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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA

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Academic year: 2021

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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS GERADAS PELA EMBRAPA

1. IDENTIFICAÇÃO DA TECNOLOGIA

1.1. Nome/Título

Produção de Carne em Sistemas Integrados de Produção (ILP/ILPF).

1.2. Eixos de Impacto do VI Plano Diretor da Embrapa Indique em qual eixo de impacto do VI PDE se enquadra a tecnologia avaliada:

Eixo de Impacto do VI PDE

x Avanços na busca da Sustentabilidade Agropecuária Inserção estratégica do Brasil na Bioeconomia

Suporte à Melhoria e Formulação de Políticas Públicas Inserção Produtiva e Redução da Pobreza Rural

Posicionamento da Embrapa na Fronteira do Conhecimento Não se aplica

1.3. Descrição Sucinta

O Brasil tem destaque importante na produção de carne bovina no mundo. A estimativa do IBGE em 2017 foi de um rebanho de aproximadamente 218 milhões de animais. Conforme o departamento de agricultura dos Estados Unidos (USDA), em 2017 esse valor representou aproximadamente 23% do rebanho mundial e coloca o Brasil como o 2º maior exportador de carne bovina.

O sistema brasileiro, com destaque para a produção à pasto, é evidenciado nos números das áreas de pastagens no país, que chega a aproximadamente 54 milhões de hectares de pastagens no Bioma Cerrado (Sano et al., 2018).

Desta estimativa, acredita-se que entre 50 e 70% das áreas com pastagens estejam com algum grau de degradação, em função do manejo inadequado quanto à lotação do rebanho e reposição de nutrientes no solo. As características do solo também são fatores

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que podem interferir na qualidade das pastagens, sobretudo aqueles com textura arenosa, onde o efeito dessa degradação é mais evidente (Dias-Filho, 2011a b).

É neste cenário que tecnologias visando a sustentabilidade da agropecuária, tem se destacado e cada vez mais vem demonstrando seu potencial de aliar a produção com qualidade ambiental e rentabilidade econômica.

Na Figura 1, é possível observar as áreas com cobertura de pastagem no bioma Cerrado (em amarelo), conflitando com as áreas de pastagem com algum nível de degradação (em vermelho). Há, nesse aspecto, muitas áreas que demandam diferentes níveis tecnológicos e diferentes práticas/modelos de produção para sua renovação/recuperação, considerando os benefícios que serão gerados quanto aos aspectos ambientais e econômicos.

Figura 1. Mapa com indicação das áreas de pastagens no Bioma Cerrado (https://pastagem.org/atlas/map)

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Tecnologias como Integração Lavoura-Pecuária (ILP) e Integração Lavoura-Pecuária Floresta (ILPF) vêm crescendo nos últimos anos como opção para os produtores, aliando a produção de grãos, carne e alguns modelos que incorporam árvores, em uma mesma área.

A área estimada de ILPF em Mato Grosso do Sul (Figuras 2 e 3), é de aproximadamente 2.085.518 ha, o que representa em torno de 10,69% das áreas com integração, comparativamente às áreas sob uso agropecuário (Faria, 2016).

Figura 2. Informações do Folder ILPF em Núm3ro5, com estimativa das áreas de ILPF

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Os cultivos podem ser consorciados, em sucessão ou em rotação e por isso vários modelos podem ser implantados, de acordo com a necessidade ou objetivos estabelecidos pelo produtor rural (Faria, 2016).

No presente trabalho, foi avaliado o impacto da renovação de pastagens na produção de carne, utilizando-se os sistemas ILP e ILPF em Mato Grosso do Sul. Trata-se de uma prática que visa melhorar o desempenho das forrageiras em um solo corrigido, devidamente adubado com os nutrientes necessários e com a escolha da melhor espécie de pastagem, levando-se em conta o tipo de solo, assim como nível de tecnologia a ser empregada para sua manutenção no tempo e a sua finalidade. Conforme abordado por Macedo et al. (2000), a recuperação da pastagem caracteriza-se pelo reestabelecimento da capacidade produtiva da forrageira, mantendo-se a mesma espécie/cultivar. No caso da renovação de pastagens, pode haver a introdução de uma nova cultivar ou espécie em substituição à pastagem degradada.

Esta prática agropecuária é uma das recomendações feitas, agregada (ou não) a outras práticas que podem compor diferentes modelos de ILP/ILPF. No estudo em questão, a renovação de pastagens foi realizada com a proposta de melhorar a qualidade do pasto oferecido aos animais, com objetivo de ganhos em produtividade na produção de carne. Nesse sentido, a escolha da forrageira deve atender não apenas às necessidades do pecuarista, mas ser adequada às características edafoclimáticas do ambiente em que será inserida (Macedo et al., 2013).

1.3.1 Aspectos metodológicos da avaliação de impactos

Este trabalho de avaliação de impacto da produção de carne em sistemas de ILP/ILPF difere de trabalhos anteriores, uma vez que a obtenção das informações foi realizada de forma diferenciada. Foram envolvidos técnicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul (SENAR MS), que nos Programas Mais Inovação e ABC Cerrado, atendiam produtores usuários da tecnologia de renovação de pastagens em suas áreas de ILP/ILPF, com enfoque na produção de gado de corte. No método tradicional, as entrevistas realizadas para obter as informações necessárias, são realizadas pelas equipes das unidades da Embrapa.

Como resultado da parceria entre a Embrapa Agropecuária Oeste e o SENAR MS, foi possível realizar entrevistas com mais de 100 produtores envolvidos no Programa ABC

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Cerrado no estado de Mato Grosso do Sul, com intuito de avaliar a partir do Ambitec-Agro, os impactos ambientais e socioeconômicos envolvidos na adoção da tecnologia.

Para tanto, foi criado um questionário baseado na planilha Ambitec-Agro, para aplicação direta pelos técnicos aos produtores. Para essa fase, os técnicos foram capacitados pela equipe da Embrapa, visando a aplicação dos questionários aos produtores.

Como nem todos os produtores envolvidos nos programas do SENAR MS utilizaram a mesma tecnologia (renovação de pastagens em ILP/ILPF), pois alguns produtores tinham atividade com aptidão para gado leiteiro e outros não realizaram renovação e sim recuperação de pastagens, optou-se por selecionar 10 propriedades representativas no estado para compor as informações discutidas neste trabalho. Os questionários realizados com os demais produtores, que utilizam outras tecnologias em ILP/ILPF, serão analisados em outro trabalho.

A parceria demonstrou a possibilidade de incorporar os atores diretamente envolvidos no processo de adoção, e medir os impactos e benefícios gerados pela tecnologia. Este aspecto reforça não apenas o envolvimento do técnico e do produtor em uma “auto avaliação” da tecnologia, mas valida também o trabalho da assistência técnica que na visão do produtor aponta as mudanças efetivas decorrentes dessa adoção.

Cabe lembrar que o papel da Embrapa na geração da tecnologia é fundamentalmente gerar uma prática, processo ou produto acessível ao seu público-alvo. No entanto, o processo de adoção tem na assistência técnica um veículo que pode levar o conhecimento de forma ágil, completa e amparada em uma indicação personalizada para atender cada cliente em suas necessidades.

Os produtores envolvidos na amostra consultada foram todos capacitados pelo Senar MS, onde foram elaborados projetos com utilização das tecnologias personalizadas para cada propriedade. Os técnicos acompanharam as propriedades pelo período de 2 anos com visitas mensais de pelo menos 8 horas.

Esse modelo reforça a importância da parceria com a assistência técnica tanto nas ações de transferência de tecnologias como na avaliação do seu impacto, considerando que a Ater pode contribuir para a Embrapa ampliar a abrangência da sua atuação e melhorar a capilaridade/presença nos municípios, por meio desse agente de desenvolvimento que pode levar a qualquer tempo as tecnologias que fazem diferença no dia-a-dia e na vida do produtor rural.

