• Nenhum resultado encontrado

ANAIS DO SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PRÁTICAS RELIGIOSAS NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "ANAIS DO SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PRÁTICAS RELIGIOSAS NO MUNDO CONTEMPORÂNEO"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

ANAIS DO SEMINÁRIO

INTERNACIONAL DE PRÁTICAS

RELIGIOSAS NO MUNDO

CONTEMPORÂNEO

Laboratório de

Estudos sobre Religiões e Religiosidades (LERR)

Universidade Estadual de Londrina (UEL)

20 a 22 de setembro

2016

(2)

261

A IDEIA DE RELIGIÃO E CARIDADE ENTRE OS

ESTUDANTES DE SERVIÇO SOCIAL: UM ESTUDO

BASEADO EM DEDICATÓRIAS E AGRADECIMENTOS

CONTIDOS EM TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE

CURSO

Claudia Neves da Silva (UEL/PQ.)1

Julia Mirian Teruel (UEL/G.)2

Resumo: Este trabalho é de natureza documental e nos propomos a realizar uma análise das dedicatórias dos Trabalhos de Conclusão de curso de Serviço Social da Universidade Estadual de Londrina entre os anos de 2010 a 2013, com o objetivo de analisar todas as dedicatórias que remetam a algum tipo de fé ou crença. Dando continuidade a uma pesquisa já em andamento, sobre Religião e Religiosidade na UEL, a análise das dedicatórias dos TCC’s dos estudantes do curso de Serviço Social está sendo mais um instrumento para verificar e analisar a presença da religiosidade na vida e no cotidiano desses jovens universitários. Além dos TCC’s realizamos algumas entrevistas com alunos do quarto ano de Serviço Social, delimitando uma amostra por conveniência, uma vez que não é possível entrevistar todos. Também realizamos observações participantes em celebrações religiosas e observações na própria sala de aula onde os discentes assumem posturas que deixam transparecer suas crenças e valores.

Palavras-Chaves: Serviço Social. Trabalho de Conclusão de Curso. Dedicatórias. Religião

INTRODUÇÃO

A religião e a religiosidade estão muito presentes no interior do curso de Serviço Social, levando em consideração que esse resquício religioso vem de seu surgimento, ou seja, a religião está enraizada no Serviço Social.

Desta maneira, esse trabalho discutira a religiosidade dos alunos de Serviço Social da Universidade Estadual De Londrina, mais especificamente os alunos do 4º ano, uma vez que nosso objeto principal de pesquisa serão os Trabalhos de Conclusão de Curso. Analisaremos as dedicatórias dos TCC’s do ano de 2010 a 2013, analisando as menções a Deus e a qualquer tipo de manifestação religiosa.

1 Doutora em História (UNESP – Assis SP), Professora Associada do Departamento de Serviço Social e do

Programa de Pós Graduação em Política Social e Serviço Social da Universidade Estadual de Londrina/UEL. E-mail: claudianeves@sercomtel.com.br

(3)

In: Seminário Internacional de Práticas Religiosas No Mundo Contemporâneo (LERR/UEL), 4, 2016,

262

Exploraremos também as entrevistas realizadas com os alunos de Serviço Social acerca da sua religião e de sua fé. Outro instrumento utilizado para a pesquisa foram as redes sociais, quando analisamos páginas de teor religioso e encontramos materiais muito ricos e interessantes.

Dessa maneira, nos aprofundamos nas categorias de estudo que envolvem a religião e trouxemos aqui alguns conceitos e aprofundamentos acerca das temáticas que envolvem a religião no meio universitário.

RELIGIÕES E RELIGIOSIDADES

Religiosidade é algo pessoal e particular, tendo em vista que cada indivíduo pode manifestar a sua religiosidade de diferentes maneiras, ou seja, são manifestações pessoais de fé, caracterizada por valores e crenças espirituais particulares. Portanto, não necessariamente a religiosidade precisa contar com uma religião.

Segundo Silva (2008, p.3), podemos entender religião como:

[...] como um sistema de crenças e práticas legitimado por símbolos que asseguram sua continuidade nos indivíduos e na coletividade, exigindo devoção e compromisso emocional, além de formular e reforçar princípios e valores éticos, cujos fundamentos são justificados no nível do sagrado, porque se encontram em um espaço extra mundo.

