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PAULO JOSÉAS MARQUES DA SILVA

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Academic year: 2021

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PAULO JOSÉAS MARQUES DA SILVA

VIABILIDADE AGROECONÔMICA DA PRODUÇÃO DE SEMENTES DE INHAME UTILIZANDO DIFERENTES PARTES DA TÚBERA E DENSIDADES

DE PLANTIO

Arapiraca 2018

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PAULO JOSÉAS MARQUES DA SILVA

VIABILIDADE AGROECONÔMICA DA PRODUÇÃO DE SEMENTES DE INHAME UTILIZANDO DIFERENTES PARTES DA TÚBERA E DENSIDADES

DE PLANTIO

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Agricultura e Ambiente da Universidade Federal de Alagoas – UFAL, Campus de Arapiraca, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Agricultura e Ambiente.

Orientador (a): Profa. Dra. Ademária Aparecida de Souza.

Coorientador: Prof. Dr. Antônio Lucrécio dos Santos Neto.

Arapiraca 2018

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DEDICATÓRIA

À minha família, em especial, meu filho Paulo Marques Magalhães da Rocha Silva, minha esposa Maria Denise Magalhães da Rocha e a todos os agricultores do estado de Alagoas.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente aquele que sempre trabalhou acima dos meus sonhos e planos, e me dá forças para levantar e lutar diariamente, sempre de forma incondicional: Deus. Pelo infinito amor, sabedoria e amparo em minha vida.

A minha família, esposa e filho, pelo apoio incondicional, principalmente nos momentos mais turbulentos, onde tive que conciliar a minha vida profissional, social, acadêmica e familiar, para alcançar tamanho percalço.

A todos os meus colegas de turma, pela amizade e companheirismo durante o período de estudo.

Aos colegas acadêmicos que colaboraram para a realização deste trabalho, direta ou indiretamente.

Aos dirigentes da Universidade Federal de Alagoas – Campus Arapiraca, aos professores do programa de pós-graduação, pelo esforço e paciência dos mesmos, o que oportunizou chegar até o estágio alcançado.

A Orientadora do Curso de Pós-graduação Professora Dra. Ademária Aparecida de Souza e Coorientador Professor Dr. Antônio Lucrécio dos Santos Neto, pela sabedoria, compreensão, paciência e competência profissional, além dos incentivos.

Aos avaliadores, Professores Dr. Francisco Rafael da Silva Pereira e Dr. Paulo de Albuquerque Silva, pelo profissionalismo e colaboração na construção deste trabalho.

Ao Técnico em Agropecuária Josimar da Silva da Secretaria Municipal de Agricultura, pela contribuição relevante para o projeto de pesquisa.

Aos agricultores que acreditaram no projeto e contribuíram para a implantação e conclusão.

A todos aqueles que porventura não foram citados, mas que, de alguma forma, contribuíram para este trabalho.

A FAPEAL – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas, pela concessão da bolsa vinculada ao desenvolvimento de projetos de pesquisa.

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“Não façamos de nossas vidas um rascunho, porque possamos não ter

tempo para passá-las a limpo”; (...)

“Saber é saber que sabes, quando sabes, e saber que não sabes, quando não sabes”;

(Confúcio)

“Longo é o caminho do ensinamento pela teoria. Curto e eficaz o do ensinamento pela prática”;

(Sêneca)

“Deves olhar para cima, para ver quantos degraus te faltam até o melhor a que és chamado. E deves olhar para baixo também, a fim de veres, satisfeito, o que te foi dado de melhor que aos outros”.

(F. Rueckert) M e l h o

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RESUMO

O inhame é uma cultura que apresenta importância socioeconômica, principalmente para região Nordeste Brasileira, por apresentar um elevado consumo e ser um alimento de alta qualidade nutritiva. Porém, sua produtividade precisa ser melhorada, com práticas de manejo adequadas e o uso de túberas-semente de qualidade, com alta percentagem de emergência e uniformidade. Uma alternativa à melhoria da qualidade de sementes de inhame é o estudo da parte da túbera utilizada e sua produção em altas densidades populacionais em sementeiras, proporcionando um melhor controle do ambiente de produção e promovendo uma maior produtividade de tubérculos-semente, uma vez que esse material propagativo representa a maior parcela do custo de produção. Objetivou-se avaliar a emergência de plântulas, a produção de inhame e a viabilidade econômica da tecnologia em função de diferentes partes da túbera e espaçamentos entre plantas. O experimento foi implantado no município de Arapiraca, Região Agreste de Alagoas, entre março e dezembro de 2017. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados em esquema fatorial 3x4, sendo três partes da túbera-semente (basal, mediana e distal) e quatro espaçamentos de plantio (15 cm, 20 cm, 25 cm e 30 cm entre plantas), resultando em 12 tratamentos e 48 parcelas. Foram avaliadas para à emergência das plântulas, a percentagem, índice de velocidade e tempo médio de emergência até os 167 dias após o plantio (DAP). Já para as avaliações agronômicas, o número de túberas por planta, comprimento e diâmetro, produtividade, peso médio e produção por planta de tubérculos sementes aos 266 DAP, avaliando-se oito plantas por parcela para cada tratamento. Na análise econômica foram determinados os custos totais, receita bruta, receita líquida, relação benefício/custo e taxa de retorno. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância para verificação de significância do teste F, sendo as médias comparadas pelo teste Scott-Knott (p<0,05) para a parte da túbera-semente, e análise de regressão polinomial para o fator quantitativo, com o auxílio do programa computacional para análise de variância Sisvar. Já para confecção de gráficos foi utilizado o software SigmaPlot. A parte basal e o espaçamento de 15 cm entre plantas promovem uma melhor emergência de plântulas e produção de túberas-semente de inhame. Entretanto, economicamente, para a mesma parte, o espaçamento 25 cm entre plantas proporciona maior viabilidade.

Palavras-chave: Dioscorea cayennensis. Seccionamento do tubérculo. Espaçamento entre plantas. Propagação vegetativa.

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ABSTRACT

The yam is a culture that presents socioeconomic importance, especially for the Northeast region of Brazil, because it has a high consumption and is a food of high nutritional quality. However, their productivity needs to be improved, with proper management practices and the use of quality seeds, with high percentage of emergence and uniformity. An alternative to the improvement of yam seed quality is the study of the part of the tufa used and its production at high population densities in sowing, providing a better control of the production environment and promoting a higher productivity of seed tubers, since this propagative material represents the largest portion of the cost of production. The objective of this study was to evaluate seedling emergence, yam production and the economical viability of the technology in terms of different parts of the tufa and spacings between plants. The experimental design was a randomized complete block design in a 3x4 factorial scheme, with three parts of the seedbed (basal, medial and distal) and four parts plant spacing (15 cm, 20 cm, 25 cm and 30 cm between plants), resulting in 12 treatments and 48 plots. Seedling emergence, percentage, speed index and mean emergency time were evaluated up to 167 days after planting (DBH). For the agronomic evaluations, the number of tubers per plant, length and diameter, yield, average weight and yield per plant of seed tubers at 266 DAP, evaluating eight plants per plot for each treatment. In the economic analysis were determined the total costs, gross revenue, net revenue, benefit / cost ratio and rate of return. The data were submitted to analysis of variance to verify the significance of the F test, and the means were compared by the Scott-Knott test (p <0.05) for the part of the seed tuft, and polynomial regression analysis for the quantitative factor , with the aid of the computer program for analysis of variance Sisvar. SigmaPlot software was used to create graphs. The basal part and the spacing of 15 cm between plants promote better emergence of seedlings and production of yams seedlings. However, economically, for the same part, spacing 25 cm between plants provides greater viability.

