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RPGM. Elisangela Figueiredo de Moraes 1, Carlos Roberto Miranda 2 A NEUROCIÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL NEUROSCIENCE IN EARLY CHILDHOOD EDUCATION RESUMO

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A NEUROCIÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

NEUROSCIENCE IN EARLY CHILDHOOD EDUCATION

Elisangela Figueiredo de Moraes

1

, Carlos Roberto Miranda

2

RESUMO

Percebe-se que os métodos atuais de ensino estão ultrapassados, fazendo-se necessário o uso de outras ferramentas para que a criança consiga entender e compreender tudo aquilo que é ensinado. Defendemos também as mudanças de foco nas formas de pensar e preparar os indivíduos, consequentemente nos modelos pedagógicos atuais demonstrando a insuficiência dos mesmos. Para atender a demanda social contemporânea de conhecimentos, de certa forma colocamos em destaque as descobertas e contribuições resultantes da neurociência, que auxilia na memória e na melhora da interpretação pedagógica, além do desenvolvimento de uma aprendizagem significativa. Contudo precisa-se ter profissionais da educação focados e treinados nesta dura jornada que é o ensino e aprendizagem. Durante este estudo buscou-se achar as soluções para resolver os problemas estruturais das escolas, de modo que o conhecimento possa ser de fato absorvido, demonstrando a eficácia dos conceitos neurocientíficos, na educação infantil, proporcionando uma aprendizagem significativa, principalmente no que se refere a memorização das letras fazendo com ele melhore a escrita e consiga dominar a mesma com facilidade, pois o cérebro é condicionado e acaba registrando e armazenando as informações fazendo com que o indivíduo aprenda com maior facilidade tudo aquilo que ele é passado. Esse estudo se deu através de pesquisa qualitativa e todo levantamento bibliográfico foi feito pertinente ao tema para que se pudesse elucidar toda e qualquer dúvida acerca do tema proposto.

Palavra Chave: Neurociência, Linguagem escrita, Educação Infantil.

ABSTRACT

It is noticed that the current methods of teaching are outdated, making it necessary to use other tools so that the child can understand and understand everything that is taught. We also defend the changes of focus in the ways of thinking and preparing the individuals, consequently in the current pedagogical models demonstrating their insufficiency. In order to meet the contemporary social demand for knowledge, to a certain extent we highlight the findings and contributions resulting from neuroscience, which helps in memory and improvement of pedagogical interpretation, as well as the development of meaningful learning. However it is necessary to have education professionals focused and trained in this hard journey that is teaching and learning. During this study we sought to find solutions to solve the structural problems of schools, so that knowledge can be effectively absorbed, demonstrating the efficacy

1 Faculdade Aldeia De Carapicuíba, CEI Maria Margarida Rodrigues De Oliveira- Guida 2 UNICID/SP, Universidade Presbiteriana Mackenzie, FICS - Faculdades Integradas Campos Salles

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of neuroscientific concepts in early childhood education, providing a significant learning, especially in relation to memorizing the letters making it better to write and can master it easily, because the brain is conditioned and ends up registering and storing the information making the individual learn more easily everything that is passed. This study was done through qualitative research and any bibliographical survey was made pertinent to the subject so that any doubt about the proposed theme could be elucidated.

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1.

INTRODUÇÃO

Para atender a demanda social contemporânea de conhecimentos, de certa forma coloca-se em destaque as descobertas e contribuições resultantes da neurociência, que auxiliam na memó-ria e na melhora da interpretação pedagógica, além do desenvolvimento de uma aprendizagem significativa. Contudo entende-se que há a necessidade de ter profissionais da educação focados e treinados para executar com excelência o processo de ensino e aprendizagem.

A neurociência tem técnicas de exercitar a memória, fazendo com que o aluno consiga apren-der de forma significativa, principalmente no que se refere a memorização das letras fazendo com ele melhore a escrita e consiga dominar a mesma com facilidade, pois o cérebro é condicionado e acaba registrando e armazenando as informações fazendo com que o indivíduo aprenda com maior facilidade tudo aquilo que ele é passado.

