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LINEARIZAÇÃO DE SISTEMAS DINÂMICOS

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Academic year: 2021

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(1)

LINEARIZAÇÃO DE SISTEMAS DINÂMICOS

1. Motivação e necessidade

1) Grande parte das teorias de projeto de sistemas de controle foram desenvolvidas para sistemas lineares ⇒ porém praticamente todos os sistemas reais são não-lineares.

2) O que fazer?

Pode-se obter um modelo linear para o sistema não-linear.

⇒ A questão se torna: qual a validade do modelo linear do sistema não-linear?

3) Técnicas de projeto de controladores para sistemas não-lineares são:

• Complicadas e complexas;

• Somente garantem estabilidade ⇒ não garantem desempenho;

• Na maioria dos casos não justifica a complexidade ⇒ controle linear em geral funciona bem mesmo para sistemas não-lineares;

• Quando controle linear não funciona adequadamente tem-se as alternativas de ⇒ usar programação de ganhos ou controle adaptativo.

2. Sistema dinâmico não-linear

Dado um sistema não-linear de ordem n descrito por:

(

( ), ( )

)

)

(t f x t u t

x& = - vetor de funções da dinâmica dos estados; (1)

(

( ), ( )

)

)

(t gx t u t

y = - vetor de equações das saídas. (2)

onde:

)

x(t - vetor de estados, ∈ Rn (dimensão nx1);

)

u(t - vetor de entrada, ∈ Rm (dimensão mx1);

y(t) - vetor de saídas, ∈ Rp (dimensão px1);

f(x, u) - vetor de funções não-lineares que descreve a dinâmica do sistema, ∈ Rn (dimensão nx1);

g(x, u) - vetor de funções não-lineares que descreve a saída do sistema, ∈ Rp (dimensão px1).

O vetor de funções da dinâmica dos estados representado pela eq. (1) é dado de forma mais detalhado como:

(2)

( )

( )

( )





=

=

=

. ) ( ), ( )

(

; ) ( ), ( )

(

; ) ( ), ( )

(

2 2

1 1

t t f t x

t t f t x

t t f t x

n

n x u

u x

u x

&

M

&

&

(3)

O vetor de funções da saída representado pela eq. (2) é dado de forma mais detalhado como:

( )

( )

( )





=

=

=

. ) ( ), ( )

(

; ) ( ), ( )

(

; ) ( ), ( )

(

2 2

1 1

t t g t y

t t g t y

t t g t y

p

p x u

u x

u x

M (4)

Exemplo: Sistema massa-mola não linear:

Equação diferencial:

) ( ) ( )

( )

(t k1x t k2x3 t F t x

m&& =− − +

⇒ modelo de mola usualmente utilizado para suspensão de automóveis.

Escrevendo o sistema na forma de espaço de estados não-linear fica:

( )

( )



= +

=

=

=

) ( ), ( ), ( )

( )

( )

( )

(

) ( ), ( ), ( )

( ) (

2 3

2 1

1

t F t v t x f m t F m t x k m t x k t v

t F t v t x f t v t x

&

&

3. Condição de linearização

1) A linearização de um sistema dinâmico não-linear é feita em torno de uma condição de operação ⇒⇒⇒⇒ denominada condição de linearização.

2) O sistema linear é válido para operação em “torno” da condição de linearização.

Quanto em torno?

Questão em aberto ⇒ depende do sistema!

Condição de linearização:

Definida por:

(3)





tempo.

no el ser variáv pode

ão, linearizaç de

condição na

saída de vetor

) (

tempo;

no el ser variáv pode

ão, linearizaç de

condição na

entrada de

vetor

) (

tempo;

no el ser variáv pode

ão, linearizaç de

condição na

estado de vetor

) (

t t t

0 0 0

y u x

Cálculo da condição de linearização:

Uma possibilidade é a condição de linearização ser um ponto de equilíbrio do sistema, ou seja:

(

x u

)

0

f

x&0(t)= 0(t), 0(t) = (5)

(

( ), ( )

)

)

(t 0 t 0 t

0 g x u

y = (6)

• Dessas expressões tem-se n + p equações algébricas não-lineares cuja solução fornece x0(t), u0(t) e/ou y0(t).

• Nota-se que em geral o número de saídas de um sistema MIMO é igual ao número de entradas (m = p).

