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Centro Materno Infantil

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Academic year: 2021

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Centro

Materno

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Centro Materno Infantil - HNSC

Assistência à Saúde Pública e Privada

Trabalho de Conclusão de Curso 1

UNISUL – Arquitetura e Urbanismo

Orientador:

Prof. Arq. Ramon Lima

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UNISUL

UNISUL – Universidade do Sul de Santa Catarina Talita Formaeski Rosa

TCC I – Centro Materno Infantil – HNSC Assistência à Saúde Pública e Privada

Tubarão 2020.1

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Talita Formaeski Rosa

TCC I – Centro Materno Infantil Assistência à Saúde Pública e Privada

Orientador: Prof. Arq. Ramon Lima de Carvalho

Tubarão 2020.1

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

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Talita Formaeski Rosa

TCC I – Centro Materno Infantil Assistência à Saúde Pública e Privada

Tubarão, 22 de Julho de 2020.

__________________________________________ Professor e Orientador Ramon Lima de Carvalho

Universidade do Sul de Santa Catarina

__________________________________________ Professor Avaliador 1

Universidade do Sul de Santa Catarina

__________________________________________ Professor Avaliador 2

Universidade do Sul de Santa Catarina

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do titulo de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

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Agradecimentos

Primeiramente, agradeço a Deus, pela saúde mantida ao longo da minha vida e por ter me guiado a essa oportunidade, me mantendo em evolução intelectual.

Agradeço imensamente aos meus pais, Salésio e Fátima, que em nenhum momento duvidam da minha capacidade. São vocês que em suas orações me mandam forças para continuar essa caminhada; sem a constante presença de vocês, nada teria o mesmo sentido. Foi de vocês que herdei a honestidade, a empatia, a solicitude e o discernimento, que honro até o presente momento, estes e todos os demais princípios. Agradeço aos meus irmãos pelo apoio, Taty, Bruno, Sidney e Simone.

Agradeço à“madrinha Jane e Kiko” pelo apoio incondicional; sem ela, eu não teria chegado até aqui com o mesmo conforto. Agradeço às minhas colegas de trabalho do Centro Obstétrico– HNSC Enf. Maikely que me da a oportunidade de presenciar o milagre da vida, me permitindo participar de momentos únicos, sempre me motivando e provocando meu potencial, Enf. Cristina, Enf. Katiane e à Equipe Dinastia, as quais compreendem minhas necessidades.

Em especial, agradeço a um amigo que apareceu em minha vida e desde então tudo tem mais alegria, tornando cada situação especial. Obrigada, Rangel, por tudo, pelos momentos, conversas, por me acalmar nas horas de aflição dizendo“tá, pera, tô indoaí” e chega trazendo soluções, calmaria e piadas, tem um espirito suave e um bom-humor contagiante, a quem quero para sempre junto comigo, muito obrigada.

Agradeço aos professores do Curso de Arquitetura e Urbanismo, salientando ao Coord. Prof. Arq. Rodrigo Althof, sempre muito gentil e acessível. Agradeço às amizades especiais que o curso me presenteou: Luiza, Katy e Josi; sem elas, os ‘viradões’ de projeto não seriam os mesmos.

Por último, em especial, agradeço ao meu orientador, Ramon Lima de Carvalho, quem eu já havia reservado como orientador e escolhido o tema desde o segundo semestre, e não é que deu certo?! Agradeço pela paciência com os assessoramentos tendo se mostrado presente, espirituoso, calmo e compreensível. Obrigada, professor.

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Resumo

Este trabalho tem por finalidade ser base para o futuro anteprojeto de um centro materno infantil em conjunto com o Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão – SC, referência em gestação de alto risco. Revisando os registros em um hospital de Tubarão e região, percebe-se alto grau de nascimentos por parto cesárea, acima do indicado pela OMS. O futuro Centro Materno Infantil tem uma proposta humanizada, acolhendo e auxiliando a população para uma escolha consciente e individualizada quanto à via de nascimento adequada, diminuindo assim as taxas de internação de RN em UTI neonatal, anulação de morte materna e redução segura do tempo de permanência hospitalar. Considerando essas informações, foram feitas análises de referenciais teóricos, referenciais projetuais, análise da área a ser implantada a proposta e o partido arquitetônico. Os referenciais teóricos foram importantes para abordar temas quanto à ambiência, história da obstetrícia e a atual condição da infraestrutura na saúde da mulher na cidade de Tubarão. Os referenciais projetuais foram escolhidos por suprir alguns aspectos pertinentes relacionados à especialidade da proposta. A análise da área mostra todos os aspectos do terreno escolhido e seu entorno, resultando na progressão do desenvolvimento do partido.

Palavras-chave: Arquitetura hospitalar. Obstetrícia. Humanização. Ambiência.

Abstract

This research aims to be a base for a future preliminary project of a maternal and child center in conjunction with Hospital Nossa Senhora da Conceição, in Tubarão – SC, a reference in high risk management. By reviewing the records in a hospital in Tubarão and region, a high degree of births per birth is observed, above the recommended by OMS. The future Maternal and Child Center has a humanized proposal, welcoming and helping the population through a conscious and individualized choice, as for the adequate birth path, decreasing the rates of hospitalization of RN in​​neonatal ICU, cancellation of maternal death and safe reduction of hospital stay. Considering these information, it were done analyzes of theoretical references, projected references, area analyzes where it will be made the proposal and an architectural party. Theoretical frameworks were important to address topics about ambience, history of obstetrics and current condition of infrastructure in women's health in Tubarão city. The projected references were selected for some aspects related to the proposal’s specialty. An analysis of the area shows all aspects of the chosen terrain and its content, resulting in the progress of the party's development.

Keywords: Hospital architecture. Obstetrics. Humanization. Ambience.

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Siglas e abreviaturas

AC– Alojamento Conjunto

AMUREL– Associação de Municípios da Região de Laguna ANVISA– Agência Nacional de Vigilância Sanitária

BCF– Batimento CardioFetal CMI– Centro Materno Infantil CPN– Casa de Parto Normal

CTI– Centro de Tratamento Intensivo DF– Distrito Federal

HNSC– Hospital Nossa Senhora da Conceição IBGE– Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas IHAC– Iniciativa Hospital Amigo da Criança

OMS– Organização Mundial da Saúde PPP– Pré-parto, Parto e Pós-parto

ReHuNa – Rede Nacional pela Humanização do Parto e do Nascimento

RN– Recém-nascido SC– Santa Catarina

SISREG– Sistema de Regulação SPA– Sala de Pós Alta

SRPA– Sala de Recuperação Pós Anestésica

SUS– Sistema Único de Saúde

UTI– Unidade de Tratamento Intensivo PP– Pré-parto

PC– Parto Cesárea PN– Parto Normal

RPA– Recuperação Pós-Anestésica BLH– Banco de Leite Humano

SUAS– Sistema Único de Assistência Social

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Sumário 1 Introdução...10 1.1 Problemática...10 1.2 Justificativa...11 1.3 Objetivos...12 1.3.1 Objetivo Geral...12 1.3.2 Objetivos Específicos...12 1.4 Metodologia...13 2 Referenciais teóricos...13

