• Nenhum resultado encontrado

Levantamento e diagnóstico das manifestações patológicas em edificações na orla litorânea de Laguna/SC

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Levantamento e diagnóstico das manifestações patológicas em edificações na orla litorânea de Laguna/SC"

Copied!
61
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA MAHA YUSUF MASHNI

VINICIUS HENRIQUE VIEIRA

LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM EDIFICAÇÕES NA ORLA LITORÂNEA DE LAGUNA/SC

Tubarão 2020

(2)

MAHA YUSUF MASHNI VINICIUS HENRIQUE VIEIRA

LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM EDIFICAÇÕES NA ORLA LITORÂNEA DE LAGUNA/SC

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. /Esp. Ismael Medeiros

Tubarão 2020

(3)

MAHA YUSUF MASHNI VINICIUS HENRIQUE VIEIRA

LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM EDIFICAÇÕES NA ORLA LITORÂNEA DE LAGUNA/SC

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Engenheiro Civil e aprovado em sua forma final pelo Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Tubarão, 6 de agosto de 2020.

______________________________________________________ Professor Ismael Medeiros, Esp.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Professor Gil Felix Madalena, Esp.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Professor Mauricio Alberto Büchele Motta, Esp.

(4)

AGRADECIMENTOS

Nossa eterna gratidão em primeiro lugar à Deus, que nos presenteia com cada novo dia. À nossa família, pelo apoio e incentivo. Aos nossos amigos, por estarem ao nosso lado vibrando junto as nossas conquistas. Aos colegas de graduação que tornaram essa jornada mais leve e prazerosa. Aos professores, pela orientação e paciência. Ao nosso orientador, Ismael Medeiros e ao professor Rennan Medeiros, por todo o auxílio para elaboração deste trabalho.

(5)

“Se você quer mudar os frutos, primeiro tem que trocar as raízes – quando deseja alterar o que está visível, antes deve modificar o que está invisível”. (T. Harv Eker)

(6)

RESUMO

Este trabalho foi desenvolvido com a finalidade de apontar as principais manifestações patológicas incidentes nas edificações presentes na orla da Praia do Mar Grosso, em Laguna/Santa Catarina. Com a análise, foi observado que há uma grande incidência de manifestações patológicas de diferentes causas e origens, inclusive em obras recentes. Através da revisão bibliográfica e posterior levantamento de dados desses problemas, foi possível apresentar sugestões de reparo para cada tipo anomalia encontrada. Os equívocos encontrados em alguns casos estavam relacionados a possíveis erros de projeto ou na execução, e em outros casos pela falta de manutenção durante o uso, esses fatores aliados a exposição de agentes agressivos aceleram o processo de degradação em fachadas. Muitos dos problemas poderiam ser evitados ou minimizados se tomadas algumas medidas básicas de prevenção.

(7)

ABSTRACT

This case study aims the identification of the main building pathologies of constructions located on the shore of Praia do Mar Grosso, in Laguna / Santa Catarina.

As a result of this research it was observed that there is a high incidence of pathological manifestations of different causes and origins, including in recently erected constructions. Through bibliographic review and ensuing data collection of these issues, it was possible to present recommendations of repair for each type of anomaly found.

In some cases, the issues were related to possible design or execution errors, and in other cases due to the lack of maintenance. These aspects combined with the exposure to aggressive agents accelerate the façade degradation process. Many of these issues could be avoided or minimized if some basic preventive measures were taken.

(8)

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Orgonograma principal da pesquisa ... 37

Figura 2- Descolamento do reboco ... 40

Figura 3 – Destacamento de placas cerâmicas ... 41

Figura 4 – Reparo quando não encontrada mesma cerâmica ... 42

Figura 5 – Descascamento na pintura ... 43

Figura 6- Bolhas na pintura ... 44

Figura 7 – Bolor em edificação abandonada ... 45

Figura 8 – Mofos e bolores ... 46

Figura 9 – Manchas provenientes da poluição atmosférica ... 47

Figura 10 – Manchas avermelhadas ... 49

Figura 11 - Eflorescências ... 49

Figura 12 - Oxidação grade metálica ... 50

Figura 13 – Oxidação suporte ar condicionado ... 50

Figura 14 – Corrosão de armadura ... 52

Figura 15 – Corrosão de armadura com desplacamento... 52

Figura 16- Fissuras mapeadas ... 53

(9)

LISTA DE GRÁFICOS

(10)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Manifestações patológicas... 28 Quadro 2 - Classificação em função do índice de resistência ... 33 Quadro 3 – Quadro resumo manifestações patológicas ... 56

(11)

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 14 1.1 JUSTIFICATIVA ... 15 1.2 OBJETIVO ... 15 1.2.1 Objetivo geral ... 15 1.2.2 Objetivos específicos ... 15 2 REVISÃO DE LITERATURA ... 16

2.1 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM EDIFICAÇÕES ... 16

2.1.1 Sintomas ... 17

2.1.2 Causas ... 17

2.1.3 Origens ... 18

2.2 INSPEÇÃO PREDIAL ... 18

2.3 CONDICIONANTES PARA DEGRADAÇÃO DE FACHADAS ... 20

2.3.1 Falta de detalhes construtivos ... 20

2.3.1.1 Peitoril ... 20

2.3.1.2 Pingadeira ... 20

2.3.1.3 Quinas e cantos ... 20

2.3.2 Umidade ... 21

2.3.3 Insolação ... 21

2.4 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS RECORRENTES EM FACHADAS ... 22

2.4.1 Descolamento do reboco ... 22

2.4.2 Destacamento de placas cerâmicas ... 22

2.4.3 Bolhas na pintura ... 23

2.4.4 Descascamento na pintura ... 23

2.4.5 Mofos e bolores ... 23

2.4.6 Manchas provenientes de poluição atmosférica ... 24

2.4.7 Manchas provenientes de algas ... 24

2.4.8 Eflorescências ... 24

2.4.9 Oxidação de materiais ferrosos ... 25

2.4.10 Corrosão de armadura... 25

2.4.11 Trincas e fissuras ... 26

2.4.11.1Trincas e fissuras ocasionadas por retração de produtos à base de cimento ... 26

(12)

2.4.11.3Trincas e fissuras ocasionadas por alterações químicas dos materiais de construção 27 2.5 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS OCASIONADAS POR RECALQUE DE

FUNDAÇÃO ... 27

2.5.1 Conceito e tipos de fundações ... 29

2.5.1.1 Fundações superficiais... 29

2.5.1.2 Fundações profundas ... 30

2.5.2 Análise geotécnica ... 30

2.5.3 Comportamento das fundações em solos moles ... 30

2.5.4 Compressibilidade dos solos ... 32

2.5.5 Sistema de reforço de fundações ... 32

3 METODOLOGIA ... 34 3.1 TIPO DE PESQUISA ... 34 3.2 INVESTIGAÇÃO REALIZADA ... 34 3.3 ORGANOGRAMA ... 34 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 37 4.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO ... 37

4.2 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS RECORRENTES NA ORLA DA PRAIA DO MAR GROSSO ... 37

4.2.1 Descolamento de reboco... 37

4.2.2 Destacamento de placas cerâmicas ... 39

4.2.3 Descascamento na pintura ... 41

4.2.4 Bolhas na pintura ... 42

4.2.5 Mofos e bolores ... 43

4.2.6 Manchas provenientes de poluição atmosférica ... 45

4.2.7 Manchas avermelhadas provinda de algas ... 46

4.2.8 Eflorescência ... 47

4.2.9 Mancha de corrosão de elementos metálicos externos ... 48

4.2.10 Corrosão de armadura... 49

4.2.11 Fissuras causadas por retração de produtos à base de cimento ... 51

4.2.12 Fissuras causadas por recalque de fundação ... 52

4.3 QUADRO RESUMO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ENCONTRADAS 54 5 CONCLUSÃO ... 59

(13)

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos as regiões litorâneas do Brasil têm atraído diversos turistas de vários locais, inclusive estrangeiros. Com isso houve um grande desenvolvimento dessas regiões, melhorando a estrutura para receber os visitantes e atraindo investidores que perceberam o potencial de crescimento nessas cidades.

