O que é:
1. O imperialismo ou
neocolonialismo do século
XIX se constituiu como
movimento de domínio,
conquista e exploração política
e econômica das nações
industrializadas europeias
(Inglaterra, França, Alemanha,
Bélgica e Holanda) sobre os
Por que?
A industrialização do continente europeu marcou um intenso
processo de expansão econômica. O crescimento dos parques
industriais e o acúmulo de capitais fizeram com que as
grandes potências econômicas da Europa buscassem a ampliação de seus mercados e procurassem maiores quantidades de matéria-prima disponíveis a baixo custo. Foi nesse contexto que, a partir do século XIX, essas nações
buscaram explorar regiões na África e Ásia.
Como?
Somado aos interesses de ordem político-econômica, a prática imperialista também buscou suas bases de sustentação ideológica. A teoria do
darwinismo social, de Hebert Spencer, pregava que a Europa representava o ápice do
desenvolvimento das sociedades humanas. Em contrapartida, a África e a Ásia eram um grande reduto de civilizações “infantis” e “primitivas”. Influenciado por esse mesmo conceito, o escritor britânico Rudyard Kipling
defendia que o repasse dos “desenvolvidos” conceitos da cultura europeia aos
afro-asiáticos representava “o fardo do homem branco” no mundo.
A abertura da África à exploração ocidental havia começado no final do século XVIII. Até 1835, os europeus já haviam traçado mapas da parte do noroeste africano. Entre os exploradores europeus mais famosos estavam David Livingstone, Alexandre Serpa Pinto, Richard Burton, John Hanning Speke e James
Augustus Grant.
No início dos conflitos pela posse da África, as nações ocidentais controlavam apenas 10% do continente. Em 1875 os territórios mais importantes tanto pela sua extensão quanto pela sua
riqueza eram Argélia, sob domínio francês; Colônia do Cabo, controlado pelo Reino Unido e Angola, controlada por Portugal.
Os avanços tecnológicos facilitaram a expansão de grandes distâncias. A industrialização provocou avanços significativos nos transportes e comunicações, especialmente na utilização de Vapores, ferrovias e telégrafos. Os avanços médicos também foram de grande importância, em especial, a descoberta da cura para as enfermidades tropicais. O desenvolvimento da quinina, um tratamento efetivo contra a malária, permitiu que a vasta região tropical pudesse ser acessível aos europeus.
A África subsaariana, uma das últimas regiões do
mundo ainda não afetada pelo "Imperialismo Formal" e
a "civilização" tornou-se uma região atrativa para as
potências europeias por razões econômicas e raciais.
Durante uma época em que a balança
comercial da Grã-Bretanha mostrava um déficit em seu
crescimento, com os mercados continentais se
encolhendo e, cada vez mais protecionistas devido
a Grande Depressão, entre os anos de 1815/ e 1817,
a África oferecia ao Reino Unido, Alemanha, França,
entre outros países, um mercado aberto no qual se
aproveitava o grande excedente de produção e um
mercado que importa mais da metrópole do
Conferência de Berlim
A Conferência de Berlim, também conhecida como conferência da África
Ocidental ou Conferência do Congo, realizou-se em Berlim, de 15 de novembro de 1884 a 26 de fevereiro de 1885, marcando a
colaboração europeia na partição e divisão territorial da África.
Organizado por Otto von Bismarck, o evento contou com a participação de países europeus (Alemanha,
Áustria-Hungria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, França,
Grã-Bretanha, Itália, Noruega, Países Baixos, Portugal, Rússia e Suécia) mas também do Império Otomano e dos Estados Unidos.
O objetivo declarado era o de "regulamentar a liberdade do
comércio nas bacias do Congo e do Níger, assim como novas ocupações de territórios sobre a costa ocidental da África."
Uma conferência anterior (Conferência geográfica de Bruxelas, em 1876)
iniciou o debate sobre a partição da região do Congo, que foi dividido em três partes: Congo-Léopoldville, que coube aos belgas, Congo-Brazzaville,
atribuída aos franceses, e Angola, que historicamente já pertencia a Portugal. Todas essas regiões formavam o antigo Reino do Kongo.
O principal resultado da conferência de Berlim foi o estabelecimento de
regras oficiais de colonização mas, além disso, a conferência gerou uma onda de assinaturas de tratados entre os vários países europeus.