Key words: Dioscorea cayennensis. Tubing sectioning. Spacing between plants. Vegetative propagation.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Morfologia da tubera de ‘Inhame da costa’, com identificação de suas partes (ONWUEME; CHARLES, 1994). ... 21 Figura 2 - Precipitação pluviométrica e temperaturas, máxima (Tmax), média (Tmed) e mínima (Tmin) mensal para o período de março a dezembro de 2017, no município de Arapiraca, região Agreste de Alagoas. ... 29 Figura 3 - Croqui da área de pesquisa (A) e unidade experimental utilizada (B). ... 30 Figura 4 - Túbera-semente de inhame para cortes e solução de hipoclorito de sódio (A). Partes seccionadas da túbera-semente de inhame (B). ... 32 Figura 5 - Pesagens das partes das túberas-semente de inhame: basal (A), mediana (B) e distal (C). ... 32 Figura 6 - Agrotóxicos utilizados no tratamento das partes das túberas-semente de inhame (A, B e C). Imersão das partes (D) e secagem a sombra (E). ... 33 Figura 7 - Preparo do solo e demarcação de canteiro (A) e área experimental pronta para o plantio (B). ... 33 Figura 8 - Adubação orgânica dos canteiros (A e B). ... 34 Figura 9 - Adubação química de cobertura na cultura do inhame: NPK (A), adição de NPK pré-diluído no reservatório (B) e Aplicação dos fertilizantes (C). ... 34 Figura 10 - Demarcação (A), covas (B), plantio das partes das túberas-semente de inhame (C) e cobertura dos locais de plantio. ... 35 Figura 11 - Irrigação por gotejamento na cultura do inhame (A) e medição do coeficiente de uniformidade de distribuição (CUD) (B). ... 36 Figura 12 - Surgimento do ramo principal de plântulas de inhame na superfície do canteiro (A, B e C). ... 37 Figura 13 - Canteiro com ervas infestantes (A) e capina manual dos canteiros plantados com inhame (B). ... 37 Figura 14 - Métodos de Controle de pragas na cultura do inhame: manual (A) e químico (B). ... 38 Figura 15 - Sintomas do ataque do fungo Curvularia eragrostidis na cultura do inhame em diversas idades das plantas: manchas foliares necróticas circundadas por halo amarelo (A) e folhas atacadas e retorcidas (B). ... 39 Figura 16 - Crescimento prostado das plantas de inhame (A, B, C, D e E)... 39

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Figura 17 - Túberas (A) e área experimental após colheita das túberas-semente de inhame (B) em função de partes da túbera e espaçamentos entre plantas. ... 40 Figura 18 - Número de túberas-semente por planta de inhame em função de partes da túbera e espaçamentos entre plantas. ... 42 Figura 19 - Medição do comprimento (A) e diâmetro (B) das túberas-semente de inhame em função de partes da túbera e espaçamentos entre plantas. ... 42 Figura 20 - Pesagem de túberas-semente de inhame para obtenção do peso médio, em função de partes da túbera e espaçamentos entre plantas. ... 43 Figura 21- Túberas produzidas por uma planta na área experimental de campo (A) e pesagem da túbera-semente de inhame (B) para obtenção da produção média de tubérculos por planta, em função de partes da túbera e espaçamentos entre plantas. ... 43 Figura 22 - Número de túberas-semente por planta de inhame produzido em função de diferentes espaçamentos entre plantas. ... 50 Figura 23 - Produtividade (t ha-1) de túberas-semente de inhame em função de diferentes espaçamentos entre plantas. ... 53 Figura 24 - Peso médio (g) de túberas-semente de inhame em função de diferentes espaçamentos entre plantas. ... 54 Figura 25 - Produção de túberas-semente por planta de inhame obtida em função de diferentes espaçamentos entre plantas. ... 54 Figura 26 - Estudo econômico da tecnologia adotada para produção de túberas-semente de inhame em função de partes da túbera e espaçamentos entre plantas. ... 55 Figura 27 - Canteiros confeccionados (A) e demarcação das covas para plantio das túberas-semente (B). Março de 2017... 64 Figura 28 - Partes das túberas-semente pesando em média 50 g utilizadas no plantio da cultura (A e B). Março de 2017. ... 64 Figura 29 - Canteiros com abertura das covas (A) e Área experimental totalmente plantada (B). Março de 2017. ... 64 Figura 30 - Emergências de plântulas de inhame cultivadas na área de pesquisa (A e B). Março de 2017. ... 65 Figura 31 - Plantas de inhame em crescimento vegetativo (A e B). Abril de 2017. ... 65 Figura 32 - Plantas de inhame em crescimento vegetativo, destacando-se as emergidas da parte basal das túberas-semente utilizadas (A e B). Maio de 2017. ... 65 Figura 33 - Crescimento vegetativo das plantas de inhame (A e B). Junho de 2017. ... 65

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Figura 34 - Crescimento vegetativo das plantas de inhame (A e B). Julho de 2017. ... 66 Figura 35 - Plantas de inhame (A e B) em estádio de produção de túberas. Julho de 2017.... 66 Figura 36 - Crescimento das plantas de inhame (A e B). Agosto de 2017. ... 66 Figura 37 - Plantas de inhame (A e B) em estádio de produção de túberas. Agosto de 2017. 66 Figura 38 - Plantas de inhame (A e B) em estádio de produção de túberas. Agosto de 2017. 67 Figura 39 - Plantas de inhame (A e B) em estádio de produção de túberas. Agosto de 2017. 67 Figura 40 - Crescimento das plantas de inhame (A e B). Setembro de 2017. ... 67 Figura 41- Plantas de inhame (A e B) em estádio de produção de túberas. Setembro de 2017. ... 67 Figura 42 - Plantas de inhame (A e B) em estádio de produção de túberas. Setembro de 2017. ... 68 Figura 43 - Crescimento das plantas de inhame (A e B). Outubro de 2017. ... 68 Figura 44 - Senescência de plantas de inhame cultivadas (A e B). Novembro de 2017. ... 68 Figura 45 - Colheita: túberas a serem colhidas (A) e Área de produção colhida (B). Dezembro de 2017. ... 68 Figura 46 - Túberas-semente colhidas e produção dispostas nos canteiros por planta (A e B). Dezembro de 2017. ... 69 Figura 47 - Túberas-semente colhidas das plantas originadas da parte basal dos tubérculos sementes utilizados (A e B). Dezembro de 2017... 69 Figura 48 - Medições das túberas-sementes: comprimento (A) e diâmetro (B). Dezembro de 2017. ... 69 Figura 49 - Pesagens das túberas-sementes: tubérculos produzidos por plantas originadas da parte basal (A) e da parte distal (B). Dezembro de 2017. ... 69 Figura 50 - Túberas-semente produzidas (A e B) na área experimental por oito plantas em cada parcela (1,2 m2). Dezembro de 2017. ... 70 Figura 51 - Tuberas-semente de inhame brotadas (A, B e C) 15 dias após a colheita a partir do complexo nodal primário. Dezembro de 2017. ... 70 Figura 52 - Tuberas-semente de inhame brotadas (A, B e C), 25 dias após a colheita. Formação de brotos na região basal (cabeça) da túbera 15 dias depois de retirada do complexo nodal. Janeiro de 2018. ... 70 Figura 53 - Tuberas-semente de inhame brotadas (A, B e C) com formação de brotos na região basal (cabeça) da túbera 15 dias depois de retirada do complexo nodal. Janeiro de 2018. ... 70

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Energia, macronutrientes e fibra na composição de alimentos por 100 gramas de parte comestível de inhame. ... 22 Tabela 2 - Esquema fatorial utilizado com diferentes partes da túbera e espaçamentos de plantio, bem como suas respectivas densidades populacionais por hectare. ... 31 Tabela 3 - Quantitativos de túberas-semente utilizadas na pesquisa de campo. ... 31 Tabela 4 - Cronograma de parcelamento da adubação química de cobertura (NPK), para produção de túberas-semente de inhame fertirrigado. ... 35 Tabela 5 - Número de túberas-semente (50 g) de cada unidade experimental (1,2 m2) em função dos espaçamentos de plantio adotados. ... 36 Tabela 6 - Resumo da análise de variância para os valores de percentagem de emergência (EMERG %), índice de velocidade de emergência (IVE) e tempo médio de emergência (TME) de plântulas de inhame em função de partes da túbera e espaçamentos entre plantas. 46 Tabela 7 - Percentagem de emergência (EMERG%), índice de velocidade (IVE) e tempo médio de emergência (TME) de plântulas de inhame em função de partes das túberas-sementes. ... 47 Tabela 8 - Percentagem de emergência (EMERG%) e tempo médio de emergência (TME) de plântulas de inhame em função de diferentes espaçamentos entre plantas. ... 48 Tabela 9 - Resumo da análise de variância para os valores de número de tubérculos por planta (NTP), comprimento (CMT) e diâmetro (DMT) de túberas-semente de inhame em função de partes da túbera e espaçamentos entre plantas... 48 Tabela 10 - Número de tubérculos por planta (NTP), comprimento (CMT) e diâmetro (DMT) de túberas-semente de inhame em função de partes da túbera. ... 49 Tabela 11 - Comprimento (CMT) e diâmetro (DMT) de túberas-semente de inhame com diferentes espaçamentos entre plantas. ... 50 Tabela 12 - Resumo da análise de variância para os valores de produtividade (PDT), peso médio (PMT) e produção por planta (PPP) de túberas-semente de inhame em função de partes da túbera e de espaçamentos entre plantas. ... 51 Tabela 13 - Produtividade (PDT), peso médio (PMT) e produção por planta (PPP) de túberas-semente de inhame em função de partes da túbera. ... 51