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1.4. Ano de Início da geração da tecnologia:

2008

1.5. Ano de Lançamento: 2015

1.6. Ano de Início da adoção: 2018

1.7. Abrangência da adoção:

Selecione os Estados onde a tecnologia selecionada está sendo adotada:

Nordeste Norte Centro Oeste Sudeste Sul

AL AC DF ES PR BA AM GO MG RS CE AP MS x RJ SC MA PA MT SP PB RO PE RR PI TO RN SE 1.8. Beneficiários

Os beneficiários diretos da tecnologia são os produtores rurais que utilizam como modelo de produção os sistemas integrados, sejam lavoura e pecuária ou lavoura, pecuária e floresta.

Na área de abrangência, o perfil do produtor é de médio e grande porte, com maior potencial de investimento nas atividades que envolvem tanto a produção de grãos, assim como a atividade pecuária. Os produtores de pequeno porte tem o apoio de alguns programas que envolvem a assistência técnica, como ABC Cerrado, liderado pelo Senar MS. Algumas iniciativas da Agência de Desenvolvimento Agrário e Assistência Técnica de Mato Grosso do Sul (Agraer MS) também promovem ações de apoio aos produtores. Em geral, o modelo para os pequenos produtores envolvem a atividade de bovinocultura de leite, tendo

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em vista a otimização dos recursos disponíveis para exploração de áreas. Em geral, a atividade da pecuária de corte tem um rendimento diferenciado comparativamente à atividade com o leite em termos de disponibilidade de área, assim como geração de renda, que no caso do leite, possibilita receita financeira mensal.

Há uma tendência de que produtores de grãos tenham mais facilidade para adaptação ao modelo (Richetti, 2016), tendo em vista que o investimento em máquinas para plantio, colheita e manejo da lavoura é menor. Já a adaptação dos pecuaristas implica na falta da experiência com o cultivo de lavouras, principalmente se tratando de espécies como soja e milho.

Há casos identificados onde há parceria entre pecuaristas e agricultores, procurando estabelecer sistemas integrados, cada qual com sua expertise, num mesmo planejamento da área. Esse modelo tende a ser altamente produtivo e benéfico, considerando o potencial dos resultados, onde cada qual pode atuar em sua área de conhecimento.

Na amostra avaliada neste estudo, foram considerados produtores de pequeno porte e médio/grande porte. A referida classificação foi baseada na categorização das normas do PRONAF, considerando prioritariamente os módulos rurais da propriedade rural em cada região.

2. IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS NA CADEIA PRODUTIVA

Considerando os modelos avaliados em sistemas integrados em Mato Grosso do Sul, a soja é a principal cultura para produção de grãos e a bovinocultura de corte na atividade pecuária.

Quanto à interação na cadeia produtiva, Richetti (2016) avaliou também no desempenho de pastagens em sistemas de ILP entre 1999 e 2013, os seguintes impactos:

• Efeito poupa-terra com impacto positivo, gerando incrementos na produção animal e vegetal (aumento de produtividade), com benefícios à sustentabilidade ambiental (conservação dos recursos naturais) e melhoria da renda (rendimento) com atividades desenvolvidas em uma mesma área;

• Aumento da competitividade da carne bovina;

• Melhoria do setor agropecuário, com consequente melhoria nas condições de vidas das famílias diretamente envolvidas nas atividades no campo, assim como melhorias indiretas com mais recursos circulando no ambiente urbano/municípios/comércio;

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• Aumento da profissionalização do setor agropecuário e da produtividade com a integração das atividades agricultura e pecuária;

• Aumento da lucratividade com as atividades, resultado de incrementos em produção e redução de custos; e

• Melhor distribuição das receitas durante o ano.

Um dos aspectos identificados no trabalho e que foi reforçado por praticamente todos os entrevistados, diz respeito à segurança de renda, principalmente em casos onde há ocorrências de adversidades climáticas. Isso porque havendo perdas com a cultura de grãos, por exemplo, os custos podem ser compensados (em parte) com a atividade pecuária, ou vice-versa. Cada atividade tem seu potencial, tempo e dinâmica de apresentar resultados, no entanto, esse fator é apresentado pelos entrevistados como fundamental na decisão de manter-se no sistema/modelo atual. A mesma situação pode ocorrer em função da oscilação de preços das commodities. Assim, a diversificação das atividades é complementar para reduzir os impactos negativos em uma condição inesperada, que pode estar relacionada ao próprio sistema de produção ou mesmo à comercialização do produto final.

Quanto ao mercado de sementes de forrageiras, que é o segmento diretamente envolvido com a produção de carne, pode-se observar a expressiva melhoria na qualidade e na oferta de sementes.

Em termos de serviços oferecidos, observa-se ativamente a participação da assistência técnica, que nos últimos anos procurou atualizar-se para oferecer um atendimento diferenciado aos clientes que tem mudado/ampliado seu perfil. No estudo avaliado, a indução de políticas públicas, como o próprio Programa ABC Cerrado foi um estímulo que proporcionou a capacitação e técnicos nessa área e induziu a adoção da tecnologia com acompanhamento efetivo no início das atividades, aspecto que certamente favoreceu a adoção pelo produtor. Vários produtores consultados da amostra relataram manter o interesse na assistência técnica do Senar MS, mesmo após o término de sua participação no programa (ABC Cerrado), tendo em vista a qualidade no atendimento prestado. Outra experiência em Mato Grosso do Sul que veio ao encontro com a proposta de melhorar a qualidade das pastagens e do solo, incorporando práticas sustentáveis ou ampliando os sistemas de produção por meio da integração (ILP ou ILPF) foi o programa do Governo do Estado denominado Terra Boa. Este programa baseado em práticas desenvolvidas e validadas pela Embrapa, também capacitou técnicos para atendimento de produtores. Além disso, o programa oferece benefícios/redução de tributos aos produtores

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que executam os projetos elaborados no sentido de reduzir os níveis de degradação solo e/ou das pastagens, por exemplo.

Nesse sentido, os impactos avaliados no presente trabalho permeou vários elos da cadeia produtiva, desde os segmentos voltados para a produção efetiva, passando pelo elo que envolve a assistência técnica e avançando para níveis mais estratégicos e com vistas ao desenvolvimento regional.

3. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS ECONÔMICOS E CUSTOS DA TECNOLOGIA

3.1. Avaliação dos Impactos Econômicos

Se aplica: sim ( x ) não ( )

A avaliação dos impactos econômicos foi baseada no “Método do Excedente Econômico”, conforme metodologia descrita em Ávila et al. (2008). Essa metodologia permite que a Embrapa estime os benefícios econômicos gerados após a adoção da tecnologia, comparando-se com uma situação anterior sem a adoção da tecnologia e demonstrando assim os retornos gerados pela tecnologia, com relação aos investimentos realizados.

3.1.1. Tipo de Impacto: Incremento de Produtividade Se aplica: sim ( X ) não( )

Tabela 3.1.1.1: Benefícios Econômicos Estimados por Incremento de Produtividade

Ano Rendimento anterior (kg/ha) Rendimento atual UM (kg/ha) Preço Unitário R$/kg Custo Adicional R$/ Ganho Unitário R$/kg/ha Participação da Embrapa % Ganho Líquido Embrapa R$/kg/ha Área de adoção (ha) Benefício Econômico R$

(A) (B) (C) (D) E=[(B-A)xC]-D (F) G=(ExF) (H) I=(GxH)

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3.1.2. Tipo de Impacto: Redução de Custos Se aplica: sim ( ) não ( X ) Tabela B - Benefícios Econômicos por de Redução de Custos (Exemplo -2009/18)

Ano Custos Anterior Kg/UM Custo Atual Kg/UM Economia Obtida R$/UM Participação da Embrapa % Ganho Líquido Embrapa R$/UM Área de Adoção Benefício Econômico

(A) (B) C=(A-B) (D) E=(CxD) (F) G1=(ExF)

X 0,00 0% 0,00 0,00

3.1.3. Tipo de Impacto: Expansão da Produção em Novas Áreas Se aplica: sim ( ) não ( X )

Tabela C - Benefícios Econômicos devido a Expansão da Produção (Exemplo -2009/18)

