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Práticas e espaços de hospitalidade relacionados à cerveja / Beer-related hospitality practices and spaces

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p.82940-82954, oct. 2020. ISSN 2525-8761

Práticas e espaços de hospitalidade relacionados à cerveja

Beer-related hospitality practices and spaces

DOI:10.34117/bjdv6n10-650

Recebimento dos originais: 13/09/2020 Aceitação para publicação: 28/10/2020

Lélio Galdino Rosa Doutorado

Instituição de atuação atual: Universidade Federal Fluminense-UFF

Endereço completo: Rua: Bambina, 134, apto 406, B-1, Botafogo, Rio de Janeiro/RJ CEP 22.251.050

E-mail: leliogaldino@ud.uff.br

Sérgio Domingos De Oliveira Doutorado

Instituição de atuação atual: Universidade Federal Fluminense-UFF

Endereço completo: Rua Vasconcelos Torres, 1048, casa 475, Bairro Alto do Boavista Miguel Pereira, RJ CEP: 26900-000

E-mail: sedoliveira@gmail.com

RESUMO

A cultura cervejeira tem suas origens desde 9.000 a.C. com os antigos Sumérios. Hoje, podemos considerar que, em diversas nações, a exemplo da Bélgica, Alemanha, Inglaterra, EUA e mesmo do Brasil, nas cidades de Blumenau-SC e Petrópolis-RJ, a cerveja é considerada como um elemento identitário do lugar e de sua população e que faz parte das práticas e espaços de hospitalidade que se correlacionam ao turismo. Ou seja, a cultura cervejeira como uma prática cultural adentra os rituais da hospitalidade nos âmbitos social, privado, público e comercial. Nesse sentido, este artigo tem como objetivo discutir sobre a cultura cervejeira no mundo e sua relação com a hospitalidade e o turismo, por meio de práticas e espaços de hospitalidade, especialmente, os eventos dedicados à cerveja e que atraem milhares de visitantes às cidades, espaços como museus que têm a cerveja como principal elemento, correlacionado com a cultura local, e equipamentos de hospitalidade, como restaurantes e, mesmo hotéis, em que a cerveja passa a figurar como elemento de atração e de customização de seus negócios. Como metodologia, optou-se pela pesquisa bibliográfica de caráter qualitativo. Assim, foi realizado a análise de obras que discutem tanto a cerveja, sua história e a relação contemporânea da sociedade com os rituais que envolvem a bebida quanto de hospitalidade seus espaços e práticas, bem como foi realizado um levantamento de dados sobre práticas e espaços de hospitalidade relacionados à cerveja que vêm atraindo visitantes para suas cidades, como eventos étnicos que celebram sua cultura e em que a cerveja tenha destaque; feiras; museus; restaurantes e hotéis, todos correlacionados ao fenômeno turístico. Como resultado, percebe-se que, cada vez mais, a cerveja, nas mais diversas culturas e nações, está relacionada ao ritual do acolhimento nas relações entre comunidade local, sua cultura e o visitante. Isso fica evidente pelos inúmeros eventos cuja cerveja e o ato de beber coletivamente essa iguaria são elementos fundamentais de hospitalidade; museus que foram criados para valorizar a bebida; e, empresas e gestões municipais que vêm investindo para a valorização do que já pode ser considerado um bem imaterial dos lugares.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 10, p.82940-82954, oct. 2020. ISSN 2525-8761 ABSTRACT

The brewing culture has its origins since 9,000 B.C. with the ancient Sumerians. Today, we can consider that in several nations, like Belgium, Germany, England, USA and even Brazil, in the cities of Blumenau-SC and Petrópolis-RJ, beer is considered as an identity element of the place and its population and is part of the practices and spaces of hospitality that are correlated to tourism. In other words, brewing culture as a cultural practice enters the rituals of hospitality in the social, private, public and commercial spheres. In this sense, this article aims to discuss the brewing culture in the world and its relationship with hospitality and tourism, through hospitality practices and spaces, especially beer events that attract thousands of visitors to the cities, spaces such as museums that have beer as their main element, correlated with local culture, and hospitality equipment, such as restaurants and even hotels, where beer becomes an element of attraction and customization of their business. As a methodology, a qualitative bibliographical research was chosen. Thus, an analysis of works that discuss both beer, its history and the contemporary relationship of society with the rituals that involve the drink as well as hospitality its spaces and practices was carried out, as well as a survey of data on practices and hospitality spaces related to beer that have been attracting visitors to their cities, such as ethnic events that celebrate their culture and in which beer stands out; fairs; museums; restaurants and hotels, all correlated to the tourist phenomenon. As a result, it is perceived that beer, in the most diverse cultures and nations, is increasingly related to the ritual of welcoming in the relationships between the local community, its culture and the visitor. This is evident in the numerous events whose beer and the act of collectively drinking this delicacy are fundamental elements of hospitality; museums that have been created to value the beverage; and, municipal companies and managements that have been investing to value what can already be considered an intangible asset of the places.

