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DINÂMICA POPULACIONAL DE COLÔNIAS DE Apis mellifera DURANTE O PERÍODO CHUVOSO NA REGIÃO DE ARAGUAÍNA

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Academic year: 2021

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DINÂMICA POPULACIONAL DE COLÔNIAS DE Apis mellifera

DURANTE O PERÍODO CHUVOSO NA REGIÃO DE ARAGUAÍNA

Danielle Sales Ramalho Sousa1; Rômulo Augusto Guedes Rizzardo2

1Aluna do Curso de Zootecnia Campus de Araguaína; e-mail:daniellesales9@gmail.com - PIVIC/UFT

2Orientador do Curso de Zootecnia; Campus de Araguaína; e-mail: rizzardo@uft.edu.br

RESUMO: Neste trabalho avaliou-se a dinâmica das colônias de Apis mellifera durante os

períodos seco e chuvoso, na região de Araguaína - TO, e como esse regime hídrico interfere na manutenção destes insetos ao longo do ano. O experimento foi conduzido, em cinco colmeias, no apiário da Universidade Federal do Tocantins. Durante setembro de 2013 a junho de 2014 foram mensuradas as áreas de favos preenchidas por pólen, mel e crias, a intervalos variados entre um e dois meses, perfazendo sete observações. Foram obtidos dados climáticos durante o período experimental. Os resultados obtidos apontam oscilações no armazenamento de pólen, mel e crias, em função da época do ano, marcados tanto na transição da época seca para chuvosa, podendo estar relacionada diretamente à oferta de pólen pela vegetação quanto pelo incremento do consumo deste recurso pela colônia, estimulada pelo aumento da área de cria. No início da estação chuvosa, a colônia encontra-se populosa e em função da umidade elevada, há dificuldade em coletar recursos florais, havendo consumo das reservas. Na saída das chuvas e início da seca, ocorre estímulo ao aumento da produção e postura, havendo menor população de abelhas campeiras e muitas larvas para serem alimentadas.

PALAVRAS CHAVE: área de mel; área de pólen; abelhas em período chuvoso.

INTRODUÇÃO

A apicultura, por ser uma atividade que vem ganhando força ao longo dos tempos, tem despertado o interesse da sociedade em várias regiões e segmentos comerciais. Para que seja possível a produção, é necessário conhecer a relação existente entre as abelhas e o meio em que elas se encontram, pois as características produtivas e reprodutivas das colônias sofrem a influência direta do clima e disponibilidade de alimento da região. Em regiões de

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clima tropical úmido, nas chamadas terras baixas e nas florestas do tipo ombrófila, as abelhas melíferas não apresentam êxito na produção de mel, pelo contrário, apresentam-se fracas e são acometidas por doenças microbianas e fúngicas, são pilhadas por formiga, outras abelhas e vespas, ou são destruídas por vertebrados predadores de ninho (ROUBIK, 1989).

Na região de Araguaína, onde ocorre concentração de chuvas geralmente entre os meses de dezembro e março, com índices pluviométricos acima de 200mm/mês, acusa elevada umidade relativa média do ar neste período, acarretando em provável carência de recursos florais disponíveis para coleta pelas abelhas. Neste sentido, a pesquisa foi conduzida com o objetivo de acompanhar a dinâmica populacional de colônias de Apis mellifera durante o período chuvoso na região de Araguaína e como esse regime hídrico interfere na manutenção da colônia e organização social destes insetos.

MATERIAIS E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no apiário da Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia (EMVZ) da Universidade Federal do Tocantins (UFT), no município de Araguaína, região Norte do Tocantins. Circundando o apiário e a EMVZ, ocorre vegetação com participação de indivíduos dos domínios Cerrado e Amazônia, com pelo menos, 1.000 ha.

Foram utilizadas 5 colmeias de Apis mellifera, homogeneizadas quanto a condição inicial de desenvolvimento do ninho. Durante o período compreendido entre setembro de 2013 a junho de 2014, foram tiradas fotos dos quadros de ninho e melgueiras, quando necessário, a intervalos variados entre um e dois meses, em função do desenvolvimento histórico das abelhas nas épocas seca e chuvosa.

A avaliação da área ocupada com cada variável foi realizada através de um mapeamento dos quadros e então a contagem da área ocupada com mel verde, mel operculado, cria aberta, cria fechada, cria de zangão, favos vazios, cera alveolada e espaço livre, e então feita a tabulação desses dados em planilhas do BrOficee. Foram obtidos também dados de temperatura, umidade relativa média do ar (UR) e precipitação pluviométrica, realizado na estação meteorológica da própria universidade, distante 500m do apiário.

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Foi considerado delineamento inteiramente casualisado, onde cada colmeias foi uma unidade experimental, totalizando 15 repetições. Foram avaliados como tratamentos, os dois períodos do ano: seco e chuvoso.

Os dados foram submetidos a análise de normalidade pelo teste de Shapiro-Wilk e homogeneidade de variância pelo teste de Bartlett. Após satisfeitas essas pressuposições os dados foram submetidos a análise de variância. Todos os dados foram tabulados em planilha eletrônica e os testes realizados através de pacotes estatísticos computacionais. Todas as comparações foram realizadas ao nível de 5,0% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com os dados obtidos neste trabalho, percebeu-se que no período chuvoso houve uma diminuição gradativa na variável produção de mel, tendo iniciado o período de avaliação com elevada área, média de 4247,15cm2, no mês de setembro, aumentando para 7240,40cm2 no mês de novembro. Analisando os dados da tabela 1, percebe-se que no mês de janeiro houve uma queda acentuada na área de mel, média de 1040,68cm2, mostrando que neste mês se tem o ápice do período das águas, com a umidade muito elevada, fato que provavelmente compromete a coleta de recursos florais por parte das abelhas. Observou-se que nos meses seguintes, de março e abril, houve um crescimento para 2472,05cm2 e 3120,96cm2 na variável área de mel, respectivamente. Este fato pode estar atrelado a queda na pluviosidade e umidade relativa do ar, favorecendo a coleta de recursos florais pelas abelhas. Observa-se na tabela 1 que o mês de junho obteve maior área da colmeia ocupada mel, com 9904,40cm2, apresentando pluviosidade zero e UR de 64,3%, favorecendo assim, a produção da Apis mellifera (ROUBIK, 1989).