Ano Renda com Produto Anterior R$ Renda com Produto Atual R$ Renda Adicional Obtida R$ Participação da Embrapa % Ganho Líquido Embrapa R$/UM Área de Adoção Benefício Econômico

(A) (B) C=(B-A) (D) E=(CxD) (F) G=(ExF)

X 0,00 0% 0,00 0,00

3.1.4. Tipo de Impacto: Agregação de Valor Se aplica: sim ( ) não ( X )

Tabela D - Benefícios Econômicos devidos à Agregação de Valor (Exemplo -2009/18)

Ano Renda com Produto Anterior R$ Renda com Produto Atual R$ Renda Adicional Obtida R$ Participação da Embrapa % Ganho Líquido Embrapa R$/UM Área de Adoção Benefício Econômico

(A) (B) C=(B-A) (D) E=(CxD) (F) G=(ExF)

X 0,00 0% 0,00 0,00

3.1.5. Análise dos impactos econômicos

Na análise dessa tecnologia, consideraram-se os benefícios econômicos quanto ao indicador incremento de produtividade. Considerou-se o aumento de produtividade de 15 @/ha (Salton et al.,2013) e o preço médio de R$ 8,93/kg da carne (média do período de janeiro a dezembro/2018 – www.agrolink.com.br). A área de adoção foram considerados

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2.085.518 ha localizados em Mato Grosso do Sul, conforme estimativa de pesquisa realizada por Kleffmann Group na safra 2015/2016, encomendada pela Rede de Fomento ILPF (Faria, 2016).

Conforme metodologia institucional utilizaram-se as estimativas do Ganho Líquido da Embrapa - GL após a adoção da tecnologia e o Benefício Econômico Estimado para a avaliação dos impactos econômicos (Tabela 3.1.1.1). Considerando que a participação da Embrapa Agropecuária Oeste, no desenvolvimento e transferência da tecnologia foi de 5%, o benefício econômico estimado foi de R$ 139.687.995,64.

Tabela 3.1.5.1 : Total dos Benefícios Econômicos Estimados

Ano Benefício Econômico (R$) Acumulado (R$)

2018 139.687.995,64 139.687.995,64

3.2. Custos da Tecnologia

3.2.1. Estimativa dos Custos

Tabela 3.2.1.1: Estimativa dos custos ¹

Ano Custos de Pessoal Custeio de Pesquisa Depreciação de Capital Custos de Administração Custos de Transferência Tecnológica Total --- R$ --- 2015 151.135 205.943 17.365 16.456 64.671 455.571 2016 176.553 137.535 12.105 12.240 37.907 376.342 2017 303.522 102.670 12.384 9.287 12.563 440.428 2018 297.447 96.346 9.985 9.462 34.500 447.741 Total 928.659 542.495 51.840 47.446 149.641 1.720.083

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3.2.2. Análise dos Custos

Para estimativa dos custos com as atividades de pesquisa e de transferência de tecnologias para a produção da carne em sistemas integrados (Tabela 3.2.1.1), considerou-se:

• As estimativas de custos de projetos de pesquisa, desenvolvimento e transferência de tecnologias, desde o ano de 2015. Foram considerados: o custo de pessoal, valor de custeio da pesquisa, depreciação de capital, custos de administração e custos de transferência tecnológica. O montante acumulado foi de R$ 1.720.083,52. Deste total, R$ 542.495,73 foram gastos diretamente com o custeio de pesquisa, correspondendo a 31,54% do total.

• Os valores foram atualizados para o mês de dezembro de 2018, pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP- DI) da Fundação Getúlio Vargas.

• O custo com pessoal foi estimado com base na remuneração dos empregados envolvidos (pesquisadores, técnicos e assistentes) fornecido pelo Setor de Gestão de Pessoas da Unidade e pelo tempo estimado de dedicação no desenvolvimento e transferência da tecnologia.

• Os custos com depreciação e custos de administração foram estimados com base nos valores informados pelo Setor de Gestão Financeira da Unidade, obtidos através do SIAFI, ponderados pela dedicação do pessoal envolvido no trabalho (custo com pessoal).

• O custeio de pesquisa e de transferência tecnológica foram estimados com base no orçamento do projeto do Macroprograma 4 ( 04.13.11.001.08).

3.3. Análises de rentabilidade

Tabela 3.3.1: Fluxos de benefícios líquidos estimados 1

Ano Fluxo de benefícios Fluxo de custos Fluxo de benefícios líquidos ---R$ ---

1 0,00 455.571 -455.571

2 0,00 376.342 -376.342

3 0,00 440.428 -440.428

4 139.687.995 447.741 139.240.254

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Analisaram-se os benefícios estimados gerados e custos da tecnologia em um horizonte de quatro anos. Nos primeiros anos observa-se que não houve fluxo de benefícios, somente custos, gerando benefícios líquidos negativos, pois a tecnologia não havia sido adotada.

Tabela 3.3.2: Análises de rentabilidade – taxa interna de retorno (TIR), a relação

benefício/custo (B/C) e o valor presente líquido (VPL)

Taxa Interna de Retorno TIR

Relação Benefício/Custo

B/C (6%)

Valor Presente Líquido VPL (6%)

5 4 3 % 7 4 , 3 0 R $ 1 0 9 . 1 5 7

Para essa avaliação utilizou-se a Taxa Interna de Retorno (TIR) que é uma taxa de desconto que iguala, em determinado momento, a soma dos fluxos de caixa ao valor do investimento.

Com base nos fluxos de benefícios estimados desta avaliação, a TIR calculada foi elevada, alcançando 543%. Considera-se que a inversão em pesquisa/investimento é viável quando a TIR for maior que a alternativa de aplicação desse valor.

Para alguns autores, quando há fluxos de caixa negativos podem ocorrer falhas no cálculo da TIR (Guiducci et al, 2012). Considerando a Tabela 3.3.1, existem períodos em que estas inversões (fluxo negativo) ocorreram. Portanto, para complementar esta análise de rentabilidade, utilizou-se, também, o cálculo da TIRM - Taxa Interna de Retorno Modificada. A TIRM é um método de análise de investimentos que traz os fluxos de caixa negativos para valor presente e leva os fluxos de caixa positivos para valor futuro. O valor obtido da TIRM à taxa de reinvestimento de 6% foi de 387%, e quando consideradas outras taxas de 4% e 18%, os valores da TIRM, variam de 384% e 404%, respectivamente.

Embora os cálculos das taxas internas de retorno resultem em valores diferentes, tanto a TIR quanto a TIRM, se mantêm muito positivas, superiores aos valores utilizados como parâmetros nas taxas mínimas de atratividade, ou seja, as inversões de pesquisa (investimentos na geração da tecnologia) foram compensadas pelos benefícios econômicos estimados.

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A relação Benefício/Custo foi obtida pela divisão do benefício econômico pelo valor dos custos, à uma taxa de desconto de 6%. A análise mostra que a tecnologia obteve índice de 74,30. Esses indicadores sinalizam que os benefícios gerados com a tecnologia foram muito positivos (Tabelas 3.3.1 e 3.3.2).

Tabela 3.3.3: Análise do Valor Presente Líquido (em mil)

TMA 4% 6% 8% 10% 12% 14% 16% 18%

VPL

R$ 117.846 109.157 101.252 94.047 87.469 81.455 75.947 70.894

O Valor Presente Líquido (VPL) corresponde ao somatório dos fluxos de caixa esperados trazidos ao ano zero por uma taxa mínima de atratividade, e obtido pela diferença entre o valor presente das entradas de caixa e o valor presente das saídas de caixa. E a Taxa Mínima de Atratividade (TMA) é uma taxa de juros que representa o mínimo que um investidor ganharia quando realizasse um investimento, ou o máximo que alguém se proporia a pagar quando fizesse um financiamento. Para que seja considerado viável, o VPL deve ser maior que zero. As estimativas resultaram em R$ 70.894 milhões quando a TMA for de 18,0% até R$117.846 quando a TMA for de 4,0% (Tabela 3.3.3).