• Conhecendo-se, por exemplo, as saídas do sistema na condição de linearização

⇒ pode-se a partir das eq. (5) e (6) obter o vetor de estados e o vetor de entradas na condição de linearização.

Se a condição de linearização não for um ponto de equilíbrio do sistema, tem-se no lugar da eq. (5) o seguinte:

(

( ), ( )

)

)

(t 0 t 0 t

0 f x u

x& = (7)

• A equação da saída (eq. 6) não se altera.

• Nesse caso a condição de linearização tem que satisfazer a equação da dinâmica do sistema ⇒ pode ser difícil de calcular para alguns casos.

• Em geral a eq. (7) somente serve para calcular as derivadas temporais dos estados, que nem são necessárias.

• Dependendo do problema conhecendo-se, por exemplo, as saídas e alguns estados do sistema na condição de linearização ⇒ tem-se n + p equações não- lineares cuja solução deve fornecer os vetores x0(t), u0(t), y0(t) ex&0(t). Resumo:

• A condição de linearização é definida para qualquer caso genericamente por:

x0(t), u0(t), y0(t) (8)

• A condição de linearização deve sempre satisfazer as equações de estado independente se for de regime estacionário ou não, ou seja:

(4)

(

( ), ( )

)

)

(t 0 t 0 t

0 f x u

x& = (9)

4. Método de linearização da dinâmica

Define-se pequenos desvios em torno da condição de linearização ⇒

δ

x(t),

δ

u(t) e

δ

y(t):





+

=

+

=

+

=

).

( ) ( ) (

);

( ) ( ) (

);

( ) ( ) (

t t

t

t t

t

t t

t

y y

y

u u

u

x x

x

0 0 0

δ δ δ

(10)

Dada a condição de linearização (eq. 8 e 9), expandindo o vetor de funções f(x,u) em torno de x0(t) e u0(t) usando Série de Taylor ⇒ cada equação da dinâmica do sistema:

)) ( ), ( ( )

(t f t t

x&i = i x u , para i =1 ... n, fica:

( ) ( ) ( )

( ) ( )

. . . ) ) (

( ), ) (

) ( ( ), (

) ) (

( ), ) (

) ( ( ), ) (

( ), ( )

(

1 1

1 1

S O T t u u

t t t f

u u t t f

t x x

t t t f

x x t t t f

t f t x

m m

i i

n n

i i

i i

 +



∂ + ∂

 +



∂ + ∂

 +



∂ + ∂

 +



∂ + ∂

=

δ δ

δ δ

0 0 0

0

0 0 0

0 0

0

u x u

x

u x u

u x x

K

& K

(11) onde T.S.O. significa termos de ordem superior e o subscrito.

Abrindo a derivada do lado esquerdo da eq. (11) e deseprezando os T.O.S. tem-se:

( ) ( ) ( )

( ) ( )

. . . ) ) (

( ), ) (

) ( ( ), (

) ) (

( ), ) (

) ( ( ), ) (

( ), ( )

( ) (

1 1

1 1

0

S O T t u u

t t t f

u u t t f

t x x

t t t f

x x t t t f

t f t x t δ x

m m

i i

n n

i i

i i

i

 +



∂ + ∂

 +



∂ + ∂

 +



∂ + ∂

 +



∂ + ∂

= +

δ δ

δ δ

0 0 0

0

0 0 0

0 0

0

u x u

x

u x u

u x x

K

& K

&

(12)

⇒ os T.S.O. são de fato desprezíveis desde que

δ

x(t) e

δ

u(t) sejam “pequenos”.

Como a condição de linearização deve obedecer a equação dinâmica do sistema (eq. 9) ⇒ o 1º termo do lado esquerdo da eq. (12) cancela o 1º termo do lado direito da equação (ver eq.

9). Assim, tem-se:

( ) ( )

( ) ( )

) ) (

( ), ) (

) ( ( ), (

) ) (

( ), ) (

) ( ( ), ) (

(

1 1

1 1

t u u

t t t f

u u t t f

t x x

t t t f

x x t t t f

x δ

m m

i i

n n

i i

i

δ δ

δ δ





∂ + ∂

 +



∂ + ∂

 +



∂ + ∂

 +



= ∂

0 0 0

0

0 0 0

0

u x u

x

u x u

x

K

& K

(13)

(5)

Para todas as n equações de estado linearizadas tem-se na forma matricial:

) ( )

( )

