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Sistema de Rastreabilidade. Digital para Trigo

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Academic year: 2021

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Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Trigo

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Sistema de Rastreabilidade

Digital para Trigo

Casiane Salete Tibola José Maurício Cunha Fernandes

Jaqson Dalbosco Willingthon Pavan

Embrapa Brasília, DF

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Sistema de rastreabilidade digital para trigo / Casiane Salete Tibola, José Maurício Cunha Fernandes, Jaqson Dalbosco, Willingthon Pavan. - Brasília, DF : Embrapa, 2013.

90 p. ; 14,8 cm x 21 cm. ISBN 978-85-7035-161-6

1. Trigo. 2. Cereal. 3. Rastreabilidade. 4. Segurança de alimentos. I. Tibola, Casiane Salete et al. II. Embrapa Trigo.

CDD: 633.1133817 Exemplares desta publicação podem ser

adquiridos na: Embrapa Trigo Rodovia BR 285, km 294 Caixa Postal, 451 Telefone: 54 3316-5800 Fax: 54 3316-5802 99001-970 Passo Fundo, RS Home page: www.cnpt.embrapa.br E-mail: cnpt.sac@embrapa.br

Unidade responsável pelo conteúdo e edição:

Embrapa Trigo

Comitê de Publicações Presidente

Mercedes Concórdia Carrão-Panizzi. Vice-Presidente: João Carlos Haas Membros: Douglas Lau, Flávio Martins Santana, Gisele Abigail Montan Torres, Joseani Mesquita Antunes, Maria Regina Cunha Martins, Leandro Vargas, Renato Serena Fontaneli.

Tratamento editorial Vera Rosendo Supervisão editorial Dayana Fernanda Maldaner Fotos da capa

Paulo Kurtz Capa

Fátima Maria De Marchi Normalização bibliográfica Maria Regina Martins 1ª edição

1ª impressão (2013): 500 exemplares

Todos os direitos reservados.

A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610).

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

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Autores

Casiane Salete Tibola

Dra., Pesquisadora

Controle de Qualidade, Rastreabilidade e Certificação Embrapa Trigo

Rodovia BR 285, km 294 Caixa Postal 451

99001-970 Passo Fundo, RS E-mail: casiane.tibola@embrapa.br José Maurício Cunha Fernandes Dr., Pesquisador

Fitopatologia e Sistemas de Modelagem Embrapa Trigo Rodovia BR 285, km 294 Caixa Postal 451 99001-970 Passo Fundo, RS E-mail: mauricio.fernandes@embrapa.br Jaqson Dalbosco

Bacharel em Ciências da Computação MSc., Professor

Universidade de Passo Fundo – UPF Rodovia BR 285, km 290

Bairro São José

99052-900 Passo Fundo, RS E-mail: jaqson@upf.br

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Willingthon Pavan

Bacharel em Ciências da Computação Dr., Professor

Universidade de Passo Fundo – UPF Rodovia BR 285, km 290

Bairro São José

99052-900 Passo Fundo, RS E-mail: pavan@upf.br

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Apresentação

Sempre em busca por qualidade de vida, cada vez mais os consumidores estão exigindo alimentos saudáveis e com qua-lidade. Diante deste cenário, os sistemas de rastreabilidade são ferramentas que podem garantir a eficácia dos métodos de controle de qualidade adotados na produção de alimentos. Para tanto, as fases de produção, transformação e distribuição devem ser documentadas de maneira atualizada e fidedigna. Esta ampla e dinâmica geração, captação e transmissão de dados, demanda soluções informatizadas, para conferir agi-lidade e confiabiagi-lidade na comunicação destas informações. Em um contexto de mercado de grãos caracterizado majo-ritariamente pelas commodities, a cadeia produtiva do trigo diferencia-se pela complexidade, devido à variabilidade de aptidão tecnológica e a potencial presença de contaminantes. Nos sistemas atuais de produção, armazenamento e proces-samento de trigo, as informações importantes são indispo-níveis e/ou inacessíveis entre os elos da cadeia produtiva, inviabilizando a segregação e a garantia de autenticidade dos produtos disponibilizados aos consumidores.

O livro Sistema de Rastreabilidade Digital para Trigo apre-senta uma solução inovadora e prática, contribuindo para preservar a segurança dos alimentos, gerar critérios objetivos para a comercialização e disponibilizar produtos de acordo com as especificações requeridas pelos moinhos e indús-trias. A viabilização do sistema digital através de ferramentas

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intuitivas, interativas e seguras, potencializa a adoção deste sistema de rastreabilidade na produção de alimentos. Apresentado em linguagem simples e direta, este livro é direcionado para profissionais de diferentes áreas. Especial-mente, para a cadeia produtiva do trigo, que planeja introduzir ou ampliar sistemas de rastreabilidade. O livro apresenta a estrutura para projetar e implementar um sistema confiável de rastreabilidade. Além disso, oferece informações básicas para a formulação ou revisão de diretrizes de acordo com itens específicos que podem, ainda, ser adaptados para outras culturas.

A equipe multidisciplinar de autores é formada por pesquisa-dores da área de agronomia e de informática, com experiên-cias em temas relativos a controle de qualidade, produção de alimentos seguros e soluções digitais através da engenharia de software.

A Embrapa Trigo sente-se honrada em disponibilizar esta publicação para a sociedade, acreditando que a adoção de sistemas de rastreabilidade é importante estratégia para ga-rantir a produção de alimentos seguros, segregar lotes com características diferenciadas e agregar valor aos produtos no mercado.

Sergio Roberto Dotto Chefe-Geral da Embrapa Trigo

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A expansão do mercado de produtos diferenciados, evidenciando características específicas relativas à qualidade, à aptidão tecnológica e/ou a indicações geográficas, promoverá a ampliação da demanda por sistemas de rastreabilidade, visando a atender exigências de normativas e de mercado consumidor.

A disponibilidade de sistema de rastreabilidade, que possibilite demonstrar a procedência e a qualidade dos produtos obtidos, é importante para segregar e diferenciar lotes de produtos diferenciados no mercado, objetivando garantir maior liquidez na comercialização, além de incrementar o valor agregado.

A rastreabilidade digital facilita a inclusão e a comunicação de dados, a partir da utilização de ferramentas de informática e de aplicativos eletrônicos, minimizando a ocorrência de erros, garantindo a autenticidade de produtos rastreados e a credibilidade nos registros.

O objetivo deste documento é apresentar a estrutura e as funcionalidades disponíveis no sistema de rastreabilidade digital de trigo e, mais especificamente, como deverão ser registradas informações e como serão o acesso e a transmissão de dados do manejo adotado na produção e na pós-colheita.

Esta publicação foi elaborada no âmbito do projeto “Validação de um Sistema de Rastreabilidade Digital Aplicado à Cadeia Produtiva do Trigo”, com os objetivos de divulgar o sistema

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de rastreabilidade digital, de disponibilizar conjunto de instruções e de conferir suporte às ações de capacitação. Este documento é destinado a produtores, a técnicos e a administradores que atuam na produção de alimentos, especialmente na cadeia produtiva de trigo.

Para ilustrar e exemplificar os registros nas planilhas deste sistema de rastreabilidade digital, foram utilizadas informações de manejo para trigo disponíveis na publicação Informações técnicas para trigo e triticale - safra 2012 (REUNIÃO, 2011), sendo que a utilização de nomes comerciais de produtos e de cultivares não implica na indicação dos mesmos pela Embrapa.

Na Introdução, são explorados os principais conceitos quanto à rastreabilidade digital, o contexto no qual são aplicados, bem como os objetivos para a adoção de sistema de rastreabilidade.

O capítulo Tecnologias de informação para rastreabilidade sumariza as ferramentas de informática utilizadas para o desenvolvimento do sistema de rastreabilidade digital e o acesso eletrônico a estas informações.