Este estudo busca entender qual a relevância do uso da neurociência no processo de ensino e aprendizagem. O que justifica a escolha deste tema foi a teoria de que os métodos atuais de ensino estão ultrapassados, fazendo-se necessário o uso de outras ferramentas para que a criança consiga entender e compreender tudo aquilo que é ensinado. Defende-se também as mudanças de foco nas formas de pen-sar e preparar os indivíduos, consequentemente nos modelos pedagógicos demonstrando a insuficiên-cia dos mesmos. Portanto, neste contexto ao utilizar a metodologia neurocientifica pode-se proporcionar uma melhor qualidade e maior eficácia no processo de ensino e aprendizagem na educação infantil.

O objetivo geral deste estudo foi identificar quais são as melhores estratégias dentro da neu-rociência para que o indivíduo consiga ter melhor aproveitamento no processo de aprendizagem, e como objetivos específicos, demonstrar o que é a neurociência; identificar as melhores maneiras de trabalhar com as crianças das series iniciais usando os conceitos neurocientíficos; demonstrar como a neurociência pode ajudar tanto no processo de aprendizagem como melhorar o trabalho dos pro-fessores obtendo assim melhores resultados.

Tendo como metodologia a pesquisa qualitativa e a revisão bibliográfica foi baseada na re-levância do tema. A revisão literária enquanto pesquisa bibliográfica tem por função justificar os objetivos e contribuir para própria pesquisa. Ou seja, embasaremos nossos argumentos em estudos já realizados sobre a contribuição da neurociência na aquisição da linguagem escrita.

Pesquisas em neurobiologia e psicologia cognitiva percorreram uma grande distância em sua jornada para lançar luz sobre o desenvolvimento infantil. As ferramentas notáveis de imagens do cérebro; métodos poderosos para medir cognição, emoção e aprendizagem; e descobertas para a genética abriram vastas oportunidades para este campo emergente.

Governos em todo o mundo estão investindo enormes somas de dinheiro na compreensão das diferenças, distúrbios e doenças do cérebro, e há um enorme potencial para a ciência nos in-formar sobre o desenvolvimento infantil. precisam de apoio adicional para adaptar seu comporta-mento ao ambiente de aprendizado social da sala de aula? Este estudo pretende fornecer evidências da neurociência e da psicologia cognitiva relacionadas a como a experiência inicial estabelece uma base para a gama de comportamentos de alunos e capacidades que os educadores testemunham a cada dia nas aulas.

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A teoria da pesquisa relevante para a prática docente é discutida em relação ao desenvolvimen-to de funções e processos específicos requeridos para a primeira infância, incluindo alfabetização e aquisição de números, regulação e sustentação da atenção e gerenciamento de emoções e compor-tamento. Os profissionais dos primeiros anos são desafiados a considerar o design de ambientes de aprendizagem que otimizam a aprendizagem efetiva e incentivam o desenvolvimento saudável.

2. A NEUROCIÊNCIA

Segundo Cosenza; Guerra, (2011) atualmente fala-se muito sobre neurociência, porém fica um pouco confuso saber de fato em que a neurociência auxilia ou ajuda no desenvolvimento do ser humano, desta forma é possível dizer que a neurociência é um estudo sobre o sistema nervoso e suas funcionalidades. Além de estudar estruturas processos de desenvolvimento e alterações que possam surgir no decorrer da vida a mesma executa uma análise bastante minuciosa e aprofundada sobre o que rege as nossas vidas.

É importante ressaltar que a neurociência estuda o cérebro a medula espinhal e os nervos pe-riféricos, uma vez que isso faz parte de um sistema nervoso complexo, dessa forma a neurociência se subdivide em modalidades para que o estudo seja cada vez mais aprofundado e detalhado, sendo para Tabacow, (2006) são estas as divisões:

• Neuropsicologia: esta parte estuda a interação que há entre as ações dos nervos e as funções ligadas à área psíquica.

• Neurociência cognitiva: este campo foca na capacidade cognitiva (conhecimento) do indiví-duo, como o raciocínio, a memória e o aprendizado.

• Neurociência comportamental: quem segue esta linha procura estabelecer uma ligação en-tre o contato do organismo e seus fatores internos (emoções e pensamentos) ao compor-tamento visível, como a forma de falar, de se postar e até mesmos os gestos usados pela pessoa.

