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Exercício 01 José Antônio 2014 2

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

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CURSO DE AQUACULTURA

AMBIENTALMENTE SUSTENTÁVEL, SOCIALMENTE JUSTA E ECONOMICAMENTE VIÁVEL

DISCIPLINA: ATIVIDADES INTEGRATIVAS I PROFESSOR: Alexandre Benvindo de Souza

EXERCÍCIO I – Atividades Integrativas I

Resenha do texto PESCA E AQUICULTURA NO BRASIL de Luciano Gomes de Carvalho Pereira abordando os dados de produção de pescado, legislação ambiental e perspectivas da produção aquícola brasileira, incluindo um comparativo entre pesca extrativista e produção em aquacultura.

ALUNO: José Antônio da Conceição

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

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RESENHA

O texto “Pesca e Aquicultura no Brasil” produzido no ano de 2012, autoria de Luciano Gomes de Carvalho Pereira, assessor parlamentar, é um documento que condensa os dados a respeito da pesca extrativista e da produção de peixes e crustáceos em cativeiro, em nível mundial e nacional.

A legislação brasileira anterior e atual a respeito do tema é explicitada no documento de forma clara, embora o documento não aborde os aspectos legislativos externos que influenciam diretamente a atividade dos aquicultores em águas internas. Refere-se aqui às questões ligadas ao meio ambiente, à outorga excessivamente burocrática das águas interiores, aos problemas originados pelo desrespeito à legislação que disciplina a hierarquia do uso das águas e declara que a dessedentação humana e a produção de alimentos são prioritárias em relação ao seu uso como fonte geradora de energia.

O documento tem o objetivo de subsidiar os integrantes dos poderes executivo e legislativo brasileiros, envolvidos com a política agrícola de produção de alimentos, a tomarem decisões administrativas, elaborarem as leis, decretos e portarias que orientem a implementação das políticas necessárias ao desenvolvimento do setor da aquicultura brasileira, com o objetivo de garantir oferta de alimentos altamente proteicos à população a baixo custo ou ainda, a custos compatíveis com o poder de compra desta.

A aquicultura brasileira, demonstrada dentro do documento com dados da segunda metade do século XX e início do século XXI, é resultado de tecnologias importadas, pois não existiam e ainda não existem no Brasil estudos científicos que considerem exclusivamente o nosso clima, as nossas espécies aquáticas nativas, a nossa cultura, a limnologia das nossas águas internas, o enorme potencial econômico do nosso irrigado território. O Sarotherodon niloticuspeixe, a popular tilápia-do-nilo é uma das espécies exóticas (oriundas de lugares extra-fronteiras) mais cultivadas em águas interiores do Brasil, está presente em alta densidade em quase todas as regiões brasileiras, inclusive dentro das águas do LAQUA - Laboratório de Aquacultura da UFMG.

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3 É necessário criar com urgência, dentro da aquacultura, “a cultura do cuidado especial com a apresentação de números estatísticos”. Na página 24 do 1º ANUÁRIO BRASILEIRO DE PESCA E AGRICULTURA está estampado o seguinte gráfico:

O gráfico mostra que o consumo per capta de pescado (cultivado ou oriundo de pesca extrativista) está em crescimento constante desde 1999. Mas o gráfico não registra em quais segmentos da população brasileira este consumo aumentou.

A classe situada na base da pirâmide da estratificação social foi alvo da mídia nos últimos dez anos, pois neste período passou a ter acesso à proteína da carne de frango. Quando esta classe passará a ter acesso à proteína proveniente da carne dos crustáceos e dos pescados?

O trecho do documento da FAO Fish and fishery products revela a preocupação da instituição com os preços do peixe:

(texto em tradução livre e adaptado)

Do ponto de vista da oferta, a resposta global aos preços elevados recentemente testemunhado foi desigual. Isto foi evidenciado na recuperação de produção de cereais neste ano, esta resposta esteve concentrada nos países desenvolvidos, ao passo que a mesma resposta foi muito mais fraca nos países em desenvolvimento. Sob as atuais perspectivas sombrias para os preços agrícolas [aqui incluidos o preço

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4 dos peixes, crustáceos e derivados], altos custos de entrada e acesso mais difícil ao crédito, os agricultores podem reduzir suas plantações, o que pode resultar em um novo aperto dos suprimentos mundiais de alimentos. Se, de fato, a produção cair

drasticamente no próximo ano, episódios de tumultos e instabilidade poderiam voltar a figurar nas manchetes.

