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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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Mestrado Integrado em Medicina

2014 - 2020

Gonçalo Filipe Soares Cavaco │ 2014213 │ Lisboa, 2020

Orientador: Prof. Doutor Fernando Cirurgião

Regente: Prof. Doutor Rui Maio

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Agradecimentos

Em primeiro lugar gostaria de agradecer aos meus pais. Foram vocês que construiram a base a partir da qual eu consegui crescer. Tudo o que sou ou serei e todos os objetivos que conseguir alcançar terão sempre a educação, afeto e valores que me transmitiram como ponto de partida.

Um grande obrigado também à minha irmã, Rita. Mesmo nos momentos mais difíceis, estiveste sempre, sem falta, ao meu lado. Espero conseguir retribuir-te com orgulho todos os conselhos e apoio que me deste ao longo destes anos.

Agradeço à Faculdade de Ciências Médicas, por todos os ensinamentos, médicos e não médicos, que adquiri durante o curso, especialmente através do ensino eminentemente prático e clínico que sempre foi valorizado nesta instituição.

Gostava também de agradecer aos Docentes que tutelaram a minha aprendizagem ao longo do curso e, em particular, nos vários Estágios Parcelares deste último ano. Um especial obrigado à Dra. Raquel Landeiro, por me ensinar através do exemplo o que é ser um bom médico e uma boa pessoa, e à Dra. Isabel Baptista, por me ter dado o espaço necessário para o meu gosto pela Medicina Interna crescer uma vez mais.

Por fim, queria agradecer pelas amizades que o curso me deu. Obrigado Beatriz, Diogo, Eduardo, Francisco, Júlio, Maria, Pedro e Rui, por todas as pausas de estudo, jantares em grupo, pelas gargalhadas em tempos de ansiedade e por poder contar convosco nos meus momentos de dúvida e insegurança. A medicina uniu-nos, mas as nossas memórias em conjunto apenas começaram a ser construídas.

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Lista de Abreviaturas e Acrónimos

AVC – Acidente Vascular Cerebral

CHPL – Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa

CHULC – Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central DEO – Diário do Exercício Orientado

DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica HBA – Hospital Beatriz Ângelo

HDE – Hospital Dona Estefânia HJM – Hospital Júlio de Matos HSJ – Hospital de São José ITU – Infeção do Trato Urinário MGF – Medicina Geral e Familiar

MIM – Mestrado Integrado em Medicina NA – Não Aplicável

ONG – Organização Não Governamental PAC – Pneumonia Adquirida na Comunidade SAP – Serviço e Atendimento Permanente SNS24 – Serviço Nacional de Saúde 24 SU – Serviço de Urgência

UC – Unidade Curricular

UCIM – Unidade de Cuidados Intermédios USF – Unidade de Saúde Familiar

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Índice

1. Introdução e Objetivos ... 5 2. Estágios Parcelares ... 5 2.1. Pediatria... 5 2.2. Ginecologia e Obstetrícia ... 6 2.3. Saúde Mental ... 7

2.4. Medicina Geral e Familiar ... 7

2.5. Medicina Interna ... 8

2.6. Cirurgia Geral ... 9

3. Elementos Valorativos ... 9

4. Reflexão crítica ... 10

5. Anexos ... 13

5A. Anexo 1 – Cronograma do Estágio Profissionalizante ... 14

5A. Anexo 2 – Trabalhos Desenvolvidos ... 15

5B. Anexo 3 – Congresso Nacional de Estudantes de Medicina (CNEM) 2019 ... 16

5B. Anexo 4 – Workshop “Emergency Day” 2019 ... 17

5B. Anexo 5 – Workshop “Medicina de Catástrofe e Emergência” 2020 ... 18

5C. Anexo 6 – Colaboração como Monitor Voluntário na UC de Anatomia no ano letivo 2015/2016 ... 19

5C. Anexo 7 – Colaboração como Monitor Voluntário na UC de Fisiologia no ano letivo 2015/2016 ... 20

5C. Anexo 8 – Colaboração como Monitor Voluntário na UC de Fisiologia nos anos letivos 2016/2017 e 2017/2018 ... 21

5D. Anexo 9 – Trabalho voluntário pela REFOOD no ano 2017 ... 22

5D. Anexo 10 – Trabalho voluntário pela REFOOD no ano 2018 ... 23

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1. Introdução e Objetivos

A UC Estágio Profissionalizante, enquanto elemento letivo primordial do 6º ano do MIM, engloba dois componentes principais: uma eminentemente prática, organizada através de um sistema de rotação por seis Estágios Parcelares, que constituem áreas basilares da Medicina (Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde

Mental, Medicina Geral e Familiar, Medicina Interna e Cirurgia Geral) e o Relatório Final, que deve refletir

as experiências vivenciadas destes mesmos estágios e que inclui a sua discussão em prova pública.