E a partir dessa definição de religião, Silva (2008, p. 3) também nos traz um pouco sobre o conceito de religiosidade.

Partimos do pressuposto de que a religiosidade, entendida como manifestação pessoal de fé, em uma busca por experiências e valores que transcendam a dimensão material e corporal, dá sentido à existência do indivíduo no mundo e equilíbrio para os diferentes aspectos da vida (social, afetivo, emocional, espiritual), determinando dessa forma, o comportamento e as ações deste indivíduo e mesmo de uma coletividade. Essa religiosidade foi – e ainda é - organizada e administrada por igrejas que se tornaram fontes de poder espiritual e político, influenciando decisões que afetam a todos, mesmo aqueles que se declaram sem religião.

Já que estamos falando da religiosidade manifestada dentro da Universidade, estamos falando de juventude, vale aqui explorar um pouco do conceito do que é ser jovem e alguns fatores que essa juventude implica. Segundo Carrano (2003, p. 110), os jovens compõem agregados sociais com características variáveis ou flutuantes:

(4)

263

Os jovens na sociedade não constituem uma classe social, ou grupo homogêneo como muitas análises permitem intuir. Os jovens compõem agregados sociais com características continuamente flutuantes. As idealizações políticas que procuram unificar os sentidos dos movimentos sociais da juventude tendem a ser ultrapassadas pelo contínuo movimento da realidade. Assim, nos parece mais adequado compreender a juventude como uma complexidade variável, que se distingue por suas muitas maneiras de existir nos diferentes tempos e espaços sociais.

Considero pertinente a concepção de Carrano (2003), pois considero como características fluentes o universo em que este jovem está inserido, e para entendê-lo, temos que considerar vários aspectos que o cercam, sua cultura, sua história de vida ou grupos sociais, pois são fatores que vão diferenciar e constituir a identidade de cada um.

A juventude é considerada por Canezin (2002) uma fase complicada, caracterizada como um período de transição, em que acontece a passagem para a vida adulta, quando se passa a ter mais responsabilidade, compromissos e novos desafios.

Ainda segundo Canezin (2002, p. 60), a juventude é vista como um período de transição do desenvolvimento humano, fase de adaptação, ou seja, período em que o indivíduo não é mais criança, mas também não é adulto:

A juventude é considerada como uma categoria historicamente determinada, um fenômeno da modernidade. É tradicionalmente compreendida como um período crítico de transição do desenvolvimento humano, fazendo-se acompanhar, sobretudo nas sociedades contemporâneas, de grandes dificuldades de adaptação e integração. Considera-se como uma das etapas de maiores transformações físicas, psicológicas e intelectuais do ser humano, por ser um momento de ingresso no universo social e político da sociedade mais ampla. (CANEZIN, 2002, p. 60)

Podemos considerar a juventude também como um período de escolhas e decisões - a escolha de uma profissão, a construção estilos, crenças, ideias, modos de pensar e agir, enfim, mudanças que vão constituindo a identidade do jovem.

Caracterizando essa fase de transição o jovem busca e cria situações de limites nas quais ele possa vivenciar mudança, experimentar a passagem da infância, da tutela dos pais, para uma prática social que configure sua autonomia e liberdade. Melucci (1997, p. 11) destaca

Considerando o declínio dos ritos de passagem que outrora marcavam os limites entre infância e vida adulta e sendo exposto (o adolescente) a um novo relacionamento com os adultos, eles próprios expostos a uma pressão crescente da mudança, a juventude contemporânea tem que encontrar novos caminhos para vivenciar a experiência fundamental dos limites.

(5)

In: Seminário Internacional de Práticas Religiosas No Mundo Contemporâneo (LERR/UEL), 4, 2016,

264

Carrano (2003, p. 136-137) também se refere aos jovens que permanecem dependentes da família, a geração canguru:

O fenômeno social da já denominada geração canguru – jovens que seguem morando com os pais e não vêem perspectivas de sair de casa, mesmo com a união conjugal ou gravidez –, evidencia o quadro de restrição “voluntária” da autonomia. O sentimento de restrição pessoal torna-se bastante evidenciado. Os jovens se vêem lançados a uma situação de marginalidade social face ao prolongamento do sentido de um futuro indeterminado. A consciência da realidade desse mundo do (não) trabalho tem levado a que um número cada vez maior de jovens mantenha física e afetivamente os vínculos familiares, consolidando uma relação de dependência que retarda ou inviabiliza o afastamento do núcleo familiar em quase todas as classes sociais. (grifos do autor)