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4. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DE TECNOLOGIAS AGROPECUÁRIAS – AMBITEC - Agro

4.1. Impactos Ecológicos da Avaliação dos Impactos

Tabela 4.1.1: Impactos ecológicos – aspecto eficiência tecnológica

Critérios Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral (***)

1. Mudança no uso direto da terra Sim 1,63 1,79 1,73

2. Mudança no uso indireto da terra Sim 0,00 -0,33 -0,20

3. Consumo de água Não 0,00 0,00 0,00

4. Uso de insumos agrícola Sim 0,25 -1,75 -0,95

5. Uso de insumos veterinários e matérias-primas Sim 1,63 -1,67 -0,35

6. Consumo de energia Sim 0,13 -1,33 -0,75

7. Geração própria, aproveitamento, reuso e autonomia Sim 0,16 0,17 0,17

8. Emissões à atmosfera Sim 0,38 1,47 1,03

9. Qualidade do solo Sim 9,69 9,17 9,38

10. Qualidade da água Sim 0,45 0,17 0,28

11. Conservação da biodiversidade e recuperação

ambiental Sim 0,31 0,20 0,25

* Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial ). ***Média Geral: média geral, independente do tipo

O indicador "mudança no uso direto da terra" refletiu a média de 1,73 de acordo com a tabela 4.1.1. Os principais itens apontados na avaliação pelos produtores foram produtividade por unidade de área (efeito poupa terra) e estoque de carbono. Como característica própria da tecnologia, a integração de atividades em um mesmo espaço favorece a otimização da produção. Além disso, os benefícios promovidos pela ILP e ILPF relacionados à melhoria da qualidade do solo são também diretamente associados com a melhoria do estoque de carbono no solo, tendo em vista os incrementos de matéria orgânica, melhoria da estrutura física, química e microbiológica.

Quanto ao indicador "mudança no uso indireto da terra", foi avaliado na percepção do entrevistado a interferência do sistema (ILP/ILPF) em relação à competição com a produção de alimentos. O resultado de -0,20 indica que praticamente não houve mudança na percepção de produtores quando compararam a renovação de pastagens em sistema de

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integração ao sistema tradicional. Em geral, ocorre que sistemas onde há a presença do componente florestal (ILPF), há uma tendência de que os produtores entendam que o “F” (componente florestal), em um sistema que não compõe os tradicionais modelos de ILP, pode representar uma cultura que compete com a produção de alimentos, tendo em vista que o produto final não se destina à alimentação propriamente e ocupa parte da mesma área onde são produzidos carne e grãos. Isso também parece estar refletido na amostra, considerando que em Mato Grosso do Sul, os modelos de ILPF ainda são maioria em sistemas adotados por produtores de maior porte, representados na tabela 4.1.1 como “Tipo 2”.

O indicador "uso de insumos agrícolas" foi de -0,95. Esse valor foi atribuído especialmente para a utilização de correção do solo com uso de gesso e na adubação para estabelecimento das pastagens. Embora ambientalmente este valor assuma um impacto negativo, essa mudança como prática agropecuária (adubação e calagem) foi recebida muito positivamente pela assistência técnica, que ressaltou estas como práticas altamente favoráveis para o desenvolvimento e adoção do sistema de integração. Essa percepção decorre principalmente pelo fato de que historicamente o pecuarista tradicional não utiliza práticas agrícolas eficientes para melhorar a produção da pastagem e melhorar a qualidade do solo, refletindo grande parte do estado atual das pastagens no Brasil, com algum grau de degradação. Novamente, na tabela 4.1.1 é possível mensurar que os produtores que mais pontuaram neste item foram aqueles com maior aporte de recursos para investimento, já que a adubação, é um dos insumos que mais envolve custo na implantação da pastagem. O item consumo de energia, que obteve índice de -0,35 está diretamente relacionado, pois justifica-se com as atividades que envolveram principalmente as atividades mecanizadas para realização da calagem e adubação.

Quanto ao indicador geração própria, aproveitamento, reuso e autonomia, houve uma pequena contribuição (0,17) do aproveitamento de adubo orgânico/esterco utilizado nas áreas de reforma de pastagem em alguns casos identificados.

O impacto referente à redução da emissão de gases de efeito estufa (GEE) foi o índice mais apontado pelos entrevistados para o indicador emissões à atmosfera (1,03), com percepção de melhoria com o uso da tecnologia. Cardoso (2016), faz referência à pastagens bem manejadas, apontado que nessas condições pode haver redução de até 46% de emissão de CO2eq. por kg de animal produzido. Este conceito de GEE para alguns

produtores ainda é um conceito distante e percebeu-se, nesta amostra, que os produtores de médio/grande porte pontuaram este quesito com maior impacto do que os pequenos produtores. Essa percepção pode estar associada à formação e, experiências diferenciadas

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com relação às capacitações ou mesmo o conhecimento mais técnico relacionado à atividade. Como já observado em outras avaliações de impacto, há uma tendência de que médios e grandes empreendimentos tenham proprietários e filhos com formação técnica em áreas afins, com a agronomia, veterinária, zootecnia, entre outros. Além de produtor rural, o proprietário tem formação técnica ou capacita filhos e netos para sucessão do seu negócio rural.

O indicador de maior destaque na avaliação foi a qualidade do solo, que atingiu 9,38. Na percepção dos entrevistados os principais impactos de melhoria com a contribuição da tecnologia da renovação de pastagens em ILP/ILPF foi a redução da compactação, seguido da redução da erosão nas propriedades avaliadas. Este mesmo impacto também foi identificado por Rodrigues et al. (2017) em outros estudos de avaliação de impactos de sistemas integrados conforme o contexto de adoção:

“Entre as mais valiosas contribuições da ILPF para o desempenho ambiental dos estabelecimentos rurais nos quais é adotada está a melhoria no critério Qualidade do solo, como se observou para todos os indicadores, em todas as URTs estudadas (índice = 10,42). Isso ocorreu pelo controle da erosão que, dada a melhor cobertura do solo, favoreceu o acúmulo de MO, e pelo melhor desenvolvimento das raízes, que afetou positivamente a redução das perdas de nutrientes por lixiviação, também favorecida pela fixação biológica de N, proveniente principalmente das rotações anuais com lavouras de soja. O aumento da biomassa das áreas de pastejo e a melhor cobertura do solo favoreceram a redução da compactação pelo pisoteio dos animais e pelo trânsito de máquinas.”

Na percepção dos produtores entrevistados, esse aspecto de melhoria tanto do solo como das pastagens (em função das melhorias decorrentes no solo), são visíveis e perceptíveis em termos de ganhos em produtividade do rebanho, assim como a qualidade das pastagens.

Outros indicadores como melhoria da qualidade da água também foram apontados com impacto positivo, porém em menor proporção pelos entrevistados. A redução do assoreamento e a carga orgânica presente na água da chuva foram os principais itens apontados. Este indicador foi de 0,28. Também não foi verificado nas entrevistas, que os produtores correlacionam a recuperação de solos degradados com a melhoria da qualidade do solo com o uso da tecnologia. Embora o indicador qualidade do solo tenha recebido um valor expressivo, o indicador que avaliou o impacto na recuperação de solos degradados (conservação da biodiversidade e recuperação ambiental) obteve o valor de 0,25. Nesse sentido, percebe-se que a percepção dos produtores é de que a pastagem anterior estava

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em uma situação de degradação e com a renovação desta, foi proporcionado ao solo melhoria na sua estrutura (física, química e biológica), quanto na verdade esse processo de melhoria é no sistema, a partir da integração das técnicas e práticas adequadas. Interessante observar este aspecto, já que considerando outras avaliações realizadas, como o consórcio milho com braquiária, onde a maioria dos entrevistados é agricultor, a visão é diferente e há sim a correção direta de qualidade do solo com recuperação de solos degradados. Nesse estudo, onde grande maioria dos entrevistados vem de um histórico como pecuarista, essa noção se diferencia, possivelmente pelos próprios conceitos envolvidos quando na exploração da atividade como pecuária extensiva.