Os Estágios Parcelares representam momentos de integração e consolidação de conhecimentos teóricos e teórico-práticos adquiridos em anos anteriores, aquisição de competências práticas, experiência da vivência médica diária de cada especialidade e de evolução médica pessoal, de forma a cada aluno ter a oportunidade de explorar áreas e atividades de interesse, tornando-se, assim, imprescindíveis para a aquisição das competências humanas, intelectuais, clínicas e sociais intrínsecas à medicina.

Os objetivos gerais da UC Estágio Profissionalizante encontram-se em linha com os objetivos da formação médica pré-graduada: (1) praticar medicina com supervisão, segurança e considerando os princípios éticos e morais inerentes à mesma; (2) abordar os problemas de saúde mais comuns ao nível do serviço de urgência, consultas ou serviço de internamento, seguindo um modelo biopsicossocial; (3) reconhecer e orientar urgências e emergências médicas de forma tempo-eficiente; (4) recolher informação clínica, psicológica e social através da história clínica e exame objetivo; (5) propor um diagnóstico definitivo a partir de vários diagnósticos diferenciais possíveis; (6) pedir e interpretar exames complementares de diagnóstico em concordância; (7) treinar a prescrição de terapêuticas farmacológicas e não farmacológicas baseadas na evidência; (8) realizar técnicas médicas básicas; (9) aprimorar técnicas de comunicação interpessoal; (10) promover a saúde e medidas de prevenção. Para além destes objetivos gerais, também me foi possível perseguir alguns objetivos pessoais, que discutirei em maior detalhe adiante.

Com a elaboração e posterior discussão do presente relatório, pretendo não só expor aquilo que realizei durante os estágios mencionados, mas também refletir acerca dos ganhos que retirei dos mesmos enquanto futuro médico e enquanto pessoa. De seguida, tenciono discutir os aspetos que gostaria de ter tido maior oportunidade para desenvolver ao longo deste ano e como pretendo, no futuro, trabalhar para colmatar estes pontos de forma a tornar a minha aprendizagem mais completa.

2. Estágios Parcelares

2.1. Pediatria

Data de Estágio Tutora Diretor de Serviço Coordenador de Estágio Local de Estágio

De 09/09/2019 a 04/10/2019

Dra. Rita Machado Dr. António Bessa Almeida

Prof. Doutor Luís Varandas

HDE │ CHULC Familiarizei-me com a abordagem, marcha diagnóstica (incluindo o pedido e interpretação de exames complementares), tratamento e gestão das patologias mais relevantes (pela sua frequência ou gravidade) na idade pediátrica, incluindo urgências e emergências, objetivos estes que considero primordiais neste Estágio

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Parcelar. Treinei também competências não técnicas essenciais à prática clínica em Pediatria, nomeadamente a comunicação com crianças, adolescentes e as suas respetivas famílias. Aprender a abordar um problema de saúde na idade pediátrica de forma distinta dessa mesma situação clínica em adultos, como uma febre sem foco, constituiu outra aprendizagem que considero especialmente relevante neste estágio.

Dado o meu estágio de Pediatria do 5º ano ter sido num Serviço de Nefrologia Pediátrica, tornou-se complementar que a maioria do meu estágio do 6º ano tenha decorrido no Serviço de Pediatria Geral e no Serviço de Urgência, possibilitando-se o desenvolvimento de conhecimentos mais abrangentes da prática clínica diária da Pediatria. As patologias que mais frequentemente contactei foram: gastroenterite aguda, otite média aguda, bronquiolite aguda e faringite aguda. Destaco, pela relevância enquanto emergências pediátricas típicas, o contacto com uma meningite e uma crise inaugural de Diabetes Mellitus tipo 1.

