FEUP 2010/2011
Porto | Outubro de 2010 | Grupo CIV214 |
Ana Rita Martins (100501150)
Francisco de Sales Fraga (100501143)
Igor Pinto (100501207)
Luís Matos (100501073)
Luís Fernandes (100501029)
Mª Francisca Monteiro (100501025)
Mª João Barroso (100501101)
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Mestrado Integrado em Engenharia Civil
Os Comboios em
Portugal
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Resumo
Um comboio é constituído por uma ou mais carruagens ou vagões, que se movimentam numa linha transportando pessoas e carga. Existem diversos tipos de linhas sendo que a mais comum é constituída por duplo carril. A composição pode ser puxada por uma locomotiva ou por uma unidade (automotora) auto alimentada.
Os comboios, ao longo do tempo, assumiram um papel fundamental no desenvolvimento mundial, já que é o meio de transporte com melhor nível de segurança e é o meio de transporte que permitiu efectuar a ligação a locais isolados e a melhoria no transporte de produtos agrícolas.
Em 28 de Outubro de 1856 foi inaugurada a primeira linha ferroviária em Portugal. De 1856 à década de 80 (1980) a evolução das linhas ferroviárias foi crescendo. Com o 25 de Abril as empresas foram nacionalizadas o que levou a que muitas linhas fossem encerradas.
Actualmente, ainda existe em circulação um comboio antigo de passageiros na linha do Douro, unicamente destinado ao turismo, tornando-se uma atracção para visitantes estrangeiros e nacionais.
Existe uma empresa responsável por gerir e administrar a infra-estrutura
ferroviária estatal em Portugal, a REFER – Rede Ferroviária Nacional. Tem
como funções a administração das infra-estruturas ferroviárias no território nacional português, comando e controlo do tráfego ferroviário, instalação e renovação das infra-estruturas.
A operadora de comboios em Portugal é a CP – Comboios de Portugal,
responsável pelo transporte de pessoas e de mercadorias.
De acordo com as necessidades, existem diferentes tipos de comboios de passageiros em Portugal, sendo eles, o Alfa Pendular, Intercidades, Comboios regionais e Comboios urbanos.
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Palavras-chave:
- Comboios de passageiros
- História dos comboios de passageiros em Portugal - Rede ferroviária nacional (RFN)
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Índice
Introdução ... 1 Os comboios em Portugal ... 2 Comboios de passageiros ... 2 Evolução Histórica ... 3Comboios antigos que circulam na RFN ... 4
Rede Ferroviária Nacional (RFN) ... 6
Operadores de transporte ... 9
Diferentes tipos de comboios ... 9
Conclusão ... 12
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Introdução
No âmbito da unidade curricular Projecto FEUP do 1º ano do Mestrado Integrado em Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, foi-nos proposta a elaboração de um trabalho com o tema “Os comboios em Portugal”, mas reportando-nos apenas à circulação ferroviária de passageiros.
Os objectivos da criação deste trabalho consistem em integrar-nos no ambiente FEUP e conhecer os seus principais serviços e aprender a discutir cientificamente um tema e resolver um projecto.
Por uma questão organizacional e de forma a facilitar a compreensão do trabalho, este foi dividido em vários capítulos e subcapítulos, sendo estes: evolução histórica, comboios antigos que circulam na RFN, Rede Ferroviária Nacional (RFN), operadores de transporte e diferentes tipos de comboios. Para a realização deste trabalho, as técnicas utilizadas basearam-se na pesquisa bibliográfica e web gráfica.
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Os comboios em Portugal
Desde o aparecimento da primeira máquina a vapor até à actualidade, os comboios sempre se destacaram como uma importante descoberta com influência no desenvolvimento económico de uma determinada região. Ao longo dos últimos 150 anos, a história das linhas de ferro portuguesas assim como dos comboios que nela circulam, marcam a história de um país e o seu desenvolvimento socioeconómico.