4.2. Impactos Socioambientais da Avaliação dos Impactos

Tabela 4.2.1: Impactos socioambientais – aspecto respeito ao consumidor

Critérios Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral (***)

12. Qualidade do produto Não 0,00 0,00 0,00

13. Capital social Sim 0,26 0,13 0,18

14. Bem-estar e saúde animal Sim 4,38 1,83 2,85

* Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial) ***Média Geral: média geral, independente do tipo

Como indicador capital social, não houve impacto relevante relacionado à programas de transferência de conhecimentos e tecnologias. Embora os programas do SENAR (Mais Inovação e ABC Cerrado) estão ligados diretamente à assistência técnica, esse aspecto não foi percebido por todos os produtores entrevistados como ações de transferência de tecnologias.

Em um dos depoimentos dos produtores foi evidenciado:

“Conhecia do modo antigo, mas hoje com o curso ABC Cerrado fornecido pelo Senar MS, e com a presença do técnico, mensalmente, na minha propriedade, aprimorei os meus conhecimentos sobre a tecnologia da renovação de pastagem”.

O item bem estar animal foi positivamente avaliado com impacto de 2,85. Para o perfil de produtores de pequeno porte, esse impacto foi ainda maior (4,38), indicando que a

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melhoria no sistema de produção foi percebida com maior intensidade. O principal item apontado e melhor avaliado foi o acesso a água, alimentos e suplementos de qualidade. Tendo em vista que na pecuária de corte, a capacidade de suporte das pastagens é um requisito essencial para garantir a rentabilidade da atividade, em propriedades com menor disponibilidade de área, a qualidade do alimento para o rebanho é fundamental. É possível que sob este olhar, os produtores nesse enquadramento observaram com maior impacto a melhoria no fornecimento de alimento aos animais. Nos sistemas que incluem o componente arbóreo/florestal (ILPF), também foi identificado melhoria no conforto térmico oferecido aos animais.

Tabela 4.2.2: Impactos socioambientais – aspecto trabalho/emprego

Critérios Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral (***) 15. Capacitação Sim 1,75 0,79 1,18

16. Qualificação e oferta de trabalho Sim 0,14 0,23 0,19

17. Qualidade do emprego/ocupação Sim 1,75 3,17 2,60

18.Oportunidade, emancipação e recompensa equitativa

entre gêneros, gerações e etnias Sim 0,78 0,42 0,56

* Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial) ***Média Geral: média geral, independente do tipo

O indicador capacitação foi apontado com valor de 1,18 e teve impacto positivo na ótica dos entrevistados. Para a maioria destes, foram identificados os cursos locais de curta duração. Isso porque enquanto produtores ou pecuaristas, a informações necessárias para aderir às atividades de integração não incluem como necessidade para atuação formação técnica, mas sim conhecimentos sobre o sistema e as práticas envolvidas, assim como planejamento em agricultura e pecuária. Este aspecto foi identificado como relevante pelos entrevistados, mas como será apontado em outro indicador mais à frente (relacionamento institucional), a segurança na adoção da tecnologia está mais associada à assistência e ao acompanhamento técnico do que a real capacitação envolvendo a tecnologia. Ou seja, o produtor compreende a importância da capacitação para conhecer e melhor planejar e conduzir as atividades junto à assistência técnica, mas a formação de curta duração que atende a questões mais práticas e simples do dia-a-dia, são modalidades mais funcionais.

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Os pequenos produtores são os que enxergam nessa modalidade (locais de curta duração) os maiores impactos, pois são eventos rápidos que trazem informações diretas e usuais. Os produtores de médio/grande porte, até mesmo por já terem uma formação técnica, como comentado anteriormente, não sentiram um diferencial quanto à necessidade de capacitação para a adoção/condução da tecnologia, embora atuar com sistemas integrados de produção não é fácil, em função das interações entre as atividades e pelo dinamismo do modelo que pode diferenciar de uma propriedade para outra.

O item qualificação e oferta de trabalho não obteve considerável coeficiente de impacto. Para a amostra avaliada, foi identificado a necessidade de contratação de operário braçal especializado, alguns em situação temporária e outros permanentes. Considerando especificamente a renovação da pastagem em áreas de ILP/ILPF, as contratações foram de suporte ou complementares às equipes que já atuavam nas propriedades. Em geral, as contratações temporárias foram por pequenos produtores para auxiliar nas atividades necessárias, já que parte da mão de obra também é familiar. As contratações permanentes não foram associadas apenas à atividade que incluiu a renovação das pastagens, mas complementares às demais atividades da propriedade.

O indicador qualidade do emprego/ocupação obteve índice de 2,6 e foi mais representativo no grupo de produtores de médio/grande porte, principalmente associado ao registro com carteira assinada do empregado. Como salientado anteriormente, nos empregos de modalidade permanente, os funcionários foram registrados conforme recomenda a legislação. Por isso houve uma eventual melhoria nesse aspecto. Quanto aos demais itens relacionados, como jornada de trabalho, trabalho infantil, contribuição previdenciária e auxílios, não foram identificadas mudanças com a adoção da tecnologia.

Para o item oportunidade, emancipação e recompensa equitativa, percebeu-se maior envolvimento das esposas/mulheres na atividade com impacto positivo de 0,56, sobretudo no perfil dos pequenos produtores (cujo valor foi de 0,78), isso porque a participação da mão-de-obra familiar nesse aspecto oportuniza o envolvimento direto com a tecnologia.

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Tabela 4.2.3: Impactos socioambientais – aspecto renda

Critérios Se aplica

(Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**)

Média Geral (***) 19. Geração de Renda do

estabelecimento Sim 5,25 3,50 4,20

20. Valor da propriedade Sim 5,88 3,67 4,55

* Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal ( médio e grande, comercial) ***Média Geral: média geral, independente do tipo

Quanto ao aspecto da geração da renda, o impacto foi de 4,20, de acordo com a tabela 4.2.3. Esse impacto foi destaque comparativamente a outros avaliados e está diretamente associado com os ganhos em produtividade na produção de carne por hectare, tendo m vista a melhoria da qualidade e oferta de pastagens no sistema de produção integrado. Os itens de maior destaque apontados pelos entrevistados da amostra foram segurança e estabilidade da renda. No estudo de avaliação de impactos de sistemas ILPF, realizado por Rodrigues et al.(2016) essa condição também foi identificada, onde é destacado que a partir da implantação do sistema integrado e suas práticas, decorrem o aumento da segurança na obtenção da renda, maior estabilidade da renda em função da sazonalidade da colheita dos grãos durante o ano, a manutenção e disponibilidade das forrageiras durante o ano. A análise dos resultados da amostra, considerando o perfil de produtor, nos remete a duas reflexões:

1) O pequeno produtor destacou o aspecto renda com maior impacto do que o perfil de produtor de médio/grande porte. Considerando que o nível tecnológico pode interferir nesse sentido, para o pequeno produtor (com baixo nível tecnológico e com uma condição de solo/pastagem degradada) que inseriu uma prática que gerou efeito imediato e de grande impacto no seu sistema produtivo, a intensidade do impacto pode ter sido maior quando comparado a um produtor de médio/grande porte em outro estágio tecnológico superior.

2) Outro ponto a ser considerado é que o programa ABC Cerrado com utilização de ILP/ILPF implantado nas propriedades assistidas foram implementadas num período de no máximo 2 anos, ou seja, os resultados ainda são recentes e os investimentos iniciais para renovação das pastagens, por exemplo, ainda estão sendo pagos. No caso dos produtores de médio/grande porte, esse investimento foi ainda maior (proporcionalmente) e por isso o aspecto renda, embora evidenciado com destaque, tende a ser maior nas próximas avaliações em função do tempo e do retorno em produtividade e retorno econômico que o sistema irá gerar. Os produtores mais

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recentes consultados na amostra informaram não ter observado incremento na renda até o momento. Já outros citaram ter havido incremento de até 25% na renda da propriedade, coma produção de bezerros mais pesados após a renovação das pastagens no sistema ILP.