Tomando partido de um estágio num Hospital Pediátrico Central e de forma a aumentar a sua variedade, experienciei também a prática clínica em Pediatria noutros contextos: Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, Consultas do Viajante, de Pediatria Médica, Cirurgia Pediátrica, Imunoalergologia e de Hematologia Pediátrica. Adicionalmente, como momentos de avaliação, redigi uma história clínica e apresentei um seminário acerca do tema “Abordagem da intoxicação por paracetamol em idade pediátrica”.

2.2. Ginecologia e Obstetrícia

Data de Estágio Tutor Diretor de Serviço Coordenadora de Estágio Local de Estágio

De 07/10/2019 a 31/10/2019

Dr. José Reis Dr. Carlos Veríssimo Prof.ª Doutora Teresinha Simões

HBA Neste estágio, ao contrário daquilo que foi a norma nos restantes Estágios Parcelares, não acompanhei a atividade diária do meu tutor, mas sim de diversos médicos do serviço, permitindo-me contactar com as diferentes valências da especialidade: consultas de Ginecologia e de Obstetrícia, Bloco Operatório, Exames Ginecológicos, Ecografia Ginecológica e Obstétrica e o Serviço de Internamento. Paralelamente, acompanhei semanalmente o meu tutor no Serviço de Urgência. Nestes diferentes contextos clínicos, assumi como

objetivos prioritários: consolidar conhecimentos teóricos na área da Ginecologia e Obstetrícia; treinar

aptidões e técnicas específicas a esta especialidade, nomeadamente na colheita de uma anamnese e realização do exame objetivo da mulher, da grávida (durante toda a gravidez e no período do trabalho de parto) e do feto; praticar a discussão de hipóteses de diagnóstico, pedido de exames complementares e a proposta de terapêutica e de medidas de prevenção (incluindo rastreios); aconselhamento da mulher grávida. Participei em diversas intervenções cirúrgicas (cirurgia convencional, laparoscópica ou histeroscópica e técnicas ambulatórias), como elemento observador e como segundo ajudante em diversas ocasiões. Apresentei um artigo intitulado “Clinical Practice Guidelines for the Management of Asymptomatic Bacteriuria” à equipa médica do serviço e assisti ao workshop “The Woman”.

Considerando que passei grande parte do meu estágio de Ginecologia e Obstetrícia do 4º ano no Serviço de Internamento e treinei mais a observação da puérpera, decidi dedicar mais tempo do estágio deste ano

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ao SU e à Consulta Externa, de forma a ter uma aprendizagem mais completa e enriquecedora durante o curso. As situações clínicas e patologias com que mais me deparei a estes níveis foram: trabalho de parto, partos eutócicos e distócicos, vulvovaginites, pedidos de métodos contracetivos e abordagem de queixas da grávida, a destacar lombalgias e hemorragias vaginais nos vários trimestres da gravidez.

2.3. Saúde Mental

Data de Estágio Tutora Diretora de Serviço Coordenador de Estágio Local de Estágio

De 06/11/2019 a 29/11/2019

Dra. Ana Paula Nunes

Dra. Maria Alice Nobre

Prof. Doutor Miguel Talina

HJM │ CHPL Os objetivos propostos para este Estágio Parcelar centram-se na abordagem da pessoa com doença mental de forma holística e tendo como base um modelo biopsicossocial, desde a sua abordagem diagnóstica até à sua referenciação, proposta de uma terapêutica farmacológica e não farmacológica adequada e ao seu posterior seguimento. Consegui treinar estas competências ao longo deste estágio e em diversas vertentes, nomeadamente, no Serviço de Internamento, Serviço de Urgência, Consulta Externa e Hospital de Dia, variedade esta que me possibilitou o seguimento da doença mental nas suas várias fases, desde a sua abordagem no SU, ao seu internamento e posterior seguimento em regime ambulatório.

Durante o estágio de Psiquiatria do 5º ano tive maioritariamente contacto com patologias numa fase estável em doentes a fazer terapêutica de manutenção. Por este motivo, parece-me enriquecedor que tenha tido oportunidade de explorar a doença mental numa fase mais aguda no estágio do 6º ano, principalmente ao nível do Serviço de Internamento e do Serviço de Urgência. Nestes contextos, onde passei grande parte do meu estágio, contactei principalmente com Psicoses e Perturbações do Humor. No decorrer do estágio, e em particular através da realização de uma História Clínica (e com a sua posterior discussão em grupo), consegui familiarizar-me e ganhar mais confiança na colheita de uma história clínica no âmbito da Psiquiatria e na realização de uma exame do estado mental, aptidões que considero primordiais para a minha formação. Adicionalmente, assisti a diversas sessões teóricas lecionadas no HJM/CHPL.

