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M10D29-ADMdeResursoseAplicaçõesFinanceiras-Livro

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Academic year: 2021

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Nota sobre o autor

Luiz Fernando Barcellos dos Santos é mestre em “Management y Marketing Estratégico”, administrador, técnico contábil, com cursos de pós-graduação em estratégia empresarial e finanças. Além da atividade de professor, atua na Planad Gestão e Negócios Ltda., empresa de consultoria em gestão de custos e preços, planejamento e gestão financeira, com vivência nestas áreas a mais de 20 anos. Como professor na Universidade Luterana do Brail (Ulbra), ministra as disciplinas de Administração Organizacional, Administração do Capital de Giro, Fundamentos de Custos Orçamento e Preços, Contabilidade Gerencial (EAD), Gerenciamento de Custos e Riscos (EAD), Administração de Recursos e Aplicações Financeiras, Estrutura das Demonstrações Contábeis (curso de Ciências Contábeis) e orientação de trabalhos de conclusão. É professor nos cursos de pós-graduação em controladoria e finanças e em estratégia empresarial nas disciplinas de Orçamento e Controladoria, Gestão Estratégica em Finanças e Gestão Financeira e Custos.

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Apresentação

Este livro tem como objetivo apresentar a você alguns princípios sobre a gestão financeira no tocante a análise de investimentos, considerando principalmente o lado da empresa, ou seja, a busca de recursos para financiar sua atividade e avaliar por meio de técnicas a viabilidade ou não de um projeto. Para trabalharmos com gestão financeira em uma organização, devemos conhecer um pouco do ambiente financeiro, e para isso se faz necessário apresentar o Sistema Financeiro Nacional com suas funções e características, os quais são descritos no capítulo 1. No capítulo 2 nos preocupamos em fazer uma revisão sobre os conceitos referentes a juros, fluxo de caixa e fatores de capitalização. Relembramos você da utilização das ferramentas básicas para se trabalhar com as técnicas de análise de investimento de capital, descritas no capítulo 3. Do capítulo 4 ao capítulo 6 tratamos do orçamento de capital, da depreciação e seus efeitos sobre o fluxo de caixa e também da comparabilidade entre as alternativas de investimentos.

Continuando, a partir do capítulo 7 apresentamos alguns fatores determinantes para se avaliar o custo de capital, considerando a interferência sofrida por este causada pela captação de recursos para empresas por meio de ações, debêntures, lucros retidos e outros fatores. Já nos capítulos 8 e 9 discorremos sobre os princípios de investimentos e as mais importantes operações relacionadas ao mercado de capitais, enfocando não só a visão por parte da empresa como também o lado do investidor. Por fim, no capítulo 10 apresentamos as principais operações de financiamento – conceitos básicos para empresas. Desenvolvemos este trabalho com objetivo principal de proporcionar a você uma visão geral sobre análise de investimentos de uma forma simples e objetiva que permita o leitor aplicar de forma prática os conceitos aqui desenvolvidos.

Este livro dispõe de conceitos e exemplos que foram elaborados de acordo com a experiência profissional do autor e com base nas referências que estão ao final desta obra.

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1 Sistema Financeiro Nacional

O objetivo deste módulo é descrever de forma resumida quais os órgãos e sistema de operação do Sistema Financeiro Nacional (SFN), identificando os órgãos mais importantes do sistema.

1.1 Ambiente econômico

Passamos por vários períodos que afetaram a economia do nosso país, como a ditadura militar, períodos de inflação altíssima e diversos planos econômicos (alguns inacreditáveis), e ainda assim, sobrevivemos. Certo ou errado, o ponto importante a ressaltar é que sempre tivemos regras e elas foram se ajustando conforme as regras de mercado. Algumas regras criadas na época da ditadura, por exemplo, foram extremamente protecionistas, outras desenvolvimentistas etc. Mais tarde, com a abertura econômica, a situação mudou e podemos dizer que fomos “atropelados”, forçados a entrar na globalização e, por consequência, no jogo duro do mercado internacional. Além disso, também fomos, durante muitos anos, tutelados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

O Brasil, assim como a maioria dos países emergentes nos anos de 2006, 2007 e até a metade de 2008, colheu excelentes frutos com o desenvolvimento econômico mundial. Em especial, passou de uma posição de tomador de recursos no mercado internacional para a posição de investidor, ao pagar sua dívida externa. No geral, os países emergentes vinham crescendo a taxas acima de 6% ao ano em média. O Brasil também cresceu, em menor ritmo (aproximadamente 4,5% em 2008) e com este desempenho houve em parte uma consolidação da economia.

No segundo semestre de 2008, o mundo todo se deparou com uma crise financeira sem precedentes que teve origem nos Estados Unidos e que se difundiu como um efeito dominó atingindo os demais países ditos como “ricos”.

No Brasil, os efeitos dessa crise tiveram um menor impacto em função de estarmos estruturados, mas também sofremos seus efeitos. A grande diferença é que no primeiro semestre de 2009 já éramos credores do Fundo Monetário Internacional. 1

Ao concluir a leitura deste capítulo, esta análise até aqui descrita sobre o cenário econômico talvez tenha mudado para melhor ou para pior, e esta comprensão de cenário se faz necessária para a gestão dos negócios.

Em função das inúmeras mudanças na área econômica, o SFN é um dos mais versáteis do mundo, e se adapta a tudo. Para entendermos melhor o que é o SFN, podemos defini-lo como um

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país. O SFN faz parte da dinâmica econômica decorrente de qualquer movimentação de compra, venda ou troca de mercadorias ou serviços na qual haja uma operação de natureza monetária envolvendo algum intermediário financeiro: um cheque a receber ou depositar, uma duplicata para ser descontada, uma transferência de dinheiro de uma conta para outra, ou uma operação de crédito para antecipar a realização de um negócio.

Qualquer fato econômico, seja de transformação, circulação ou consumo, é suficiente para gerar movimentação do mercado financeiro. Por isso, é fundamental a estabilidade do sistema que interliga essas operações, para a segurança das relações entre os agentes econômicos.

1.2 Intermediários financeiros

Existem diversos personagens no mercado financeiro, alguns com excesso de recursos e dispostos a investi-los, visando uma remuneração por seu capital, outros precisando de recursos, visando atender suas necessidades de caixa. Vejamos a seguir alguns deles:

• Tomadores: São aqueles que se encontram em posição de déficit financeiro, ou seja, pretendem gastar, em consumo ou investimento, mais do que sua renda. Eles precisam de capital adicional e estão dispostos a pagar (taxas, juros etc.) pelo capital que obtiverem.

• Doadores: São aqueles que se encontram numa situação inversa, de superávit financeiro, ou seja, pretendem gastar em consumo ou investimento menos que sua renda. Estão dispostos a emprestar esse capital excedente e querem receber juros pelo empréstimo.

Existem, ainda, os intermediários financeiros que também compõem o SFN e se dedicam, de alguma forma, ao trabalho de propiciar condições satisfatórias para a manutenção de um fluxo de recursos entre os poupadores e investidores capazes, portanto, de financiar o crescimento da economia.

1.3 Estrutura do Sistema Financeiro Nacional

Conforme visto, o SFN é composto por instituições financeiras. Elas podem ser apresentadas, segundo autoridade e função, como: órgãos normativos, entidades supervisoras e operadores. Vejamos mais detalhadamente a seguir cada uma dessas instituições.

1.3.1 Conselho Monetário Nacional

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Órgão normativo, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabelece as diretrizes gerais do sistema financeiro. Esse órgão foi criado pela Lei nº 4.595/1964. É composto pelo ministro da Fazenda, pelo ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, pelo presidente do Banco Central do Brasil (Bacen) e por outras entidades representativas do Sistema Financeiro Nacional. Ao CMN compete:

• estabelecer as diretrizes gerais das políticas monetária, cambial e de crédito, como por exemplo, definição da meta de inflação;

• regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras;

• estabelecer medidas de prevenção ou correção de desequilíbrios econômicos.

1.3.2 Banco Central do Brasil

Autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, o Bacen pode ser definido como uma entidade supervisora ou um órgão de fiscalização. Atua de forma independente, sendo o principal executor das orientações do CMN e responsável por garantir o poder de compra da moeda nacional. Dentre suas atribuições, estão:

• autorizar o funcionamento e fiscalizar as instituições financeiras; • efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais;

• receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições financeiras e • bancárias;

• realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras; • exercer o controle de crédito e da movimentação de capitais estrangeiros; • emitir moeda (papel moeda e moeda metálica), seguindo deliberação do CMN.