Muitos prolongam seu período de juventude, não querem assumir responsabilidades, falam, se vestem e se portam como um jovem e esbanjam as características que definem e caracterizam a juventude, sem se preocupar com a idade ou com as responsabilidades vindas com o tempo e com os encargos da vida adulta. No trecho acima, Carrano (2003) caracteriza e explica a chamada geração Canguru, fenômeno que está cada vez mais presente. Para que abandonar a casa dos pais, assumir responsabilidades e contas, se ainda é possível continuar nessa constante zona de conforto?

Ao dizermos que a juventude é a fase das possibilidades, das alternativas, em que tudo está ao seu alcance, percebemos que o jovem não se prende a quaisquer tipo de atividade ou algo que atribua a ele compromissos a longo prazo. O mesmo pode começar uma atividade hoje, e amanhã já não querer dar continuidade, dando outro rumo aos seus planos e projetos. Caracterizando assim, uma fase flutuante, fluida, onde nada é concreto, e isso acontece com a sociedade de modo geral. Para Bauman (2007, p.07), a sociedade:

“Líquido-moderna” é uma sociedade em que as condições sob as quais agem seus membros mudam num tempo mais curto do que aquele necessário para a consolidação, em hábitos e rotinas, das formas de agir. A liquidez da vida e a da sociedade se alimentam e se revigoram mutuamente. A vida líquida, assim como a sociedade líquido-moderna, não pode manter a forma ou permanecer em seu curso por muito tempo.

Não é curioso considerarmos que sendo o jovem sujeito de inúmeras mudanças, possibilidades e alternativas a seu alcance ele opte justamente por seguir uma religião, que muitas vezes vem limitar, impor regras de como agir, de como se portar, do que se deve ou não ser feito?

(6)

265

Apresentação e análise dos dados

Fazer uma dedicatória ou um agradecimento a Deus, ou outras divindades religiosas, caracteriza a presença de algum tipo de fé ou crença, o que vem afirmar ou reforçar o que observamos em sala de aula. É significativa a presença dessa religiosidade nas falas e nos discursos desses jovens, colocações e opiniões.

Constatamos a partir da análise das dedicatórias dos TCC’s dos estudantes do curso de Serviço Social, que 95% fizeram algum tipo de agradecimento ou dedicatória a Deus em seu TCC.

Fonte: Trabalho de Conclusão de Curso dos Estudantes do Curso de Ser. Social

Citaremos alguns dos agradecimentos e dedicatórias encontradas nos trabalhos analisados:

“Agradeço primeiramente a Deus, o criador de tudo e de todos.” (2010) “Primeiramente quero agradecer a Deus, por ter me dado força, sabedoria e paciência nesses quatro anos de faculdade. E a Nossa Senhora pela intercessão na fase final deste trabalho.”(2010)

“Primeiramente quero agradecer a Deus, por ter me dado força, sabedoria e paciência nesses quatro anos de faculdade. E a Nossa Senhora pela intercessão na fase final deste trabalho.” (2012)

Depois de analisar as dedicatórias e os agradecimentos dos TCC’s do curso de Serviço Social, dos anos de 2010, 2011 e 2012, percebemos que a fé está presente na vida desses universitários. Como já destacamos acima, algumas vezes o jovem se afasta das instituições religiosas, as vezes deixam seus serviços e afazeres de lá, por falta de tempo ou por outras tarefas ocasionadas pela correria do dia- a dia, mas mesmo diante desses fatores a fé não se

(7)

In: Seminário Internacional de Práticas Religiosas No Mundo Contemporâneo (LERR/UEL), 4, 2016,

266

enfraquece.

Constatamos, em pesquisa realizada por Vanessa Tiemi (2012) que algumas vezes essa fé é alicerçada por tradições familiares, valores e princípios que não são destruídos e abandonados facilmente3. E que ainda continua presente a tradição familiar na religiosidade

destes jovens universitários.

Fonte: Questionários aplicados aos estudantes do curso de Ser. Social (2012)

Como demonstra o gráfico, os valores e princípios religiosos vêm sendo repassado e reproduzido de geração a geração. O que não deixa de ser curioso, porque os jovens continuam optando e escolhendo pelas tradições religiosas.