2.4. Medicina Geral e Familiar

Data de Estágio Tutora Diretor da USF Coordenadora de Estágio Local de Estágio

De 02/12/2019 a 10/01/2020

Dra. Raquel Landeiro

Dr. Carlos Ceia Dra. Teresa Libório USF Vale de Sorraia O Estágio Parcelar do 6º ano de Medicina Geral e Familiar constituiu uma importante oportunidade de contactar com uma grande variedade de queixas, patologias, meios complementares, planos terapêuticos e aspetos de promoção de saúde. Tornei isto possível ao assistir e participar em diversos tipos de consultas (Saúde de Adultos, Saúde Infantil, Saúde Materna, Planeamento Familiar, Consultas Abertas de doença aguda e no SAP) e visitas domiciliárias médicas e de enfermagem. Pela sua frequência na população de doentes que observei e relevância na minha aprendizagem, destaco o contacto nestes diversos contextos com: consultas de hipertensão e de diabetes, doentes com multimorbilidade e polimedicados, seguimento e referenciação

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de resultados de rastreios, seguimento do desenvolvimento normal da criança e da grávida, prescrição de métodos contracetivos e abordagem inicial de quadros infecciosos, de abdómen agudo e arritmias de novo. Assistindo e dirigindo consultas (sob supervisão direta e indireta) nestes diversos contextos clínicos, treinei aquela que considero a competência mais importante a desenvolver neste estágio: construir a minha própria forma de realizar uma consulta, trabalhando na sua abordagem sistematizada, holística e personalizada (seguindo um modelo biopsicossocial), estabelecendo prioridades e rentabilizando o tempo. Pratiquei a identificação de motivos de consulta, queixas e problemas de saúde, a realização de histórias clínicas e exames físicos dirigidos, competências de comunicação interpessoal, o pedido e a interpretação de meios complementares de diagnóstico, a proposta de hipóteses de diagnóstico, de um plano terapêutico e de promoção de saúde, incluindo medidas de prevenção primária, secundária, terciária e quaternária. Assim, desenvolvi autonomia de forma progressiva e tutelada, maior segurança e confiança na minha prática médica e, consequentemente, maior flexibilidade na abordagem de consultas.

Como momento de avaliação deste Estágio Parcelar, destaco a realização e discussão oral do DEO, que me pareceram úteis por refletirem precisamente aquilo que observei na minha experiência da Medicina Geral e Familiar: a discussão do pedido de um exame complementar de diagnóstico e a sua interpretação, de um caso clínico e da sua abordagem holística, e uma revisão da minha casuística neste estágio. Realizei, em grupo, um panfleto acerca do tema “Resistências aos Antibióticos”, que foi distribuído aos utentes da USF.

2.5. Medicina Interna

Data de Estágio Tutora Diretor de Serviço Coordenador de Estágio Local de Estágio

De 20/01/2020 a 09/03/2020

Dra. Isabel Baptista

Dr. Júlio Almeida Prof. Doutor Fernando Nolasco

HSJ │ CHULC Este estágio, pela sua duração e consistência, possibilitou-me ganhar familiaridade com a vivência profissional diária no seio de uma equipa médica. O meu tempo foi, na sua maioria, passado no Serviço de Internamento e, adicionalmente, tive também a oportunidade de estagiar no SU, na UCIM, na Consulta Externa e de realizar uma Urgência Interna, o que contribuiu para a variedade do meu estágio.

Fui integrado numa equipa médica, possibilitando-me a prática de atividades clínicas do dia-a-dia da Medicina Interna, nomeadamente, a elaboração de diários clínicos, notas de entrada, de alta e de transferência, o treino de técnicas médicas, lidar com ajustes terapêuticos em contexto de internamento, contactar e transmitir informação a doentes e seus familiares, abordar doentes em deterioração clínica e em situações médicas ou sociais complexas ou de fim de vida e a exposição/discussão de informação clínica em contexto de reuniões de equipa. Ao desempenhar estas tarefas, com progressiva autonomia, treinei

competências médicas basilares em qualquer especialidade e que constituíram objetivos de aprendizagem

que desenvolvi neste Estágio Parcelar: interrogatório, observação e avaliação de doentes; utilização racional de exames complementares de diagnóstico; prescrição farmacológica e não farmacológica; identificação e hierarquização de prioridades clínicas consoante o grau de urgência.