2.1 História da obstetrícia no Brasil...14

2.2 Humanização no atendimento direto...15

2.2.1 Presença do acompanhante no parto...16

2.2.2 Salas de PPP, salas cirúrgicas, recuperação, permanência e internação...16

2.2.3 A atenção dispensada ao RN quanto aos cuidados e procedimentos invasivos na primeira hora de vida...17

2.2.4 Abortamento...17

2.3 Ambiência...18

3 Referenciais projetuais...22

3.1 Hospital Can Misses...22

3.1.1 Ficha técnica...22

3.1.2 Elementos...22

3.1.2.1 Acessos...22

3.1.2.2 Circulações ...23

3.1.2.3 Volume e massa...23

3.1.2.4 Conforto ambiental e sustentabilidade...24

3.1.2.5 Zoneamento funcional...25

3.1.2.6 Estruturas e técnicas construtivas...25

3.1.3 Relações...26

3.1.3.1 Relação com o entorno...26

3.1.3.2 Relação entre exterior e interior...26

3.1.4 Ordem de ideias...27

3.1.4.1 Traçados e simetria...28

3.1.5 Partido...28

3.1.6 Por que da escolha? O que pretende usar?...28

3.2 Centro Internacional de Neuroreabilitação e Neurociências Sarah Kubitschek - RJ...29

3.2.1 Ficha técnica...29

3.2.2 Elementos...29

3.2.2.1 Acessos...30

3.2.2.2 Circulações...30

3.2.2.3 Volume e massa...31

3.2.2.4 Conforto ambiental e sustentabilidade...31

3.2.2.5 Zoneamento funcional...32

3.2.2.6 Estruturas e técnicas construtivas...33

3.2.3 Relações...34

3.2.3.1 Relação com o entorno...34

3.2.3.2 Relação entre exterior e interior...35

3.2.3.3 Hierarquias espaciais...35

3.2.4 Ordem de ideias...35

3.2.4.1 Traçados reguladores...35

3.2.4.2 Simetria e assimetria...36

3.2.5 Partido...36

3.2.6 Por que da escolha? O que pretende usar?...37

4 Estudo de Caso – Hospital Amparo Maternal...37

4.1 Ficha técnica...38

4.2 Elementos...38

4.2.1 Acessos / Entradas principais e secundárias...38

4.2.2 Circulações...39

4.2.3 Volume e massa...40

4.2.4 Conforto ambiental e sustentabilidade...40

4.2.5 Zoneamento funcional...41

4.2.6 Estruturas e técnicas construtivas...42

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Centro Materno Infantil – TCC 1 – Acadêmica Talita Formaeski – Orientador: Prof. Arq. Ramon Lima

4.3.2 Do interior com o exterior...43

4.3.3 Hierarquias espaciais...44

4.4 Ordem de ideias...45

4.4.1 Simetria e assimetria...45

4.4.2 Traçados reguladores...45

4.5 Partido...46

4.6 Por que da escolha? O que pretende usar?...46

4.7 Detalhamento da visita in loco...47

5 Diagnóstico de área...48

5.1 Dados gerais...48

5.1.1 Histórico da cidade...48

5.1.2 A origem do município de Tubarão...49

5.2 Análise geral da área...49

5.2.1 Análise específica da área...50

5.3 Hierarquia viária e transportes coletivos...51

5.3.1 Sistema viário...52

5.4 Uso do solo...52

5.4.1 Gabaritos...53

5.4.2 Zoneamento, uso e ocupação...53

5.4.3 Condicionantes ambientais...54

5.4.4 Equipamentos urbanos...55

5.4.5 Morfologia urbana...55

5.4.6 Infraestrutura urbana...56

5.4.7 Relação público e privado...56

5.5 Histórico do HNSC...57

5.5.1 Centro Materno Infantil...58

5.5.1.1 Sobre o centro materno infantil a ser projetado...58 5.6 Síntese do diagnóstico...61 6 Partido arquitetônico...61 6.1 Conceito...62 6.2 Intenções de projeto...63 6.3 Proposta de partido...64

6.4 Volumetria geral setorizada...64

6.5 Fluxograma geral...65

6.6 Aplicação do conceito...65

6.7 Planta baixa zoneada e volumetria...66

6.8 Aplicação dos referenciais projetuais...68

6.9 Materialidade...68

7 Considerações finais...70

8 Referências...70

9 Apêndices...73

9.1 Pré-dimensionamento e programa de necessidades específico...73

9.2 Fluxogramas específicos...78

9.3 Tabela de pesquisa de porcentagem por via de nascimento...82

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1 Introdução

O presente Trabalho de Conclusão de Curso visa construir uma ala para acolher o Centro Materno Infantil do Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão/SC.

O foco principal desse projeto tem base no parto normal, cesáreas, consultas, exames e abortamentos humanizados, nos direitos da mulher, no acesso a toda equipe de apoio que ela possa precisar para qualquer um desses procedimentos. Nessa ala, teremos, então, os cinco setores que compõem o CMI: Centro Obstétrico, Alojamento Conjunto, Pediatria, UTI Neonatal e Banco de Leite Humano.

O alto índice de cesarianas, algumas delas com indicação duvidosa, ocorrendo por falta de conhecimento da gestante, tornam esses procedimentos invasivos, o que compromete a saúde da gestante e do recém-nascido a curto e a longo prazo. Com isso, viu-se a necessidade de aprimorar o ambiente onde ocorrem os atendimentos, principalmente a gestantes e puérperas.

O objetivo deste projeto é criar um espaço exclusivo e humanizado voltado à saúde da mulher na gestação, no parto e no puerpério.

1.1 Problemática

Tubarão atualmente tem seu crescimento populacional acelerado (segundo dados do IBGE, aproxima-se de 106 mil habitantes em 2020), e para suprir toda a cidade e região, o município conta com dois estabelecimentos de saúde com internação para gestantes, sendo um deles público.

O Hospital Nossa Senhora da Conceição, além de ser referência em gestação de alto risco, é um dos maiores de Santa Catarina em número de leitos, totalizando 396 leitos (internação, observação e alojamento canguru). Possui CTI – Centro de Tratamento Intensivo Adulto, com 30 leitos (SUS e particulares).

A UTI Mista conta com 13 leitos (neonatal e pediátrico). Tendo como foco a maternidade e a UTI neonatal, a população conta com 53 leitos distribuídos para: triagem obstétrica, salas de pré-parto, PPP, internação SUS, particular e convênios e recuperação pós-anestésica, e 13 leitos para UTI neonatal, fazendo parte do SISREG, ou seja, tendo que abrir vaga para outras regiões, se necessário.

Observando que o HNSC atende toda região da AMUREL, que representa aproximadamente 364 mil pessoas,

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sendo, portanto, referência, a instituição faz aproximadamente, na obstetrícia, 1.200 atendimentos/mês, sendo eles, em média, 880 consultas, 16 curetagens e ainda cerca de 250 nascimentos. Assim, percebe-se a necessidade de ampliação e humanização do setor que é o berço do nosso hospital, o Centro Materno Infantil.

Um dos índices da OMS mostra que o número de cesarianas ainda está muito alto. No Brasil, segundo a OMS, 55% dos nascimentos ainda são por cesáreas; em Santa Catarina, são 58%; e no HNSC, conforme pesquisa realizada pela autora, o índice atual é de 52% pelo SUS, e as cesáreas por convênios estão em 71,4%. A taxa ideal deve ficar entre 10% e 15% (tabela em apêndice).

Devido a essas taxas, a saúde da mulher e do RN pode ser comprometida, pois a taxa de mortalidade infantil e de internação em UTI Neonatal ainda é bastante preocupante, visto que os nascimentos prematuros são a maior indicação de internação em UTI neonatal.

Os partos normais ainda não têm um ambiente exclusivo para a evolução de cada gestante individual; a maioria desses procedimentos ainda ocorre ou recupera no mesmo ambiente das cesáreas, curetagens, observação e

triagem. Há duas salas de PPP, mas a gestante não permanece nesta sala desde sua chegada ao Centro Obstétrico, não há essa privacidade, esse atendimento exclusivo.