Um dos produtores evidenciou na entrevista o aspecto segurança na obtenção da renda e como o modelo de integração das atividades pode ser dinâmico:

“Sistema muito interessante e produtivo. As atividades se sustentam, quando não ganhamos dinheiro em uma atividade, a outra compensa.”

Para o indicador valor da propriedade, que atingiu valor de 4,55 (tabela 4.2.3), inclusive com pouco mais impacto que a própria geração de renda na propriedade, o item mais sinalizado pelos produtores entrevistados foi o investimento em benfeitorias, seguido da conservação ambiental. Isso reforça novamente que os recursos financeiros utilizados na propriedade na forma de benfeitorias e considerados como investimentos nem sempre é contabilizado como renda, embora fosse apontado como principal destaque de impacto valor da propriedade. O item conservação da propriedade está diretamente relacionado com a nova condição atribuída ao solo e às pastagens.

Analisando sob o ponto de vista do perfil de produtor, observamos como no indicador anterior, que o impacto foi maior para os pequenos produtores, que em função de uma condição de menor disponibilidade de investimento, nível tecnológico e menor área disponível de terra, conseguiu com as práticas adequadas melhorar o sistema produtivo a fim de viabilizar o investimento na propriedade.

Tabela 4.2.4: Impactos socioambientais – aspecto saúde

Critérios Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral (***)

21. Segurança e saúde ocupacional Sim 1,06 1,38 1,25

22. Segurança alimentar Sim 1,15 0,20 0,58

* Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial) *** Média Geral: média geral, independente do tipo

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O indicador segurança e saúde ocupacional foi de 1,25 (tabela 4.2.4). Foi apontado pelos entrevistados redução nos níveis de periculosidade e exposição a agentes químicos. Os investimentos em benfeitorias adequadas para o manejo dos animais, assim como a indicação adequada do uso de defensivos pela assistência técnica, pressupõe mudanças nesse aspecto. A escolha de forrageiras tolerantes a determinadas pragas no momento da renovação das áreas degradadas também pode ser sido fator que contribuinte. Houve um aumento pouco maior nesse indicador para os produtores de médio/grande porte quando comparado aos pequenos produtores. Isso pode ser explicado em função do número de animais ser maior e necessitar de estruturas e maior número de funcionários para o manejo do rebanho, especialmente.

No indicador segurança alimentar, o destaque é para a importância que assume a garantia da produção e a qualidade do alimento produzido, principalmente para os pequenos produtores, cujo indicador foi de 1,15 comparativamente aos produtores de maior porte, que foi de 0,20. O indicador segurança alimentar considerado como média foi de 0,58 (tabela 4.2.4).

Neste quesito, considerando os modelos que cada perfil apresenta, o consumo próprio é um fator preponderante para a agricultura familiar e nesse sentido isso é evidenciado na amostra. A qualidade nutricional da pastagem foi entendida na avaliação do pequeno produtor como aspecto fundamental para garantir a segurança alimentar relacionado à produção de carne, embora a qualidade na produção de grãos também foi questionada, já que envolve a integração de culturas/espécies no sistema. Para os produtores de médio/grande porte, a segurança alimentar não é um fator preponderante, até mesmo porque a produção é basicamente toda excedente para o mercado.

Tabela 4.2.5: Impactos socioambientais – aspecto gestão e administração

Critérios Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral (***)

23. Dedicação e perfil do responsável Sim 4,19 1,96 2,85

24. Condição de comercialização Sim 2,63 1,00 1,65

25. Disposição de resíduos Não 0,00 0,00 0,00

26. Gestão de insumos químicos Sim 3,13 2,33 2,65

27. Relacionamento institucional Sim 4,69 4,38 4,50

*Tipo 1 - Produtor familiar ( pequeno ). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial) *** Média Geral: média geral, independente do tipo

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Para o indicador dedicação e perfil do responsável, o impacto foi de 2,85 (tabela 4.2.5). A análise feita sob o aspecto do perfil de produtor apresenta uma diferença significativa ao comparar o pequeno produto (4,19) com o médio/grande produtor (1,96). Isso é explicado basicamente pelos itens que foram avaliados, que foram: a) capacitação dirigida à atividade (pelo responsável), b) uso de sistema contábil e c) planejamento formal. Em médios e grandes empreendimentos, ainda mais considerando a integração de sistemas de produção de carne, grãos e/ou floresta, estes itens já estão considerados como fundamentais para o sucesso da atividade. Na agricultura familiar, muitos modelos ainda são intuitivos e com poucas ferramentas de suporte à tomada de decisão, sobretudo se o produtor ou o responsável pela atividade não tem formação suficiente para utilizá-las como apoio. Nesse sentido, a metodologia proposta pelo Senar MS, que inclui uma capacitação do produtor ao manifestar interesse na participação do programa e o envolve durante todas as demais fases de acompanhamento, possibilita essa evolução constante na busca e experimentação das ferramentas e as coloca no dia-a-dia da propriedade para que sua inserção seja de maneira positiva e complementar. Durante a capacitação oferecida para ser contemplado no programa do Senar MS, o produtor elabora um projeto que será conduzido até o fim do programa, junto com o técnico que fará o acompanhamento mensal. A busca pelos resultados previstos é um objetivo comum entre produtor e técnico. Essa dinâmica é muito favorável e está expressa no valor atribuído pelos pequenos produtores, que após a adoção da tecnologia houve a necessidade de inserir na sua rotinas estes aspectos da gestão e administração não apenas da propriedade, mas das atividades correlacionadas.

Outro indicador que obteve destaque para os pequenos produtores foi a condição de comercialização, onde foi apontado aumento na comercialização através da venda direta, que não ocorria antes das mudanças decorrentes da tecnologia, com incremento na produção. Não houve mudança significativa neste item para os produtores de maior porte. Em um caso foi relatado que houve investimento em transporte próprio da produção. Esta pode ser uma tendência nas avaliações posteriores, considerando a logística do transporte animal e de grãos. Tendo em vista o tamanho do negócio, o frete pode ser um limitante no escoamento e o produtor pode optar por esta opção. Este indicador obteve impacto de 1,65. O indicador de impacto relacionado à gestão de insumos químicos foi de 2,65. Os principais itens indicados pelos entrevistados foram a redução de armazenamento de insumos, uso de equipamento de proteção individual e disponibilização adequada de embalagens de agrotóxicos e demais produtos. Estes aspectos foram relacionados pelos entrevistados após a adoção da tecnologia, com pouco mais evidência pelos pequenos produtores (3,13) do que os produtores de médio/grande porte (2,33). Embora haja esse

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reconhecimento, em outras avaliações de impacto realizadas por esta equipe, com tecnologias semelhantes, esse aspecto não foi identificado com relevância. Ao que parece, a assistência técnica teve papel fundamental nesta melhoria, pois envolve não apenas os aspectos técnicos na propriedade, mas trabalha com uma visão mais holística para a gestão e administração do negócio rural. Sabe-se que o Senar MS também presta diversas capacitações dirigidas aos produtores e empregados, no uso de EPI e produtos químicos, assim como no descarte de embalagens, por exemplo. Esta situação reforça ainda mais a importância de uma assistência técnica presente e comprometida com o resultado do produtor, pois aliada ao uso das tecnologias adequadas, ao incremento de produtividade e melhorias de processos na propriedade rural, muitos benefícios podem ser agregados.

O depoimento de um dos técnicos do Senar MS reforça esse aspecto:

“Apesar da utilização de herbicida na propriedade seja algo comum em suas atividades, após a assistência e implementação do projeto foi que o produtor aprendeu a forma de armazenar as embalagens, aprendeu a trabalhar nas doses corretas e forma de aplicação correta.”

