CARLOS EDUARDO DE ANDRADE MAIA
Advogado, palestrante e parecerista;
Professor de Dir. Civil, Prática Civil e Dir. do Consumidor em cursos preparatórios para a OAB e para Concursos Públicos;
Professor de Dir. Civil em cursos de pós graduação lato sensu;
Professor da ESA – Escola Superior da Advocacia -Núcleos;
Professor de Direito Civil da FACCAMP;
Coordenador do Curso de Especialização em Direito de Família e Sucessões do Complexo Andreucci;
Membro efetivo da Comissão de Dir. de Família da OAB/SP;
Membro efetivo da Comissão do Jovem Advogado da OAB/SP;
Membro efetivo do IBDFAM;
Membro efetivo da Academia Brasileira de Direito Civil; Advogado do CREMESP nomeado desde 2011;
Especialista em Direito Civil pela FMU;
Doutorandoem Ciências Jurídicas e Sociais pela
Universidad del Museo Social Argentino (Buenos Aires); Coautor do livro Exame da OAB Unificado – 1ª Fase– Ed. Saraiva
Coautor do livro Passe em Concursos Públicos (Questões Comentadas)–MP Estadual e Federal – Ed. Saraiva
Coautor do livro Passe em Concursos Públicos (Manual de Dicas)–MP Estadual e da União – Ed. Saraiva
D
IREITOS
R
EAIS
• Rol dos Direitos Reais previsto no CC (1.225,CC)
• - Propriedade - - - único sobre coisa PRÓPRIA
• - Superfície • - Servidões • - Usufruto • - Uso
• - Habitação
• - Direito do promitente comprador • - Penhor
• - Hipoteca • - Anticrese
• - Concessão de uso especial para fins de moradia • - Concessão de direito real de uso
GOZO OU FRUIÇÃO
GARANTIA AQUISITIVO
D
IREITO DE
P
ROPRIEDADE
• Características dos Direitos Reais• A palavra reais deriva de res, que significa COISA.
• Os direitos reais são, pois, direitos que incidem sobre coisas móveis ou imóveis dotadas de valor econômico e comercializáveis
• OPONIBILIDADE ERGA OMNES: o titular do direito real poderá insurgir-se contra qualquer pessoa que pretenda molestar o exercício de tal direito.
• O DIREITO DE SEQUELA OU JUS PERSEQUENDI: o direito
real aderirá (impregnará) ao bem móvel ou imóvel e o “acompanhará” independentemente de para quem ou para onde vá, permitindo ao seu titular que o exerça irrestritamente.
D
IREITO DE
P
ROPRIEDADE
• Características dos Direitos Reais
• quando o direito recair sobre bem móvel somente haverá seu aperfeiçoamento mediante a tradição.
• Artigo 1.226, CC- Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com a TRADIÇÃO
• Se incidir sobre bem imóvel, para que se revista dos caracteres mencionados e, portanto, seja considerado direito real, será indispensável o registro no Cartório de Registro de Imóveis
• Artigo 1.227, CC- Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o REGISTRO no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código
D
IREITO DE
P
ROPRIEDADE
• Fatores que compõem o Direito de Propriedade
• usar (jus utendi - usar o bem extraindo apenas o frutos indispensáveis à sobrevivência, sem alterar a substância da coisa)
• gozar ou fruir (jus fruendi – extrair frutos naturais ou civis) • dispor (jus abutendi – alienar (lato sensu) a coisa ou gravá-la
com ônus real)
• reivindicar ou reaver (rei vindicatio – reivindicar o bem de
D
IREITO DE
S
UPERFÍCIE
• SUPERFÍCIE
(1369)
Trata-se de direito de uso e gozo de
solo
alheio• Só para bem imóvel
• É transmitida pelo proprietário ao superficiário
a posse
direta
do bem• Tem que ser por tempo determinado
• Por
escritura pública
que deverá ser registrada• Pode ser
gratuita ou onerosa
; nesse último caso oD
IREITO DE
S
UPERFÍCIE
• SUPERFÍCIE
(1369)
• Ao superficiário recai o ônus de pagar os tributos e despesas • Terá direito à percepção dos frutos
• Findo o prazo o superficiário perderá a posse daquilo que
plantou ou construiu para o proprietário, sem indenização, salvo disposição contrária.
• Por ser erga-omnes, o direito real de superfície subsiste ainda
que o proprietário venda o imóvel.
• Tanto o proprietário quanto o superficiário têm o direito de
preferência em caso de transferência do direito de superfície ou da propriedade.
D
IREITO DE
S
ERVIDÃO
• SERVIDÃO (1378)
Trata-se de direito real sobre coisa alheia.
• Servidão Positiva: Direito de passagem (ex. aqueduto)
• Servidão negativa: implica abstenção ao titular do prédio serviente. (ex. proibição de construir no imóvel serviente para não prejudicar a visão que se tem do dominante)
• Servidão aparente: visível a olho nu. Aquela que deixa marcas. (rastro da passagem do gado, canalização de água, etc.)
• Servidão não aparente: não visíveis, e por isso não podem ensejar a usucapião, pois não é possível evidenciar o fato da posse.