• Neuroanatomia: uma das partes mais complexas da neurociência, ela tem por objetivo com-preender toda a estrutura do sistema nervoso. Com isso, o estudioso precisa separar o cére-bro, a coluna vertebral e os nervos periféricos externos para analisar cada item com muita cautela a fim de compreender a respectiva função de cada parte e nomeá-la.

• Neurofisiologia: por último, mas não menos importante, temos a neurofisiologia, que estuda as funções ligadas às várias áreas do sistema nervoso.

Sabemos que a neurociência está diretamente ligada às áreas do conhecimento essa forma fazendo com que a área educacional se utilize de métodos neurocientíficos para melhorar a quali-dade de ensino e aprendizagem dentro das instituições educacionais brasileiras (TABACOW, 2011).

Ao longo dos anos vem se discutindo a respeito da aprendizagem da formação e da aquisição do conhecimento dentro do processo educativo colocando sempre em questão os diferentes pro-cessos neurais, de modo que se estabelece que os neurônios representam um papel importante de ligação na sinapse, de modo que a neurociência dentro do processo de aprendizagem de maneira geral estuda um cérebro e como ele aprende buscando as respostas dentro das diversas combina-ções neurais, que estimulam este processo além de possibilita-lo. Ao tomarmos posse do

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conheci-mento dentro dos conceitos da pedagogia contemporânea nos esbarramos com a velocidade com que as informações nos chega, e ainda com as diversas modificações de um mundo globalizado tornando a absorção do conhecimento um desafio bastante complexo e bastante desafiador para os educandos (MORAES, 2009).

A neurociência lançar a luz no processo educativo promovendo assim mecanismos para que o aluno se desenvolva e se permita entender melhor o que ocorre dentro da instituição de ensino bem como a sua volta. Durante muitos séculos a ciência tenta compreender como o aluno conse-gue memorizar tantos códigos em prol de transformá-lo em uma escrita coerente e coesa e também entender a respeito de como esse processo funciona, e quais as áreas do cérebro precisam ser mais ativadas para que se dê de maneira efetiva a absorção dos conhecimentos necessários para o desen-volvimento da escrita (CUNHA, 2015).

Sabemos que a neurociência e o estudo científico que estuda o sistema nervoso, e também sabemos que ao longo de toda a trajetória de um ser humano ele vive em constante absorção de conteúdo, em um processo ininterrupto de aprendizagem. Desta forma a neurociência veio para responder algumas lacunas que há muito ocorriam referente ao funcionamento do cérebro e como se dá o processo de aprendizagem, desta forma males como o mal de Parkinson e o Alzheimer pu-deram ser descobertos e ainda houve a intervenção de neurocientista, fazendo com que houvesse o tratamento adequado (CUNHA, 2015).

Diversos estudos acerca do cérebro foram realizados de modo que se houvesse um tratamen-to para tais anomalias. Porém nos indagamos periodicamente sobre qual seria a necessidade de um professor perito em neurociência para trabalhar dentro de uma instituição educacional, responder este questionamento é fácil, uma vez que o professor entende como funciona o sistema nervoso da criança e quais são os estímulos que são utilizados pelo cérebro quando se dá o processo de apren-dizagem (AUSUBEL, 1982).

De acordo com Brown, Cocking, Bransford, (2007) o professor consegue através do conhecimento direcionar os conteúdos de modo que ele seja melhor absorvido pelas crianças, com características dife-rentes dentro do mesmo grupo, de acordo com a neurociência o aprendizado acontece em quatro está-gios, primeiramente temos a experiência concreta, em seguida desenvolvemos uma observação reflexiva e fazemos as conexões criamos hipóteses abstratas, ou seja conjecturamos a situação a qual estamos ima-ginando, para que possamos vivenciar finalmente, testamos ativamente estas hipóteses até obter uma nova experiência concreta, de certa forma obtemos uma informação e damos algum significado a ela, de-pois criamos novas ideias e a partir dos significado as colocamos em prática, porém mediante a todo este processo utilizamos diversas áreas diferentes do córtex cerebral, sendo que cada uma representa uma finalidade única, desta forma passamos pelos quatro estágios aplicando ou gerando uma nova conexão cerebral de maneiras diferentes e de forma natural caracterizando assim o processo de aprendizagem.