(

0 2 0

1 0

0 2 2 0

2 1 0

2

0 1 2 0

1 1 0

1

0 2 0

1 0

0 2 2 0

2 1 0

2

0 1 2 0

1 1 0

1

t

u f u

f u

f

u f u

f u

f

u f u

f u

f

t

x f x

f x

f

x f x

f x

f

x f x

f x

f

t

m n n

n

m m

n n n

n

n n

u x

x

δ δ

δ

















 ∂



 ∂







 ∂



 ∂







 ∂



 ∂



+

















 ∂



 ∂







 ∂



 ∂







 ∂



 ∂



=

L M O M

M

L L

L M O M

M

L L

&

(14) onde os termos

(

fixj

)

0 e

(

fiuk

)

0 representam uma notação mais compacta para

( )

(

fi x0(t),u0(t)xj

)

0 e

(

fi

(

x0(t),u0(t)

)

uk

)

0 respectivamente.

Mais compactamente,

) ( ) ( ) ( ) ( )

(t A t x t B t u t

x δ δ

δ& = + . (15)

onde A(t) e B(t) são matrizes dadas por:

) 0 ( 2 0

1 0

0 2 2 0

2 1 0

2

0 1 2 0

1 1 0

1

) (

n nxn n n

n

n n

x f x

f x

f

x f x

f x

f

x f x

f x

f

t





















 ∂



 ∂







 ∂



 ∂







 ∂



 ∂



=

L M O M

M

L L

A (16)

) 0 ( 2 0

1 0

0 2 2 0

2 1 0

2

0 1 2 0

1 1 0

1

) (

m nxm n n

n

m m

u f u

f u

f

u f u

f u

f

u f u

f u

f

t





















 ∂



 ∂







 ∂



 ∂







 ∂



 ∂



=

L M O M

M

L L

B (17)

O mesmo processo é repetido para as p equações das saídas do sistema (eq. 4) ⇒ expandindo cada equação de saída de x0(t) e u0(t), tem-se:

(6)

( ) ( ) ( )

( ) ( )

. . . ) ) (

( ), ) (

) ( ( ), (

) ) (

( ), ) (

) ( ( ), ) (

( ), ( )

( ) (

1 1

1 1

0

S O T t u U

t t t g

u u t t g

t x x

t t t g

x x t t t g

t g t δy t y

m m

i i

n n

i i

i i

i

 +



∂ + ∂

 +



∂ + ∂

 +



∂ + ∂

 +



∂ + ∂

= +

δ δ

δ δ

0 0 0

0

0 0 0

0 0

0

u x u

x

u x u

u x x

K

K

(18) Como a condição de linearização deve obedecer a equação das saídas do sistema (eq. 4) ⇒ o 1º termo do lado esquerdo da eq. (18) cancela o 1º termo do lado direito da equação.

Desprezando os T.O.S.:

( ) ( )

( ) ( )

) ) (

( ), ) (

) ( ( ), (

) ) (

( ), ) (

) ( ( ), ) (

(

1 1

1 1

t u u

t t t g

u u t t g

t x x

t t t g

x x t t t g

δy

m m

i i

n n

i i

i

δ δ

δ δ





∂ + ∂

 +



∂ + ∂

 +



∂ + ∂

 +



= ∂

0 0 0

0

0 0 0

0

u x u

x

u x u

x

K K

(19)

Para todas as p equações de saídas do sistema, tem-se:

) ( )

( )

(

0 2 0

1 0

0 2 2 0

2 1 0

2

0 1 2 0

1 1 0

1

0 2 0

1 0

0 2 2 0

2 1 0

2

0 1 2 0

1 1 0

1

t

u g u

g u

g

u g u

g u

g

u g u

g u

g

t

x g x

g x

g

x g x

g x

g

x g x

g x

g

t

m p p

p

m m

n p p

p

n n

u x

y

δ δ

δ

































 ∂



 ∂







 ∂



 ∂



+

































 ∂



 ∂







 ∂



 ∂



=

L M O M

M

L L

L M O M

M

L L

(20) onde os termos

(

gixj

)

0 e

(

giuk

)

0 representam uma notação mais compacta para

( )

(

gi x0(t),u0(t)xj

)

0 e

(

gi

(

x0(t),u0(t)

)

uk

)

0 respectivamente.