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As patologias com que mais contactei no Estágio Parcelar de Medicina Interna refletiram a variedade e complexidade clínica própria desta especialidade. A multimorbilidade e polimedicação constituíram a regra, observei com regularidade descompensações (frequentemente por intercorrências infecciosas, como por Pneumonia ou ITU) de doenças crónicas subjacentes, como descompensações de insuficiências cardíacas e insuficiências respiratórias crónicas agudizadas em doentes com uma DPOC de base, segui frequentemente casos de doença cerebrovascular, anemias de diferentes etiologias e arritmias cardíacas. Contactei também com a realização técnicas médicas mais diferenciadas, como oxigenioterapia de alto fluxo e a ventilação não invasiva. Realizei um trabalho acerca do tema “AVC Isquémico” e assisti aos workshops de Medicina Interna realizados na faculdade e às várias sessões clínicas organizadas pelo serviço.

2.6. Cirurgia Geral

Data de Estágio Tutor Diretor de Serviço Coordenador de Estágio Local de Estágio

De 01/06/2020 a 19/06/2020

Dr. João Grenho NA Prof. Doutor Rui Maio NA

Devido à atual Pandemia do SARS-CoV-2, o período correspondente ao meu Estágio Parcelar de Cirurgia Geral foi completamente atípico. Por impossibilidade de realização de atividades clínicas por alunos nesta altura, o meu estágio foi substituído por sessões teórico-práticas via Zoom entre mim, mais dois colegas e um tutor, durante três semanas (duas a três vezes por semana), onde foram discutidos temas úteis no âmbito da Cirurgia Geral, como “Abdómen Agudo”. No final deste período, apresentei um trabalho intitulado de “Doença de Crohn: Generalidades e Tratamento Cirúrgico” no mini-congesso de Cirurgia Geral.

3. Elementos Valorativos

Com o objetivo de expandir os meus conhecimentos científicos e explorar áreas de meu particular interesse, participei em workshops e congressos de forma a complementar a minha formação neste sentido. Destaco, então, a minha participação durante o 6º ano do MIM nos workshops “Emergency Day” e “Medicina de Catástrofe e Emergência”, bem como no “Congresso Nacional de Estudantes de Medicina 2019”.

Relativamente à experiência académica que adquiri durante o curso, refiro a minha participação enquanto Monitor da UC de Anatomia, no ano letivo de 2015/2016, e de Fisiologia, nos anos letivos de 2015/2016, 2016/2017 e 2017/2018. Estas atividades permitiram-me não só sedimentar conhecimentos de ciências básicas, como também participar na educação de colegas mais novos, aspeto este que considero essencial no currículo de qualquer médico, e no qual pretendo continuar a investir futuramente.

Tenho vindo a desempenhar trabalho voluntário nestes últimos anos, pelo que destaco as três experiências que, a meu ver, mais me marcaram e fizeram crescer. (1) Participei semanalmente na recolha e distribuição de bens alimentares com a REFOOD no Conselho de Cascais de 2017 a 2019, dando-me o privilégio de verificar a diferença que uma pequena mas consistente e essencial ajuda pode fazer na vida das famílias em condições mais precárias de uma comunidade. (2) Durante sete semanas em 2017, prestei apoio psicológico, social e cuidados de enfermagem em colaboração com a organização AIESEC num centro de