O capítulo Cadastros apresenta como as informações

podem ser inseridas no sistema de rastreabilidade, bem como o banco de dados disponível, agiliza e facilita os registros nas fases de produção e de pós-colheita.

A inclusão de caderno de campo para registrar o manejo adotado na produção do trigo é abordada no capítulo Caderno de campo - manejo adotado na produção. Os registros de manejo que podem ser inseridos no sistema de rastreabilidade, nesta fase, são disponibilizados no capítulo

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Na sequência, estão incluídas as principais informações que podem ser obtidas na etapa de pós-colheita, através do capítulo Caderno de pós-colheita - informações de armazenamento e de processamento, sendo que registros específicos de cada lote de trigo são abordados no capítulo Registros na pós-colheita.

Apresentamos, ainda, os capítulos, Relatórios e

Recomendações gerais, demonstrando outras funcionalidades para a operacionalização do sistema de rastreabilidade digital.

No capítulo Considerações finais, os autores expressam as expectativas quanto à adoção do sistema de rastreabilidade digital. Finalizando, foi incluído o capítulo Glossário, com a finalidade de definir termos técnicos de acordo com o contexto utilizado neste documento.

Desejamos sucesso aos projetos de rastreabilidade digital!

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Sumário

Introdução ...13 Segurança de Alimentos ...17 Rastreabilidade ...18 Rastreabilidade Digital ...22 Sistema de Rastreabilidade ...24

Tecnologias de Informação para Rastreabilidade ...25

Selos para Identificação e Acesso Eletrônico às Informações do Sistema de Rastreabilidade ...27

Rastreabilidade Digital para Trigo ...31

Cadastros ...35

Cadastro de Unidade Armazenadora ...35

Cadastro de Pessoas/Usuários ...36

Cadastro de Parcelas ...37

Cadastro de Cadernos de Campo e de Pós-Colheita ...39

Cadastro de Estádios de Trigo ...39

Cadastro de Insetos-Praga e Doenças de Trigo ...40

Cadastro de Agroquímicos ...40

Outros Cadastros ...41

Caderno de Campo - Manejo Adotado na Produção ...43

Registros na Produção ...45

Tratamento de Sementes ...45

Semeadura ...46

Análise Química do Solo ...46

Adubação ...47

Plantas Daninhas ...48

Monitoramento de Insetos-Praga ...48

Monitoramento de Doenças ...49

Sisalert - Modelo Climático para Previsão de Giberela e de Brusone ...50

Aplicação de Agroquímicos ...52

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Fenômenos Meteorológicos ...53

Histórico de Eventos ...53

Caderno de Pós-Colheita - Informações de Armazenamento e de Processamento...55 Registros na Pós-Colheita ...57 Recebimento ...57 Pré-Limpeza ...58 Secagem ...59 Termometria ...60 Monitoramento de Insetos-Praga ...60 Aeração ...61 Expurgo ...62 Aplicação de Inseticidas ...62 Presença de Micotoxinas ...63 Resíduos de Agroquímicos ...65 Análises Microbiológicas ...65

Qualidade Tecnológica de Trigo ...66

Histórico de Eventos ...67 Relatórios ...69 Recomendações Gerais ...71 Considerações Finais ...75 Referências ...77 Glossário ...85

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Introdução

O Brasil tornou-se um dos líderes mundiais em agricultura, equacionando problemas seculares de produção, abastecimento interno e inserção no mercado internacional de alimentos, fibras e energia renovável. O país tem apresentado grande desempenho nas exportações de produtos do agronegócio e conquistado novos mercados em diferentes partes do mundo. Ilustrando, na safra 2010/2011, foi colhida a maior safra de grãos registrada no Brasil, superior a 162 milhões de toneladas (CONAB, 2012). Em um contexto de impactos negativos da crise de alimentos, da crise econômica e de mudanças climáticas em nível mundial, o aumento na demanda, os bons preços no mercado, as condições climáticas favoráveis e a adoção de inovações tecnológicas favoreceram a obtenção da maior safra agrícola brasileira. Desta forma, o Brasil apresenta-se como potencial produtor e exportador de alimentos, capaz de atrair e manter mercados consumidores. Para tanto, torna-se fundamental a adoção de sistemas de gestão de qualidade e de rastreabilidade que promovam a profissionalização na cadeia produtiva, gerando critérios claros para comercialização.

O mercado de grãos diferenciados está em expansão, as indústrias apresentam novas demandas para a preservação da identidade, da segregação e da rastreabilidade dos produtos, visando a atender ao mercado consumidor cada vez mais exigente. No setor tritícola, os lotes podem ser segregados de acordo com cultivar, classe comercial e resultados de análises como umidade, qualidade de glúten e presença de micotoxinas,

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dentre outros atributos que caracterizam a qualidade e a aptidão tecnológica de trigo. Esses parâmetros são influenciados pela cultivar, pelas condições climáticas e pela região produtora, demandando sistemas de rastreabilidade para identificar a procedência e disponibilizar informações sobre o manejo e a qualidade dos produtos. A segregação possibilita agregar maior valor ao trigo, minimizando perdas e incrementando a qualidade, com melhor planejamento da produção, desde a escolha da cultivar até a definição de lotes para armazenamento e comercialização.

O mercado de produtos diferenciados demanda estabelecimento de critérios quanto a indicadores de qualidade, bem como demanda contratos com garantias quanto à comercialização. A liquidez é importante porque os riscos inerentes são potencialmente maiores, devido à seleção de genótipos homogêneos e à concentração geográfica.

No caso de trigo, países com grande tradição exportadora, como Estados Unidos da América, Canadá, Austrália e Argentina, já adotaram estratégias de segregação visando à comercialização. Nos Estados Unidos, o sistema de identificação e rastreabilidade de grãos inicia nos produtores com unidade armazenadora na propriedade, que concentram informações e produção de outros produtores menores, classificando e formando lotes homogêneos de acordo com padrões sanitários e atributos de qualidade exigidos pela indústria (LEONELLI; TOLEDO, 2006). Na Europa, foi desenvolvido o projeto TRACE - Tracing the Origin of

Food, que visa a garantir a qualidade e a segurança

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baseando-se na rastreabilidade química e geográfica. Dentre os componentes analisados neste projeto, foram incluídas análises de marcadores geoquímicos, de perfil de solo, de clima da região produtora e de composição química do alimento, gerando banco de dados que possibilita identificar e diferenciar a autenticidade da procedência dos alimentos (BRERETON, 2009; ASFAHA et al., 2011).

No Canadá, segregação e rastreabilidade de trigo são orientadas de acordo com a logística do Canadian

Wheat Board (CWB), que comercializa o trigo

produzido na região da pradaria canadense, e cujo objetivo principal é o atendimento das especificações dos clientes. Para tanto, lotes de trigo, com diferentes origens e classificação quanto ao nível de proteína, são misturados e uniformizados para obter consistência quanto a parâmetros de qualidade, de acordo com a demanda dos compradores. O sistema de segregação previamente utilizado baseava-se em método visual, sendo substituído pela declaração obrigatória de cultivar que está sendo comercializada pelo produtor. A cada ano, são realizadas análises independentes quanto à qualidade de trigo pelo Canadian Grain Comission, conferindo certificado que especifica a classe de trigo e o nível de proteína. Sob demanda de clientes, são realizadas análises de resíduos de agroquímicos e de micotoxinas. Entretanto, o sistema de rastreabilidade é parcial, considerando que a rastreabilidade completa dos grãos no sistema canadense, caracterizado por misturas e intensa movimentação de grãos (produtor - armazenador - transporte ferroviário - porto - navio para exportação), acrescentaria custos irrecuperáveis para a competitividade no mercado (WHITE, 2009).