Os procedimentos de curetagens ocorrem em salas de cesáreas e salas de parto, expondo a mãe aos nascimentos alheios, o que a deixa ainda mais vulnerável psicologicamente, inclusive quando a recuperação acontece junto às puérperas.

A SRPA (Sala de Recuperação Pós Anestésica) é compartilhada por todas as pacientes e acompanhantes, o que gera desconforto para as puérperas e acompanhantes, que, por alguma intercorrência, não estão com o recém-nascido.

A necessidade de uma ambiência adequada aos tratamentos que são dispensados é indiscutível.

1.2 Justificativa

Inicialmente, a escolha do tema foi pessoal, pois a autora, atualmente, atua na área que foi escolhida como tema, no entanto a observação ao longo dos anos na área da saúde e as leituras realizadas sobre o tema mostram que a população merece um local apropriado para o momento mais importante

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de suas vidas: o nascimento de um bebê e, com ele, de uma mãe e um pai.

Observando a demanda de serviços oferecidos pelo SUS dentro do HNSC, principalmente ligados à saúde da mulher, este Trabalho de Conclusão de Curso se justifica por solucionar as problemáticas de toda a região, com a proposta de transferir o Centro Materno Infantil (Centro Obstétrico, Alojamento Conjunto, UTI Neonatal, Banco de Leite Humano e Pediatria) para um novo espaço, incentivando o Parto Normal, diminuindo as taxas de mortalidade materna e infantil, apoiando e informando as gestantes e familiares quanto aos serviços e programas oferecidos.

E essa transferência do CMI traz a possibilidade de ampliação ou criação de novos leitos/setores no atual ambiente, sendo que a área onde está implantado o hospital não oferece mais a possibilidade de ampliação horizontal ou vertical.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo geral

Elaboração do anteprojeto da Ala do Centro Materno

do HNSC em Tubarão, Santa Catarina.

1.3.2 Objetivos específicos

✓ Elaborar um projeto de acordo com as necessidades da região;

✓ Tornar a ambiência o foco principal em todos os setores; ✓ Projetar uma Ala de Centro Materno Infantil que ofereça

apoio às mulheres de Tubarão e região;

✓ Projetar a ligação direta entre o Hospital e o Centro Materno Infantil;

✓ Contribuir, por meio da arquitetura, para tornar o setor referência em partos;

✓ Levantar dados e diagnósticos da área observando suas carências;

✓ Elaborar pesquisas sobre temas específicos para agregar conhecimento que vá contribuir com o lançamento do anteprojeto;

✓ Elaborar pesquisas de projetos existentes para servirem de referência no lançamento da proposta;

✓ Promover a sustentabilidade.

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1.4 Metodologia

A realização do trabalho ocorre por meio de referenciais teóricos, pesquisa de referenciais projetuais, levantamento físico e diagnóstico da área, entrevista com funcionários e médicos da instituição citada (HNSC), diretrizes projetuais, partido da proposta e anteprojeto, sendo desenvolvidos na seguinte forma:

✓ Análises teórica e legislativa por meio de pesquisas em documentos e sites específicos para ambientes de saúde; ✓ Análise de referenciais projetuais estudando ambiência

hospitalar, uso de recursos naturais, circulação e acessibilidade;

✓ Elaboração de estudo de caso a ser realizado no HAM, por meio de entrevistas, registros fotográficos e análise da planta baixa;

✓ Elaboração do programa de necessidades eficiente;

✓ Realização de um levantamento de dados do local por meio de visitas, levantamento fotográfico e mensuração para a escolha da área a ser implantado o estabelecimento;

✓ Elaboração de um programa de necessidades eficiente por meio do cruzamento dos dados obtidos no processo de pesquisa;

✓ Com base em todas as informações obtidas, será traçada a proposta do partido, apresentada por meio de textos,

✓ Croquis, plantas e cortes esquemáticos;

✓ Elaboração do anteprojeto, utilizando todas as informações anteriores.

2 Referenciais teóricos

A humanização no ambiente estrutural de um hospital ou de uma ala hospitalar contribui positivamente para a melhoria da evolução clínica do paciente, independentemente de sua condição de saúde e/ou idade, fornecendo a segurança necessária e adequada, além de proporcionar maior satisfação dos acompanhantes e profissionais.

A ambiência hospitalar é uma das metas do Sistema Único de Saúde (SUS), pois tem por finalidade não só proporcionar melhores condições para assistência, mas trazer mais conforto aos pacientes, nesse caso representados por gestantes e parturientes que precisam de um local humanizado

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e acolhedor para vivenciarem um momento tão especial em suas vidas, o nascimento de uma família. Dessa forma, trataremos neste capítulo sobre a história da obstetrícia no Brasil, a humanização no atendimento com ênfase nos nascimentos e abortamentos e a ambiência.

2.1 História da obstetrícia no Brasil

Início do século XIX, tradicionalmente, os abortos, partos e os cuidados com o RN, eram realizados por parteiras, parentes, vizinhas, por pessoas com alguma experiência para ajudar no momento da dor, que seria também chamada de “aparadeira”. A formação de médicos era precária até meados de 1832, onde houveram reformas radicais no ensino da medicina tornando, neste ano, oficial o ensino da Obstetrícia no Brasil. Caderno de saúde pública, RJ, junho de 1991, pg. 135.

Entre os séculos XVIII e XIX começa a disputa pelos trabalhos de partos e outros procedimentos entre parteiras e médicos (MUSÉE, 2002; RHODES, 1995 apud BITENCOURT; KRAUSE, 2004).

Como em outras partes do mundo, também, no Brasil, os médicos estavam empenhados em estabelecer sua hegemonia no campo da saúde e disputar a clientela da parteira. (OSAWA et al, 2006, p.699).

Neste período, o parto deixou de ser um evento social, que movimentava toda a família para a chegada de um novo membro, passando a ser medicado, hospitalizado, corrigido, acelerado, monitorado (SILVA, 2010). Para Moura et al (2007, p.13 ).

[...] na década de 40, foi intensificada a hospitalização do parto, que permitiu a medicalização e controle do período gravídico puerperal e o parto como um processo natural, privativo e familiar, passou a ser vivenciado na esfera pública, em instituições de saúde com a presença de vários atores conduzindo este período. Esse fato favoreceu a submissão da mulher que deixou de ser protagonista do processo parturitivo.

Em 1960, devido à grande influência sofrida pelas casas de parto da Europa e dos EUA, o Brasil estava com um grande número de cesáreas e uma alta taxa de mortalidade materna.

Morte materna é a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término da gestação, independentemente da duração ou da localização da gravidez. É causada por qualquer fator relacionado ou agravado pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela. Manual dos Comitês de Mortalidade Materna. Ministério da Saúde. (DF, 2007, p.12).

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Neste momento, a mulher perde o protagonismo, surgem as intervenções desnecessárias, as induções sem indicação, o aceleramento do trabalho de parto para desocupar leitos nos hospitais e o afastamento dos familiares. Esse modelo de assistência acarreta na desumanização do parto, e a mulher passa a ser um objeto de estudo, apenas (JAMAS, 2010).

Eis que em 1999 surge em São Paulo a primeira Casa de Parto Normal, de acordo com a Portaria nº 985/1999 do Ministério da Saúde. Essa Casa surge com pensamentos diferentes de assistência à mãe e ao bebê, com foco principal em diminuir as taxas de mortalidade materna (CAMPOS e LANA, 2007; MACHADO e PRAÇA, 2006).