1.3.3 Comissão de Valores Mobiliários

A Comissão de Valores Imobiliários (CVM) é responsável por regulamentar, desenvolver, controlar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários do país. É vinculada ao Ministério da Fazenda e foi instituída pela Lei nº 6.385/1976. Essa entidade promove medidas incentivadoras para a canalização da poupança ou mercado de capitais.

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 assegurar o funcionamento eficiente dos mercados de capitais (bolsas de valores e mercado de balcão);

 proteger os investidores, coibir fraudes e manipulação do mercado;  assegurar transparência das informações no mercado de capitais;

 estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários

 promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações;

 estimular as aplicações permanentes em ações do capital social das companhias abertas.

1.3.4 Associação Nacional dos Bancos de Investimentos

Principal entidade representativa das entidades atuantes no mercado de capitais do país, a Associação Nacional dos Bancos de Investimentos (Anbid), é uma instituição operadora que tem como associados os bancos de investimento e bancos múltiplos com carteiras de investimento.

A Anbid procura criar procedimentos que permitam a autorregulação do mercado, os quais, depois de aprovados, devem ser seguidos por todos os associados.

1.3.5 Bancos múltiplos

Os bancos múltiplos são instituições financeiras intermediárias que realizam operações ativas (crédito) e operações passivas (captação). Podem atuar com as seguintes carteiras: comercial, de investimento, de desenvolvimento (exclusiva para bancos públicos), de crédito imobiliário, de financiamento e investimento e de arrendamento mercantil (leasing).

Entre a diversidade de carteiras existentes, um banco múltiplo deve operar, ao menos, nas carteiras de banco comercial e de banco de investimento.

1.3.6 Bancos comerciais

Os bancos comerciais têm como objetivo principal proporcionar suprimento de recursos necessários para financiar, a curto e a médio prazo, o comércio, a indústria e as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral.

1.3.7 Bancos de investimentos

Valor mobiliário: representa um investimento em dinheiro ofertado ao público com intuído de lucro, sobre o qual aquele não possui controle direto. Exemplo: ações; debêntures; cotas de fundos de investimento.

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Os bancos de investimentos são instituições financeiras especializadas em financiamento de capital fixo e capital de giro a médio e a longo prazo, administração de recursos de terceiros (administração e venda de fundos de investimentos) e aquisição de títulos e valores mobiliários. Tais bancos não possuem contas correntes e captam recurso via depósitos a prazo por meio do Certificado de Depósito Bancário (CDB) e do Recibo de Depósito Bancário (RDB), repasses de recursos internos e externos.

1.3.8 Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários

As sociedades corretoras de títulos mobiliários são instituições intermediárias cuja área de atuação é, basicamente, o mercado acionário. São alguns de seus objetivos:

• operar em bolsa de valores;

• comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta própria ou de terceiros; • administração de carteiras e custódia de títulos e valores mobiliários;

• instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimentos; • realizar operações compromissadas;

• operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta própria e de terceiros.

As corretoras são supervisionadas pelo Bacen.

1.3.9 Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários

As sociedades distribuidoras de títulos e valores imobiliários são instituições financeiras intermediárias que, basicamente, exercem funções semelhantes às sociedades corretoras, como a exceção de que não podem operar no recinto das bolsas de valores. As distribuidoras também são supervisionadas pelo Bacen. Algumas atividades como, por exemplo, a administração de fundos de investimentos, são também supervisionadas pela CVM.

1.3.10 Bolsa de Valores e Bolsa de Mercadorias e Futuros

As bolsas de valores são associações civis, sem finalidade lucrativa, que têm o objetivo de manter o ambiente adequado para o encontro de seus membros para, então, realizar as transações de compra e venda de títulos e valores mobiliários entre si. Tais transações ocorrem em mercado

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livre e aberto, especialmente organizado e fiscalizado pelos seus membros e pela CVM. As bolsas de valores assumem papel de operador na estrutura do SFN.

No Brasil, destacamos a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e a BM&F. Supervisionada também pela CVM, a Bovespa é uma entidade autorreguladora integrada por sociedades corretoras que podem operar no sistema eletrônico de negociação (Mega Bolsa). Na Bovespa, são regularmente negociados:

• ações de companhias abertas; • opções sobre ações;

• direitos e recibos de subscrição; • bônus de subscrição;

• cotas de fundos de investimentos fechados; • debêntures e notas promissórias.

Quanto à BM&F, as associações privadas civis que a constituem

devem desenvolver, organizar e operacionalizar um mercado de derivativos livre e transparente, que proporcione aos agentes econômicos a oportunidade de efetuarem operações de hedging (proteção) ante flutuações de preços de índices, taxas de juros, moedas, metais, commodities agropecuárias, bem como de todo e qualquer instrumento ou variável macroeconômica cuja incerteza de preço no futuro possa influenciar suas atividades.

Possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa e são fiscalizadas pela CVM - Comissão de Valores Mobiliários.2

1.3.11 Sistema Especial de Liquidação e Custódia

Da parceria entre a Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima) e o Bacen surgiu, em 1979, o Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), que:

é um sistema eletrônico que processa o registro, a custódia e a liquidação financeira das operações realizadas com títulos públicos federais, garantindo segurança, agilidade e transparência nos negócios.

O objetivo deste sistema é controlar e liquidar financeiramente as operações de compra e venda de títulos públicos federais e manter sua custódia física e escritura.3

Criado em 1979 pela Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima) em parceria com o Bacen, o Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) é um sistema eletrônico que processa o registro, a custódia e a liquidação financeira das operações realizadas com títulos públicos federais, garantindo segurança, agilidade e transparência nos negócios.

O objetivo deste sistema é controlar e liquidar financeiramente as operações de compra e venda de títulos públicos federais e manter sua custódia física e escritural.

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O Selic é o depositário central dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, dentre eles a Letra Financeira do Tesouro (LFT), a Letra do Tesouro Nacional (LTN), as Notas do Tesouro Nacional C (NTN-C) e D (NTN-D). Nessa condição processa, quanto a esses títulos, a emissão, o resgate, o pagamento dos juros e a custódia.

1.3.12 Câmara de Custódia e Liquidação

Criada em 1986, a Câmara de Custodia e Liquidação (Cetip) é hoje “a maior empresa depositária de títulos privados de renda fixa da América Latina e a maior Câmara de ativos privados do mercado financeiro brasileiro”.4 A Cetip oferece o suporte necessário a toda a cadeia de

operações, prestando serviços integrados de custódia, negociação eletrônica, registro de negócios e liquidação financeira. A Cetip não assume, em momento algum, o risco de crédito dos emissores dos diversos títulos ali registrados.5

1.3.13 Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia

A Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) tem a custódia de títulos e de serviços de guarda centralizada, como também é responsável pela compensação e liquidação das operações realizadas nos mercados da BM&F e Bovespa.

Os principais títulos custodiados na CBLC são:

• Ações de companhias abertas; • Debêntures;

• Cotas de fundos imobiliários e fundos de direito creditórios; • Outros títulos de renda fixa privada.

A seguir, acompanhe o Quadro 1 com o resumo das principais características das Câmaras de Compensação e Custódia apresentadas neste capítulo.

Quadro 1 – Principais características das Câmaras de Compensação e Custódia

Definição Função

Selic É um sistema informatizado, administrado pelo Banco Central do Brasil, que se

Nele são registradas as operações que envolvem títulos públicos federais

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escriturais de emissão do Tesouro Nacional.

Cetip Efetua a custódia de títulos e valores mobiliários de emissão privada, derivativos, títulos emitidos por estados e municípios, ativos utilizados como moeda de privatização e outros títulos de emissão do Tesouro Nacional.

É uma garantia de que os ativos existem, estão registrados em nome do legítimo proprietário e podem ser custodiados de forma segregada. Exemplo: CDB;RDB; debêntures;

comercial papers.