Segundo a tabela 1 o mês de março obteve 1845,98cm2 para a variável área de pólen. No mês de abril, com a queda na pluviometria, observou-se aumento na área de pólen para 3050,15cm2, devido a baixa UR e pluviosidade, fazendo com que as abelhas saiam mais da colônia a procura de pólen. Comparando com os demais meses, junho teve uma área reduzida para 702,61cm2, mesmo com condições ambientais favoráveis, como pluviosidade zero e UR

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de 64%, a redução no armazenamento de pólen ocorreu, grande parte, devido ao crescimento na área de crias 2n, e o aumento do consumo para alimentar as larvas. Já nos meses de setembro, outubro e novembro não houve diferenças significativas na produção (Tabela 1). Para o mês de janeiro, no entanto, houve queda nesta variável, apresentando área média de 907,87cm2. Isso se deve provavelmente, pelo acréscimo na pluviosidade e UR, dificultando a saída das abelhas para realizar a coleta do pólen (WIESE, 2005).

A variável área de cria de operárias (Crias 2n) não apresentou diferenças significativas para os meses de setembro, novembro, janeiro, março e junho. Já no mês de abril, houve diferença significativa, isso devido a baixa umidade relativa do ar e pluviosidade (229,6mm), e pelo crescimento na área de mel e de pólen fazendo com que a rainha fosse estimulada a aumentar a postura de ovos devido ao maior fluxo de alimento. Já para a redução da área de cria 2n no mês de Junho, pode ter sido regulada pela redução da área de pólen, principal alimento para as larvas, freando a postura da rainha (PEREIRA et al. 2006). Para a variável área de crias de zangão (Cria n), houve diminuição nos meses de novembro e janeiro conforme a tabela 1. Já no mês de março observou-se que a área de crias de zangão foi reduzida a zero, devido à colônia estar se recuperando do período crítico. Nos meses de abril e junho (Tabela 1), já houve crescimento da área com crias de zangão, para 184,02cm2 e 433,34cm2, respectivamente, devido a disponibilidade de alimento e estímulo a reprodução (WINSTON, 1987).

Nos meses de janeiro e março houve um aumento na área ociosa dentro da colmeia, com 13837,74cm2 e 14793,04cm2 de favos vazios, respectivamente. Com a manutenção do período chuvoso, diminui os níveis de alimento e com isso o estímulo à postura da rainha, tendo a colônia a necessidade de consumir suas reservas nutricionais, diminuindo o estoque de alimento e aumentando a área de favos vazios. Já na variável cera alveolada não houve diferenças significativas nos dados analisados. Embora a umidade elevada nas células de cria seja necessária para o desenvolvimento das a larvas, regulação deste parâmetro na colmeia ainda não foi elucidada completamente (HUMAN et al., 2006).

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Tabela 1: Média das áreas de mel, pólen, cria de operárias (2n) (aberta e fechada),

cria de zangões (n), favos vazios e cera alveolada mensuradas por colmeia, nos diferentes meses do ano. Araguaína, TO, 2013-2014.

Var./ Trat

Pluv.

(mm/mês) UR%

Área em cm2 total nas colmeias

Mel Pólen Crias 2n Crias n Favos ø

Cera alv. Set 16,4 62,7 4247,15cd 3957,22a 4510,37b 402,41a 3970,54a 1806,02ª Out 106,1 68,7 6591,25bc 4050,68a 4719,67b 251,84ab 4053,31a 1733,93ª Nov 255,8 81,0 7240,40b 3524,72a 4961,02b 83,03b 5414,81a 1590,36ª Jan 220,5 81,3 1040,68e 907,87c 4145,51b 113,45b 13837,74b 1479,50ª Mar 279,6 84,7 2472,05de 1845,98bc 4261,62b 0,00b 14793,04b 496,07ª Abr 229,6 83,0 3120,96de 3050,15ab 7061,40a 184,02ab 6317,89a 295,63ª Jun 0 64,3 9904,40a 702,616c 3979,296b 433,34a 4969,93a 2811,60ª

Médias seguidas de letras minúsculas iguais nas colunas não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade; UR = umidade relativa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HUMAN, H. et al. Do honeybees, Apis mellifera scutellata, regulate humidity in their nest?

Die Naturwissenschaften, v.93, p.397-401, 2006.

PEREIRA et al 2006. Desenvolvimento de colônias de abelhas com diferentes alimentos proteicos.Pesq. agropec. bras., Brasília, v.41, n.1, p.1-7, jan. 2006.

ROUBIK, D.W. Ecology and Natural History of Tropical Bee. Cambridge: University Press, 1989.

WIESE, H. Apicultura: Novos Tempos. 2.ed. Guaíba: Agrolivros. 2005.

WINSTON, M. L. The Biology of the honey bee. Harvard University Press: 1987

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a Universidade Federal do Tocantins pela oportunidade de realizar este trabalho.

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