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No Brasil, a produção integrada destaca-se dentre as iniciativas que fomentam parcerias entre agentes da cadeia produtiva visando a obter alimentos seguros, rastreados e com maior oportunidade na comercialização. A Instrução Normativa n° 27, de 30 de agosto de 2010, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), estabelece diretrizes gerais para fixar preceitos e orientações para programas e projetos que fomentem e desenvolvam a Produção Integrada Agropecuária (PI-Brasil) (BRASIL, 2010). De acordo com esta instrução normativa, os princípios constitutivos e estruturais da PI-Brasil devem contemplar a busca pela qualidade, segurança dos produtos agropecuários, sanidade dos produtos, sustentabilidade, certificação, rastreabilidade e monitoramento de processos e registro de informações. A produção integrada é um sistema de certificação de adesão voluntária, orientada nas cadeias agrícolas e pecuárias através de documentos, que incluem: normas técnicas específicas, que orientam o manejo que deve ser adotado na produção e na pós-colheita; agroquímicos registrados para a cultura; caderno de campo e de pós-colheita para os registros pertinentes à rastreabilidade; e listas de verificação para orientar as auditorias de avaliação da conformidade.

As normas técnicas específicas para produção integrada de trigo foram elaboradas com ampla participação da cadeia produtiva, preconizando as boas práticas em todas as etapas, além de registros nos cadernos de campo e de pós-colheita, para viabilizar a implementação de sistemas de rastreabilidade e de certificação de produtos. Esta normativa foi utilizada

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como referencial para a validação do sistema de rastreabilidade digital.

Segurança de Alimentos

A garantia de segurança dos alimentos, assegurando que os mesmos estão isentos de contaminantes biológicos, físicos e químicos no momento do consumo humano ou animal, é questão central em todas as cadeias produtivas.

Incidentes relacionados com segurança de alimentos determinaram a necessidade de estabelecer sistemas de rastreabilidade apropriados para identificar e retirar do mercado alimentos contaminados, assegurando a qualidade de produtos a consumidores. Como exemplos de incidentes alimentares, citam-se a encefalopatia espongiforme bovina (BSE), mais conhecida como doença da “vaca louca”, enfermidade decorrente da alimentação de bovinos com rações à base de proteína animal, que provocou grande impacto no consumo de carne, reduzido pela metade na Europa (REZENDE; LOPES, 2004). Também podem ser citados outros exemplos, como as fraudes envolvendo queijo e vinho na Europa e a gripe aviária (H5N1) no Japão. A adulteração de alimentos pode provocar consequências graves para a saúde pública. Como exemplo, o incidente de melamina, que teve sua origem em cenário comum à adulteração de alimentos, ou seja, de fraudadores tentando obter ganhos financeiros através de rotulagem inadequada de seus produtos. No caso de melamina, houve informação inadequada quanto ao teor de proteínas do leite (BRERETON, 2009). No Brasil, podem ser citados os casos de doença de

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Chagas transmitidos por caldo de cana e suco de açaí, devido à falta de higiene no armazenamento e no processamento; do arroz produzido no Maranhão que, devido às precárias condições de armazenamento, desenvolveu fungos que ocasionaram beribéri em pessoas; do leite contaminado intencionalmente com soda cáustica e água oxigenada, dentre outros. Todos estes incidentes obtiveram ampla divulgação nos meios de comunicação, tornando crescente a preocupação dos consumidores e a exigência por produtos com certificação de origem e de qualidade.

Para trigo e outros cereais, a presença de contaminantes químicos, como resíduos de agroquímicos e micotoxinas, é imperceptível visualmente no produto final, tornando-se um desafio para produção de alimentos tornando-seguros. Por esses motivos, estes contaminantes são uma preocupação crescente. Com base em dados de monitoramento, limites máximos de tolerância estão sendo estabelecidos e regulados por legislação em normativas internacionais, em níveis cada vez mais restritivos, visando a garantir a segurança dos alimentos comercializados. Desta forma, para que seja possível atender às exigências da legislação e garantir a comercialização de alimentos seguros e com qualidade, há necessidade de ações integradas para manejo e controle em todas as fases da cadeia produtiva.

Rastreabilidade

Rastreabilidade é a habilidade de rastrear a história, a aplicação ou a localização de um lote através de dados registrados (ISO, 2005a). Em 2007, a normativa

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ISO 22005:2007, que estabelece requerimentos para padronizar sistemas de rastreabilidade em alimentos para consumo humano e animal, define rastreabilidade como a habilidade de seguir o movimento do produto através de estágios específicos de produção, processamento e distribuição (ISO, 2007). Rastreabilidade é a capacidade de acompanhar o movimento à frente (adiante), através de estágios específicos da cadeia produtiva, e rastrear para trás a história, a aplicação ou a localização do produto que está sendo considerado (GS1, 2010). A Portaria do INMETRO N° 443, define que rastreabilidade é o processo que permite resgatar a origem do produto e todas as etapas adotadas sob o regime de Produção Integrada (INMETRO, 2011).

Os principais objetivos do sistema de rastreabilidade são: melhorar a administração da cadeia produtiva, recolher lotes em caso de incidentes alimentares, atender a requisitos legais, atender a demandas específicas para comercialização, diferenciar produtos no mercado e aprimorar o controle de qualidade (MIRAGLIA et al., 2004). Além destes, a associação de sistemas de rastreabilidade com informações geográficas permite a valorização de regiões específicas, podendo ser utilizada em indicações geográficas ou denominações de origem, nos produtos que possuam características diferenciadas.

De acordo com a normativa da Comunidade Europeia 178/2002, a rastreabilidade deve ser assegurada em todas as etapas de produção, de processamento e de distribuição de alimentos, sendo compulsória para países que exportam produtos para a Europa

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(EUROPEAN COMMISSION, 2002). Exportações de produtos agroalimentares para os Estados Unidos também devem possuir sistema de rastreabilidade, regulamentado pela Lei de Bioterrorismo, com o objetivo principal de prevenir contaminação biológica e química de alimentos (USDA, 2004).

No Brasil, rastreabilidade de alimentos não é obrigatória, entretanto algumas iniciativas voluntárias estão sendo preconizadas. Como exemplo, produção integrada e agricultura orgânica, regulamentadas pelo MAPA. Estes sistemas de produção envolvem a adoção de boas práticas em todas as etapas do sistema produtivo, atestando que as mesmas foram obtidas de acordo com requisitos pré-estabelecidos em Normas Técnicas Específicas para cada produto.

Dentre as iniciativas privadas para promover rastreabilidade de produtos no Brasil, podem ser citadas aquelas desenvolvidas por grandes redes de supermercados no Brasil, como Grupo Pão de Açúcar, Carrefour e Wal-Mart. Quanto aos alimentos rastreados, a predominância são de frutas, legumes e verduras e aqueles de origem animal como carne, leite e ovos. O Grupo Pão de Açúcar lançou o programa 'Qualidade desde a Origem', visando a proporcionar ao consumidor o conhecimento da região produtora e transmitir maior confiabilidade na compra de carne, frutas, legumes e verduras. Mais informações: http://www. qualidadedesdeaorigem.com.br/

O Carrefour implementou o programa 'Garantia de Origem' que estabelece parcerias com empresas/

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propriedades que estão situadas em regiões onde culturas e raças estão melhor adaptadas para os produtos certificados. Mais informações: http://www. garantiadeorigem.com.br/

O Wal-Mart Brasil lançou, em 2010, o programa 'Qualidade Selecionada, Origem Garantida', que permite ao consumidor verificar, por meio do domínio da empresa, local de produção e caminho percorrido por produtos perecíveis, da fabricação às prateleiras do supermercado, incluindo carne e hortifrutis. Mais informações: http://walmart.rastreabilidadeonline.com. br/

A complexidade do sistema produtivo de grãos dificulta a adoção de sistemas de rastreabilidade completos. A complexidade pode ser expressa por fatores, como: diferentes escalas de produção; numerosas etapas e variabilidade de operadores envolvidos ao longo da cadeia produtiva; carência de estrutura física para armazenagem; logística deficiente; escassez de treinamento e de capacitação; ausência de segregação de produtos agrícolas, de acordo com sua qualidade tecnológica e inocuidade; e ausência, no mercado, de reconhecimento e de preferência a produtos rastreados (TIBOLA et al., 2011). De acordo com Lanini (2003), as principais estratégias para superar dificuldades para implementação de rastreabilidade são sistematização, padronização e integração de dados através da informatização, que facilita a transferência de informações entre segmentos da cadeia produtiva.

