MELHORAMENTO
GENÉTICO ANIMAL
Produção Animal
• A
produção
animal
baseia-se
prioritariamente em três pilares de
sustentação: a nutrição, o manejo e o
melhoramento genético.
• Cabe aos técnicos orientar os
produtores rurais sobre a utilização
racional de sua propriedade, respeitando
a natureza e explorando ao máximo o
potencial genético dos animais.
Aumento da produção e da
produtividade
Desafio técnico e político face à
demanda
crescente
de proteína de origem animal
pelas populações humanas.
A população humana dobra a cada 30 anos =
220.000 novos indivíduos/dia
2/3 são subnutridos, principalmente na região
inter-tropical
• Desenvolvimento sustentável
Revolução verde
(grandes produções agrícolas
devido ao melhoramento genético, uso de
fertilizantes e controle de ervas daninhas
).
Au
mento da produção e produtividade levou à
dependência de insumos e maquinário que, mal
usados, degradam e poluem o ambiente.
Cenário para as próximas três
décadas
• Escassez de alimento devido:
– Crescimento populacional
– Aumento renda Ásia e América latina
– Retirada de subsídios agrícolas pelos países
ricos
Cenário para as próximas três
décadas
• Aumento da demanda de alimentos
X
decréscimo da produção mundial
• Solução: aplicação de tecnologias que
permitam aumento de produtividade, redução
da pressão das áreas de cultivo sobre os
ecossistemas naturais, diminuição da poluição,
redução dos custos e aumento da
competitividade do agronegócio.
Países tropicais:
Maioria da população vive em estado
de miséria e subnutrição
Níveis de produção baixos
Populações de
baixo valor
genético
MELHORAMENTO ZOOTÉCNICO
(maior produtividade = produção/área)
• Maior quantidade
•Maior qualidade
•Menor custo
•Menor tempo
MELHORAMENTO ZOOTÉCNICO
(MAIOR PRODUTIVIDADE)
=
MELHORAMENTO GENÉTICO
+
MELHORAMENTO AMBIENTAL
MELHORAMENTO ZOOTÉCNICO
(maior produtividade)
=
MELHORAMENTO GENÉTICO
Ilimitado e Permanente
+
MELHORAMENTO AMBIENTAL
(sanidade, manejo, alimentação)
O PARADIGMA:
“Melhoramento
Genético Animal”
Primeiros passos:
Querer,
Acreditar,
Realizar,
Estudar....
Vamos conhecer
alguns conceitos?
Mas de jeito
tranqüilo...
O que é
Melhoramento
Genético
Animal???
“Ciência que utiliza os
princípios da
genética animal
(genética molecular,
clássica, de populações e quantitativa),
com a finalidade de
mudar os animais
para que
atendam melhor às
necessidades do homem
(maior
produtividade dos animais
)”
Melhoramento
Genético Animal
Melhoramento Genético Animal
“Ou seja, é o conjunto de
processos aplicados em
populações de animais
, que
visam o
aumento da
freqüência de genes ou de
combinações genéticas
desejáveis pelo homem”.
Melhoramento
Genético Animal
Melhoramento Genético Animal
O MELHORAMENTO GENÉTICO TEM POR
OBJETIVO ESCOLHER O
MELHOR MATERIAL
GENÉTICO
PARA MAXIMIZAR A PRODUÇÃO NAS
PRODUTIVIDADE
Fenótipo = Genótipo + Meio + Interação GM
Meio
ambiente
clima,
pastagens,
sanidade
Genótipo
+
FENÓTIPO
“
Qualquer característica que se
possa ver, medir, pesar”
:
•
Velocidade de crescimento (pesos e
ganhos),
•
Qualidade de carcaça,
•
Produção e qualidade do leite,
•
Idade ao primeiro parto,
•
Eficiência reprodutiva
,
•
Temperamento,
•
Resistência a doenças e parasitos
,
Constituição
genética de um
indivíduo
determinada
por
seus genes
Genótipo
Condições de ambiente:
Interno:
ambiente genômico,
Externo:
temperatura, nutrição,
sanidade, “tratador”
Quais são os objetivos do
MGA????