Keywords: beer, hospitality, tourism, hospitality practices and spaces.

1 INTRODUÇÃO

Na contemporaneidade, a cerveja é considerada como um elemento identitário do lugar e de sua população que faz parte das práticas e espaços de hospitalidade que se correlacionam ao turismo. Ou seja, a cultura cervejeira, como uma prática cultural, adentra os rituais da hospitalidade nos âmbitos social, privado, público e comercial.

Diversas nações, a exemplo da Bélgica, Alemanha, Inglaterra, EUA e mesmo do Brasil, nas cidades de Blumenau em Santa Cataria e Petrópolis no Rio de Janeiro atraem visitantes que se dirigem para lá na busca de se envolver com a cultura local, cuja cerveja faz parte, e apreciar por meio do consumo a bebida, conhecer mais sobre sua história, processo de produção, estilos, evolução, entre outros. Eventos tradicionais e contemporâneos valorizam a bebida em todos os seus processos. E, empresas como hotéis e restaurantes vêm investindo na exploração da bebida como um diferencial de seu negócio.

Nesse sentido, este artigo tem como objetivo discutir sobre a cultura cervejeira no mundo e sua relação com a hospitalidade e o turismo, por meio de práticas e espaços de hospitalidade, especialmente, os eventos dedicados à cerveja e que atraem milhares de visitantes às cidades,

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espaços como museus que têm a cerveja como principal elemento, correlacionado com a cultura local, e equipamentos de hospitalidade, como restaurantes e, mesmo hotéis, em que a cerveja passa a figurar como elemento de atração e de customização de seus negócios.

2 REVISÃO DE LITERATURA

A produção cervejeira tem registros de suas origens há 9.000 anos a.C, caracterizando-se assim, mesmo antes de registros da produção de vinho, segundo Beltramelli (2014).

Assim, mesmo que de forma rudimentar, essa bebida marca uma era na história da civilização, correlacionada à produção doméstica de cereais pelos Orientais Próximos. Com o tempo, a cerveja encontrou o caminho para a Gália através do Egito e do Império Romano, e como a produção de cerveja era, inicialmente, uma tarefa doméstica, as primeiras cervejarias eram mulheres. (Flanders, 2019)

Na Idade Média, os mosteiros tornaram-se centros de conhecimento sobre agricultura, pecuária e certos artesanatos, incluindo cerveja. Devido a contaminação e inviabilidade de se tomar água, os monges podiam beber quantidades limitadas de sua bebida regional, no caso, a cerveja. Nessa mesma época ao sul da Europa, a bebida diária era vinho, então os monges que lá viviam se concentravam no cultivo de uvas e na produção de vinho, mas como o clima da região não favorecia a produção de vinho, os habitantes se voltavam para a produção de cerveja. Sendo assim podemos atribuir aos monges, a transição da produção doméstica de cerveja para uma atividade profissional. (Flanders, 2019)

Atualmente as escolas cervejeiras no mundo são consolidadas em Alemã; Inglesa; Americana e Belga

Para falarmos da Escola Alemã, devemos considerar a grande região que abrange a Alemanha, República Tcheca (Boêmia), Eslováquia, Àustria, Holanda e Polônia. Toda essa região considera a cerveja como uma personagem central de sua história. A grande contribuição dessa escola cervejeira é o rigor técnico, a seriedade e o respeito devidos à cerveja. Criaram regras e limites para produção promulgando a Reinheitsgebot no ano de 1.516, a Lei da Pureza da Cerveja, essa Lei determinava que a cerveja só poderia ser feita a partir de água, malte de cevada e lúpulo, consequentemente as cervejas dessa escola são caracterizadas pelo sabor menos amargo e mais maltadas. (Morado, 2017).

Hoje, a Alemanha é o quarto maior produtor de cerveja do mundo, consumindo internamente 85% de toda a produção. O consumo per capita de cerveja no país é de mais de 100 litros por ano. Na região da Baviera, o consumo chega a 200 litros por ano.

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Diferentemente do que se imagina, escoceses e ingleses bebem mais cerveja do que uísque. A Escola Britânica de cervejas é composta pelo Reino Unido (Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte) e da República da Irlanda. A indústria cervejeira Britânica é composta por mais de 1.400 cervejarias, que são capazes de gerar mais de 20 mil pessoas diretamente e outras 300 mil indiretamente. (Morado, 2017).

Uma informação interessante na cultura britânica é a participação feminina na fabricação de cervejas. Em torno de 60% das pessoas empregadas são mulheres.