Mais compactamente,

) ( ) ( ) ( ) ( )

(t C t x t D t u t

y

δ δ

δ

= + . (21)

onde C(t) e D(t) são matrizes dadas por:

(7)

) 0 ( 2 0

1 0

0 2 2 0

2 1 0

2

0 1 2 0

1 1 0

1

) (

n pxn p p

p

n n

x g x

g x

g

x g x

g x

g

x g x

g x

g

t





























 ∂



 ∂







 ∂



 ∂



=

L M O M

M

L L

C (22)

) 0 ( 2 0

1 0

0 2 2 0

2 1 0

2

0 1 2 0

1 1 0

1

) (

m pxm p p

p

m m

u g u

g u

g

u g u

g u

g

u g u

g u

g

t

































 ∂



 ∂







 ∂



 ∂



=

L M O M

M

L L

D (23)

Em resumo as equações dinâmicas linearizadas de um sistema são as seguintes:

) ( ) ( ) ( ) ( )

(t A t x t B t u t

x

δ δ

δ

& = +

(24) )

( ) ( ) ( ) ( )

(t C t x t D t u t

y

δ δ

δ

= +

Nesse caso, como as matrizes do sistema, A, B, C e D, variam no tempo, o sistema é do tipo Linear Variante no Tempo (LVT).

Se a condição de linearização for uma condição de operação em regime estacionário, ou seja, x&0(t)=0, então as matrizes do sistema, A, B, C e D são constantes e o sistema é do tipo Linear Invariante no Tempo (LIT). Assim a eq. (24) fica:

) ( )

( )

(t A x t B ut

x

δ δ

δ

& = +

(25) )

( )

( )

(t C x t D u t

y

δ δ

δ

= +

Usualmente nas eq. (24) e (25) eliminam-se os termos de variação, “δδδδ⇒⇒⇒⇒ mas não se pode esquecer que para uma sistema com dinâmica linearizada os estados, as entradas e as saídas representam as variações dessas grandezas em torno da condição de

linearização.

(8)

5. Exemplos

Exemplo 1: Massa-mola não-linear:

Modelo do sistema não-linear:





+

= −



 

m t F m t x k m t x k t v t

v t x

) ( )

( )

( ) ( ) (

) (

3 2

& 1

&

[ ]





+

=

=

=

=

) ( ) ( )

1 ( ) , , ( ) (

) ( ) , , ( ) (

3 2 1

2 1

t F t x k t x m k F v x f t v

t v F v x f t x

&

&

Condição de linearização:

Adotada uma condição de regime estacionário ⇒



=

=

= 0

0

0 0 0

F v x& &

Para a condição de linearização as equações dinâmicas resultam em:



=

=

=

=

0 0

3 0 2 0 1 0

0 0

x k x k v

v x

&

&

Que resulta na seguinte relação:

3 0

0 2 0

1x +k x =

k

2 1

0 k

x =± − k

⇒ Nota-se que x0 somente existe se k1 e k2 tiverem sinais opostos.

Linearização da dinâmica do sistema:

0

0 1 =

 

x

f 1

0 1 =

 

v

f 0

0 1 =

 

F f

[

1 2 02

]

0

2 1 3

x k m k

x

f  = − −

 

∂ 0

0 2 =

 

v f

m F

f 1

0 2 =

 

Portanto,

( )



= −

0 3

1 0

2 0 2

1 k x m

A k



= m 1 B 0

(9)

( )

1 ( )

0 ) (

) ( 0 3

1 0

) (

) (

2 0 2 1

t m F t

v t x m

x k k t

v t

x

δ

δ δ δ

δ

 

 +



 



 

= −



 

&

&

Se por exemplo:





=

=

= kg 2

N/m 5 , 0 k

N/m 1

2 1

m k

⇒ 2m

2 / 1

1

0 = =

x , então:

) 5 ( , 0 0 ) (

) ( 0 1

1 0 ) (

)

( F t

t v

t x t

v t

x

δ

δ δ δ

δ

 +









= −





&

&

Exemplo 2: Pêndulo invertido:

Seja um pêndulo como mostra a figura a seguir. A massa do pêndulo que é concentrada em sua ponta é m e o seu comprimento é l. Um torque

τ

(t) variável é aplicado no pêndulo na posição de sua articulação.