Dentre as iniciativas para estimular a rastreabilidade na área de grãos, pode ser citada a Rastreabilidade

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Integrada de Grãos (RIG), cuja finalidade é indicar passos gerenciais que possibilitem promover gestão integrada de rastreabilidade na cadeia produtiva de soja (LEONELLI, 2006). Outra iniciativa quanto à rastreabilidade de grãos foi desenvolvida com foco principal no armazenamento e controle de pragas na pós-colheita de grãos (CERUTI, 2007). Tibola e Fernandes (2009) publicaram o 'Manual técnico de rastreabilidade para cadeia produtiva do trigo', elaborado de acordo com a produção integrada, para atender à demanda de moinhos e de indústrias de alimentos que possuam sistemas de gestão de qualidade compulsórios e/ou voluntários implementados.

Rastreabilidade Digital

Rastreabilidade digital é um sistema computadorizado utilizado para identificar procedência e disponibilizar informações sobre manejo e qualidade de produtos, tendo como referência registros obtidos em todas as etapas da cadeia produtiva.

As informações são inseridas no sistema em formato digital, com opção de acesso em dispositivos móveis, para agilizar transmissão e acesso a dados. Dispositivos móveis, como notebooks, tablets e celulares, podem ser utilizados para coletar dados em diferentes locais, sendo a transmissão efetuada através de pontos de acesso sem fio (Wi-Fi) ou de redes móveis, atualizando o banco de dados do servidor hospedado na sede da cooperativa ou empresa.

Além desta facilidade, o sistema de rastreabilidade digital permite: armazenar e disponibilizar informação,

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em banco de dados; utilizar mapas digitais georreferenciados para localização de parcelas da propriedade; e associar processos do sistema de produção a outras fontes de informação disponíveis na Internet.

Os principais objetivos para adoção do sistema de rastreabilidade digital, pelos agentes da cadeia produtiva, são:

• Exatidão e velocidade de acesso às informações; • Produção de alimentos seguros e com qualidade; • Organização de informações;

• Segregação de produtos com características diferenciadas;

• Promoção da confiança de consumidores;

• Atendimento a requisitos de programas de controle de qualidade; e

• Certificação.

O acesso a computadores e à Internet nos países em desenvolvimento, é relativamente restrito, quando comparado com países desenvolvidos. Especificamente, quando são analisados dados da zona rural, onde esta disponibilidade corresponde a uma décima parte quando comparada à área urbana (ZAMBALDE et al., 2011). Mesmo assim, este setor é promissor e, no Brasil, a evolução do acesso no setor rural, no período 2005-2008, foi de 80% no caso de computadores, 100% no caso da Internet e 70% quando considerados telefones celulares (ZAMBALDE et al., 2011). A disseminação de uso destas tecnologias, além de integração social e de desenvolvimento rural,

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viabiliza adoção de ferramentas para melhorar a gestão da propriedade, incluindo sistemas de rastreabilidade.

Sistema de Rastreabilidade

O sistema de rastreabilidade possui as finalidades de garantir a segurança dos alimentos, assegurar o direito do consumidor à informação, destacar origem e qualidade da produção e aperfeiçoar a organização das cadeias produtivas através da valorização do trabalho e das inovações tecnológicas (ITALIA, 2006). Além da capacidade de rastrear alimentos ao longo da cadeia produtiva, outro importante objetivo do sistema de rastreabilidade é assegurar segurança e qualidade de produtos (THAKUR et al., 2011).

Os termos acompanhamento (tracking) e rastreamento (tracing) incluem o conceito de sistema de rastreabilidade, que é mais amplo. Além de registros atualizados e fidedignos, inclui áreas como tecnologia de informação e normas de gestão de qualidade em alimentos. Em termos gerais, o alvo dos sistemas de rastreabilidade é garantir a diferenciação entre alimentos com diferentes atributos, apresentando instrumentos para comprovação, de maneira confiável e documentada (MIRAGLIA et al., 2004). Outra aplicação do sistema de rastreabilidade constitui-se na definição precisa do alvo de recolhimento (recalls), em casos de incidentes alimentares. O sistema de rastreabilidade pode ser tratado como uma ferramenta natural e necessária para garantir alimentos seguros, e não somente como meio de repassar rótulos informativos para consumidores (GRIFFITHS, 2004).

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Tecnologias de Informação para Rastreabilidade

O sistema de rastreabilidade pode funcionar adequadamente em versões baseadas em registros manuais. No entanto, esta tarefa é dispendiosa em tempo e em recursos, o que torna difícil sua implementação em complexas cadeias alimentícias. Os sistemas eletrônicos são robustos e incluem diferentes plataformas, várias linguagens de programação, banco de dados e mapeamentos, que tornam o sistema aplicável para diferentes produtos, além de serem facilmente utilizáveis por diferentes agentes da cadeia produtiva. São adequados para capturar, armazenar e organizar informações provenientes de diferentes usuários. Assim, é necessária a aplicação de sofisticadas técnicas de engenharia de software para harmonizar demandas de agentes da cadeia produtiva, prevenindo distorção de informações e perda de seu valor intrínseco.

As principais tecnologias utilizadas nos sistemas de rastreabilidade são: métodos analíticos, que fornecem resultados de análises que identificam procedência e qualidade do produto; dispositivos eletrônicos, como, identificação por rádio frequência (RFID), que estão relacionados com estado do produto, condições ambientais ou de posicionamento; e sistemas de informação, que envolvem redes e sistemas de transferência de dados, que permitem a operacionalização de toda a gama de funcionalidades do sistema de rastreabilidade (FRITZ; SCHIEFER, 2009). As principais áreas de aplicação da tecnologia de informação no agronegócio foram amplamente descritas por Zambalde et al. (2011).

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No desenvolvimento deste sistema de rastreabilidade digital, foram empregadas técnicas atualizadas na área da informática, visando a garantir a integridade e a disponibilidade de dados armazenados e de informações geradas.

A complexidade do sistema de rastreabilidade foi minimizada pela adoção de subsistemas, baseados em processo unificado, interativo e incremental. A modelagem incluiu o planejamento das soluções computadorizadas, as manutenções, as interações com usuários e a definição da arquitetura de toda a solução gerada.

No sistema de rastreabilidade digital, o uso de características de web 2.0 e de componentes para Rich Internet Application (RIA) possibilitaram explorar interfaces dinâmicas, com resultados gráficos e experiências visuais ricas e interativas, tanto para entrada de dados como para saída e visualização de informações. Foram agregados novos recursos para a aplicação, como a portabilidade e a facilidade de distribuição, através da utilização de um cliente universal, o navegador, que executa a aplicação da mesma forma, independente do sistema operacional utilizado pelos usuários. Na visualização foram utilizadas diversas tecnologias, como exemplo Application Programming Interface (API) do Google®, para geração dos mapas dinâmicos para lavouras e parcelas.

A recuperação de informações, através de relatórios dos registros efetuados no sistema de rastreabilidade, também foi disponibilizada, em um mesmo local para todos os subsistemas.