Essa procura cada vez maior de imóveis nas regiões litorâneas tem transformado a paisagem e ao decorrer dos anos, novos prédios têm sido construídos, o que acaba favorecendo o turismo e consequentemente proporciona maior crescimento econômico da região.

Porém esse crescimento acaba exigindo urgência, o que muitas vezes acaba por resultar em negligências no projeto ou na execução, que aliados ao meio agressivo das áreas litorâneas podem se transformar com o tempo em manifestações patológicas, podendo afetar não apenas a parte estética, mas também a parte funcional da edificação, comprometendo o conforto e a segurança do empreendimento.

As manifestações patológicas costumam aparecer em diversos pontos da edificação, inclusive nas fachadas, inferindo aspectos negativos no quesito visual, e em casos mais extremos, podem resultar em riscos aos usuários e transeuntes, como quando ocorre um desplacamento por exemplo.

A partir do momento que as edificações começam a apresentar esses problemas, é necessário que sejam investigadas as possíveis causas e a origem dessas manifestações patológicas. Assim é possível um diagnóstico preciso para que sejam previstas manutenções que atuem diretamente na origem dessas disfunções, evitando que elas voltem a acontecer e não que sejam apenas mascaradas.

Os custos de reparo desses problemas patológicos são altíssimos, o que mostra a importância em se elaborar um bom projeto, bem como a atenção ao executar a obra conforme especificado no projeto, utilizando materiais de boa procedência e mão de obra qualificada.

Neste trabalho de conclusão de curso serão levantadas as manifestações patológicas encontradas nas edificações presentes na orla da praia do Mar Grosso e proximidades, que fica situada no município de Laguna, no litoral de Santa Catarina.

O desenvolvimento deste trabalho aconteceu através do levantamento das disfunções por meio de vistorias in loco, onde foram analisadas as manifestações patológicas mais recorrentes na região estudada. Inicialmente foram expostos conceitos sobre Patologias nas Edificações e condicionantes favoráveis a degradação, em seguida foram apresentadas e analisadas as manifestações patológicas encontradas, bem como foram propostas suas possíveis manutenções.

(14)

1.1 JUSTIFICATIVA

As manifestações patológicas estão presentes em diversas edificações, em alguns casos podem chegar a comprometer a utilização do edifício se não tomadas providências. Além disso, essas disfunções acabam desvalorizando o empreendimento, principalmente quando elas estão presentes nas fachadas, causando diversos prejuízos aos proprietários.

A falta de manutenção das edificações, como limpeza, pintura e alguns reparos que eventualmente se fazem necessários, também é um agravante na sua degradação.

Em razão disso observa-se a importância de estudar a origem desse tipo de manifestação patológica, se está no projeto, no processo construtivo ou na falta de manutenção. Bem como apontar as possíveis causas e mecanismos de ocorrência dessas disfunções. Assim torna-se possível apontar soluções viáveis de reparo, e também observar os problemas mais recorrentes e como evitá-los.

1.2 OBJETIVO

Os objetivos da pesquisa estão descritos no objetivo geral e objetivo específico.

1.2.1 Objetivo geral

Identificar e analisar a presença dos diferentes tipos de manifestações patológicas incidentes nas edificações presentes na orla da praia do Mar Grosso, sito ao Município de Laguna/SC.

1.2.2 Objetivos específicos

 Realizar levantamento das edificações que apresentaram manifestações patológicas.

 Identificar manifestações patológicas com maior incidência nas edificações presentes na área estudada.

 Apontar possíveis causas, origens, mecanismos de ocorrência e sugestões de reparo.

(15)

2 REVISÃO DE LITERATURA

Neste capítulo será apresentada uma síntese literária sobre o tema proposto, abordando principalmente os sintomas das manifestações patológicas que são encontradas com frequência nas edificações, e as que são mais recorrentes em regiões litorâneas, e associá-las às suas possíveis causas.

2.1 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM EDIFICAÇÕES

A parte da engenharia que estuda a patologia de edificação observa as manifestações patológicas e as associa às suas possíveis causas e origem, em resumo pode-se dizer que é o diagnostico desses eventuais problemas.

Para que haja esse diagnóstico, observam-se: os sintomas, que são os defeitos que podem ser observados visualmente; o mecanismo de ocorrência, que se refere ao processo pelo qual surgem essas manifestações patológicas; e por fim a origem do problema e sua causa, para que seja mais fácil e eficaz apontar medidas para sanar o problema (HELENE, 1992).

Esses estudos são realizados através de vistorias in loco onde são coletados os dados, como fotografias que permitem a análise dos sintomas manifestados. Essas dados e informações sobre a edificação, aliadas a revisão bibliográfica acerca do tema, possibilitam que seja investigado o estado da edificação, e que seja analisado o melhor método para corrigir essas anomalias.

Ressaltando que existem basicamente quatro fatores que ocasionam as patologias nas edificações, sendo elas eventos naturais, funcionais, exógenos ou endógenos. Estes fatores prejudicam os usuários do edifício e a sociedade (SIQUEIRA et al, 2009). Cada um destes fatores tem origens diferentes como:

Endógenos: São problemas internos, resultado de falhas na execução, no projeto, e de materiais de baixa qualidade. Ou ainda a soma desses fatores.

Exógenos: São problemas originados de eventos externos à edificação, como, impacto de veículos em alguma parte da edificação, problemas ocasionados por vizinhos, depredação por vândalos, entre outros problemas que podem pôr em risco a segurança da edificação, necessitando de intervenção imediata.

Naturais: Eventos provindos da natureza como, enchentes, fortes tempestades, ventos expressivos, raios, terremotos, entre outros.

(16)

Funcionais: Causadas basicamente devido à falta de manutenção e uso inadequado da edificação, como falta de limpeza, revestimentos desgastados, corrosão das tubulações hidráulicas, infiltração, entre outros.

Visto que a origem das manifestações patológicas pode ter vários fatores determinantes. Entende-se a necessidade de um diagnóstico adequado para que se possa corrigir corretamente o problema, o diagnostico deve apontar as quatro principais características referentes a anomalia, sintoma, causa, origem e mecanismo de ocorrência.

2.1.1 Sintomas

As anomalias se manifestam em diversas partes da edificação, como na fundação, alvenarias, pilares, vigas, lajes, coberturas, entre outros grupos estruturais (FREIRE, 2010).

Os problemas patológicos em grande maioria podem ser diagnosticados observando características físicas e visuais, que nos permitem sugerir a sua natureza, origem, e mecanismo de ocorrência, assim dando a possibilidade de estimar uma solução para a patologia (HELENE, 1992).

Sendo assim deixa evidente o fato de que a manifestação patológica é um sintoma, podendo ter várias origens para uma mesma patologia. Sendo uma fissura um sintoma, a patologia deste evento pode ter como mecanismo de ocorrência, a corrosão de armadura, deformação excessiva estrutural, entre outras reações, que tem tratamentos diferenciados para cada um (FRANÇA et al. 2011, p. 02)

Segundo Helene (1992) os principais sintomas encontrados em edificações são, desagregações, problemas na etapa de concretagem, eflorescências, esquadrias com problemas de funcionalidade, bolores, problemas com umidade, corrosão de armadura, deslocamentos e fissuras.

Através da verificação dos sintomas torna-se possível diagnosticar as possíveis causas e origens.

2.1.2 Causas

Para que possamos assegurar que mesmo após o reparo do problema ele não volte a acontecer temos que entender, o porquê a aparição e o desenvolvimento da manifestação patológica, assim assegurando que a estrutura não volte a apresentar esta complicação (SOUZA; RIPPER, 1998).

(17)

Helene (1992) disse que as causas das patologias podem ser variadas como: cargas excessivas, mudanças de umidade, mudanças térmicas, materiais não compatíveis, entre outros. Em virtude disso, fica evidente que cada causa necessita de um tratamento diferente para que seja realmente eficaz ao longo do tempo.