Do total de cervejas produzido na Inglaterra, 50% é para consumo interno no país. Assim a cultura cervejeira inglesa consolida-se na tradição dos famosos pubs, em especial nos londrinos (Oliver, 2017).

Com relação à escola cervejeira americana essa é reconhecida ou identificada nas cervejas mais amargas, maltadas, complexas e aromáticas. Possuindo como destaque o uso de produtos locais (abóbora, aveia, lúpulos americanos entre outros) seguida de total liberdade e criatividade para compor suas receitas. Os EUA, foram prejudicados com a Lei Seca de 1920, que durou até 1933, essa lei proibiu a produção e comércio de bebidas alcoólicas. As cervejarias, especialmente as pequenas, foram extintas, enquanto outras se adaptaram e passaram a produzir produtos que aproveitavam sua estrutura como cerveja sem álcool, extrato de malte, sucos e refrigerantes. Para ilustrar o impacto que a Lei Seca teve no mercado norte-americano, considere que em 1873 os EUA contavam com mais de 4.000 cervejarias, marca que somente seria atingida novamente em 2015. Em 1980, eram menos de 50. Após a Lei Seca, as poucas cervejarias menores que conseguiram sobreviver viram-se em desvantagem frente às grandes como Pabst e Anheuser-Busch (Budweiser). Com o cenário favorável à consolidação no mercado, especialmente a partir dos anos 1940, as grandes transformaram-se em gigantes, modernizando processos e dominando o mercado. Entre os anos 1940 e 1980, o market share das cinco maiores cervejarias passou de 19% para 75%. (Stack, 2000)

É notório que a cerveja tem uma importância significativa para algumas nações, especialmente europeias, na Bélgica a cultura cervejeira tornou-se Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, 2016).

Muitos aficionados vêem a Bélgica como a pátria da cerveja, especialmente porque a nossa herança de fabricação de cerveja remonta a muitos séculos, mas ainda fornece influência e inspiração para os cervejeiros modernos. A cerveja é parte do nosso DNA, e o significado histórico da nossa cultura da cerveja é até reconhecido pela UNESCO, que inscreveu a cultura da cerveja belga em sua lista do patrimônio cultural intangível da humanidade em 2016. (Visitiflanders, 2019).

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Na Bélgica o processo de fabricação de algumas cervejas sofisticadas segue qualificações típicas da fabricação do vinho, como Grand Cru, Réserve e Cuvée, como por exemplo a DeuS Brut Des Flandres, que é preparada pelo método champenoise. Outra característica referencial da cultura cervejeira belga é a tradição milenar das abadias e mosteiros trapistas, que simbolizam uma época e dão exemplos de preservação da cultura cervejeira. Justificando o fato de 6 dos 11 mosteiros que produzem cervejas trapistas estão na Bélgica. Somando a esses mosteiros a Bélgica conta ainda com mais de 20 abadias produtoras de cervejas. (Oliver, 2012).

No Brasil, de acordo com Coutinho (2019), a cerveja chegou no século XVII por Maurício de Nassau ao Estado de Recife. Dentre outros estudiosos da cerveja, que vieram com Nassau, veio também o cervejeiro, holandês, DircK Dick, que montou a primeira cervejaria da história brasileira, em 1640, na própria casa de Nassau, Na residência chamada “La Fontaine”, fabricavam uma cerveja encorpada, com cevada e açúcar.

Em 1650 houve a saída dos holandeses do Brasil e somente em 1808 com a chegada da Família Real Portuguesa, por decisão de Dom João, houve a abertura dos portos (Coutinho, 2019). Assim, manteve-se a fabricação artesanal de cerveja até 1880, quando passou a ser produzida industrialmente, pela Antarctica, em São Paulo, e, no Rio de Janeiro, pela Brahma.

O quadro a seguir traz uma síntese cronológica do mercado de produção industrial de cerveja no Brasil.

Quadro 1 - Cronograma da evolução da cerveja no Brasil

Ano Evento Local

1853 Cerveja Bohemia Petrópolis-RJ

1888 Cervejaria Antarctica São Paulo

1888 Cervejaria Brahma Rio de Janeiro

1966 Criação da Cerpa Paraná

1967 Criação da Skol

1980 Criação da Kaiser Minas Gerais

1989 Criação da Ambev (fusão Brahma e Antarctica)

2004 Criação da InBev (fusão Ambev, com a belga, Criação da Interbrew – nasce a maior

produtora mundial de cerveja)

2008 Criação da ABInbev (Anhauser-Bush Inbev) (InBev adquire a Anheuser-Bush) 2010 A aquisição da Kaiser S.A. pela Heineken Brasil

2011 A companhia baseada em Tóquio, Kirin, compra a cervejaria brasileira Schincariol

Fonte: Morado, 2017 (adaptado pelos autores)

No ano de 2018, a Câmara de vereadores do município do Rio de Janeiro, por meio de projeto de autoria doa vereadores Rafael Aloisio Freitas e Carlo Caiado, declarou a cerveja artesanal como patrimônio cultural, de natureza imaterial da cidade, por intermédio da lei 6.400/2018.