CBLC Prestação de serviços de compensação e liquidação física e financeira de operações realizadas nos mercados à vista e a prazo da Bovespa e outros mercados, bem como a operacionalização dos sistemas de custódia de títulos e valores mobiliários em geral. Contraparte central que assegura a liquidação das operações entre os agentes de compensação. Aqui são registradas todas as operações realizadas pela Bovespa.

A CBLC é a contraparte central, ou seja, quem faz a liquidação física e financeira das ações.

1.4 Sistema de Pagamento Brasileiro

O Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB) compreende as entidades participantes do SFN (bancos, clearing houses, corretoras etc.), os subsistemas, os procedimentos relacionados à transferência de recursos e de outros ativos financeiros, bem como o processamento, a compensação e a liquidação de pagamentos em qualquer de suas formas, como cheques, transferências bancárias (DOC), boletos etc.

Esse sistema foi reestruturado para melhorar os controles de risco do SFN, reduzindo o risco sistêmico antes assumido pelo Bacen e pelas instituições financeiras, que são as demais participantes do sistema de pagamentos.

Os clientes dos bancos se beneficiaram com a criação de mais uma opção para movimentar recursos financeiros, a Transferência Eletrônica Disponível (TED). Com o TED, era possível, então, transferir recursos de sua conta para uma conta corrente em outro banco, como alternativa às atuais formas de transferências como cheques ou DOCs.

As transferências realizadas por meio da TED permitem que os recursos fiquem disponíveis para uso pelo recebedor no mesmo dia em que o banco destinatário receber a mensagem de transferência. Por isso, o TED oferece maior segurança e agilidade em relação aos outros procedimentos como o DOC, por exemplo.

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Pelas normas do Bacen, o TED é obrigatório para transações com valores acima de R$5.000,00.

1.5 Políticas econômicas

As políticas econômicas referem-se às ações do governo no sentido de controlar e regular a atividade econômica, tendo como principal agente o CMN. Vejamos os tipos:

Política monetária: são ações do governo, decididas pelo CMN e operacionalizadas pelo Bacen para controlar o volume de moeda em circulação e o montante de crédito disponível, tendo como principais instrumentos as operações de mercado aberto, o depósito compulsório e a taxa de redesconto.

Política fiscal: compreende as decisões dos governos federal, estadual e municipal referentes à tributação. Os impostos, taxas e contribuições de melhoria objetivam a manutenção das atividades do Estado e a prestação de serviços à comunidade.

 Política cambial: são medidas que o governo toma para o controle da taxa de câmbio e das condições de entrada e saída de capitais estrangeiros no país. Este controle é importante na manutenção de:

 paridade de compra da moeda nacional em relação à moeda estrangeira;  competitividade em preço do produto nacional a ser exportado;

 controle de custos dos produtos importados;

 equilíbrio da balança comercial (exportações menos importações);

 equilíbrio do balanço de pagamentos (todos os recebimentos do exterior menos todos os pagamentos ao exterior);

 controle das taxas de juros pagas aos investidores estrangeiros e aos credores internacionais.6

Política de renda: são medidas tomadas pelo governo no sentido de prover renda mínima aos trabalhadores e aposentados (salário mínimo), incentivar a produção e consumo de determinados produtos (subsídios) e fortalecer determinado setor ou região (incentivos fiscais). Inclui ainda investimentos diretos do governo em atividades específicas.

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Ao concluir este capítulo, esperamos que você tenha uma noção de como funciona o Sistema Financeiro Nacional, que é complexo na sua origem. Nesse contexto é que se encaixa a gestão financeira, tanto para fins de investimento no mercado de capitais como na captação de recursos para empresas.

No que se refere à disciplina, é bom lembrar que nosso objetivo é um enfoque gerencial voltado para gestão financeira das organizações em geral, auxiliando na tomada de decisões para gestão de recursos e rentabilidade.

Atividades

a) Qual o principal papel do Conselho Monetário Nacional?

b) O que são as bolsa de valores (BOVESPA) e Bolsa de Mercadorias e futuros (BMF? c) Quais as principais atividades do Sistema de Pagamentos Brasileiro?

d) O que significa política de rendas?

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2 Juros e fatores de capitalização

O objetivo deste capítulo é apresentar uma breve revisão e demonstrar de forma resumida os principais conceitos sobre juros e fatores de capitalização, como também a utilidade destes para análises de financiamento e investimento.

2.1 Conceito de juros

Os juros são o pagamento pela oportunidade de se poder dispor de um capital por um determinado período de tempo. Por exemplo:

Fator de produção > Fator de remuneração Trabalho > Salário

Terra > Aluguel Capital > Juros

Um outro conceito de juros pode ser entendido como o preço que se paga pelo aluguel do dinheiro por um determinado período de tempo.

Os juros devem-se, entre outros fatores, à oportunidade, à inflação, ao risco, à utilidade, ao tempo.

2.2 Taxa de juros nominal

Taxa de juros nominal é a taxa que encontramos nas operações correntes, ou seja, a taxa que é visível aos participantes de uma transação, por exemplo, um CDB ou um desconto de duplicatas. A taxa nominal é composta por duas partes:

- A primeira parte é a mera recuperação do poder de compra do investidor, remunerando-o pela inflação;

- A outra parte refere-se ao ganho acima da inflação, que visa remunerar também o risco de investimento. Esta segunda parte é chamada de ganho real.

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Exemplo:

Dada a taxa real de juros de 3,80% mensais e um índice de inflação mensal de 3,22%, qual será taxa nominal de juros ao mês?

Taxa Nominal = [(1 + 0,038) x (1 + 0,0322) – 1] x 100 Taxa Nominal = 7,14% ao mês.

2.3 Taxa de juros real

A taxa de juros real é calculada a partir da taxa nominal de juros, descontando-se desta os efeitos inflacionários. O objetivo é determinar quanto se ganhou ou se perdeu, desconsiderando a inflação. Neste caso é medida por qualquer índice disponível (Índice Geral de Preços de Mercado – IGP-M, Índice Nacional de Preços ao Consumidor – IPCA etc.).

Conheça agora a fórmula para a taxa de juros real e sua aplicação:

Exemplos:

Considerando que uma taxa nominal de juros é de 7,14% ao mês e a inflação medida pelo IGP-M, por exemplo, foi de 3,22% para o mesmo período, qual a taxa real de juros?

Supondo que a taxa Selic de 18% ao ano (taxa nominal) é um índice de inflação de 5%, previsto para o ano, qual seria a taxa real de juros?

2.4 Capitalização simples

FUNÇÃO FINANCEIRA OBJETIVOS:

1. Maximizar a rentabilidade

2. Maximizar a somatória dos valores atuais dos fluxos de caixa 3. Maximizar o valor patrimonial

FUNÇÃO FINANCEIRA OBJETIVOS:

1. Maximizar a rentabilidade

2. Maximizar a somatória dos valores atuais dos fluxos de caixa 3. Maximizar o valor patrimonial

FUNÇÃO FINANCEIRA OBJETIVOS:

1. Maximizar a rentabilidade

2. Maximizar a somatória dos valores atuais dos fluxos de caixa 3. Maximizar o valor patrimonial

FUNÇÃO FINANCEIRA OBJETIVOS:

1. Maximizar a rentabilidade

2. Maximizar a somatória dos valores atuais dos fluxos de caixa 3. Maximizar o valor patrimonial

FUNÇÃO FINANCEIRA OBJETIVOS:

1. Maximizar a rentabilidade

2. Maximizar a somatória dos valores atuais dos fluxos de caixa 3. Maximizar o valor patrimonial

FUNÇÃO FINANCEIRA OBJETIVOS:

1. Maximizar a rentabilidade

2. Maximizar a somatória dos valores atuais dos fluxos de caixa 3. Maximizar o valor patrimonial

FUNÇÃO FINANCEIRA OBJETIVOS:

1. Maximizar a rentabilidade

2. Maximizar a somatória dos valores atuais dos fluxos de caixa 3. Maximizar o valor patrimonial

FUNÇÃO FINANCEIRA OBJETIVOS:

1. Maximizar a rentabilidade

2. Maximizar a somatória dos valores atuais dos fluxos de caixa 3. Maximizar o valor patrimonial

FUNÇÃO FINANCEIRA OBJETIVOS:

1. Maximizar a rentabilidade

2. Maximizar a somatória dos valores atuais dos fluxos de caixa 3. Maximizar o valor patrimonial

FUNÇÃO FINANCEIRA OBJETIVOS:

1. Maximizar a rentabilidade

2. Maximizar a somatória dos valores atuais dos fluxos de caixa 3. Maximizar o valor patrimonial

FUNÇÃO FINANCEIRA OBJETIVOS:

1. Maximizar a rentabilidade

2. Maximizar a somatória dos valores atuais dos fluxos de caixa 3. Maximizar o valor patrimonial

FUNÇÃO FINANCEIRA OBJETIVOS:

1. Maximizar a rentabilidade

2. Maximizar a somatória dos valores atuais dos fluxos de caixa 3. Maximizar o valor patrimonial

FUNÇÃO FINANCEIRA OBJETIVOS:

1. Maximizar a rentabilidade

2. Maximizar a somatória dos valores atuais dos fluxos de caixa 3. Maximizar o valor patrimonial

FUNÇÃO FINANCEIRA OBJETIVOS:

1. Maximizar a rentabilidade

2. Maximizar a somatória dos valores atuais dos fluxos de caixa 3. Maximizar o valor patrimonial

FUNÇÃO FINANCEIRA OBJETIVOS:

1. Maximizar a rentabilidade

2. Maximizar a somatória dos valores atuais dos fluxos de caixa 3. Maximizar o valor patrimonial

FUNÇÃO FINANCEIRA OBJETIVOS:

1. Maximizar a rentabilidade

2. Maximizar a somatória dos valores atuais dos fluxos de caixa 3. Maximizar o valor patrimonial

FUNÇÃO FINANCEIRA OBJETIVOS:

1. Maximizar a rentabilidade

2. Maximizar a somatória dos valores atuais dos fluxos de caixa 3. Maximizar o valor patrimonial

FUNÇÃO FINANCEIRA OBJETIVOS:

1. Maximizar a rentabilidade

2. Maximizar a somatória dos valores atuais dos fluxos de caixa 3. Maximizar o valor patrimonial

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No regime de capitalização simples (ou juros simples), a taxa de juros incide apenas sobre o capital inicial, linearmente, e geram em consequência remuneração (ou custos) diretamente proporcional ao capital e prazo envolvidos na operação.

Esse sistema de juros não encontra aplicações práticas tão generalizadas quanto o critério de capitalização composta. Todavia, a importância de se conhecer juros simples pode ser explicada pelo fato de a maioria das taxas de juros praticadas no mercado financeiro serem referenciadas pelo critério simples. No entanto, a determinação do resultado efetivo de uma operação considera a formação exponencial dos juros.

Quadro 1 – Lista de abreviações usuais em capitalização simples

C = Capital inicial (principal) – representativo de uma aplicação financeira ou da obtenção de um crédito;

i = Taxa (linear) de juros, ou seja, taxa contratada da operação. Observe que nas formulações do cálculo financeiro a taxa de juros deve estar sempre expressa em termos unitários, e não porcentuais. Por exemplo, 2,5%: taxa percentual e 2,5/100 = 0,025: taxa unitária;

j = Valor (em R$) dos juros de uma operação;

n = Número de períodos considerado na operação. Deve ser observado que n e i devem estar sempre definidos na mesma unidade de tempo (dias, ou meses, ou semestres, etc.);

M = Montante acumulado da operação, ou seja, representa a soma do principal mais os juros calculados durante determinado período.

Conheça agora a fórmula para as fórmulas para capitalização simples e suas aplicações:

Montante M = C + j Juros J = C x i x n

Pela identidade dos juros (j) é possível calcular, conhecidos os demais membros da equação, os valores de C, i e n.

M = C + (c x i x n)

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Uma pessoa faz um investimento de R$ 100,00 por três meses a uma taxa de 2% ao mês. Qual será o rendimento acumulado neste período?

j = R$ 100,00 x 0,02 x 3 = R$ 6,00

Montante = R$ 100,00 + R$ 6,00 = R$ 106,00

2.5 Capitalização composta

O sistema de juros compostos possui amplas aplicações práticas, notadamente em operações financeiras de médio e longo prazo. Neste critério de capitalização, os juros incidem sempre sobre o saldo acumulado (montante), e ocorrem, dessa forma, juros sobre juros periodicamente.

Exemplo:

Supondo que uma pessoa tenha aplicado R$ 100 mil à taxa composta de 2% ao mês (a.m.) por um período de 3 meses, qual será o montante deste investimento ao final do período? Pela fórmula usual:

j = (1 + i)n,ou seja, j = (1 + 0,02)3 = 1,006 x (fator) R$ 100.000,00 = R$ 106.120,80

R$ 100.000,00 x (1+0,02) x (1+0,02) x (1+0,02) = R$ 106.120,80 2.6 Taxa de juros equivalente

Duas taxas são equivalentes quando, considerados o mesmo prazo e o mesmo capital, produzem o mesmo montante, no regime de capitalização composta.

Conheça agora a fórmula para a taxa de juros equivalente e sua aplicação:

100 1 100

1 prazo que tenho

quero que prazo                   tenho quero i i Exemplo:

Dada a taxa de juros de 18% ao ano, calcular a taxa mensal.

a.m. 1,39% 100 1 100 18 1 12 1                    mensal i

16

(17)

Neste caso, podemos dizer que as taxas de 1,39% ao mês e 18% ao ano são equivalentes, pois aplicadas sobre o mesmo período (um mês) produzirão o mesmo resultado no regime de capitalização composta.

2.7 Taxa de juros proporcional

Duas taxas são proporcionais quando, considerados o mesmo prazo e o mesmo capital, produzem o mesmo montante, no regime de capitalização simples.

Conheça agora a fórmula para a taxa de juros equivalente e sua aplicação:

100 tenho que prazo quero que prazo x 100                   tenho quero i i Exemplo:

Dada a taxa de juros de 18% ao ano, calcular a taxa mensal.

Neste caso podemos dizer que a taxa de 1,5% ao mês e 18% ao ano são proporcionais, pois quando aplicadas sobre o mesmo valor pelo mesmo período (um mês) produzirão o mesmo resultado no regime de capitalização simples.

Resumindo:

Taxas equivalentes = regime de capitalização composta (ex: 0,5% a.m. é equivalente a 6,17% a.a.);

Taxas proporcionais = regime de capitalização simples (ex. 0,5% ao mês é proporcional a 6% ao ano).

2.8 Séries de pagamento e/ou fatores de capitalização

Séries de pagamento também são chamadas de renda certa ou de anuidades. São usadas para construir um capital ou resgatar uma dívida depositando ou pagando determinados valores em épocas distintas. Ao construir um capital, temos uma capitalização. Ao resgatar uma dívida, temos

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(18)

Quadro 02 –Lista de abreviações adotada para utilização com calculadora financeira HP

P = PV > Valor presente S = FV > Valor futuro n = n > Número de períodos i = i > Taxa de juros

R = PMT > Série uniforme (prestação) Taxa interna de retorno = IRR

Valor presente líquido = NPV Fluxo de caixa inicial = CFo (azul)

Fluxo de caixa = CFj (azul)

2.8.1 Fluxo de caixa (diagrama de caixa)

O fluxo de caixa ou o diagrama de caixa representa a interpretação final do problema, em que, uma vez analisado, deve apresentar todas as informações necessárias para resolução do problema. Esta ferramenta é fundamental para a interpretação dos problemas financeiros. Acompanhe o exemplo.

Exemplo geral:

Uma empresa tem o seguinte fluxo de caixa para os próximos cinco anos: Ano 1 = ingresso de R$ 2.000,00

Ano 3 = ingresso de R$ 3.000,00 Ano 5 = ingresso de R$ 5.000,00

Durante estes cinco anos, a empresa terá um desembolso anual de R$ 800,00 para cobrir despesas de manutenção. Sabendo-se que o custo anual do dinheiro é de 10% ao ano, calcule o valor atual e determine quanto isso representa anualmente.

O diagrama de caixa deste problema seria:

(19)

A solução é a seguinte:

1 Simplificar o fluxo de caixa

0

2 Calcular da forma exposta a seguir, utilizando a HP 12C

Fluxo de caixa: 0 CHS G CFo; 1200,00 G CFj; 800,00 CHS G CFj; 2.200,00 G CFj; 800,00 CHS G CFj; 4.200,00 G CFj; 10 i;

FNPV = R$ 4.144,10 (valor atual do fluxo de caixa)

PMT = R$ 1.093,20 (valor anual do fluxo de caixa considerando 5 anos)

2.8.2 Fator de acumulação de capital

O fator de acumulação de capital significa a capitalização de um valor atual para um valor futuro em um determinado período de tempo a uma taxa “i”.