Quais são os objetivos do
MGA????
Utilizar as
variações
genéticas
para
aumentar a
produção
de animais
domésticos.
Quais são os objetivos do
MGA????
Obter populações com um valor
genotípico médio superior:
•
Aumentando as freqüências
dos genes favoráveis ou
desejáveis
(SELEÇÃO)
•
Ou redistribuindo
os
genes ou combinações
genotípicas mais produtivas
Quais são os objetivos do
MGA????
1. Incremento da
PRODUÇÃO
2. RENTABILIDADE
• Custo,
• Tempo,
• EFICIÊNCIA
• QUALIDADE
3. MENOR
Impacto ambiental
OBJETIVO DO MELHORAMENTO
Objetivo de curto prazo
do melhoramento
genético de gado de corte
é
ganhar mais dinheiro
através da obtenção e
uso de
animais mais lucrativos e
produtivos.
AUMENTAR
AS
TAXAS
DE
CRESCIMENTO, MUSCULATURA E
DIMINUIR A GORDURA
Objetivos do programa
Como chegar lá? Estratégias do programa Para onde ir?
Quais características e que animais medir
Exemplos:
-Leite, medidas de crescimento, carcaça, fertilidade
-Machos e/ou fêmeas -Teste de progênie
-Animais de núcleos e/ou de rebanhos comercias
Tipos de informação e métodos usados para predizer os méritos genéticos Exemplos: -Fenótipos -Pedigree -BLUP -Marcadores genéticos Técnicas reprodutivas Exemplos: - Inseminação artificial -Ovulação múltipla/ transferência de embriões - Clonagem Seleção e descarte -Avaliação genética
-Equilíbrio entre taxa de ganho genético e endogamia
PARA ONDE IR?
OBJETIVOS DO PROGRAMA
Para aumentar crescimento e músculo, e diminuir gordura
COMO CHEGAR LÁ?
TEORIA DA SELEÇÃO
•Nós estamos mais interessados nos GENES
responsáveis para boa musculatura, do que uma
boa musculatura por si só
•Precisamos de mensurações + avaliação
genética
COMO CHEGAR LÁ?
TEORIA DO CRUZAMENTO
FIXAR HETEROSE
Ex. sistema de cruzamento em bovinos
Angus x Nelore
Fêmeas F1
O QUE TUDO ISTO SIGNIFICA?
TENDÊNCIA GENÉTICA
PRODUTO MELHORADO
Animais mais pesados e carne magra
MELHOR RENDIMENTO
Maior foco no cliente (mercado consumidor)
Vendas mais forte
POR QUE SE PREOCUPAR COM
MELHORAMENTO GENÉTICO?
MUDANÇA / NOVOS MERCADOS
MUDANÇA / NOVOS AMBIENTES DE PRODUÇÃO
NECESSIDADE DE MAIOR EFICIÊNCIA ECONÔMICA
•Por reduzir custos de produção
COMO NÓS PODEMOS OBTER MAIOR BENEFÍCIO
COM O MELHORAMENTO GENÉTICO?
Métodos
Tradicionais de Melhoramento
Mudanças genéticas graduais
(porém dramáticas) obtidas em
grande período de tempo (100
anos) pela observação de
acasalamento seletivo
Realidade atual do melhoramento
A competitividade no mercado e o atual desenvolvimento tecnológico forçam o melhoramento genético a ser mais abrangente, envolvendo fatores como o investimento e o gerenciamento. No entanto, isso gera grande inquietação nos pesquisadores e selecionadores brasileiros, pois nem sempre é fácil separar a aptidão, o amor ao rebanho ou os interesses científicos da necessidade de gerar lucro e, conseqüentemente, maiores divisas ao país.
MELHORAMENTO MODERNO
Pressão econômica para mudança genética
rápida sobre um período de tempo curto
(anos/décadas)
por
otimizar
o
uso
de
ferramentas disponíveis nos programas de
melhoramento.
COMO?