Acrescentando aqui nossas observações feitas no decorrer da pesquisa, no interior da sala de aula, e também dos grupos de oração GOU e POCKET, grupos que acontecem no interior da Universidade e conta com a participação dos jovens e também de servidores, esses valores religiosos encontram espaço até mesmo na correria do dia dia, em um contexto acadêmico e dito laico.

Assim as manifestações e demonstrações de fé podem vir das mais diferentes formas. Dedicar um trabalho, ou fazer um agradecimento a Deus, por algo que demandou trabalho e dedicação pode ser considerado um pequeno indicador, mas junto às falas e manifestações de fé analisadas nas demais áreas da pesquisa, consideramos as dedicatórias e agradecimentos fatores que vêm reafirmar que esta religiosidade não perde sua força ao longo do processo de formação acadêmica. E mais ainda, essa religiosidade ganha força, em meio aos desafios e dificuldades ocasionadas pelas dificuldades encontradas no cotidiano acadêmico.

Os trabalhos de conclusão de curso são trabalhos extensos e complexos, exige do discente dedicação, atenção, tempo e comprometimento no decorrer da construção deste. Os

3MORI, Vanessa Tiemi. A presença da religiosidade entre os estudantes do curso de Serviço Social da

Universidade Estadual de Londrina. 2012. 75 f. Trabalho de Conclusão de Curso (graduação em Serviço Social)

(8)

267

alunos se deparam com inúmeras dificuldades, causando tensão e nervosismo. Diante dessas situações, os estudantes recorrem ao que lhe traz conforto e segurança, que alivie a tensão e o nervosismo ocasionados pelos afazeres do dia a dia. É nesse cenário que encontramos a religiosidade expressa nas dedicatórias e agradecimentos:

“Agradeço primeiramente a Deus pelo amor incondicional que me permitiu vencer mais essa etapa da minha vida. ”

“Primeiramente agradeço a Deus, por estar ao meu lado em todos os momentos, sempre atendendo minhas súplicas, me concedendo a força e a sabedoria para superar os desafios impostos pela vida. ”

“Primeiramente, a Deus, O CRIADOR DE TUDO, obrigada pela vida e por sempre colocar em meu caminho as pessoas certas e na hora certa. ”

“Agradeço ao Papai do céu, por ter estado comigo, me dado forças, mesmo quando as dificuldades da vida me afastaram dele, Ele estava sempre guiando o meu caminho e os meus passos.”

Também realizamos entrevistas com os estudantes do 4º ano do Curso de Serviço Social, as quais complementam as análises dos TCC’s. Mais uma vez a religiosidade aparece com força, mesmo os que alegam não frequentar espaços religiosos, afirmam ter sua fé e suas crenças, sem precisar frequentar alguma instituição religiosa.

Como já dito acima, a tradição familiar também aparece nas entrevistas, os estudantes alegam que sempre frequentaram espaços religiosos por influência da família. Porém, continuam frequentando por questão de escolha, como afirmou uma das entrevistadas:

2. Por que você frequenta está igreja?

No começo eu ia aos domingos com a minha família, mas depois passei a ir por conta própria, me ocupando e servindo dentro de um grupo de oração 6. E a sua família (pai, mãe, filhos, irmão, marido...), participa?

Sim, participam, minha mãe é mais religiosa que o restante da família, mas todos participam (Entrevistada A.)

Esta temática de religião e religiosidade deveria ser discutida durante a formação profissional do Serviço Social, para que não houvesse confusão na compreensão da profissão. Ademais, até quando os professores continuarão a ignorar a questão da religiosidade, que é presente no cotidiano dos estudantes do curso de Serviço Social?

Esta é uma discussão extensa a ser superada, pois incide diretamente no processo de formação profissional, dentro do próprio meio acadêmico, pois se não for devidamente abordada e discutida no processo de formação pode gerar consequências na prática profissional, interferindo diretamente na atuação do profissional.

(9)

In: Seminário Internacional de Práticas Religiosas No Mundo Contemporâneo (LERR/UEL), 4, 2016,

268

A categoria dos assistentes sociais tem um compromisso posto nos Princípios Fundamentais do Código de Ética Profissional (1996):

VI. Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças;

XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física.