R$ 1.200,00

R$ 800,00 R$ 800,00

(20)

Utilizando a HP 12C, temos como resposta:

1.000,00 CHS PV = 12 n =

2,5 i =

FV = R$ 1.344,89 (valor ao final de 12 meses)

2.8.3 Fator de valor atual

O fator de valor atual representa o valor de uma quantia futura, ou que se espera ter, em período de tempo, se saber quanto ela valeria hoje, ou seja, o valor descapitalizado a uma determinada taxa de juros “i”.

Utilizando a HP 12C, temos

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cotascotas

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a

s

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20

(21)

10.000,00 CHS FV = 10 i =

5 n =

PV R$ 6.209,21 (valor presente e/ou valor atual)

2.8.4 Fator de acumulação capital – série uniforme

Representa o valor acumulado ao se fazer o pagamento (em valores iguais) de uma série constante em um determinado período de tempo a uma determinada taxa de juros “i”.

Considerando-se que no fluxo de caixa, o primeiro desembolso ocorre no momento “Zero”, considera-se como fluxo postecipado onde o resultado utilizando a HP 12 C será:

3.000,00 CHS G CFo;

3.000,00 CHS G CFj;

4 G Nj; 8 i;

FV = R$ 19.007,78 (valor futuro do fluxo de caixa)

2.8.5 Fator de recuperação de capital – série uniforme

Representa o valor descapitalizado de uma série de pagamentos idênticos, descontados a uma determinada taxa de juros “i” para se identificar o valor atual.

(22)

Utilizando a HP 12 C, obtivemos o seguinte resultado: 5 i;

5 n;

5.000,00 PV

PMT = R$ 1.154,87 (valor anual da prestação)

(.) Ponto final

Este capítulo trata especificamente das ferramentas necessárias para utilizar na avaliação e decisão de investimentos. Estas ferramentas iniciam um conceito sobre juros simples e compostos, taxas equivalentes, nominais e efetivas, além dos fatores de capitalização que são conceitos-chaves para se trabalhar na gestão financeira e, principalmente, para poder analisar as técnicas de análise de investimentos.

É bom lembrar que não desenvolvemos toda a parte teórica da matemática financeira, mas sim apenas uma revisão simples destes conceitos com objetivo de facilitar as análises de investimentos.

Atividades

a) Uma aplicação rende 2,20% ao mês, com capitalização diária. Qual a taxa diária equivalente e qual a taxa efetiva ao mês?

b) Uma empresa obteve um financiamento a taxa de 18% ao ano, com capitalização mensal. Calcule qual a taxa equivalente mensal e qual a taxa efetiva anual da operação.

(23)

c) Uma máquina pode ser comprada, sem entrada, em três parcelas sucessivas de R$ 2.400,00, R$ 2.600,00 e R$ 2.800,00. O fabricante afirma que cobrou juros de 0,5% ao mês. Qual é preço à vista da máquina?

d) Você vai dispor de algum recurso para aplicar em alguma forma de rendimento nos próximos meses: uma entrada de R$ 1.200,00, e três parcelas sucessivas de R$ 1.500,00, R$ 1.300,00 e R$ 1.100,00. Se você conseguir uma aplicação que remunere a 2% ao mês, quanto terá acumulado no final do período de 3 meses?

e) Você está liderando o processo de modernização do parque industrial de uma empresa. Determinada máquina é essencial para o investimento, mas a empresa está com dificuldades no fluxo de caixa para assumir as prestações referentes ao financiamento. O fabricante propõe, então, financiar o equipamento pelo prazo final de 6 meses com carência de 3 meses nas seguintes condições: a primeira parcela (no quarto mês) é de R$ 1.000,00 e aumenta em R$ 300,00 ao mês de forma cumulativa. O fabricante afirma cobrar juros de 1,5% ao mês. Qual é o preço a vista dessa máquina?

f) O Sr. Antônio é um investidor privado e cliente especial do FBC Investimentos, instituição financeira gerenciadora de ativos privados. O FBC Investimentos possui uma solicitação de crédito (empréstimo) de valor elevado feita pelo Sr. Antônio, todavia, a financeira não quer arcar sozinho com os R$ 385 milhões solicitados. O cliente se propõe a pagar R$ 100 milhões por ano durante 7 anos. O FBC Investimentos, então, propôs o aporte de recursos de 60% por parte do Sr. Antônio com recebimentos anuais de R$ 50.000,00 durante 7 anos. A instituição vai financiar os 40% restantes da operação e também vai receber R$ 50.000,00 por ano durante 7 anos, e será o gestor e garantidor da operação. A FBC Investimentos apurou que, normalmente, as aplicações do Sr. Antônio rendem 10% ao ano. Analise o fluxo de caixa para as duas opções de investimento do Sr. Antônio e compare os resultados, justificando se o Sr. Antônio deve ou emprestar seus recursos para o FBC Investimentos.

g) O Sr. Martins tem R$ 10 mil para investir hoje por um prazo de 3 anos. Três bancos ofereceram proposta: o Banco A ofertou capitalizar os juros numa base anual; o Banco B, capitalizar os juros duas vezes ao ano, e o Banco C, capitalizar os juros a cada trimestre. Os três bancos oferecem a mesma taxa anual de 4%. Pergunta-se: qual o montante que o Sr. Martins teria ao final do terceiro ano por banco e qual a taxa efetiva anual que cada banco oferece?

(24)

h) Vamos supor que sua empresa esteja adquirindo um torno mecânico pelo valor de R$ 30 mil. Existem duas propostas, cujo investimento inicial é o mesmo. Após a análise do fluxo lí

quido de

caixa das duas propostas, os valores líquidos gerados de cada alternativa foram os seguintes:

Ano Alternativa A Alternativa B 1 10.000,00 17.000,00 2 10.000,00 9.000,00 3 12.000,00 10.000,00 4 14.000,00 15.000,00 5 16.000,00 10.000,00

Considerando que a empresa trabalha com uma TMA de 10% ao ano, analise qual será o melhor projeto tomando como base a TIR.

i) Você foi promovido à função de tesoureiro de uma pequena empresa comercial. Desconfiando de que o cheque especial da empresa está custando muito caro, você opta por fazer os cálculos de quanto a empresa está pagando de juros por essa fonte de financiamento de curto prazo. Recentemente, a conta ficou devedora em R$ 1.350,00 nos últimos sete dias do mês. No oitavo dia, coincidentemente o último dia do mês, um cliente depositou R$ 2.000,00 e o saldo ficou positivo em R$ 621,65. Qual é a taxa de juros cobrada pelo banco ao dia e qual a taxa efetiva ao mês que está sendo cobrada?

(25)

3 Técnicas de análise de investimentos

Este capítulo tem como objetivos calcular, interpretar e avaliar o período de payback e taxa de retorno. Além disso, mostramos como aplicar o valor presente líquido (VPL) e a taxa de retorno para os fluxos de caixa relevantes, com intuito de escolher os dispêndios de capitais estáveis. Buscamos também usar perfis de VPL para comparar técnicas deste e de taxa interna de retorno (TIR) sob a luz de classificações conflitantes, discutir as duas abordagens básicas, reconhecer análises de sensibilidade e cenário, árvores de decisão e simulação como abordagens comportamentais para lidar com risco de projetos e riscos inerentes. Finalizando, entendemos o cálculo, as abordagens distintas, os aspectos práticos de equivalentes de certeza e as taxas de desconto ajustadas ao risco.

3.1 Técnicas não sofisticadas

As técnicas não sofisticadas são aquelas em que não se considera o valor do dinheiro no tempo. Acompanhe a seguir cada uma delas:

a) Payback

O payback é o intervalo de tempo necessário para a empresa recuperar seu investimento inicial em um projeto calculado a partir de seus fluxos de caixa. Seguem os seguintes critérios para decisão:

 Se o período de payback for menor do que o período de payback máximo aceitável, aceitar o projeto.

 Se o período de payback for maior do que o período de payback máximo aceitável, rejeitar o projeto.