D
IREITO DE
S
ERVIDÃO
• SERVIDÃO (1378)
São requisitos:
• A existência de 2 prédios vizinhos
• Que tais imóveis pertençam a proprietários diversos
• Tem por finalidade a comodidade ou melhor utilidade para o prédio dominante • É constituída para fim específico. (Ex. se para passar gado, só estes
poderão passar, não podendo transitar tratores) (1385)
D
IREITO DE
S
ERVIDÃO
• SERVIDÃO (1378)
Constituem-se:
• Contrato
(escritura
pública
devidamente
registrada)
• Testamento
• Destinação do proprietário
• Usucapião (servidão aparente por mais de dez anos. A
sentença será o objeto de registro no CRI)
(1379)
D
IREITO DE
S
ERVIDÃO
• SERVIDÃO (1378)
Extinguem-se:
(1388 e 1389)
• Confusão: um único proprietário passa a ser dono dos prédios dominante e serviente (1389, I)
• Cessão da utilidade: o imóvel serviente não é mais útil para o dominante
• Convenção: as partes resolvem acabar com a servidão (1388,
III)
• Renúncia: do titular do prédio dominante (1388, I) • Não uso: por 10 anos contínuos (1389, III)
D
IREITO DE
U
SO
• USO
(1412 e 1413, CC)
• Incessível
•
Inter vivos
ou
causa mortis
• Móvel
(infungível e inconsumível)
ou
Imóvel
• Extração de frutos
D
IREITO DE
U
SUFRUTO
• USUFRUTO
(1390 a 1411, CC)
• Direito de
USAR
e
GOZAR
transferidos ao
usufrutuário
• UTILIZAR (usar) a coisa e EXTRAIR (gozar ou
fruir) frutos
• Usar
• Gozar
• Dispor
• Reaver
Usufrutuário
Nu-proprietário
D
IREITO DE
U
SUFRUTO
• USUFRUTO
(1390 a 1411, CC)
• Temporário ou vitalício
• Gratuito (podendo ser oneroso)
• Inalienável,
porquanto
personalíssimo
(porém, cessível, pois ao usufrutuário assiste o
direito de gozar – poderá locar ou dar em
comodato, p.ex.)
(1393, CC)
• Móvel ou Imóvel
• Extração de frutos, que pertencerão ao
D
IREITO DE
U
SUFRUTO
• USUFRUTO
(1390 a 1411, CC)
• Caso tenha por objeto bem imóvel deverá
ser
feito
o
pertinente
registro na
matrícula
• Se porventura o usufruto tiver sido
estabelecido em favor de duas ou mais
pessoas,
a
morte
de
qualquer
usufrutuário fará com que os direitos de
usar e gozar que a ele pertencia retornem
ao nu-proprietário
(
salvo disposição em
contrário
no
instrumento
constitutivo
)
D
IREITO DE
U
SUFRUTO
• USUFRUTO
(1390 a 1411, CC)
• Extinção
(1410, CC)
• I - pela renúncia ou morte do usufrutuário; • II - pelo termo de sua duração;
• III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem
o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de trinta anos da data em que se começou a exercer;
• IV - pela cessação do motivo de que se origina;
• V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições
D
IREITO DE
U
SUFRUTO
• USUFRUTO
(1390 a 1411, CC)
• Extinção
(1410, CC)
• VI -
pela consolidação;
• VII -
por culpa do usufrutuário, quando aliena,
deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes
acudindo com os reparos de conservação, ou
quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às
importâncias recebidas a aplicação prevista no
parágrafo único do art. 1.395;
• VIII -
Pelo não uso, ou não fruição, da coisa em que
o usufruto recai
(arts. 1.390 e 1.399).
D
IREITO DE
H
ABITAÇÃO
• HABITAÇÃO
(1414 a 1418, CC)
• Gratuito (mas pagará os impostos)
• Temporário e personalíssimo
• Incessibilidade
• Somente Imóveis (direito de residir;
D
IREITO DE
H
ABITAÇÃO
• HABITAÇÃO
(1414 a 1418, CC)
• Direito real de habitação assegurado ao
cônjuge e ao companheiro sobreviventes
• Cônjuge
(1831, CC)
• Companheiro
(Lei
9.278/96,
art.
7°,
parágrafo único)
D
IREITO DE
H
ABITAÇÃO
• HABITAÇÃO
(1414 a 1418, CC)
• Os proprietários
podem vender o imóvel
,
mesmo gozando o habitador do direito
real em destaque?
D
IREITO DO
P
ROMITENTE
C
OMPRADOR
• PROMITENTE COMPRADOR
(1417 e
1418, CC)
• Vendedor: compromete-se à transferir a
propriedade por meio da outorga da
escritura após a quitação
• Comprador:
compromete-se
a
pagar
todas as prestações da forma avençada
(valor, data, etc.)
D
IREITO DO
P
ROMITENTE
C
OMPRADOR
• PROMITENTE COMPRADOR
(1417 e
1418, CC)
• Instrumento público ou particular
• Inexistência de cláusula de arrependimento
• Registro no Cartório de registro de imóveis?
