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Introdução ao estudo sobre as saídas profissionais dos licenciados da UCEE

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Academic year: 2021

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INTRODUÇÃO DO ESTUDO SOBRE AS SAÍDAS

PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS DA UCEE

Passados quatro e dez anos sobre a entrada no mercado de trabalho dos primeiros licenciados, respectivamente, em Economia e em Gestão de Empresas, pela Unidade de Ciências Económicas e Empresariais, a ALUCEE considerou chegado o momento de, em género de balanço, se proceder à realização do primeiro estudo sobre as saídas profissionais desses jovens.

Porque a ALUCEE e a UCEE têm como objectivos, entre outros, o alcance de uma elevada qualidade na formação ministrada e a ligação com o meio envolvente, este estudo teve sempre a sua importância reconhecida pela natureza das informações que pode facultar, constituindo acima de tudo um instrumento de “feedback” a ter em conta na reformulação dos objectivos e dos “curricula” das licenciaturas.

Como forma de alcançar os objectivos acima enunciados e de corresponder às expectativas e preocupações dos futuros licenciados e seus empregadores, o presente trabalho tem dois grandes objectivos. Primeiro, o conhecimento detalhado, quer do percurso profissional efectuado pelos jovens licenciados, quer das dificuldades sentidas no processo de transição para o mercado de trabalho. Segundo, a recolha de opiniões sobre a qualidade do ensino ministrado e sobre a importância da licenciatura para o desempenho das funções profissionais.

O primeiro objectivo concretiza-se na análise de vários indicadores específicos, que permitem caracterizar o eventual estágio realizado após a licenciatura, o primeiro emprego, a passagem por empregos intercalares, e o emprego actual, considerando a possível existência de uma actividade secundária. A este nível são analisados indicadores que nos dão informações relativamente aos sectores de actividade empregadores, à distribuição geográfica dos licenciados, à área e ao tipo de funções desempenhadas, à dimensão das empresas, à evolução salarial, à estabilidade contratual e à importância da licenciatura para o desempenho das funções.

O segundo objectivo concretiza-se em dois aspectos fundamentais. Por uma lado, na avaliação, por área científica, dos conhecimentos adquiridos na licenciatura que são mais utilizados na actividade profissional ou que são considerados mais importantes. Por outro, na identificação das lacunas existentes nas licenciaturas.

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O relatório completo (na versão disponível para consulta, nos locais indicados) encontra-se estruturado em quatro capítulos.

No Capítulo 1 é descrita a metodologia adoptada para a recolha e leitura da informação.

O Capítulo 2 pretende avaliar a representatividade da amostra recolhida.

No Capítulo 3 é feita a análise dos dados. Este capítulo encontra-se ainda subdividido em quatro partes. A primeira parte refere-se à experiência profissional e abrange o estágio, o primeiro emprego, os empregos intercalares e o emprego actual, admitindo a existência de actividades secundárias. A análise efectuada, cruzando várias informações, permite caracterizar de forma bastante completa os aspectos acima referidos, designadamente, em termos do tempo de espera para a obtenção do estágio/emprego, da área geográfica, do nível e da área onde as funções são exercidas, dos vencimentos auferidos e do grupo de actividades a que pertencem as entidades empregadoras. Relativamente a esta último aspecto, os grupos de actividades considerados, neste trabalho, foram os seguintes:

Grupo I – Agricultura, Produção Animal, Caça e Silvicultura; Grupo II – Pesca;

Grupo III – Indústrias Extractivas; Grupo IV – Indústrias Transformadoras;

Grupo V – Produção e distribuição de electricidade, Gás e Água; Grupo VI – Construção;

Grupo VII – Comércio por Grosso; Grupo VIII – Comércio a Retalho; Grupo IX – Alojamento e Restauração;

Grupo X – Transportes, Armazenagem e Comunicações; Grupo XI – Actividades Financeiras;

Grupo XII.- Actividades Imobiliárias, Alugueres e Serviços prestados às empresas; Grupo XIII – Administração Pública, Defesa e Segurança Social;

Grupo XIV – Educação;

Grupo XV – Saúde e Acção Social;

Grupo XVI – Outras Actividades de Serviços Colectivos, Sociais e Pessoais.