A Alemanha passou a administrar o “Sudoeste Africano” (atual Namíbia), Tanganica, Camarões e Togolândia;
O Império Otomano possuía províncias na África, notadamente o Egito (incluindo o futuro Sudão Anglo-Egípcio) e Trípoli, mas seus domínios foram vastamente desconsiderados no curso das negociações e foram arrebatados de seu controle até 1914.
A Grã-Bretanha passou a administrar toda a África Austral (com exceção das colônias portuguesas de Angola e Moçambique) e o Sudoeste Africano, toda a África Oriental (com exceção
da Tanganica) e partilhou a costa ocidental e o norte da África
com a França, a Espanha e Portugal (Guiné-Bissau e Cabo Verde);
o Congo – que estava no centro da disputa, o próprio nome da Conferência em alemão é "Conferência do Congo" – continuou como "propriedade" da Associação Internacional do Congo, cujo principal acionista era o rei Leopoldo II da Bélgica; este país
passou ainda a administrar os pequenos reinos das montanhas a leste, o Ruanda e o Burundi.
Cecil Rhodes
Cecil John Rhodes (1853 — 1902) foi um colonizador
e homem de negócios britânico.
Criou o projeto britânico de construção do caminho de
ferro que ligaria o Cairo, no Egito, ao Cabo, na África
do Sul, nunca realizado.
Um dos principais fundadores da companhia De Beers,
que, na atualidade, detém aproximadamente 44% de
todo o mercado mundial de diamantes, mas que um
dia foi responsável por 90% dele.
Ficou famosa a sua divisa pessoal "So much to do, so
little time..." (Tanto para fazer, tão pouco tempo...).
"Em um período de menos de dez anos, Rhodes e sua companhia tinham invadido ou levado a autoridade imperial britânica a se impor sobre uma região que corresponde à
Botswana, Zimbábue, Zâmbia, e Malaui, - uma área com três vezes o tamanho da França."
A intervenção britânica na África do Sul ocasionou num violento esmagamento dos grupos locais sul-africanos, na perda de
milhares de vidas, além da geração de lucros em escala inimaginável.
Rhodes tornou-se um personagem emblemático ao se falar do expansionismo e do colonialismo inglês do século XIX, uma de suas frases mais popularizadas foi:
"O mundo está quase todo parcelado e o que dele resta está sendo dividido, conquistado, colonizado. Penso nas estrelas que vemos à noite, esses vastos mundos que jamais poderemos atingir. Eu anexaria os planetas se pudesse. Entristece-me vê-los tão
Responsável por um grande Genocídio de negros africanos (cerca de 60 milhões de africanos mortos).
Rhodes acreditava nas aplicação social das ideias de Charles Darwin, o chamado darwinismo social. Devido a isso era um profundo defensor da superioridade da raça branca, em relação às demais raças. Em um de seus testamentos, intitulado: "Last Will and Testament", ele escreve: "Considerei a existência de Deus e decidi que há uma boa chance de
que ele exista. Se ele realmente existir, deve estar trabalhando em um plano. Portanto, se devo servir a Deus, preciso descobrir o plano e fazer o melhor possível para ajudá-lo em sua execução. Como descobrir o plano? Primeiramente, procurar a raça que Deus escolheu para ser o instrumento divino da futura evolução. Inquestionavelmente, é a raça branca… Devotarei o restante de minha vida ao propósito de Deus e a ajudá-lo a tornar o mundo inglês."
Talvez essas crenças na superioridade do homem branco, sejam a
explicação para as empreitadas violentas, dirigidas por Rhodes, contra os nativos da África do Sul e a vontade que o acompanhou por toda a sua vida de expandir o Império britânico apesar de sua tradição
anticolonialista no Congresso de Viena, sendo um dos maiores apologistas do imperialismo anglo-saxão ao lado de Joseph Chamberlain no final do século XIX.[
David Livingstone
foi um missionário e
explorador
britânico que se
tornou famoso por ter sido um dos primeiros europeus
a terem explorado o interior da África.
Ao longo de sua vida, David Livingstone empreendeu
diversas expedições missionárias pelo interior
do continente africano, sendo que em muitas delas,
Livingstone foi o primeiro homem branco a ter visitado
determinadas regiões da África.