A consideração anterior está diretamente relacionada com o indicador Relacionamento Institucional, que alcançou impacto de 4,50 e praticamente não diferenciou quanto ao perfil de produtor avaliado. Este foi um impacto altamente significativo apontado pelos entrevistados da amostra, salvo às propriedades que já tinham acompanhamento técnico particular. O sucesso da adoção e dos resultados da tecnologia foram associados pelos entrevistados com a relação de confiança estabelecida junto à assistência técnica. Essa é a relação direta pela qual o programa tem se destacado com o resultados positivos.

Os aspectos e benefícios gerados pela tecnologia já são conhecidos e uma vez implantados de maneira correta, os resultados serão positivos. Isso foi percebido por todos os entrevistados da amostra avaliada. Contudo, a presença constante da assistência técnica para auxiliar nos ajustes e na implantação do novo sistema com a renovação de pastagens foi fundamental para o alcance dos bons resultados até o momento.

4.3. Índice de Impacto Socioambiental Tabela 4.3.1: Análise dos Resultados

Média Tipo 1(*) Média Tipo 2(**) Média Geral (***)

1,91 1,15 1,45

*Tipo 1 - Produtor familiar (pequeno). **Tipo 2 - Produtor patronal (médio e grande, comercial) *** Média Geral: média geral, independente do tipo

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O indicador da avaliação socioambiental da tecnologia de renovação de pastagens em sistemas integrados de ILP/ILPF foi de 1,45. Cabe salientar que a média deste indicador para o perfil de pequenos produtores foi superior (1,91) em comparação ao perfil de médio/grandes produtores (1,15). Os aspectos relacionados serão discutidos adiante, destacando os principais itens que contribuíram para esse resultado.

Considerando a escala de -15 até +15 para as avaliações de todos os aspectos contemplados, considera-se que o impacto foi positivo e relevante.

Sob o ponto de vista ambiental, a tecnologia foi altamente relevante para melhoria da qualidade do solo, com impacto de 9,38 e este foi o indicador com maior impacto identificado na amostra. Todos os produtores entrevistados apontaram que as melhorias físicas, químicas e biológicas do solo e das pastagens renovadas se refletiram tanto no aspecto visual como qualidade do alimento fornecido aos animais. O resultado final foi o ganho de produtividade mensurado em Kg de carne/ha. Este já era um resultado esperado, pois a tecnologia preconiza estes ganhos e benefícios ambientais em sua essência.

Outro impacto relevante observado na avaliação foi com relação ao rendimento econômico, também previsto, considerando que as melhorias ambientais conduziriam aos incrementos em produtividade e consequentemente à melhorias na renda. O impacto deste indicador foi o maior da amostra com valor de 2,78. Os impactos na geração da renda, sobretudo da segurança na obtenção da renda, assim como estabilidade da renda foram os principais sob o ponto de vista do produtor, que atribuiu como sendo a grande contribuição da tecnologia associada a um sistema que integra a produção de grãos à atividade pecuária, com algumas experiências incorporando o componente arbóreo/florestal. O rendimento da produção com a renovação das pastagens, associado aos demais sistemas de produção envolvidos no modelo de integração foi atributo considerados por todos os entrevistados da amostra. O diferencial dos resultados neste indicador está relacionado ao tipo de perfil de produtor. O pequeno produtor, em geral com um nível tecnológico inferior ao grande produtor, teve na sua percepção maior intensidade ao observar a mudança ocasionada pelo aumento da produtividade e consequentemente da renda na propriedade. Outro aspecto relacionado é o cálculo do salário, que em ambientes de produção familiar não é usual considerar, ou seja, os custos com mão-de-obra não são contabilizados. O recurso obtido é convertido todo como renda da família. No caso dos produtores de grande porte, os custos com salário, normalmente com empregados, fazem parte das despesas com a atividade. Nesse sentido, o pequeno produtor enfatizou com mais intensidade o impacto do incremento da renda que o produtor de médio/grande porte.

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Os itens destacados como segurança e estabilidade da renda não diferiram entre os perfis, apenas em nível de impacto obtido. Outra questão relacionada trata do tempo de implantação da tecnologia, que foi considerada recente e que os custos desta implantação ainda estariam sendo diluídos, por isso a percepção de que a geração de renda com a adoção da tecnologia não foi tão intensa. Esse fato fica evidenciado no indicador valor da propriedade, onde os produtores apontam que houve investimentos em benfeitorias e isso agregou benefícios. Ou seja, parte dos recursos foram investidos novamente na propriedade, o que para alguns não é entendido como renda e sim custo. Os benefícios gerados pela renda foram evidenciados em maior intensidade pelos pequenos produtores, considerando que as mudanças ocasionadas pela adoção da tecnologia implicaram em incremento de produtividade considerável, que para uma pequena propriedade representa em proporção, maior impacto que para o grande produtor com um nível tecnológico superior.

No aspecto social, o índice de impacto foi de 1,42. O destaque foi para o relacionamento institucional, onde a participação da assistência técnica foi fundamental desde o início, com a escolha da tecnologia a ser adotada, durante a implantação e no acompanhamento dos resultados. O modelo adotado pelo Senar MS possibilitou ao produtor utilizar novas ferramentas aplicadas à gestão, desde a capacitação inicial para integrar o programa ABC Cerrado, em seguida elaborar um projeto definindo as tecnologias que seriam adotadas, sua implantação propriamente e o acompanhamento junto ao técnico. Essa interação foi fundamental e pela percepção dos entrevistados gerou confiança na tecnologia, assim como na prestação do serviço. Isso foi evidenciado por um dos produtores entrevistados:

“Que o Senar continue ministrando esse curso de renovação de pastagem, pois assim como eu, outros colegas produtores precisam atualizar os seus conhecimentos”.

Essa percepção apenas reforça que uma tecnologia que tem potencial para ter excelentes resultados precisa, sobretudo, de uma assistência técnica presente e forte para que os resultados sejam somados em sua amplitude de possibilidades. Os aspectos técnicos e benefícios incorporados à prática da renovação de pastagens em sistemas integrados já são conhecidas. Os bons exemplos e casos de sucesso levam outros produtores a incorporar a prática em suas propriedades. A velocidade da adoção vai depender da viabilidade e facilidade de implantação, associada ao agente técnico.

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4.4. Impactos sobre o Emprego

Tabela 4.4.1: Número de empregos gerados (Exemplo – 2009/2018)

Ano

Emprego adicional por unidade de área

Área adicional Não se aplica Quantidade de emprego gerado (A) (B) C= (AXB)

2018 -o- -o- -o- -o-

Nos sistemas integrados, em geral, há necessidade de treinamento para adequação das habilidades existentes às novas atividades ou da contratação de mão de obra qualificada, pois a adoção da tecnologia demanda atividades que, na maioria das vezes, não são desenvolvidas na propriedade antes da utilização da tecnologia. Como por exemplo, um produtor de grãos que passa a desenvolver, também, as atividades de pecuária após a adoção de sistemas integrados. Há expectativa que aumentem os empregos indiretos, uma vez que há mais diversificação na cadeia produtiva (insumos necessários, comercialização de produtos diferentes: grãos e carne, e no caso do ILPF, fibras, etc). Entretanto, para esta avaliação de impactos não foi possível determinar o número de empregos diretos/indiretos.

5. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS NO DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL

5.1. Capacidade relacional

A capacidade relacional refere-se à contribuição do projeto de desenvolvimento tecnológico agropecuário para ampliação e diversificação da rede de relacionamento científico da equipe, inclusive quanto ao referencial conceitual e metodológico. Os critérios de capacidade relacional são: relações de equipe/rede de pesquisa e relações com interlocutores.

