana e duração igual ou superior a 30 minutos por sessão; ou ainda quando realiza atividades de intensidades variadas, que somem 150 minutos semanais ou mais (58).

Estimativas globais da OMS indicam que as DCNT poderiam ser evitadas com a realização de volumes e intensidades suficientes de atividade física (64). Portanto, a atividade física orientada e supervisionada por um profissional habilitado pode ter importantes repercussões sobre a saúde da população, sendo mais recomendadas em relação à prática de exercícios físicos não orientados.

O incentivo à prática regular da atividade física vem sendo apontado como importante ação na área da saúde pública, o que vem ensejando iniciativas de larga abrangência populacional, na forma de programas e campanhas em prol de estilos de vida ativos (65). Em 1996, um estudo onde foi realizado o acompanhamento de 8.900 mulheres, por 10 anos,

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demonstrou que o fator de maior peso na mortalidade geral foi a baixa aptidão física, superando todos os demais principais fatores de risco, inclusive o tabagismo (66).

Tendo em vista que os trabalhadores do setor calçadista de Franca possuem carga horária média de trabalho referente a 08:48 horas diárias, o incentivo por parte das próprias indústrias que representam o setor calçadista, à estilos de vida ativos e à prática regular de atividade física pode ter influência sobre a alteração do perfil do nível de atividade física dos colaboradores. A compreensão e a eventual alteração desse quadro requerem ações de larga abrangência, envolvendo profissionais de várias áreas da saúde que tenham em comum o interesse em difundir a atividade física na perspectiva da promoção da saúde (65). Nesse contexto, intervenções dirigidas pela política interna destas empresas são particularmente importantes para que ações no âmbito da promoção de saúde possam ser implantadas no cotidiano dos trabalhadores do setor calçadista.

Porém a motivação e adesão à prática de exercícios são multidimensionais, o que torna complexo o estabelecimento de diretrizes que visem à adesão. De fato, a literatura revela que a adesão à prática de atividades físicas e desportivas sofre a influência de muitos fatores, como: experiências anteriores na prática desportiva e de exercícios físicos, apoio do cônjuge e de familiares, aconselhamento médico, conveniência do local de exercitação, aspectos biológico-fisiológicos, gênero, automotivação para a prática do exercício, disponibilidade de tempo, condição socioeconômica, conhecimento sobre exercício físico e acesso a instalações e espaços adequados à prática de exercícios físicos (67).

Os resultados referentes ao IMC apontam que mais da metade dos funcionários foram classificados como sobrepeso, ou obesos e apenas 42,4% foram classificados como eutróficos. Esses achados são importantes para elucidar o fato que o sobrepeso e a obesidade são determinados por condições multifatoriais, e não apenas pela falta ou insuficiência de atividades físicas. De acordo com a literatura, esta doença envolve em sua gênese aspectos ambientais e genéticos, além das dificuldades conceituais geradas pela própria determinação da quantidade de gordura que caracteriza um indivíduo como obeso (68).

Dados da OMS têm revelado uma proporção crescente de adultos com sobrepeso e obesidade, cerca de 50% dos adultos dos Estados Unidos, Canadá e de alguns países da Europa Ocidental apresentam índice de massa corporal (IMC), superior a 25kg/m², e em alguns subgrupos a prevalência de sobrepeso é superior a 70% (60).

Em estudos de populações, o IMC torna-se medida útil para avaliar o excesso de gordura corporal, sendo consensual admitir que, independentemente de sexo e idade, adultos com IMC igual ou superior a 30kg/m² devem ser classificados como obesos, contudo o IMC

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não descreve a ampla variação que ocorre na composição corporal de indivíduos, desconsiderando idade, relação entre IMC e indicadores de composição corporal, como por exemplo, a gordura corporal (68). Assim, estes critérios podem significar pouca especificidade em termos de associação de risco de saúde entre diferentes indivíduos ou populações.

No Brasil, a obesidade como problema de Saúde Pública é um evento tanto quanto recente. Apesar da existência de relatos a partir da Era Paleolítica sobre "homens corpulentos", a prevalência de obesidade nunca se apresentou em grau epidêmico como a partir das últimas quatro décadas (69). Segundo os resultados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística referentes aos anos de 1996 e 1997, o percentual de obesos avaliados pelo índice de massa corporal (IMC) aumentou de oito para quase dez na população adulta, representando quase dois milhões de novos obesos (70). Ainda, de acordo com o Consenso Latino Americano de Obesidade, cerca de 200 mil pessoas morrem por ano devido a doenças associadas ao excesso de peso (71).

Nenhum trabalhador do setor calçadista de Franca foi avaliado como abaixo do peso. O número de indivíduos eutróficos é predominante em todas as categorias de classificação do IPAQ, sendo os indivíduos classificados com sobrepeso os segundos mais numerosos, e os obesos são os que menos aparecem em todas as categorias. Contudo, na categoria de indivíduos ativos, há um número de indivíduos eutróficos superior em relação às outras categorias. Porém ao associar os níveis de atividade física com as categorias de classificação do índice de massa corporal não foi encontrado valor significativo (P=0, 0984).

No Brasil, numa comparação do nível de atividade física ocupacional (NAFO), baseado nas informações sobre a ocupação principal, entre os dados do ENDEF e da PNSN, percebeu-se que a prevalência do NAFO leve e moderado aumentou, enquanto a do pesado declinou, passando de 25,2% para 22,6%. Os percentuais de redução das atividades ocupacionais de nível pesado e o ligeiro aumento dos níveis leve e moderado não seriam capazes, isoladamente, de justificar o crescimento tão acelerado e extenso da obesidade entre os adultos brasileiros (31,34). Na verdade, aconteceu aumento de obesidade em todos os níveis de atividade física. Essas comparações sofrem limitações porque constantemente ocorrem mudanças tecnológicas nos processos de trabalho entre os estudos e podem existir diferenças substanciais no gasto energético para realizar a mesma tarefa ocupacional entre as várias regiões do país.

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6 CONCLUSÕES

Perante os resultados do presente estudo foi possível observar uma alta porcentagem de indivíduos sedentários e que estavam acima do peso corporal, porém sem associação entre ambos. Estes achados demonstram a necessidade de intervenções com programas de promoção de saúde voltados para o trabalhador para minimizar os efeitos crônicos do sedentarismo e obesidade e com isso melhorar a qualidade de vida desses funcionários

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Referências

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