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Tabela 14 - Balanço econômico do método convencional por altas densidades populacionais para produção de tubérculos-semente de inhame em função de partes da túbera e espaçamentos entre plantas. ... 56 Tabela 15 - Custos fixos de cada estrutura necessária para composição total do sistema de irrigação por gotejamento. ... 56 Tabela 16 - Contabilidade financeira de pagamento dos custos fixos mediante receita líquida obtida da produção de túberas-semente de inhame. ... 57

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 16

2 REVISÃO DE LITERATURA ... 19

2.1 Caracterização de espécies e cultivares ... 19

2.2 Aspectos fisiológicos da planta de inhame ... 19

2.2.1 Características e desenvolvimento da planta ... 19

2.2.2 Estádio de dormência fisiológica ... 19

2.2.3 Estádio vegetativo ... 20

2.2.4 Estádio reprodutivo ... 20

2.2.5 Estádio fisiológico de maturação ... 20

2.3 Aspectos morfológicos da túbera-semente de inhame ... 20

2.4 Composição química e valor nutricional do inhame ... 21

2.5 Importância socioeconômica do inhame... 22

2.6 Métodos de propagação vegetativa e de produção de túberas-sementes da planta do inhame (Dioscorea spp.) ... 24

2.7 Partes da túbera-semente ... 25

2.8 População de plantas ... 26

3 MATERIAL E MÉTODOS ... 29

3.1 Localização e caracterização da área experimental ... 29

3.2 Material vegetal ... 30

3.3 Delineamento experimental e tratamentos ... 30

3.4 Aspectos relacionados ao plantio ... 31

3.4.1 Corte, peso e tratamento fitossanitário das túberas-semente ... 31

3.4.2 Preparo do solo e formação dos canteiros da sementeira ... 33

3.4.3 Adubação orgânica e química do solo ... 34

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3.4.5 Irrigação da área cultivada com inhame ... 36

3.4.6 Monitoramento e contagem das plântulas emergidas de inhame ... 37

3.4.7 Capinas da área experimental ... 37

3.4.8 Controle de pragas e doenças do inhame... 38

3.4.9 Orientação do crescimento das plantas ... 39

3.5 Colheita das túberas-semente de inhame ... 39

3.6 Características avaliadas para emergência de plântulas ... 40

3.6.1 Percentagem de emergência (%) ... 40

3.6.2 Índice de velocidade de emergência. ... 40

3.6.3 Tempo médio de emergência (dias)... 41

3.7 Características avaliadas para a produção de túberas-semente ... 41

3.7.1 Número de túberas-semente por planta ... 41

3.7.2 Comprimento e diâmetro de túberas-semente ... 42

3.7.3 Produtividade total de túberas-semente ... 42

3.7.4 Peso médio de túberas-sementes ... 43

3.7.5 Túberas-semente por planta ... 43

3.8 Análise econômica ... 44

3.9 Análise Estatística ... 45

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 46

5 CONCLUSÃO ... 58

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 59

APÊNDICE – Etapas ilustrativas do sistema de produção de túberas-semente de inhame em função das partes da túbera e espaçamentos de plantio utilizados. ... 64

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1 INTRODUÇÃO

A cultura do inhame Discorea ssp. também conhecida por cará-da-costa da classe da monocotiledônea e família Dioscoreaceae, desenvolve-se bem zonas com precipitações pluviométricas em torno de 1300 mm anuais. As espécies de inhame cultivadas, em sua maioria, tem origem nas zonas tropicais da Ásia e do Oeste da África. A sua introdução na América, ocorreu no primeiro período da colonização europeia (SANTOS, 1996).

O continente Africano é o maior produtor mundial de inhame, com destaque para a Nigéria. No Brasil, dados de 2006 do Censo Agropecuário Brasileiro do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou uma produção total de 99.640 t de tubérculos de inhame, destacando-se como maiores produtores a Região Sudeste (Disocorea alata) e Nordeste (Dioscorea cayennensis), sendo para esta de grande relevância, onde a cultura contribui no desenvolvimento regional, essencialmente nos estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe e Maranhão (SANTOS, 1996).

A produtividade média de inhame (Dioscorea cayennensis) varia entre 11 e 12 t ha-1, ficando muito abaixo do potencial produtivo da cultura. O uso correto de técnicas agrícolas e tecnologias já disponíveis é fundamental para alcançar produtividades médias para túberas comerciais em torno de 20 a 25 t ha-1 (SANTOS, 1996; SILVA et al., 2017). Entretanto, utilizando-se os sistemas de cultivo tradicionais, a produtividade fica em torno de 12 t ha-1 (SILVA et al., 2017). A prática de usar apenas túberas-semente limpas reduzirá a incidência de pragas e doenças que atacam a cultura no campo, aumentando a vida útil dos tubérculos, resultando na melhoria da produtividade e consequentemente na renda dos produtores (AIGHEWI et al., 2014).

A cultura do Inhame (Dioscorea cayennensis Lam.) ocupa lugar de destaque na Região Nordeste brasileira nos aspectos econômico, social e alimentar, principalmente por apresentar um elevado consumo e ser um alimento básico de alta qualidade nutritiva (SANTOS, 1998a; OLIVEIRA et al., 2006), sendo uma excelente fonte de minerais, carboidratos e vitaminas do complexo B, contendo apreciáveis teores de tiamina (vitamina B1), riboflavina, (vitamina B2), niacina (vitamina B5), além de conter teores de vitamina A e ácido ascórbico - vitamina C (SANTOS, 1996), podendo ainda ser utilizado na agroindústria e com grande utilidade na farmacologia (SANTOS et al., 1998), caracterizando-se como uma alternativa promissora para os pequenos e médios produtores rurais (GARRIDO; MENDES, 1999; GARRIDO et al., 2003; MESQUITA, 2002; SANTOS, 2007b).

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O Estado de Alagoas cultiva aproximadamente 2.290 hectares de inhame, tendo uma produtividade média em torno de 12 toneladas por hectare, resultando em uma produção de túberas de inhame na ordem de 27.480 t. As principais regiões produtoras do Estado de Alagoas são: Vale do Paraíba, Agreste, Baixo São Francisco e Grande Maceió. O “Vale do Paraíba” é a principal região produtora, uma vez que engloba 980 hectares cultivados, inserindo dois mil agricultores na atividade agrícola. Na região Agreste destacam-se os municípios de Arapiraca, Lagoa da Canoa, Taquarana, Limoeiro de Anadia, Girau do Ponciano, Campo Alegre, Feira Grande e Craíbas (BARROS, 2010).

Apesar da importância da cultura observa-se que a produção e a produtividade ainda são baixas, e um dos fatores que contribuem para a pequena área plantada e a diminuição no rendimento é o alto custo da aquisição das sementes e a utilização de material propagativo (túberas-sementes) de baixa qualidade.

As túberas-semente são produzidas por número limitado de agricultores e poucos coordenam a comercialização regional desse produto (SANTOS, 1996; MOURA, 2006), resultando em baixa oferta de tubérculos com padrão de qualidade para plantio e um alto custo para a sua aquisição, devido selecionarem o melhor material para o plantio de suas áreas de produção, vendendo apenas o excedente (AIGHEWI et al., 2014).

A qualidade inferior das sementes de inhame utilizadas nos plantios pode ser atribuída a aspectos físicos, fisiológicos e sanitários. O plantio de túberas-semente com diferentes pesos, tamanhos e partes do tubérculo ocasiona baixo percentual de emergência de plântulas e desuniformidade, que proporciona falha no estande e atraso no estabelecimento da cultura, com reflexo no desenvolvimento e rendimento da lavoura (SANTOS et al., 1998). Além disso, existem problemas fitossanitários, principalmente a casca preta ou podridão seca, causada pelos nematóides Scutellonema bradys e Pratylenchus spp., que em associação às túberas-sementes são disseminadas para áreas que eram consideradas como isentas da doença (SANTOS, 1996; SANTOS, 1998b; SOARES et al., 2006; MOURA et al., 2006; NORONHA, 2014; PINHEIRO et al., 2016).

