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POR UMA ONTOEDUCAÇÃO NÔMADE E CRIATIVA

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POR UMA ONTOEDUCAÇÃO NÔMADE E CRIATIVA

Artur José Renda Vitorino Programa de Pós-Graduação em Educação/PUC-Campinas arturvitorino@uol.com.br

Resumo

Teoricamente, este texto propõe que seja investigado no conjunto dos textos dedicados por Gilberto Simondon e Gilles Deleuze ao problema da individuação e, assim, pelo conceito de pura diferença de Gilles Deleuze, pensar a educação pelo diverso como diverso. Ou seja, refletir que em nosso mundo a diversidade natural aparece sob três aspectos que se recortam: a diversidade das espécies, a diversidade dos indivíduos que são membros de uma mesma espécie, a diversidade das partes que compõem um indivíduo. Neste estudo, ao ser adotado o princípio da leitura crítica através do método de interpretação desenvolvido por Bernard Lonergan, foi detectado, pelo conceito de pura diferença, e alojados no problema da individuação – como excesso de potência – a especificidade, a individualidade e a heterogeneidade. Quanto a Simondon, a sua ênfase ao conceito de transindividual nos aciona a pensar o problema da individuação humana pela qual é possível compreender conjuntamente a dimensão social e a técnica por meio de uma confrontação entre filosofia e ciências humanas com o fim de axiomatizá-las e assim propor um novo humanismo. A transindividualidade do conhecer permitiria, deste modo, investigar uma possível relação da educação com a questão do individuar, nos individuar e individuar em nós tal como foi proposto por Simondon para problematizar as questões da ciência educacional que trabalha com a generalidade, a semelhança entre os sujeitos e a equivalência entre os termos que designam os objetos particulares, em detrimento da diferença, singularidade e individualidade. Assim, busca-se expressar semanticamente a individuação, tal como proposta por Gibert Simondon e retomada por Gilles Deleuze, como teoria da singularidade em devenir, no sentido de refundação dos modos de pensar, perceber e existir com uma alternativa, dentro da filosofia contemporânea, de realizar uma crítica à ontologia que amortece – para não dizer elimina/ mata – o problema-educação. Trata-se de propor uma ontoeducação nômade e criativa.

Palavras-chave: educação; diferença; Deleuze; individuação; Simondon.

Abstract

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Gilles Deleuze, as the theory of singularity in becoming, towards refounding of ways of thinking, perceiving and there is an alternative, within contemporary philosophy, to perform a critique of ontology that dampens - if not eliminate / kill - the problem-education. It is to propose a nomadic and creative ontoeducation.

Keywords: education; difference; Deleuze; individuation; Simondon.

Primeiras Palavras

Ao retomarmos uma reflexão presente nesse encontro entre educadores quanto a estabelecer as (possíveis) relações entre “Saberes, Poderes e Verdades” a partir do eixo que direciona esse encontro, qual seja, “Mundos que se tecem entre ‘nosostros’: o ato de educar em uma língua ainda por ser escrita”, traz, em seu âmago, um pressuposto relativo.1 O pressuposto relativo de que há lugar para que sejam realizadas reflexões sistemáticas a serem transpostas para o âmbito pedagógico e as práticas educativas. Assim, mesmo que tal pressuposição seja objeto de questionamento crítico, parte-se da ideia de que a partir de certas concepções fundamentais de uma doutrina ética, metafísica, epistemológica ou ontológica, seria possível derivar ou mesmo deduzir uma concepção precisa de educação, e disso a sugestão de práticas pedagógicas. Deste modo, estaríamos assentados na concepção de que “A Filosofia educacional depende da filosofia formal, porque quase todos os grandes problemas da educação são, no fundo, problemas filosóficos” (KNELLER, 1966, p. 37).

Em outras palavras, subentende-se que o discurso educacional ou mesmo uma teoria da educação teria como premissa que o estabelecimento de seus objetivos e de seus procedimentos estaria fundamentado numa determinada reflexão filosófica sobre o homem, a sociedade, a ética, os valores e cujas práticas pedagógicas seriam decorrentes de tal perspectiva filosófica.