A falta de discussão e abordagem no decorrer da formação profissional acerca de elementos religiosos pode ocasionar posturas e colocações fundamentadas em princípios e valores religiosos por parte dos estudantes e futuros assistentes sociais, e que sairão da universidade com uma concepção da profissão pautada em um viés conservador, algumas vezes com uma perspectiva filantrópica.

Forma-se assim um círculo vicioso, ou seja, os estudantes entram na universidade com a ideia de um Serviço Social filantrópico e terminam o curso dedicando seus trabalhos a Deus. Ao ingressarem no curso, passam por um processo de formação em que são apresentados à teoria social crítica, desvinculando a profissão da perspectiva neotomista de ajuda e caridade trazida pela Igreja Católica, executadas pelas damas de Caridade.

CONCLUSÃO

Diante dos dados e dos apontamentos da pesquisa, nos deparamos com uma religiosidade que possui uma força em meio aos jovens. A adesão aos princípios e valores religiosos despertou em nós, pesquisadores, a curiosidade de como esse fenômeno se manifesta; assim, realizamos uma pesquisa que nos levou a constatar que a religiosidade em meio aos jovens está presente e precisa ser discutida.

Dessa maneira, considerando as análises realizadas até o presente momento percebemos que a religião é um elemento que vem a constituir a subjetividade dos jovens. O modo de vivenciar essa religiosidade é diferente de pessoa pra pessoa. Vimos até aqui, que de forma geral essa religiosidade é vivida de maneira intensa pelo jovem, deixando-a transparecer em diversos momentos - falas e manifestações dentro e fora de sala de aula.

Os grupos de orações são mais uma forma de reforçar e reafirmar essa participação e inserção nos espaços religiosos, pois acontecem no meio da semana, onde o jovem está ocupado e muitas vezes sobrecarregado com os afazes da semana, prova, trabalhos, estagio e

(10)

269

tudo que vem a integrar a vida acadêmica e mesmo assim encontra tempo para participar dessas atividades religiosas. Depois de alguns anos de formação acadêmica, baseada na cientificidade e na racionalidade, a religiosidade, constituída de crenças e valores particulares, não é desconstruída.

REFERÊNCIAS

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

CARRANO, Paulo César Rodrigues. Juventudes e cidades educadoras. Rio de Janeiro: Vozes, 2003.

CFESS. Código de Ética Profissional. http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf

Acesso em setembro de 2016

DESCHAMPS, Jean-Claude; MOLINER, Pascal. A identidade em Psicologia Social: dos processos identitários às representações sociais. Petrópolis: Vozes, 2009.

STUART, H. Identidade cultural na pós – modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.

MORI, Vanessa Tiemi. A presença da religiosidade entre os estudantes do curso de

Serviço Social da Universidade Estadual de Londrina. 2012. 71f. TCC (Graduação),

Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2012.

SILVA, Claudia N. As ações assistenciais promovidas pelas igrejas pentecostais no Município de Londrina (1970 – 1990). 181 p. Assis. Tese (Doutorado em História Social) – Faculdade de História, Universidade Estadual Paulista, 2008.

Referências

Documentos relacionados

A fim de analisar o livro “As brumas de Avalon”, enquanto documento histórico, na perspectiva da história das religiões, partimos do conceito de “hierofania”, tal qual definido

representações das seitas, crenças e seus desdobramentos, presentes na década de 1960 nos Estados Unidos a partir do filme O bebê de Rosemary, dirigido por Roman Polanski

Buscamos identificar como esses jovens compreendem a dimensão religiosa e o mundo ao seu redor, destacando a importância da compreensão do perfil, representações e

IV Seminário Internacional Práticas Religiosas no Mundo Contemporâneo (LERR/UEL-2016). PRIMEIRO AUTOR

Assim, entra em cena na política brasileira, novos atores sociais, dentre eles destaca Burity (2008), os pentecostais, ou seja, uma gene da atual bancada evangélica. 2 Essa lista

Leitão (2008) afirma que, sem dúvida, o Colégio foi durante mais de um século e meio a maior e mais importante instituição de ensino na capital, tendo os jesuítas

In: Seminário Internacional de Práticas Religiosas No Mundo Contemporâneo (LERR/UEL), 4, 2016, Londrina. Quando se pesquisa um estereótipo histórico e cultural como é a

Já em (13), o pastor reforça a ideia de que andava apenas em bons caminhos, reiterando a concepção de sempre ter sido obediente à palavra de Deus. cumprindo os