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O banco de dados é um componente crítico em qualquer sistema, pois é nele que são armazenados dados e, a partir dele, são obtidas as informações. Na seleção do Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD), para o sistema de rastreabilidade digital, foi priorizado o projeto open-source - PostgreSQL. Este banco de dados é robusto, confiável, flexível e rico em recursos, que possibilita a criação de funções para cálculos, verificações, validações, dentre outras.

Selos para Identificação e Acesso Eletrônico às Informações do Sistema de Rastreabilidade

Cada cadeia de suprimentos possui diferentes estruturas de rastreabilidade. A ligação dos elos entre as cadeias produtivas é necessária para a comunicação de informações. Dentre as alternativas para a comunicação e o compartilhamento de informações no rastreamento eletrônico de alimentos, podem ser citados os códigos de barras, intercâmbio eletrônico de dados (EDI), identificação por radiofrequência (RFID), código eletrônico de produtos (EPC) e sistemas de informação.

O sistema GS1 é um conjunto de padrões que possibilita a gestão eficiente de cadeias de suprimentos globais e multissetoriais, identificando, com exclusividade, produtos, unidades logísticas, localizações, ativos e serviços. Esse sistema facilita os processos de comércio eletrônico, disponibilizando soluções estruturadas para comunicação, viabilizando a rastreabilidade das operações. O código de barras é uma forma de representar numeração, e proporciona captura

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automática de dados por meio de leitura óptica, nas operações automatizadas. Na tecnologia de código de barras, outra opção é o código de barras compacto RSS (Simbologia de Espaço Reduzido), que combina código bidimensional com maior capacidade de armazenagem de informações, e que permite codificação de produtos muito pequenos, como uma fruta. O GTIN (Número Global de Item Comercial), é um número específico de 14 dígitos baseado no prefixo único emitido pela GS1 para a empresa, combinado com um número de referência do item com base em vários atributos da embalagem e do produto no interior. A tecnologia de identificação por radiofrequência (RFID) utiliza um chip que emite ondas de rádio e permite a captura de informações sem contato físico e visual. Mais informações quanto às opções de identificação do sistema GS1 podem ser obtidas em GS1, (2010) e GS1, (2012).

QR Codes, abreviação de 'Quick Response', são códigos de barras bidimensionais (2D) cuja estrutura matricial permite armazenar mais informações que os códigos de barra tradicionais. Esses códigos são móveis também, na medida em que se pode utilizar a câmera de um celular para capturar e decodificar as informações neles contidas. As informações cadastradas podem ser mensagens de texto, um endereço na Internet, um número de telefone, a localização geográfica ou um contato. O formato interativo e a capacidade de armazenamento de informações (numérico, 7.089 caracteres e alfanumérico, 4.296 caracteres) tornam esta ferramenta muito interessante para ser utilizada em etiquetas para rastreamento. No Brasil, empresas que prestam serviços para implementação de sistemas de rastreabilidade já estão utilizando o QR Code, como

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Também estão sendo utilizados selos ou atestados de conformidade que identificam o sistema de produção e, ao mesmo tempo, apresentam números de lotes, através dos quais é possível acessar informações quanto à rastreabilidade. Como exemplos, os selos de conformidade da produção integrada (PI-Brasil) e o de agricultura orgânica (Produto Orgânico Brasil).

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Rastreabilidade Digital para Trigo

O sistema de rastreabilidade digital para trigo foi desenvolvido através de parceria estabelecida entre a Embrapa Trigo e o Grupo de Pesquisas Mosaico, da Faculdade de Ciências da Computação da Universidade de Passo Fundo. Este sistema, validado na cadeia produtiva do trigo, viabiliza a inserção e a transmissão de informações para identificar e segregar lotes de trigo a partir de registros do manejo adotado nas fases de produção e de pós-colheita, conforme preconizado na Produção Integrada de Trigo (PIT). Desta forma, diferentes estruturas na cadeia produtiva de trigo, incluindo produtor, armazenador, moinho de trigo e indústria de alimentos, foram envolvidas no sistema de rastreabilidade.

No caso de armazenamento de grãos, geralmente não é possível segregar um lote utilizando a produção de um produtor específico. As estruturas para armazenamento e a logística de transporte, não atendem à capacidade produtiva. Nesse caso, tem-se dificuldade para assegurar a rastreabilidade em nível de produtor ou parcela. Portanto, na definição de lotes para armazenamento, adotou-se a rastreabilidade parcial, viabilizando o rastreamento em termos de lotes de trigo provenientes de mais de um produtor. Esse problema foi minimizado através da implementação da PIT, baseada em normativas, o que proporcionou a produção mais homogênea, considerando que são definidos agroquímicos e manejo que deverão ser adotados.

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Figura 1. Tela inicial do sistema de rastreabilidade digital.

A operacionalização do sistema de rastreabilidade digital é realizada através da Internet, no domínio http://www.e-rastrear.com.br, com restrição de acesso, através de cadastro de usuário e senha (TIBOLA et al., 2012) (Figura 1).

Os registros são efetuados através de dispositivos eletrônicos, possibilitando transmissão automática de informações para o banco de dados. O banco de dados armazena todas as informações de forma segura e eficiente, viabilizando captura, análise, processamento e comunicação, visando a melhorar a exatidão e a velocidade de acesso às informações do trigo rastreado.

No sistema de rastreabilidade digital preconizado para trigo, na produção, a menor unidade rastreável é a parcela, que corresponde à área homogênea semeada com a mesma cultivar de trigo. Na etapa de pós-colheita, a menor unidade rastreável é composta por um lote de trigo, que corresponde a um silo, no armazenamento.

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No sistema de rastreabilidade, é fundamental que as informações registradas na fase de produção sejam mantidas nas fases de armazenamento e de processamento. Para tanto, o vínculo entre as etapas de produção e de pós-colheita foi estabelecido a partir da geração aleatória de um código automático. Este código é composto por 11 caracteres, sendo que os últimos dois são dígitos verificadores. Este código é único e exclusivo e não pode ser repetido no banco de dados, correspondendo ao número gerado para cada caderno de campo. Esta identificação é utilizada para formar o lote na pós-colheita, que poderá conter múltiplos códigos, dependendo da capacidade de armazenamento do silo, que corresponde ao lote na etapa de pós-colheita.

Estes números - do código de cada caderno de campo - podem gerar um código de barras, viabilizando a leitura automática das informações, que se constitui em método rápido, eficaz e seguro.

O sistema de rastreabilidade digital proposto para trigo tem foco, principalmente, em etapas de produção e de armazenamento, com vistas a garantir qualidade e procedência da matéria prima. A associação deste sistema deve ser efetuada com outros programas de controle de qualidade, dedicados para etapas de processamento e de produção de alimentos, como o APPCC - Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle, e a ISO 22000 - Sistemas de Gestão da Segurança de Alimentos, para garantir a rastreabilidade até a comercialização de produtos finais para consumidores.

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O sistema de rastreabilidade digital é dividido em dois módulos principais. O primeiro é composto por cadastros formados por diferentes banco de dados do sistema de rastreabilidade digital, comuns para as etapas de produção e de pós-colheita. Estes bancos de dados possibilitam a seleção no momento do registro, agilizando a atualização de informações, padronizando os dados e minimizando o risco de erros na digitação. O segundo módulo é composto por registros, onde são inseridas as informações que são específicas para a parcela ou para o lote de trigo.

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Cadastros

Os cadastros básicos são efetuados por administradores do sistema de rastreabilidade digital, visando a manter o controle das informações que são disponibilizadas para os registros. Os usuários poderão realizar os seguintes cadastros: parcelas; cadernos de campo e de pós-colheita; devolução de embalagens vazias de agroquímicos; e de usuários na mesma instituição.

Como exemplos de cadastros na produção, podem ser citados: cultivares de trigo; estádios de desenvolvimento do trigo; principais insetos-praga e doenças; agroquímicos e doses recomendados para trigo. Na fase de pós-colheita também há cadastros disponíveis para agilizar registros, dentre estes: pontos de monitoramento de insetos-praga; equipamentos, maquinários e veículos utilizados para transporte de grãos.