Preços mais baixos dos alimentos são uma boa notícia para os consumidores, mas não pode ser sustentado se eles são apenas uma indicação de excesso de oferta no mercado. A menos que eles reflitam ganhos consolidados de eficiência nos custos, os preços baixos só irão afugentar os tão necessários investimentos no setor agrícola devido à contenção em curso dos empréstimos bancários, que minarão o desenvolvimento e o crescimento da produtividade agrícola dos países e sua comercialização a longo prazo.

Fica evidente que o preço das commodities milho e soja influenciam diretamente o preço da ração que serve de alimento aos peixes e outros animais aquáticos criados em cativeiro. A aquicultura brasileira precisa ser reorientada no sentido de formar profissionais conhecedores e ligados à cultura campesina, para que os peixes e crustáceos produzidos em águas brasileiras venham beneficiar em primeira instância as populações ribeirinhas e praianas, as famílias dos homens que somente conheceram as palavras shopping e Hipermercado em passado recente, por meio da mídia despreocupada com o ser humano e com a sustentabilidade, mídia que é a maior disseminadora das ideologias nefastas e nada publica contra a mais nefasta das ideologias.

Quando Pedro Álvares Cabral aportou por aqui, os rios e mares do mundo inteiro eram densamente povoados e não existia nenhuma “fábrica de ração” em nenhum lugar do planeta.

Devido ao exposto, não será benéfico para toda a nação brasileira que a aquicultura nacional enverede pelos mesmos caminhos trilhados pelo agronegócio, alijando das riquezas produzidas com a atividade, todas as famílias daqueles trabalhadores que cuidam, fornece alimentação, abatem, limpam e colocam a proteína da carne do pescado em condições de seguir para as prateleiras dos hipermercados. Para estes trabalhadores restará apenas o cheiro de peixe impregnado nas mãos e no vestuário, a lesão por esforço repetitivo e as demais doenças que acometem quem trabalha no frio intenso exigido dentro das instalações onde ocorre a preparação e embalagem dos produtos perecíveis. Isso seria a simples transformação do “pescador-trabalhador-pobre-explorado” em “ aquicultor-trabalhador-pobre-explorado”.

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5 Apesar dos aspectos negativos citados, a proteína presente na carne de animais aquáticos cultivados em cativeiro é mais saudável que aquela advinda da pesca extrativista. O controle fitossanitário das condições de criação, engorda, abate, transporte e comercialização são exigidos do aquicultor e não estão presentes em todas as etapas da vida dos animais advindos da pesca extrativista. Além disso, a pesca extrativista exerce enorme pressão sobre os estoques naturais, provoca desequilíbrios na cadeia alimentar das espécies nativas e coloca muitas delas em risco de extinção.

A aquicultura bem praticada e orientada para cumprir sua função social (ainda indefinida inclusive dentro das cátedras das universidades) pode contribuir com a alimentação humana nos dias atuais e também no futuro, proporcionando inclusive a reposição dos estoques naturais por meio do repovoamento dos rios, lagos e oceanos com suas espécies nativas. O Brasil, onde se concentra 13,7% da água doce do mundo (muitas delas poluídas por causa da industrialização desenfreada e do crescimento explosivo e sem planejamento das cidades) é candidato a ser pioneiro na construção de uma aquacultura ambientalmente sustentável, socialmente justa e economicamente viável.

Os números referentes ao consumo de pescado extrativista ainda são enormes se comparados ao consumo de pescado cultivado pela aquicultura. A missão da ciência que está nascendo tardiamente no Brasil é reverter a agressão ao meio ambiente e contribuir para diminuir a escassez de alimentos que se avizinha por causa do crescimento populacional quase exponencial acontecido desde a Revolução Industrial. Quando esta relação se inverter, se o meio ambiente estiver sendo mais bem cuidado que atualmente e as populações ribeirinhas e praianas estiverem vivendo uma vida digna, com acesso garantido aos produtos e serviços pelo poder de compra de seus salários, terá sido válida a opção de muitos pelo curso de aquacultura.

É viável que a aquacultura consiga este intento garantindo vida digna aos trabalhadores e familiares envolvidos com a "nova maneira de produzir proteínas".

Referências

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