Nas sementes de inhame é comum ocorrer emergência desuniforme das plântulas de acordo com a parte da túbera utilizada. Segundo Santos (1996), Santos et al. (1998) e Ramos et al. (2014), os tipos de sementes, na ordem de brotação mais rápida, são: inteiras, pedaços da cabeça (basal), do meio e do final (distal), pelo fato do inhame apresentar dormência, entretanto, poucos estudos contabilizaram a diferença entre essas partes quanto ao percentual e velocidade de emergência.

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Outro aspecto importante a ser estudado é o espaçamento de plantio, que é essencial para o desenvolvimento vegetativo e produtividade do inhame. A população de plantas por área é função de diversos fatores, como o nível de fertilidade, competição por luz e água, estando diretamente associado ao sistema de plantio. De maneira geral os espaçamentos entre linhas e entre plantas podem variar, mas nos cultivos irrigados os menores espaçamentos são os mais recomendados, pois permite uma maior densidade populacional e possivelmente uma maior produtividade (SANTOS, 1996). O plantio de inhame em sementeira, com o uso de pedaços de túberas-semente (50 a 80 g) em sistema de adensamento populacional de plantas, sem tutoramento, resulta na formação de pequenos tubérculos-semente com alto rendimento (SANTOS et al., 2007a).

A cultura do inhame possui um ciclo longo, sendo de suma importância conhecer o tipo de túbera-semente e o espaçamento a ser adotado, bem como a maneira que deve ser plantada, visando uma emergência rápida e uniforme das plântulas, características altamente desejáveis na formação do estande de plantas, pois quanto maior o tempo para a plântula emergir do solo, bem como a sua permanência nos estádios iniciais de desenvolvimento, mais vulnerável estará às condições adversas do meio (ZARATE; VIEIRA, 2005).

De acordo com o exposto, percebe-se a necessidade de identificar tanto a parte da túbera quanto o espaçamento entre plantas, a serem utilizados para contribuir na escolha dos métodos de propagação vegetativa visando interferir na emergência, crescimento inicial das plântulas e produtividade da cultura, permitindo o melhor aproveitamento do material genético do inhame, sobretudo devido aos poucos estudos científicos existentes, dificultando uma recomendação segura e adequada de plantio.

Com isto, este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a capacidade propagativa, produtiva e econômica de sementes de inhame em função de partes das túberas-semente e espaçamentos entre plantas utilizados.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Caracterização de espécies e cultivares

O inhame (Dioscorea spp.) é uma planta pertencente à família Dioscoreaceae, composta aproximadamente por 600 espécies. Dentre as espécies pertencentes a esta família destacam-se D. rotundata, D. alata, D. trífida, D. esculenta e D. cayennensis, que possuem como característica a presença de caule herbáceo e trepador, e a existência de tubérculos (SANTOS, 1996).

O inhame é conhecido vulgarmente no Brasil pelos nomes, cará, cará-da-costa, inhame-da-costa, inhame-de-são-tomé, dentre outros. Esta planta é disseminada em todo o mundo, sobressaindo-se nas regiões tropicais e subtropicais (SANTOS, 1996; PEIXOTO NETO et al., 2000).

A espécie D. rotundata também conhecido como inhame branco, é o mais amplamente cultivado e preferido na África Ocidental. Entretanto, a Dioscorea cayennensis é a mais cultivada na Região Nordeste do Brasil. As plantas desta espécie apresentam o tubérculo com formato cilíndrico e coloração amarelada. É denominada mundialmente como “yellow guinea yam” ou “twelve months yam”, porém no Brasil é conhecida como Inhame-da-Costa ou Inhame. (SANTOS, 1996; SIQUEIRA, 2009).

2.2 Aspectos fisiológicos da planta de inhame

2.2.1 Características e desenvolvimento da planta

Segundo Santos (1996), diversos trabalhos experimentais em campo com a cultura e informações obtidas na literatura específica, permitiram definir quatro estádios de crescimento e desenvolvimento do inhame: estádio de dormência, vegetativo, reprodutivo e de maturação fisiológica que envolve a estrutura da parte aérea da planta com a porção subterrânea e a necessidade de água.

2.2.2 Estádio de dormência fisiológica

É o período que vai desde o plantio até a brotação das túberas-semente, variando de 20 a 80 dias. Entretanto este período vai depender do tempo e das condições de armazenamento

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dos tubérculos sementes, os quais após a colheita normalmente permanecem em repouso por mais ou menos três meses. Após este período, as túberas começam o processo de brotação em condições de armazenamento ou plantadas (SANTOS, 1996).

2.2.3 Estádio vegetativo

Este estádio compreende o período que vai desde emergência até o inicio do florescimento (80 a 100 dias), onde a planta atinge seu crescimento máximo (180 dias após o plantio). Distingue quatro fases morfológicas: brotação, surgimento das primeiras folhas, formação de ramos primários e secundários. A decomposição das túberas-semente ocorre desde o plantio até o final do estádio vegetativo (0-180 dias), a qual tem função nutricional, deslocando suas reservas para o desenvolvimento da planta, pelo menos durante 15-20 dias da brotação (SANTOS, 1996).

2.2.4 Estádio reprodutivo

Compreende o período do inicio da floração até o secamento das flores, ocorrendo normalmente entre 180 a 210 dias após o plantio. Nesse estádio ocorre a maturação parcial da túbera podendo ser colhida para fim comercial, através da técnica de capação, método tradicional para produção de sementes (SANTOS, 1996).

2.2.5 Estádio fisiológico de maturação

Período que vai desde o termino da floração até a colheita, compreendendo um período de 210 a 270 dias após o plantio, apresentando como característica a murcha e seca do caule, ramos e folhas da planta (SANTOS, 1996).

2.3 Aspectos morfológicos da túbera-semente de inhame

A túbera apresenta uma camada de cortiça que a reveste, a qual apresenta diversas rachaduras em sua superfície e provável presença de raízes. O tubérculo origina-se em uma estrutura maciça, similar ao rizoma (complexo nodal primário) encontrado na base da planta. A permanecer unido à túbera, é denominado como “cabeça” da túbera, Entretanto, a túbera

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propriamente dita não possui esse arranjo (Figura 1). Deve-se conceber o rizoma como uma estrutura separada da túbera (ONWUEME; CHARLES, 1994).

O tubérculo depois de colhido é destituído de botões meristemáticos em sua estrutura física, contudo o rizoma tem diversos botões presentes. Caso permaneça no tubérculo durante todo o período de dormência, a germinação acontecerá frequentemente a partir do mesmo (APÊNDICE - Figuras 51).

Figura 1 - Morfologia da tubera de ‘Inhame da costa’, com identificação de suas partes (ONWUEME; CHARLES, 1994).

Fonte: Onwueme e Charles, 1994.

Com a remoção do rizoma, a germinação será iniciada na extremidade da cabeça da túbera perto do ponto de ligação do rizoma (APÊNDICE - Figuras 52 e 53). A extensão do rizoma oscila de acordo com a espécie. É habitualmente grande nas espécies selvagens e em D.

cayenensis, e relativamente pequeno em D. rotundata e D. alata. A rapidez com que um pedaço

da túbera de inhame brota é em função de qual parte da túbera foi utilizada. Quando plantada interira, a brotação sempre ocorrerá na região da cabeça, seguido de brotações nas regiões do meio ou da ponta (ONWUEME; CHARLES, 1994).

2.4 Composição química e valor nutricional do inhame

O inhame (Dioscorea sp.) é uma planta tuberosa de constituição herbácea, trepadeira, geradora de tubérculos que apresentam um alto valor nutritivo e energético (SANTOS, 1996;

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SANTOS, 1998a; OLIVEIRA et al., 2006). A composição nutricional do tubérculo é rica em vitaminas A, do complexo B (tiamina, riboflavina, niacina), vitamina C (ácido ascórbico), carboidratos (especialmente amido), teores de proteína e baixa taxa de gordura (SANTOS, 1996; SANTOS, 1998a).

De acordo com Santos (1996) a composição mineral do tubérculo contém maiores teores de potássio, sódio, magnésio, fósforo e cálcio. Já em menores quantidades, os minerais ferro, manganês, cobre e zinco.

Na Tabela 1 estão os dados de Bivar (2011) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre a composição nutricional do inhame de forma in natura, relativas a carboidrato, proteína, dentre outros.

Tabela 1 - Energia, macronutrientes e fibra na composição de alimentos por 100 gramas de parte comestível de inhame.

HORTALIÇA

TUBEROSA ... COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL ...