Nesse sentido, o que vamos aqui expor, no âmbito da educação por meio da filosofia, traz, por um lado, o pressuposto absoluto – no sentido de que as pressuposições absolutas são condições necessárias para que alguma coisa possa ser afirmada ou feita – e, no caso, no âmbito da educação, talvez esteja em dizer que “a possibilidade de modificação do ser humano seja um pressuposto absoluto, sem a possibilidade de ser questionado pelo educador enquanto educador” (AZANHA, 1987, p. 17). Por outro lado, as pressuposições relativas, tal como da relação entre filosofia e educação, a qual esta está assentada naquela, são sempre questionáveis e verificáveis.

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Sendo assim, problematiza-se: por meio dos dinamismos espaços-temporais, como, onde, quando os liames entre saberes, poderes e verdades, no sentido de permitir a realização do “ato de educar em uma língua ainda por ser escrita”, teriam força para intensificar uma síntese disjuntiva nesses liames no sentido dela atualizar a repetição de diferenças criativas?

Tal problema apresenta fortes ressonâncias com as formulações e conceitos de Gilles Deleuze (1925-1995) e de Gilbert Simondon (1924-1995). Com fim de encaminhar uma possível resposta ao problema acima, seria mostrar, em termos simondianos e acionada pela diferença deleuziana, que a filosofia da individuação humana implica ter juntado o pensamento do transindividual – o corpo social do indivíduo – e o pensamento da técnica - tipo de aliança do homem e da matéria em um dado momento fomentado pela educação e pela sociedade a qual se encontra, a qual teriam força para intensificar uma síntese disjuntiva dos liames entre saberes, poderes e verdades, no sentido de permitir a realização do “ato de educar em uma língua ainda por ser escrita” para atualizar a repetição de diferenças criativas.

Primeira aproximação

Por que acionar esses dois filósofos – Gilles Deleuze e Gilbert Simondon – para se dedicar a pesquisar e pensar a educação, tendo em vista que ambos não se debruçaram a pensar diretamente problemas relativos à educação senão de forma muito marginal? E somado a isso, por meio de filósofos estrambóticos, herméticos, difíceis, erráticos, nômades à própria filosofia?

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fundamentada por meio da célebre frase de Santo Agostinho recolhida por Xavier Zubiri (2005, p 6): “Busquemos como buscam os que ainda não encontraram, e encontremos como encontram os que ainda buscarão”. Investigar como a educação é na realidade para conseguir socializar e formar pessoas para o devir é faina interminável, pois tal como o real, a educação nunca está rematada, porque ambas – repetimos: realidade e educação – são abertas e múltiplas.

Deleuze e Simondon são filósofos que nos puseram a pensar conceitos afeitos à questão da diferença, e, assim, com capacidade para liberar o pensamento de sua função recognitiva e fazer dele uma potência criadora tão necessária ao problema da educação.

A educação cuida de múltiplos seres, e por isso ela é unívoca, ou seja, ela expressa uma só voz para toda uma multiplicidade de seres, de forma que todos se dizem da mesma maneira, mas em sua própria diferença. Desta forma, em sua univocidade, a educação não exclui a multiplicidade. Essa é a verdadeira natureza da educação. E é isso o que Deleuze nos ajuda a compreender, porque o grande objetivo dele é libertar a diferença das antigas malhas da representação. Ao ser submetida às regras da identidade e da semelhança, a diferença perde força ao ser enredada pelas tesas malhas da representação, a qual obedece aos critérios rígidos do raciocínio lógico e representativo.