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apoio a idosos com incapacidade física ou mental em Lima, Perú. Aqui aprendi a trabalhar no seio de uma equipa multicultural, constituída por pessoas de diversas nacionalidades e com formações diversas (relacionadas ou não com Saúde), a desempenhar tarefas com baixos recursos, desenvolvi as minhas capacidades linguísticas em Espanhol e contribui para a promoção de um ambiente acolhedor, seguro, estimulante e divertido para pessoas que, de outra forma, viveriam abandonadas e com um apoio social mínimo. (3) Desempenhei tarefas como support crew na equipa médica da ONG Boat Refugee Foundation no Campos de Refugiados de Moria em Lesbos, Grécia, por 6 semanas em 2019. Trabalhava numa clínica de cuidados de saúde primários e urgências/emergências médicas, tendo assumido diversas funções neste contexto: triagem dos doentes à entrada em não urgentes, urgentes e emergentes; organização e manutenção de um ambiente calmo e estável na clínica; realização de consultas em doentes não urgentes sob supervisão indireta; realização de procedimentos de pequena cirurgia; apoio aos médicos e enfermeiros da equipa; referenciação a organizações mais especializadas; ajudar na cooperação entre ONG.

O voluntariado é, para mim, primordial e especialmente importante na formação médica. Considero que estas experiências foram essenciais para a minha maturação enquanto pessoa e como futuro profissional de saúde, e que, desta forma, consigo fazer um pequeno contributo em várias partes do mundo. Por isso, pretendo continuar a desempenhar funções, já como médico, nas mais diversas missões humanitárias.

No período de Pandemia tentei manter-me informado e prestar ajuda na minha comunidade, dentro das minhas competências enquanto aluno do 6º ano de Medicina: esclareci dúvidas a amigos e familiares, ao disponibilizar-me através de redes sociais para tal; participei na recolha e distribuição de bens essenciais a populações de risco, em colaboração com a minha Junta de Freguesia; inscrevi-me no SNS24, ficando em lista de reserva em caso de esgotamento dos recursos humanos atualmente disponíveis nesta plataforma.

4. Reflexão crítica

Na minha ótica, a UC Estágio Profissionalizante constituiu, no seu todo, um dos mais importantes

elementos formativos do MIM e um período essencial de transição para a prática clínica médica. Os

objetivos gerais propostos pela UC de cada Estágio Parcelar foram em parte sobreponíveis entre si, todavia, tanto estas semelhanças como as suas diferenças tornaram os ensinamentos, competências, aptidões e técnicas transmitidas e praticadas em cada estágio complementares na minha educação médica.

O treino da marcha diagnóstica e terapêutica foi uma competência que desenvolvi de forma transversal a todos os estágios. Apesar de constituir um elemento básico na prática médica de qualquer especialidade, a sua complexidade em casos de doentes com múltiplas comorbilidades e polimedicados, e que se apresentam com várias queixas em simultâneo constituiu a realidade nos estágios de Medicina Interna e de MGF, o que se tornou desafiante e produtivo na minha aprendizagem. Por outro lado, as particularidades diagnósticas e terapêuticas em idade pediátrica, da realização do exame de estado mental e do exame físico da mulher, grávida e do feto foram aspetos que tive oportunidade de aperfeiçoar nos respetivos estágios.

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Uma aprendizagem importante, que desenvolvi nos vários estágios, mas principalmente nos de Medicina Interna e Pediatria, foi a proposta de hipóteses de diagnóstico racional, com base em dados clínicos, laboratoriais e imagiológicos, partindo das hipóteses mais frequentes/prováveis e excluindo de forma sistemática as hipóteses potencialmente graves. O reconhecimento da gravidade e a estratificação em

emergente, urgente e não urgente das mais variadas situações clínicas, com o objetivo de priorizar medidas

diagnósticas e terapêuticas, melhorar o prognóstico e utilizar recursos de forma racional e tempo-eficiente foi um ensinamento particularmente relevante que desenvolvi, especialmente em Medicina Interna.

Treinei a prescrição farmacológica tendo em conta a evidência, o custo/benefício e a acessibilidade com particular ênfase no estágio de MGF. Familiarizei-me com a posologia de diversos fármacos utilizados nas patologias mais frequentes e, apesar de reconhecer que este é um aspeto complexo e que apenas dominarei após anos de experiência médica, o 6º ano contribuiu largamente para me sentir mais confortável com as suas bases. Outros aspetos que tive, e continuo a ter, alguma dificuldade são a gestão de tempo na consulta e a confrontação de situações emocional ou socialmente complexas. Quanto ao primeiro ponto, confrontei-me principalconfrontei-mente durante o estágio de MGF, pela frequência de doentes com múltiplos motivos de consulta, tornando a gestão e organização das mesmas consideravelmente desafiante. Deparei-me com casos socialmente complexos tanto em Medicina Interna como em Saúde Mental e Pediatria e com contextos emocionalmente exigentes principalmente em Pediatria e Ginecologia e Obstetrícia. A meu ver, conseguirei lidar melhor com este tipo de situações ao desenvolver melhores e mais eficientes capacidades comunicativas com os doentes, seus familiares e com outros profissionais de saúde. Penso fazê-lo no futuro com a aquisição de conhecimentos teóricos através de workshops de soft skills e a sua posterior aplicação na prática durante o Internato de Formação Geral e Internato da Especialidade.