De acordo com Giorni e Conceição Júnior (2016, p.34) “segundo os ‘cultos em cerveja’ quando falamos nela, devemos ter em mente um alimento completo e complexo de importância

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ímpar, elemento cultural valorizado e de suma importância para diversas civilizações ao longo do processo histórico”.

Hoje, podemos considerar que, em diversas nações, a exemplo da Bélgica e mesmo do Brasil, nas cidades de Petrópolis e Blumenau, a cerveja é considerada como um elemento identitário do lugar e de sua população e que faz parte das práticas e espaços de hospitalidade que se correlacionam ao turismo.

Assim como a cultura cervejeira remonta milênios de anos, a hospitalidade também é tida como gestos entre pessoas que por algum motivo se relaciona.

Seydoux (1983 apud CASTELLI, 2006, p. XII) citou que “a história da hospitalidade é a história dos homens, dos seus reencontros, dos seus diálogos e de tudo que eles criaram, no transcorrer dos séculos, para facilitar sua aproximação”.

A hospitalidade para Camargo (2004, p.19) pode ser definida como “ato humano, exercido em contexto doméstico, público ou profissional, de recepcionar, hospedar, alimentar e entreter pessoas temporariamente deslocadas de seu hábitat”.

A partir dessa visão, o Camargo (2004) temos a hospitalidade como situação que envolve diferentes práticas sociais, que podem ocorrer em variados espaços, como nos ambientes público, comercial e/ou doméstico.

Afirmando que a cultura cervejeira como uma prática cultural adentra os rituais da hospitalidade nos âmbitos social, privado, público e comercial.

Os espaços e práticas de hospitalidade podem ser museus, feiras, festivais, eventos, concursos, que têm a cerveja como principal elemento, correlacionado com a cultura local, e equipamentos de hospitalidade, como restaurantes e, mesmo hotéis, em que a cerveja passa a figurar como elemento de atração e de customização de seus negócios.

De acordo com o International Council of Museums–ICOM, um museu é “uma instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público e que adquire, conserva, investiga, difunde e expõe os testemunhos materiais do homem e de seu entorno, para educação e deleite da sociedade” (ICOM, 2001, p.53)

Entre seus objetivos está o de serem espaço de memória (coletiva ou episódica), onde as experiências são construídas e compartilhadas, legitimando e divulgando a história e as ações da organização.

3 METODOLOGIA

A pesquisa se caracteriza como bibliográfica de caráter qualitativo. Assim, foi realizado a análise de obras que discutem tanto a cerveja, sua história e a relação contemporânea da sociedade

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com os rituais que envolvem a bebida quanto de hospitalidade seus espaços e práticas, bem como foi realizado um levantamento de dados sobre práticas e espaços de hospitalidade relacionados à cerveja que vêm atraindo visitantes para suas cidades, como eventos étnicos que celebram sua cultura e em que a cerveja tenha destaque; feiras; museus; restaurantes e hotéis, todos correlacionados ao fenômeno turístico.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 PRÁTICA DE HOSPITALIDADE RELACIONADAS À CERVEJA

A conjugação do acolhimento e recepção de visitantes com a valorização da cerveja como um bem identitário de uma localidade e de seu povo ou em que a cerveja complementa essa celebração, entre comunidade e visitantes ou turistas, é cada vez mais comum.

Podemos vivenciar a cultura cervejeira de variadas maneiras. Os eventos são meios em que ficam bastante evidenciadas essa perspectiva. Estes eventos buscam conjugar a cultura étnica e oferecer uma experiência relacionada com a bebida, seja pela tradição histórica ou pela oportunidade de confraternização.

Segundo, Morado (2017, pp.96-97) “desde a revitalização da cultura da cerveja, na segunda metade do século XX, surgem e prosperam pelo mundo festivais, concursos, festas, campeonatos... tudo vira um bom motivo para se reunir e beber cerveja”.

No mundo podemos destacar os principais eventos, a American Craft Beer Week (EUA), Belgian Beer Weekend (Bruxelas/Bélgica), Starkbierzeit (Alemanha).

No Brasil, o Festival Brasileiro de Cerveja (Blumenau/Santa Catarina), IPA Day Brasil (Ribeirão Preto/São Paulo) e Mondial de la Bière (Rio de Janeiro/Rio de Janeiro).

