Ecologia do Fogo
O FOGO
O fogo é…
... desenvolvimento simultâneo de calor e luz produzido pela combustão de certos corpos
... o calor e a energia libertados durante uma reacção química, em particular uma reacção de combustão. Processo contínuo auto-sustentado (após fonte externa de ignição)
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O FOGO
FACTORES AMBIENTAIS
Clima: Temperatura, precipitação, humidade relativa, vento Topografia: Configuração do terreno, declive
Características do combustível: Quantidade, tamanho e forma, teor de
humidade, continuidade espacial (horizontal e vertical)
O FOGO
FONTES DE IGNIÇÃO
Naturais: Raios, vulcões, deslizamento de pedras (faísca) Antropogénicas: Negligência / Acidental, crime, fogo controlado
O FOGO
Groundfires burn in natural litter, duff, roots or sometimes in high organic soils.
Once started they are very difficult to detect and control.
Surfacefires burn in grasses and low shrubs or in the lower branches of trees. Surface fires may move rapidly. Ease of control depends on the fuel involved.
Crownfires burn in the tops of trees. Once started, they are very difficult to control because wind plays an important role in the fire behavior.
Spottingcan be produced by crown fires as well as wind and topographic conditions. Large burning embers are thrown ahead of the main fire. Once spotting begins, the fire will be very difficult to control.
Tipos de Fogo
O FOGO
REGIME DE FOGO
Padrão de ocorrência de fogos
- Frequência - Intensidade - Dimensão - Estação
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REGIMES DE FOGOS NATURAIS E ECOSSISTEMAS
O FOGO
Ecossistemas mediterrânicos
O FOGO E AS PLANTAS
Mortalidade, danos nos tecidos, aumento da vulnerabilidade a outras perturbações como insectos, fungos e agentes patogénicos
Impactos do fogo nas plantas
O FOGO E AS PLANTAS
1. Defesa – aumento da resistência (durante o fogo)
Resposta ao fogo
2. Recolonização rápida (após o fogo)
Sprouters Seeders
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O FOGO E AS PLANTAS
1. Defesa – aumento da resistência (durante o fogo)
- Árvores com casca espessa
- Gomos protegidos por “armadura” de folhas - Raízes profundas
- Juvenis com crescimento rápido (evitar danos)
Resposta ao fogo
Pinus palustris
Quercus suber Daphne gnidium
O FOGO E AS PLANTAS
Recolonização rápida (após o fogo) Sprouters (regeneração vegetativa)
O FOGO E AS PLANTAS
Promoção do fogo (antes do fogo)
Material inflamável (e.g. agulhas de pinheiro) Retenção de ramos secos
Estrutura baixa
Seeders (germinação)
Recolonização rápida (após o fogo)
O FOGO E AS PLANTAS
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O FOGO E OS ANIMAIS
Mortalidade, Destruição habitat, Emigração / Imigração
Impactos do fogo para as comunidades animais
Comportamentos de defesa contra o fogo
Refugio em abrigos no subsolo / troncos,… Fuga
ALTERAÇÕES AO REGIME NATURAL DE FOGOS
- Alterações na composição das comunidades vegetais - Uso do fogo para gestão da paisagem
- Alterações climáticas
Causas de alteração ao regime de fogo
A Floresta em Portugal
Floresta em habitat nativo
A FLORESTA EM PORTUGAL
Floresta plantada Carta de risco de incêndio
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ALTERAÇÕES AO REGIME NATURAL DE FOGOSA FLORESTA EM PORTUGAL
ALTERAÇÕES AO REGIME NATURAL DE FOGOS
A SUCESSÃO PÓS-FOGO
Sucessão pós-fogoO FOGO E O HOMEM
Lloret et al. 2002 Homogeneização da paisagem e perda de biodiversidade
1956 1993
PERDA DE BIODIVERSIDADE
O FOGO E O HOMEM
Custos indirectos da perda de vegetação
- Erosão do solo e perda de nutrientes - Aumento do risco de catástrofes “naturais” (cheias, deslize de terras) - Purificação da água e ar
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Incêndio 2006 Área aprox. 6000 ha
Parque Nacional da Peneda-Gerês
Mosaico de paisagem: Floresta natural, plantações, matos, agrícola…
Pinhal Abril 2007 RESPOSTA AO FOGO EM FLORESTA NATURAL DE FOLHOSAS E EM PINHAL PLANTADO
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! Avaliação da resistência: Indicadores de severidade do fogo (danos nas árvores e no coberto herbáceo, % árvores mortas, persistência de árvores jovens)
Resistance: the degree to which an ecosystem variable (e.g. canopy cover)
remains unchanged in face of disturbance. Forest resistance is particularly associated with susceptibility of dominant trees and forest structure to fire.
!Avaliação da resiliência das comunidades: Comparação da composução das comunidades, medidas de diversidade, abundância de plântulas
Resilience: a measure of the rate of recovery to the pre-disturbance value (relative
measure). Forest resilience is associated with species ability to recolonize the post-fire environment.
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t = -0.83, p > 0.05 t = 2.83, p = 0.01
t = 0.73,p = 0.47 t = 2.42, p = 0.02
Floresta natural de folhosas: 78% das espécies observadas nos quadrados referência/ observadas queimados Pinhal plantado:
48% das espécies observadas nos quadrados referência/ observadas queimados
Espécies dominantes nas comunidades sub-arbóreas
Life forms (LF): Af – annual forb; Pg – perennial graminoid; Pf – perennial forb; G – geophyte; L – liana; lS – low shrub; S – shrub;
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Implicações para a conservação e gestão
- Medidas de resposta a fogo severos e frequentes: combate e a sivicultura preventiva - As florestas naturais são menos susceptíveis ao fogo (maior resistência e resiliência) ! estabilidade na manutenção dos processos ecológicos e nos serviços de
ecossistema
- As tendências das últimas décadas e cenários de alteração ao uso do solo ! aumento do coberto florestal (abandono agricola, florestação)
- A reflorestação por processos naturais (regeneração) restaura mais biodiversidade e serviços de ecossistema. O aumento da % de folhosas (plantação) aumenta a resistência da floresta.
Promover a expansão da floresta de folhosas (natural ou plantada)
! reduzir o risco de incêndio, aumentar a establidade da floresta, e assegurar o aprovisionamento dos serviços de ecossistema
- Entre 1999 e 2009 o eucalipto e o pinheiro bravo foram as espécies florestais mais afectadas pelos incêndios florestais. No último decénio (1999-2008) foram consumidos 192.500 ha de eucalipto e126.000 ha de pinheiro bravo.