Resumidamente o aprendizado é uma conexão física que acontece no cérebro assim como o significado, por isso precisamos de exemplos e associações com o que já temos conhecido, de certa forma precisamos alimentar o nosso cérebro para que ele tenha argumentos para fazer os contra-pontos e para que nós possamos absorver tais conteúdos, e de fato causando o conhecimento efe-tivo (DEHAINE, 2012).

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2. 1 O CÉREBRO

O cérebro praticamente funciona como computador de nosso corpo e é localizado dentro da caixa craniana fazendo assim parte de um sistema nervoso, onde se computam as informações que recebemos (MORAES, 2009).

O cérebro representa apenas 2% de nossa massa corporal, porém consome mais de 20% de nosso oxigênio, e comanda diversas atividades, controla ações motoras e integração de estímulos sensoriais e as atividades neurológicas como a memória e a fala também promove diversas ações como a absorção de conhecimentos, ele dividido em diferentes partes e cada parte possui a sua função (MORAES, 2009).

Ao desenvolver-se a criança necessita de estímulos e desta forma a neurociência prega que a criança precisa estar em ambiente confortável para que as suas atividades cerebrais funcionem a seu favor, de modo que a criança precisa estar confiante e segura para que o processo de aprendizagem ocorra, estudiosos garantem que a brincadeira faz com que a criança absorva de melhor maneira. Os neurocientistas também garantem, da mesma maneira que psicólogos e pedagogos que ao brincar a criança consegue absorver uma gama muito maior de conhecimento, pois sem motivação não conseguimos aprender e o responsável por isso é o nosso cérebro (LENT, 2010).

Estudos comprovam que existe no cérebro sistema dedicado a um incentivo e a recompensa, quando o indivíduo é afetado positivamente a região que cuida dos centros de prazer produz dopa-mina e neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer enviam mensagens causando uma sensação de alívio e bem-estar, este estímulo de recompensa e mobiliza a atenção e força o compor-tamento em relação ao objeto em questão, tarefas muitos difíceis acabam sendo abandonadas por que geram frustração ao cérebro, e acarretando na desmotivação, o mesmo acontece com tarefas exageradamente fáceis, pois o cérebro entende que aquilo não oferece estímulos o suficiente para que ele trabalhe de certa forma podemos comparar o cérebro ao carro, uma vez que o carro neces-sita de combustível para rodar, o cérebro necesneces-sita de estímulos para funcionar, na educação infantil a criança necessita de algo prazeroso para poder aprender, ainda mais no que tange a absorção do conhecimento da linguagem escrita, a mesma ocasiona um desgaste enorme na criança em seu processo de desenvolvimento, desta maneira ela precisa aprender a escrever de maneira agradável, desta forma ao utilizar os conceitos da neurociência à criança que brinca, aprende e é recompensada com a aquisição do conhecimento e ainda é capaz de associar o prazer ao processo de aprendizado, uma vez que tudo se dá na brincadeira causando assim um efeito prazeroso, porém com o objetivo concluído que foi absorção dos conteúdos e a efetiva aprendizagem (LIMA, 2013).

Uma criança em geral quer satisfazer seus desejos imediatamente, o intervalo entre um dese-jo e a sua satisfação é extremamente curto. Na idade pré-escolar surge uma grande quantidade de tendências e desejos não possíveis de serem realizadas de imediato. As necessidades não realizáveis imediatamente não se desenvolvem durante os anos escolares também não existiriam os brinque-dos, uma vez que eles parecem ser inventados justamente quando as crianças começam a experi-mentar tendências irrealizáveis (MAIA, 2011).

No início da idade pré-escolar, quando surgem os desejos que não podem ser imediatamente satisfeitos ou esquecidos, e permanece ainda a característica do estágio precedente de uma tendên-cia para satisfação imediata desses desejos, o comportamento da criança muda. Para resolver essa

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tensão a criança em idade pré-escolar envolve-se num mundo ilusório e imaginário onde os desejos não realizáveis podem ser realizados, e esse mundo é o que chamamos de brinquedo. A imaginação, nos adolescentes e nas crianças em idade pré-escolar, é o brinquedo sem ação (PIAGET,1979).