INHAME ENERGIA (kcal) PROTEÍNA LIPÍDIOS TOTAIS CARBOIDRATO FIBRA ALIMENTAR TOTAL ...(g) ... 100,00 1,71 0,12 23,40 1,80 Fonte: IBGE, 2008/2009.

2.5 Importância socioeconômica do inhame

A produção mundial de inhame em 2016 foi de 65.937.599 t obtidas de uma área de produção equivalente a 7.454.583 ha. Já a produtividade obtida foi de 8,85 t ha-1 (FAO, 2016).

Destaque para a Nigéria que produziu 69,22% da área cultivada e 66,90% da produção de tubérculos do globo terrestre, entretanto obteve uma produtividade de 8,55 t ha-1. O Brasil destacou-se como o segundo maior produtor da América do Sul, apresentando uma produção de 250.340 t, ou seja, 0,38% da produção mundial, perdendo apenas para a Colômbia, com uma produção de 381.468,00 t, equivalente a 0,58% da produção global. O Brasil plantou 25.889,00 ha de inhame, obtendo uma produtividade de 9,67 t ha-1, enquanto que a Colômbia cultivou 38.021,00 ha alcançando 10,03 t ha-1 de produtividade (FAO, 2016).

Dados do Censo Agropecuário Brasileiro do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registraram que a cultura do inhame é de grande importância para o Brasil, gerando 99.640 t do tubérculo por ano, destacando-se como os maiores produtores as Regiões

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Sudeste com 55.571 t, equivalente a 55,77% da produção nacional e o Nordeste registrando 38.256 t, representando 38,39% do rendimento do país. Em seguida as Regiões Sul, Centro Oeste e Norte (IBGE, 2006). É importante salientar que o referido órgão governamental não caracterizou as espécies de inhame por Região, mediante os dados registrados no levantamento. Segundo Santos, 1996 a principal espécie de inhame cultivada na Região Sudeste é a Disocorea alata e no Nordeste a Dioscorea cayennensis.

O inhame (Dioscorea spp.) é notadamente uma das hortaliças mais produzida no Brasil, no contexto da agricultura familiar, promovendo um relevante papel no aspecto sócio econômico na Região Nordeste, com destaque nos estados de Pernambuco (PE), Paraíba (PB), Bahia (BA), Sergipe (SE) e Alagoas (AL), tidos como os maiores produtores. PE obteve 16.574 t de túberas de inhame, assinalando 43,32% da produção, enquanto que PB alcançou: 8.441 t (22,06%), BA: 6.643 t (17,36%), SE: 3.464 t (9,05%), AL: 2.872 t (7,51%) e os demais estados da Região ficaram abaixo 1% quanto a produção de tubérculos. Ressalta-se que 90% do inhame dessa região, são produzidos por pequenos agricultores, carentes de informações e tecnologias com potencial para maximizar a capacidade produtiva e baixar os custos de produção (IBGE, 2006).

Dados do ano 2010 registrados no Conselho Estadual de Desenvolvimento da Agricultura Familiar e Reforma Agrária, apontam a região do Vale da Paraíba com a maior produção de inhame do território alagoano. A obtenção desses dados possibilitou planejamentos e ações governamentais visando desenvolver atividades de fortalecimento da produtividade agrícola familiar, através do Arranjo Produtivo Local (APL) Inhame no Vale do Paraíba (BRASIL, 2010).

O APL envolve nove municípios, Atalaia, Chã Preta, Cajueiro, Capela, Mar Vermelho, Paulo Jacinto, Pilar, Quebrangulo e Viçosa que desenvolvem a produção do inhame como a principal atividade econômica da região (BRASIL, 2010). Existem 980 hectares cultivados e aproximadamente 2 mil agricultores trabalhando (BARROS, 2010). A comercialização do tubérculo no Estado cresceu em mais de 70% desde a implantação do APL, resultando em um incremento na composição da renda dos agricultores familiares. Além disso, o interesse de nutricionistas e culinaristas evidencia que o produto serve como base para o preparo de diversas receitas (BRASIL, 2010).

Estima-se que em todo o Estado de Alagoas cultiva-se 2.290 hectares de inhame e a produtividade média gira em torno de 12 toneladas por hectare. Porém sua produtividade precisa ser melhorada com práticas de manejo adequadas e o uso de túberas-semente de alta qualidade, ocasionando alta percentagem de emergência, resultando em plantios uniformes e

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sem falhas no estande. A comercialização do tubérculo é realizada em feiras livres dos municípios da região e na Central de Abastecimento de Alagoas (Ceasa) e nos supermercados, em Maceió (BARROS, 2010).

As principais regiões produtoras de inhame do Estado de Alagoas são: Agreste, Vale do Paraíba, Baixo São Francisco e Grande Maceió, com destaque para o “Vale do Paraíba” (BARROS, 2010). Na região Agreste destacam-se os municípios de Arapiraca, Lagoa da Canoa, Taquarana, Limoeiro de Anadia, Girau do Ponciano, Campo Alegre, Feira Grande e Craíbas (ASCOM/SEAGRI, 2012).

2.6 Métodos de propagação vegetativa e de produção de túberas-sementes da planta do inhame (Dioscorea spp.)

O processo de propagação do inhame (Dioscorea spp.), pode ser realizado de forma vegetativa, por túberas-semente intactas e/ou partidas. Quando seccionadas, devem-se separar as partes (cabeça, mediana e distal) para evitar desuniformidade e falha no estande final (SANTOS, 1996; ALENCAR; LEMOS, 2000; OLIVEIRA et al., 2007). A produção de túberas-semente visando a renovação e/ou ampliação da área de plantio é realizada através dos métodos tradicional da capação, processo natural e através do adensamento populacional em sementeiras (SANTOS, 1996; ALENCAR; LEMOS, 2000).

Cada planta de inhame forma dois tipos de túberas, as designadas para o mercado externo ou interno (túberas comerciais), e as destinadas para plantio (túberas-sementes), sendo produzidas por alguns agricultores que fazem a comercialização (ALENCAR; LEMOS, 2000; AIGHEWI et al., 2014).

As túbera-semente para plantio comercial em sistema convencional de produção deve preferencialmente ser inteira com aproximadamente 200 g, caracterizando-a como de elevada qualidade por proporcionar a uniformização do stand de plantas cultivadas, menor custo de aquisição e não ser preciso cortá-la para o plantio (SANTOS, 1996; ALENCAR; LEMOS, 2000; OLIVEIRA et al., 2012; AIGHEWI et al., 2015).

Silva et al. (2017) do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), afirmam e recomendam que as túberas-semente para o plantio do inhame em sementeira, devem apresentar boas características, sempre as maduras, com 30 a 60 dias de repouso fisiológico, sadias, sem sintomas de ataque de doenças (cabeleira, casca-preta e podridão-verde) e isentas de vírus, sendo este um dos grandes desafios no uso de inhame sementes (AIGHEWI et al., 2015).

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2.7 Partes da túbera-semente

As túberas-semente de inhame são plantadas inteiras ou cortadas. Se seccionadas, deve-se ter o cuidado de separar as partes (basal, mediana e distal), para evitar a desigualdade na brotação, já que a parte basal emerge mais rápido que as demais (SANTOS, 1996; SANTOS, et al.,1998; ALENCAR; LEMOS, 2000; SILVA et al., 2017). Outro aspecto relevante é a presença da gema apical, que permite uma brotação mais acelerada, rapidez no estabelecimento e uniformidade da cultura, essencial para o crescimento da planta e consequentemente para elevar o rendimento da produção (SANTOS, et al.,1998).

A utilização de túberas-semente inteiras de acordo com os padrões de qualidade (tamanho e peso) são recomendadas para os plantios de inhame em função de possuírem superioridade como material de propagação. Em segundo lugar destaque para a parte da cabeça (basal) do tubérculo (ONWUEME; CHARLES, 1994; SANTOS, 1996; SANTOS et al., 1998).

De acordo com Santos et al. (1998) a qualidade, o tamanho e a parte da túbera-semente são aspectos fundamentais para proporcionar uniformidade e rapidez no estabelecimento de uma lavoura de inhame, influenciando substancialmente no desenvolvimento da planta e consequentemente no rendimento da cultura.