Para entendermos sua aplicação, acompanhe um exemplo:

Uma empresa possui duas alternativas de projetos, com investimento inicial de R$ 45.000,00. Os dois projetos apresentam o seguinte fluxo de caixa (ingressos), conforme pode ser visto na Tabela 1:

(26)

Pelo critério do payback, observamos que o projeto 2 é melhor, pois a empresa recupera o capital investido em dois anos (ano 1 + ano 2 = R$ 45.000,00). Analisamos que os fluxos de caixa após a recuperação do capital são ignorados, sendo esta uma das principais falhas do método.

b) Taxa de retorno

Taxa de retorno é a quantia de capital que foi gerada de volta para o investidor em relação ao valor aplicado por ele em termos porcentuais, desconsiderando-se o tempo. O cálculo é feito em função do valor médio de retorno auferido no período do investimento. Considerando o exemplo anterior, vamos verificar o seguinte:

Projeto 1 Valor investido = R$ 45.000,00

Soma dos fluxos de caixa = R$ 130.000,00

Retorno médio = R$ 130.000,00

Dividindo o retorno médio por 2,5, teremos R$ 52.000,00. Portanto, calculamos a taxa de retorno dividindo este resultado pelo valor investido, que em porcentagem será:

Taxa de retorno = R$ 52.000,00 / R$ 45.000,00 = Taxa de 115%

Fazemos o mesmo com o projeto 2:

Projeto 2 Valor investido = R$ 45.000,00

Soma dos fluxos de caixa = R$ 75.000,00

Retorno Médio = R$ 30.000,00 (R$ 75.000,00/2,5)

Taxa = R$ 30.000,00/R$ 45.000,00 = 66,66%

(27)

Resposta: Pelo método, a melhor alternativa é o projeto 1.

3.2 Técnicas sofisticadas de análise de investimento de capital

As técnicas sofisticadas de análise de investimento de capital consideram o valor do dinheiro no tempo. A avaliação de alternativas deve-se a fatores econômicos, fatores financeiros e fatores intangíveis.

As análises são necessárias em função do custo de capital, das incertezas nas previsões e da lucratividade.

Princípios fundamentais da análise de Investimentos, segundo Pilão e Hummel7:

 Todas as decisões são tomadas a partir de alternativas;

 É necessário um denominador comum a fim de tornar as decisões mensuráveis;  Apenas as diferenças entre as alternativas são relevantes;

 Decisões separáveis devem ser tomadas isoladamente;

 Um certo peso deve ser dado para os graus de incertezas das varias previsões realizadas;  É fundamental que se conheça o retorno ou a TMA (taxa mínima de atratividade) da

mínima remuneração aceitável, levando em conta a taxa de juros e o grau de incerteza dos valores do fluxo de caixa.

3.2.1 Método do VAUE

O método de valor presente líquido anualizado (VAUE) é o mesmo que método do valor uniforme equivalente (PMT). Acompanhe o exemplo:

A Cia. de Produtos Siderúrgicos PPB está avaliando a compra de uma máquina que custará R$ 52.800,00 já com a instalação e que terá uma vida útil de 8 anos (depreciação linear) para substituir uma máquina de operação manual. Com isso, a PPB espera uma efetiva redução de custos, devido à eliminação de dois operadores, e menor estrago de materiais. Sabe-se que haverá alguns custos adicionais como energia, suprimentos e reparos. As economias anuais

(28)

Suponha que o imposto de renda sobre os lucros incrementais seja calculado pela alíquota de 36% ao ano e que o retorno normal seja de 12% ao ano após os impostos. Calcule o VAUE e a taxa interna de retorno e avalie se o negócio é viável ou não.

O valor do investimento é de R$ 52.800,00 com uma vida útil de 8 anos e depreciação

linear. Isso significa que o valor da depreciação é: R$6.600,00 anos 8 52.800,00 R$  a ser deduzido

como despesa. É importante ressaltar que a depreciação é uma despesa que é deduzida do imposto de renda, mas da qual não existe o desencaixe. Conforme a Tabela 2, o fluxo de caixa da operação será:

Tabela 2 – Fluxo de caixa

Fluxo de caixa R$ 12.100,00

Depreciação (R$ 6.600,00)

Lucro antes do Imposto de Renda

R$ 5.500,00 Imposto de Renda (R$ 1.980,00)

Lucro líquido R$ 3.520,00

Depreciação (+) R$ 6.600,00 Fluxo líquido de caixa R$ 10.120,00

Utilizando a HP: 52.800,00 CHS G CFo = 10.120,00 G CFj = 8 G Nj = I = 12% FNPV = (R$ 2.527,49) R$ 2.527,49 CHS PV 12 i 8 n

PMT = R$ 508,79  VAUE (R$ 508,79) por ano durante 8 anos.

Considerando que o valor do VAUE é negativo, isso significa que o projeto não é viável, além do que a TIR de 12% ao ano.

3.2.2 Método do Valor Presente

(29)

No método do Valor Presente (VP), todos os fluxos de caixa são descontados na data zero do investimento (investimento inicial). A taxa utilizada para descontar os fluxos de caixa é a TMA (taxa mínima de atratividade do projeto), em que:

Valor Presente – VP (Calculadora HP)

Valor Presente Líquido – VPL (Quando se utiliza o fluxo de caixa da calculadora HP)

Decisão:

A melhor alternativa é aquela que apresentar o maior valor presente.

Exemplo:

Um empresário vai investir na aquisição de um equipamento o valor de R$ 2.000.000,00 com vida útil de 8 anos e valor de revenda de R$ 300.000,00 ao final do 8º ano. Os custos operacionais anuais nos primeiros três anos serão de R$ 185.000,00 A partir do quarto ano (inclusive) os custos vão crescer na base de R$ 25.000,00 por ano. Avalie se o projeto é viável ou não pelo método do Valor Presente considerando uma TMA de 10% ao ano e um faturamento anual de R$ 620.000,00 para os próximos 8 anos.

O fluxo de caixa do problema será o seguinte:

Investimento (R$ 2.000,000,00) (R$ 2.000.000,00) CHS G CFo

Receitas Desp. Operacionais Fluxo Líquido

Ano 1 R$ 620.000,00 (R$ 185.000,00) R$ 435.000,00 G CFj Ano 2 R$ 620.000,00 (R$ 185.000,00) R$ 435.000,00 G CFj Ano 3 R$ 620.000,00 (R$ 185.000,00) R$ 435.000,00 G CFj Ano 4 R$ 620.000,00 (R$ 210.000,00) R$ 410.000,00 G CFj Ano 5 R$ 620.000,00 (R$ 235.000,00) R$ 385.000,00 G CFj Ano 6 R$ 620.000,00 (R$ 260.000,00) R$ 360.000,00 G CFj Ano 7 R$ 620.000,00 (R$ 285.000,00) R$ 335.000,00 G CFj Ano 8 R$ 620.000,00 (R$ 310.000,00) R$ 310.000,00 + R$ 300.000,00 G CFj TMA = i = 10% FNPV = Valor Presente R$ 260.558,93

Cfo = Fluxo de Caixa momento zero calculadora HP

Cfj = Fluxos de Caixa entradas e saídas de recursos - calculadora HP

TMA = i taxa de retorno exigida – calculadora HP

(30)

Ao analisarmos o projeto pelo método do valor presente, consideramos o projeto viável, pois o valor presente é positivo.

3.2.2 Taxa Interna de Retorno

A Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa de juros para a qual o valor presente é igual a zero. A taxa interna de retorno de um projeto de investimento “é a taxa que iguala o valor atual das saídas de caixa previstas ao valor atual das entradas estimadas.”8 Também pode ser conceituada como a

taxa de rentabilidade periódica equivalente de um investimento, geralmente, definida por períodos anuais. Mede a lucratividade de um investimento.

Exemplo:

Uma determinada empresa vai investir R$ 600,00 na compra de um equipamento com vida útil de 5 anos, depreciado linearmente, com valor residual de R$ 200,00. As receitas brutas somam R$ 500,00 por ano, a partir do primeiro ano; o Pis/Cofins representa 0,8% sobre as receitas brutas; o ICMS, 14% sobre as receitas brutas; o CPV (Custo dos Produtos Vendidos) R$ 200,00 por ano; e o Imposto de Renda sobre os lucros é de 40%. A empresa vai investir mais R$ 120,00 em capital de giro. A TMA da empresa é de 12% ao ano. Avalie o investimento pelos métodos da TIR e do VPL e decida se o negócio é viável ou não.