Para Deleuze (1968; 1988), enquanto a diferença é submetida às exigências da representação, ela não é nem pode ser pensada em si mesma. A diferença em si mesma parece excluir toda relação do diferente com o diferente, relação esta, que a tornaria pensável. Parece, também, que ela só se torna pensável quando domada, isto é, quando submetida à quádrupla sujeição da representação: a identidade no conceito; a oposição no predicado; a analogia no juízo; a semelhança na percepção. Esse é o mundo clássico da representação, cuja definição se dá por meio de quatro dimensões que o medem e o coordenam. Como foi bem mostrado por Foucault (1966; 1990), as quatro raízes do princípio da razão são:

[...] a identidade do conceito, que se reflete numa ratio cognoscendi; a oposição do predicado, definida numa ratio fiendi; a analogia do juízo, distribuída numa ratio essendi; a semelhança da percepção, que determina uma ratio agendi (DELEUZE: 1988, p. 415).

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até o grande demais e o pequeno demais da diferença, tornando a representação infinita. Mas mesmo tornando infinita a representação – cujos esforços nesse sentido tiveram seus ápices com Leibniz e com Hegel – o que é descoberto é somente um fundamento que refere o excesso e a deficiência da diferença ao idêntico, ao semelhante, ao análogo, ao oposto, isto é, à razão suficiente, que não deixa escapar mais nada. Assim, a diferença continua marcada pela maldição. Esses exercícios nada mais fizeram do que descobrir meios mais sutis e mais sublimes de fazer a diferença se expiar ou de submetê-la, de resgatá-la sob as categorias da representação. Por isso, defendeu Deleuze, há de pensar o ser pela questão da diferença, mais propriamente por meio da ontologia da diferença pura.

Assim como a diferença pura é o singular, não podemos confundir a generalidade com a repetição. Deleuze quer mostrar que quando a ciência fala de repetição, ela está falando apenas da passagem de uma ordem de generalidade para outra ordem de generalidade. Caso considere-se que somente há ciência do geral e só há ciência do que se repete, para Deleuze há, sim, de se instalar na e pela multiplicidade das coisas vivas para aprendermos “a repetição como passagem de um estado das diferenças gerais à diferença singular, das diferenças exteriores à diferença interna – em suma, a repetição como o diferenciador da diferença” (DELEUZE, 1988, p. 136). E atente-se para essa noção de diferença singular e individual não são sinônimos. Deste modo, na repetição não são os indivíduos que retornam, e sim as singularidades – esses elementos essencialmente virtuais, os quais precedem a existência dos próprios seres. As singularidades são os verdadeiros acontecimentos transcendentais. Mas longe de serem individuais ou pessoais, para Deleuze (1974, p. 105-106)

[...] as singularidades presidem à gênese dos indivíduos e das pessoas: elas se repartem em um potencial que não comporta por si mesmo nem Ego (Moi) individual, nem Eu (Je) pessoal, mas que os produz atualizando-se, efetuando-se, as figuras desta atualização não se parecendo em nada ao potencial efetuado. É somente uma teoria dos pontos singulares que se acha apta a ultrapassar a síntese das pessoas e a análise do indivíduo tais como elas são (ou se fazem) na consciência. Não podemos aceitar a alternativa que compromete inteiramente ao mesmo tempo a psicologia, a cosmologia e a teologia: ou singularidades já tomadas em indivíduos e pessoas ou o abismo indiferenciado. Quando se abre o mundo pululante das singularidades anônimas e nômades impessoais, pré-individuais, pisamos, afinal, no campo do transcendental.

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as características principais desse mundo inerente – porque empírico - do campo transcendental. Conforme Deleuze, foi Simondon quem apresentou a primeira teoria racionalizada das singularidades impessoais e pré-individuais. Ao propor explicitamente, a partir destas singularidades, a fazer a gênese tanto do indivíduo vivo como do sujeito cognoscente, Simondon concebeu uma nova concepção de transcendental. E as cinco características pelas quais Deleuze buscou definir o campo transcendental: energia potencial de campo, ressonância interna das séries, superfície topológica das membranas, organização do sentido, estatuto do problemático, foram todas analisadas por Simondon. Porém, se por um lado estas cinco características principais do campo transcendental deleuziano dependeram estreitamente das reflexões de Simondon presentes no seu livro L’Individu et sa genèse physico-biologique (1964); por outro lado, Deleuze divergiu das conclusões as quais chegou Simondon.