2.1.3 Origens

De acordo com Vieira (2016), as manifestações patológicas surgem na etapa de planejamento, projeto, produção dos materiais industrializados, na execução ou ainda decorrentes do uso, levando em consideração que cada fase, terá um responsável por determinado tipo de manifestação. Com isso entende-se que para identificar a etapa que deu origem a manifestação, deve-se identificar precisamente o problema (HELENE, 1992).

Os processos construtivos das edificações receberam alterações ao longo do tempo, corrigindo os erros observados, visando a maior durabilidade possível do edifício, esses processos devem ser seguidos com cautela, no intuito de impedir que as manifestações patológicas se manifestem.

Sendo assim, identificando a etapa que originou a manifestação patológica, é possível identificar quem será o responsável pelo problema, sendo o projeto defasado, o projetista deve assumir a responsabilidade; as manifestações tendo origem na etapa de construção, a mão de obra fica responsável; nas escolha dos materiais, fica sobre responsabilidade do engenheiro ou até mesmo da construtora; e ficará como responsabilidade do usuário se identificado que a manifestação se originou pela ausência de manutenções, ou uso divergente ao manual de utilização (VIEIRA, 2016).

De acordo com Lapa (2008), por falta de vistorias, as patologias quando observadas, se encontram em estágios já muito progressivos. Sendo assim, tornando o processo de recuperação, muito mais caro, relevando a importância da intervenção nos processos iniciais da manifestação patológica, diminuindo o risco de acidentes e reduzindo o custo do reparo (SITTER, 1983).

2.2 INSPEÇÃO PREDIAL

A fim de garantir a conservação das edificações e prezar pelo bom funcionamento, é importante que as edificações sejam vistoriadas e acompanhadas durante sua vida útil, procurando identificar deficiências e possíveis manutenções, bem como os pontos críticos que

(18)

podem aparecer. Esse tipo de vistoria chama-se inspeção predial, e segue regulamentação da NBR 13.752.

A NBR 13.752 refere-se às diretrizes básicas de realização de inspeções de engenharia, apontando critérios e procedimentos. A inspeção é realizada através de coleta de dados de projeto e vistoria da edificação para exame minucioso. Posteriormente é elaborado um laudo, onde serão elencados sintomas de patologias que foram observados in loco, bem como a possível causa e origem. Assim será possível propor medidas de reparo e manutenção quando necessárias.

Segundo Tutikian e Pacheco (2013) a inspeção pode ser composta por três etapas: a inspeção preliminar, inspeção detalhada (quando necessário) e diagnóstico:

A inspeção preliminar pode ser suficiente para determinar a causa e a origem da manifestação patológica em casos mais simples, ou pode servir de base para inspeção detalhada. Ela é basicamente formada pela busca de informações sobre a estrutura e sobre o ambiente em que a estrutura está assentada. O primeiro refere-se a informações como tempo de serviço, procedência dos materiais, características de construção, histórico de problemas e reparos realizados anteriormente. Já o segundo diz respeito a informações sobre a agressividade do ambiente e possíveis movimentações do solo.

A inspeção detalhada será necessária quando a inspeção preliminar não conseguir responder algumas questões e for necessário que a estrutura seja averiguada de forma mais criteriosa. Nesse caso necessitará de uma investigação mais detalhada, através da inspeção e ensaios com o objetivo de estudar as causas reais dos problemas. Se a estrutura for de concreto armado, no concreto poderão ser realizados ensaios de resistividade, dureza, profundidade de carbonatação, penetração de cloretos, resistência a compressão, porosidade; na armadura, ensaios de localização e espessura de cobrimento (através da pacometria), perda de diâmetro e seu limite elástico, medição de potenciais de corrosão, medição da velocidade de corrosão.

Por último, o diagnóstico refere-se ao entendimento dos fenômenos ocorridos, apontando as prováveis causas, origens e mecanismos de ocorrência das manifestações patológicas. O diagnóstico possibilita a definição da conduta a ser adotada para cada tipo de problema.

(19)

2.3 CONDICIONANTES PARA DEGRADAÇÃO DE FACHADAS

Alguns tipos de manifestações patológicas acabam sendo mais recorrentes em fachadas de edificações presentes em regiões litorâneas, isso porque há maior contato com agentes agressivos, como o cloreto, além de maior exposição a umidade, insolação, etc.

2.3.1 Falta de detalhes construtivos

Para garantir um bom desempenho das edificações é de suma importância que detalhes construtivos sejam especificados nas fachadas.

2.3.1.1 Peitoril

O peitoril é responsável por dificultar a deposição de poeira e evitar as manchas ocasionadas pela umidade, para que seja efetivo para esse fim o peitoril deve ressaltar o pano da fachada no mínimo 25 mm e deve ter caimento de 8% a 10%. Na parte inferior o peitoril deve ter uma pingadeira.

2.3.1.2 Pingadeira

A pingadeira tem como finalidade interceptar a lâmina de água projetando seu fluxo com afastamento da fachada. Ela deve ser executada depois que o revestimento estiver concluído e deve avançar 4 cm do plano da fachada. A ausência da mesma acaba causando a retenção de umidade e pode ocasionar o surgimento de manchas.

2.3.1.3 Quinas e cantos

As quinas e cantos são regiões bem frágeis nas fachadas, e portanto podem sofrer degradação mais facilmente, por isso há a recomendação de que quando executado o revestimento da fachada ele fique inacabado aproximadamente 50 mm da aresta em uma das faces, sendo finalizada imediatamente antes de executar o revestimento da outra face.

(20)

2.3.2 Umidade

A umidade é uma das principais causas de degradação de edificações, por isso é imprescindível que as fachadas sejam estanques à água líquida, mas também que os materiais utilizados permitam trocas de vapor para que a umidade dos materiais não permaneça presa (ZANONI, 2015).

A umidade pode ter origem da própria obra, nesse caso ela vem da água utilizada durante o processo de construção. Outra causa também muito recorrente é a chamada umidade ascendente, que é referente a umidade absorvida do solo por capilaridade, afetando principalmente as bases de paredes, ocasionando eflorescências, manchas, bolor. A umidade de infiltração vem da percolação da agua da chuva que penetra na parede. A umidade por condensação acontece geralmente no início da manhã, quando acontece a condensação da água do ambiente em contato com uma superfície mais gelada. E por último, podemos destacar a umidade acidental, ocasionada por vazamentos por exemplo (NAPPI, 2002).

2.3.3 Insolação

A insolação incidente em um local tem como determinante a sua latitude, pois assim é definido como os raios solares atingem a superfície terrestre. Como exemplo podemos citar a Linha do Equador, que é o paralelo voltado diretamente para o sol e dessa forma recebe os raios solares com maior incidência. Quanto mais altas as latitudes menos a incidência dos raios solares e, portanto, menor a insolação (FERNANDES, 2002).

Analisando-se a insolação levando em conta a incidência sobre fachadas, observa-se que no inverno do hemisfério Sul, a insolação sob as fachadas voltadas para o norte recebe raios solares na maior parte do dia, porque o ângulo que o sol forma em relação a superfície da Terra é pequeno. Já no verão, esse ângulo é maior e por isso as coberturas dos edifícios tem maior incidência de raios solares.

Em contrapartida a orientação Sul é a mais prejudicada, pois quase não recebe insolação durante o inverno e no verão, apenas no início da manhã e no final da tarde. A latitude que determina essa incidência, quanto mais longe do equador tem menos horas de sol na fachada sul, e quanto mais perto mais horas de sol se tem na fachada sul (QUADRADO; ARTIGAS, 2015).

(21)

2.4 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS RECORRENTES EM FACHADAS

2.4.1 Descolamento do reboco

O descolamento do reboco corresponde ao desprendimento da camada de argamassa. Esse fator pode ser ocasionado pelo traço inadequado da argamassa, sendo que quando há excesso de cimento o material acaba tendo pouca elasticidade e pode não absorver as movimentações da estrutura, ou no caso da falta de aglomerante que pode ocasionar uma aderência ineficiente e a argamassa não aderir ao substrato; o uso de materiais com alto teor de finos que acaba resultando em um revestimento com baixa porosidade; emprego de cal hidratada de qualidade duvidosa, que pode ocasionar a expansão da argamassa; a aplicação da argamassa na base contaminada, impedindo a aderência ao substrato; a aplicação em uma superfície muito lisa, sem realizar o chapisco previamente, reduzindo a capacidade de aderência; e também a aplicação de uma camada espessa de argamassa, ocasionando que o seu peso próprio gere uma força gravitacional maior que a adesão inicial ao substrato. Por isso é imprescindível analisar a procedência do material utilizado e também as especificações de espessura seguindo as normas, de acordo com o tipo de revestimento e o local (SEGAT, 2005).

