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E o problema não era só com Marianinha. De fato, quando Alexandre lia um livro, Joãozinho se interessava pelas figuras. Bastava que ele pegasse um

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Academic year: 2021

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ALEXANDRE

Tenho uma história sobre um menino chamado Alexandre. Ele tinha um problema sério... e quando falo sério, quero dizer realmente sério.

O problema era o seguinte: quando Alexandre estava brincando, todas as crianças que estavam por perto inventavam de se interessar pelos mesmos brinquedos que ele.

Se Alexandre estivesse brincando com um carrinho, lá vinha Marianinha chorando pelo carrinho. Se Alexandre se interessava pela bola, ela

prontamente mudava de opinião. Cansava do carrinho e inventava de querer.. adivinhem o que... a bola!

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E o problema não era só com Marianinha. De fato, quando Alexandre lia um livro, Joãozinho se interessava pelas figuras. Bastava que ele pegasse um daqueles brinquedos de montar para que Paulinho chorasse de inveja. E esse nem era um problema exclusivo com crianças. Sua mãe, por exemplo, nunca deixava ele brincar com os copos de cristal...

Um dia Alexandre estava brincando no balanço quando chegou um menino duas vezes maior que ele.

- Levanta daí que eu quero balançar! - pediu o garoto, que não era nada delicado.

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Alexandre pensou em contar para sua mãe, mas olhou ao redor e não encontrou nem pai, nem mãe, nem tia, nem vovô nem vovó...

Sendo assim, ele recorreu à ultima arma que lhe restava: chorar. Chorou, chorou e chorou até quase perder o fôlego. Mas adiantou de alguma coisa? O menino, comovido, cedeu lugar no balanço e até se ofereceu para

empurrar?

Qual nada!! O menino ficou foi bravo como uma onça e fez tais caretas que Alexandre saiu correndo num pinote..

Alexandre ficou tão triste que sentou sozinho numa calçada, fazendo beiço para uma margarida num jardim.

Qual não foi sua surpresa quando, de trás da margarida, saiu um homenzinho verde.

- Oi, homenzinho verde.

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- Oi - respondeu o homenzinho verde. - Posso saber por que você está chorando?

- É que tenho um problema muito sério...

- Hum.. isso é engraçado. - comentou o homenzinho verde.

- Não é engraçado!! É sério, muito sério!! - protestou Alexandre.

- Por isso mesmo é engraçado. Quer dizer, é engraçado que eu possa ajudar. Qual é esse problema?

- É que eu quero brincar...

- Isso não parece um problema. - analisou o homenzinho verde.

- E não é. O problema é que, toda vez que eu escolho um brinquedo, aparece outra criança interessada nesse mesmo brinquedo.

- Hum... isso é um problema sério. - admitiu o homenzinho verde. - Não disse? Sabe o que eu queria? Queria que todas as pessoas desaparecessem para que eu pudesse brincar sozinho com todos os brinquedos. Você pode fazer isso? Pode?

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O homenzinho verde pensou, pensou, pensou. Coçou o queixo umas tantas vezes, até que respondeu:

- Está bem, pode ser.

E foi. No momento seguinte Alexandre olhou em volta e não viu mais

ninguém. Não ouviu conversas, nem o ganido metálico das bicicletas em movimento. Silêncio.

Meio desconfiado, ele se aproximou dos brinquedos. Sentou no balanço e ficou esperando que aparecesse algum menino três vezes maior do que ele interessado em balançar-se.

Mas, estranho... não apareceu nenhum menino maior e muito menos menor do que ele. Alexandre aproveitou. Balançou até enjoar. Depois foi até o

escorregador e nem precisou enfrentar fila.

Para dizer a verdade, e gosto sempre de dizer a verdade, ele brincou com todos os brinquedos do parque.

Comeu chocolate e um algodão doce do tamanho de uma melancia. E nem pagou porque, afinal de contas, não havia ninguém para lhe dar o troco.

Depois foi para casa e adivinhem qual foi a primeira coisa que ele procurou. O copo de cristal, claro.

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Estava em cima de uma prateleira, mas Alexandre, que não era bobo, tratou de subir numa cadeira. Pensam que achou só um copo? Qual nada! Havia um monte deles. Ele brincou com todos e depois mexeu em muito mais coisas. Só depois de algum tempo percebeu que a mamãe não estava em casa. Como sabemos, não havia ninguém em casa, nem na rua ou no

parque.

Alexandre, então, pegou um jogo de dominó e tentou brincar. Mas tinha graça brincar sozinho? Tinha não. Isso é coisa que toda gente que já jogou dominó sabe muito bem...

Tentou ainda outros brinquedos, mas era muito estranho brincar sozinho. Assim, ele recorreu ao seu último recurso: chorou, chorou e chorou até que seus olhos ficassem vermelhos.

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Foi quando apareceu o homenzinho verde: - Mas já está chorando de novo?

- É que eu não tenho ninguém para jogar. - respondeu Alexandre.

- Mas é claro. Você não queria que todas as pessoas desaparecessem?

- Mas não tem graça brincar sozinho. Quer dizer, de vez em quando tem. Mas o tempo todo fica chato. Você pode fazer com que todas as pessoas

apareçam de novo?

- É, acho que pode ser feito. - resmungou o homenzinho, estalando os dedos.

No instante seguinte o mundo ficou cheio de sons. Alexandre podia ouvir as televisões ligadas, as conversas, as crianças brincando...

Sabem o que fez? Pegou o dominó e foi brincar com a Marianinha...

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