*
*
Súm. 239, STJ
• Adjudicação compulsória
(1418, CC c/c art.
16 do Dec. Lei 58/37 c/c 275, alínea
g
, CPC)
D
IREITO DO
P
ROMITENTE
C
OMPRADOR
• PROMITENTE COMPRADOR
(1417 e
1418, CC)
• O direito de manejo da aludida ação
prescreve ou decai?
Superior Tribunal de Justiça. RESP: 369206/MG
(200101269199) – Promessa de Compra e Venda.
Escritura definitiva. Adjudicação. Prescrição.
Não
prescreve o direito de a promissária compradora
obter a escritura definitiva do imóvel,
direito que
só se extingue frente ao de outrem, amparado pelo
usucapião.
Recurso
não
conhecido.
Relator:
Ministro Cesar Asfor Rocha – Relator Acórdão:
Ministro Ruy Rosado de Aguiar – DJ data:
30/06/2003, PG: 254.
D
IREITO DO
P
ROMITENTE
C
OMPRADOR
• PROMITENTE COMPRADOR (1417 e 1418, CC)
• O promitente vendedor tem interesse processual na propositura de ação
visando a compelir o comprador a aceitar a outorga da escritura?
TJSP – 0002542-08.2010.8.26.0077 - Apelação - Relator: Francisco Loureiro - Comarca: Birigüi Órgão julgador: 4ª Câmara de Direito Privado Data do julgamento: 28/04/2011 -Data de registro: 29/04/2011 - Outros números: 25420820108260077 - Compromisso De Venda e Compra. Obrigação de Fazer. Ação ajuizada pela promitente vendedora contra o promitente comprador para compeli-lo a receber a escritura do imóvel, cujo preço se encontra integralmente pago Interesse da promitente vendedora para que as taxas e tributos ou mesmo obrigações propter rem, ou responsabilidade civil por ruína do prédio, não recaiam sobre quem mantém formalmente o domínio, mas despido de todo o conteúdo, já transmitido ao adquirente. Dano Moral. Ocorrência. Autora que, em decorrência da inexistência de regularização da propriedade do bem, teve seu nome negativado – Ação procedente – Recurso provido.
D
IREITOS
R
EAIS DE
G
ARANTIA
P
ENHOR
• PENHOR
(1431)
• Direito
real de garantia que tem como cerne a
transferência da posse de uma coisa MÓVEL
ALIENÁVEL
e, em troca, o recebimento de valor.
• São requisitos: (1424)
• Valor do crédito (ou estimação) • Prazo para pagamento
• Taxa de juros, se for o caso
• Especificação do bem empenhado
• O credor pignoratício apenas terá a coisa em depósito, não
podendo usar e gozar
D
IREITOS
R
EAIS DE
G
ARANTIA
P
ENHOR
• PENHOR
(1431, CC)
• A coisa empenhada é indivisível, pois ainda que haja o pagamento parcial não será lícito o levantamento de parte do gravame, salvo disposição em contrário.
• A posse da coisa nem sempre será transmitida ao credor, sendo lícita a manutenção do devedor na posse do bem empenhado (1431, § único).
• O credor portará cédula pignoratícia, documento em que será discriminado o bem e em que haverá a nomeação do devedor como depositário.
D
IREITOS
R
EAIS DE
G
ARANTIA
HIPOTECA
• HIPOTECA
(1473, CC)• Garantia real que recai sobre bem imóvel* e que se aperfeiçoa com o registro do
título (1492). Visa a garantir o pagamento de dívida assumida pelo adquirente
perante o credor hipotecário.
Sujeitam-se à hipoteca:
• Imóveis e seus acessórios
• Domínio direto (propriedade plena) • Domínio útil (nua-propriedade) • Estradas de ferro
• Recursos minerais (minas, jazidas, outros recursos minerais, monumentos arqueológicos)
• Navios • Aeronaves
Obs.
• - É lícita a alienação do bem dado em hipoteca (1475) • - Pode haver mais de uma hipoteca sobre o mesmo bem
• - Não havendo o pagamento ao credor é conferido o direito de executar a
D
IREITOS
R
EAIS DE
G
ARANTIA
ANTICRESE
• ANTICRESE (1506, CC)
• Atualmente em desuso, configura-se pela transmissão da posse de
determinado bem IMÓVEL ao credor anticrético a fim de que esse, usando
e gozando do bem, extraia deste seus frutos com a finalidade de amortizar dívida ou receber juros.
• O devedor é privado da posse direta do bem imóvel em favor do credor • Deve existir crédito do credor para com o devedor
• Deve haver a tradição do bem
• Hipoteca e anticrese podem conviver
• Firma-se por contrato ou testamento, devendo ambos instrumentos conter o valor do crédito, o prazo de pagamento, a taxa de juros e a discriminação do bem dado em garantia.
• Imprescindível escritura pública e registro
Obs.
• - Extingue-se pela remissão (perdão), renúncia, renúncia tácita
(devolução da coisa, pois não há anticrese sem o bem), desapropriação ou pelo decurso de 15 anos contados do registro.