A seguir são descritos os principais cadastros disponíveis no cadastro do sistema de rastreabilidade digital.

Cadastro de Unidade Armazenadora

A unidade armazenadora corresponde à instituição na qual são vinculados os cadernos de campo e de pós-colheita. Os usuários cadastrados na instituição poderão visualizar os registros efetuados pelos demais usuários da mesma instituição. Entretanto, uma instituição não tem acesso aos cadastros das demais instituições usuárias do sistema de rastreabilidade digital. Na Figura

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2 está o exemplo de informações que são inseridas na planilha de cadastro de unidade armazenadora.

Cadastro de Pessoas/Usuários

Nesta seção, poderão ser incluídos responsáveis por registros e manutenções nos cadernos de campo e de pós-colheita (Figura 3). O acesso é controlado através de cadastro de usuário e de senha. Cada usuário poderá consultar e incluir informações de acordo com o respectivo nível de acesso. Os níveis de acesso disponíveis para cada caderno de campo ou de pós-colheita são: responsável principal e responsável por manutenções. Somente estes usuários poderão inserir novas informações. As informações cadastradas são confidenciais, e somente poderão ser visualizadas pelos usuários da instituição. Exemplificando, um produtor de trigo terá permissão para registro e acesso somente às parcelas de sua lavoura. O responsável pela assistência técnica de 10 produtores terá acesso e poderá registrar dados em todas as parcelas dos 10 produtores assistidos. Os demais usuários cadastrados, nesta instituição específica, podem visualizar as informações cadastradas.

Figura 2. Cadastramento de unidade armazenadora no

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O cadastro de novos usuários, na mesma instituição, pode ser efetuado por usuários já cadastrados no sistema.

Para agilizar registros de endereço, o sistema disponibiliza cadastro com estados e cidades das principais regiões produtoras de trigo no Brasil.

Cadastro de Parcelas

O caderno de campo digital é específico para cada parcela, que corresponde à área homogênea semeada

Figura 3. Cadastramento de usuários no sistema de

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Figura 4. Cadastramento de novas parcelas no sistema

de rastreabilidade digital.

Figura 5. Mapas digitais de parcelas, no sistema de

rastreabilidade digital, utilizando o Google Maps.

com a mesma cultivar de trigo (Figura 4), e contém informações de manejo adotado na lavoura. Nesta seção, também está disponível planilha para registro da rotação de culturas efetuada na parcela. As parcelas poderão ser demarcadas no Google Maps (Figura 5), e também associadas às coordenadas geográficas que podem ser incluídas na identificação da parcela, quando esta for georreferenciada.

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Cadastro de Cadernos de Campo e de Pós-Colheita

Cada caderno de campo corresponde a uma parcela, na propriedade. Ao caderno de campo são vinculadas informações do manejo específicas para a parcela e a safra correspondentes. No caderno de campo são identificados: o ano de produção; a produtividade obtida na parcela; a parcela, que deve ser selecionada no banco de dados; o vínculo, que é o código único e exclusivo, e que deve ser gerado nesta etapa para identificar o caderno de campo (Figura 6).

Similarmente, o cadastro de caderno de pós-colheita para cada lote de trigo pode ser incluído no sistema de rastreabilidade digital.

Cadastro de Estádios de Trigo

Disponibiliza os principais estádios de crescimento e de desenvolvimento da cultura do trigo, que são úteis para monitoramento de doenças dentre outros registros.

Figura 6. Cadastramento do caderno de campo no

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Figura 7. Cadastramento da doença oídio do trigo no

sistema de rastreabilidade digital.

Cadastro de Insetos-praga e Doenças de Trigo

Disponibiliza o principais insetos-praga e doenças da cultura do trigo, incluindo informações sobre como realizar o monitoramento, padronizando informações técnicas para orientar a tomada de decisão quanto ao manejo a ser adotado. Na Figura 7 pode ser visualizada a doença ‘oídio do trigo’ e as respectivas informações para monitoramento.

Para informações adicionais quanto ao manejo de insetos-praga e de doenças no trigo, foi disponibilizado o link para a ‘Agência de Informação Embrapa - trigo’, que pode ser acessado em: http://www. agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia35/AG01/arvore/ AG01_7_259200616450.html/

Cadastro de Agroquímicos

Esta seção inclui os principais agroquímicos registrados para a cultura do trigo, na produção e na pós-colheita, incluindo a dose mínima e máxima permitida (Figura 8). Esta seção apresenta um link de acesso ao AGROFIT

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on line, do MAPA, para consultas e atualizações de agroquímicos registrados para a cultura.

Outros Cadastros

Adicionalmente, foram incluídos cadastros com os principais sistemas de preparo de solo, as culturas para inserir no sistema de rotação, as cultivares de trigo para agilizar o cadastro de novas parcelas, as unidades de medida necessárias para os registros, o destino de embalagens de agroquímicos utilizados na propriedade e os equipamentos e maquinários disponíveis, como pulverizadores e colhedoras, estes com o objetivo de registrar calibrações e demais manutenções realizadas.

Figura 8. Cadastramento de agroquímicos e doses

indicadas para a cultura do trigo, no sistema de rastreabilidade digital.

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Caderno de Campo - Manejo Adotado na Produção

No sistema de rastreabilidade digital preconizado para trigo, na produção a menor unidade rastreável é a parcela, que demanda caderno de campo específico. Os cadernos disponíveis são aqueles que já foram inseridos no sistema e que correspondem a uma parcela na produção, que está vinculada a uma cultivar de trigo (Figura 9). No caso de complementação de informações, deve-se selecionar a opção ‘trabalhar com caderno selecionado’. No caso de iniciar os registros de uma nova parcela, deve-se incluir novo caderno no sistema de rastreabilidade (Figura 6).

No item ‘registros’, acessar as planilhas para completar as informações de manejo que devem ser inseridas. No item ‘status’, o caderno pode estar ‘A - aberto’ ou ‘E - encerrado’. Quando encerrado, não poderão mais ser realizadas alterações no caderno.

Figura 9. Cadernos de campo disponíveis no sistema

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No item ‘responsáveis’, devem ser inseridos o responsável principal e o responsável pelas manutenções. Somente estes usuários poderão inserir e/ou alterar as informações no caderno de campo (Figura 10).

Figura 10. Responsáveis pelos registros no caderno

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Registros na Produção

Dentre os manejos vinculados à parcela, e que podem ser inseridos no caderno de campo, citam-se: tratamento de sementes, semeadura, análise química do solo, adubação, controle de plantas daninhas, aplicação de reguladores de crescimento, monitoramento de doenças e de insetos-praga, aplicações de fungicidas e de inseticidas, além de informações meteorológicas. Os registros de manejo podem ser visualizados de maneira integrada, de acordo com a data de execução. Além disso, poderão ser gerados relatórios resumidos de todos os manejos registrados, em formato de impressão. Na sequência deste documento, as respectivas planilhas para registros serão apresentadas.

Tratamento de Sementes

Permite visualizar os registros existentes, ou incluir novas informações do tratamento de sementes (Figura 11).

Figura 11. Planilha com tratamento de sementes no

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Semeadura

A semeadura é limitada em uma inclusão por caderno de campo, com datas de início e término (Figura 12).

Figura 12. Planilha com registro de semeadura no

sistema de rastreabilidade digital.

Análise Química do Solo

Permite a inclusão de informações de resultado de análise química do solo (Figura 13), que devem ser consideradas para orientar a adubação.

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Figura 13. Planilha com análise química do solo, no

sistema de rastreabilidade digital.

Adubação

Permite a inserção de dados de adubação de base, de cobertura ou foliar no trigo (Figura 14).