FERRAMENTAS
SELEÇÃO
SELEÇÃO
DEVE SE ESTAR INTERESSADO
NOS GENES E NÃO NA
APARÊNCIA DO ANIMAL
SÃO NECESSÁRIAS
MENSURAÇÃO + AVALIAÇÃO
GENÉTICA
Criadores
de Elite
MULTIPLICADORES
CRIADORES
COMERCIAIS
SELEÇÃO
Estratégias do MGA:
1. Seleção:
Consiste em
multiplicar
os animais
geneticamente
superiores
para uma
característica de
interesse econômico e
Estratégias do MGA:
1. Seleção:
“Altera a composição genética de
uma população pelo mecanismo da
reprodução diferencial, onde alguns
indivíduos têm descendentes, outros
não, e dentro dos primeiros, uns
mais do que outros.
”
“A
eficiência
da seleção, ou seja, o
progresso
genético
através da seleção depende da nossa
capacidade de
reconhecer
(com segurança) os
genótipos superiores
no
menor tempo
possível, e
do
quão superiores
eles realmente são”.
Os índices de seleção poderiam incluir
características de:
Crescimento
Fertilidade
Conformação
Musculosidade
Precocidade de acabamento
PARÂMETROS GENÉTICOS
Tabela 1- Estimativas de herdabilidade para diferentes características.
Característica
Herdabilidade (%)
Peso ao nascer
20-25
Peso à desmama
25-30
Conformação à desmama
25-30
Habilidade materna
20-40
Peso aos 18 meses
45-55
Ganho em peso de animais de
sobreano
25-30
Peso maduro das vacas
50-70
Fonte: Fries (1977)
Características h2, rp, rg
1 2 3 4 1.Prenhez aos 14 meses (%) 0,57 0,16 0,12 0,25 2.Habilidade de permanência (%) 0,30 0,24 0,03 0,12 3. Peso à desmama (kg) 0,10 -0,19 0,30 0,65 4. Peso pós-desmama (kg) 0,37 0,27 0,74 0,35
Tabela 2- Valores de herdabilidade (h2, na diagonal), correlação fenotípica (rp, acima da diagonal) e correlação genética (rg, abaixo da diagonal) para algumas características de seleção em bovinos de corte no Brasil.
Fonte: Valores apresentados são baseados na literatura e em estudos conduzidos no Grupo de Melhoramento Animal da FZEA/USP em rebanhos de bovinos Nelore.
Efeitos ambientes importantes que devem
ser considerados na seleção
•
Ano de nascimento
• Época ou mês de nascimento
• Idade da vaca
• Sexo
GRUPOS CONTEMPORÂNEOS = formam as
bases de comparação entre os animais.
Refere-se a um grupo de animais, da mesma raça
e sexo, filhos de vacas de idades comparáveis,
nascidos em épocas similares e manejados
igualmente sob as mesmas condições.
Leva-se em conta o rebanho, a estação e o ano de
nascimento, o tipo de manejo e o sexo.
AJUSTES: Região, Rebanho/Fazenda, Ano,
Estação/Mês, Regime alimentar, Sexo, Idade da
vaca ao parto, Intervalo entre partos , Raça...
- criador
- raça
- rebanho (se mais de um por criador)
- ano de nascimento
- sexo
- regime alimentar (RA)
- grupo de manejo (GM)
- data de pesagem
ESTAÇÃO DE MONTA : é a utilização de
serviços (monta e/ou I.A.) por um período
determinado.
Benefícios da adoção da estação de monta
a)maior pressão de seleção sobre a capacidade
reprodutiva, eliminando-se as fêmeas de baixa
fertilidade;
b)maior facilidade na comercialização dos
produtos, pela obtenção de animais e pesos mais
uniformes;
c) aproveitamento racional das disponibilidades de
forragens;
d)
concentração
das
fecundações
e,
conseqüentemente, das parições em épocas
definidas do ano;
e) favorecimento do manejo geral da criação,
racionalizando todas as operações de rotina como
separação por sexo, pesagens, marcações,
programas de suplementação alimentar e de
cuidados sanitários e profiláticos (vermifugações e
vacinações).