Quanto aos pontos menos positivos dos meus estágios e que constituem aspetos na minha formação que

terei de colmatar futuramente, refiro em primeiro lugar a situação evidente do Estágio Parcelar de Cirurgia

Geral. Dadas as circunstâncias, a solução implementada foi, a meu ver, adequada e útil. Todavia, um estágio clínico e as suas aprendizagens práticas são insubstituíveis, pelo que considero ter ficado uma lacuna importante na minha formação, uma vez que esta alternativa não me permitiu desenvolver os objetivos que considero mais importantes neste estágio: familiarizar-me com a abordagem diagnóstica e terapêutica dos principais síndromes cirúrgicos, incluindo trauma; aprender a diferenciar as indicações cirúrgicas em eletivas e urgentes; treinar técnicas de assépsia e de pequena cirurgia. Para colmatar esta falha, tentarei não só tirar o maior proveito possível do meu estágio de Cirurgia Geral no Internato de Formação Geral, como também pretendo realizar o curso de Suporte Avançado de Vida no Trauma após a finalização do MIM.

Por outro lado, considero que o meu treino prático de assistência ao trabalho de parto, no estágio de Ginecologia e Obstetrícia, e que o meu contacto com Perturbações de Ansiedade no estágio de Saúde Mental foram insuficientes. Deste modo, e considerando o meu interesse em continuar a realizar missões de

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voluntariado em países subdesenvolvidos e em campos de refugiados, pretendo contactar mais com estas condições clínicas nesses contextos, onde me parece que terei muitas oportunidades para tal.

Um aspeto que destaco do estágio de MGF, por o considerar particularmente enriquecedor e complementar ao que experienciei no estágio de MGF do 5º ano, na USF Carcavelos, foi a possibilidade de o realizar na periferia de Portugal, em Coruche. Esta foi uma vivência importante porque me permitiu constatar as diferenças nos cuidados de saúde em várias zonas do país. Pela menor acessibilidade a meios de prestação de cuidados de saúde mais diferenciados, como Consultas de Especialidade ou um Serviço de Urgência Hospitalar, apercebi-me que muitos casos de gestão de doença crónica, uma elevada responsabilidade social e frequentemente a abordagem da doença aguda acabam por recair sobre o Médico de Família na periferia. Estes aspetos não só tornaram o meu estágio mais diverso, como também expandiram o meu interesse em vir a praticar medicina nestas regiões de Portugal no meu futuro profissional. Apesar de já ter estagiado nas várias especialidades contempladas na UC Estágio Profissionalizante, considero que este ano foi significativamente útil e produtivo, em particular no caso da Medina Interna. Isto porque, em primeiro lugar, estes estágios surgem no final do curso e, consequentemente, num período em que os meus conhecimentos médicos teóricos e teórico-práticos estão naturalmente mais desenvolvidos, o que me permite retirar maior proveito dos mesmos. Por outro lado, após cinco anos de curso em que desenvolvi um interesse progressivamente maior pela Medicina Interna, este ano revelou-se um momento de consolidação desta minha preferência e uma forma de explorar mais aspetos desta especialidade.

Relativamente aos meus objetivos pessoais, decidi desde cedo no 6º ano que iria dedicar-me a contactar o máximo possível com urgências e emergências médicas no contexto dos diversos estágios, por esta ser uma área de meu particular interesse. Penso que cumpri com sucesso este objetivo, na sua globalidade, ao frequentar e tirar o máximo proveito dos meus períodos no SU (das várias especialidades) e no SAP. De forma a expandir os meus conhecimentos nesta área, pretendo realizar assim que possível o curso de Suporte Avançado de Vida e o curso de Viatura Médica de Emergência e Reanimação para Médicos.