Nos CPN, as gestantes têm atendimento por enfermeiras obstétricas, cuja presença do médico não se faz necessária na maioria das vezes, e elas têm direito a um acompanhante de sua escolha. Essa assistência traz alternativas para analgesia, soluções de manejo para o trabalho de parto, considerando os desejos da gestante (GONÇALVES et al, 2011).

2.2 Humanização no atendimento direto

Os nascimentos, na cultura brasileira, são considerados sagrados. São vistos como um momento de milagre, de nascimento de um bebê, de uma mãe e de um pai. Neste momento, tudo o que foi sonhado se realiza, tudo o que foi imaginado se torna realidade bem diante dos olhos daquelas que o fizeram. Artigo: A história do parto: do domicilio ao hospital; das parteiras ao médico; de sujeito a objeto (VENDRUSCOLO e KRUEL, 2016).

Para que este momento seja assistido com qualidade, seja em consultas, exames, administração de medicamentos, parto normal, parto cesariana ou curetagem, a gestante fica à disposição os especialistas 24h, ininterruptamente. Por meio da consulta e triagem, os profissionais atentam-se para as necessidades individuais de cada paciente, seus medos, dúvidas, questionamentos, procedimentos a serem realizados, exames de controle e de urgência. Para isso, o hospital conta com uma equipe composta por médicos obstetras, enfermeiras obstetras, técnicos em enfermagem, radiologistas, pediatras neonatologistas, farmacêuticos, laboratórios, dentre outros (ANVISA, 2008).

Juntamente com o Ministério da Saúde, com esse olhar especial sobre as gestantes, surgem vários programas, com

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Figura 1 – Programas sociais

Fonte: Google.

iniciativas governamentais, para amparar, informar, fortalecer e incentivar o nascimento, aleitamento e puerpério:

2.2.1 Presença do acompanhante no parto

A presença do acompanhante proporciona bem-estar físico e emocional à mulher e favorece uma boa evolução no período gravídico puerperal. O acompanhante passa segurança durante todo o processo parturitivo, o que pode diminuir as complicações na gestação, parto e puerpério, a utilização de analgesia, ocitocina, partos cesáreos e o tempo de hospitalização do binômio, mãe e filho (MOURA et al, 2007).

2.2.2 Salas de PPP, salas cirúrgicas, recuperação,

permanência e internação

Salas de parto normal ou parto cesárea, ambiente este onde ela possa expressar seus sentimentos mais profundos, onde os assuntos mais polêmicos vêm à tona: vida, morte e sexualidade. Neste local, ela deve se sentir única, protagonista de tudo o que está acontecendo com seu corpo, com sua vida. Mas ao mesmo tempo ela tem direito ao acesso à equipe médica, de enfermagem, acesso à analgesia farmacológica, ou não (BRASIL, 2017).

A permanência na SRPA deve ter continuidade na humanização ao cuidado, agora incluindo o recém-nascido, para o qual deve-se atentar à amamentação, e também aos sinais vitais da mãe e RN e suporte ao acompanhante.

Neste momento, a puérpera precisa descansar, amamentar, sentir-se confortável com o local, com a maca em que ela se encontra. É necessário que seja um ambiente calmo, limpo, seguro, e que ela possa contar com uma equipe de apoio, médicos, enfermeiras, banco de leite e alojamento conjunto.

E importante a observação redobrada da puérpera nessa fase, por tratar-se do período em que, com mais frequência, ocorrem hemorragias pós-parto, principalmente por atonia ou hipotonia uterina. E também momento adequado para promoção de ações que possibilitem o

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vínculo mãe/bebe, evitando-se a separação desnecessária (BRASIL, 2001, p.99).

2.2.3 A atenção dispensada ao RN quanto aos cuidados e

procedimentos invasivos na primeira hora de vida

A taxa de mortalidade infantil e de internação em UTI Neonatal ainda é bastante preocupante, por isso o primeiro atendimento ao RN tem importância fundamental, pois dessa forma é possível reduzir os danos ao neonato.

As ações de promoção, prevenção e assistência à saúde dirigidas à gestante e ao RN têm grande importância, pois influenciam a condição de saúde dos indivíduos, desde o período neonatal até a vida adulta. Cada vez mais, vem sendo salientada a relação determinante entre a vida intrauterina, as condições de saúde no nascimento e no período neonatal e os problemas crônico-degenerativos na vida adulta, como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, saúde mental, entre outros. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011,p.11)

Atualmente, o recém-nascido a termo, ativo e reativo é atendido ao nascer pelo pediatra e enfermagem em sala, com

...

Fonte: Foto Gustavo Campos/G1

Figura 2 – Imagem de UTI Neonatal

clampeamento tardio do cordão umbilical. O RN permanece em contato pele a pele, ininterruptamente, por 1h, no mínimo, com a mãe, sendo neste momento estimulado o aleitamento materno, fortalecendo o vínculo entre mãe e RN (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).

2.2.4 Abortamento

O Ministério da Saúde reconhece, por meio da Norma Técnica Atenção Humanizada ao Abortamento, que a realidade brasileira quanto ao abortamento é preocupante, além de ser uma importante causa de morte materna por procedimentos realizados ilegalmente em locais pouco ou nada

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seguros.

Essas mulheres que não têm apoio legal da saúde pública para optarem por interromper a gestação acabam procurando métodos alternativos para provocar o aborto, tendo, dessa forma, complicações na saúde ou até vindo a óbito.

Aspectos culturais, religiosos e legais inibem as mulheres a declararem seus abortamentos, dificultando o cálculo da sua magnitude. Independentemente dessa dificuldade, sabe-se que o abortamento e vastamente praticado, com o uso de meios diversos, muitas vezes induzidos pela própria mulher ou realizados por profissionais em condições inseguras, em geral acarretando consequências danosas a saúde, podendo, inclusive, levar a morte. (BRASIL, 2005,p.7).

A humanização neste tipo de atendimento exige estrutura física hospitalar pensada para esta mulher; ela deve ter acesso a uma equipe com todos os níveis de gestores, deve contar com profissionais éticos, compreensivos, capacitados para lidar com essa situação de vulnerabilidade, sendo, portanto, acolhida, informada e aconselhada com respeito e dignidade. Parto, aborto e puerpério (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).

2.3 Ambiência

O conceito de ambiência é regido por três tópicos:

O espaço que visa à confortabilidade focada na privacidade e individualidade dos sujeitos envolvidos, valorizando elementos do ambiente que interagem com as pessoas – cor, cheiro, som, iluminação, morfologia –, e garantindo conforto aos trabalhadores e usuários. O espaço que. possibilita a produção de subjetividades – encontro de sujeitos– por meio da ação e reflexão sobre os processos de trabalho. O espaço usado como ferramenta facilitadora do processo de trabalho, favorecendo a otimização de recursos, o atendimento humanizado, acolhedor e resolutivo. É importante ressaltar que esses três eixos devem estar sempre juntos na composição de uma ambiência, sendo esta subdivisão apenas didática.

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006,p.6)..

No primeiro atendimento à gestante, especificamente, deve-se ter uma prioridade urgente, de modo que a circulação interna seja quase exclusiva dela – em que os funcionários do hospital ou ala saibam a importância dessa paciente quando adentra à instituição, compreendendo que mesmo as pequenas alterações fisiológicas podem resultar em outras muito maiores. Uma vez atendida, ela tem prioridade e privacidade em suas consultas, exames e procedimentos médicos e de enfermagem,

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como preferir, de acordo com suas necessidades físicas e psicológicas paralelas às necessidades do embrião ou feto, mesmo que seja um aborto, em que não há mais BCF’s, conforme consta na Resolução RDC nº 50, de 21 de fevereiro de 2002.