PN
x
I
PN
PD
P
205
(
)
205
AJUSTES
:
Peso a desmama ou ajustado para 205 dias (P205)
Peso ao ano ou ajustado para 365 dias (P365)
205
160
)
(
365
x
P
NDEP
PD
PA
P
Peso ao sobreano ou ajustado para 550 dias (P550)
205
345
)
(
550
x
P
NDEP
PD
PS
P
Criador Gado Puro Produtor Gado Comercial Colheita Relatórios Dados/informações Sumário de touros Utilização ASSOCIAÇÃO DE CRIADORES “Banco de dados” Avaliação Dentro de Rebanho Avaliação Entre Rebanhos Pesquisa Prova de Ganho de Peso
Colheita e utilização
dos dados/informações
Medir e anotar as produções dos
animais
Pesagens e medições corporais
Anotações de dados
reprodutivos
Controle leiteiro (pesagem
leite)
Análise componentes do leite
Escores comportamentais e de
conformação
etc.
Afinal, o que é avaliação genética e o que
significa adquirir material genético (tourinhos,
novilhas, embriões ou sêmen) geneticamente
avaliado?
Avaliar a qualidade genética de um animal nada
mais é do que estimar o seu valor genético
aditivo.
DEPs, )
A SUPERIORIDADE GENÉTICA
(
Mérito
Genético
,
Valor Genético
)
dos animais
é
expressa conforme a UNIDADE da
característica medida (Kg, cm,
l)
São obtidas utilizando
o
fenótipo (produção)
dos próprios animais
e/ou de seus
parentes
AVALIAÇÃO GENÉTICA
Identificação dos animais com
melhores genótipos
Avaliação Genética
“Predição do mérito genético de todos os animais para
que o criador modele geneticamente seu rebanho de
acordo com o mercado consumidor, com os recurso de
sua fazenda e seus interesses”
= G + A
Genética
Ambiente
F
DIFERENÇA ESPERADA DA PROGÊNIE = DEP
DEP = prediz a habilidade de transmissão genética
de um animal.
Sinônimos: DP, HTG, VGE, PVG
É o valor genético médio dos gametas produzidos
por um indivíduo.
A DEP, sigla de Diferença Esperada na Progênie, nada mais
é do que uma estimação de como os futuros descendentes
de um determinado reprodutor irão expressar as
características.
É considerar a DEP como o valor genético, de um animal,
transmissível a seus filhos.
Desempenho médio esperado dos filhos de um
determinado reprodutor, em relação a uma base
fixa ou móvel
expresso em desvios + ou – em relação a esta
base, que é zerada.
Como interpretar as DEP's?
Exemplo DEP para peso à desmama
DEP touro A = + 15kg
DEP touro B = + 7 kg
DEP touro C = - 5 Kg
“Os filhos do touro A, em condições de ambiente
semelhantes às verificadas na avaliação desses touros,
serão, em média, 20 kg mais pesados dos que os do touro C e
8 kg mais pesados que os do touro B.”
Interpretação: Diferença esperada da progênie
A base é uma comparação
Peso aos 12 meses: DEP A= 20 kg e
DEP B= 5 kg
20 – 5 = 15 kg
A prog. do touro A é em média 15 kg superior que a do touro B.
TOURO
DEP GND
REB. 1
(150 kg)
(200kg)
REB. 2
A
+10,0
160,0
210
B
- 5,0
145,0
195
ACURÁCIA DA AVALIAÇÃO = AC
DEP = ESTIMATIVA do mérito genético do indivíduo
Obtida com base nas informações sobre o animal
Sujeitas a variação
A Acurácia (do inglês accuracy, também conhecida como
repetibilidade da avaliação) de uma estimativa é uma
medida da correlação entre o valor estimado e os valores
das fontes de informação, ou seja, mede o quanto a
estimativa que obtivemos é relacionada com o "valor real"
do parâmetro.