Ainda no Brasil, podemos destacar em Petrópolis/Rio de Janeiro a Bauernfest a Festa do Colono Alemão é um festival que homenageia os imigrantes alemães anualmente no mês de junho que nesse ano de 2019 encontra-se na sua 30ª.edição. A Bauernfest ocorre desde 1989 no centro da cidade e é considerada a maior festa de Petrópolis, do Estado do Rio de Janeiro, e considerada uma das maiores do Brasil.

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Quadro 2: Calendário de eventos cervejeiros no Brasil (ano de 2019)

Quando Nome do Evento Cidade Estado

19/jan All Beers Sessions 2019 São Paulo SP

09/fev Brewing Friends Festival 2019 Rio de Janeiro RJ 16 a 17/fev Floripa Craft Beer Festival 2019 - Edição Verão Florianópolis SC 13 a 16/mar Festival Brasileiro da Cerveja 2019 Blumenau SC

Abril Festa Confece 12 anos Belo Horizonte MG

30/mai a 02/jun Mondial de La Bière  SP 2019 São Paulo SP

08/jun Slow Brew Ribeirão 2019 Ribeirão Preto SP

20 a 24/jun Piri Bier 2019 Pirinópolis SC

27 a 29/jun Blumenau International Beer Festival 2019 Bumenau SC

Jun 30ª Bauernfest Petrópolis RJ

05 a 07/jul. Festival Nacional da Cerveja de Inverno - Winterbierfest Treze Tilhas SC

13/jul Festa de 4 anos da Dogma São Paulo SP

20/jul DUM DAY 9 Curitiba PR

Jul Rio Craft Beer Festival 2019 Rio de Janeiro RJ 03/ago Invicta Nocaute Festival 2019 Ribeirão Preto SP 09 a 11/ago. Festival Sul-Americano de Cerveja 2019 Porto Alegre RS

Ago Ceva no Total 2019 Porto Alegre RS

Ago Festival da Cultura Cervejeira Artesanal – FICC 2019 Curitiba PR

04 a 08/set. Mondial de la Bière Rio 2019 Rio de Janeiro RJ

Set IV Festival Amazônico de Cerveja Belém PA

Set HOPS FEST 2019 Goiania GO

Set Festival Internacional de Cerveja e Cultura 2019 Belo Horizonte MG

09 a 27/out. Oktoberfest 2019 Blumenau SC

Out Lohn Open Haus Lauro Müller SC

Out Da Fazenda ao Copo 2019 Paraisópolis MG

Out Repense Cerveja 2019 Rio de Janeiro RJ

16/nov IPA Day Brasil 2019 Ribeirão Preto SP

Nov Piri Bier Goiânia 2019 Goiânia GO

Nov Festival da Cerveja POA 2019 Porto Alegre RS

07/dez Slow Brew Brasil 2019 São Paulo SP

31/dez Happy New Year 2020 Rio de Janeiro RJ

Fonte: Brewerstage (2019) Organizado pelos Autores

4.1 OS MUSEUS DA CERVEJA NO MUNDO E CERVEJARIAS ABERTAS À VISITAÇÃO1

Os museus que têm a cerveja como principal elemento e cervejarias tradicionais abertas à visitação vêm, a cada dia mais, espalhando-se e atraindo visitantes pelo mundo.

Na Alemanha, encontramos o Bavarian Brewing Museum, em Kulmbach, que funciona em anexo à cervejaria Mönchshof, onde funciona também uma espécie de “Museu Padaria”; nesse museu seus visitantes tem a experiência de conhecer como era feito cerveja nos anos de 1900. O Bavarian Brewing Museun, não guarda somente história sobre cervejas, nele é possível fazer cursos de aperfeiçoamento em cervejas de níveis básicos a avançados. A Alemanha ainda possui a cervejaria Weihenstephan, em Freising. Como título de mais antiga do mundo, fundada em 1040, aberta ao público para visitações. Durante o tour à Weihenstephan o visitante presencia e acompanha todos os processos de criação da cerveja. O passeio inicia com a visita ao museu cervejeiro intitulado “à origem da Cerveja”. O visitante pode completar seu tour participando de uma sessão de

1 Este item foi construído a partir do apêndice de Morado (2017, pp.422-423), no qual o autor lista os países com

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degustação de cerveja a partir de um copo de cerveja de trigo de 1 litro, cujo pode ser levado para casa como souvenir.

Na Áustria em Salzburg está o Stiegl’s Brauwelt que conta um pouco da história da cerveja, e mostra alguns fatos históricos interessantes, envolvendo a sua produção. A história da Stieglbrauerei, seus antigos e atuais proprietários, é contada no contexto da Crônica de Salzburgo em mais de 400 m² - interativa e movimentada.