Adentra-se aqui na questão dos fluxos interfuncionais e intrafuncionais, salientando que em ambos deve ocorrer a humanização, mas que no segundo deve haver a disponibilidade estrutural e a privacidade para as gestantes, sendo que muitas delas utilizarão esse ambiente de circulação como parte de suas atividades no trabalho de parto, como garante a Resolução RDC nº 36, de 03 de junho de 2008, da ANVISA.

... O ambiente em que ela será recebida, juntamente com um acompanhante de sua escolha, deve ser acolhedor, calmo, confortável, seguro e apropriado para suas possíveis urgências. Este ambiente deve existir desde o seu primeiro atendimento, ou seja, a recepção, seguindo para a sala de triagem, consultório, salas cirúrgicas, PPP, SRPA, AC, SPA e saída (BRASIL, 2014).

Quanto ao RN, a humanização se estende ao momento em que a possibilidade de permanência dos pais se torna inquestionável e o atendimento por profissionais capacitados

24h permanece, sendo eles médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, cirurgiões pediátricos, radiologistas, entre outros, direito assegurado pelo Ministério da Saúde - Portaria nº 371, de 07 de maio de 2014. Este ambiente deve ser acolhedor, trazendo conforto térmico, acústico e visual para a permanência ao longo do tratamento, além de aconchego aosRN’s e aos acompanhantes.

Uma pessoa se sente confortável em um ambiente quando este lembra seu lar. No caso dos prédios hospitalares, tem-se pensado muito nessa questão, seja na construção de novos hospitais ou clínicas, ou mesmo nas reformas.

Em um ambiente hospitalar, torna-se mais complexa essa adaptação, pois, paralelo à estética e à funcionalidade dos ambientes, deve-se atentar ao limite orçamentário e às normas para esse tipo de construção. (KIBERT, 2020).

Sendo o clima Catarinense privilegiado, este permite aproveitar por mais tempo a iluminação natural, levando para dentro dos ambientes, das edificações, mais qualidade de vida física e mental, pois entre os procedimentos e medicações o paciente tem a sensação de tempo, hora e clima, o que o remete à janela de casa, à rua do bairro, à janela do seu trabalho, e dessa forma o mantém motivado e positivo quanto ao

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seu tratamento ou procedimento.

Pode-se estabelecer uma analogia entre a luz do dia e os ciclos da vida...O homem reage as variações da luz do dia: revigora-se num dia luminoso e deprime-revigora-se ante um dia obscurecido. (BARNABÉ, 2008,p.35).

No caso do Centro Obstétrico, o conforto lumínico tem um papel importante nas salas de PPP, salas cirúrgicas, SRPA, circulação e consultórios, assim como o térmico, o acústico e o visual, como cita Niemeyer:

Trabalho no meu canto, no fundo do escritório. Muita gente me pergunta porque não fico na parte da frente, mais clara, defronte ao mar. Mas é neste lugar, mais sereno, tranquilo e discreto, que me sinto melhor. (NIEMEYER, apud CORREA, 1996, p. 16).

A gestante deve sentir-se à vontade quando chegar a sua hora, a hora do seu parto, um momento único entre a gestante, o recém-nascido e seus familiares, em que deve sentir que tudo ao redor está preparado para ela. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014). Nessa hora, seja em parto normal ou parto cesárea, ela precisa de um local em que se sinta acolhida, no

qual a iluminação esteja a seu favor, onde não haja ruídos e, se houver, que sejam de sua escolha, e que esse ambiente se adapte às necessidades dela e do acompanhante de sua escolha para aquele momento.

Assim, se for de sua vontade, ela não precisará sair da sala de PP, pois essa sala pode ser adaptada para que o nascimento ocorra ali mesmo, onde a gestante se sentir melhor. Atualmente, denomina-se sala de PPP e sala de PC. Cada uma com suas características necessárias para os devidos procedimentos a serem realizados, porém mantendo a humanização antes da cirurgia, durante o nascimento e no puerpério (BRASIL, 2001).

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Figura 3 – Imagem de PPP

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O ambiente utilizado para procedimentos de curetagem, seja por aborto provocado ou espontâneo, não deve ser menos humanizado do que o utilizado para parto normal, por exemplo. Há inúmeras razões para compreender esse ou aquele tipo de aborto. Profissionais da saúde, principalmente, têm o dever de não discriminarem nem julgarem a causa do aborto.

A mulher que está passando por esse procedimento deve receber todo atendimento oferecido pela lei oferece, com tratamento humanizado sempre.

Em situações de urgência ou emergência, todo serviço de saúde deve cuidar da mulher de modo rápido, respeitoso e de acordo com as normas do Ministério da Saúde. (MPPE, 2015,p.17).

O paciente, após esse momento crítico de RPA ou pós-parto imediato, quer ter ao seu lado o acompanhante e quer também receber seus familiares e visitas. Para isso, é necessário que a estrutura física esteja pronta para recebê-los desde a recepção até o leito onde está a gestante, a puérpera, o RN (seja com a mãe ou na UTI neo), a criança (pediatria) e até aquela mãe que está amamentando (BLH).

Para manter a humanização na assistência de saúde, é

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Figura 4 – Ambientes de uso comum

Fonte: Foto Rondônia Digital Fonte: Foto ACR Arquitetura

Fonte: Foto BealtifulDecay

Figura 5 – Ambientes de uso comum pediátrico

Fonte: Foto VivaDecora

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importante que os profissionais envolvidos na questão, reúnam-se reúnam-sempre que necessário para compartilhar e documentar tudo o que já foi feito e o que ainda será, dessa forma mantém-se atualizada a evolução no atendimento (RATTNER et al, 2010).

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3 Referenciais projetuais

Neste capítulo, serão analisados um referencial projetual em forma de estudo de caso, Hospital Amparo Maternal, e dois referenciais projetuais escolhidos pelo aluno, que irão sustentar, auxiliar e contribuir na criação e desenvolvimento do futuro anteprojeto. Assim, foram analisados o Hospital Rede Sarah, no Rio de Janeiro, e o Hospital Can Misses, localizado na Espanha, sendo o primeiro nacional, e o segundo, internacional.

3.1 Hospital Can Misses

O projeto repensa e otimiza os fluxos de todos os usuários, reformulando as conexões entre os serviços. É um hospital modular, eficiente, fácil de usar e que permite crescimento futuro. Apresenta 67.132m² construídos, sendo eles 46.405m² hospitalar + 1.991m² de reforma + 18.736m² de estacionamento, oferecendo 900 vagas.

3.1.1 Ficha técnica:

Área construída: 67.132m² Ano: 2014

Localização: Ibiza, Espanha. Projeto: Luís Vidal + Arquitetos

3.1.2 Elementos

A análise realizada neste referencial projetual refere-se, particularmente, ao fluxograma, o qual destaca-se por ser definido de forma que separa os serviços em diferentes edificações, semelhante ao projeto em questão, porém em menor escala.

3.1.2.1 Acessos

O hospital se localiza ao noroeste de Ibiza, uma ilha ao leste da Espanha. O local tem uma ocupação escassa, apresenta grande quantidade de residências na periferia da ilha. A obra, que fica entre duas vias de fluxo importante, E-10 (leste) e E-20 (oeste), é o acesso principal pela Carrer de

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Corona (sudoeste), onde o fluxo é moderado por ser uma via coletora, não causando congestionamento para o trânsito local. A fachada a sudoeste mantém os acessos mistos de pedestres e veículos, mas a entrada de funcionários e clientes é separada; o cliente tem acesso direto à recepção, e o funcionário tem acesso por uma via interna aos fundos da edificação, dessa forma adentrando na área destinada a vestiários/serviços.