Algumas medidas devem ser tomadas como forma de evitar esse tipo de problema, como por exemplo limpar e eliminar irregularidades na base que receberá o revestimento e não ignorar a camada de chapisco, já que ele é responsável por aumentar a aderência entre a base e a argamassa.

2.4.2 Destacamento de placas cerâmicas

Quando a aderência entre as interfaces das placas cerâmicas, argamassa colante e emboço é menor que as tensões sobre o revestimento de cerâmica, acontece o destacamento dessas placas. Esse tipo de manifestação patológica tem como primeiro sintoma um som cavo nas placas quando elas são percutidas, e também se observa o estufamento seguido do seu destacamento (CAMPANTE; BAÍA, 2008).

Como causas desse tipo de problema, pode-se mencionar movimentações do suporte, variações de temperatura, negligencias como assentamento sobre superfície contaminada, argamassa colante com tempo aberto excedido.

(22)

2.4.3 Bolhas na pintura

Esse tipo de problema pode acontecer quando se usa uma tinta à base de óleo sob uma superfície sem preparação adequada, exposta a umidade. Também pode aparecer se aplicado uma nova camada de tinta sobre uma camada anterior que não teve boa aderência, assim, quando em contato com umidade faz com que as bolhas surjam (POLITO, 2006).

A percolação da água que acontece na alvenaria pode se acumular entre o revestimento e a tinta, formando essas películas impermeáveis (DE MILITO, 2009).

É imprescindível que seja avaliado o grau de agressividade do ambiente, analisar se há exposição à umidade antes de escolher o tipo de tinta que será usada para evitar que surjam bolhas na pintura, bem como executar uma impermeabilização eficiente em casos áreas molháveis.

2.4.4 Descascamento na pintura

O descascamento na pintura acontece quando a película de tinta acaba destacando, geralmente em razão da presença de pó sob a superfície antes da execução da pintura. Isso pode ser ocasionado pela superfície de reboco que não foi preparada adequadamente ou até mesmo quando se passa uma camada de tinta sob outra antiga calcinada, outra razão pode ser a aplicação da tinta com pouca diluição (DOS SANTOS, 2010).

2.4.5 Mofos e bolores

Mofos e bolores são manifestações patológicas que aparecem na superfície dos revestimentos e são ocasionadas por microrganismos que se proliferam em locais úmidos e com pouca ventilação (CONSOLI, 2006).

Essas manifestações patológicas aparecem como manchas escuras que comprometem a parte estética da edificação, mas também confere riscos à saúde dos usuários.

A proliferação desses fungos é evidenciada pela umidade que muitas vezes está na composição dos materiais de construção que evaporam e contraem-se; também pela umidade do ar ou da água da chuva que pode acabar infiltrando e ocasionando esse tipo de problema e

(23)

podemos citar a falta de impermeabilização ou sua execução ineficiente, onde a umidade do solo pode acabar chegando na base da edificação por capilaridade (THOMAZ, 1992).

2.4.6 Manchas provenientes de poluição atmosférica

A atmosfera possui algumas partículas suspensas que podem aderir aos revestimentos externos e acabam formando manchas escuras. A ocorrência dessas manchas pode estar relacionada à características das superfícies ou geometria da edificação, por exemplo, a utilização de materiais mais porosos, cores mais claras e as descontinuidades nas edificações, podem ser fatores determinantes ao acumulo de partículas e consequentemente ao aparecimento dessas manchas (PETRUCCI, 2000).

Esse tipo de manifestação patológica também está diretamente relacionado à ação do vento, que favorece que as partículas sejam transportadas, e da chuva, que ao escorrer acaba facilitando a deposição dessas sujeiras.

2.4.7 Manchas provenientes de algas

As manchas provenientes de algas têm coloração avermelhadas ou em tons castanhos, em forma de escorrimento ou sem uma forma específica. Esse tipo de mancha acontece com a proliferação de algas que independem da composição do substrato para a obtenção do carbono, necessitando apenas de ambientes úmidos e que não locais protegidos do vento (UEMOTO, AGOPYAN E BRAZOLIN, 1995).

2.4.8 Eflorescências

As eflorescências são depósitos de sais, geralmente alcalinos, sob o revestimento. Essas manifestações patológicas aparecem em forma de manchas geralmente esbranquiçadas, mas também acinzentadas, esverdeadas, amareladas ou pretas. A principal causa desse tipo de problema deve-se a longa exposição da argamassa sob ação da água, que acaba infiltrando e reagindo com os íons livres dos materiais. Por fim, a água acaba por evaporar e traz junto a superfície os sais solúveis presentes no material (SOUZA, 1997).

O surgimento de eflorescências acaba acarretando disfunção estética bastante relevante, mas no geral não acarreta riscos a estrutura da edificação. Porém, esse tipo de

(24)

manifestação patológica tem relação com umidade, e nesse caso a umidade pode estar associada a problemas mais graves.

2.4.9 Oxidação de materiais ferrosos

Os materiais compostos de ferro são os que causam maiores prejuízos quanto a corrosão de itens metálicos. A corrosão do ferro forma a chamada ferrugem, que na construção civil é um tipo de manifestação patológica bastante recorrente, principalmente em locais com maior umidade. Isso acontece porque a presença de água possui íons dissolvidos que facilitam o fluxo dos elétrons e resultando na manifestação de óxidos de ferro (PANNONI, 2015).

Nas edificações é comum observar esse tipo de manifestações patológicas em portões e portas de ferro, grades e nos suportes de ar condicionado. São materiais que geralmente estão presentes na área externa e em contato constante com umidade do ar, chuva, maresia etc. Facilitando a corrosão e o aparecimento da ferrugem.

Como forma de evitar o surgimento desses problemas, várias técnicas são adotadas como forma de evitar esse tipo de corrosão. Podemos citar por exemplo o uso de tintas protetoras, a produção de aço inoxidável e o uso de metais galvanizados.

2.4.10 Corrosão de armadura

A corrosão é um problema bastante recorrente nas edificações e pode ser definido como a interação destrutiva de um material com o ambiente, seja por ação química ou eletroquímica (CASCUDO, 1997).

No caso da corrosão de armadura, que se refere a deterioração do aço, dois processos podem ocorrer: a corrosão eletroquímica, que resulta da formação de células de corrosão em função da presença de umidade na superfície das barras ou no concreto, que atuam como eletrólito. Sob temperaturas normais e presença de umidade, a corrosão das armaduras de aço pode ser sempre considerada um tipo de corrosão eletroquímica. O outro processo de corrosão de armadura refere-se à oxidação direta, onde os átomos reagem com o oxigênio, ocasionando uma reação gás-metal formando uma película de óxido de ferro. Geralmente esse tipo de processo ocorre somente a elevadas temperaturas.

O aparecimento da corrosão portanto está ligado ao meio em que está inserida a estrutura, porque geralmente ele é o agente promotor da oxidação da armadura, por isso as regiões mais úmidas sofrem mais agressão do que regiões mais secas.

(25)

Outro fator determinante para o aparecimento desse problema é a falta de cobrimento da armadura. O cobrimento trata-se da proteção física da armadura, impedindo agentes agressivos, umidade, oxigênio e mantém o meio alcalino, formando uma película protetora que envolve e protege a armadura (CASCUDO, 1997).

A deterioração da armadura pode causas fissuras e desprendimento do reboco, ocasionando problemas estéticos, mas também em casos mais extremos pode comprometer a estabilidade e durabilidade da estrutura.