Antes de iniciar a análise, é preciso determinarmos o fluxo de caixa da operação, considerando os dados do problema:

Receitas Brutas Anuais R$ 500,00 (-) Pis/Cofins 0,8% (R$ 4,00) (-) ICMS 14% (R$ 70,00) (-) CPV (R$ 200,00) (-) Depreciação (R$ 120,00) = Lair R$ 106,00 (-) IR 40% (R$ 42,40) = Lucro Líquido R$ 63,60 + Depreciação R$ 120,00 = Fluxo Líquido R$ 183,60

30

(31)

No exemplo, o investimento inicial será de R$ 600,00 + R$ 120,00 relativos ao capital de giro, o que significa um desembolso inicial de R$ 720,00.

Observe que o equipamento será vendido por R$ 200,00 (valor residual) e que ao final do quinto ano estará todo depreciado, valendo zero. O mesmo está sendo vendido por R$ 200,00 e isso significa lucro, e sobre este lucro será cobrado o imposto de renda de 40,00% ou seja R$ 80,00. A empresa receberá liquido ao final do quinto ano pela venda da máquina R$ 120,00.

Considerando essas informações, com a utilização da HP 12 C vamos obter o seguinte resultado quanto ao fluxo de caixa final da operação:

Investimento inicial (R$ 600,00 + R$ 120,00) (R$ 720,00)CHS G CFo

Ano1 R$183,60 R$ 183,60 G CFj Ano 2 R$ 183,60 R$ 183,60 G CFj Ano 3 R$ 183,60 R$ 183,60 G CFj Ano 4 R$ 183,60 R$ 183,60 G CFj Ano 5 R$ 183,60 + R$120,00 R$ 303,60 G CFj Taxa (TMA) I 12%

Valor Presente Líquido FNPV R$ 9,93

Taxa Interna de Retorno TIR 12,516%

Cfo = Fluxo de caixa momento zero – calculadora HP

CFj = Fluxos de caixas seguintes (entradas e saídas) – calculadora HP I = Taxa = Taxa mínima de atratividade

FNPV = Valor presente líquido – calculadora HP

IRR = TIR  Taxa interna de retorno do projeto – calculadora HP

A taxa interna de retorno do projeto representa 12,516% ao ano, portanto, o projeto deverá ser aceito, pois a TIR é maior que a TMA da empresa.

3.3 Considerações sobre as técnicas

Quanto às técnicas, fazemos algumas considerações:

 MÉTODO DO VAUE > Indicado a análises que envolvem as atividades operacionais da empresa para investimentos que são normalmente repetidos.

 MÉTODO DO VP > Adequado a investimentos que envolvem o curto prazo ou que se realizem num pequeno número de períodos.

(32)

 MÉTODO DA TIR > Permite uma análise com maior transparência dos investimentos, facilitando a comparação com índices gerais, setoriais, rentabilidade etc.

(.) Ponto final

A partir das técnicas de análise de investimento de capital se tem condições de avaliar os projetos de uma empresa, considerando as técnicas sofisticadas. Contudo, o maior problema na avaliação de um investimento é se estabelecer as premissas ou propostas e se fazer uma interpretação correta. Se o ponto de partida estiver errado, com certeza a análise terá falhas e levará à tomada de decisões erradas.

Os exemplos nos três métodos apresentados são um tanto complexos em termos de dados porém, expressam de forma prática como se avalia um projeto de investimento numa empresa.

Atividades:

a) Após a venda de seus ativos para os grupos Brasken, Petrobras e Ultra, a holding Petróleo Ipiranga S.A. está a procura de novos investimentos. Uma das oportunidades é investir na compra dos direitos de exploração de uma mina de Ouro no Amazonas. O custo do investimento será de US$ 800.000,00. O negócio vai gerar entradas líquidas de caixa na ordem de US$ 100.000,00 no primeiro ano. Projeta-se um crescimento de 20% ao ano a partir dos próximos 4 anos. No quinto ano, a mina será abandonada é terá um custo de US$ 50.000,00 para retirada de equipamentos e sucatas. Sabendo-se que a Ipiranga S.A. exige um retorno líquido de 10% sobre seus projetos, será que o grupo pode fechar o negócio? Qual a o retorno efetivo do negócio e quanto representa o valor atual do fluxo de caixa do projeto?

b) Um automóvel está sendo financiado em 4 parcelas iguais de R$ 8.000,00 a taxa de 4% de juros ao mês, sendo a primeira a vencer em 30 dias. Qual é o valor do automóvel ao final do período de pagamentos? Se você fosse comprar o veículo à vista, qual seria o preço a ser pago?

c) Um determinado país lançou um título no mercado internacional pagando juros semestrais de 10,75%, com capitalização mensal. O governo brasileiro está remunerando seus títulos a uma taxa de 23,86% ao ano. Qual a melhor alternativa, investir no mercado internacional ou no mercado brasileiro? Justifique sua resposta.

d) Uma empresa avalia um projeto com os seguintes fluxos de caixa:

Ano Fluxo de Caixa 0 (R$ 900)

1 R$ 1200

(33)

I. Se a empresa exigir um retorno de 10% em seus investimentos, deverá aceitar esse projeto? II. Calcule qual a taxa interna de retorno deste projeto.

e) “Uma indústria financia suas vendas a prazo aplicando juros efetivos de 10% ao mês. Determine o valor das prestações postecipadas para uma venda de R$ 250.000,00, considerando que há duas alternativas de pagamento: a) em 12 parcelas mensais; b) em 4 parcelas trimestrais. Considerando as duas alternativas, informe qual o valor das parcelas se for em 12 meses e em 4 parcelas trimestrais.”(SITE prof. ...,2009)

(34)

4 Orçamento de Capital

O objetivo é demonstrar como elaborar um orçamento, considerando todas as variáveis do investimento e incluindo análises sobre o efeito da depreciação no investimento inicial.

4.1Conceito

Orçamento de capital é o processo que consiste em avaliar e selecionar investimentos a longo prazo coerentes com os objetivos da empresa de maximizar a riqueza do acionista.

Quanto à forma de desembolso, o mesmo pode ser interpretado da seguinte maneira:

• Dispêndio de capital: é o desembolso de fundos realizado pela empresa com a expectativa de gerar benefício após um ano;

• Dispêndio corrente: e o desembolso de fundos, resultando em benefícios auferidos em menos de um ano.

Entre os motivos que levam uma empresa a efetuar um dispêndio de capital, destacamos a expansão, a substituição, a modernização, entres outros.

As empresas, via de regra, em termos de investimentos de capital, caracterizam-se como:

• Capital intensivo: necessita de grandes investimentos em máquinas e equipamentos;

• Trabalho intensivo: empresas cujos investimentos são maiores no emprego de mão de obra.

4.2 Processo de orçamento de capital

O processo para se elaborar o orçamento de capital consiste em geração da proposta, avaliação e análise, tomada de decisão, implementação e acompanhamento.

Os projetos em termos de orçamento de capital podem ser:

• Projetos independentes: Nesse tipo de projeto, os fluxos de caixa não têm relação de subordinação um com o outro. Ainda que se aprove um fluxo, não se exclui a necessidade de aprovação dos outros.

(35)

• Projetos mutuamente excludentes: ao contrário do citado anteriormente, este tem como condição a dependência na aquiescência de um projeto. Se um projeto é aceito, automaticamente os demais são desconsiderados, pois são projetos com a mesma função (competitivos).

Exemplo:

Uma indústria pretende realizar os seguintes investimentos limitados ao valor de R$ 1.000.000,00:

Proposta:

1. Uma prensa hidráulica no valor de R$ 100.000,00; 2. Uma máquina injetora no valor de R$ 200.000,00; 3. Veículos para vendas no valor de R$ 150.000,00; 4. Ampliação de instalações no valor de R$ 300.000,00; 5. Uma dobradeira de chapas no valor de R$ 350.000,00; 6. Construção de uma fábrica no valor de R$ 1.000.000,00.

São:

Projetos independentes: 1; 2; 3 e 4.