Segundo Santos (1996), Santos et al. (1998) e Ramos et al. (2014) os tipos de sementes na ordem de brotação mais rápida são: inteiras, pedaços da cabeça (basal), do meio e do final (distal) da túbera, em função de apresentar dormência. Tais características fisiológicas provocam brotação tardia, emergência desuniforme e falhas no estande de plantas. A técnica de produção que envolve o corte de tubérculos semente em pequenos fragmentos de 25-100 g consiste em cortar pedaços de forma angular com 2-5 cm, dependendo da circunferência do tubérculo. Cada anel deve ser cortado verticalmente para produzir pedaços do peso desejado, possuindo uma área de casca (periderme) suficiente para brotar. Os pedaços são tratados com produtos químicos para prevenir danos causados por doenças e pragas. Após o tratamento, os pedaços da túbera devem ser espalhados em um local arejado e sombreado por período de 12 a 24 horas para secar e curar as superfícies cortadas antes de serem colocados em um viveiro para pré-brotação ou plantados diretamente no campo para obtenção de pequenos tubérculos sementes. Estes são plantados para produzir túberas comerciais para a alimentação (AIGHEWI et al., 2014).

As brotações de plântulas de inhame das diferentes partes da túbera-semente resultam cronologicamente respostas distintas. A parte basal tem um tempo de emergência menor em

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relação as partes mediana e distal, de acordo com o gradiente ativo de germinação existente na extensão da túbera, iniciando na extremidade da cabeça seguindo para a parte distal (PAUL et al., 2015).

Em pesquisa realizada com duas espécies de inhame (Dioscorea cayenensis Lam. e Dioscorea rotundata Poir.) e quatro tipos de sementes (basal, mediana, distal e inteira), Paul et al. (2015) observaram aos nove meses após o plantio que o número de tubérculos por planta para a espécie D. cayenensis foi 03 unidades (und.). Já para a D. rotundata, as plantas oriundas da parte distal produziram 2,7 und. enquanto as das partes basal e mediana apenas 2,3 unidades (PAUL et al., 2015).

Para o plantio de inhame em sementeira, Silva et al. (2017) orientam que os tubérculos sementes devem ser cortados em três partes (basal, mediana e distal), resultando em pedaços com 30 a 50g, seguidos de tratamento preventivo contra pragas e doenças, sendo posteriormente plantados em canteiros de forma separada.

2.8 População de plantas

A população de plantas por área é função de diversos fatores, como o nível de fertilidade, competição por luz e água, sendo que os espaçamentos entre linhas e entre plantas podem variar. Nos cultivos irrigados os espaçamentos menores são os mais recomendados, proporcionando uma maior densidade populacional (SANTOS, 1996). O espaçamento de plantio é essencialmente importante para o desenvolvimento vegetativo e redimento da cultura do inhame, estando diretamente relacionado ao sistema de plantio (SANTOS, et al., 1998).

O espaçamento entre linhas e entre plantas na linha são os dois fatores que definem a população de plantas de uma lavoura. A escolha correta da população de plantas tem grande impacto sobre a produtividade e sobre diversos aspectos da condução da cultura, como controle de plantas daninhas, colheita, uso de implementos agrícolas, dentre outras (SEVERINO, 2006).

Em estudo de campo realizado com a cultura do inhame com sete espaçamentos de plantio (1,0 m x 0,5 m; 1,0 m x 0,6 m; 1,0 m x 0,8 m; 1,0 m x 1,0 m; 1,2 m x 0,5 m; 1,2 m x 0,6 m; 1,2 m x 0,8 m) e três tipos de túberas-semente (inteira, partes da cabeça e ponta), Santos et al. (1998) obtiveram uma produtividade de 16,29 t ha-1 de túberas comerciais com o espaçamento 1,0 m x 0,6 m, com valor superior em aproximadamente 5,3 t ha-1 em relação a média (10,63 t ha-1) obtida para espaçamentos 1,0 m x 0,8 m; 1,0 m x 1,0 m e 1,2 m x 0,8.

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Na produção de inhame nas populações 10.417 e 15.625 plantas ha-1 observou-se que a densidade teve influência significativa na produtividade, sendo que a maior densidade de plantas, com 15.625 plantas ha-1 (0,80 m x 0,80 m) obteve 18,49 t ha-1, com 4,63 t ha-1 a mais que a alcançada pela outra densidade de plantio (MACÊDO; SANTOS, 1998).

Segundo Santos et al. (2007a), as elevadas densidades de plantas proporcionam alterações no tamanho e no peso de tubérculos-semente produzidos e que a densidade populacional de 111.111 plantas ha-1, correspondente ao espaçamento 0,30 m x 0,30 m, aos 210 dias após o plantio resultou na formação de túberas-semente ideais, sem a necessidade de cortes para os plantios. No mesmo estudo obtiveram produtividade máxima de túberas-semente de aproximadamente 18 t ha-1, aos 270 dias após o plantio no espaçamento 15 cm x 15 cm. Observou-se que quando diminuiu a densidade de plantio, também decresceu a produtividade.

Pesquisa realizada por Oliveira et al. (2012) com produção de tuberas-semente de inhame em sementeira, utilizando espaçamento de 20 cm x 20 cm e diferentes pedaços de tubérculos com pesos de 25, 50, 75, 100, 125, 150, 175 e 200 g, concluíram que é possível a produção de túberas-semente de inhame com alto padrão de qualidade e com peso ideal para o plantio, sem a necessidade de cortes. O plantio de túberas-semente produzidas em sistema adensamento populacional, com peso médio de 181 g, proporcionou uma produtividade de túberas comerciais de 10,8 t ha-1, representando uma economia de 34% na quantidade de túberas-semente necessária para a implantação de um hectare de inhame, quando comparada com a recomendada por Santos et al. (2007a) que deve ter em média 200 g.

Em estudo sobre a densidade de plantio com a cultura da batata, testando os espaçamentos de 29, 36 e 50 cm entre plantas, Fontes et al. (2012) obtiveram uma produtividade comercial de tubérculos de 40,37 t ha-1 quando utilizaram o espaçamento de 29 cm, com valores superiores em 44,6% e 64,8% em comparação à utilização dos espaçamentos 36 cm e 50 cm, respectivamente.

Experimento de campo com a cultura da mandioca conduzido por Streck (2014) com a cultivar Fepagro – RS 13 em função de quatro espaçamentos de plantio 0,8 m x 0,8 m; 1,0 m x 1,0 m; 1,2 m x 1,2 m e 1,5 m x 1,5 m, registrou o maior rendimento de raízes de 36,44 t ha -1

, para o espaçamento de 0,8 m x 0,8 m, com um acréscimo em torno de 10 t ha-1 em relação a média obtida dos valores dos tratamentos 1,2 m x 1,2 m e 1,5 m x 1,5 m, indicando que o aumento da densidade elevou a produtividade por área nessa cultivar.

Dados obtidos por Stürmer et al., (2014) com a cultura da batata (Solanum tuberosum L.), avaliando os atributos biométricos com a cultivar Asterix, sob diferentes doses de

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adubação e espaçamentos de plantio (0,2 m e 0,4 m), registrou que a maior produtividade, 40 t ha-1 foi obtida com o menor espaçamento de plantio entre plantas (0,2 m). No mesmo espaçamento o número de tubérculos produzidos por plantas aumentou. O aumento da densidade de plantio pode ser uma alternativa para produtores de batata-semente.

O plantio de inhame em altas densidades populacionais, utilizando pedaços das diversas partes da túbera, é possível em pequenas áreas de terra, visando maximizar a produção de tubérculos sementes e sempre buscando a obtenção de material propagativo de alta qualidade (AIGHEWI, et al., 2014).

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Localização e caracterização da área experimental

A pesquisa de campo foi conduzida no período de 17 de março a 07 de dezembro de 2017, na comunidade rural de Poço de Santana, município de Arapiraca, Região Agreste de Alagoas, localizada em uma área de transição entre a Zona da Mata e o Sertão Alagoano, situada a 09° 48’ 22” de latitude sul, 36° 36’ 11,6” de longitude oeste e 236 metros de altitude.

O clima predominante na região é do tipo As (tropical com chuvas de inverno) de acordo com a classificação climática de Koppen. Os dados climatológicos referentes ao período experimental estão localizados na Figura 2.

Figura 2 - Precipitação pluviométrica e temperaturas, máxima (Tmax), média (Tmed) e mínima (Tmin) mensal para o período de março a dezembro de 2017, no município de Arapiraca, região Agreste de Alagoas.

0,2 94,15 300,37 249,6 226,5 111,6 92,57 18 0 0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 0 50 100 150 200 250 300 350

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

P re ci p it ão P lu vi om ét ri ca ( m m ) Meses (2017) mm T C MAX T C MÉD T C MIN T em p er at u ra ( o C )

Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia - INMET (2017).