Teoricamente, então, perscrutar no conjunto dos textos dedicados por Gilberto Simondon e Gilles Deleuze ao problema da individuação e, assim, pelo conceito de pura diferença de Gilles Deleuze, pensar a educação pelo diverso como diverso, ou seja, refletir que em nosso mundo a diversidade natural aparece sob três aspectos que se recortam: a diversidade das espécies, a diversidade dos indivíduos que são membros de uma mesma espécie, a diversidade das partes que compõem um indivíduo. Encontra-se aí alojados – como excesso de potência – a especificidade, a individualidade e a heterogeneidade. Quanto a Simondon, a sua ênfase ao conceito de transindividual nos aciona a pensar o problema da individuação humana pela qual é possível compreender conjuntamente a dimensão social e a técnica por meio de uma confrontação entre filosofia e ciências humanas com o fim de axiomatizá-las e assim propor um novo humanismo. A transindividualidade do conhecer permitiria, deste modo, investigar uma possível relação da educação com a questão do individuar, nos individuar e individuar em nós tal como foi proposto por Simondon para problematizar as questões da ciência educacional que trabalha com a generalidade, a semelhança entre os sujeitos e a equivalência entre os termos que designam os objetos particulares, em detrimento da diferença, singularidade e individualidade.

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Tecnicamente, a educação, aqui, deve ser compreendida como o movimento da dramatização, no sentido atribuído por Deleuze (2006, p. 129-154). Ao considerar que a questão que é? não assegura descobrir a essência ou a Ideia, para Deleuze (2006, p. 129) é “possível que questões do tipo: quem?, quanto?, como?, onde?, quando?, sejam melhores – tanto para descobrir a essência quanto para determinar algo mais importante concernente à Ideia”.

Assim, há duas séries a descrever. Numa delas, os dinamismos espaços-temporais, em suas várias propriedades, figuram o movimento de dramatização.

Sob a dramatização, a Ideia encarna-se ou atualiza-se, vem a

diferençar-se. É ainda preciso que a Ideia, em seu conteúdo próprio, já

apresente características que correspondam aos dois aspectos da diferençação. Com efeito, nela mesma, ela é sistema de relações diferenciais repartição de pontos notáveis ou singulares que resultam dessas relações (acontecimentos ideais). Quer dizer: a Ideia é plenamente diferenciada nela mesma, antes de se diferençar no atual (DELEUZE, 2006, p. 130).

É precisamente, nesse ponto, que o método da dramatização, para Deleuze, é representado pelo conceito complexo de diferenciação/diferençação. E é aqui que o conceito de diferença pura permite, a meu ver, as passagens entre virtual e atual ao trabalhar a produção de combinações praticamente ilimitadas de conglomerados finitos de componentes próprios a delimitar a “ocasião atual” (conceito este, de Whitehead, e retomado por Deleuze em A dobra – Leibniz e o barroco, de 1988).

Apesar de Deleuze, entre outros filósofos da diferença, nos propor o problema da dissolução da forma-Homem; e caso se pense que a forma-Homem são Ideias, multiplicidades que devem ser percorridas pelas questões como?, quanto?, em qual caso?, então, há a imantação da forma-Homem em seu sentido virtual, ou seja, a transmutação da forma-Homem em Ideia-Homem que a faz cintilar como acontecimentos ideais, pois ela é, agora, uma “imagem sem semelhança” (DELEUZE, 2006, p. 137), cuja atualização – explicita Deleuze - “é sempre criadora em relação ao que ela atualiza, ao passo que a realização é sempre reprodutora ou limitadora” (DELEUZE, 2006, p. 137).

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A forma-Homens é um acontecimento, cujo tour de force está presente nas obras de de Deleuze, ao visitar o problema das forças atuantes no homem e das forças de fora (ORLANDI, 1996), enlaçados pelo campo transcendental sem sujeito.