Livingstone sentiu-se fascinado pela missão de chegar a
novos povos no interior da África e apresentá-los ao
cristianismo, bem como libertá-los de escravidão. Foi isso
que inspirou suas explorações.
Em 1849 e 1851, viajou por todo o deserto do Kalahari, na
segunda visita ao rio Zambeze.
Em 1842, começou uma expedição de quatro anos para
encontrar uma rota a partir do Alto Zambeze à costa. Essa
enorme expedição contribuiu para o preenchimento das
lacunas do conhecimento ocidental sobre a África central e
do sul.
Em 1855, Livingstone descobriu as Cataratas
Vitória (Victoria Falls). Chegou também à foz do Rio
Zambeze sobre o Oceano Índico, em Maio de 1856,
tornando-se o primeiro europeu a atravessar a largura da
África meridional.
percorreu 48 000 km em terras africanas. Numa
aventura de mais de 15 anos, andava a pé, em carros de
boi e em canoas. Nas aldeias, tratava dos doentes,
conquistando assim a amizade dos nativos.
Combateu, desde o início, o tráfico de escravos que,
embora proibido no império britânico desde 1833,
ainda era praticado pelos portugueses e árabes. O
objetivo de Livingstone era levar o livre comércio, o
cristianismo e a civilização para o interior do
continente africano.
Em sua penúltima expedição, partiu de Zanzibar, na
costa oriental da África, e queria chegar ao lago Niassa.
Abandonado pelos guias africanos, que fugiram com a
comida e os remédios, e enfraquecido pela malária, o
explorador chegou à aldeia de Ujiji, na
margem tanzaniana do lago Tanganica.
Na Europa, a estas alturas, ele já era dado como
desaparecido. Supunha-se que estivesse mortalmente
enfermo nas selvas africanas ou tivesse sido
assassinado. Só nos Estados Unidos ainda se acreditava
encontrá-lo vivo. Esta expedição durou de 1866 até a
morte de Livingstone em 1873.
Passou seus últimos dias de vida errante na região
do lago Bangweulu, na atual Zâmbia.
Por muitos anos sua saúde demonstrava fragilidade,
vindo a falecer no dia 1 de maio de 1873. Os nativos
encontraram David Livingstone morto e ajoelhado ao
lado da cama, na aldeia do chefe tribal Chitambo.
David Livingstone morreu por disenteria e malária,
orando. Os seus auxiliares de confiança Chuma, Suza
Mniasere e Vchopere, enterraram o seu coração e as
suas vísceras debaixo de uma árvore, onde em 1902 foi
erguido o atual Memorial Livingstone. Depois disso,
eles lavaram o corpo de Livingstone com sal e
aguardente e o puseram para secar ao sol, depois seu
corpo foi levado de navio até ao Reino Unido.
Imperialismo na Ásia
Nesta época, era comum se ouvir dizer que “o sol nunca se põe no Império Britânico” em uma referência à sua grande extensão, já que a todos os momentos pelo menos alguns dos países
pertencentes ao império estaria sendo banhado pelo sol. Entre as nações invadidas pelo Império Inglês estão a China e a Índia, os dois países mais populosos do mundo. Especificamente, a
Inglaterra tomou uma região da China conhecida como Hong Kong, que só foi devolvida aos chineses a partir de 1997 depois de um acordo entre os dois países. Atualmente, existem grandes
conflitos envolvendo interesses de vários países do mundo em torno desta questão, uma vez que a China é um país comunista e está começando a administrar Hong Kong, com costumes e
estruturas liberais como os ingleses.
https://www.youtube.com/watch?v=5oYG8LuFtQA
A Índia, por sua vez só foi descolonizada depois do término da Segunda Guerra Mundial, dando origem, na verdade, a três países: Índia, Bangladesh e Paquistão.
Outro destaque da Neocolonização é a Austrália, maior país da Oceania e que foi utilizado pela Inglaterra como uma colônia penal durante muitos anos. Na verdade, a Austrália já havia sido encontrada pelos ingleses no final do século XVIII, mas no
contexto do Neocolonialismo, sua exploração ocupou lugar
especial após a metade do século XIX. os aborígenes, nativos da Austrália foram dizimados pelos ingleses. Estima-se hoje que cerca de 1% da população australiana é descendente dos