Esta parte inclui também uma análise da situação actual perante o emprego, cruzando a informação por sexo, por tipo de licenciatura, por média de fim de curso e por ano de conclusão da licenciatura.

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Na segunda parte do Capítulo 3 é feita a análise dos conhecimentos adquiridos na licenciatura que são mais utilizados, pelos licenciados, na sua actividade profissional, bem como daqueles que são considerados mais importantes. Convém salientar que estas análises são feitas por área científica das licenciaturas. Também aqui, os cruzamentos de informação efectuados permitem identificar os conhecimentos adquiridos que são mais utilizados, ou que são considerados mais importantes, por tipo de licenciatura, por ano de conclusão da mesma, por grupos de actividade económica onde se inserem as entidades empregadoras, por nível e por área das funções desempenhadas na actividade principal.

A terceira parte incide na análise das lacunas e insuficiências das licenciaturas. O cruzamento de várias informações permite obter um “feedback” dos antigos alunos sobre o ensino ministrado, o qual servirá como instrumento de reflexão e de trabalho na aposta, de todos os docentes, em alcançar padrões de qualidade cada vez mais elevados.

Finalmente, a quarta parte é dedicada à avaliação que os licenciados fazem da preparação universitária que receberam.

O Capítulo 4 é constituído pelas conclusões do estudo, que reproduzimos adiante, incluindo um quadro e quatro gráficos retirados doutras partes do relatório.

CONCLUSÕES DO ESTUDO SOBRE AS SAÍDAS

PROFISSIONAIS DOS LICENCIADOS DA UCEE

Quase metade dos licenciados da UCEE, independentemente da classificação final de curso que tenham alcançado, iniciam a sua actividade profissional com um estágio. Em geral, parece haver alguma facilidade em conseguir uma oportunidade desta natureza, uma vez que cerca de 25% dos licenciados iniciam o estágio logo após a conclusão da licenciatura. Em média, um licenciado espera apenas 4 meses para começar o seu estágio, sendo este realizado, predominantemente, numa empresa algarvia.

Na maior parte dos casos, um estágio dura entre 3 e 6 meses e desenrola-se nos grupos de actividade XI – Actividades financeiras, XII – Actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas

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e XIII – Administração pública, defesa e segurança social. As funções desempenhadas são sobretudo técnicas e administrativas.

A apreciação que os licenciados fazem da sua experiência de estágio pode classificar-se como “média”. De facto, para a maioria, o estágio realizado corresponde às expectativas. Esta opinião é partilhada sobretudo pelos licenciados que exercem funções nos grupos de actividade XI – Actividades financeiras ou XII – Actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas. Pelo contrário, a maior parte dos licenciados cujo estágio se insere no grupo de actividade XIII – Administração pública, defesa e segurança social consideram-no como “aquém das expectativas”.

Outra preocupação que norteou este estudo prende-se com a avaliação da situação actual dos licenciados perante o emprego. Neste contexto, é com grande satisfação que se verifica que cerca de 90% dos licenciados da UCEE encontram-se actualmente empregados, dos quais 9% criaram a sua própria empresa / são empresários ou profissionais liberais (vide Gráfico 1).

Gráfico 1 - Distribuição da situação actual perante o emprego

Está desempregado(a) e ainda não encontrou o

primeiro emprego 8%

Está desempregado(a) mas já esteve empregado(a) após a

conclusão da licenciatura 3%

Está empregado e o emprego actual é o primeiro emprego

45% Está empregado, mas o

emprego actual não é o seu primeiro emprego

35%

Tem a sua própria empresa / é empresário(a) ou

profissional liberal 9%

Registaram-se algumas diferenças entre os licenciados em Economia e os licenciados em Gestão de Empresas no que respeita à sua situação actual perante o emprego. Em primeiro lugar, para a maior parte dos licenciados em Economia, o emprego actual ainda é o primeiro emprego, verificando-se a situação oposta relativamente aos licenciados em Gestão de Empresas. Uma possível explicação para este aspecto reside no facto do curso de Economia ser bastante mais recente do que o curso de Gestão de Empresas. Em segundo lugar, a proporção de licenciados em Economia actualmente sem emprego

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excede a proporção de licenciados em Gestão de Empresas em idêntica situação. Como seria de esperar, as maiores percentagens de desemprego ocorrem entre os licenciados que concluíram o curso mais recentemente e encontram-se associadas a médias de fim curso relativamente baixas (iguais ou inferiores a 13 valores).