2.4.11 Trincas e fissuras

As trincas e fissuras são manifestações patológicas que necessitam de atenção redobrada, isso porque elas podem ser indício de problemas mais sérios na estrutura e podem comprometer o desempenho da obra, além é claro de afetar a parte estética (THOMAZ, 1992).

As fissuras são aberturas com menos de 0,5 mm de espessura, já as trincas possuem espessura igual ou superior a 0,5 mm (SABBATINI, BARROS; 1990).

Para garantir um bom desempenho das edificações é de suma importância que detalhes construtivos sejam especificados nas fachadas.

2.4.11.1 Trincas e fissuras ocasionadas por retração de produtos à base de cimento

Esses tipos de manifestação patológicas podem ser causadas por retrações do revestimento quando ele ainda está fresco ou em fase de endurecimento. Essas retrações podem estar relacionadas a retração química entre a água e o cimento que ao reduzir o volume acaba ocasionando o aparecimento dessas trincas, também podem ter relação à retração pela evaporação da agua excedente usada na preparação da argamassa que acaba causando a redução do volume e causando as fissuras (THOMAS, 1992).

2.4.11.2 Trincas e fissuras ocasionadas por movimentações higroscópicas

Outra causa que do aparecimento dessas aberturas está ligada a movimentações higroscópicas. A água é absorvida através dos poros, que são preenchidos e aumentam de volume, que diminui de tamanho novamente à medida que essa água evapora. Essa expansão e contração acaba ocasionando a fadiga do material e origina fissuras (RIBAS, 2002).

(26)

2.4.11.3 Trincas e fissuras ocasionadas por alterações químicas dos materiais de construção

Algumas substâncias químicas como ácidos, álcoois e sais podem reagir com os materiais de construção causando a sua deterioração e podendo provocar fissuração, dentre as recorrentes na construção civil podemos destacar os ataques por sais e a corrosão de armadura (THOMAZ, 1992).

2.5 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS OCASIONADAS POR RECALQUE DE FUNDAÇÃO

A movimentação do solo pode ocasionar o aparecimento de manifestações patológicas em construções se não for previsto corretamente o tipo de fundação. Portanto, é importante que seja levado em consideração fatores como o tipo de solo, também à disposição do lençol freático, bem como analisar a intensidade da carga e suas dimensões, e sua distribuição no solo.

Quando aplicado uma carga sobre o solo, como quando se instala uma construção, se o solo for uma argila rígida ou uma areia compactada, o recalque pode acontecer em razão da saida do ar pela carga atuante, o que geralmente acontece de maneira rápida, geralmente, antes do final da obra. Já em solos moles, a redução de volume em razão da percolação da água para regiões sob pressões menores é que se torna responsável pelo recalque nas fundações, nesses casos o recalque acontece durante um longo período, podendo levar anos (THOMAZ, 1992).

No geral, o recalque nas fundações provoca fissuração com aberturas maiores e quanto maior a variação na abertura da fissura, maior o recalque. Outro tipo de fissura ocasionada por recalque de fundação, é a presença de esmagamentos localizados, que formam uma espécie de escamas, que remete às tensões de cisalhamento.

(27)

Quadro 1 - Manifestações patológicas

Manifestação Resultante

Fundações contínuas solicitadas por carregamentos desbalanceados: o trecho mais carregado apresenta maior recalque, originando-se trincas de cisalhamento no painel .

Fundações contínuas solicitadas por carregamentos desbalanceados: sob as aberturas surgem trincas de flexão.

Recalque diferenciado, por consolidações distintas do aterro carregado.

Fundações assentadas sobre seções de corte e aterro; trincas de cisalhamento nas alvenarias.

(28)

Recalque diferenciado, por falta de homogeneidade do solo.

Recalque diferenciado, por rebaixamento do lençol freático; foi cortado o terreno à esquerda do edifício.

Fonte: Thomaz (1989), adaptado.

As figuras acima caracterizam diversas manifestações patológicas ocasionadas pela movimentação do solo de diferentes tipos.

2.5.1 Conceito e tipos de fundações

Segundo Azeredo (1977), as fundações são parte da estrutura responsáveis por transmitir as cargas estruturais da construção ao terreno. E convencionalmente são divididas em dois grupos:

 Fundações superficiais  Fundações profundas

Esses grupos são separados segundo o critério de que, no caso das fundações profundas, o mecanismo de ruptura de base não surja na superfície do terreno. E como geralmente o mecanismo de ruptura de base atinge duas vezes a sua menor direção. Foi determinado pela norma NBR 6122 (ABNT, 2019) que as fundações profundas são aquelas em que as bases são implantadas em uma profundidade superior a duas vezes sua menor direção, e no mínimo a três metros de profundidade (VELLOSO; LOPES, 2010).

2.5.1.1 Fundações superficiais

Segundo a NBR 6122 (ABNT, 2019), as fundações superficiais são aquelas em que a carga da estrutura é transmitida diretamente ao terreno pelas tensões distribuídas por sua base.

(29)

Quanto ao dimensionamento da sua área, o centro de gravidade da fundação deve coincidir com o centro de gravidade do restante da estrutura, e a área mínima necessária deverá ser a razão da carga transmitida e da pressão do terreno (AZEREDO, 1977).

Como citado por Velloso e Lopes (2010), são exemplos de fundações superficiais: sapatas, blocos, radier, sapatas associadas e sapatas corridas.

2.5.1.2 Fundações profundas

As fundações profundas são aquelas que tem o comprimento preponderante sobre a seção. Segundo a NBR 6122 (ABNT 2010), são definidas por elementos estruturais que transmitem as cargas ao terreno por sua superfície lateral, em caso da resistência de fuste, ou pela base, resistência de ponta. Ou ainda, pela junção das duas. No caso das fundações profundas, sua base deve estar a uma profundidade superior ao dobro da sua dimensão, e que tenha no mínimo três metros. As fundações profundas são subdividas em três grupos: estaca, tubulão e caixão.

2.5.2 Análise geotécnica

Para que se possa garantir a eficiência construtiva de um edifício com resistência adequada, é indispensável que se faça um estudo detalhado do solo onde será executada a obra. Dentro da engenharia existe um elevado risco de se iniciar uma obra sem o devido conhecimento do terreno onde será implantada a fundação. Os parâmetros geotécnicos necessários para a implementação do empreendimento, não são visíveis superficialmente (CAPUTO, 1988). Dessa forma, torna-se indispensável a coleta de dados através de ensaios em de campo e de laboratório, tornando possível o estudo aprofundado do terreno, analisando os parâmetros fundamentais da engenharia geotécnica.

Conforme mencionado por Das (2010), a engenharia geotécnica é a parte da engenharia que estuda os materiais em estado natural na superfície terrestre. Materiais pelos quais se aplicam os princípios fundamentais da mecânica dos solos, rochas direcionados a projetos de fundação e estruturas de contenção.

2.5.3 Comportamento das fundações em solos moles

No planejamento das fundações devemos levar em consideração os elementos estruturais, e o solo que receberá as solicitações da estrutura, por este motivo torna-se indispensável classificar o solo em estudo, adequando o projeto para cada situação.

(30)

De acordo com Pinto (1996), classificar os solos para a engenharia tem como o objetivo levantar dados que auxiliem a prever o seu comportamento, orientando a investigação que permita analisar adequadamente um problema. Dentre os ensaios utilizados para identificar a consistência do solo, o mais utilizado acaba sendo o Índice de Resistência a Penetração (NSPT), no qual faz-se uma relação entre o número de golpes necessários para penetrar o mesmo, com sua consistência. Considerando um solo mole quando o NSPT registrado atinge valores iguais ou inferiores a 4 golpes, característica comum em solos finos, argilas e siltes argilosos.