As médias de precipitação pluviométrica e temperatura mínima, média e máxima do ar, para o período experimental estudado foram: 1093 mm, 23 ºC, 24 ºC e 25 ºC, respectivamente.

O solo da área de pesquisa foi classificado como Franco Argilo Arenoso, Solo tipo 2 (EMBRAPA, 2006), com as características físico-químicas: pH em água (6,4), P disponível (34 mg kg-1), K (2,97 mmolc kg-1), Ca (3,9 mmolc kg-1), Mg (1,0 mmolc kg-1), Al (0,00 mmolc kg-1) H + Al trocável (23 mmolc kg-1), matéria orgânica (28,1 g kg-1), Fe (121,8 mmolc kg-1), Cu (0,52 mmolc kg-1), Zn (7,89 mmolc kg-1), Mn (22,1 mmolc kg-1), areia grossa (270 g kg-1), areia fina (479 g kg-1), areia total (749 g kg-1), silte (6 g kg-1) e argila (246 g kg-1).

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3.2 Material vegetal

Os tubérculos sementes de inhame, cultivar ‘Da Costa’, foram oriundos da região Agreste de Alagoas, doadas por produtores do município de Arapiraca e Taquarana. As sementes foram colhidas no mês de novembro de 2016, e passaram, à sombra, por um período de quebra de dormência.

3.3 Delineamento experimental e tratamentos

O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados em esquema fatorial 3x4, constituído por três partes de túberas-semente (basal, mediana e distal) e quatro espaçamentos entre plantas (15 cm, 20 cm, 25 cm e 30 cm), totalizando doze tratamentos, com quatro repetições e 48 unidades experimentais. A área total do experimento foi de 110 m2, com dimensionamento de 5,5 m x 20 m (Figura 3 A).

Figura 3 - Croqui da área de pesquisa (A) e unidade experimental utilizada (B).

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Cada parcela possuiu 1,0 m x 1,2 m, resultando 1,2 m2, com espaçamento de 25 cm entre linhas, constituindo quatro linhas de 1,2 m de comprimento (Figura 3 B).

Na Tabela 2 encontra-se descrito o esquema fatorial 3x4, utilizado no projeto de pesquisa com as partes de túberas-semente, espaçamentos entre linhas e entre plantas e suas respectivas densidades de plantio por hectare.

Tabela 2 - Esquema fatorial utilizado com diferentes partes da túbera e espaçamentos de plantio, bem como suas respectivas densidades populacionais por hectare.

ESQUEMA FATORIAL 3X4 PARTES DA TÚBERA -SEMENTE ESPAÇAMENTOS DENSIDADES LINHAS PLANTAS (plantas ha-1) ... (cm) ... BASAL 25 15 266.667 MEDIANA 20 200.000 25 160.000 DISTAL 30 133.333 Fonte: Autor, 2017.

Já para a implantação do experimento no campo foi necessário um gasto total de 54,72 kg de túberas-semente de inhame (Tabela 3).

Tabela 3 - Quantitativos de túberas-semente utilizadas na pesquisa de campo.

TÚBERAS-SEMENTE

ESPAÇAMENTOS PARCELA BLOCOS TOTAL

DE TÚBERAS

PESO TOTAL

B1 B2 B3 B4

LINHAS PLANTAS TÚBERAS

DE 50g ... TÚBERAS DE 50g ... ... (cm) ... ... (und) ... (kg) 25 15 32,00 32,00 32,00 32,00 32,00 128,00 6,40 20 24,00 24,00 24,00 24,00 24,00 96,00 4,80 25 19,20 19,20 19,20 19,20 19,20 76,80 3,84 30 16,00 16,00 16,00 16,00 16,00 64,00 3,20 TOTAL 1 91,20 91,20 91,20 91,20 364,80 18,24 TOTAL 2 91,20 91,20 91,20 91,20 364,80 18,24 TOTAL 3 91,20 91,20 91,20 91,20 364,80 18,24 TOTAL GERAL 4 1094,40 54,72 1

Quantitativos utilizados para plantio referentes a parte basal das túberas-semente de inhame.

2 Quantitativos utilizados para plantio referentes a parte mediana das túberas-semente de inhame. 3 Quantitativos utilizados para plantio referentes a parte distal das túberas-semente de inhame. 4

Quantitativos totais utilizados para plantio referentes as parte das túberas-semente de inhame. Fonte: Autor, 2017.

3.4 Aspectos relacionados ao plantio

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As túberas, depois de selecionadas, foram cortadas com uma faca bem afiada, e divididas em três partes, denominadas de basal, mediana e distal. Em seguida, seccionou-se a basal em pedaços, repetindo-se esta operação para às outras partes (SILVA et al., 2017). Após cada corte os segmentos das túberas-semente foram imersos em solução contendo 20% de hipoclorito de sódio (Figura 4).

Figura 4 - Túbera-semente de inhame para cortes e solução de hipoclorito de sódio (A). Partes seccionadas da túbera-semente de inhame (B).

Fonte: Autor, 2017.

Cada parte das túberas-semente foi pesada em balança eletrônica de precisão (0,001 g), objetivando obter um peso aproximado de 50 g (Figura 5).

Figura 5 - Pesagens das partes das túberas-semente de inhame: basal (A), mediana (B) e distal (C).

Fonte: Autor, 2017.

Os segmentos de túberas-semente foram imersos durante dez minutos numa solução de 280 ml de 2,3-dihydro-2,2-dimethylbenzofuran-7-yl (dibutylaminothio) methylcarbamate (CARBOSULFANO), mais 200 g de Tetrachloroisophthalonitrile (CLOROTALONIL), para uma calda de 100 litros de água. Posteriormente, as partes das túberas separadas e identificadas, foram distribuídas uniformemente em lonas plásticas para secar em local sombreado por 24 horas (AIGHEWI et al., 2014; SILVA et al., 2017) e em seguida encaminhadas para área de plantio (Figura 6).

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Figura 6 - Agrotóxicos utilizados no tratamento das partes das túberas-semente de inhame (A, B e C). Imersão das partes (D) e secagem a sombra (E).

Fonte: Autor, 2017.

3.4.2 Preparo do solo e formação dos canteiros da sementeira

Para a área de pesquisa foram preparados canteiros com dimensões de 1,0 m de largura, 20 m de comprimento e 0,25 m de altura, sendo espaçados com 0,5 m de largura, para facilitar a circulação e manejo da cultura (Figura 7).

A área destinada ao plantio foi preparada manualmente com o uso de ferramentas e materiais agrícolas apropriados, promovendo a movimentação total da camada superficial do solo a diferentes profundidades, tornando o solo solto e profundo, para a formação dos canteiros.

Figura 7 - Preparo do solo e demarcação de canteiro (A) e área experimental pronta para o plantio (B).

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3.4.3 Adubação orgânica e química do solo

Após preparo dos canteiros foi realizado uma adubação orgânica sete dias antes do plantio, com 12,5 t ha-1 de esterco de curral bem curtido (SANTOS, 1996) e distribuído uniformemente na área (Figura 8).

Figura 8 - Adubação orgânica dos canteiros (A e B).

Fonte: Autor, 2017.

Já a adubação química (macro nutrientes) foi realizada em cobertura via fertirrigação de forma parcelada (Figura 9) em função dos resultados da análise química do solo e as exigências da cultura de acordo com a recomendação de adubação para o estado de Pernambuco (CAVALCANTI et al., 2008).

Utilizou-se um reservatório de capacidade para 60 litros, acoplado a uma bomba injetora de 1/2 CV (Figura 9).

Figura 9 - Adubação química de cobertura na cultura do inhame: NPK (A), adição de NPK pré-diluído no reservatório (B) e Aplicação dos fertilizantes (C).

Fonte: Autor, 2017.

Os fertilizantes foram aplicados a cada quatro dias, durante um período de 60 dias, totalizando 15 aplicações. As adubações foram compreendidas entre 22 de junho a 17 de agosto de 2017 (Tabela 4), sendo 80 kg ha-1 de N, 20 kg ha-1 de P2O5 e 10 kg ha-1 de K2O. Como fonte de N foi empregada a uréia e o MAP, para P2O5, o MAP e para K2O, o cloreto de potássio.

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Tabela 4 - Cronograma de parcelamento da adubação química de cobertura (NPK), para produção de túberas-semente de inhame fertirrigado.