A partir dessa perspectiva, tornar-se claro que o prazer derivado do brinquedo na idade pré--escolar é controlado por motivações diferentes daquelas do simples chupar chupeta. A presença de tais emoções generalizadas no brinquedo significa que a própria criança entende as motivações que dão origem ao jogo.

No brinquedo a criança cria uma situação imaginária. A situação imaginária não era conside-rada como uma característica definidora do brinquedo em geral, mas será tratada como um atributo de subcategorias específicas do brinquedo.

A criança em muitos momentos vive em um universo próprio que é o do faz de conta isso per-mite que ela utilize o seu mundo imaginário com intuito de compreender o mundo real em que está inserida. Por meio da brincadeira a criança transcreve ou revive momentos de dificuldades pelos quais está passando ou já tenha passado, possibilitando a ela uma posição privilegiada dentro da brincadeira no qual terá o poder de tomar decisões perante a sua visão. Nas brincadeiras de faz de conta as crian-ças criam a capacidade de imitar, imaginar, representar sem medo da imposição do adulto. A partir do mundo que ela cria, ela conseguirá entender e internalizar regras no mundo em que está inserida.

Brincando, a criança projeta situações do mundo adulto e consegue resolver seus problemas propondo situações para que sejam resolvidas as questões que não a agrada. Para Kishimoto (2002, p.68) ao brincar a criança sai do papel de observador e passa a para o estágio ativo trazendo a para ela a oportunidade de enfrentar seus medos.

Com isso ela cria em seu mundo imaginário a sua maneira de adquirir poder e controle da si-tuação vivendo assim seu momento de super-herói, podendo assim governar o seu próprio destino.

Brincar é fundamental para o desenvolvimento da criança. Brincando a criança expõe a criati-vidade sem ter a barreira do adulto como se fosse natural. A criança viaja pelo seu mundo, aprende e cria situações de conhecimento associadas ao seu meio(WALLON, 2008).

2. 2 O DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Quando falamos de Desenvolvimento Infantil podemos levar em consideração uma série de processos que são executados mediante a um objetivo pré-estabelecido, que é a aprendizagem. Dentro desse processo de desenvolvimento a criança passa por diversas fases, trabalhando diversos campos dentro da sua concepção de ser humano, são eles aspectos físicos, emocionais, sociais e cognitivos. A criança precisa ter um ambiente acolhedor harmonioso e rico de experiências desde o período pré-natal até chegar dentro da fase da educação, de acordo com os conceitos da neurociên-cia a crianças precisa estar confortável para poder aprender e as atividades precisam ser prazerosas para que esse processo ocorra de fato (PIAGET, 1974).

Hoje em dia as crianças passam boa parte dos seus dias dentro de instituições escolares, e se faz necessário a superação da visão idealista, para qual a educação é o carro motor da mudança uma

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vez que a tomada de consciência é parte desse processo de formação do indivíduo, que requer um processo educativo pelo qual o homem se apropria da experiência sócio histórica, e acumulada ao longo dos anos em sua relação com os outros indivíduos.

Educar nos dias de hoje não é uma tarefa fácil, pois as crianças de hoje em dia possuem diver-sos meios para obter a informação que necessita. Vivemos em um mundo globalizado onde a tec-nologia é o carro-chefe para fazer qualquer tipo de intervenção educativa, e os professores de hoje precisam ser preparados para fazer com que o seu trabalho tenha resultados e efetivos significativos além de tudo transformadores no que tange a formação de um ser humano, desta forma um profes-sor que tem uma graduação a mais consegue entender como funciona a mente da crianças e assim consegue intervir de maneira correta sempre que necessário (PIAGET, 1998).

É possível desenvolver um ser humano por diversos caminhos, atualmente dentro do contexto do desenvolvimento Infantil, e da área pedagógica alguns recursos são utilizados com mais frequ-ência, tais como os jogos, brincadeiras, tecnologia, faz de conta, leitura, além dos métodos conven-cionais, é preciso que o professor consiga visualizar o que é melhor para atender as necessidades do seu grupo. Dentro da Educação Infantil vemos que a criança possui o universo imaginário muito grande, e o professor deve usa-lo como veículo a imaginação da criança propondo brincadeiras de diferentes níveis, assim ele vai conseguir fazer com que essa criança seja desenvolvida de maneira efetiva, obtendo assim o conhecimento e consecutivamente sendo desenvolvida (VIGOTSKY, 2001).