Equação dinâmica do pêndulo:

(

( )

)

( )

cos )

2 (

t t

mgl t

ml

θ

&& +

θ

=

τ

Definindo a velocidade angular do pêndulo ⇒ ω(t)&(t). O sistema na forma do espaço dos estados fica:

( )





+

=

=

2

) ) (

( cos )

(

) ( ) (

ml t t l

t g t t

θ τ ω

ω θ

&

&

Condição de linearização:

y

x

θ

(t)

τ

(t)

m

l

g

(10)

Na condição de linearização desejada o pêndulo deve estar inclinado de 45º em relação à horizontal ⇒ existem duas condições de linearização possíveis:

a) A condição linearização é um ponto de equilíbrio, ou seja,

θ

&&0 =

θ

&0=0 nesse caso tem-se:





=

=

=

mgl

mgl 2

) 2 cos(

0

0 0

0

θ τ

ω

b) A condição de linearização não é um ponto de equlíbrio, ou seja,

θ

&&0 ≠0 nesse caso tem-se:





+

=

=

2 0 0

0 0 0

) 1

cos(

θ τ

ω ω θ

ml l

& g

&

Para definir completamente a condição de linearização deve-se adotar ω0 e

ω

&0, ou ω0 e τ0:

⇒ Adotando

ω

0 =

τ

0 = 0 ⇒

l g l

g

2 ) 2 cos( 0

0 =−

θ

=−

ω

& .

⇒ Observa-se que nessa condição de linearização o pêndulo está parado mas iniciando o movimento de queda devido à aceleração da gravidade.

Dinâmica Linearizada:

Utilizando a condição de linearização (b) para linearizar o sistema, tem-se:

0

0 1 =

 

θ

f 1

0 1 =

 

ω

f 0

0 1 =

 

τ

f

l g l

g f

2 ) 2 sin( 0

0

2 = =

 

θ

θ

0 0

2 =

 

ω

f

2 0

2 1

ml f  =

 

τ

Portanto,





= 0

2 2

1 0

l A g

=

2

1 0

ml B

) 1 (

0 ) (

) ( 2 0

2 1 0 )

( ) (

2

t t ml

t l

t g

t

δτ

δω δθ ω

δ θ δ





+

 





=

 

&

&

(11)

6. Método alternativo de linearização

Um método alternativo para linearizar a dinâmica de um sistema é assumir pequenas variações em torno da condição de linearização, como foi definido na eq. (10), repetida abaixo:





+

=

+

=

+

=

).

( ) ( ) (

);

( ) ( ) (

);

( ) ( ) (

t t

t

t t

t

t t

t

y y

y

u u

u

x x

x

0 0 0

δ δ δ

(10)

A derivada temporal dos estados são obtidas a partir da derivação da eq. (10), resultando em:

) ( ) ( )

(t x t x t

x& = &0 +

δ

& (26)

Observa-se que a derivada dos estados na condição de linearização não é necessariamente zero, pois a condição de linearização, como visto, não necessita ser uma condição estacionária.

Substituindo as eqs. (10) e (26) nas equações dinâmicas dos estados e nas equações de saída do sistema e desprezando termos de ordem superior obtém-se as equações linearizadas do sistema.

Por termos de ordem superior entende-se o seguinte:

Qualquer variação ao quadrado ⇒⇒⇒⇒δδδδxi2 (seja de variável de estado, de saída ou de entrada);

Qualquer produto de duas variações ⇒⇒⇒⇒δδδδxiδδδδxj (seja de variável de estado, de saída ou de entrada).

Exemplo 3: Pêndulo invertido:

Equação dinâmica do pêndulo na forma de espaço dos estados:

( )





+

=

=

2

) ) (

( sin )

(

) ( ) (

ml t t l

t g t t

θ τ ω

ω θ

&

&

Condição de linearização (condição (b) do exemplo 2):

⇒ Adotando:

θ

0 = 45º,

ω

0 =

τ

0 = 0 ⇒

l g l

g

2 ) 2 cos( 0

0 =−

θ

=−

ω

& .

Dinâmica Linearizada:

Substituindo as eq. (10) e (26) nas equações dinâmicas do sistema tem-se:

(12)

( ) ( )





+ +

+

= +

+

= +

) ( ) 1 (

) ( ) ( cos )

( ) (

) ( ) ( ) ( ) (

2 0 0

0

0 0

t ml t

t l t

t g t

t t

t t

δτ τ

δθ θ

ω δ ω

δω ω

θ δ θ

&

&

&

&

Aplicando a relação trigonométrica do cosseno da soma de dois ângulos,

(

( )

)

cos

(

( )

)

cos

(

( )

)

sin

(

( )

) (

sin ( )