Figura 14. Planilha com registro de adubações no

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Plantas Daninhas

Planilha para incluir informações de manejo e controle de plantas daninhas (Figura 15).

Figura 15. Planilha com o manejo de plantas daninhas

no sistema de rastreabilidade digital.

Monitoramento de Insetos-Praga

Permite a inclusão de informações de monitoramento de insetos-praga (Figura 16). As indicações de monitoramento cadastradas no item ‘pragas/doenças’, podem ser visualizadas (abaixo, na Figura 16), para padronizar os registros.

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Figura 16. Planilha para monitoramento de

insetos-praga no sistema de rastreabilidade digital.

Monitoramento de Doenças

As informações de monitoramento de doenças podem ser registradas em planilha (Figura 17), sendo que as indicações de monitoramento cadastradas no item ‘pragas/doenças’, podem ser visualizadas na direita da tela, no momento do preenchimento.

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Figura 17. Planilha para monitoramento de doenças no

sistema de rastreabilidade digital.

SISALERT - Modelo Climático para Previsão de Giberela e de Brusone

Devido ao curto período de suscetibilidade de trigo e à dependência de fatores climáticos, epidemias de giberela (Fusarium graminearum) e de brusone (Pyricularia grisea) podem ser preditas por modelos de previsão. Estes modelos incorporam variáveis como temperatura, umidade relativa do ar, chuva, produção de inóculo e estádio de desenvolvimento da planta. O sistema de alerta para ocorrência de giberela e de brusone no trigo - Sisalert, foi associado ao sistema de rastreabilidade digital, viabilizando o monitoramento destas doenças, com base em modelos climáticos. Para giberela e brusone, selecionar ‘Sisalert’ no menu

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informando data de espigamento do trigo (Figura 18). A partir do cadastro, serão enviados alertas através do e-mail cadastrado pelos usuários no sistema de rastreabilidade digital. As notificações de alerta também aparecerão no histórico de eventos (Figura 21).

Figura 18. Planilha para o monitoramento de informações

climáticas através do Sisalert.

Adicionalmente, no domínio http://www.sisalert.com.br (SISALERT, 2008), os riscos relativos de giberela e de brusone podem ser estimados para lavouras de trigo. Para utilizar esta aplicação no Sisalert, a cultura de trigo deve ser selecionada. Posteriormente, escolhe-se a estação meteorológica mais próxima da lavoura; seleciona-se a opção ‘simulações’ e informa-se a data de espigamento do trigo, para obter-se informação de risco de ocorrência de giberela ou brusone. A simulação é realizada a partir de dados climáticos correntes e o prognóstico para os próximos cinco dias. Esta simulação de risco pode servir de auxílio a produtores na tomada de decisão, quanto à aplicação de fungicida em situações em que os modelos indicarem risco de doença.

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Aplicação de Agroquímicos

Cadastra informações de aplicação de agroquímicos (Figura 19). Este registro é importante para disponibilizar informações quanto ao agroquímico utilizado, dose e data de aplicação.

Figura 19. Planilha para registro de aplicação de

agroquímicos no sistema de rastreabilidade digital.

Reguladores de Crescimento

Informa aplicação de regulador de crescimento no trigo, para aquelas cultivares com tendência ao acamamento (Figura 20).

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Figura 20. Planilha para registrar redutor de crescimento

no sistema de rastreabilidade digital.

Fenômenos Meteorológicos

Permite registrar ocorrência de fenômenos meteorológicos extremos, como geada, granizo e chuva intensa, os quais podem afetar a condução da lavoura.

Histórico de Eventos

Esta ferramenta permite a visualização geral do manejo realizado na parcela, diferenciando os registros por coloração. Esta seção, está localizada no menu e apresenta os principais registros de manejo realizados no caderno de campo, de acordo com a data de execução (Figura 21).

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Figura 21. Planilha de visualização geral de registros

efetuados na etapa de produção, no sistema de rastreabilidade digital.

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Caderno de Pós-colheita - Informações de Armazenamento e de Processamento

A rastreabilidade digital na pós-colheita foi desenvolvida para manter as informações de lotes de trigo nas diferentes etapas de armazenamento e de processamento.

Lotes de trigo podem ser segregados conforme a cultivar, a qualidade tecnológica, o histórico da lavoura (por exemplo, grãos colhidos após períodos chuvosos) e o resultado das análises físico-químicas realizadas no recebimento do produto. A formação de lotes de trigo homogêneos, confere maior rendimento na moagem e melhoria na qualidade reológica da farinha, dispensando misturas para obter produtos finais específicos.

Para manter a identidade e prevenir misturas, os lotes formados devem ser conduzidos isoladamente nas diferentes etapas na unidade armazenadora (moega, secador, elevador e silo), através de números únicos e exclusivos.

Os cadernos de pós-colheita já cadastrados aparecem no item ‘cadernos disponíveis’. No caso de complementar informações, selecionar a opção ‘trabalhar com caderno selecionado’. No caso de iniciar registros de manejo para um novo lote de trigo, incluir novo caderno de pós-colheita no sistema de rastreabilidade.

No item ‘registros’ no menu, acessar as planilhas para completar com informações de manejo que devem ser inseridas.

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Registros na Pós-Colheita

Dentre os manejos que podem ser inseridos na rastreabilidade de um lote de trigo, citam-se: recebimento, pré-limpeza, secagem, limpeza, termometria, monitoramento de insetos-praga, aeração, expurgo e aplicação de inseticidas. Também são disponibilizadas planilhas para inserir resultados de análises de contaminantes, como: presença de micotoxinas, resíduos de agroquímicos e análises microbiológicas. Os resultados de análises referentes à qualidade tecnológica de trigo também podem ser registrados. Adicionalmente, podem ser informados calibragem de equipamentos, medidas de higienização, controle de roedores, resfriamento e transilagem de grãos.

A seguir, são apresentadas as principais planilhas para registros na pós-colheita.

Recebimento

Esta etapa objetiva obter registros de informações do recebimento de grãos na unidade armazenadora, incluindo resultados de análises realizadas. Os dados obtidos no recebimento, como umidade e teor de impurezas, poderão gerar relatório para o produtor. Esta é a última etapa na qual as informações do sistema de rastreabilidade são vinculadas à parcela. A partir do recebimento, são formados lotes que correspondem à unidade rastreável na pós-colheita.

Para garantir a rastreabilidade, é fundamental que informações registradas na fase de produção

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sejam mantidas nas fases de armazenamento e de processamento. Desta forma, no item ‘vínculo’ (Figura 22) deve ser digitado o código gerado no caderno de campo, para formar o lote na etapa de pós-colheita. Quando o lote na pós-colheita for gerado a partir de diferentes parcelas na produção, poderão ser inseridas quantas planilhas de recebimento forem necessárias para identificar a origem do trigo.

Figura 22. Planilha para registro de informações no

recebimento de grãos na unidade armazenadora no sistema de rastreabilidade digital.

Pré-limpeza

Nesta planilha, podem ser incluídas informações sobre a pré-limpeza (Figura 23). A fase de limpeza, realizada depois da secagem, também pode ser registrada em planilha similar.

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Figura 23. Planilha para registro na etapa de

pré-limpeza de grãos na unidade armazenadora no sistema de rastreabilidade digital.

Secagem

As informações quanto à etapa de secagem são apresentadas na planilha da Figura 24.

Figura 24. Planilha para registro na etapa de secagem

de grãos na unidade armazenadora no sistema de rastreabilidade digital.

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Termometria

Os parâmetros referentes à termometria são apresentados na Figura 25.

Figura 25. Planilha para registro de dados de

termometria na unidade armazenadora no sistema de rastreabilidade digital.

Monitoramento de Insetos-praga

O monitoramento da ocorrência de insetos-praga na pós-colheita de grãos (Figura 26) é realizado conforme especificado no programa Manejo Integrado de Pragas (MIP Grãos) (LORINI, 2007).

