Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Felipe Andrade
Núcleo de Mastologia
Hospital Sírio-Libanês
felipe.andrade@hsl.org.br
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Autor
Ano
n
Taxa de
identificação (%)
Taxa de Falso
Negativo (%)
Mamounas et al.
2005
102
86,3
7,0
Shen et al.
2007
61
91,8
25
Classe et al.
2008
65
81,5
15
Gimbergues et al.
2008
27
-
29,6
Gomez et al.
2008
34
809
15
Chintamani et al.
2011
30
100
13,3
Canavese et al.
2011
64
93,8
5,1
Alvarado et al.
2012
121
93
20,8
Estudos Retrospectivos
LS pós QT
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
LS – Timing
LS
LS falso negativo
Pré QT
n = 3171
98,7%
4,2% (23/542)
Pós QT
n = 575
(p = 0,017)
97,4%
5,9% (5/84)
(p = 0,48)
Hunt K, Ann Surg 2009;250:558
A pesquisa do BLS é viável pós QT NEO ?
MDACC 1994-2007
T1-3, cN0
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Histórico do manejo do LS e QT NEO
Pilewskie M, Morrow M. Axillary Nodal Management Following Neoadjuvant Chemotherapy: A Review. JAMA Oncol. 2017 Apr 1;3(4):549–55.
Taxas de positividade linfonodal
Mulheres submetidas a DAT
Cirurgia primária versus Pós QT NEO
Estudo
Cirurgia (%)
QT NEO (%)
p
NSABP B-18, 1997
48
33
< .001
NSABP B-27, 2003
49
40
< .001
Hunt et al, 2009
T1
T2
T3
19
37
51
13
21
30
.04
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
BLS pré QT
BLS pós QT
# Casos
3171
575
DAT
27%
29%
Recorrência
Regional
0,9%
1,2%
MDACC f/up 47 meses
Hunt K, Ann Surg 2009;250:558
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
BLS quando?
King and Morrow, Nature Reviews 2015
Trial
Taxa de identificação
Taxa de falso negativo*
PRÉ QT NEO
McMasters et al. (2000)
‡Agente único: 86%
2 agentes: 90%
Agente único: 11,8%
Agente único: 5,8%
Veronesi et al. (2003)
Nr
8,8%
ALMANAC trial (2006)
96,1%
6,7%
Kim et al. (2006)
§96% (41-100%)
7,3% (0-29%)
NSABP B-32 (2007)
97.2%
9,8%
PÓS QT NEO
Tafra et al. (2001)
93%
0
NSABP B-27 (2005)
85%
10,7%
Xing et al. (2006)
||90% (72-100%)
12% (0-33%)
Hunt et al. (2009)
97,4%
5,9%
Classe et al. (2009)
90%
11,5%
Kelly et al. (2009)
89,6% (IC 95% 86,0-92,3)
8,4% (IC 95% 6,4-10,9)
*Determined by systematic completion axillary lymph-node dissection after SLN biopsy. ‡Compared singleagent injection of vital blue dye or radioactive colloid with dual agent injection (vital blue dye plus radioactive colloid). §Meta-analysis of 69 trials, comprising a total of 8,059 patients. ||Meta-analysis of 21 studies that included 1,273 patients in total. ¶ Systematic review and meta-analysis of 24 trials involving a total of 1,799 patients. Abbreviations: NACT, neoadjuvant chemotherapy; NR, not reported; NSABP, National Surgical Adjuvant Breast and Bowel Project; SLN, sentinel lymph node.
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
BLS quando?
King and Morrow, Nature Reviews 2015
VANTAGEM
DESVANTAGEM
PRÉ QT NEO
Estadiamento axilar
Necessidade de 2
cirurgias
Veronesi et al. (2003)
Identifica BLS negativo Pode atrasar o início da
QT
PÓS QT NEO
Tafra et al. (2001)
93%
0
NSABP B-27 (2005)
85%
10,7%
Xing et al. (2006)
||90% (72-100%)
12% (0-33%)
Hunt et al. (2009)
97,4%
5,9%
Classe et al. (2009)
90%
11,5%
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
L o c a l i z a ç ã o d o L i n f o n o d o
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
LN clipado
Verdadeiro ou Axilar
1Caudle et al. JCO, 2016
2Diego et al. Ann Surg Onc, 2016 3Boughey et al. Ann Surg, 2015
Por que localizar o linfonodo clipado?