A partir de agora, então, temos duas séries que se entrelaçam: 1) a diferença é marcada pelo traço distintivo ci/ç: diferenciar e diferençar; 2) a Ideia, ou a coisa em Ideia, é plenamente e completamente diferenciada, pois ela dispõe de relações e singularidades que se atualizarão sem semelhança nas qualidades e partes. Ou seja, a Ideia é plenamente diferenciada nela mesma, e por isso ela se atualiza por diferençação.

O excesso de se existente no campo do virtual, para além do possível, é que se monta o suplemento a revelar uma ontologia da pura diferença. Tal operação de montagem é o trabalho possibilitado pelo conceito da repetição como diferenciador da diferença ao realizar as passagens entre virtual e atual.

Os diversos pontos a serem delimitados

Dessa forma, há de explorar os seguintes objetivos:

1. Expressar semanticamente a individuação, tal como proposta por Gibert Simondon e retomada por Gilles Deleuze, como teoria da singularidade em devenir, no sentido de refundação dos modos de pensar, perceber e existir com uma alternativa, dentro da filosofia contemporânea, de realizar uma crítica à ontologia que amortece – para não dizer elimina/ mata – o problema-educação.

2. Expor como Simondon atacou e buscou resolver a separação entre as ciências da natureza e as ciências do espírito por meio do conceito de individuação física: forma e matéria, forma e energia, forma e substância.

3. Trabalhar, via estudos de Simondon, a individuação dos seres viventes por meio de sua crítica à noção científica de informação pelo esquema hilemórfico.

4. Precisar a concepção de individuação humana proposto por Simondon por meio do sujeito como operação pela individuação psíquica (ou seja: A individuação da unidades perceptivas; Individuação e afetividade; Problemática da ontogênese e individuação psíquica).

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ação no problema da integração social do indivíduo e mediante uma filosofia do corpo compatível com a ideia de transindividualidade.

À guisa de fecho

Teoricamente, propõe-se investigar no conjunto dos textos dedicados por Gilberto Simondon e Gilles Deleuze ao problema da individuação e, assim, pelo conceito de pura diferença de Gilles Deleuze, pensar a educação pelo diverso como diverso, ou seja, refletir que em nosso mundo a diversidade natural aparece sob três aspectos que se recortam: a diversidade das espécies, a diversidade dos indivíduos que são membros de uma mesma espécie, a diversidade das partes que compõem um indivíduo. Encontra-se aí alojados – como excesso de potência – a especificidade, a individualidade e a heterogeneidade. Quanto a Simondon, a sua ênfase ao conceito de transindividual nos aciona a pensar o problema da individuação humana pela qual é possível compreender conjuntamente a dimensão social e a técnica por meio de uma confrontação entre filosofia e ciências humanas com o fim de axiomatizá-las e assim propor um novo humanismo. A transindividualidade do conhecer permitiria, deste modo, investigar uma possível relação da educação com a questão do individuar, nos individuar e individuar em nós tal como foi proposto por Simondon para problematizar as questões da ciência educacional que trabalha com a generalidade, a semelhança entre os sujeitos e a equivalência entre os termos que designam os objetos particulares, em detrimento da diferença, singularidade e individualidade. Assim, busca-se expressar semanticamente a individuação, tal como proposta por Gibert Simondon e retomada por Gilles Deleuze, como teoria da singularidade em devenir, no sentido de refundação dos modos de pensar, perceber e existir com uma alternativa, dentro da filosofia contemporânea, de realizar uma crítica à ontologia que amortece – para não dizer elimina/ mata – o problema-educação. Trata-se de propor uma ontoeducação nômade e criativa.

Referências

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________. (1966) Gilbert Simondon: O indivíduo e sua gênese físico-biológica. In: ____. A ilha deserta: e outros textos. Edição preparada por David Lapoujade; organização da edição brasileira e revisão técnica Luiz B. L. Orlandi. São Paulo: Iluminuras, 2006.

FOUCAULT, Michel (1966). As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. Trad. Salma Tannus Muchail; revisão Roberto Cortes de Lacersa. 5ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1990.

KNELLER, G. Introdução à filosofia da educação. Rio de Janeiro: Zahar, 1966.

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