3.1.2.2 Circulações

A circulação linear predomina na obra. A comunicação interna ocorre por meio de corredores. Cada bloco explora

Acesso de veículos Acesso de pedestres Acesso de ambulância

Fonte: ArchDaily, graficado pelo autor.

Circulação semipública Circulaçao técnica Circulação vertical

Fonte: ArchDaily, graficado pelo autor.

Figura 6 – Planta de cobertura graficada

Figura 7 – Implantação graficada

essa forma de circulação. A circulação vertical foi utilizadas pelo autor em todos os blocos e nas escadarias externas, local em que estas fazem parte das fachadas. A entrada principal para a recepção do hospital possuem uma rampa longa e confortável, trazendo a sensação de acolhimento aos clientes e indicando o acesso.

3.1.2.3 Volume e massa

A construção que tem seu formato predominantemente retangular, disposta de forma horizontal, possui características marcantes definidas por Luís Vidal, como a estrutura elevada no seu exterior, as escadarias marcando presença nas fachadas, a

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apresenta um conjunto de aspectos curativos para seus usuários. A ilha de Ibiza, por ter um clima mediterrânico, quente e bastante seco, beneficia o uso da luz natural, que está altamente presente em todos os ambientes, valorizando as cores vivas.

Os jardins terapêuticos, os materiais para conforto acústico e a textura do próprio edifício também colaboram para o conforto do prédio. Como é possível observar na figura, o hospital, com seus diferentes blocos, possui uma grande taxa de ocupação em relação ao terreno.

Fonte: ArchDaily.

Figura 8 – Vista aérea do edifício

Fonte: ArchDaily.

Figura 9 – Fachada colorida do edifício.

passarela coberta, possuindo ao seu redor uma área plana, segura e iluminada para os usuários, com uma paleta de cores primárias, dando um ar contemporâneo e industrial ao hospital.

Como pode-se observar na Fig.8, o hospital, com seus diferentes blocos, possui uma grande taxa de ocupação em relação ao terreno, sendo as demais partes destinadas para o estacionamento, a circulação e a vegetação.

3.1.2.4 Conforto ambiental e sustentabilidade

O hospital Can Misses, como é conhecido, também

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Fonte: ArchDaily, graficado pelo autor. Leste

Oeste

uma circulação central horizontal.

3.1.2.6 Estrutura e técnicas construtivas

Nesta reestruturação do Can Misses, Luís introduz o branco como cor predominante. Elementos marcantes fazem parte do projeto, não somente pela estrutura, mas pelos materiais utilizados, como o metal usado na fabricação das escadarias externas, brises, esquadrias e revestimentos. Outra relevante parte do projeto, e a mais importante, é a introdução da arquitetura curativa de Luís Vidal, com uma nova tipologia de hospitais: os 'hospitais aeroporto', baseados em uma circulação otimizada, organogramas e conexões visuais melhoradas pelo uso da cor. Fonte: ArchDaily. Administração Atendimento de urgência Bloco cirúrgico Bloco de internação Bloco psiquiátrico Recepção

Bloco de hospital dia Consultórios

Figura 10 – Análise bioclimática

Figura 11 – Zoneamento funcional

Fonte: ArchDaily.

Figura 12 – Fachadas do hospital

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3.1.2.5 Zoneamento funcional

A edificação possui blocos separados, cada um com sua função. Porém, todos os blocos se interligam por meio de

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3.1.3 Relações

Neste projeto de ampliação e reestruturação do Can Misses, o propósito do arquiteto foi otimizar os fluxos de pacientes, famílias e médicos, melhorando a privacidade do usuário e a conectividade entre os serviços, sem abrir mão da humanização interna e externa.

3.1.3.1 Relação com o entorno

Vale destacar a vasta área livre no entorno do edifício, tornando fácil a solução de uma ampliação futura. À noroeste, fica a parte menos desenvolvida da ilha, mas em seu entorno imediato o hospital mantém sua tipologia muito semelhante às edificações existentes, horizontalmente predominantes. Outro fator importante é a proximidade do hospital com avenidas importantes, facilitando os acessos.

3.1.3.2 Relação entre exterior e interior

O uso de cores primárias é um dos recursos mais reconhecidos da arquitetura de LVA para reforçar sua

Fonte: ArchDaily, graficado pelo autor.

Figura 13 – Relação com o entorno

legibilidade, destacar algumas formas de organização e criar um ambiente, acolhedor, trazendo para os usuários um sentimento de casa, aconchego. Com a finalidade de criar a interação entre o espaço exterior e o interior, foi indispensável o uso de vidros em grande parte da fachada, otimizando a iluminação natural com brises.

Fonte: ArchDaily.

Figuras 14 – Aberturas do hospital

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3.1.3.3 Hierarquias espaciais

Após um planejamento substancial – a estrutura existente permaneceu totalmente operacional durante toda a execução da obra –, um grande número de melhorias foi realizado, trazendo para essa estrutura uso administrativo. Incluídos na atualização estão o fluxo espacial e a organização, aprimorando as funções e o tráfego de pedestres, o aumento da privacidade do paciente e a realocação de unidades médicas, pronto-socorro e unidade de terapia intensiva para um local menor e centralizado. Observando o máximo os cuidados de saúde, raras áreas são consideradas públicas, sendo assim o maior fluxo fica por conta de áreas semipúblicas, semiprivadas e privadas.

Figuras 15 – Planta baixa primeiro pavimento

Fonte: ArchDaily, graficado pelo autor.

Privado Semi-privado Semi-público Figuras 14 – Planta baixa térreo

Fonte: ArchDaily, graficado pelo autor.

Figuras 16 – Planta baixa segundo pavimento

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Privado Semi-privado Semi-público

Fonte: ArchDaily, graficado pelo autor.

Privado Semi-privado Semi-público

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3.1.4 Ordem de ideias

O hospital em análise aparenta um projeto simétrico, plantas espelhadas. Alguns blocos são diferentes devido ao uso, mas as formas são bastante semelhantes. O que traz beleza à obra são as fachadas, com cores e recursos sustentáveis.

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3.1.4.1 Traçados e Simetria

Observar uma fachada diferente torna-se fácil quando a obra foi projetada por LVA, pois as cores fortes predominam nas edificações, principalmente nas fachadas. Os traços horizontais em formas retangulares estão, insistentemente, presentes em todo o projeto, possuindo assim a repetição de blocos.

No edifício, a assimetria entre as formas está presente em todas as áreas, externa, interna, cobertura e esquadrias, apesar das dimensões variáveis, como pode-se observar através da Fig. 17 os blocos possuem semelhanças de formato.

Figuras 17 – Analise de traçado e simetria

Fonte: ArchDaily.

3.1.5 Partido

Can Misses faz parte de um novo pensar para ambientes hospitalares, baseado na arquitetura da cura. O objetivo desta nova arquitetura é garantir o bem-estar dos usuários por meio de aspectos combinados, incluindo a presença de luz natural, o efeito positivo do contato com o verde, com a vegetação, os sons e, claro, o uso das cores e seus efeitos psicológicos, considerando-as uma fonte de energia que pode ter influência positiva e direta nos pacientes.

Enquanto isso, Luís Vidal introduz uma nova tipologia de hospitais: os 'hospitais aeroporto', desenvolvidos após sua experiência ao projetar aeroportos, como o Aeroporto de Zaragoza ou o novo Terminal 2, do Aeroporto de Heathrow. Essa nova tipologia trata-se de otimização da circulação, organogramas e conexões visuais melhoradas pelo uso da cor.