3. A NEUROCIÊNCIA E A AQUISIÇÃO DO CONHECIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Segundo Piaget (1998) até que a criança adquira efetivamente a linguagem falada ela passa por diferentes processos de evolução, como podemos notar na figura abaixo:

Figura 1 – O desenvolvimento da linguagem da criança

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Pressupõe-se que os intervenientes no processo educativo pensem no desenvol-vimento de tarefas de leitura e de escrita para que o sujeito aprendente entre em atividade cognitiva efetiva e não se exercite apenas mecanicamente; pressupõe que os alunos não desempenhem o papel de meros figurantes, mas participem em situações de verdadeira interação e sejam levados a implicar-se no trabalho com a linguagem, compreendendo a sua funcionalidade. Para isso, é necessário conhecer como o cérebro funciona e de que forma ele pode ser estimulado a fim de favore-cer o ensino/aprendizagem da leitura e da escrita. Sendo a organização e funciona-mento cerebrais condições capitais na aquisição da linguagem, a língua ouvida no meio em que a criança cresce é determinante no sucesso ou insucesso da leitura: quanto mais rico e estimulante for o meio, mais rico será o uso e o conhecimento que a criança tem da sua língua. (CUNHA, 2015, p.6)

Figura 2 – A leitura

Fonte: http://psicoterapiabahia.blogspot.com.br/2012/01/

O papel do professor é promover atividades que estimulem a linguagem oral de forma clara e de forma continua, fazendo com que a criança adquira um vocabulário extenso, podendo assim flexibilizar entre a oralidade e a escrita, transformando informações absorvidas pelo cérebro em es-tímulos motores, de modo que as imagens se transforme em grafia, e ainda reassimilando, como imagens novamente, uma vez que a grafia é um conjunto de desenhos ou gráficos que representam a linguagem falada de maneira escrita (CUNHA, 2015).

Logo, conhecer os estudos atuais sobre neurociência, cognição e aprendizagem é primordial para um educador que espera obter êxito na aprendizagem de seus alunos. Visto que todo o conhe-cimento adquirido pela criança fará parte de seu aparato cerebral. Com a aquisição dessas infor-mações os professores contribuirão com os educandos ajudando-os a formar conceitos, que serão utilizados por toda a vida (COSENZA, GUERRA, 2011).

Sabendo disso Lent (2010) afirma que o professor que demanda grande parte dessa respon-sabilidade deve acompanhar cada etapa do aprendizado da leitura e da escrita, buscando sempre

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promover de forma consciente situações que levem à aprendizagem. Ao ensinar uma criança a ler podemos usar diferentes técnicas, e na educação infantil a neurociência incentiva o lúdico para que se haja maior grau de absorção de conteúdos de modo que quando a crianças tem a sua disposição atividades divertidas consegue memorizar de maneira mais rápida aquilo que se pretende passar, observando a imagem abaixo podemos ter na pratica o que é uma atividade divertida e ainda que chame a atenção da criança ativando partes do cérebro que a incentivarão a memorizar tal conteú-do.

Figura 3 – Aprendendo a ler

Fonte: http://psicoterapiabahia.blogspot.com.br/2012/01/

Existem inúmeras metodologias que podem ser utilizadas dentro de sala de aula de modo a incentivar a aquisição e absorção dos conteúdos para que haja o processo de desenvolvimento e aprendizagem da linguagem escrita, o educador deve estar consciente que naturalmente o ser hu-mano é um ser que aprende, mais para que esse aprendizado aconteça é necessário ter um ambiente propício e estimulantes desta forma ele deve selecionar atividades voltadas aos seus objetivos, le-vando em consideração a importância da aquisição da linguagem escrita, uma vez que através dela o indivíduo irá comunicar-se perpetuamente em sua vida.