A análise das questões relacionadas com o primeiro emprego iniciou-se com a determinação do tempo que um licenciado da UCEE necessita, em média, para se inserir no mercado de trabalho. Em relação a este aspecto, a principal conclusão a destacar é que os licenciados da UCEE têm bastante facilidade em entrar no mercado de trabalho. Cerca de 25% conseguem de imediato o seu primeiro emprego e o tempo médio de espera não chega aos 5 meses (vide Quadro 1). Acrescente-se que não existem diferenças significativas, entre licenciados de sexo diferente ou com formação distinta, relativamente a esta matéria. Regista-se, todavia, uma correlação negativa entre a média de fim de curso e o tempo médio de espera para o primeiro emprego. De facto, a proporção de licenciados que entram para o mercado de trabalho logo após a conclusão da licenciatura é claramente superior entre os que têm uma classificação final de curso mais elevada. Refira-se, também, que os indivíduos que concluíram a sua formação há mais tempo tiveram bastante mais facilidade para conseguir o primeiro emprego do que os licenciados que terminaram o seu curso mais recentemente.

Quadro 1 – Distribuição global do tempo de espera para o primeiro emprego

0 meses 1 mês 2 meses 3 meses 4 meses 5 meses 6-12 meses >12 meses Total Tempo médio de espera Desvio padrão 24,0% 12,5% 12,0% 7,7% 6,3% 4,8% 19,2% 13,5% 100,0% 4,8 meses 5,1 meses

A falta de trabalho do tipo desejado e a falta de emprego na região pretendida constituem as principais dificuldades sentidas pelos licenciados da UCEE na obtenção do primeiro emprego. Paralelamente, são poucos os licenciados que consideram a formação recebida inadequada às funções a desempenhar nas empresas. Estas conclusões são válidas independentemente da formação base do licenciado (Gestão de Empresas ou Economia) ou da sua classificação final de curso.

Uma vez que, para quase metade dos licenciados, o emprego actual ainda é o primeiro emprego, não é de estranhar que as conclusões da análise da problemática do primeiro emprego se estendam, relativamente a muitos aspectos, ao nível do emprego actual (actividade principal).

Assim, e à semelhança do que se referiu a propósito do estágio, quer o primeiro emprego, quer o emprego actual, ocorrem, na grande maioria dos casos, em empresas algarvias de pequena ou média

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dimensão. As funções são desempenhadas, predominantemente, na direcção central /sede das organizações e as actividades exercidas pelos licenciados da UCEE inserem-se sobretudo nos grupos XI – Actividades financeiras e XIV – Educação. As áreas financeira, comercial, de gestão e de docência sobressaem como as áreas privilegiadas de emprego.

Entre as funções desempenhadas pelos licenciados destacam-se novamente as funções técnicas e as funções administrativas. No que respeita a este aspecto, refira-se também que a proporção de licenciados com funções de chefia no emprego actual excede bastante a proporção de licenciados com este nível de funções no primeiro emprego. A situação oposta caracteriza as funções administrativas. O nível das funções exercidas no primeiro emprego ou no emprego actual encontra-se relacionado com a média de fim de curso dos licenciados. Na verdade, os licenciados com classificação elevada tendem a exercer principalmente funções de chefia ou técnicas, sendo as funções administrativas, na maior parte dos casos, desempenhadas por licenciados com média mais baixa.

O vencimento líquido que a maior parte dos licenciados da UCEE aufere no primeiro emprego varia entre 100 e 150 contos. Uma parcela razoável de licenciados recebe menos de 100 contos e são muito poucos os que auferem um montante superior a 150 contos. Esta situação melhora significativamente quando analisada ao nível do emprego actual. Neste caso, reduz-se a proporção de licenciados a receber menos de 150 contos (embora esta continue a ser a classe predominante de vencimentos) e aumenta consideravelmente a percentagem dos que recebem montantes mais elevados (vide Gráfico 2).