Comboios de passageiros
Um comboio consiste numa ou mais carruagens ou vagões, ligados entre si e capazes de se movimentarem sobre uma linha, para transportarem pessoas ou carga de um lado para o outro. A linha, normalmente, é constituída por carris duplos, por monocarril, ou, ainda, por levitação magnética. A composição pode ser puxada por uma locomotiva ou por uma unidade (automotora) auto alimentada que podem ser unidades simples ou múltiplas. (Wikipedia, 2010) O sector ferroviário e o caminho-de-ferro fazem parte do imaginário de várias gerações. Tendo assumido, nos seus primórdios, um papel central como motor da propagação industrial, o sector tem incorporado as mais recentes tecnologias, constituindo hoje, à escala mundial, um dos meios de transporte com melhores níveis de segurança. (CP, 2010)
Foram os comboios que ligaram populações, regiões, países e continentes que até aí estavam completamente isolados ou onde poderia demorar semanas ou meses para fazer uma simples comunicação entre si; na agricultura, produtos que corriam o risco de ficar nas regiões onde eram produzidos, puderam começar a ser despachados para grandes distâncias, havendo muito menor risco da sua degradação e encorajando, assim, o aumento das produções. (Wikipedia, 2010)
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Em redor das estações ferroviárias, nasceram e cresceram vilas e cidades, onde até aí, nada existia; a construção das linhas ferroviárias empregou muitos milhares de pessoas, de cidades, regiões e até de países diferentes, contribuindo assim para aproximar diferentes povos e culturas. (Wikipedia, 2010)
Cerca de 400 anos antes os portugueses, com os seus descobrimentos, deram novos mundos ao mundo; esta máxima poder-se-á, com toda a justiça, aplicar ao comboio e ao desenvolvimento que este nos proporcionou. (Wikipedia, 2010)
Evolução Histórica
O transporte ferroviário é um meio de transporte que surgiu no Reino Unido no início do séc. XIX, graças à máquina a vapor, inventada por James Watt, e cedo foi notada a sua potencialidade no transporte de mercadorias e mais tarde passageiros. De facto, foi logo após a inauguração da primeira linha de ferro no Reino Unido no ano de 1825, construída por Stephenson, que começou a ser defendida a sua introdução em Portugal, tendo em vista a modernização do país. Mas, Portugal ainda não se tendo recomposto ainda das guerras civis e das convulsões políticas, não conseguiu suportar tal investimento. (http://www.transportesemmovimento.com/index.php?option=com_content&vie w=section&id=3&Itemid=8)
Em 1851, foram realmente reunidas as condições políticas e económicas para dar início à construção da rede ferroviária nacional. Iniciada em 1853, só a 28 de Outubro de 1856 foi inaugurada a primeira linha ferroviária em Portugal que liga Lisboa ao Carregado. Às 10h00 teve início a primeira viagem de comboio. Partindo da estação de Santa Apolónia, o comboio real traccionado pelas locomotivas Santarém e Coimbra com o rei D. Pedro V a bordo, fez o percurso de Lisboa ao Carregado, 36,5 km, em cerca de 40 minutos. Apesar do sucesso, demorariam ainda várias décadas até a rede ferroviária nacional ser concluída. Duas datas importantes no processo de construção da linha ferroviária nacional
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Fig. 1 - Locomotiva a vapor 0186
foram também a chegada de uma linha de ferro à fronteira espanhola em 1863 (pela linha do leste – via Elvas) e a ligação de Lisboa ao Porto em 1877.
Em meados dos anos 50 do século XX, com o aparecimento do transporte aéreo, é inaugurado entre Lisboa e Porto um serviço “foguete” com o objectivo de diminuir tempos de viagem e recuperar passageiros perdidos para o recém-chegado meio de transporte. Este serviço com as naturais remodelações viria a manter-se até os dias de hoje, não conhecido já como serviço “foguete”, mas como alfa.
O 25 de Abril de 1974 traz consigo a nacionalização de um grande número de empresas portuguesas, incluindo a CP (Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses) e os anos 80 uma fase de declínio para o transporte ferroviário em Portugal. Os grandes défices de exploração da CP e a ascensão de um cada vez mais acessível transporte rodoviário levam ao encerramento de várias linhas. O encerramento de estações e o encerramento de linhas tornam-se uma constante em várias zonas do país, e nem a entrada de Portugal na Comunidade Europeia consegue mudar esta situação, visto que as verbas provenientes da CEE são principalmente utilizadas na circulação rodoviária.