O professor ainda precisa saber conhecer e exercer propostas de ensino em que o cérebro é a principal ferramenta facilitadora que permite que cada aluno alcance aquilo que almeja, priorizando os conteúdos de forma subsequente, absorvendo e conseguindo memorizados para que haja uma efetiva aquisição do conhecimento. Sabe-se que a ciência pode interferir diretamente no processo de ensino-aprendizagem da leitura e da escrita, visto que conhecer o funcionamento do cérebro e suas possíveis aplicações neste sentido fará um com que haja um resultado mais efetivo e duradouro (FERREIRO, TEBEROSKY, 1979).

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Figura 4 – Formas de comunicação

Fonte: http://psicoterapiabahia.blogspot.com.br/2012/01/

Existem muitos jogos que auxiliam o processo de ensino e aprendizagem, e ainda promovem a aquisição da linguagem escrita e falada. Jogos como o da memória e quebra-cabeça facilitam a absorção dos conteúdos e ainda interagem com a criança de forma divertida, fazendo com que a mesma nem perceba que está aprendendo, observe abaixo alguns modelos de jogos que podem ser usados como técnicas educativas dentro da sala de aula, da educação infantil ou até mesmo do en-sino fundamental, usando métodos neurocientíficos para a absorção dos conteúdos que envolvem a linguagem escrita (MORAES, 2009).

Figura 5 – Palavras e associação

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Figura 6 – Jogo da memória

Fonte: https://jogoscriativaidade.wordpress.com/2013/11/26/memoria-letras/jogo-da-memoria-letras/

Segundo Mais (2011) para que ocorra o processo de aprendizagem efetiva o professor deve se preocupar em criar situações que permitam os alunos a construírem de forma significativa seu conhecimento construindo competências necessárias para que haja a evolução da leitura e da

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es-crita, desta forma muitos pesquisadores abordam a questão da aprendizagem da leitura e da escrita através do uso da neurociência, uma vez que é importante compreender os processos aos quais a criança se submetem, para que haja o desenvolvimento cognitivo mediante as atividades execu-tadas, é preciso que os educadores sejam criativos e nunca deixem de buscar novas estratégias e conhecimentos para que se possa promover um ensino de qualidade, estreitando os laços entre a ciência e a educação, de forma colaborativa para um ensino efetivo e satisfatório, fazendo com que hajam indivíduos desenvolvidos, e educandos conscientes daquilo que absorvem diariamente den-tro da instituição Educadora.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se observar nesse estudo que o uso da neurociência é importante para agregar métodos e ferramentas de aprimoramento dos professores, de modo que se consiga promover uma educação eficaz, e que deve ser inserida na educação infantil, uma vez que ela é a fase inicial da vida de um indivíduo. Podendo assim afirmar que é nesta etapa da vida que ocorre a estruturação cerebral, de modo a definir de maneira crucial o formato que este indivíduo terá dentro do seu processo educa-cional.

É necessário lembrar que a ciência nos últimos 50 anos vem se aprimorando no que tange o processo de desenvolvimento Infantil, estudando o ser humano de maneira aprofundada, de modo que consiga entender como se dá de maneira efetiva o processo de aprendizagem, e ainda como ele pode ser auxiliado e aprimorado com o uso de novas técnicas.

Deve-se ressaltar também que a pedagogia é uma das áreas que vem acumulando considera-velmente experiências, e refletindo sobre diversas práticas tanto no campo da neurociência, quanto da psicopedagogia, dentre outras, de modo que ela consegue se adequar e oferecer às crianças mé-todos educativos, interessantes e desafiadores, que irão equilibrar e oportunizar o desenvolvimento da aprendizagem.

Desta forma pode-se dizer que o desenvolvimento humano auxiliado pela neurociência e ainda utilizado de maneira multidisciplinar dentro do cronograma de planejamento da Educação Infantil e educação básica, estabelecerá o equilíbrio entre o desenvolvimento humano, com o desen-volvimento cognitivo, unindo-se ao processo de absorção do conhecimento.