Como podemos observar na seguinte tabela, que sintetiza a classificação do solo em função do índice de resistência:

Quadro 2 - Classificação em função do índice de resistência

Solo Índice de resistência à penetração N Designação¹ ≤ 4 Fofa(o)

Areias e siltes 5 a 8 Pouco compacta (o)

Arenosos 9 a 18 Mediamente compacta (o)

19 a 40 Compacta (o)

>40 Muito compacta (o)

≤ 2 Muito mole

Areias e siltes 3 a 5 Mole

Argilosos 6 a 10 Média (o)

11 a 19 Rija (o)

>19 Dura (o)

¹ As expressões empregadas para a classificação da compacidade das areais (fofa, compacta, etc.) referem-se à deformabilidade e resistência destes solos, sob o ponto de vista de fundações, e não devem ser confundidas com as mesmas denominações empregadas para a designação da compacidade relativa das areias ou para a situação

perante o índice de vazios críticos, definidos na Mecânica dos solos. Fonte: ABNT NBR 6485 (2001 p. 17).

O recalque é um dos problemas causados pela implementação de fundações inadequadas ao tipo de solo. Segundo Thomaz (1989), os recalques em solos fofos são derivados de sua redução de volume ocasionados pela diferença de pressão na região dos bulbos de tensão na região das fundações, fazendo com que a água presente nesta região procure zonas de menor pressão.

(31)

Pinto (1996), comentou sobre o uso de fundações profundas com o intuito de reduzir patologias causadas por solicitações de cargas descarregadas em solos moles, pois as estacas são dimensionadas para que descarreguem os esforços em camadas de maior profundidade, que oferecem maior rigidez, contribuindo com o suporte das cargas depositadas na estrutura.

Dentre os problemas recorrentes de recalque da fundação, sem levar em consideração os problemas estéticos que não necessitam de atenção imediata, encontramos patologias como o desaprumo estrutural, que leva ao comprometimento de elementos funcionais da obra, incluindo tubulações e poços de elevadores. Patologias que necessitam de intervenção urgente como trincas em vigas, pilares e lajes devem ser analisadas e reparadas imediatamente, pois colocam em risco a segurança da edificação (THOMAZ, 1992).

2.5.4 Compressibilidade dos solos

A carga de uma construção atua como uma tensão que comprime o solo onde está assentado. Essa compressão pode se dar em função da deformação das partículas de solo ou através do seu deslocamento, ou pela expulsão da água e ar dos espaços vazios.

As cargas atuantes sobre o solo provocam recalque do tipo elástico, que é causado pela deformação elástica do solo, sem alteração no teor de umidade; recalque por adensamento primário, que altera o volume do solo em função da expulsam da água que ocupa espaços vazios; ou ainda recalque por compressão secundaria, compressão que acontece quando o solo está sob tensão efetiva constante. Em solos muito compressíveis, as fundações sofrem recalque de adensamento por vezes muito maior que recalque elástico (DAS, 2010).

2.5.5 Sistema de reforço de fundações

Equívocos no projeto de fundação, falta de análises geotécnicas, erros na execução da obra, intervenções na edificação ou em edificações vizinhas ou influências externas podem acabar influenciando de forma negativa a edificação, e em alguns casos torna-se necessário um reforço de fundação a fim de modificar seu desempenho.

Esse tipo de reforço é determinado pelo tipo de solo, pelo nível de carregamento, espaço físico e pelo custo, que torna viável ou não essa intervenção.

De acordo com Calisto e Kosswoski (2015), os tipos de reforços de fundação mais usuais são:

(32)

Estacas mega: também chamadas estacas de reação, trata-se da introdução de cilindros de metal ou concreto sob a fundação existente. São escavados acessos até 1,5 m abaixo da fundação original. O macaco hidráulico que crava as estacas torna a base da fundação como apoio, aumentando a capacidade de carga a cada aplicação. Esse sistema não provoca vibrações no solo e nem na estrutura, porém é um método de difícil aplicação fora da projeção da fundação existente.

Estacas raiz: estaca raiz trata-se de uma estaca moldada in loco, sendo executada através da perfuração rotativa ou roto-percussiva, revestida por um tubo metálico que torna a perfuração estabilizada.

Alargamento da base: em fundações com a base alargada com a transferência de carga por contato horizontal com o solo o reforço pode ser realizado pelo aumento da área de apoio. Mas como as armaduras são dimensionadas para a peça aumentada, é necessário fazer um chumbamento das ferragens empregando resinas colantes para que haja aderência entre o concreto novo e o concreto original. Esse tipo de solução é raramente usada.

Enrijecimentos estruturais: esse método tem a finalidade de diminuir eventuais recalques diferenciais. São colocadas vigas de rigidez interligando as fundações ou são colocadas peças que travam a estrutura.

(33)

3 METODOLOGIA

Neste item será classificado o tipo de pesquisa e como foi identificado o problema.

3.1 TIPO DE PESQUISA

A presente pesquisa trata-se de um estudo de caso de nível exploratório, que tem como objetivo o aprimoramento de ideias e descoberta de intuições. A metodologia desse tipo de pesquisa envolve inicialmente um levantamento bibliográfico seguido de uma análise de exemplos que estimulam a compreensão do tema (GIL, 2002).

O levantamento bibliográfico busca fornecer respostas e soluções de problemas que eventualmente são encontrados durante a pesquisa. Essas referências bibliográficas foram encontradas em livros, artigos e dissertações que abordam assuntos referente ao tema estudado.

3.2 INVESTIGAÇÃO REALIZADA

Para a realização do estudo foi realizada pesquisas de campo através vistorias in loco para percepção e interpretação das manifestações patológicas encontradas na orla da praia do Mar Grosso, Laguna/SC. Nas vistorias foram feitas observações diretas, onde foi possível uma análise detalhada, bem como foram realizados registros fotográficos.

3.3 ORGANOGRAMA

A concepção deste trabalho teve como base as etapas apresentadas no organograma da figura 1:

(34)

Figura 1- Organograma principal da pesquisa

Fonte: Autores (2020).

Revisão bibliográfica: A revisão bibliográfica foi realizada em duas fases, a primeira mais abrangente, e a segunda mais específica voltada para os tipos de manifestações patológicas que foram encontradas ao decorrer da pesquisa.

Delimitação da área de estudo: O primeiro passo para concepção desse trabalho baseou-se na delimitação da área de estudo, que compreende a região da orla da praia do Mar Grosso, no município de Laguna/SC, região litorânea do sul catarinense.

Vistoria/Registro fotográfico: In loco, em conformidade com a Norma de Inspeção Predial (NBR 16.747) será produzido, entre outros documentos, relatório fotográfico de manifestações patológicas encontradas nas edificações presentes na orla da praia do Mar Grosso e suas proximidades.

Análise das informações coletadas: Analisando os problemas in loco e com base nas referências bibliográficas será possível correlacionar as informações e estudar suas possíveis causas e origens.

(35)

Identificação das causas e origens: Nesta fase serão apontadas quais os possíveis agentes causadores e as origens das manifestações patológicas, relembrando a distinção dos termos causa e origem, sendo o primeiro referente ao agente responsável diretamente pelo surgimento do problema, e o segundo ao motivo primitivo.

Sugestão de reparo: Identificadas as causas e origens dos problemas patológicos, serão sugeridas sugestões de reparo que se fazem pertinentes

(36)

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste trabalho foram levantadas diferentes manifestações patológicas recorrentes na orla da praia do Mar Grosso, situ ao município de Laguna/SC. A partir da literatura estudada nos itens mencionados anteriormente, serão apresentados as manifestações mais comuns e suas possíveis causas, bem como propor soluções de reparo.

Essa análise proporcionará fazer possíveis inter-relações entre as manifestações patológicas presentes, o sistema construtivo e fatores externos de agressividade.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

Laguna está localizada no sul de Santa Catarina e possui cerca de 45 mil habitantes, dentre as principais atividades econômicas praticadas na cidade destaca-se a atividade pesqueira e o turismo durante o verão, conforme IBGE (2019).

O litoral catarinense é um dos principais destinos turísticos do sul do Brasil, e Laguna tem grande destaque. O município recebe turistas de diversos lugares do país e também conta com veranistas da região, que acabam alugando ou comprando imóveis para desfrutar das praias durante a temporada. Em razão disso o município tem sido alvo de grande especulação imobiliária, principalmente na orla do Mar Grosso, que é a praia mais explorada pelos turistas e veranistas.

