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Aula 15 PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO EXECUÇÃO FISCAL

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Academic year: 2022

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Curso/Disciplina: Processo Judicial Tributário Aula: Processo Judicial Tributário - 15

Professor : Mauro Lopes Monitor : Virgilio Frederich

Aula 15

PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO EXECUÇÃO FISCAL

1. Despacho inicial.

O despacho inicial do processo de Execução Fiscal está regrado no artigo 7º da Lei nº 6.830/19801:

“Art. 7º - O despacho do Juiz que deferir a inicial importa em ordem para:

I - citação, pelas sucessivas modalidades previstas no artigo 8º;

II - penhora, se não for paga a dívida, nem garantida a execução, por meio de depósito, fiança ou seguro garantia; (Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014)

III - arresto, se o executado não tiver domicílio ou dele se ocultar;

IV - registro da penhora ou do arresto, independentemente do pagamento de custas ou outras despesas, observado o disposto no artigo 14; e

V - avaliação dos bens penhorados ou arrestados“.

As diligências previstas no artigo 7º Lei nº 6.830/1980 são situações comuns em um processo baseado em constrição patrimonial. A intenção do legislador é evitar movimentação cartorária desnecessária, fazendo com que com o não indeferimento da inicial (deferimento) implique a ordem implícita do juiz para todos os atos necessários para a penhora no caso do não pagamento, bem como para a avaliação de bens e o registro, de maneira que, ao retornar o mandado cumprido pelo oficial de justiça, estejam presentes todos os elementos para a continuidade da execução.

1 Lei das Execuções Fiscais, Lei nº 6.830, de 22 de Setembro de 1980 disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6830.htm

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No despacho inicial, geralmente o juiz fixava o percentual de honorários advocatícios tanto em execução de títulos extrajudiciais regidos pelo Código de Processo Civil quanto nas execuções fiscais, mesmo nesse caso, sem expressa previsão legal. Essa medida era tomada para evitar o ônus do exequente, que contratava advogado para cobrar em juízo, mas apenas recebia o valor da dívida sem honorários quando o pagamento era feito dentro do prazo da citação pelo executado. Essa fixação do percentual dos honorários pelo juiz era livre, porém a norma passou a definir os percentuais.

O Código de Processo Civil2 contemplou a fixação de honorários de sucumbência como regra em seu artigo 827:

“Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advocatícios de dez por cento, a serem pagos pelo executado.

§ 1o No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos honorários advocatícios será reduzido pela metade.

§ 2o O valor dos honorários poderá ser elevado até vinte por cento, quando rejeitados os embargos à execução, podendo a majoração, caso não opostos os embargos, ocorrer ao final do procedimento executivo, levando-se em conta o trabalho realizado pelo advogado do exequente“.

Com exceção da União Federal e de suas autarquias3, pode-se aplicar subsidiariamente o artigo 827 do Código de Processo Civil na Execução Fiscal, porque a fixação de honorários no despacho inicial atende ao princípio da causalidade que regula a sucumbência no processo civil, pois quem de modo injurídico dá causa

2 Lei nº 13.105, de 16 de MARÇO de 2015 disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- 2018/2015/lei/l13105.htm

3 O Banco Central do Brasil, BACEN, em suas execuções, está sujeito aos procedimentos de aplicação de honorários aplicado em geral.

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à propositura da ação responde pelos honorários advocatícios devido ao advogado da outra parte. Porém essa aplicação será feita “mutatis mutandis“, ou seja, há uma adequação a ser feita.

O artigo 8º da Lei nº 6.830/1980 prevê um prazo de 5 dias, logo o prazo de 3 dias do parágrafo 1º do artigo 827 do Código de Processo Civil não pode ser utilizado, mas aplica-se a ideia de reduzir os honorários de sucumbência pela metade se o adimplemento for feito dentro do prazo.

Caso, ainda que citado, o executado não tenha feito o pagamento, mas tenha garantido o juízo e oposto embargos à execução4, que tenham sido rejeitados, há também a possibilidade da majoração do ônus de sucumbência desde que não supere 20%5, conforme parágrafo 2º do artigo 827 do Código de Processo Civil.

Ainda assim, mesmo que os embargos à execução não tenham sido oferecidos, há a possibilidade de elevação dos honorários pagos pelo executado, levando-se em conta o trabalho do advogado do exequente, Procurador Fazendário, até a conclusão do processo.

Se o juiz julgar procedentes os embargos à execução e extinguir o processo de execução, após o trânsito em julgado, o exequente, Fazenda Pública, fica obrigado a pagar os honorários de sucumbência fixados inicialmente ao executado.