3,1% 43,5% 33,6% 11,7% 4,5% 3,6% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% ]0,100] contos ]100,150] contos ]150,200] contos ]200,250] contos ]250,300] contos >300 contos

Gráfico 2 - Distribuição de vencimentos líquidos no emprego actual

Acrescente-se que não se registou qualquer relação relevante entre os vencimentos e o sexo, o tipo de curso, o nível ou a área das funções desempenhadas no primeiro emprego. Quanto ao emprego actual, pode concluir-se que existem algumas diferenças de vencimento entre licenciados de sexo ou de curso diferente, sendo as mais favoráveis para os licenciados do sexo masculino ou com formação em Gestão

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de Empresas ou que tenham realizado o mestrado. Em qualquer dos níveis de emprego (primeiro ou actual), denota-se uma ligeira correlação positiva entre o vencimento líquido mensal e a média de fim de curso.

O presente estudou procurou também avaliar o grau de estabilidade dos licenciados no seu actual emprego. Relativamente a esta questão, importa destacar dois aspectos. Em primeiro lugar, mais de 2/3 dos licenciados consideram ter uma perspectiva média ou elevada de ascensão profissional (vide Gráfico 3). Esta conclusão é válida independentemente do sexo, do tipo de licenciatura, da média de fim curso ou do ano em que este foi concluído. Denota-se, no entanto, uma certa relação com o grupo de actividade em que se insere o emprego actual e com o nível em que este é desempenhado. Com efeito, os licenciados que exercem funções no grupo XII – Actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas ou que têm funções de chefia são os que consideram ter melhores perspectivas de ascensão profissional, verificando-se a situação oposta entre os licenciados cujo actual emprego se insere no grupo XIV – Educação ou que desempenham funções administrativas.

23,30% 57,10% 19,60% 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00%

Elevadas Médias Baixas

Gráfico 3 - Perspectivas de ascensão profissional

Em segundo lugar, verifica-se que quase metade dos licenciados pertencem aos quadros das organizações onde trabalham e que menos de 4% encontram-se em regime de recibo verde (vide Gráfico 4). A estabilidade contratual é ligeiramente mais favorável entre os licenciados do sexo masculino, ou com formação em Gestão de Empresas, ou que tenham terminado o curso há mais tempo ou ainda que tenham iniciado mais cedo a sua actividade profissional.

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Gráfico 4 - Estabilidade contratual

Pertence aos quadros 45%

Contrato a termo certo 31% Contrato com renovação

garantida 8%

Regime de recibo verde 4%

Outro regime 12%

Outro aspecto interessante é que, na generalidade dos grupos de actividade analisados, a maior parte dos licenciados pertencem aos quadros das empresas. O mesmo se passa no que respeita à grande maioria dos níveis em que as funções são desempenhadas. Como excepções, refiram-se apenas os casos em que o emprego actual se enquadra no grupo XIV – Educação ou as funções exercidas são de natureza administrativa. Nestas situações predominam os contractos a termo certo.

A apreciação que os licenciados da UCEE fazem do seu primeiro emprego ou do seu emprego actual praticamente não difere da que é feita relativamente ao estágio. Na verdade, a grande maioria dos licenciados considera que o seu emprego corresponde ou excede as expectativas. Ao nível do emprego actual, esta situação ocorre especialmente entre os licenciados cuja actividade se enquadra nos grupos XI – Actividades financeiras, XII – Actividades imobiliárias, alugueres e serviços prestados às empresas ou XIII – Administração pública, defesa e segurança social. Os licenciados que exercem funções a um nível mais elevado (funções de chefia ou funções técnicas) tendem a fazer uma apreciação mais favorável do seu actual emprego.