3.1.6 Por que da escolha? O que pretende usar?

Em um hospital, a maior preocupação é a alta hospitalar com melhora ou cura dos pacientes, e nessa trajetória, que pode ser de curto, médio ou longo prazo, há recursos que podem ser

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utilizados para auxiliar neste processo de recuperação.

Além dos usuários, deve-se pensar também no bem-estar dos seus acompanhantes e profissionais. Foi este pensar voltado para a arquitetura de Luís Vidal que fez a autora escolher como exemplo o Novo Hospital Can Misses. Com esse espelho, torna-se fundamental desenvolver no projeto futuro questões pensadas em cores curativas, circulações humanizadas e funcionais, conexão entre usuários e o entorno por . meio de fachadas inclusivas, lugares destinados ao banho de sol e à inclusão das áreas verdes.

3.2 Centro Internacional de Neuroreabilitação e Neurociências Sarah Kubitschek - RJ

Parte de uma rede hospitalar presente em diversas cidades do país, todas as unidades projetadas por João Filgueiras Lima, a imagem da instituição está ligada a uma tipologia íntima do arquiteto.

O complexo abrange três blocos lineares (ambulatório, internação e bloco de serviços) e um domo, destinado ao auditório. A planta retangular dos blocos não é capaz de traduzir a espacialidade do interior, que se deve à plasticidade

da cobertura e aos sheds.

.O tratamento paisagístico do local foi pensado para coletar e tratar a água da chuva, evitando que o terreno precisasse de grandes aterros, área pantanosa, característico da região.

3.2.1 Ficha técnica:

Área construída: 52.000m²

Projeto: João Filgueiras Lima, Lelé (autor); Ana Amélia Monteiro e André Borem

Ano de conclusão: 2008

Localização: Jacarepaguá, Rio de Janeiro.

3.2.2 Elementos

A análise realizada neste referencial projetual refere-se, principalmente, à diversidade de acessos para a edificação, evidenciando o traçado marcante do Lelé, mostrando o sistema construtivo e a distribuição dos ambientes.

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3.2.2.1 Acessos

O hospital, na zona oeste do Rio de Janeiro, se localiza em uma área que tem uma ocupação escassa, mas apresenta sinais de construções de residenciais de luxo em grande quantidade. A obra fica entre duas vias de alto fluxo, a Avenida Embaixador Abelardo Bueno (sul) e a Estrada Arroio Pavuna (oeste), sendo o acesso principal pelo Norte, na Avenida Jose Wilker, onde o fluxo é moderado, não causando congestionamento para o trânsito local. A fachada norte mantém os acessos mistos de pedestres e veículos, mas a entrada de funcionários e clientes é separada; o cliente tem acesso direto à recepção, e o funcionário, acesso direto à área destinada a vestiários/serviços.

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Figura 18 – Análise de acessos

Fonte: ArchDaily, graficado pela autora.

Acesso de veículos Acesso de pedestres Acesso de funcionários

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3.2.2.2 Circulações

A entrada principal para a recepção do hospital torna-se perceptível por uma marquise ondulada, trazendo proteção aos clientes e indicando o acesso.

A circulação linear em grelha predomina na obra, sendo que os setores se interligam por meio de corredores. Mas a circulação vertical não foi excluída pelo autor, ele usou a rampa do passeio central em que a vegetação envolve a circulação, atraindo o uso comum, proporcionando um espaço humanizado aos clientes e funcionários.

Figura 19 – Análise de circulação no térreo

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Figura 20 – Rampa interna e entrada principal

Fonte: ArchDaily, Foto Leonardo Finotti .

3.2.2.3 Volume e massa

A construção horizontal, com sua forma predominantemente retangular, possui características marcantes, como a cobertura em shed e detalhes que remetem aos estilo arquitetônico de Lelé, como o solário atirantado e também o auditório, possuindo este o formato de uma semiesfera, com uma cúpula com a finalidade de possibilitar a passagem de luz natural para o interior do ambiente.

O hospital possui uma grande taxa de ocupação em relação ao terreno, sendo as demais partes destinadas ao estacionamento e à vegetação. Percebe-se que o arquiteto Lelé segue a mesma tipologia e ritmos em toda a rede de hospitais Sarah Kubitschek, visto que os traços possuem

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notáveis elementos, como superfícies transparentes na cobertura.

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Fonte: ArchDaily,

Figura 21 – Análise de Volume e Massa

3.2.2.4 Conforto ambiental e sustentabilidade

O arquiteto mostra sua preocupação em criar um ambiente hospitalar humanizado, trazendo aspectos construtivos importantes para o alcance deste objetivo, como as partes destinadas à ventilação e à iluminação natural, que foram projetadas com uma orientação que faz o melhor proveito das funções a que se destinam. Visando a uma eficiência maior da iluminação natural, o arquiteto investe em elementos como shed e as vegetações no interior da edificação, juntamente com as fachadas de vidros e brises, que maximizam o conforto

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interno. Já o espelho d’água, assim como os forros basculantes, mostram-se efetivos no resfriamento do ar quente, ponto fundamental, uma vez que o hospital localiza-se no Rio de Janeiro, que é uma cidade de clima quente e úmido.

Nota-se que Lelé atenta-se à criação de espaços que geram conforto aos usuários e reduzem o consumo de energia elétrica, resultando em um projeto que compreende a arquitetura com o que é primordial para as necessidades sociais de saúde.

3.2.2.5 Zoneamento funcional

Por meio da planta baixa, constata-se que as áreas sociais localizam-se mais a oeste do projeto, sendo a zona médica mais centralizada e os espaços destinados aos serviços na fachada leste. Assim, consegue-se uma separação mais funcional. Com esta divisão, percebe-se que a área central da edificação se sobressai em relação às demais pela alta concentração de especialidades, acarretando em um maior fluxo de usuários, tornando-a mais crítica.

Fonte: ArchDaily, graficado pela autora.

Figura 22 – Zoneamento funcional

Zona Social Zona Médica Serviços

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Figura 23 – Insolação, cobertura

Fonte: ArchDaily, graficado pela autora.

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Figura 24 – Insolação, corte

Fonte: Youtube. .

Figura 25 – Resfriamento, corte

Figura 26 – Troca do ar, corte

Figura 27 – Saída do ar quente, corte

3.2.2.6 Estrutura e técnicas construtivas

Nesta edificação, Lelé deixa muito evidente seus anseios arquitetônicos, não somente pelas formas aplicadas ao projeto, mas pelos materiais utilizados na estrutura, como o metal usado na fabricação dos pilares, os quais servem de apoio para a marquise ondulada metálica localizada no acesso principal.

Ainda neste contexto, vê-se que, além da estrutura metálica, houve o uso de lajes pré-moldadas, sendo que estas apresentam vantagem ao permitirem mais rapidez no andamento da obra, redução das etapas de produção e mão de obra, e facilidade na execução.

Os brises móveis de policarbonato e os forros com esquadrias metálicas também são destaques como técnicas construtivas, uma vez que corroboram com a eficiência da ventilação e iluminação natural.

Outra relevante parte do projeto é o solário Fig. 28 o qual possui estrutura metálica e em balanço e uma passarela de acesso sustentada por tirantes, com uma formidável vista para o espelhod’água.

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Fonte: Youtube. . Fonte: Youtube. . Fonte: Youtube. .

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Figuras 28 – Perspectiva externa

Fonte: ArchDaily.

3.2.3 Relações

No desenvolvimento deste projeto, o propósito do arquiteto Lelé foi criar locais que consigam despertar nas pessoas que utilizam estes ambientes uma sensação de bem-estar, remetendo a espaços familiares e hospitaleiros. Este tópico abordará os aspectos benéficos ao ser escolhido o local no qual situa-se a edificação, assim como os pontos relevantes em relação à funcionalidade do hospital.

