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Cessação da. turbação da posse.

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d) Ação Negatória:

É aquela movida pelo proprietário que sofrer atos de turbação da posse. Visa, portanto, a cessação da turbação da posse. Portanto, é o mesmo pedido da ação de manutenção de posse, o que muda é a causa de pedir, pois na negatória discute-se propriedade.

AÇÃO OBJETO CAUSA DE PEDIR

Ação Negatória Cessação da

turbação da posse. Fundada no direito de propriedade. Ação de Manutenção de Posse Cessação da turbação da posse. Não se discute propriedade. e) Ação Declaratória:

Pode ser positiva ou negativa.

Tem por finalidade obter uma sentença que torne incontroverso o direito de propriedade.

É cabível, portanto, quando houver dúvida sobre a autenticidade do título de propriedade.

Observação: Existem ações que não são nem possessórias nem petitórias, mas que também se prestam à defesa da posse e são conferidas tanto ao proprietário como ao possuidor e são as seguintes:

1) Embargos de Terceiro;

2) Nunciação de Obra Nova; e, 3) Ação de Dano Infecto.

Percepção dos Frutos:

Frutos são as produções normais e periódicas da coisa, sem que haja destruição da mesma. Ou seja, os frutos se reproduzem periodicamente e quando destacados do principal não acarretam na destruição deste (diferentemente dos produtos, que não são periódicos e acarretam a destruição do principal – Ex: extração de minérios).

Não se confundem com os produtos, pois estes quando extraídos do principal acarretam na destruição deste, ainda que de forma paulatina e, ademais, não se reproduzem periodicamente.

O possuidor de boa-fé tem direito aos frutos colhidos tempestivamente durante a boa-fé. Quanto aos frutos civis, reputam-se colhidos dia-a-dia, não precisam ser sacados. O possuidor de boa-fé a eles terá direito até o dia em que esteve de boa-fé. Quanto aos demais frutos, esse possuidor somente terá direito se os colheu efetivamente durante a boa-fé.

Quanto aos frutos colhidos pelo possuidor de boa-fé antecipadamente ele terá que devolver ou indenizar, ainda que de

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fé.

O possuidor de má-fé tem que devolver ou indenizar todos os frutos colhidos ou que se perderam por sua culpa. Ele não tem direito a fruto nenhum, mas tem sim o direito de ser indenizado pelas despesas de produção e custeio dos frutos, com vistas a evitar o enriquecimento ilícito da outra parte.

Tanto o possuidor de boa-fé quanto o de má-fé tem que devolver ou indenizar os produtos colhidos.

Indenização pelas Benfeitorias:

De acordo com o profº Clóvis Beviláqua, benfeitorias são obras ou despesas efetuadas numa coisa (pré-existente) com a finalidade de conservá-la (benfeitoria necessária), melhorá-la (benfeitoria útil) ou simplesmente embelezá-la (benfeitoria voluptuária) (diferente da acessão industrial, que também decorre do trabalho do homem).

O possuidor de boa-fé tem direito de ser indenizado pelas benfeitorias necessárias e úteis. Ademais, tem que ser indenizado pelo valor atual delas, e não pelo valor de custo.

Quanto às benfeitorias voluptuárias, o possuidor de boa-fé não tem direito à indenização, mas tem o jus tollendi, ou seja, o direito de levantá-las e levá-las consigo, desde que isso seja possível, isto é, desde que não haja dano à coisa principal.

Se o levantamento não for possível, pois haverá dano à coisa principal, o possuidor de boa-fé a perde sem qualquer direito de indenização. Se o levantamento for possível, mas o proprietário quer ficar com a benfeitoria, ele fica, mas deverá indenizar o possuidor de boa-fé.

Quanto ao possuidor de má-fé, somente tem direito à indenização pelas benfeitorias necessárias, mas cabe ao proprietário optar se indeniza pelo valor atual ou se pelo valor de custo (art. 1.2221 do CC). Quanto às úteis e as voluptuárias, ele as perde sem qualquer indenização.

De acordo com o art. 1.2212 do CC, o proprietário pode compensar o valor das benfeitorias com os danos causados no imóvel pelo possuidor (seja este de boa ou má-fé).