Ao utilizar a neurociência o professor conseguirá novos caminhos para que o processo de aquisição e memorização da linguagem escrita possa ser executado de maneira efetiva, uma vez que ao equilibrar as funções cerebrais é muito mais fácil obter êxito no que tange a memorização e a dis-seminação do conhecimento. Através deste estudo foi possível constatar a necessidade de discutir possibilidades para a utilização das neurociências na formação Inicial e continuada dos professores, porém sem desconsiderar as teorias de aprendizagem já consolidadas pela pedagogia, psicologia e neurologia.

Também é possível afirmar que as neurociências podem ajudar a solucionar problemas decor-rentes do dia-a-dia de cada professor, bem como de cada educando, através de difedecor-rentes práticas educacionais é possível que o profissional consiga aprimorar o seu trabalho criando novas formas de

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executá-lo, da melhor maneira possível, desta forma o uso mais adequado da neurociência é no auxí-lio dos professores dentro da aquisição da linguagem escrita, bem como dos demais conhecimentos.

Considera-se que o ato de absorver o é necessário que se haja um exercício mental, para que se possa lembrar-se de tantas informações, desta forma observou-se que a neurociência nada mais é do que uma ferramenta importante para fazer com que esse objetivo seja alcançado.

REFERÊNCIAS

AUSUBEL, D. P. A aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes, 1982; BROWN, A.; COCKING, R. R.; BRANSFORD, J. Como as Pessoas Aprendem - Cérebro, Mente, Experi-ência e Escola. São Paulo: Senac, 2007;

COSENZA, R. M.; GUERRA, L. B. Neurociência e educação – como o cérebro Aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011;

CUNHA, C. Introdução a neurociência, 2 ed., Campinas. Editora Atomo , 2015

DEHAINE, S. Os neurônios da Leitura - Como a ciência explica a nossa capacidade de ler. Porto Alegre: Penso, 2012;

FERREIRO E; TEBEROSKY. A psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1979; KISHIMOTO, T. M. (ORG). O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira, 2002;

LIBERATO, A. A, e S.; SILVA, A. L. G. Processo do aprender: As contribuições da neurociência para a formação de professores da educação infantil. Educare, Paraná, 2015. Disponível em: < http://educe-re.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/20078 _10211.pdf> Acesso em 17 mai 2018;

LENT, R. Cem bilhões de neurônios? Conceitos fundamentais de neurociência. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 2010;

LIMA, Escrita Para Todos - A aplicação da neurociência na docência e na aprendizagem. CADER-NOS do CEPAOS 1 - Janeiro, 2013;

MAIA, H. Neuroeducação e Ações Pedagógicas. São Paulo: Wak, 2011;

MORAES, A. O livro do cérebro, 2: sentidos e emoções. São Paulo: Duetto, 2009;

MORAES, A. G.; ALBUQUERQUE, E. B. C.; LEAL, T. F. (Org.). Alfabetização: apropriação do sistema de escrita alfabética. Belo Horizonte: Autêntica, 2005;

PIAGET, J. Aprendizagem e Conhecimento. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1979; PIAGET, J. A construção do real na criança. 2ª ed. Rio de Janeiro, Zahar, 1974; PIAGET, Jean. A psicologia da criança. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998;

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SPRENGER, M. Memória: como ensinar para o aluno lembrar. Tradução: Magda França Lopes. Porto Alegre: Artmed, 2008;

TABACOW, L.S. Contribuições da Neurociência Cognitiva para a formação de professores: Pulso Editorial (edição Digital), 2006;

VYGOTSKY, L. S. A construção do pensamento e da linguagem. São Paulo, Martins Fontes, 2001. WALLON, H. Do ato ao pensamento: ensaio de psicologia comparada. Petrópolis: Vozes, 2008.

INFORMAÇÕES DOS AUTORES

Elisangela Figueiredo de Moraes é professora de Educação Infantil graduada em Ciências Pedagogia na Faculdade Aldeia De Carapicuíba em 2014, trabalha no CEI Maria Margarida Rodrigues De Oliveira- Guida . E-mail: elilogia@yahoo.com.br.

Carlos Roberto Miranda é Mestrando em Educação na UNICID/SP – Universidade Cidade São Paulo, Pós-graduado em Marketing pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Bacharel em Administração de Empresas e Professor das FICS - Faculdades Integradas Campos Salles. crmiranda71@gmail.com

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Referências

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