Comboios antigos que circulam na RFN
O Museu Nacional Ferroviário é um complexo distribuído por todo o país, com o Núcleo Central do Museu no Complexo Ferroviário do Entroncamento e com os restantes núcleos por todo o país.
Em cada núcleo, que por norma se situa em antigas instalações das diferentes linhas, encontra-se exposto uma série de objectos e máquinas que fazem parte da história dos caminhos-de-ferro portugueses. Começando
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carruagens, pelos vagões, furgões até as cisternas. A visita por este complexo de museus permite-nos viver um pequeno pedaço da história.
A informação disponibilizada relativamente à frota de comboios históricos é muito escassa, assim como relativamente aquelas que ainda se encontram em circulação nos caminhos-de-ferro portugueses.
A relíquia da CP, actualmente é uma Locomotiva a vapor 0186 com 5 carruagens com 250 lugares, que percorre a linha do Douro, num passeio histórico. Trata-se de um programa turístico que pretende cativar a atenção dos visitantes para a beleza das paisagens que o Douro oferece, a bordo de um magnifico exemplar que trás nostalgia e história a toda a viagem (CP, 2010).
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Rede Ferroviária Nacional (RFN)
A REFER – Rede Ferroviária Nacional, EPE. é uma entidade pública
empresarial fundada em 1997, destinada a gerir e administrar a infra-estrutura ferroviária estatal em Portugal (Wikipedia, 2010).
As funções da REFER compreendem a administração das infra-estruturas ferroviárias no território nacional português, nas suas vertentes de construção, instalação e renovação das infra-estruturas, comando e controlo do tráfego ferroviário, visando índices elevados de segurança, fiabilidade e conforto e a preservação do património edificado. (Wikipedia, 2010)
Nos pressupostos da independência da gestão das empresas de transporte ferroviário, a REFER articula-se com o IMTT, o Instituto Regulador, que define as regras de acesso, concede as licenças de acesso aos operadores, aprova as taxas de uso da infra-estrutura e regula as actividades ferroviárias: desenvolvimento, segurança, qualidade e ambiente; e com os actuais operadores de passageiros e mercadorias: CP, Fertagus e CargoRail. (Wikipedia, 2010)
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Fig. 2: Mapa da rede Fonte: REFER, 2010
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Ano 2009 Km
Rede Ferroviária com Exploração 2788,8
Via Estreita 187,8 Via Larga 2601 Via Única 2181,4 Via Múltipla 607,4 Rede Electrificada 1449,4 Electrificada 25 kV 1424 Electrificada 1500 V 25,4
Rede com Sistema de Controlo de Velocidade 1459,1
Rede com Sistema de Rádio Solo-Comboio 1429,2
Quadro 1 – Caracterização da rede Fonte: REFER, 2010
Circulações por tipo de Comboio - Ano 2009 Internacionais 2 927 (média diária - 8) Longo-Curso 23 004 (média diária - 63) Inter-Regionais 15 533 (média diária - 43) Regionais 130 536 (média diária - 358) Suburbanos 402 067 (média diária - 1102) Mercadorias 131 268 (média diária - 360) Marchas 105 117 (média diária - 288)
Total Ano 810 452 (média diária de circulações - 2 220)
Quadro 2 – Caracterização da rede Fonte: REFER, 2010
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Operadores de transporte
A CP é uma empresa (operador de transportes ferroviários) responsável pelo transporte de pessoas e de mercadorias. Esta é uma entidade pública nacional desde Junho de 2009 e organiza-se em serviços urbanos (CP Lisboa e CP Porto), serviço de longo curso (CP de longo curso) e serviços inter-regional e regional (CP regional). 86% dos passageiros transportados por comboios desta empresa viajam em comboios urbanos. Em 2009, foram transportados cerca de cento e trinta milhões de passageiros com cerca de 2830 quilómetros de rede.
Diferentes tipos de comboios
Existem diferentes tipos de comboios de passageiros em Portugal, isto porque existem diferentes necessidades, e cada tipo está especialmente ajustado para melhor desempenhar o seu papel tendo em vista o objectivo pretendido. Abaixo estão descritos os diferentes tipos de comboios de passageiros que operam actualmente em Portugal.