Do Direito de Retenção pelas Benfeitorias:

1 Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu

valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual.

2 Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda

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É a faculdade concedida ao possuidor de boa-fé de manter-se na posse do bem até ser indenizado pelas benfeitorias necessárias e úteis. Não há direito de retenção com relação às benfeitorias voluptuárias.

O possuidor de má-fé tem direito de ser indenizado pelas benfeitorias necessárias, mas não lhe assiste o direito de retê-las até ser indenizado pelas mesmas.

O direito de retenção para a posição dominante é um direito de caráter real, pois pode ser exercido contra qualquer pessoa que pretenda recuperar o bem. Se tivesse natureza de direito pessoal seria relativo e, portanto, somente poderia ser invocado perante a pessoa que transmitiu a posse.

O direito de retenção deve ser argüido na contestação da ação que visa a retomada do bem, podendo ser uma ação possessória, uma ação petitória ou uma ação de despejo.

Apesar da omissão do Código, por lógica, entende-se que também é cabível o direito de retenção quanto às acessões industriais.

Da Responsabilidade pela Perda ou Deterioração da Coisa: O possuidor de boa-fé é obrigado a indenizar se teve culpa. Portanto, ele não precisa indenizar as perdas e os danos decorrentes de caso fortuito ou de força maior.

Já o possuidor de má-fé tem responsabilidade objetiva, pois ele tem que indenizar os danos oriundos de caso fortuito e força maior, salvo se conseguir provar que a perda ou então o dano ocorreria do mesmo jeito, ainda que a coisa estivesse em poder do proprietário.

Usucapião:

A usucapião é o modo originário de aquisição da propriedade e também de certos direitos reais (servidão, usufruto, uso, habitação, superfície, etc.), pela posse prolongada da coisa no tempo.

É modo originário de aquisição pois se adquire a propriedade pelo decurso do tempo, independentemente de qualquer relação jurídica com o proprietário anterior [diferente do modo de aquisição derivado, que exige uma relação jurídica anterior – Ex: compra e venda].

O fato de ser a usucapião modo originário de aquisição da propriedade trás as seguintes conseqüências:

a) não haverá incidência do Imposto de Transmissão Inter Vivos quando se registra a sentença de usucapião;

b) os direitos reais que oneravam o bem, como, por exemplo, a hipoteca, são extintos;

Observações:

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incidem sobre o bem, como, por exemplo, a hipoteca, não são extintos, pois como são registrados no Cartório de Registro de Imóveis, logo, o usucapiente deles tem conhecimento.

2) No concurso para Procuradoria analisar a possibilidade de sustentar que a usucapião é modo derivado de aquisição da propriedade, pois neste caso haverá a incidência de Imposto e o que a Fazenda quer é justamente a cobrança do Imposto Inter Vivos.

A usucapião é uma das espécies de prescrição, ou seja, é prescrição aquisitiva e, portanto, nós vamos aplicar à usucapião as causas de impedimento, suspensão e interrupção da prescrição. Ex.: a prescrição não corre contra o absolutamente incapaz. Logo, não é possível bens do mesmo.

Observação: Entre os companheiros, durante a união estável, também não corre a prescrição e, portanto, um não pode usucapir o bem do outro, por analogia ao art. 197, I3, do CC, o qual, segundo o profº Serpa Lopes, não é taxativo, admitindo o uso da analogia por razões de equidade, pois “contra o incapaz de agir não corre a prescrição”. Ex: como nos casos de guerra, caso fortuito e força maior. Ademais, entendimento diverso violaria princípio constitucional que protege a entidade familiar.

Em regra, todos os bens podem ser objeto de usucapião, salvo os bens públicos.

As terras devolutas são bens públicos e, portanto, não podem ser usucapidas.

Bens Gravados com as Cláusulas de Inalienabilidade e Impenhorabilidade:

Bens Gravados com as Cláusulas de Inalienabilidade e Impenhorabilidade:

O bem gravado com cláusula de inalienabilidade pode ser usucapido?

Duas são as posições:

1) não, pois a inalienabilidade acarreta na imprescitibilidade do bem;

2) pode sim, pois de acordo com o STJ a inalienabilidade não é uma característica da coisa, mas sim uma proibição ditada ao proprietário.