Por outro lado, também me comprometi a desenvolver autonomia na prática médica. Para conseguir investir nesta competências com segurança e eficiência, tomei partido do perfil de prática clínica tutelada de cada estágio e do rácio tutor/aluno de 1:1. A meu ver, cumpri este objetivo pessoal na sua globalidade, apesar de considerar que não tive tanto sucesso na progressão deste aspeto da minha formação em contexto dos estágios de Pediatria e de Ginecologia e Obstetrícia, em comparação com os restantes.

Concluindo, após o decorrer destes Estágios Parcelares, penso que cumpri globalmente os objetivos propostos pela UC Estágio Profissionalizante, bem como os meus objetivos pessoais. Estes foram estágios extremamente enriquecedores, permitindo-me adquirir competências humanas, intelectuais, clínicas e

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5. Anexos

A. Estágio Profissionalizante

o Anexo 1 – Cronograma do estágio Profissionalizante o Anexo 2 – Trabalhos Desenvolvidos

B. Participação em Congressos e Workshops

o Anexo 3 – Congresso Nacional de Estudantes de Medicina (CNEM) 2019 o Anexo 4 – Workshop “Emergency Day” 2019

o Anexo 5 – Workshop “Medicina de Catástrofe e Emergência” 2020

C. Ensino

o Anexo 6 – Colaboração como Monitor Voluntário na UC de Anatomia no ano letivo 2015/2016 o Anexo 7 – Colaboração como Monitor Voluntário na UC de Fisiologia no ano letivo 2015/2016 o Anexo 8 – Colaboração como Monitor Voluntário na UC de Fisiologia nos anos letivos 2016/2017 e

2017/2018

D. Voluntariado

o Anexo 9 – Trabalho voluntário pela REFOOD no ano 2017 o Anexo 10 – Trabalho voluntário pela REFOOD no ano 2018 o Anexo 11 – Trabalho voluntário pela AIESEC

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5A. Anexo 1 – Cronograma do Estágio Profissionalizante

Estágio Parcelar Data Tutor(a) Diretor(a) de

Serviço/USF Coordenador(a) de Estágio Local de Estágio Pediatria De 09/09/2019 a 04/10/2019 Dra. Rita Machado Dr. António Bessa

Prof. Doutor Luís Varandas HDE │ CHULC Ginecologia e Obstetrícia De 07/10/2019 a 31/10/2019

Dr. José Reis Dr. Carlos Veríssimo Prof.ª Doutora Teresinha Simões HBA Saúde Mental De 06/11/2019 a 29/11/2019 Dra. Ana Paula Nunes Dra. Maria Alice Nobre Prof. Doutor Miguel Talina HJM │ CHPL Medicina Geral e Familiar De 02/12/2019 a 10/01/2020 Dra. Raquel Landeiro Dr. Carlos Ceia Dra. Teresa Libório USF Vale de Sorraia Medicina Interna De 20/01/2020 a 09/03/2020 Dra. Isabel Baptista Dr. Júlio Almeida Prof. Doutor Fernando Nolasco HSJ │ CHULC Cirurgia Geral De 01/06/2020 a 19/06/2020 Dr. João Grenho

NA Prof. Doutor Rui Maio

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5A. Anexo 2 – Trabalhos Desenvolvidos

Estágio Parcelar

Título do Trabalho Objetivos do Trabalho

Pediatria “Abordagem da intoxicação por

paracetamol em idade pediátrica”

Descrição prática das atitudes clínicas a realizar de forma sequencial e por ordem de prioridades num caso de intoxicação por paracetamol em crianças

ou adolescentes

Ginecologia e Obstetrícia

“Clinical Practice Guidelines for the Management of Asymptomatic

Bacteriuria”

Revisão da literatura mais recente acerca das indicações para rastrear e tratar a bacteriúria

assintomática

Medicina Geral e Familiar

“Resistências aos Antibióticos” Educação da população quanto ao impacto na saúde pública das resistências a antibióticos, e medidas individuais e comunitárias que podem ser

tomadas para combater este problema

Medicina Interna

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letivo 2015/2016

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5C. Anexo 7 – Colaboração como Monitor Voluntário na UC de Fisiologia no ano

letivo 2015/2016

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5C. Anexo 8 – Colaboração como Monitor Voluntário na UC de Fisiologia nos anos

letivos 2016/2017 e 2017/2018

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