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Figura 26. Planilha para registro do monitoramento de

insetos-praga na armazenagem de grãos no sistema de rastreabilidade digital.

Aeração

As informações quanto à etapa de aeração são apresentadas na planilha da Figura 27.

Figura 27. Planilha para registro da etapa de aeração

de grãos na unidade armazenadora no sistema de rastreabilidade digital.

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Expurgo

As informações referentes ao expurgo, quando realizado no lote de grãos, podem ser cadastradas, conforme exemplo na Figura 28.

Figura 28. Planilha para registro de expurgo de grãos

na unidade armazenadora no sistema de rastreabilidade digital.

Aplicação de Inseticidas

As informações referentes à aplicação de inseticidas na pós-colheita podem ser cadastradas conforme a planilha apresentada na Figura 29.

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Figura 29. Planilha para registro da aplicação de

inseticidas em grãos armazenados no sistema de rastreabilidade digital.

Presença de Micotoxinas

Para prevenir contaminações de alimentos por micotoxinas, muitos países estabeleceram níveis máximos permitidos para estes contaminantes. Como exemplo, no Brasil a atual legislação para micotoxinas determina que o limite máximo tolerável (LMT) de deoxinivalenol (DON) para cereais destinados à alimentação infantil deve ser de 200 ppb. Adicionalmente, para 2012, determina o limite máximo de 2000 ppb para trigo integral e 1750 ppb para farinha de trigo; os níveis permitidos de DON nos alimentos serão reduzidos progressivamente na legislação e, em 2016, estes limites máximos serão reduzidos para 1000 ppb e 750 ppb, respectivamente (ANVISA, 2011).

Análises de controle de qualidade viabilizam a segregação de lotes conforme a exigência de diferentes

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segmentos de mercado. Como exemplo, lotes com teores não detectáveis de micotoxinas, comuns em safras com clima seco nos períodos de floração e de colheita, poderão ser direcionados para mercados mais exigentes, como produção de alimentos para lactantes e bebês. Também poderão ser adotadas estratégias de manejo diferenciadas na unidade armazenadora, como maior intensidade de descarte nas etapas de limpeza e de pré-limpeza de lotes de trigo que apresentarem maior incidência de grãos danificados.

Na planilha da Figura 30, podem ser registrados os resultados de análises de micotoxinas em lotes de trigo.

Figura 30. Planilha para registro de resultados de

análises de micotoxinas em lotes de trigo no sistema de rastreabilidade digital.

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Resíduos de Agroquímicos

Resultados de análises de resíduos de agroquímicos nos lotes de trigo, podem ser efetuados na planilha a seguir (Figura 31).

Figura 31. Planilha para registro de resultados de

resíduos de agroquímicos em lotes de trigo no sistema de rastreabilidade digital.

Análises Microbiológicas

Resultados de análises microbiológicas nos lotes de trigo, podem ser efetuados na planilha representada na Figura 32.

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Figura 32. Planilha para registro de resultados de

análises microbiológicas em lotes de trigo no sistema de rastreabilidade digital.

Qualidade Tecnológica de Trigo

Cada indústria de alimentos adota diferentes parâmetros e padrões de qualidade, atendendo as exigências dos mercados compradores. No Brasil, a Instrução Normativa n.° 38 (BRASIL, 2010), define padrões para qualidade tecnológica do trigo e orienta a classificação comercial.

Análises de parâmetros de qualidade tecnológica e de propriedades funcionais, como proteína, força de glúten e coloração, podem ser registradas na planilha da Figura 33.

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Figura 33. Planilha para registro de resultados de

análise de qualidade tecnológica de trigo no sistema de rastreabilidade digital.

Histórico de Eventos

Similarmente à etapa de produção, o sistema de rastreabilidade na pós-colheita também apresenta visualização dos principais registros de manejo realizados, de acordo com a data (Figura 34). Esta ferramenta permite a visualização geral do manejo, diferenciando cada item por coloração.

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Figura 34. Planilha de visualização dos registros

efetuados na etapa de pós-colheita, no sistema de rastreabilidade digital.

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Relatórios

Esta funcionalidade disponibiliza informações de manejo registradas para cada parcela ou lote de trigo, com formato compacto e resumido, gerando documento para visualização de registros ou para impressão (Figura 35).

Figura 35. Planilha com relatório resumido de todos

os manejos registrados na produção no sistema de rastreabilidade digital.

Esta opção de relatórios é funcional para transmitir informações entre os elos da cadeia produtiva, ou seja, se um lote de trigo armazenado possuir características diferenciadas, é possível obter o relatório da fase de produção e identificar o manejo que foi adotado na etapa anterior.

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O produtor poderá obter relatório com resultados de análises realizadas no recebimento de cada carga de trigo, encaminhada para a unidade armazenadora. O moinho de trigo, que é o comprador na unidade armazenadora, poderá obter relatório com os principais manejos adotados na pós-colheita de um lote específico de trigo (Figura 36).

Figura 36. Planilha com relatório resumido de todos

os manejos registrados na pós-colheita no sistema de rastreabilidade digital.

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Recomendações Gerais

1. Cada planilha para registro de manejo é independente. O preenchimento das planilhas disponíveis é opcional, conforme a necessidade de cada usuário. No caso do não preenchimento de alguma planilha, por exemplo, a aplicação de reguladores de crescimento, esta não aparecerá no relatório, mas não interferirá na comunicação dos demais cadastros.

2. Todos os campos identificados com asterisco (*) devem ser preenchidos, antes de gravar os registros nas planilhas.

3. Em todas as telas há três opções: ‘incluir’, na qual são inseridas novas informações; ‘gravar’, para salvar as informações registradas; e ‘cancelar’, para apagar as informações digitadas (Figura 37).

Figura 37. Controles para inserir, salvar e cancelar

registros no sistema de rastreabilidade digital.

4. Após salvar os registros, se o mesmo necessitar ser excluído, por erro na digitação, por exemplo, há a opção de estorno. Na qual, quando se exclui determinado registro, este aparece tachado (Figura 38) e um campo para incluir justificativa é aberto. Esta funcionalidade é importante para fins de certificação de produtos.

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5. Nas planilhas de registros, quando aparecer o ícone ‘pesquisar’ (lupa) ao lado direito do item, significa que a informação está disponível e pode ser selecionada no cadastro, não demandando digitação.

6. Todas as planilhas possuem um campo para digitar observações, visando a especificar informações importantes e que não foram previstas nos campos disponíveis para o registro do manejo.

7. No menu, a opção ‘utilitários’ apresenta a estrutura e as ferramentas de informática utilizadas no desenvolvimento do software ‘sistema de rastreabilidade digital’.

Figura 38. Planilha com exemplo de lançamento

estornado no caderno de campo do sistema de rastreabilidade digital.

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8. Para finalizar o acesso ao sistema de rastreabilidade, deve-se clicar no botão sair, à direita, na barra do menu. Não é necessário fechar todas as telas abertas; entretanto, as informações incluídas devem ser salvas, para serem recuperadas posteriormente. 9. Para efetuar a troca de caderno de campo ou de

pós-colheita, todas as telas abertas devem ser fechadas.

10. A modalidade de acesso ao sistema de rastreabilidade digital, nas etapas de produção ou de pós-colheita, deve ser selecionada na tela inicial. O acesso dos usuários ao caderno de campo e ao de pós-colheita deve ser efetuado com o mesmo usuário e senha.

11. Na página do sistema de rastreabilidade digital (http://www.e-rastrear.com.br) e na página da Embrapa Trigo (http://www.cnpt.embrapa.br/e-rastrear), está disponível um tutorial no formato de vídeo, que exemplifica as principais funcionalidades e aplicações do sistema. As apresentações foram divididas em três módulos: cadastro, caderno de campo e caderno de pós-colheita.

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Referências

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