Observação: como a usucapião é modo originário de aquisição da propriedade, a questão de ser ou não alienável o bem é irrelevante.

3 Art. 197. Não corre a prescrição:

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A usucapião em todas as suas espécies, exige os seguintes requisitos:

1) Posse justa, que é aquela que não é violenta, nem clandestina nem precária;

2) Posse “ad uso capionem”, é aquela capaz de gerar a usucapião, devendo ser justa e devendo ser exercida com ânimo de dono, além, de preencher os demais requisitos da usucapião.

3)O tempo de posse, que varia conforme a espécie de usucapião.

4) Posse contínua, a continuidade é fática. Portanto, se o sujeito perdeu a sua posse, mas a recuperou dentro do prazo de ano e dia, ele pode somar ao seu tempo o tempo de posse do usurpador. Em contrapartida, se ele demorou mais de ano e dia para recuperar a sua posse, operou-se a descontinuidade e neste caso ele perde todo o tempo anterior, devendo começar a contar tudo de novo.

5) Posse Ininterrupta: aqui a interrupção é civil e não fática. Como se interrompe a usucapião?

Pela mesma forma que se interrompe a prescrição, ou seja, basicamente pela citação e pela notificação judicial.

Posse mansa e pacífica, que significa a ausência de litígio judicial com o proprietário do bem durante todo o tempo da usucapião. O litígio judicial com terceiro, não impede a usucapião, até porque entendimento diverso premiaria a inércia do proprietário.

Da Sentença de Usucapião

Prevalece o entendimento que referida sentença é meramente declaratória, pois não é sentença que transmite a propriedade mas sim o decurso do tempo.

Tanto isso é real, que o CC traz como meios de aquisição da propriedade o registro, a usucapião, e o direito sucessório. Portanto, menciona expressamente a usucapião como forma de aquisição da propriedade separando-a do registro. O registro da sentença de usucapião, tem por finalidade preservar o princípio da continuidade dos registros públicos e ainda para dar publicidade.

São consequências de ser a sentença de usucapião meramente declaratória:

1) Não haverá incidência do imposto de transmissão intervivos quando se registra a sentença de usucapião.

2) A usucapião pode ser alegada em matéria de defesa, antes mesmo, de se ajuizar ação de usucapião (Súmula 2374 do STF)

3) Se após completar o prazo da usucapião a pessoa vier a

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perder a posse, ela pode sim, requerer a usucapião, pois já adquiriu a propriedade.

O proprietário ingressa com uma ação reivindicatória do bem. O réu pode se defender alegando a usucapião na contestação. E se o réu alegar a usucapião após a contestação, é possível?

Dois são os entendimentos:

1) não, pois houve preclusão, restaurando-se o direito do proprietário.

2) pode ser alegada a qualquer tempo pois é matéria de ordem pública, aplicando-se por analogia as regaras da prescrição. Somente não poderá ser alegada em Recurso Especial e Recurso Extraordinário se a matéria não foi pré questionada.

Das Espécies de Usucapião

Usucapião extraordinária (artigo 1.2385do CC): exige posse justa durante 15 anos se o bem for imóvel e 5 em se tratando de bem móvel. De acordo com o parágrafo único desse dispositivo o prazo da usucapião de imóvel, reduz para 10 anos se o usucapiente nele estabelecer a sua moradia habitual ou então se nele realizar obras ou serviços produtivos.

2) Usucapião ordinária (artigo 1.2426 do CC): exige justo título e boa-fé e em se tratando de bem imóvel o prazo é de 10 anos, pouco importa se entre ausentes ou presentes; se móvel, o prazo é de 3 anos.

Conforme parágrafo único desse dispositivo, se o título chegou a ser registrado no cartório do registro de imóveis e depois esse registro foi cancelado, o prazo da usucapião passa a ser de 5 anos, desde que além da alienação ter sido onerosa, o usucapiente estabeleça no imóvel a sua moradia ou então nele realize investimentos de interesse social e econômico.

3) Usucapião urbana ou para moradia (artigo 1837 da CF, artigo

5 Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.

6 Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé,

o possuir por dez anos.

Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico.

7 Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos,

ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

§ 1º - O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.

§ 2º - Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 3º - Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

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9º8 do Estatuto da Cidade e artigo 1.2409 do CC): não há qualquer conflito entre esses dispositivos, pois todos eles referem-se ao mesmo instituto. Porém o artigo 9º do Estatuto da Cidade é mais amplo, pois menciona além de área urbana, edificação urbana. Ocorre para imóvel urbano de ate 250 m2. O prazo é de 5 anos e não exige justo título nem boa-fé. Só pode ser requerido por quem não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. A pessoa só pode ser beneficiada uma única vez com esta espécie e deve fazer do imóvel a sua moradia ou de sua família.

Na usucapião urbana é possível a soma das posses?

Em regra não, pois a moradia é requisito de caráter pessoal. Porém, pelo Estatuto da Cidade pode, no caso de herdeiro legítimo que continua com a posse do morto. Esse herdeiro, no entanto, somente poderá somar o tempo de posse, se ao tempo da abertura da sucessão já morava com o morto, § 3º10do artigo 9º. (A questão é polêmica pois há entendimentos no sentido de que pode sendo herdeiro, legítimo ou testamentário, morando ou não com o morto quando da abertura da sucessão com força do artigo 1.20611 do CC). O artigo 1412 do Estatuto prevê para esta espécie o rito sumário. O artigo 1313 admite que a usucapião urbana, seja alegada em defesa, valendo inclusive a sentença que a reconhecer como título para registro no cartório de registro de imóveis.

O artigo 1114 do Estatuto diz que na pendência de ação de usucapião urbana, ficam suspensas as ações petitórias e as possessórias referentes ao imóvel.

8 Art. 9o Aquele que possuir como sua área ou edificação urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

§ 1o O título de domínio será conferido ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2o O direito de que trata este artigo não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.

§ 3o Para os efeitos deste artigo, o herdeiro legítimo continua, de pleno direito, a posse de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da abertura da sucessão.

9 Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade,

sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

§ 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 2o (VETADO).

10 Vide nota de rodapé 5.

11 Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres.

12 Art. 14. Na ação judicial de usucapião especial de imóvel urbano, o rito processual a ser observado é o sumário.

13 Art. 13. A usucapião especial de imóvel urbano poderá ser invocada como matéria de defesa, valendo a sentença que a reconhecer como título para registro no cartório de registro de imóveis.

14 Art. 11. Na pendência da ação de usucapião especial urbana, ficarão sobrestadas quaisquer outras ações, petitórias ou possessórias, que venham a ser propostas relativamente ao imóvel usucapiendo.

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Observação: a Lei 12.241/201115 incluiu no sistema a usucapião especial urbana, por abandono do lar que encontra-se prevista no artigo 1.240-A16 do CC.

Observação: a Lei 12.241/201117 incluiu no sistema a usucapião especial urbana por abandono do lar, que encontra-se prevista no artigo 1.240-A18 do CC.

Usucapião Urbana por Abandono do Lar Considerações:

1) É o menor tempo previsto para todas as espécies de usucapião;

2) Deve haver o abandono do lar, somado ao estabelecimento da moradia com posse direta e, pode atingir cônjuges ou companheiros, inclusive homoafetivos.

Em havendo disputa, judicial ou extrajudicial relativa ao imóvel, não ficará caracterizada a posse “ad usucapionem”.

Portanto, o requisito “abandono do lar” deve ser interpretado de forma cautelosa e em conjunto com a quebra de outros deveres conjugais, por exemplo, o dever de sustento e assistência material, fato que onera de maneira desigual aquele que se manteve no imóvel, e, que, sozinho se responsabiliza pela manutenção da família e do próprio imóvel, o que justifica a perda da propriedade e a alteração do regime

15 Lei nº 12.424, de 16 de junho de 2011, Altera a Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009, que dispõe sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida - PMCMV e a regularização fundiária de assentamentos localizados em áreas urbanas, as Leis nos 10.188, de 12 de fevereiro de 2001, 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 4.591, de 16 de dezembro de 1964, 8.212, de 24 de julho de 1991, e 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil; revoga dispositivos da Medida Provisória no 2.197-43, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/Lei/L12424.htm

16 Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade,

sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

§ 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 2o (VETADO).