MDACC
1
23% (31/134)
Pittsburgh
2
27% (8/30)
ACOSOG Z1071
3
LN clipado era o LS
LN clipado estava na axila
Desconhecido
63% (107/170)
20% (34/170)
17% (29/170)
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
PAAF e colocação do Clipe de Gel
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Clip Metálico
n=179 pac.
USG Axilar
USG conseguiu localizar o linfonodo e
o clipe(n=145)
Nathanson SD, et al. Preoperative identification of the sentinel lymph node in breast cancer. Ann Surg Oncol. 2007 Nov 1;14(11):3102–10.
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Semente de I
125
inserida prévia a QT NEO
Donker M, et al (Netherlands Cancer Inst-Antoni van Leeuwenhoek Hosp, Amsterdam) Ann Surg 261:378-382, 2015
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Problemas com a clipagem dos linfondos
LN clipados necessitam de localização
Os clipes não localizados centralmente nos LN
podem se movimentar à medida que o tumor
responde
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Caudle et al. JAMA-Surg 2015. 150(2): 137-43
Targeted Axillary Dissection (TAD)
1-5 dias antes da cirurgia
Imagem da mama
Semente de I125 inserida no LN clipado
I125Seed
Clipe
Medicina Nuclear
Injeção do radioisótopo para o LS
Dia da cirurgia
LNs S removidos
Clipe
LN com a semente de I125 removido seletivamente removido
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Taxa de Falso Negativo
LS sem clipe = 9.3% (IC 95% 3.1 – 20.3)
TAD (LNSs + Clipado) = 3.5%
(IC 95% 0.4-12.1)
Pacientes submetidas ao TAD
TAD
realizado pós QT NEO
N=109
Não realizada DAT
N=12
Pacientes
avaliadas*
N=97
Axila negativa
N=40 (41%)
Axila positiva
N=57 (59%)
LS negativo= 5/54
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Adaptado - David W. Ollila (UNC - Lineberger – SSO 2015
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Todos !!!
Adaptado - David W. Ollila (UNC - Lineberger – SSO 2015
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
ACOSOG Z1071
T0-T4,
N1-2,
M0,
Bx Prévia,
N+
Falhou em
relação
ao endpoint
primário
TFN ≤ 10%
n = 663 cN1
Tx ID do LS 95%
649 LS → DAT
≥ 2 LS identificados
n = 525, 79%
TFN
12.6% (9.9, 16.1)
Boughey JC, JAMA 2013Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
ACOSOG Z1071
Não conseguiu identificar o LS em 46 (7,1%)
Somente 1 LS em 78 pts (12%)
525 pts com 2 ou mais LNs
– 215 negativos na patologia final (41% pCR)
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
N Dça Residual
nos LN
TFN
IC 95%
Clipe localizado no LS 107
59
6,8%
1,9-16,5
Clipe na peça axilar
34
21
19%
5,4-41,9
Clipe com localização
desconhecida
29
21
14,3%
3-36,3
ACOSOG Z1071
Clipe inserido em pacientes cN1 e 2+ LNS examinados
Boughey et al. Ann Surg, 2015
170 pacientes tiveram clipes inseridos no
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
ACOSOG Z1071
2 agentes (Az P e Tc99)
– TFN =10.8%
Se pelo menos 3 LNS idenitificados
– TFN =9.1%
Conclusão “Patient selection that results in
greater sensitivity would be necessary to support
the use of SLN surgery as an alternate to ALND in
this population”
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
SENTINA Trial
Coorte
592 pacientes cN1
474 foram convertidos a cN0
TFN=14%
TFN <10% se > 3 LNS foram removidos
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
TFN por número de LS
N+ → N0
# LS Removidos
1
2
3
4
≥ 4
% dos casos
24
22
14
10
10
Taxa de Falso
Negativo
24%
18.5%
7.3%
0
6.1%
Kuehn T, Lancet Oncol 2013;14:609
SENTINA Trial
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Prospectivo, multicêntrico, fase II
T0-3, N1-2, M0
– cN+: BLS X DAT
Endpoint 1º: acurácia do BLS após Qt neo em
pacientes com BLS prévia positiva 87,6%
FN 8,4%
Recomenda o uso de IHQ.