A semelhança entre as conclusões da análise feita sobre o primeiro emprego e as aplicáveis ao emprego actual repete-se no que respeita ao grau de importância que os licenciados conferem à licenciatura para o desempenho das funções que lhes são atribuídas. Assim, mais de metade dos licenciados consideram a licenciatura importante para o exercício da sua actividade, quer no primeiro emprego, quer no emprego actual. A proporção de licenciados que classificam a licenciatura como “muito importante” é bastante considerável (cerca de 30%) e atinge um valor mais elevado ao nível do emprego actual. Em qualquer dos tipos de emprego, a apreciação mais favorável é feita pelos licenciados com funções de docência.

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Na análise efectuada sobre o emprego actual dos licenciados procurou-se igualmente avaliar a proporção dos que exercem uma actividade profissional secundária. Neste contexto, verificou-se que são poucos os licenciados nesta situação (apenas 14%). De qualquer forma, nos casos em que os licenciados desenvolvem uma actividade paralela à sua actividade principal, esta enquadra-se predominantemente nos grupos grupos XI – Actividades financeiras e XIV – Educação, e é exercida na direcção central /sede das empresas. Estes licenciados desempenham sobretudo funções técnicas, de chefia ou de assessoria e a sua actividade insere-se principalmente nas áreas de gestão, financeira, de docência ou de recursos humanos. Ainda no que respeita ao nível e à área das funções desempenhadas na actividade secundária, constatou-se a existência de uma correspondência directa elevada com as funções desempenhadas na actividade principal.

Em geral, os vencimentos auferidos na actividade secundária tendem a ser baixos. Mais de 2/3 dos licenciados recebem menos de 150 contos. A perspectiva de ascensão profissional nesta actividade também não é muito elevada, já que mais de 80% dos licenciados classificam-na como “média” ou “fraca”. A estabilidade contratual é igualmente baixa, encontrando-se grande parte dos licenciados com o regime de recibo verde. Esta situação ocorre com maior frequência entre os licenciados que terminaram o seu curso mais recentemente (após 1994).

De qualquer forma, os licenciados da UCEE sentem-se satisfeitos com a sua actividade profissional secundária. Quase 90% consideram que esta actividade corresponde ou excede as expectativas. Também no emprego secundário, a licenciatura é considerada maioritariamente importante para o desempenho das várias funções que lhe são inerentes.

A identificação dos conhecimentos adquiridos na licenciatura que os licenciados mais utilizam na sua actividade profissional ou que consideram mais importantes foram outros dos aspectos em que incidiu este estudo. Esta análise foi feita para cada área científica das licenciaturas em Gestão de Empresas e em Economia. Relativamente a estas matérias, o primeiro aspecto a destacar é que não se registaram diferenças significativas entre os conhecimentos mais utilizados de cada área cientifica e os considerados de maior importância.

Assim, no que respeita à área de Gestão e independentemente do ano de conclusão da licenciatura, a Contabilidade Geral e a Fiscalidade destacam-se como os conhecimentos desta área científica considerados de maior utilidade e de maior interesse para os licenciados da UCEE. Curiosamente, é entre os licenciados em Economia que estas disciplinas assumem maior importância. Não se

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verificaram grandes disparidades de opinião entre licenciados a exercer funções em diferentes sectores de actividade, níveis ou áreas de funções.

Quanto à área de Economia, o principal relevo vai para a Macroeconomia, para Microeconomia e para a Economia Europeia. Esta situação verifica-se quer ao nível dos conhecimentos mais utilizados na actividade profissional, quer no que respeita aos considerados mais importantes.

A Estatística e a Matemática constituem as disciplinas da área de Métodos Quantitativos classificadas como mais úteis e de maior importância. É interessante observar que os licenciados em Gestão de Empresas conferem maior utilidade à Estatística e que os licenciados em Economia utilizam mais frequentemente a Matemática. Registaram-se também algumas diferenças de opinião entre os licenciados que terminaram o curso antes de 1996 e os que o fizeram após essa data. Até 1996, a Matemática era a disciplina mais utilizada e a considerada de maior importância, posição esta que passou a ser ocupada pela Estatística depois de 1996. A Econometria é outra disciplina que os licenciados classificam como bastante importante.