17 Lei nº 12.424, de 16 de junho de 2011, Altera a Lei no 11.977, de 7 de julho de 2009, que dispõe sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida - PMCMV e a regularização fundiária de assentamentos localizados em áreas urbanas, as Leis nos 10.188, de 12 de fevereiro de 2001, 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 6.766, de 19 de dezembro de 1979, 4.591, de 16 de dezembro de 1964, 8.212, de 24 de julho de 1991, e 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil; revoga dispositivos da Medida Provisória no 2.197-43, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/Lei/L12424.htm

18 Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade,

sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

§ 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 2o (VETADO).

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de bens quanto ao imóvel objeto da usucapião, conforme enunciado 499 da 5ª Jornada de Direito Civil.

3) No que diz respeito a questão intertemporal, tem prevalecido o entendimento de que o prazo para o exercício desse novo direito deve ser contado por inteiro, a partir do início da alteração legislativa.

4) De acordo com o Enunciado 501 da 5ª Jornada não é requisito indispensável para a nova espécie, o divórcio ou a dissolução da união estável, bastando a mera separação de fato. Ex-cônjuge e ex-companheiro correspondem apenas à situação fática da separação.

5) Não há necessidade de que o ex-cônjuge ou ex-companheiro tenha a posse direta do imóvel, podendo o bem estar locado para terceiro. Portanto, não impede a usucapião o fato de eles terem apenas a posse indireta do bem.

Usucapião Rural, Especial ou Pró-labore artigo 19119 da CF e 1.23920 do CC): é aquela prevista para imóvel rural de até 5 hectares. O prazo é de cinco anos e não exige justo título. O usucapiente não pode ser proprietário, de outro imóvel urbano ou rural, mas já pode ter sido beneficiado com esta espécie anteriormnete. Ele deve morar no imóvel durante os 5 anos e, sendo esse requisito de caráter pessoal, não se admite a soma das posses,(mas, lembrar dos artigos 1.20621 e 1.20722, primeira parte do CC).

Tem por objetivo fixar o homem no campo, mas a terra tem que cumprir com a sua função social.

A Lei 6.969/8123 permite que esta espécie seja alegada em matéria de defesa, valendo a sentença que a reconhecer como título no cartório no registro de imóveis. O rito é o sumário.

19 Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos,

sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.

Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

20 Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.

21 Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres.

22 Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.

23 Lei no 6.969, de 10 de dezembro de 1981:Dispõe Sobre a Aquisição, Por Usucapião Especial, de Imóveis Rurais, Altera a Redação do § 2º do art. 589 do Código Civil e dá outras providências.

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Usucapião de Aeronaves (artigo 116, III24 da Lei 7.565/85). Exige justo título, boa-fé e 5 anos de posse.

Usucapião Urbana Coletiva (artigo 1025 do Estatuto da Cidade). Visa a regularização de áreas de favelas ou de aglomerados residenciais sem condições de legalização do domínio. Não se trata, portanto, de terra bruta, mas sim de terra ocupada por pessoas que vivem em barracos ou habitações precárias construídas com material frágil e até mesmo com cobertura improvisada (Profº Carlos Roberto Gonçalves).

Referida espécie veio para atender a população de baixa renda.

Porém, o que se entende por população de baixa renda?

O assunto é polêmico, e a doutrina tem entendido que deve o juiz decidir de acordo com a situação concreta.

Requisitos necessários para usucapião urbana coletiva: 1)área urbana com mais de 250m2.

2)5 anos de posse.

3)que o local se utilizado efetivamente para moradia.

1) impossibilidade de delimitar a área de cada possuidor no cartório do registro de imóveis (haverá uma só matrícula para toda a área) e

2) o usucapiente não pode ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

O artigo 10 do Estatuto da Cidade admite a soma das posses, contanto que sejam contínuas. Para a propositura da ação, são partes legítima, de acordo com o artigo 1226 do Estatuto:

24 Art. 116. Considera-se proprietário da aeronave a pessoa natural ou jurídica que a tiver:

(...)

