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Intercorrências no Tratamento de Hemodiálise

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Academic year: 2021

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ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM SÃO FRANCISCO DAS MISERICÓRDIAS

2ª Pós-Graduação em Enfermagem Nefrológica e Técnicas Dialiticas

Intercorrências no Tratamento de Hemodiálise

Unidade Curricular – Hemodiálise

Trabalho Elaborado por:

Catarina Marquito

Nádia Alves

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Nota Introdutória:

As complicações em hemodiálise (HD) definem-se como situações de mal-estar que, não existindo antes de estabelecido o circuito

extracorporal, estão relacionadas com a sessão de HD. Apesar de cada vez ser menos frequentes, ainda acontecem e como tal, o

enfermeiro dever estar atento/desperto para estas situações de forma a actuar e prestar bons cuidados de enfermagem.

Intercorrências

Causas Prováveis

Sinais/Sintomas

Acções Preventivas

Acções Corretivas

Hipotensão

- Inicio brusco da sessão de hemodiálise;

- Ultrafiltração excessiva; - Resposta vascular retardada à hipovolémia; - Níveis baixos de sódio na solução dialisante; - Temperaturas elevadas do dialisante; - Medicação anti-hipertensora; - Intolerância à ingestão - Sudorese intensa; - Palidez facial; - Náuseas; - Vómitos; - Cãibras; - Sonolência; - Taquicardia.

- Inicio suave do fluxo de sangue (100ml/min);

- Considerar/confirmar peso e taxa de uf no inicio da sessão;

- Valorizar patologia associada e medicação concomitante; - Colocar doente em posição de Trendelenburg;

- Colocar doente em posição de Trendelenburg com

lateralização da cabeça e retirar próteses dentárias;

- Reduzir ultrafiltração, sem diminuir fluxo de sangue; - Administrar soro fisiológico ou solução dialisante em bólus; - Ajustar a concentração de sódio e temperatura do

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intra-dialitica; - Alterações do sistema vegetativo e nervoso (diabéticos/idosos); - Reacções vagais; - Anemia grave; - Disfunção cardíaca.

Hipertensão

- Ultrafiltração excessiva; - Elevada concentração de sódio na solução dialisante; - Aumento excessivo de peso inter diálise; - Incumprimento da

medicação anti-hipertensora e dieta;

- HTA anterior ao inicio da hemodiálise.

- Cefaleias; - Tonturas; - Taquicardia.

- Monitorizar sinais vitais. - Rever peso seco, taxa de ultrafiltração, e concentrado de sódio;

- Avaliar cumprimento da terapêutica e dieta;

- Administrar medicação anti-hipertensora se indicação médica.

Cãibras

- Hipotensão arterial; - Peso seco desajustado;

- Fortes dores verbalizadas pelo doente ao nível dos membros inferiores

- Prevenir a ocorrência de

hipotensão (monitorizar sinais vitais).

- Rever peso seco, taxa de uf e concentração de sódio na solução dialisante;

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- Taxa de ultrafiltração elevada (rápidas trocas de fluidos);

- Baixa concentração de sódio na solução dialisante.

predominantemente. - Administrar soro fisiológico ou

solução dialisante em bólus; - Massajar o músculo afectado e aplicar uma solução fria no local.

Síndrome de

desequilíbrio

- Edema Cerebral (relacionado com

transferência de água para o cérebro, devido às

mudanças bruscas de osmolaridade dos solutos plasmáticos, que se tornam hipotónicos mais rapidamente do que no cérebro); - Alteração brusca do pH do líquido cefalorraquidiano. - Cefaleias; -Mal-estar; -Náuseas e vómitos; -Tremores; -Desorientação; -Agitação; -Alteração da Visão; -Cãibras; -Convulsões; -Coma. - A entrada do doente em hemodiálise não deverá ser excessivamente protelada; - As primeiras sessões devem ser curtas, com dialisadores pequenos e baixos fluxos;

- Aumento gradual de tempo e fluxos.

- Reduzir a ultrafiltração e o fluxo de sangue;

- Administração de terapêutica segundo prescrição médica (analgésicos e soluções cloretadas ou glicosadas hipertónicas).