Alfa Pendular
Este tipo de comboio de
passageiros é de alta
velocidade e por sua vez o mais rápido a operar em Portugal. O Alfa Pendular atinge velocidades máximas de 220 km/h e liga as cidades
de Braga, Porto, Aveiro,
Lisboa, Coimbra e Faro, entre outras. Diferentes comboios Alfa Pendular podem efectuar
paragens em diferentes
estações.
Fig. 1- Alfa Pendular
Fonte:.http://abemdanacao.blogs.sapo.pt/469845. html
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Intercidades
Os comboios de passageiros
intercidades são comboios
rápidos. Ligeiramente mais
lentos que o comboios Alfa Pendular, o intercidades liga diferentes linhas por todo o país nomeadamente as linhas do Norte, da Beira alta, Beira baixa e do Sul e atingem velocidades máximas de 200 km/h. Este tipo de comboio é mais indicado para actividades de lazer e familiares, uma vez
que, permite uma melhor
organização do tempo devido ao seu horário.
Comboios regionais Este tipo de comboios estão desenhados para percorrerem curtas distâncias ao contrário dos comboios Alfa Pendular e Intercidades sendo que, por essa mesma razão, são mais lentos e, portanto, nem são comboios rápidos nem de alta velocidade. Este tem uma
frequência de paragem
elevada parando em quase
todas as estações e
apeadeiros. Fig. 2- Intercidades
Fig. 5- Comboio Regional
Fonte: http://abemdanacao.blogs.sapo.pt/46984 5.html Fonte:http://ipsisnet.blogspot.com/2009/ 04/proteccao-para-passageiros-de-autocarro.html
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Comboios urbanos Os comboios urbanos, mais conhecidos como metro, são ainda mais lentos que os comboios regionais, parando por isso em todas as estações
e apeadeiros. Actualmente
existem os comboios urbanos do grande Porto e da grande Lisboa. Este tipo de comboio é massivamente utilizado devido à sua frequência de paragem. Fig. 6- Metro do Porto
Fonte:http://rad2008.wordpress.com/200 8/03/18/ca-vou-eu-no-metro/
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Conclusão
A elaboração deste trabalho, que possuía, para além dos objectivos directamente relacionados com a exploração do tema em si, objectivos direccionados para todo o processo da sua concepção, mostrou-se deveras interessante, frutífero e uma mais-valia para o nosso percurso académico. Assumindo isso, consideramos que os objectivos do trabalho foram alcançados.
Sentimos algumas dificuldades no que concerne à procura de informação em algumas áreas, assim como, na articulação de todo o grupo, relacionado com as questões horárias.
Em suma, embora a importância dos comboios de passageiros tenha diminuído ao longo dos anos, o transporte ferroviário continua a ser um dos maiores modos de transporte, assim como dos mais seguros e económicos. Têm surgido recentemente questões políticas e económicas relacionadas com a expansão e modernização das linhas nacionais com a implementação do TGV, mas é uma questão ambígua pela condição nacional actual. No entanto, mostra também a importância que este meio de transporte tem para o desenvolvimento de um país.
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Referências Bibliográficas
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http://www.cp.pt/cp/displayPage.do?vgnextoid=f304df63e25a4010VgnVCM100 0007b01a8c0RCRD (accessed October 10, 2010)
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http://www.refer.pt/MenuPrincipal/REFER/GestaodaRede/GestaodaCirculacao/ PostosDeComandoLocal.aspx (accessed October 5, 2010)
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http://www.refer.pt/MenuPrincipal/REFER/GestaodaRede/GestaodaCirculacao/ CentrosDeComandoOperacional.aspx (accessed October 5, 2010)
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http://www.refer.pt/MenuPrincipal/REFER/GestaodaRede/GestaodaCirculacao/ PostoDoComandoCentral.aspx (accessed October 5, 2010)
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http://www.refer.pt/MenuPrincipal/REFER/GestaodaRede/CaracterizacaodaRed e.aspx (accessed October 5, 2010)
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Transportes em Movimento. 2003.
http://www.transportesemmovimento.com/index.php?option=com_content&view =section&id=3&Itemid=8 (accessed October 9, 2010)
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Intercidades http://pt.wikipedia.org/wiki/Comboio_regional http://pt.wikipedia.org/wiki/Comboio_urbano