III - adquirido por usucapião, por possuí-la como sua, baseada em justo título e boa-fé, sem interrupção nem oposição durante 5 (cinco) anos;

25 Art. 10. As áreas urbanas com mais de duzentos e cinqüenta metros quadrados, ocupadas por população de baixa renda

para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.

§ 1o O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido por este artigo, acrescentar sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas.

§ 2o A usucapião especial coletiva de imóvel urbano será declarada pelo juiz, mediante sentença, a qual servirá de título para registro no cartório de registro de imóveis.

§ 3o Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os condôminos, estabelecendo frações ideais diferenciadas. § 4o O condomínio especial constituído é indivisível, não sendo passível de extinção, salvo deliberação favorável tomada por, no mínimo, dois terços dos condôminos, no caso de execução de urbanização posterior à constituição do condomínio. § 5o As deliberações relativas à administração do condomínio especial serão tomadas por maioria de votos dos condôminos presentes, obrigando também os demais, discordantes ou ausentes.

26 Art. 12. São partes legítimas para a propositura da ação de usucapião especial urbana:

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1) cada possuidor, isolodamente ou em litisconsórcio; 2) os compossuidores, quando houver composse; 3) associação de moradores constituída para esse fim.

Na sentença, o juiz atribui uma fração igual do terreno para cada possuidor, caso não haja acordo entre eles. Ademais a sentença, constitui um condomínio indivisível, isto é, que não poderá ser extinto, salvo deliberação de 2/3 dos condôminos, no caso de reurbanização posterior (ver artigo 10 e parágrafos27 do Estatuto da Cidade).

PROCEDIMENTO DA USUCAPIÃO (ARTIGOS 941 A 94528

DO CPC)

O rito é o ordinário, ou, o sumário, conforme o valor da causa, seja o bem móvel ou imóvel. Em se tratando de usucapião especial, urbana ou rural, o rito é o sumário.

O foro competente é o do local da situação do imóvel, na Vara de Registro Público onde houver, ou então na vara cível.

Se a União intervém no processo demonstrando interesse no imóvel, a competência é da justiça federal ainda que o Estado ou o Município também intervenham.

Se o Estado ou o Município ingressam no processo, dizendo que o bem é público, a competência é da Vara da Fazenda Pública.

A petição inicial deve ser instruída, com a planta do imóvel, pois não podem ser usucapidos os bens que não estejam perfeitamente individualizados (tem que ser a planta do imóvel, não serve o croqui).

São réus na ação de usucapião: 1) o proprietário do imóvel;

2) o confinante ou vizinho ou confrontante e

3) eventuais interessados, incertos e não sabidos.

II – os possuidores, em estado de composse;

III – como substituto processual, a associação de moradores da comunidade, regularmente constituída, com personalidade jurídica, desde que explicitamente autorizada pelos representados.

§ 1o Na ação de usucapião especial urbana é obrigatória a intervenção do Ministério Público.

§ 2o O autor terá os benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive perante o cartório de registro de imóveis.

27 Ver nota de rodapé 9.

28 Art. 941. Compete a ação de usucapião ao possuidor para que se Ihe declare, nos termos da lei, o domínio do imóvel ou

a servidão predial.

Art. 942. O autor, expondo na petição inicial o fundamento do pedido e juntando planta do imóvel, requererá a citação daquele em cujo nome estiver registrado o imóvel usucapiendo, bem como dos confinantes e, por edital, dos réus em lugar incerto e dos eventuais interessados, observado quanto ao prazo o disposto no inciso IV do art. 232.

Art. 943. Serão intimados por via postal, para que manifestem interesse na causa, os representantes da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios.

Art. 944. Intervirá obrigatoriamente em todos os atos do processo o Ministério Público.

Art. 945. A sentença, que julgar procedente a ação, será transcrita, mediante mandado, no registro de imóveis, satisfeitas as obrigações fiscais.

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Todos eles deverão ser citados, sendo que os últimos o serão por edital. Há portanto, um litisconsórcio passivo necessário. O juiz nomeia um curador especial (advogado dativo) para os réus citados por edital.

Serão notificados para participarem do processo: 1) o MP que atua como fiscal da lei;

2) as fazendas pública (Municipal, Estadual e Federal).

Referências

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