O museu se concentra principalmente na realização das exposições no novo design museu. "A história não é empoeirada e desatualizada, mas viva e ao alcance de todos". Com a mais alta tecnologia, o visitante é atraído para a experiência com muita interatividade. Em uma das atividades propostas no museu, os cervejeiros apresentam-se recitando e cantando de forma repentina e inesperada, porém se o turista se dirigir aos cervejeiros, eles falam sobre sua história. Outro destaque é a mesa Multitouch 4K - imagens nítidas e animações nunca antes exibidas levam através dos séculos de 1492 até os dias de hoje. É possível, também, visitar a cervejaria Stiegl, onde se encontra o museu.

A Bélgica é o país que mais possui Museus voltados para o tema de cervejas, talvez em função da cerveja ser considerada Patrimônio da Humanidade, encontramos oito espaços relacionados à cerveja que vêm atraindo visitantes, o Belgian Brewers Museum, em Bruxelas, um museu sobre a tradição belga de se fazer cerveja, onde são exibidos métodos antigos e atuais da produção cervejeira. O Museu mantém viva a tradição da cerveja belga aos visitantes que são mostrados implementos, barris de fermentação, possui ainda uma chaleira fervente e alguns equipamentos encontrados em uma cervejaria do século XVIII. As Canecas antigas, porcelanas antigas e outros equipamentos de uma antiga estalagem ilustram o que reforça o merecido título de “Cultura Belga da Cerveja”. O Bocholter Brouwerijmuseum, em Bocholt, que conta a história da produção industrial da cerveja, de meados do Século XVIII até a contemporaneidade. O Museu da Cervejaria Bocholter tem suas origens em uma das cervejarias familiares mais antigas da Bélgica, fundada por Jean Martens (1919-2008), sua incrível coleção conta a história da verdadeira arte da cerveja em toda a história industrial desde 1979, de 1758 até o presente. Considerado o maior museu de cervejarias da Europa, o Bocholter conta com não menos que 4.000 m2 - também abriga acomodações de última geração para todos os tipos de iniciativas empresariais. Tudo isso em um ambiente arquitetônico arqueológico industrial marcado por uma história de oito gerações de cervejarias; o museu Brouwerij De Gouden Boom, em Brugge, anexo à cervejaria Gouden Boom, onde é possível conhecer a história da própria cervejaria, o Bruges Beer Museum em Bruges, esse museu demonstra a história da cerveja Belga, com métodos de fermentação e métodos de fermentações únicos. O visitante pode vivenciar uma experiência sensorial das matérias primas:

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malte, lúpulo, grão, cevada. O Brussels Gueuze Museum, museu anexo à famosa Cervejaria Cantillon, uma cervejaria das tradicionais cervejas Lambic. O Brussels Gueuze Museum proporciona uma simulação de volta ao tempo, o visitante imerge em um ambiente de uma cervejaria familiar onde Lambic, Gueuze, Faro e Kriek são feitos e onde nada mudou desde que foi fundada em 1900. Também em Bruxelas, a cervejaria Mout-en Brouwhuis De Snoek, Alveringem, que tem entre suas atrações uma exposição permanente contando a “História da Sede na Grande Guerra”; o Musèe des Bières Belges em Lustin, e o National Hop Museum, em Poperinge, um museu totalmente dedicado ao lúpulo. Este último museu está localizado próximo ao Mosteiro da Westvleteren, em Vleteren que também pode ser visitado.

Na Bélgica, mais precisamente em Bruxelas, existe um Conselho de Museus de Bruxelas, que é uma organização federativa com mais de 100 museus filiados. Como federação, o Conselho incentiva totalmente mais de 100 museus de Bruxelas a melhorar e diversificar continuamente sua oferta. Comprometendo a prestar apoio aos museus, facilitar a colaboração mútua e a sinergia e promovê-los e representá-los ativamente através de projetos. Com isso, pretendem preservar e solidificar a imagem de Bruxelas como uma cidade de museus entre os habitantes locais, belgas e turistas de todo o mundo.

Na Estônia, encontramos o Le Coq Beer Museum, localizado na cidade de Tartu, berço da cerveja no país, esse museu da cerveja conta a história da cerveja no mundo e na Estônia. Tartu foi o berço da indústria de cerveja da Estônia e tem sido uma cidade de cerveja há quase mil anos. O Museu da Cerveja foi inaugurado em 01 de julho de 2003, a fim de preservar a história da cerveja industrial. Ele está localizado na torre de malte construída no local A. Le Coq em 1898. Exibe mais de 2000 itens.