AC varia dentre 0 e 1,0
INTERPRETADA COMO UMA MEDIDA DE RISCO
Exemplo:
Touro A = 300 progênies distribuídas nos rebanhos
Touro B = 10 produtos avaliados
Ela nos informa o quanto o valor estimado é "bom", ou seja,
quanto o valor estimado é "próximo" do valor real e nos dá
a "confiabilidade" daquela estimativa ou valor.
É muito importante para as decisões de um
criador, pois indica o "risco" da decisão.
Nos informa em última análise a "segurança" que
temos de que aquele valor estimado vá mudar ou
não.
Como obter maiores benefícios com o
melhoramento genético?
1.Próprio indivíduo
2.Ancestrais
3.Colaterais
4.Descendentes
5.Diversos (parentes e indivíduo):
Índice
Familiar
As estimativas podem ser feitas com base no
fenótipo de:
FERRAMENTAS DISPONÍVEIS
OBSERVAÇÃO VISUAL
OBSERVAÇÃO VISUAL INFORMAÇÃO DO PEDIGREE
INFORMAÇÃO DE DESEMPENHO
MEDIDAS TRADICIONAIS
:
CRESCIMENTO,
FERTILIDADE,
PRODUÇÃO DE LEITE
MEDIDAS AVANÇADAS
:
CARCAÇA
(ULTRA-SOM), CONVERSÃO
MARCADORES
MOLECULARES
(FUTURO): MARMOREIO,
FERTILIDADE
• Procedimentos como a rastreabilidade e
a certificação de origem, proporcionam
maiores chances de conquista dos
mercados interno e externo, já que o
Brasil possui um dos maiores rebanhos
bovinos do mundo, criado exclusivamente
a pasto, sem receber qualquer tipo de
alimentação que possa comprometer a
saúde humana.
• A informação dos valores das DEP's
(Diferença Esperada na Progênie) dos animais
é uma ferramenta de suma importância
utilizada na predição do desempenho futuro
dos rebanhos. As DEP's dos animais são
obtidas por meio das avaliações genéticas e
expressam o quanto se espera que os filhos
daquele reprodutor sejam superiores ou
inferiores ao restante da população envolvida
na avaliação
• Dada a necessidade, por parte dos
criadores, de ferramentas auxiliares ao
processo de tomada de decisão, os
programas de melhoramento animal têm
disponibilizado
softwares
ou acessos a
e-business
ou
e-commerce
em suas
• Além do benefício direto obtido com o uso do
melhoramento genético, como a venda mais valorizada
dos animais, toda a cadeia produtiva, estaria sendo
influenciada pela melhoria no padrão produtivo dos
rebanhos comerciais. Auxiliado, ainda, por aplicações
de biotecnologias de ponta, como a identificação de
marcadores moleculares e a fecundação in vitro, o
melhoramento genético animal tende a ser cada vez
mais presente nos sistemas de produção brasileiros.
ACASALAMENTO
• Endogamia ou
Exogamia?
Estratégias do MGA:
2.
Cruzamentos
Acasalando de animais
de raças (linhagens)
Cruzamento:
Acasalamento
de duas ou
mais raças
Produção de
heterose
Incorporação
de material
desejável de
forma rápida
HETEROSE
Superioridade média dos filhos em relação à média dos
pais.
É o aumento no vigor ou produtividade das cruzas em
relação aos seus pais.
A explicação genética do fenômeno da heterose baseia-se
no fato do aumento da heterozigose nos indivíduos
resultantes dos cruzamentos.
“O cruzamento tem como efeito a heterose causada
pela heterozigose.”
O nível de heterose é inversamente proporcional à
herdabilidade da característica
COMO ESTIMAR A HETEROSE
O grau de heterose é avaliado pela superioridade das cruzas em relação à média de seus pais:
%
45
,
5
=
100
×
2750
2750
-2900
=
100
×
X
X
-X
=
H
%
P P C em que: CX é a média dos cruzados;
%H é o grau de heterose;
P
X é a média dos pais.
Exemplo: Calcular o grau de heterose dos animais cruzas Holandês-Gir para a característica produção de leite. Os pais da primeira e segunda raça apresentam produções médias de 4.000 e 1.500 kg, respectivamente. E os animais cruzas produção média de 2.900 kg.