)

cos

θ

0+

δθ

t =

θ

0 t

δθ

t

θ

0 t

δθ

t porém como

δθ

é pequeno ⇒

( )

( )



δθ δθ

δθ

sin

1 cos

que resulta em ⇒ cos

( θ

0+

δθ

(t)

)

=cos

( θ

0(t)

)

δθ

(t)sin

( θ

0(t)

)

Substituindo nas equações dinâmicas:

( ) ( )





+ +

+

= +

+

= +

) 1 ( ) 1 ( ) ( sin ) ( )

( cos )

( ) (

) ( ) ( ) ( ) (

0 2 0 2

0 0

0 0

ml t ml t

t l t

t g l

t g t

t t

t t

δτ τ

θ δθ

θ δω

ω

δω ω

θ δ θ

&

&

&

Nota-se que a condição de linearização obedece as equações dinâmicas, assim:

• Na 1ª expressão ⇒ o 1º termo do lado esquerdo cancela o 1º termo do lado direito;

• Na 2ª expressão ⇒ o 1º termo do lado esquerdo cancela o 1º e o 3ª termos do lado direito.

Portanto,

( )





+

=

=

) 1 ( ) ( sin ) ( )

(

) ( ) (

0 2 t

t ml l t

t g

t t

δτ θ

δθ ω

δ

δω θ

δ

&

&

que usando a condição de linearização fica na forma matricial:

) 1 (

0 ) (

) ( 2 0

2 1 0 )

( ) (

2

t t ml

t l

t g

t

δτ

δω δθ ω

δ θ δ





+

 

=



&

&





= 0

2 2

1 0

l

A g

=

2

1 0

ml B

(13)

7. Exercício

1) Considere a Equação de Van der Pol que representa um oscilador com amortecimento não- linear.

[

1 ( )

]

( ) ( ) ( )

)

( 2

2 2

t u t dt x

t t dx dt x

t x

d

µ

− + = ,

onde x(t) representa a coordenada de posição,

µ

é uma grandeza que representa a

quantidade de amortecimento presente no sistema e u(t) é o termo forçado ou a entrada do sistema.

Essa equação foi muito utilizada na engenharia elétrica/eletrônica para o estudo de válvulas e na dinâmica dos sistemas não-lineares.

Pede-se:

a) Coloque o sistema na forma de espaço de estados não-linear.

b) Defina uma condição de linearização de forma que seja uma condição de regime permanente. Você tem que escolher uma condição numérica. Utilize

µ

= 0,2.

c) Linearize o sistema utilizando um dos métodos vistos em aula.

d) Calcule as matrizes do sistema linear utilizando os resultados dos itens (b) e (c).

e) Defina uma função no Simulink para descrever a Equação de Van der Pol.

f) Utilizando as ferramentas do Matlab verifique se a condição de linearização definida em (b) está correta.

g) Utilizando as ferramentas do Matlab linearize o sistema em torno da condição de linearização calculada em (b) e (f) e verifique o resultado do item (d).

h) Simule os sistemas não-linear e linear para uma condição inicial igual à condição de linearização e para um degrau na entrada de amplitude 1 e compare os resultados.

i) Simule os sistemas não-linear e linear para uma condição inicial x0 = 0.1 e v0 = 0 e compare os resultados..

Principais comandos do Matlab a serem utilizados:

• Simulink;

• trim;

• linmod.

(14)

2) Considere o sistema composto por um pêndulo invertido sobre um carro, cujo modelo dinâmico é dado abaixo.

( ) ( )

( ) ( )





=

− +

+

=

− +

=

) ( ) ( ) ( sin )

( ) ( cos )

( ) (

0 ) ( sin )

( )

( ) ( cos

) ( ) (

2 2

t f t t ml

t t ml

t v m M

t mgl

t ml t v t ml

t t

ω θ ω

θ

θ ω

θ ω θ

&

&

&

&

&

onde

θ

é a posição angular do pêndulo,

ω

é a velocidade angular do pêndulo, v é a velocidade do carro, f é a força aplicada no carro, M é a massa do carro, m é a massa do pêndulo e l é o comprimento do pêndulo.

Figura. Esquema do pêndulo invertido sobre o carro.

Pede-se:

a) Determine a condição de linearização onde o pêndulo permanece parado na posição vertical.

b) Linearize a dinâmica do sistema.

c) Calcule as matrizes do sistema linearizado.

θ

(t) m

l

g

M f(t)

v(t)

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