Na Holanda pode-se visitor, em Amsterdã, o Heineken Experience, uma experiência cervejeira interativa relacionada à produção da cerveja Heineken. Em Alkmaar há o National Biermuseum ‘DeBoom’ que possui exibições que mostram aos visitantes as ferramentas utilizadas na produção de cerveja nos últimos 200 anos, apresenta as ferramentas, equipamentos e máquinas que desempenharam um papel fundamental na produção desta "bebida de ouro" nos últimos dois séculos. As apresentações em vídeo e filmes e códigos QR dão a impressão de fazer cerveja no passado e nos dias de hoje. Veículos antigos - incluindo um carrinho de mão e um trenó de gelo - ajudam a imaginar como os barris foram transportados. Cartazes e outros tipos de publicidade, garrafas de cerveja e copos dão a impressão de muitas pequenas e grandes cervejarias na Holanda.

Na Irlanda há o Guinness Storehouse que conta a história da Guinness, ainda mostra, em parte, o seu processo de produção se sua cerveja. Ao final da visita, o visitante pode escolher entre

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realizar um workshop sobre como servir a “Pint Perfeita” ou degustar um pint da cerveja no Gravity Bar, que é um bar panorâmico com vista 360 para a cidade de Dublin.

Em Portugal, em Lisboa, está o Museu da Cerveja, um museu que é dedicado à cultura cervejeira, bem como às cervejas dos países de língua portuguesa, o que inclui o Brasil. O Museu da Cerveja de Portugal disponibiliza de 4 momentos espaços que o visitante pode usufruir o 1º. momento o visitante tem as informações sobre os primórdios ao início da produção industrial das cervejas, Esta seção do museu demonstra a história da cerveja em Portugal e leva os visitantes às primeiras referências documentais do Séc. I a.C. até ao Séc. XIX. São dois mil anos muito profícuos no desenvolvimento de tão apreciado líquido. No 2º. ambiente fala da história dos produtores nacionais, aqui se narra a história dos produtores nacionais que fizeram da cerveja portuguesa o que ela é hoje. É aqui também que destaca o quão foi esforço e dedicação dos cervejeiros. O 3º. espaço é voltado para demonstrar a cerveja nos países de língua oficial portuguesa. Angola, Brasil, Moçambique, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, estes são os países irmãos cujas cervejas mais significativas surgem representadas nesta espaço. Um espaço especial dedicado à amizade, à confraternização, a um patrimônio comum que está registrado para sempre. No 4º. e último espaço é o da Adega Monástica, o Museu da Cerveja reconstituiu o espaço de uma cervejeira monástica, levando o visitante até aos séculos XVI ou XVII. Um tempo feito de silêncios, de lentidão e de um duro labor artesanal. Um tempo longe da nossa memória, mas um tempo sempre presente em cada cerveja degustada.

No Reino Unido, onde há uma tradição na cultura cervejeira, encontramos em Burton-upon-Trent o The National Brewery Centre, dedicado à experiência da produção cervejeira, e onde o público tem a possibilidade de ver de perto uma produção real. No Burton, o visitante pode aprender sobre a lendária família Bass e seu papel no desenvolvimento da fabricação de cerveja. O museu também celebra a história social do desenvolvimento da fabricação de cerveja - as experiências da vida real e as histórias das pessoas que ajudaram a construir a renomada reputação de cervejaria de Burton. As excursões começam com uma apresentação em estilo holográfico da história da fabricação de cerveja, e os guias levam os visitantes a cada etapa do processo de fabricação e explicam os papéis que as locomotivas a vapor e veículos antigos exibiram no desenvolvimento do setor. A micro cervejaria William Worthington leva a turnê até os dias atuais - com a chance de provar algumas cervejas locais feitas no local.

Em Bury St. Edmunds, há o Greene King Visitor Centre, que proporciona uma experiência na cervejaria Greene King, responsável pela produção das cervejas Greene King IPA, Old Speckled Hen and Abbot Ale, sendo no museu anexo conta a história dessa cervejaria que remete o visitante há 400 anos.No Greene King Visitor Centre, o visitante tem a chance de ver como a cerveja é feita

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com ingredientes naturais e métodos tradicionais de fabricação de cerveja. Você também verá a melhor vista de Bury St Edmunds do telhado da cervejaria. E uma vez retornando ao nível do solo, você pode desfrutar das diferentes cervejas de barril no Greene King Beer Café. Em New Abbot, há o Tucker’s Maltings que não é um museu da cerveja, mas sim uma maltearia aberta à visitação, onde os visitantes podem conhecer seus processos tradicionais de transformação de cevada em malte.

Ainda na Europa, República Tcheca, em Zatec, encontramos o Chmelarské Hop Museum, que destac tudo sobre lúpulo, desde seu plantio, até a sua comercialização; e, em Pilsen, o The Brewery Museum, onde, além de conhecer as primeiras instalações da cervejaria, os visitantes podem compreender por visitas guiadas os vários lugares da cidade de Pilsen, inclusive o seu subterrâneo, com seus labirintos de túneis.