Reacção

pirogénica

- Entrada de endotoxinas bacterianas no dialisador (defeitos na membrana do - Febre; - Náuseas e vómitos;

- Controlo rigoroso da qualidade da água;

- Efectuar colheitas de sangue para hemocultura e colheitas de amostra de água, solução dialisante e soro fisiológico do

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dialisador). - Hipotensão arterial. - Desinfecção das máquinas de acordo com as instruções do fabricante e as melhores práticas; - Utilização de concentrados de ácidos e bicarbonatos estáveis.

circuito extracorporal, para identificação do agente (se indicação médica).

Precordialgia

- Diminuição brusca da volémia; - Ultrafiltração Excessiva; -Diminuição acentuada da hemoglobina; - Isquémia do miocárdio.

- Dor precordial intensa (pode irradiar para o braço esquerdo).

- Monitorizar sinais vitais. - Identificar o tipo, local,

intensidade e irradiação da dor; - Colocar o doente em

Trendelenburg, se a causa for a hipotensão;

- Diminuir a ultrafiltração e o fluxo de sangue se indicação médica;

-Administração de soro fisiológico;

-Administrar terapêutica por prescrição médica que pode incluir: vasodilatadores, oxigénio e reposição da volémia com soro fisiológico ou outra solução.

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Náuseas e

vómitos

- Hipotensão arterial; - Intolerância à hemodiálise; - Ingestão alimentar intra-dialitico;

- Urémia elevada;

- Síndrome de desequilíbrio; - Mal-estar gastrointestinal; - Ansiedade durante as primeiras sessões de diálise.

- Mal-estar. - Controlar a TA;

- Evitar a ingestão de alimentos durante a sessão.

- Suspender a ingestão alimentar durante a sessão; - Colocar o doente em posição de segurança de modo a evitar aspiração de vómito (decúbito lateral);

- Retirar próteses dentárias; - Diminuir a taxa de uf; - Compensar as perdas com soro fisiológico; - Administrar anti-eméticos se indicação médica.

Coagulação do

dialisador e/ou

linhas

- Formação de microtrombos que vão depositar-se na câmara de expansão venosa e no dialisador;

- Heparinização insuficiente para a condição clínica do doente; - Avaria da bomba de heparina; - Paragens frequentes da - Aumento progressivo da pressão venosa; - Aparecimento de manchas mais escuras na câmara venosa e/ou dialisador; - Escurecimento progressivo do circuito extracorporal.

- Realizar uma lavagem do circuito extracorporal com soro fisiológico, com o objectivo de comprovar qual o estado do mesmo, verificar o

aspecto do dialisador e a possível existência de coágulos na câmara venosa ou noutros pontos do circuito;

- Verificar valor da PTM (pressão transmembranar).

- Uma vez comprovada a existência de coágulos na linha venosa, esta deve ser

substituída, efetuando previamente o seu preenchimento com soro fisiológico ou liquido de substituição;

- No caso de coagulação do dialisador ou da totalidade do circuito extracorporal, deve-se

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bomba de sangue por falta de débito arterial do acesso vascular e pela realização de certos procedimentos; - Lavagens insuficientes do circuito em situações de tratamento com ausência de heparinização;

- Alteração dos tempos de coagulação do doente, que podem ocorrer devido a sintomatologia inflamatória, alterações do hematócrito, etc.

reinfundir a maior quantidade de sangue possível, desconectar as linhas das agulhas/cateter do doente e verificar a sua

permeabilidade; - Avaliar a condição hemodinâmica do doente, acalmar e esclarecer dúvidas; - Em casos de coagulação total e substituição do sistema sem possibilidades de Reinfusão, o doente deve ser posicionado em posição de Trendelenburg, deve ser contactado o médico e monitorizar os valores tensionais, podendo ser necessário infundir soro fisiológico ou outra solução de substituição;

- Descartar o circuito

extracorporal e providenciar a rápida preparação e priming de um novo circuito, incluindo a preparação e administração do anticoagulante prescrito para a manutenção do tratamento;

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- Reprogramar a ultrafiltração, contabilizando as perdas ou a quantidade de soro

fisiológico/liquido de substituição utilizado, nas situações que permitem a reinfusão da quase totalidade de sangue extracorporal.