O motivo pelo qual não se aplica à União, suas autarquias e fundações públicas federais o procedimento de honorários acima exposto, deve-se ao fato do Decreto-Lei 1.025/19696 estabelecer um encargo adicional de 20% no momento inscrição no registro na dívida ativa. Nesse encargo já estão incluídos os honorários e custos que a União tem com a administração da dívida ativa, fazendo com que o juiz não se manifeste no processo acerca dos honorários sob pena de cobrança em duplicidade de encargos (bis in idem).

De acordo com a súmula 168 do extinto Tribunal Federal de Recursos, precursor do Superior Tribunal de Justiça (STJ):

“Súmula 168/TFR - 08/03/2017. Execução fiscal. Honorários advocatícios. Encargo de 20% do Dec.-lei 1.025/69, art. 1º. Dec.-lei 1.645/78, art. 3º. CPC, art. 20 (CPC de 1973).

O encargo de 20% do Dec.-lei 1.025/69, é sempre devido nas execuções fiscais da União e substitui, nos embargos, a condenação do devedor em honorários advocatícios“.

Se o débito for pago antes da propositura da execução pela União, o encargo é reduzido para 10%, conforme Decreto-Lei 1.569/19777. Após a apresentação da ação de execução em juízo, não é mais possível a alteração do percentual de 20% pelo magistrado.

4 No caso os embargos à execução têm efeito de ação de conhecimento constitutiva negativa.

5 Antes havia o entendimento que são dois processos distintos: ação de execução e embargos à execução e, assim, deveria haver cumulação da verba honorária desde que somadas não superassem 20%.

6 Decreto-Lei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969 disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto- lei/Del1025.htm

7 Decreto-Lei nº 1.569, de 8 de agosto de 1977 disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto- lei/Del1569.htm

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Para as autarquias e fundações públicas federais, o dispositivo legal que rege esse encargo e sua redução é a Lei 10.522/20028, artigo 37-A9.

Cabe falar sobre decisões judiciais que indeferem a petição inicial sob o fundamento de se tratar de uma pretensão antieconômica diante do valor reduzido do crédito em cobrança, tendo em vista a justiça estar abarrotada e sem condições de dar prosseguimento às demais ações com conteúdo econômico relevante. A questão é que não cabe ao juiz definir o que se trata de reduzido valor e, ademais, o crédito público não é disponível e o juiz não tem a disponibilidade da coisa pública.

Sobre essa questão há a súmula 452 do Superior Tribunal de Justiça (STJ):

“A extinção das ações de pequeno valor é faculdade da Administração Federal, vedada a atuação judicial de ofício“.

8 Lei nº 10.522, de 19 /07/2002 disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10522.htm

9 Lei nº 10.522/2002, Art. 37-A: “Os créditos das autarquias e fundações públicas federais, de qualquer natureza, não pagos nos prazos previstos na legislação, serão acrescidos de juros e multa de mora, calculados nos termos e na forma da legislação aplicável aos tributos federais. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 1o Os créditos inscritos em Dívida Ativa serão acrescidos de encargo legal, substitutivo da condenação do devedor em honorários advocatícios, calculado nos termos e na forma da legislação aplicável à Dívida Ativa da União.

(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 2o O disposto neste artigo não se aplica aos créditos do Banco Central do Brasil”.

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O orçamento da Justiça Federal é custeado pela União, que tem como estimar qual o custo da cobrança do crédito em face ao executado. Na esfera Federal, tem-se a Lei 7.799/198910, artigo 65, parágrafo único:

“Parágrafo único. O Ministro da Fazenda poderá dispensar a constituição de créditos tributários, a inscrição ou ajuizamento, bem assim determinar o cancelamento de débito de qualquer natureza para com a Fazenda Nacional, observados os critérios de custos de administração e cobrança“.

A regulamentação desse valor foi realizada pela Portaria nº 75/2012 do Ministério da Fazenda e é atualmente de R$ 20.000,0011.

Para os Conselhos Profissionais há a Lei 12.514/201112 e, conforme artigo 8º13, o valor mínimo para execução judicial de dívida será equivalente a 4 vezes o valor da anuidade. À Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) não se aplica essa lei.

10 Lei nº 7.799, de 10 de julho de 1989 disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7799.htm

11Portaria nº 75 de 22 de março de 2012 do Ministério da Fazenda disponível em: http://fazenda.gov.br/acesso- a-informacao/institucional/legislacao/portarias-ministerial/2012/portaria75

Esse limite não é aplicado em se tratando de multa penal.

12 Lei nº 12.514, de 28 de outubro de 2011 disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011- 2014/2011/lei/l12514.htm

13 Lei nº 12.514/2011, Artigo 8º: “Os Conselhos não executarão judicialmente dívidas referentes a anuidades inferiores a 4 (quatro) vezes o valor cobrado anualmente da pessoa física ou jurídica inadimplente.

Parágrafo único. O disposto no caput não limitará a realização de medidas administrativas de cobrança, a aplicação de sanções por violação da ética ou a suspensão do exercício profissional.”

Referências

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