Na Ásia, apesar da pouca tradição cervejeira, no Japão, encontramos o Sapporo Beer Museum, único museu relacionado à cerveja do Japão. Ele está localizado em Sapporo, Hokkaido, onde a cerveja Sapporo se originou. Seu prédio de tijolos vermelhos com uma história que remonta a mais de 100 anos também foi registrado como Patrimônio de Hokkaido. Os visitantes do museu podem aprender sobre a Cerveja Sapporo e sua jornada compartilhada de desenvolvimento com Hokkaido, enquanto também obtêm informações exclusivas relacionadas à cerveja com os especialistas em cerveja da Sapporo Breweries.

Já nas Américas, nos Estados Unidos (EUA) encontramos a Yuengling Brewery, em Pottsville, PA, a primeira cervejaria dos EUA, e que está aberta ao público para a visitação.

No Brasil, no município de Petrópolis, encontramos a Cervejaria Bohemia e o Memorial da Cerveja. Esta cervejaria é a primeira industrial do Brasil e o Memorial da Cerveja é um museu anexo à essa cervejaria. Ele mostra ao público a história da cerveja no mundo, bem como a história da cerveja no Brasil. Também encontramos o Museu da Cerveja, de Blumenau, fundado em 1996, que conta a história da cerveja e sua trajetória ao longo do tempo. É indicado para quem pretende visitar alguma cervejaria da região já que ele também apresenta a história dessas cervejarias.

4.2 OUTROS ESPAÇOS DE HOSPITALIDADE EM QUE A CERVEJA VEM GANHANDO REPRESENTATIVIDADE

Hotel Doghouse, no estado de Ohio, no Canal Winchester, nos EUA, da cervejaria Brewdog, sediada na Escócia. Esse hotel, possui 32 Unidades Habitacionais (UH´s) além de serem equipados com geladeiras abastecidas com cervejas BrewDog, torneiras de chope e até mesmo um minibar (geladeira de quarto) no chuveiro, para que você possa tomar cerveja gelada enquanto toma banho,

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todas as unidades tem vista para a cervejaria, para que os hóspedes possam assistir os cervejeiros trabalhando.

A cervejaria também vem investindo em restaurantes e bares com a própria marca, tendo inaugurado em São Paulo/SP/Brasil.

Outra marca conceituada no ramo das cervejas que possui hotéis que levam seu nome é a Dogfish, com o Hotel The Dogfish Inn, com 16 UH´s em Lewes, Delaware, garante que fora feito para amantes de cerveja. Mantendo fiel a moda Dogfish Head, você encontrará uma abordagem inusitada ao estilo, qualidade e artesanato em cada uma das UH´s.

No Brasil, os amantes de cerveja podem usufruir de uma experiência inusitada no Treze Tilias Park Hotel, em Treze Tilias, Santa Catarina/Brasil, o hotel proporciona a possibilidade de o hóspede poder tomar banho, literalmente, de cerveja em suas UH´s. As banheiras possuem torneiras que saem cervejas. E são das panelas de brassagem da Linden Bier que vem o mosto cervejeiro que abastece as banheiras de cerveja do Treze Tílias Park Hotel.

5 CONCLUSÃO

Percebe-se que, cada vez mais, a cerveja, nas mais diversas culturas e nações, está relacionada ao ritual do acolhimento nas relações entre comunidade local, sua cultura e o visitante. Isso fica evidente pelos inúmeros eventos cuja cerveja e o ato de beber coletivamente essa iguaria são elementos fundamentais de hospitalidade; museus que foram criados para valorizar a história da bebida; e, empresas e gestões municipais que vêm investindo para a valorização do que já pode ser considerado um bem imaterial dos lugares.

Apreciar uma cerveja faz parte do patrimônio imaterial de muitas sociedades. A cerveja, principalmente a artesanal, com seu variado método de fermentação, tornou-se uma iguaria popular e em determinadas regiões possuem características próprias.

A Cerveja na atualidade é utilizada para acompanhar ou complementar outros produtos. Há ainda a combinação da cerveja com outros produtos culturais já tradicionais, como, por exemplo, o queijo lavado com a cerveja que une o queijo um símbolo de muitos locais com a bebida.

Assim, percebe-se que roteiros turísticos vem sendo consolidados nas mais variadas regiões no mundo e não seria diferente no Brasil.

Podemos perceber que os espaços de memória existem para preservar a história das cervejarias mantendo no presente a tradição do passado. Pois, os museus de cerveja cumprem o objetivo de entreter, interagir e informar o público com a história do local e ainda demonstrar sua evolução técnico científico.

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https://www.hotelurbano.com/viajantehu/hotel-cervejeiro-na-escocia-tera-torneira-com-cerveja-ate-nos-quartos/

Referências

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