Projetos mutuamente excludentes: 2 e 3 com 5, pois a soma de seus investimentos “projetos” (2 e 3), assim como o projeto 5 somam R$ 350.000,00. Se a empresa optar em fazer os projetos de 1 a 4, os mesmos somam R$ 750.000,00, ao passo que o projeto 6 soma sozinho R$ 1.000.000,00, ou seja, ou se executa o lote de 1 a 4 ou somente o projeto 6 em função da restrição orçamentária.

4.3 Fluxo de caixa de um investimento

Diversos autores, entre eles Gitman9, em Princípios de Administração Financeira, descrevem

as etapas para se elaborar o fluxo de caixa de um investimento, as quais transcrevemos de forma resumida:

(36)

 Decisões de investimento: avaliação de propostas com critérios mínimos. Aceitar ou rejeitar o investimento;

 Fluxos de caixa relevantes: incluem o investimento inicial, as entradas operacionais de caixa e um fluxo de caixa residual. Em outras palavras, representam a saída de caixa incremental após os impostos (investimentos) e as entradas de caixa subsequentes resultantes, associadas a um dispêndio de capital proposto;

 Fluxos de caixa incrementais: são os fluxos de caixa adicionais — entradas ou saídas — que se espera obter como resultado de uma proposta de dispêndio de capital;

 Investimento inicial: é a saída de caixa relevante no instante zero associada a um projeto proposto;

 Entradas operacionais de caixa: são as entradas de caixa incrementais após os impostos originárias do projeto ao longo de sua vida;

 Fluxo de caixa residual: “É o fluxo de caixa não operacional, após o imposto de renda, que ocorre no final do projeto, em geral decorrente da liquidação do projeto.”10

4.4 Investimento inicial

+ Custo do ativo + Custo de instalação

- Resultado, após IR, obtido com venda do ativo velho +/- Imposto de Renda

+/- Variação do capital circulante líquido

 Custo do ativo: é a saída líquida de caixa exigida pelo novo ativo;

 Custo de instalação: qualquer custo adicional necessário para se colocar um novo ativo em funcionamento;

 Custo do ativo instalado: é o custo do ativo mais os custos de instalação e equivale ao seu valor depreciável;

 Resultado após o IR: é obtido pela venda do ativo velho, ou seja, é o resultado obtido na venda do ativo velho menos o imposto de renda incidente;

 Resultado da venda de ativos velhos: entradas de caixa, líquidas de quaisquer custos de venda ou remoção, resultantes da venda de um ativo existente;

 IR incidente sobre a venda de um ativo velho: e o valor do IR que decorre da relação entre o preço de venda de um ativo e seu preço inicial de compra com seu valor contábil.

(37)

 Valor contábil: Valor do ativo dado pelo seu custo total inicial, menos (-) a depreciação acumulada.

Fonte: Adaptado de Oliveira, 2009.

Exemplo:

A empresa XPT vai realizar um investimento no valor de R$ 380.000,00 na aquisição de uma máquina injetora. O custo de instalação deste equipamento soma R$ 20.000,00. Conforme a legislação vigente, este equipamento será depreciado pelo método acelerado em 5 anos. O equipamento atual foi adquirido pelo valor de R$ 240.000,00, possuindo três anos de uso, sendo que a depreciação é acelerada por 5 anos. Este equipamento está sendo vendido por R$ 280.000,00.

Considerando a aquisição da injetora, a empresa vai aumentar sua necessidade de investimento em giro em R$ 35.000,00, e vai também aumentar seu passivo circulante em R$ 18.000,00. Considerando que o imposto de renda sobre os lucros e ganhos de capital seja de 40%, qual será o investimento inicial do projeto?

Tabela 3 – Análise da máquina atual: depreciação

A variação do capital circulante líquido corresponde à diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante, ou seja, R$ 35.000,00 (ativo circulante) – R$ 18.000,00 (passivo circulante) = Variação do capital circulante líquido. Isso significa um desembolso de R$ 17.000,00 em termos de investimento.

Período

Em R$ % dep. dep. (R$) V.Livro (R$)

Ano 1 240.000,00 20% 48.000,00 192.000,00 Ano 2 192.000,00 32% 76.800,00 115.200,00 Ano 3 115.200,00 19% 45.600,00 69.600,00 Ano 4 69.600,00 12% 28.800,00 40.800,00 Ano 5 40.800,00 12% 28.800,00 12.000,00 Ano 6 12.000,00 5% 12.000,00 0,00 Totais 100% 240.000,00

(38)

O imposto de renda a pagar incide sobre o lucro auferido pela revenda do ativo, isto é, R$ 280.000,00 (valor de revenda) menos R$ 69.600,00 = R$ 210.400,00 de lucro. Considerando que o imposto de renda sobre o lucro é 40%, ou seja, R$ 210.400,00 x 40% teremos o valor do Imposto de Renda igual a R$ 84.160,00 conforme demonstrado na tabela de cálculo abaixo.

Tabela 4 – Tabela de valores calculados

Calculo do investimento inicial:

Custo de aquisição do novo ativo (-) R$ 380.000,00 Custo de instalação (-) R$ 20.000,00 Imposto de Renda s/lucros (-) R$ 84.240,00 Aumento do capital circulante (-) R$ 17.000,00 Total do investimento (-) R$ 501.240,00 Venda da máquina velha R$ 280.000,00 Desembolso inicial = (-) R$ 221.240,00*

Obs.: Este valor significa o valor do desembolso inicial no fluxo de caixa, ou seja, uma saída de recursos no momento zero.

4.5 Análise de investimentos com múltiplas alternativas

As empresas, de um modo geral, não possuem fundos ilimitados para aplicação (investimento) de seus recursos, porém as alternativas e as prioridades são muitas. A importância de se analisar os investimentos com múltiplas alternativas prende-se ao fato de se optar pela maior rentabilidade possível sobre as diversas propostas ou mesmo prioridades.

Valor de revenda R$ 280.000,00

Valor contábil no terceiro ano R$ 69.600,00

Lucro sobre a venda R$ 210.400,00

Imposto de Renda s/lucro 40% R$ 84.160,00

Lucro real (ganho de capital) = valor de revenda - IR R$ 195.840,00

(39)

a) Projetos pequenos em relação ao orçamento: Regras básicas:

1Ordenar as alternativas em ordem decrescente de acordo com o método utilizado de avaliação utilizado e aceitar todos aqueles primeiros cuja soma dos investimentos for imediatamente inferior ao orçado.

2 Admite-se que, como os projetos são pequenos em relação ao orçamento disponível, que as sobras também possam ser negociáveis.

3 Uma vez que os critérios do VP e da TIR podem levar a avaliações diferentes, é possível que a utilização do método do VP conduza a um portfólio diferente. 4 É necessário então, calcular o VP dos projetos com a nova TMA. Se os projetos selecionados forem os mesmos (mesmo com ordenação diferente) este será o portfólio.11

Exemplo: Kleimann Neto e Souza na apostila sobre análise de investimentos, apresenta um exemplo que retrata muito bem a análise de investimento com múltiplas alternativas:

Uma empresa dispõe de R$ 100 mil para investir em projetos independentes. Determinar o portfólio de investimentos se sua taxa mínima de atratividade (antes da seleção) é de 10% a.a.

Tabela 5 – Fluxo de Caixa dos projetos propostos

Considerando que a TMA (taxa mínima de atratividade) da empresa é de 10% calcule a taxa de retorno e o valor presente líquido de cada projeto e elimine todos aqueles cuja taxa de retorno for inferior a 10%.

Na tabela 6 a seguir, acompanhe o demonstrativo dos retornos de cada projeto e sua ordenação, considerando a Taxa Interna de Retorno (TIR) e o Valor Presente Líquido (VPL):

Tabela 6 – Demonstrativo dos retornos

Receitas

Projeto Inv. Inicial (R$) Ano 1 (R$) Ano 2 (R$) Ano 3 (R$) Ano (R$)

A - 28,55 10,00 10,00 10,00 10,00 B - 48,04 20,00 20,00 20,00 ZERO C - 47,55 15,00 15,00 15,00 15,00 D - 16,90 10,00 10,00 ZERO ZERO E - 28,80 20,00 20,00 ZERO ZERO F - 59,60 18,00 18,00 18,00 18,00 G -16,63 12,00 12,00 zero zero H -13,16 10,00 ZERO ZERO 10,00 I - 12,44 5,00 5,00 5,00 5,00

Referências

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