4.2 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS RECORRENTES NA ORLA DA PRAIA DO MAR GROSSO

Ao analisar as edificações presentes na orla da praia do Mar Grosso, foram encontradas diversas manifestações patológicas, dentre elas corrosão de armadura, descolamento de reboco, descascamento na pintura, etc. Algumas provavelmente decorrentes de equívocos no projeto ou execução, e outras em decorrência do ambiente agressivo.

4.2.1 Descolamento de reboco

De acordo com Bauer (1997), o descolamento do reboco refere-se à separação da camada de revestimento de argamassa, esse descolamento pode compreender desde áreas restritas até extensões maiores abrangendo a totalidade da alvenaria. Na figura 02 observou-se o tipo de descolamento de reboco em forma de placas:

(37)

Figura 2 - Descolamento do reboco

Fonte: Autores (2020).

Como observou-se na figura 02, o descolamento do reboco abrangeu uma grande extensão do muro e apresentamos a seguir de que forma isso acontece:

Possíveis causas: Esse tipo de problema provavelmente está relacionado ao fato de a superfície não ter recebido a camada de chapisco e também pela espessura do revestimento não condizente com as normas.

Origem: A origem desse descolamento pode estar no projeto, por não ter previsto corretamente a espessura do revestimento e a camada de chapisco que proporcionaria a aderência necessária na superfície, ou na execução, por não ter seguido as especificações do projeto.

Mecanismo de ocorrência: A falta de chapisco pode tornar a aderência entre a superfície e o revestimento insuficiente, o que pode acabar ocasionando o desprendimento do reboco.

Reparos: O reparo sugerido é a remoção do restante do reboco, aplicar a camada de chapisco seguida pelo emboço e reboco.

(38)

4.2.2 Destacamento de placas cerâmicas

Segundo Luz (2004), o destacamento de placas cerâmicas está relacionado à falta de aderência entre as placas e o emboço. Esse tipo de manifestação patológica apresenta grande risco aos usuários da edificação, já que quando acontece seu desprendimento pode acabar caindo em alguém que esteja passando no momento. Nas figuras 3 e 4 observa-se edifícios distintos que apresentam o mesmo problema de destacamento de cerâmica.

Figura 3 – Destacamento de placas cerâmicas

(39)

Figura 4 – Reparo quando não encontrada mesma cerâmica

Fonte: Autores (2020).

Como observou-se na figura 03, o destacamento dessas placas cerâmicas confere um prejuízo estético à fachada do edifício e muitas vezes quando necessário o reparo, não se encontra a mesma cerâmica e a mesma acaba destoando das outras, como na figura 04.

Abaixo destacamos as possíveis causas, a origem do problema, de que forma ele ocorre e sugestões de reparo:

Possíveis causas: A falta de preparo da base ou a argamassa colante de má qualidade pode acabar ocasionando a perda de aderência e consequentemente o destacamento das placas cerâmicas.

Origem: A origem desse problema pode estar relacionada a escolha de materiais inadequados ou à execução que não atendeu as especificações do projeto.

Mecanismo de ocorrência: Se a base não for preparada e limpa corretamente, ou se a argamassa colante não ter boa qualidade e ser muito rígida, as placas cerâmicas acabam perdendo a aderência o que provoca o destacamento das cerâmicas.

Reparos: As placas cerâmicas devem ser retiradas, e posteriormente a superfície deve ser preparada e aplicado novamente a argamassa colante de boa qualidade. É importante observar também as placas que estão com som cavo, que antecede ao seu destacamento, e retira-las e repetir o mesmo processo.

(40)

4.2.3 Descascamento na pintura

De acordo com Dos Santos (2010), o descascamento é quando a pintura acaba se destacando da superfície do reboco, geralmente tem origem na falta de preparação adequada para receber a tinta. Observou-se esse tipo de ocorrência na figura 05:

Figura 5 – Descascamento na pintura

Fonte: Autores (2020).

A figura 5 destaca muros de edificações distintas que apresentaram o mesmo tipo de problema, provavelmente pelo alto teor de umidade.

Possíveis causas: Esse tipo de problema pode ter sido ocasionado pela falta de preparação da superfície que possivelmente apresentava pó ou aplicação da pintura prematuramente sobre o reboco, aliada a exposição à umidade já que em todas as figuras acima representam áreas externas e, portanto, áreas expostas a água da chuva e umidade do ar.

Origem: A origem desse problema pode estar na execução, nesse caso o equívoco pode ter acontecido por não ter sido executado conforme especificações do projeto ou o substrato não ter sido devidamente preparado para receber a pintura (presença de pó na superfície, tempo necessário de cura do concreto não respeitado).

Mecanismo de ocorrência: Se houver resquícios de sujeira no substrato, não há aderência suficiente entre a superfície e a película de tinta, e aos poucos ela descolará da superfície.

(41)

Reparos: O reparo sugerido é a remoção das bolhas e da tinta que está solta com o uso de uma espátula, lixar a superfície e pintar novamente.

4.2.4 Bolhas na pintura

Polito (2006) definiu as bolhas na pintura como resultante da perda de adesão localizada e levantamento do filme da superfície. Como observou-se na figura 06, esse problema não está apenas associado com o tipo de tinta utilizado, mas ao local onde a tinta foi aplicada. Em regiões em contato com a umidade, se não impermeabilizadas corretamente, poderão aparecer esse tipo de manifestação patológica.

Figura 6- Bolhas na pintura

Fonte: Autores (2020).

Destaca-se abaixo as possíveis causas, a origem do problema, de que forma ele ocorre e sugestões de reparo:

Possíveis causas: Nesse caso a causa mais provável é que a impermeabilização tenha sido executada de maneira ineficiente.

Origem: A origem desse tipo de problema pode ser no projeto, não sendo previsto corretamente a impermeabilização correta do local, ou na execução da mesma.

Mecanismo de ocorrência: A umidade acumulada penetra na alvenaria e empurra a tinta, formando bolhas.

(42)

Reparos: Executar uma impermeabilização adequada e posteriormente remover as bolhas, lixar e pintar novamente.

4.2.5 Mofos e bolores

A presença de umidade no ar é muito intensa na área estudada em razão da proximidade ao mar, o que favorece muito a proliferação de micro-organismos, fungos, bactérias, formando essas manchas escuras denominadas de mofos e bolores.

Figura 7 – Formação de bolor

(43)

Figura 8 – Mofos e bolores

Fonte: Autores (2020).

Nas figuras 07 e 08, a proximidade com o mar é um agravante para a manifestação desses tipos de fungos. Isso porque o solo apresenta bastante umidade que acaba percolando para a alvenaria por capilaridade.

Possíveis causas: Possível ausência de agente impermeabilizante, e baixa estanqueidade estrutural.

Origem: A alta exposição a umidade do local onde se encontra, aliada a possível falta ou uso inadequado de impermeabilizante, portanto o problema na falta de especificação no projeto ou na execução ineficiente.

Mecanismo de ocorrência: Ascensão da água pelas capilaridades do concreto, e a absorção da umidade pelas paredes.

Reparos: Remoção da alvenaria superior a viga baldrame, aplicando argamassa impermeabilizante; impermeabilizar completamente a viga; remover o mofo, e fazer a desinfecção dos fungos e bactérias.

(44)

4.2.6 Manchas provenientes de poluição atmosférica

As manchas provenientes da poluição atmosféricas representam um grande problema estético, são manchas escuras que acabam aparecendo pelo acúmulo de partículas de poluição aliadas à ação da chuva e vento (PETRUCCI, 2000). Observou-se esse tipo de manifestação patológicas na figura 09:

Figura 9 – Manchas provenientes da poluição atmosférica

Fonte: Autores (2020).

A figura 09 apresenta manchas ocasionadas por poluentes suspensos no ar que acabam aderindo a superfície do revestimento.

Possíveis causas: Poluentes presentes em suspensão na atmosfera, como fuligem e pequenas partículas de pó tem a capacidade de aderir aos mecanismos de revestimento externo inadequados à região, causando manchas escuras.

Origem: Pode estar relacionada à rugosidade da pintura, assim como falta de limpeza e manutenção.