3.2.3.1 Relação com o entorno

Primeiramente, vale destacar a ausência de construções

nas adjacências, o que possibilita a ampliação, caso necessário, futuramente, sem muitos percalços.

Outro fator relevante é a proximidade do hospital com a Lagoa de Jacarepaguá, que está abaixo do nível do dele, fazendo com que as variações do nível d’água não afetem o edifício com facilidade, e apresentando entre o edifício e a lagoa diversas áreas verdes.

Por meio dos vidros presentes nas fachadas, torna-se possível a visualização do lado externo, assim como do solário e dos jardins verdes, que também trazem a interação das pessoas com o meio ambiente. Todavia, ao se observar pela área externa, o hospital assemelha-se a uma construção privativa.

As cores aplicadas nas fachadas dão prosseguimentos às ideias de projetos já existentes e mostram sintonia com os arredores, entretanto as tipologias locais se diferem.

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Figuras 29 – Imagem aérea

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3.2.3.2 Relação entre exterior e interior

Com a finalidade de criar interação entre os espaços exterior e o interior, foi indispensável o uso vidros em grande parte da fachada. Seguindo esta mesma linha, os ambientes com vegetação e o solário possibilitam aos pacientes tomar sol e caminhar, assim como as luzes naturais, os espelhos d’água e a hidroterapia, que auxiliam no convívio dos usuários com o meio externo. Além dos benefícios já mencionados, esses aspectos ainda são de grande valia, pois contribuem para que as pessoas que estejam no hospital, profissionais, pacientes e familiares, tenham um espaço de lazer e conforto em áreas externas.

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Figuras 30 – Espaços externos de convivência

Fonte: ArchDaily.

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3.2.3.3 Hierarquias espaciais

Em concordância com a Fig. 31 contata-se que a maior parte do projeto foi destinada à área privada. Houve esta necessidade, visto que salas cirúrgicas, UTI e setores administrativos fazem parte desta área e requerem grandes espaços para serem alocados. Já o espaço semipúblico requereu a menor área, uma vez que acomoda apenas salas para acesso à recepção e sala de espera. Ainda analisando a mesma figura, é possível distinguir a distribuição de todas as salas e a divisão entre os espaços públicos e privados.

3.2.4 Ordem de ideias

O hospital em análise, apesar de aparentar ser um projeto simétrico, contém plantas são diferentes. Assim, este tópico é fundamental, uma vez que abordará o estudo das simetrias e assimetrias da obra, resultando nas características mais relevantes de cada bloco.

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Privado Semi-privado Semi-público Figuras 31 – Hierarquia espacial

Fonte: Arcoweb, graficado pela autora.

Figuras 32 – Análise de traçados e simetrias

Fonte: Leonardo Finotti.

Nas fachadas da edificação há o predomínio de traçados horizontais em formas retangulares, propriedade esta que também está presente na cobertura, a qual possui uma sucessão de módulos. Devido às tipologias e formas arquitetônicas, a volumetria dos conjuntos também é similar.

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3.2.4.2 Simetria e assimetria

No edifício, a assimetria, ou seja, a disparidade entre as formas, está presente em ambas áreas, externa e interna, como se pode observar por meio da Fig. 32. Já em relação à cobertura e às fachadas, nota-se a presença de simetrias, isto é, a semelhança entre as linhas analisadas.

3.2.5 Partido

Como citado anteriormente, o arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, expressa sua criatividade por meio de detalhes eminentes no projeto do Hospital da Rede Sarah, como o projeto do solário e do auditório. Outros pontos que também merecem destaque, não sendo, pois, não menos importantes, são as coberturas zenitais onduladas, as estruturas metálicas e a humanização no interior. Como já haviam sido construídos outros hospitais da Rede Sarah, vários elementos dos demais hospitais foram introduzidos no Hospital Rede Sarah Kubistchek, como, por exemplo, os espaços verdes integrados aos ambientes e a flexibilidade salas, o sistema de iluminação e ventilação natural. É possível dizer, assim, que no

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Centro Materno Infantil – TCC 1 – Acadêmica Talita Formaeski – Orientador: Prof. Arq. Ramon Lima

desenvolvimento dos hospitais projetados por Lelé, ele atenta-se a seguir características similares entre os projetos, agregando novas ideias, resultando em ambientes mais humanizados.

3.2.6 Por que a escolha? O que pretende usar?

Num ambiente hospitalar, a maior preocupação é contribuir com a recuperação dos pacientes e, durante este processo, auxiliar na melhoria da autoestima. Além dos pacientes, o bem-estar dos seus familiares e, ou, acompanhantes e profissionais, também é um fator a ser considerado. Com este escopo, no Hospital Rede Sarah Kubistchek, Lelé, por meio de seu projeto, une as pessoas aos recursos naturais. Dessa forma, torna-se fundamental desenvolver no projeto em questão alternativas para explorar esses recursos naturais, utilizando ao máximo a iluminação natural nos ambientes destinados ao banho de sol, à humanização dos ambientes e à inclusão das áreas verdes.

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Centro Materno Infantil – TCC 1 – Acadêmica Talita Formaeski – Orientador: Prof. Arq. Ramon Lima

Figuras 32 – Perspectivas

Fonte: Arcoweb.

4 Estudo de Caso - Hospital Amparo Maternal

Neste tópico, será analisado um referencial projetual de escolha do acadêmico, tendo como base a especialidade e a diversidade de atendimento oferecido neste ambiente, conhecendo na prática a realidade do fluxo e a organização do espaço, que assemelha-se ao futuro anteprojeto proposto neste trabalho de conclusão de curso. Enquanto parte da rede hospitalar Associação Congregação Santa Catarina, presente em diversas cidades do país, o Amparo Maternal se destaca pelo atendimento exclusivo e integrado às gestantes por meio do SUS. Em meados de 1930, um período no qual a gravidez por

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mulheres solteiras era mal vista pela sociedade, era comum o preconceito com essas moças, assim como com mulheres pobres, mestiças e negras, e havia o abandono de gestantes dentro desses perfis por suas famílias. A partir da concepção de que nenhuma parturiente na cidade de São Paulo deveria ficar sem um local adequado para dar à luz é que foi fundado o Hospital Amparo Maternal.

O complexo abrange blocos retangulares que se interligam, horizontalmente, contando com atendimentos ambulatoriais, urgências, emergências, cirúrgicos e de rotina.

O Hospital Amparo Maternal é considerado modelo de boas práticas para a Secretaria Municipal de Saúde e referência para o Parto Humanizado e Parto Adequado.

4.1 Ficha Técnica:

Endereço: Rua Loefgren, 1901, São Paulo– São Paulo Área construída: 10.388 m²

Inaugurado: 1939

Reforma e ampliação: em andamento, com início em 2019 Arquiteta responsável pela reforma e ampliação: Célia Bertazzoli.

Figuras 33 – Fachada do hospital.

Fonte: acervo da autora .

4.2 Elementos

Este item conta com a descrição do sistema construtivo, o detalhamento dos acessos, as entradas principais e as circulações da edificação, assim como o zoneamento funcional e o conforto ambiental.

4.2.1 Acessos/entradas principais e secundárias

O hospital se localiza na zona sul de São Paulo, próximo à rua Napoleão de Barros (oeste), e possui acesso de veículos e pedestres, ligando-se ao subsolo 1 e 2, na rua Botucatu (leste), com acesso de veículos e acesso exclusivo para funcionários, e

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Referências

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