Relativamente à área científica de Sistemas de Informação, destacam-se os conhecimentos sobre Folha de Cálculo, Processador de Texto e Base de Dados a liderar as preferências dos licenciados da UCEE. Esta situação verifica-se tanto no que se refere aos conhecimentos mais usados na actividade profissional, como no que respeita aos considerados mais importantes e, praticamente, não sofre alterações quando analisada por tipo de curso, por ano de conclusão da licenciatura, grupo de actividade, nível ou área em que as funções são desempenhadas.

Por último, as disciplinas de Direito Comercial, Direito do Trabalho, de Direito Económico e de Direito Civil apresentam-se como as mais utilizadas e as consideradas mais importantes da área científica de Ciências Sociais. Os licenciados em Gestão de Empresas tendem a utilizar com maior frequência e a considerar como mais importantes os conhecimentos de Direito Comercial e de Direito do Trabalho e os licenciados em Economia recorrem mais vezes e conferem maior relevância ao Direito Comercial e ao Direito Económico.

O presente trabalho proporcionou igualmente aos licenciados a oportunidade de se pronunciarem sobre as principais lacunas e insuficiências que consideram existir nas licenciaturas. Quanto a este aspecto, os pontos negativos apontados com maior frequência dizem respeito à “inexistência de um estágio de fim de curso”, à “componente prática insuficiente” e à “fraca ligação das licenciaturas com o meio empresarial envolvente”. Os aspectos mais relacionados com o funcionamento dos cursos,

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nomeadamente, com a inexistência de disciplinas relevantes, com a falta de articulação entre as várias disciplinas ou com a insuficiente formação do corpo docente, não foram apontados como lacunas tão significativas.

O último aspecto objecto de análise refere-se à avaliação que os licenciados fazem da formação universitária que lhes foi oferecida pela UCEE. Assim, e em geral, os licenciados têm uma opinião favorável acerca desta questão. Com efeito, a maior parte classifica a preparação universitária recebida como “média” e uma proporção bastante considerável (35%) considera-a como “boa”. São muito poucos os licenciados (menos de 7%) que classificam a sua preparação universitária como “fraca” ou “muito fraca” (vide Gráfico 5). A opinião dos licenciados relativamente a esta matéria tem variado pouco ao longo dos anos e não é muito diferente entre indivíduos com formação em Gestão de Empresas e os que possuem formação em Economia. Acrescente-se que são os licenciados cuja actividade profissional se insere no sector XIV –Educação, aqueles que fazem uma apreciação mais positiva da formação universitária recebida na UCEE.

G r á f i c o 5 - D i s t r ib u iç ã o d a a p r e c ia ç ã o g e r a l d a p r e p a r a ç ã o u n i v e r s it á r i a B o a 3 5 % M é d ia 5 6 % M u it o F r a c a 1 % F r a c a 6 % M u i t o B o a 2 %

Ficha Técnica

Edição e propriedade: ALUCEE

Coordenação: Direcção da ALUCEE (Anabela Neto, Ana Lúcia Guerreiro, Carla Amado, Carlos Cândido, Josiana Martins, Manuel Custódio, Paulo Gordinho)

Concepção do inquérito: Jorge Andraz, Patrícia do Valle e Direcção da ALUCEE Suporte informático à realização do inquérito: Luís Paquete

Recolha de informação e tratamento manual prévio: Anabela Teresa e Cristina Inácio Tratamento informático: Luís Paquete e Tony Chaveiro

Análise de dados e concepção do relatório do estudo: Jorge Andraz e Patrícia do Valle

Outros colaboradores: alunos finalistas de 1998/99, secretariado do Conselho Directivo da UCEE e secretariado da Unidade

Distribuição: ALUCEE

Apoio logístico e financeiro: Conselho Directivo da UCEE, Reitoria da Universidade do Algarve e Fundação Montalvão Marques

Imagem

Gráfico 1 -  Distribuição da situação actual perante o emprego
Gráfico 2  - Distribuição de vencimentos líquidos no emprego actual
Gráfico 3 -  Perspectivas de ascensão profissional
Gráfico 4  - Estabilidade contratual

Referências

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