100
×
X
X
-X
=
H
%
P P CGRAU DE HETEROSE
Depende:
a) das diferenças genéticas entre raças. Tabela 3- Percentagem de heterose
Característica Taurina X Zebuína Entre taurinos Percentagem de parição 15 5
Sobrevivência ate desmama 7 3
Peso a desmama 10 3
Peso aos 18 meses de idade 14 5 Produção de leite 10-25 3 Idade a puberdade 10 5 Qualidade de carcaça 0 0
Fonte: Lemos, V.M.C.F.
b) das diferenças de herdabilidade entre as diferentes características econômicas.
CÁLCULO DA PROPORÇÃO DE GENES
Para calcular a proporção de genes ou “grau de sangue” das populações em determinados cruzamentos, deve-se multiplicar por ½ na geração parental e somar os resultados.
C x N
M1= 1/2 C + 1/2 N M1 x N teremos:
1/2(1/2 C + 1/2 N) + 1/2 N = 1/4 C + 1/4 N + 1/2 N = 1/4 C + 1/4 N+ 2/4 N Somando as parcelas de “sangue”dentro da cada raça resultará:
M2 = 1/4 C + 3/4 N
“Grau de sangue” indica, no indivíduo mestiço, as frações de genes provenientes das diferentes raças que integram o seu genótipo
Bos taurus X Bos indicus
maior precocidade
maior potencial de crescimento melhor acabamento de carcaça
F1
maior adaptabilidade boa habilidade materna
maior resistência a parasitos
Como desvantagens, pode-se mencionar que elas são detentoras de partos distócicos, muita gordura em altos pesos, e a taxa de crescimento é menor que aquela de raças européias continentais.
Raças britânicas - representantes deste grupo, quando em ambientes propícios,
expressam boa taxa de sobrevivência, apresentam taxas reprodutivas e de crescimento suficientes para produzir carcaças de ótima qualidade.
Conseqüentemente, apresentam taxa de conversão alimentar menor, assim como menor peso adulto do que estas últimas. As vacas apresentam cerca de 500 a 600 kg de peso adulto, e os machos, de 800 a 900 kg.
Racas européias de grande porte - este grupo caracteriza-se pelo alto potencial
de crescimento, boa conversão alimentar, altos pesos de abate e carcaça com pouca gordura. Entretanto, apresentam partos distócicos e peso adulto elevado; como resultado, são animais de grande exigência de energia para mantença. As vacas apresentam, em média, peso adulto de 700 a 800 kg, enquanto que para os machos, esta média está em torno de 1.000 a 1.200 kg.
Raças zebuínas - os representantes deste grupo comparativa-mente às raças
européias, britânicas ou continentais, apresentam baixas taxas de crescimento, baixos índices reprodutivos, e carcaça com pouca aceitabilidade, principalmente por produzirem carne dura. Por outro lado, apresentam excelente taxa de sobrevivência, boa habilidade materna, e são tolerantes a parasitos e a altas temperaturas. As vacas adultas têm, em média, de 350 a 450 kg e os machos de 600 a 700 kg.
Raças européias adaptadas a clima tropical - neste grupo encontram-se todas
as raças chamadas "crioulas" da América do Sul, existindo ainda, representantes em outros continentes. Pelo processo de seleção natural pelo qual passaram por séculos, constituem-se hoje, em animais que associam algumas características comuns a raças européias e outras, principalmente aquelas relacionadas à adaptabilidade de raças zebuínas. As vacas adultas apresentam média de peso de, aproxima-damente, 350 a 450 kg e os machos de 600 a 700 kg.
Canchim
= 5/8 Charolês - Nelore
http://www.abccriadores.com.br/pecuaria/pecorte.htm
SISTEMAS DE CRUZAMENTOS
1. CRUZAMENTO CONTÍNUO OU ABSORVENTE
Consiste no uso contínuo de reprodutores da raça geneticamente superior (A) até a absorção da raça nativa (B).