MÊS DATA

FERTILIZANTES

N (URÉIA; MAP) P2O5 (MAP) K2O (KCl) ... (g) ... 22 139,33 24,46 36,67 JUNHO 26 139,33 24,46 36,67 30 139,33 24,46 36,67 04 139,33 24,46 36,67 JULHO 08 139,33 24,46 36,67 12 139,33 24,46 36,67 16 139,33 24,46 36,67 20 139,33 24,46 36,67 24 139,33 24,46 36,67 28 139,33 24,46 36,67 01 139,33 24,46 36,67 AGOSTO 05 139,33 24,46 36,67 09 139,33 24,46 36,67 13 139,33 24,46 36,67 17 139,33 24,46 36,67 TOTAL 2089,95 366,90 550,05 Fonte: Autor, 2017.

3.4.4 Demarcação, coveamento e plantio das túberas-semente

No dia 17 de março de 2017 foi realizado o plantio, consistindo primeiramente nas demarcações das covas através de uma tábua de plantio de madeira especifica, conforme o espaçamento pré-determinado para cada tratamento. Já a abertura das covas e cobertura das partes das túberas-semente plantadas foram realizadas manualmente a uma de profundidade média de 10 cm a partir do topo do canteiro (Figura 10).

Figura 10 - Demarcação (A), covas (B), plantio das partes das túberas-semente de inhame (C) e cobertura dos locais de plantio.

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Os números de sementes por unidade experimental (NSUE) foram de acordo com os espaçamentos adotados entre linhas e entre plantas (Tabela 5).

Tabela 5 - Número de túberas-semente (50 g) de cada unidade experimental (1,2 m2) em função dos espaçamentos de plantio adotados.

PARTE DA TÚBERA ESPAÇAMENTO NSUE LINHAS PLANTAS ... (cm) ... (und) 25 15 32 20 24 25 20 30 16 Fonte: Autor, 2017.

3.4.5 Irrigação da área cultivada com inhame

No atendimento a necessidade hídrica das plântulas utilizou-se o sistema de irrigação complementar por gotejamento, composto por fitas de 16 mm de diâmetro com emissores espaçados a cada 20 centímetros. A maior parte da água consumida pela cultura foi das chuvas, sendo a irrigação utilizada para complementar as precipitações pluviométricas insuficientes para atender à necessidade hídrica da cultura. Cada canteiro foi composto por quatro linhas de irrigação, tendo cada linha um total de 20 m de comprimento (Figura 11 A).

Figura 11 - Irrigação por gotejamento na cultura do inhame (A) e medição do coeficiente de uniformidade de distribuição (CUD) (B).

Fonte: Autor, 2017.

O fornecimento de água foi diário, com turno de rega de 12 horas. A lâmina de água adicionada ao solo foi em média de oito milímetros por dia, exceto quando ocorreram precipitações pluviométricas suficientes ou parciais no atendimento a demanda das plantas. Os dados de precipitação, durante todo o ciclo da cultura, foram obtidos diariamente através

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da estação meteorológica de superfície automática de Arapiraca (AL) - Instituto Nacional de Meteorologia Instituto Nacional de Meteorologia - INMET. Foi feita medição do coeficiente de uniformidade de distribuição – CUD do sistema de irrigação de acordo com a metodologia proposta por Keller e Karmeli (1975), resultando em aproximadamente 95% (Figura 11 B).

3.4.6 Monitoramento e contagem das plântulas emergidas de inhame

Logo após 48 horas de plantados, estabeleceu-se um horário específico (seis horas da manhã) para observar, diariamente, a emergência das plântulas de inhame, utilizando-se como critério o surgimento do ramo principal na superfície do canteiro (Figura 12). Desta forma, a cada 24 h as parcelas eram observadas a fim de verificar se havia alguma nova emergência. Foram contabilizadas no período de 27/03/2017 a 31/08/2017, quando estabilizou o número de plântulas emergidas.

Figura 12 - Surgimento do ramo principal de plântulas de inhame na superfície do canteiro (A, B e C).

Fonte: Autor, 2017.

3.4.7 Capinas da área experimental

As capinas de plantas infestantes foram feitas manualmente (Figura 13) em intervalos de 20 dias, para evitar a competição com a cultura do inhame, a qual influencia diretamente no seu crescimento, desenvolvimento e produtividade. A primeira capina foi realizada no dia 10 de abril e a última no dia 06 de outubro, totalizando 10 capinas realizadas durante o período de estudo.

Figura 13 - Canteiro com ervas infestantes (A) e capina manual dos canteiros plantados com inhame (B).

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3.4.8 Controle de pragas e doenças do inhame

Para o controle inicial da praga do inhame, lagarta da folhagem (Pseudoplusia oo), da ordem Lepidóptera e família Noctuidae, principal causadora de danos, foi feito de forma manual com o uso das mãos (maceração), com o intuito de diminuir o uso de defensivos agrícolas (Figura 14 A). Em maiores incidências e condições climáticas favoráveis utilizou-se os inseticidas à base do ingrediente ativo deltametrina (0,3 mL pc / 1 L de água) e tiametoxam + lambda-cialotrina (0,75 mL pc / 1 L de água), sendo duas e três aplicações, em intervalos de 14 e sete dias, respectivamente. Foi adicionado a calda de aplicação o espalhante adesivo ácido dodecilbenzeno sulfônico na proporção de 0,1 mL do pc / 1 L de água para aumentar a eficiência dos produtos. Os inseticidas foram pulverizados com uma bomba costal de 20 L de capacidade (Figura 14 B).

Figura 14 - Métodos de Controle de pragas na cultura do inhame: manual (A) e químico (B).

Fonte: Autor, 2017.

Já para doença, as aplicações com defensivos foram feitas de forma preventiva e curativa para à queima das folhas ou pinta preta causada pelo fungo Curvularia eragrostidis. Os fungicidas utilizados foram à base dos ingredientes ativos, trifloxistrobina + tebuconazol, difenoconazol e piraclostrobina + epoxiconazol, todos utilizados na mesma proporção (0,75 mL pc / 1 L de água) para a obtenção da calda de aplicação, sendo adicionado a solução o ácido dodecilbenzeno sulfônico na mesma proporção para os inseticidas. Foram realizadas nove aplicações em intervalos iguais e sucessivos de 15 dias, sempre de forma alternada, sendo quatro, três e duas para o primeiro, segundo e terceiro produto, respectivamente. Observou-se nas plantas atacadas manchas foliares necróticas de coloração marrom-escura, circundadas por um halo amarelo (Figura 15 A), além de áreas necrosadas, com folhas retorcidas que caíam facilmente (Figura 15 B).

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Figura 15 - Sintomas do ataque do fungo Curvularia eragrostidis na cultura do inhame em diversas idades das plantas: manchas foliares necróticas circundadas por halo amarelo (A) e folhas atacadas e retorcidas (B).

Fonte: Autor, 2017.

3.4.9 Orientação do crescimento das plantas

A orientação de crescimento das plantas não sofreu nenhum tipo de intervenção. As ramas cresceram sempre de forma prostada sobre o solo, sem o uso de tutoramento durante todo o ciclo da cultura (Figura 16).

Figura 16 - Crescimento prostado das plantas de inhame (A, B, C, D e E).

Fonte: Autor, 2017.

3.5 Colheita das túberas-semente de inhame

A colheita do inhame (Figura 17) foi realizada manualmente, com auxílio de cavadeira reta e enxadeco, aos oito meses e dezesseis dias após o plantio, por ocasião da secagem e morte das folhas e ramos de aproximadamente 95% das plantas, indicando o ponto de maturidade fisiológica das túberas.

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Figura 17 - Túberas (A) e área experimental após colheita das túberas-semente de inhame (B) em função de partes da túbera e espaçamentos entre plantas.

Fonte: Autor, 2017.

3.6 Características avaliadas para emergência de plântulas

As variáveis respostas relacionadas à emergência das plântulas foram percentagem, índice de velocidade e tempo médio de emergência.

3.6.1 Percentagem de emergência (%)

Para determinar a percentagem de emergência, ao final do último dia de avaliação (167 dias após o plantio), foi contabilizado o total de plântulas emergidas relacionadas com a quantidade inicial de túberas plantadas, de acordo com a fórmula descrita abaixo:

(Eq. 1)

Em que:

E (%): percentagem de emergência; NPE: número de plântulas emergidas; NTP: número de túberas plantadas.

3.6.2 Índice de velocidade de emergência.

Já para o índice de velocidade de emergência (IVE), utilizou-se a metodologia baseada em Maguire (1962).

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