Boileau JF et al. Sentinel node biopsy after neoadjuvant chemotherapy in
biopsy-proven node-positive breast cancer: the SN FNAC study. J Clin Oncol.
2015;33(3):258-64.
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
A C O S O G Z 1 0 7 1
x
S e n t i n a T R I A L
X
S N F N A C
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Axillary Nodal Management
Following Neoadjuvant Chemotherapy A Review
Pilewskie M, Morrow M. Axillary Nodal Management Following Neoadjuvant Chemotherapy: A Review. JAMA Oncol. 2017 Apr 1;3(4):549–55.
Pacientes LN + comprovados
pós QT NEO em
Taxas de pCR linfonodal
Autor
LN +
Convertido a ypN0
Após a QT NEO
pCR, %
Boughey et al, 2014
525
215
41
Boileau et al, 2015
145
50
35
Kin et al, 2015
415
159
38
Mamtani et al, 2016
195
96
49
Diego et al, 2016
30
19
63
Enokido et al, 2016
143
68
48
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Axillary Nodal Management
Following Neoadjuvant Chemotherapy A Review
Pilewskie M, Morrow M. Axillary Nodal Management Following Neoadjuvant Chemotherapy: A Review. JAMA Oncol. 2017 Apr 1;3(4):549–55.
Taxas de pCR linfonodal (ypN0) X Subtipos
Estudo No./Estádio
Resposta Patológica Completa, %
Esquema de QT RH+ / HER2- HER2+ Negativo Triplo
Zhang et al, 2013 301/Estádio II-III 46 72 69 51% com taxano 95% dos HER2+ receberam trastuzumabe
Boughey et al,
2014 756/pN+ 21 65 49 75% Antracíclicos e taxano; 89% HER2+ receberam trastuzumabe Kim et al, 2015 415/pN+ 29 49 54 86% Antracíclicos e taxano; 10% HER2+ receberam trastuzumabe
Mamtani et al,
2016 195/pN+ 21 82 47
97% Dose-dense doxorubicina, ciclofosfamida e paclitaxel, 9% carboplatin; 100% HER2+receberam trastuzumabe com pertuzumabe A L-Tweigeri et al,
2016 80/Estádio II-III 50 79 73
Fluorouracil, epirubicina, e ciclofosfamida, cisplatina/docetaxel; 100% HER2+
receberam trastuzumabe
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Axillary Nodal Management
Following Neoadjuvant Chemotherapy A Review
Pilewskie M, Morrow M. Axillary Nodal Management Following Neoadjuvant Chemotherapy: A Review. JAMA Oncol. 2017 Apr 1;3(4):549–55.
Estudo
cN1-N2
n
realizada
Biópsia
%
cN0 depois QT
NEO
identificação TFN
TX
SENTINA
592
Não
a100
a80
14
ACOSOG Z1071
689
Sim
83
93
13
SN FNAC study
153
Sim
Desconhecida
a88
13
ba
USG realizado em todos pacientes
b
Taxa de FN excluindo detecção de célula tumoral isolada por IHQ.
Pacientes LN + comprovados
pós QT NEO
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Axillary Nodal Management
Following Neoadjuvant Chemotherapy A Review
Fatores que afetaram a TFN da BLS no
SENTINA, ACOSOG Z1071 e SN-FNAC
a TFN reportada considera a detecção de células tumorais isoladas pela IHC. b TFN de 5% com 2 ou + LNSs removidos.
Pilewskie M, Morrow M. Axillary Nodal Management Following Neoadjuvant Chemotherapy: A Review. JAMA Oncol. 2017 Apr 1;3(4):549–55.