Substituição de raças Absorção por uma raça exótica
A (exótica) x B (local) 1/2 A 1/2 B 3/4 A 1/4 B 7/8 A 1/8 B 15/16 A 1/16 B
Tabela 4- Substituição de raças
Geração % heterose % de genes da pop. parental A 1 100 50 1/2 2 50 75 3/4 3 25 87,5 7/8 4 12,5 93,75 15/16 5 6,25 96,875 31/32 6 3,125 98,4375 63/64
Este método não busca maximizar a heterose, tende a substituir a raça B por A e na prática se consegue em aproximadamente 5 ou 6 gerações. Estes indivíduos são denominados puros por cruza (PC).
2. CRUZAMENTO SIMPLES OU INDUSTRIAL
Nesse sistema de cruzamento, fêmeas de uma raça (B) são acasaladas com machos de outra raça (A) ou vice-versa.
A X B B X A F1 1/2 AB 1/2 BA
Esse sistema permite o uso máximo da heterose e da complementariedade.
Os machos F1 são destinados ao abate, enquanto as fêmeas podem ser comercializadas para a reprodução ou utilizadas como passo inicial para outros sistemas de cruzamento.
Por definição o sistema apresenta um ponto final onde todos os produtos obtidos machos e fêmeas são comercializados.
O retrocruzamento pode apresentar vantagem. Cruzamento “inter se” (F1 x F1).
Cruzamento fixo entre três raças ou Tricross:
Grande parte da utilização da heterose baseia-se no uso de fêmeas cruzadas, e a forma de salvar este problema é um sistema terminal com três raças, onde as fêmeas F1 AB se cruzam com um macho C e todos os produtos 1/4A + 1/4B + 2/4C são comercializados.
Um dos aspectos mais importantes de um sistema de cruzamento terminal é a utilização de raças e tipos especializadas por exemplo para a produção de carne em bovinos onde as raças A e B que produzirão as fêmeas cruzas (AB) devem ser selecionadas para combinar tamanho da vaca e desempenho materno, a terceira raça (C) deve ser selecionada para ganho de peso, eficiência de conversão alimentar e qualidade de carcaça.
vantagem é explorar ao máximo a complementaridade, por exemplo para qualidade de carne comercializada
por unidade de alimento consumido.
desvantagem é que as fêmeas de substituição não são produzidas pelo sistema, a menos que rebanhos
separados sejam mantidos com esse propósito. Cruzamento fixo entre quatro raças
A x B AB C x D CD x ABCD
3. CRUZAMENTO ROTATIVO OU ALTERNADO
Consiste no cruzamento entre duas ou três raças alternando a raça do reprodutor a cada geração.
1/2 A 1/2 B A x B x A x B x A x 3/4 A 1/4 B A x B 3/8 A 5/8 B 11/16 A 5/16 B 11/32 A 21/32 B 43/64 A 21/64 B
Este sistema produz 100% da heterose possível na primeira geração e se estabiliza em 67%.
Assim por um determinado número de gerações se formarão dois grupos genéticos
2/3A + 1/3B 1/3A + 2/3B
Tabela 5- Composição genética e nível de heterose em cruzamento rotacional com duas raças
Geração Raça macho Composição genética aditiva em %
Heterozigose %
Fêmeas Progênies Fêmeas Progênies 1 A 100 B 50A 50B 0 100 2 B 50A 50B 25A 75B 100 50 3 A 25A 75B 63A 37B 50 75 4 B 63A 37B 31A 69B 75 63 5 A 31A 69B 66A 34B 63 69 6 B 66A 34B 33A 67B 69 66 7 A 33A 67B 67A 33B 66 67 8 B 67A 33B 33A 67B 67 67
Nos cruzamentos rotativos de três raças, as fêmeas AB da F1 não são retrocruzadas com um macho B e sim com um da raça C. Então as fêmeas triplo cruza 1/4A + 1/4B + 1/2C são cruzadas com um macho de uma das raças utilizadas na primeira geração de rotação.
Se obtém o máximo da heterose na primeira e segunda geração e gradualmente se chega a 86% do máximo.