Tabela 5.1.1: Impactos na capacidade relacional – aspecto relações de equipe/rede de

pesquisa Critérios Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral

1. Diversidade de especialidades Sim 3 3

2. Interdisciplinaridade (coautorias) Sim 3 3

3. Know-who Sim 3 3

4. Grupos de estudo Sim 1 1

5. Eventos científicos Sim 0 0

6. Adoção metodológica Sim 1 1

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Quanto à capacidade relacional, os principais apontamentos foram relacionados à diversidade de especialidades envolvidas no desenvolvimento da tecnologias, assim como o favorecimento à interdisciplinaridade da equipe. Parceiros importantes foram aliados e integraram trabalhos importantes no desenvolvimento da tecnologia, como outras unidades da Embrapa (Embrapa Milho e Sorgo, Embrapa Gado de Corte, Embrapa Agrosilvipastoril, Embrapa Soja, Embrapa Cerrados). O projeto incorporado à rede ILPF promoveu uma dimensão diferenciada nos conceitos de sistemas integrados, inclusive na maneira de desenvolver os trabalhos de pesquisa incorporando o conceito de rede integrada.

Tabela 5.1.2: Impactos na capacidade relacional – aspecto relações com interlocutores

Critérios Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral 7. Diversidade Sim 3 3 8. Interatividade Sim 1 1 9. Know-who Sim - -

10. Fontes de recursos Sim 1 1

11. Redes comunitárias Não - - -

12. Inserção no mercado Não - - -

*Tipo 1 - Especialista ( desenvolvedor da tecnologia ). **Tipo 2 – Equipe de projeto

Os impactos relacionados aos interlocutores envolveram sobretudo a diversidade, considerando as características do trabalho em desenvolvimento, já que diversas cadeias produtivas estavam inseridas de forma integrada. Os produtores foram envolvidos diretamente nas etapas de validação com a implantação das Unidades de Referência Tecnológica (URTs), parceiros como fundações, grupos/empresas de sementes, máquinas/equipamentos/implementos, empresas de insumos, entre outros, estiveram envolvidos em etapas diversas durante o desenvolvimento e divulgação dos resultados.

5.2. Capacidade científica e tecnológica

A capacidade científica e tecnológica diz respeito à capacidade instalado de infraestrutura e instrumental metodológico, bem como às contribuições do projeto de desenvolvimento tecnológico para captação de recursos e a execução de aquisições instrumentais e pessoais. Os critérios de capacidade científica e tecnológica são: instalações (métodos e meios) e recursos do projeto (captação e execução).

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Tabela 5.2.1: Impactos na capacidade científica e tecnológica – aspecto instalações Critérios Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral

13. Infraestrutura institucional Sim 3 3

14. Infraestrutura operacional Sim 1 1

15. Instrumental operacional Sim -1 -1

16. Instrumental bibliográfico Sim 1 1

17. Informatização Sim 1 1

18. Compartilhamento da infraestrutura Sim 3 3

*Tipo 1 - Especialista ( desenvolvedor da tecnologia ). **Tipo 2 – Equipe de projeto

Relacionado às instalações, os experimentos de longa duração nas unidades demandam infraestrutura operacional para sua manutenção, no entanto, estes mesmos experimentos podem ser adaptados/utilizados em outros projetos e por isso otimiza tanto os aspectos de área, insumos, mão-de-obra, etc. O compartilhamento de estrutura foi outro ponto evidenciado, considerando o envolvimento de vários parceiros, principalmente entre outras unidades da Embrapa. As URTs em áreas externas também foram alternativas que viabilizaram a redução de custos aplicados à manutenção destas áreas, com o diferencial que, embora com finalidades de pesquisa/validação, estão numa condição aplicada à realidade do produtor rural. Esse fator é altamente positivo do ponto de vista da adoção, considerando que experiências exitosas (de outros produtores) são quesitos importantes na avaliação de outros produtores e/ou técnicos no momento de optar ou não pela adoção de uma prática, modelo ou sistema agropecuário.

Tabela 5.2.2: Impactos na capacidade científica e tecnológica – aspecto recursos do projeto

Critérios Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral

19. Infraestrutura (ampliação) Sim 0 0

20. Instrumental (ampliação) Sim 0 0

21. Instrumental bibliográfico (aquisição) Sim 0 0

22. Contratações Sim 1 1

23. Custeios Sim 1 1

*Tipo 1 - Especialista ( desenvolvedor da tecnologia ). **Tipo 2 – Equipe de projeto

Quanto ao componente recursos, o destaque foi quanto aos custeios do projeto, tendo em vista a captação por meio de fontes externas, a partir da rede ILPF.

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5.3. Capacidade organizacional

A capacidade organizacional provê a verificação das contribuições do projeto de desenvolvimento tecnológico para otimizar os mecanismos de aprendizagem e compartilhamento de capacidade entre os membros de rede, bem como para a consequente operacionalização das atividades de pesquisa, incluindo a transferência de resultados. Os critérios que integram esse aspecto são: equipe/rede de pesquisa e transferência/extensão.

Tabela 5.3.1. - Impactos na capacidade organizacional – aspecto equipe/rede de pesquisa

Critérios Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral

24. Cursos e treinamentos Sim 3 3

25. Experimentos, avaliações, ensaios Sim 3 3

26. Bancos de dados, plataformas de informação Sim 1 1

27. Participação em eventos Sim 3 3

28. Organização de eventos Sim 3 3

29. Adoção de sistemas de gestão Não - - -

*Tipo 1 - Especialista ( desenvolvedor da tecnologia ). **Tipo 2 – Equipe de projeto

A capacitação das equipes é fundamental para o avanço dos resultados. Esse aspecto foi evidenciado no item cursos e treinamentos promovidos internamente para atualizar pesquisadores e analistas envolvidos no desenvolvimento dos trabalhos e pesquisa.

O número de experimentos e avaliações também cresceu consideravelmente, principalmente analisando sob a ótica da interação dos componentes do sistema integrado. Foi necessário, além da interatividade e especialidades envolvidas, análises, experimentos e avaliações que pudessem concluir sobre essa dinâmica envolvendo os sistemas integrados de produção agropecuária.

Tabela 5.3.2. - Impactos na capacidade organizacional – aspecto transferência/extensão

Critérios Se aplica (Sim/Não) Média Tipo 1 (*) Média Tipo 2 (**) Média Geral

30. Cursos e treinamentos Sim 3 3

31. Número de participantes Sim 1 1

32. Unidades demonstrativas Sim 3 3

33. Exposições na mídia/artigos de divulgação Sim 3 3

34. Projetos de extensão Sim 0 0

35. Disciplinas de graduação e pós-graduação Sim 3 3

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O número de eventos, assim como curros e treinamentos aumentou consideravelmente em relação à outras temáticas. Pelo fato da modalidade em ILP/ILPF trazer uma proposta nova de integração, a necessidade pela busca de informações do público também foi imediata. Além disso, os incentivos à adoção de práticas sustentáveis vêm sendo promovida em vista dos próprios resultados alcançados por produtores pioneiros, que decidiram investir na atividade e estão colhendo resultados de sucesso.

Eventos realizados em 2014

4 visitas técnicas, 2 reuniões técnicas, 2 dias de campo, 1 palestra, 1 curso e 2 seminários. Totalizaram 585 participantes.

Parceiros: Sindicato Rural de Dourados, Grupo Plantio na Palha (GPP), Embrapa Gado de Corte, Embrapa

Serviços, Produtos e Mercado, Bunge, Sindicato Rural de Três Lagoas e Fazenda São Mateus e Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS).

Eventos realizados em 2015

4 visitas técnicas, 1 reunião técnica, 2 dias de campo e 9 palestras. Totalizaram 1863 participantes.

Parceiros: Sindicato Rural de Dourados, Biosul, Universidade Federal do Paraná UFPR – Palotina-PR, Fazenda

São Matheus, Fazenda Copasul I, Sindicato Rural de Três Lagoas-MS.

Eventos realizados em 2016

4 dias de campo, 18 palestras, 3 visitas técnicas, e 1 participação em feira com apresentação de um painel. Ao todo foram registrados aproximadamente 2.118 participantes.

Parceiros: Embrapa Gado de Corte, Fazenda São Mateus, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD),

Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (AGRAER), da Secretaria de Estado de Produção e Agricultura Familiar (SEPAF).

Referências

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