TFN, %
P
TFN, %
P
Estudo
1 removido
2 removidos
removidos
≥ 3 LNS
AGENTE
1
AGENTES
2
SENTINA
24
19
7
.008
16
9
.15
ACOSOG
Z1071
21
9
.007
20
11
.05
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
1,2ACOSOG Z1071
SENTINA
3(Braço C)
4SN FNAC
TFN (sem IHC)
12.6%
14.2%
13.4%
TFN relacionado aos
agentes
1 Agente
2 Agentes
20.3%
10.8%
8.6%
16%
5.2%
16%
TFN por Número de LNs
1 LNS
2 LNS
≥ 3 LNS
31%
21.1%
9.1%
24.3%
18.5%
4.9%
18.2%
≥ 2SLNs = 4.9%
TFN com IHC
8.7%
Reportado
Não
8.4%
Melhor Técnica
3. Kuehn et al. Lancet Oncology, 2013 4. Boileau et al. JCO, 2015
1. Boughey et al. JAMA, 2013 2. Boughey et al. SABC, 2014
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Painel
cN0: realizar BLS pós QT neo
Downstaging:
− BLS se no mínimo 3 LS examinados
− Negativo: não esvaziar
− Positivo ou <3 LS: esvaziar
Axila positiva: dissecção axilar
Micrometástase: controversa
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Survey do impacto e familiaridade dos últimos
trials entre os cirurgiões da ASBrS
556 respondedores que conheciam pelo menos 1 trial:
Razões de não realizar BLS
Preocupação com a taxa de FN
Falta de desfecho oncológico
Resistência dos oncologistas
Resistência dos radioncologistas
Resistência de outros cirurgiões
Instituição está coletando dados
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Survey do impacto e familiaridade dos últimos
trials entre os cirurgiões da ASBrS
Clip – Uso e Localização
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Seguimento da BLS pós QT NEO
Estudo retrospectivo (Abril 2007- Dez 2013), seguimento 51,1 meses
1.179 pacientes, cT0-3 cN0
Submetidas a BLS:
−
183 (15.5%) submetidas
a QT neo
−
996 (84,5%) sem QT neo
(grupo controle)
Taxa de identificação: QT
neo 99.5% vs 99.8%
controle
Recorrência axilar 0,6%
no grupo controle
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Seguimento dos desfechos das pacientes
submetidas à BLS após downstaging axilar
1.247 pacientes
Multicêntrico (5 hospitais Korea)
cN+ ycN0
Grupo A (BLS): 428 casos vs Grupo B (EA): 819 casos
Sobrevida de recorrência axilar em 4 anos
Tempo da primeira recorrência (meses)
Sobr ev id a liv re de rec orr ênc ia axi lar
A: 97.8% B: 99%
p= 0.148
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Mensagem pra casa
BLS é precisa pós QT NEO em cN0, cN1
e fornece uma
justificativa importante para o uso de QT NEO para o
downstaging axilar.
As
TXs de identificação
dos
LNS e TFN em cN0 são
semelhantes às observadas com cirurgia inicial e BLS
e a
recorrência regional
após um
BLS negativo é incomum
.
Em pts cN1,
Az P e Tc99
para o BLS é
necessário
para
minimizar a TFN
, assim como a remoção de
mais de 2
sentinelas
.
A taxa de recorrência regional em pac. com N+
comprovadas que possuem uma
pCR
e submetidas a
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
Questão não resolvida
Importância relativa do estágio nodal pré-QT NEO versus o
estágio nodal pós-QT NEO na determinação do risco de RLR
e a necessidade de radioterapia. Ensaios clínicos em curso
abordarão esta questão.
Pts
cN0 com RE +, HER2-negativos
submetidos
a CC, ideal
iniciar com
cirurgia inicial para evitar a DAT.
A
abordagem ótima
para pacientes cN0 com tumores TN
ou HER2 é incerta.
Pacientes submetidos a mastectomia e aqueles com
metástases nodais comprovadas por biópsia, a QT NEO
reduz a probabilidade de DAT.
Manejo da Axila Pós-neoadjuvância
ALLIANCE A11202
NSABP B-51/RTOG 1304 (NRG 9353)
cT1-3 N1 M0
QT NEO
CC ou Mastectomia
BLS
LS negativo
LS positivo
Randomização
DAT RT Mama/Plastrão/Linfonodal cT1-3 N1 M0 N + PAAF ou CoreQT NEO (+Anti-HER-2 se HER+)
Cirurgia definitiva com documentação axilar detalhada por LS e Axila
Estratificação
Tipo de Cirurgia (mastectomia vs setorectomia) Status RE (+ vs - ) Status HER-2 (+ vs -)
pCR na mama (Sim vs Não) Randomização
NÃO - RT linfonodal
NÃO - RT plastrão se mastec
RT a mama se CC
Futuro em andamento
RT
Mama/Plastrão/Linfonodal
EXCLUSIVA RT plastrão se mastec NÃO - RT linfonodal