Logo a estabilização do sistema se forma três grupos:
4/7C + 2/7B + 1/7A x A
4/7A + 2/7C + 1/7B x B
4/7B + 2/7A + 1/7C x C
Tabela 6- Composição genética e nível de heterose em cruzamento rotacional com três raças
Geração Raça macho Composição genética aditiva em %
Heterozigose %
Fêmeas Progênies Fêmeas Progênies 1 A 100 B 50A+ 50B 0 100 2 C 50A+ 50B 25A+25B +50C 100 100 3 B 25A+25B +50C 12A+63B+25C 100 75 4 A 12A+63B+25C 57A+31B+12C 88 88 5 C 57A+31B+12C 28A+16B+56C 88 88 6 B 28A+16B+56C 14A+58B+28C 86 84 7 A 14A+58B+28C 57A+29B+14C 86 86 8 C 57A+29B+14C 29A+14B+57C 86 86 9 B 29A+14B+57C 15A+57B+28C 86 86 MÉDIA 33A+33B+33C 33A+33B+33C 86 86 Fonte: Gregory & Cundiff (1980)
a) as fêmeas de substituição são produzidas no próprio sistema, nas mesmas condições de manejo e ambiente e os machos destinados ao abate.
b) mantém maior grau de heterose.
c) permite maior pressão de seleção nas fêmeas.
Cruzamentos Rotativos
vantagem
desvantagem
a) exigência de nível elevado de manejo para a realização deste sistema.
b) necessidade da utilização de reprodutores diferentes a cada geração, muitos destes sendo submetidos a processos seletivos variados em relação ao criador que adotando este sistema.
4. FORMAÇÃO DE RAÇAS SINTÉTICAS
O termo sintético é utilizado para designar uma nova raça desenvolvida a partir de raças já existentes.
Raça sintética é uma combinação de duas ou mais raças em certa proporção. É o mesmo que raças compostas (composite breeds).
Alguns exemplos: em bovinos de corte:
Beefmaster (1/2 Brahman,1/4 Hereford,1/4 Shorthorn); Charford (1/8 Brahman, 1/2 Charolês, 3/8 Hereford). em ovinos:
Corriedale (1/2 Merino, 1/2 Lincoln); Polwarth (3/4 Merino, 1/4 lincoln)
Por alguma razão se popularizaram as populações sintéticas que adotam a proporção 5/8 e 3/8.
Nas raças formadas a partir de raças zebuínas (Z) e européias (E) nas regiões tropicais ou subtropicais, se preferiu utilizar 3/8 zebu (por exemplo, Santa Gertrudis, Canchim, Brangus, Braford, Jersind, Pitangueiras). E x Z Z x 1/2E 1/2Z E x 1/4E 3/4Z 5/8E 3/8Z Se não dispõe de touros Z Esquemas de formação de um 5/8 E x Z E x 1/2E 1/2Z 1/2E 1/2Z x 3/4E 1/4Z 5/8E 3/8Z
A escolha do programa de cruzamento irá depender de alguns fatores:
a) Qual o ambiente da propriedade;
b) Nível de gerenciamento e capacidade técnica;
c) Objetivo do cruzamento - abate de machos e fêmeas,
aproveitamento da F1 como matriz, venda à desmama dos produtos;
d) Exigência do mercado
QUAL O MELHOR SISTEMA DE CRUZAMENTO?
Tabela 7: Raças agrupadas por tipos biológicos de acordo com quatro critérios (maior número de X´s, indica um valor maior no critério)
Grupo racial Taxa de crescimento e tamanho adulto Relação carne/gordura Idade à puberdade Produção de leite Heref/Angus XXX XX XXX XX Red Poll XX XX XX XXX Brangus XXX XX XXXX XX Devon XX XX XXX XX Simental XXXXX XXXX XXX XXXX Limousin XXX XXXXX XXXX X Charolês XXXXX XXXXX XXXX X Chianina XXXXX XXXXX XXXX X Gelbvieh XXXX XXXX XX XXXX Braunvieh XXXX XXXX XX XXXX Pinsgauer XXX XXX XX XXX Brahman XXXX XXX XXXXX XXX Nelore XXXX XXX XXXXX XXX