Mecanismo de ocorrência: As partículas poluentes suspensas na atmosfera, se acomodam na superfície rugosa, se acumulando com o tempo Bauer (1997).

Reparos: Em casos de acumulação exagerada, deve ser realizado a limpeza mecânica do local contaminado, e posteriormente restaurar a superfície com pintura adequada, e menos porosa.

(45)

4.2.7 Manchas avermelhadas provinda de algas

As manchas avermelhadas provindas de algas aparecem em locais abrigados de vento e alta umidade atmosférica onde há a proliferação dessas algas, não dependendo de substratos para a obtenção de carbono para se nutrir (UEMOTO, AGOPYAN E BRAZOLIN, 1995). Observou-se esse tipo de mancha em vários prédios da orla da praia analisada nas fachadas onde não havia a incidência de sol:

Figura 10 – Manchas avermelhadas

Fonte: Autores (2020).

Essa manifestação patológica é bastante recorrente em cidades litorâneas, e possui coloração avermelhada.

Possíveis causas: Local propício, má circulação de ar, e pouca exposição aos raios solares, além da alta umidade do ar.

Origem: Falta de elementos construtivos como pingadeira, que irá diminuiria a circulação de água no local.

Mecanismo de ocorrência: A falta dos mecanismos de retenção de água da chuva, aliada a falta de circulação de ar, e a pouca exposição ao sol, tornam o ambiente propício para que a alga se prolifere.

Reparos: O local deve ser limpo com hipoclorito de sódio, e após a limpeza, deve-se aplicar tinta à badeve-se de acrílico biocida, e a implantação de elementos construtivos como pingadeiras, que diminuirão o fluxo de água no local.

(46)

4.2.8 Eflorescência

As eflorescências são originadas pela ascendência de sais presentes nos materiais à superfície do revestimento, geralmente aparecem em coloração esbranquiçada como na figura 11:

Figura 11 - Eflorescências

Fonte: Autores (2020).

Abaixo destacou-se as possíveis causas que provavelmente ocasionaram essa eflorescência, bem como a sua origem e de que forma acontece:

Possíveis causas: Provavelmente a causa do surgimento desse problema está relacionado à exposição prolongada da argamassa à ação da água.

Origem: A origem desse tipo de manifestação pode estar no projeto pelo fato de não ser previsto corretamente o tempo de exposição, e materiais adequados. Ou na fase de execução, se não respeitado o tempo indicado de exposição, ou se usado materiais de qualidade duvidosa.

Mecanismo de ocorrência: A água que infiltra nos poros da argamassa acaba reagindo com os íons presentes no material e quando evapora, esses sais agregam à superfície em forma de incrustações.

Reparos: Deve-se escovar a superfície seca para retirar as eflorescências, limpar a superfície garantindo que não tenha a presença de poeira e pintar novamente.

(47)

4.2.9 Mancha de corrosão de elementos metálicos externos

Panoni (2015) aponta que alguns elementos metálicos como aparelhos de ar condicionado e grades metálicas, em função do contato frequente com a umidade podem sofrer oxidação. Esses óxidos são porosos e não aderem ao substrato, assim são facilmente arrastados pela água e escorrem as paredes formando manchas de cor avermelhada, como observou-se nas figuras 12 e 13:

Figura 12 - Oxidação grade metálica

Fonte: Autores (2020).

Figura 13 – Oxidação suporte ar condicionado

(48)

As figuras 12 e 13 são componentes diferentes, porém tem o mesmo mecanismo de ocorrência.

Possíveis causas: Uso de parafusos/suporte metálico e o uso de grades compostos de materiais inadequados à região propicia a agentes oxidantes.

Origem: Pelos materiais utilizados não terem a camada antioxidante correta para o ambiente, a alta abrasividade atmosférica levou a estrutura metálica a oxidar.

Mecanismo de ocorrência: O material oxidado originado pela estrutura metálica pode ser facilmente transportado pela força da chuva, escorrendo e manchando a parede.

Reparos: Primeiramente os itens metálicos devem ser substituídos por metais que receberam galvanização, impedindo próximas oxidações. O local manchado pela ferrugem torna-se de difícil limpeza, sendo sugerido a aplicação de tintas acrílicas.

4.2.10 Corrosão de armadura

O processo de corrosão de armadura, pode se originar de diversos fatores, como falta de cobrimento mínimo adequado, fissuras nos revestimentos possibilitando que a água chegue até a armadura junto a substâncias tóxicas, ambiente pelo qual a peça foi exposta (CASCUDO, 1997).

Visando a segurança da edificação, quando um elemento estrutural chega a este ponto, deve-se intervir imediatamente. Em situações ideais os mecanismos de ocorrência que podem originar este tipo de patologia, devem ser reparados antes de que o processo de corrosão se inicie.

A manifestação patológica mais recorrente na área estudada sem dúvidas foi a corrosão de armadura:

(49)

Figura 14 – Corrosão de armadura

Fonte: Autores (2020).

Figura 15 – Corrosão de armadura com desplacamento

Fonte: Autores (2020).

Nas figuras 14 e 15 observou-se fissuras ocasionadas pela corrosão de armadura, sendo que na figura1 15 houve desplacamento do concreto.

Possíveis causas: Cobrimento inadequado para a classe de agressividade da edificação, assim como a alta porosidade do concreto utilizado.

(50)

Origem: A provável origem vem do projeto, pois observando a elevada idade da edificação, pode-se supor que a mesma foi executada antes da introdução da norma NBR 6118 de 2013, onde torna-se exigência o cobrimento do concreto por região de risco onde se encontra a edificação.

Mecanismo de ocorrência: A porosidade do concreto permite que agentes agressivos penetrem na estrutura, entrando em contato com o aço, iniciando seu processo de corrosão, ocasionando sua expansão, que consequentemente desloca a camada de concreto, expondo a armadura.

Reparos: O primeiro passo para o reparo é fazer a verificação do sistema de impermeabilização do local, pois a umidade excessiva tem ligação direta com a velocidade da corrosão do aço, de acordo com Andrade (1992). Em seguida deve-se ser feita a remoção da região de concreto que está em contato com a armadura em processo de corrosão, retirando de 1 a 2 centímetros da parte interna do concreto que está por trás da armadura. Em seguida a armadura deve ser limpa e tratada com pintura anticorrosiva e preenchida com concreto novamente, respeitando o cobrimento exigido para o ambiente onde a edificação se encontra.

4.2.11 Fissuras causadas por retração de produtos à base de cimento

Segundo Thomas (1992), esse tipo de fissuras no revestimento com aparência mapeada é bem comum em fachadas externas e geralmente ocupam toda a superfície, e observa-se um exemplo na figura 16:

Figura 16- Fissuras mapeadas

Fonte: Autores (2020).

Como observou-se na figura 16, as fissuras mapeadas geralmente estão associadas a retração de produtos à base de cimento.

Referências

Documentos relacionados

Resumo – Analisando a crítica de Plutarco à produção cômica de Aristófanes tendo como paradigma a obra de Menandro, percebe ‑se que o historiador parece lançar

Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos e os objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta possa provocar-lhe dano,

Diante dessa perspectiva, a pesquisa em questão objetivou o desenvolvimento de materiais compósitos reforçados por fibras da fibra da folha do Licuri, sendo esta

Julgue o seguinte item, considerando os aspectos textuais e gramaticais do cartaz precedente veiculado pelo Minis- tério Público Federal, no âmbito do projeto Amazônia Protege....

Dessa maneira, a presente revisão busca traçar o perfil epidemiológico da meningite bacteriana em crianças, tendo como base as pesquisas realizadas em artigos científicos e

O presente Código Deontológico regulamenta os direitos e deveres dos sócios da Associação Portuguesa de Audiologistas (APtA). a) Compete à Direcção da APtA zelar pelo cumprimento

Quando a sinalização H.323 é utilizada para VoIP, pode-se ter uma arquitetura completamente entrelaçada, onde todos os GKs podem realizar chamadas entre si (são considerados

Os pretos gritavam para outros como se pretos não fossem. O escravo liberto torna- se tirano. O homem alcança as alturas cavalgando nos ombros dos outros. A galinha no poleiro