Ruptura de

linha

- Defeito de fabrico. - Inspeccionar as linhas de sangue antes da preparação;

- Não deixar o utente cobrir as linhas de modo a ser detectado

precocemente.

- Trocar linha de sangue danificada;

- Valorizar alarme “fuga de sangue” e inspeccionar material; - Comunicar ao fornecedor o defeito.

Ruptura de

membrana do

dialisador

- Defeito de fabrico. - Inspeccionar material antes da preparação do monitor.

- Trocar dialisador;

- Valorizar alarme “fuga de sangue” e inspeccionar material; - Comunicar ao fornecedor o defeito.

Hemólise

- Efeito de recirculação provocado pela proximidade das agulhas de diálise;

- Se o sangue extracorporal apresentar uma coloração “tipo vinho

- Cumprimento das guidelines relativamente a produção da solução dialisante (sobreaquecimento, solução hipotónica, contaminada

- Existindo suspeita de Hemólise, chamar o médico para confirmar a suspeita;

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- Deficiência do acesso vascular;

- Recirculação de sangue extracorporal em circuito fechado por um longo período com ausência de soro fisiológico (sistema de soro fechado);

- Deficiência no

funcionamento da bomba de sangue;

- Presença excessiva de cloraminas, nitratos ou cobre no dialisante ou a presença de desinfectante.

do Porto”, pode ser um sinal de alerta para a ocorrência de Hemólise; - Dor no local e no membro do acesso arteriovenoso; - Mal-estar geral; - Cefaleias; - Vómitos e náuseas; - Dor abdominal ou lombar; - Pressão torácica; - Dispneia; - Perda de Consciência; - Coma ou morte.

com formaldeído, cloramina,

fluoretos, nitratos, zinco ou peróxido de hidrogénio)

- Parar a bomba de sangue, desconectar o doente do circuito extracorporal, descartando este, não devendo ser reinfundido o sangue extracorporal (se necessário, administrar soro fisiológico);

- Vigiar o estado de consciência, monitorizar hemodinamicamente, administrar oxigénio a 100% e providenciar o material de reanimação cardiorrespiratória, se necessário;

- Ponderar chamar o INEM para possível transporte para o hospital;

- Considerar a necessidade de realização de hemograma de controlo e/ou possível transfusão.

Embolia

- Reinfusão em situações de emergência; - Entrada de ar acidental no - Alterações hemodinâmicas: hipotensão, dispneia,

- Confirmar clampes fechadas das terminações venosas e arteriais das linhas de sangue;

- Colocar o doente na posição de Trendelenburg sobre o lado esquerdo;

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gasosa

circuito extracorporal após sensor de ar;

- Avaria na máquina; - Manipulação de cateteres.

dor torácica). - Controlar a administração de medicação ou soro fisiológico em perfusão.

- Confirmar integridade de tegos ou dos cateteres venosos centrais para hemodiálise.

- Requer a presença médica com urgência;

- Avaliar o estado de consciência do doente e despistar possíveis alterações; - Monitorização hemodinâmica e administração de oxigénio a 100%, se necessário;

- Providenciar condições para intervenção de emergência (carro de reanimação cardiorrespiratória);

- Ponderar chamada de viatura do INEM para possível

transporte para o serviço de urgência de instituição hospitalar;

- Registar a ocorrência em notas de enfermagem.

Nota Final:

Durante o tratamento de hemodiálise o enfermeiro deve estar sempre atento, de forma a poder actuar preventivamente sendo que

desta forma poder-se-á evitar complicações mais gravosas para o doente.

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Referências Bibliográficas:

1. Gonçalves, Fábio (2011)-

Hemodiálise

. Consultado a 30 de Janeiro de 2011 pelas 21h30. Disponível em

http://pt.scribd.com/doc/2373797/Hemodialise

2. Manual de Hemodiálise para Enfermeiros. Fresenius Medical Care, 2011

3. Daugirdas, J. Manual de diálise Guanabara Koogan 2008

Referências

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