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2 DADOS GEOFÍSICOS. 2.1 Área e Limites

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2 – DADOS GEOFÍSICOS 2.1 – Área e Limites

Com uma área territorial de 15.173 hectares, está entre as áreas mais extensas da cidade do Rio de Janeiro, perdendo apenas para a Barra da Tijuca (17.567 ha), Campo Grande (17.167 ha) e Santa Cruz (16.373 ha) em extensão territorial. Seus limites são:

Norte – AP 5.2 – XVIII Região Administrativa da cidade do Rio de Janeiro – Campo Grande; Sul – Oceano Atlântico;

Leste – Maciço da Pedra Branca;

Oeste – XIX Região Administrativa da cidade do Rio de Janeiro – Santa Cruz e Baía de Sepetiba.

2.2 – Relevo e Formação do Solo (ver anexo 11)

A Região de Guaratiba está localizada numa planície, chamada Baixada de Sepetiba – entre a Maciço da Pedra Branca e a Baía de Sepetiba. O relevo é pouco recortado, predominando áreas planas, e apresenta um único acidente importante – a Restinga da Marambaia.

As restingas – línguas de areia paralelas às praias, são formadas quando correntes marítimas longitudinais, carregam matéria sólida (areia), ocorrendo decantação. Este importante acidente geográfico, chamado Restinga da Marambaia, cresceu da Ilha de Marambaia em direção à Barra de Guaratiba. Quando as restingas encostam suas extremidades em pontas de terra firme, podem fechar as águas, constituindo lagunas. No caso da Restinga da Marambaia isto não aconteceu, mas uma grande Baía foi formada – A Baía de Sepetiba. Nenhuma das extremidades alcançaram a terra firme, porém um dos lados se aproximaram mais. Este lado é o que está voltado para Barra de Guaratiba, onde as pontes conseguiram estabelecer uma conexão.

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2.3 – Recursos Hídricos (ver anexo 12)

Os principais cursos d’água da região são: o Rio Cabuçu, também chamado de Piraquê, o Rio Piracão e o Rio Portinho.

A Baía de Sepetiba, por receber afluxo de água doce dos rios, tornou-se um corpo de águas salinas e salobras. Nesta Baía, as águas são represadas pelo delgado cordão arenoso da restinga tendo comunicação franca com o oceano a oeste entre Mangaratiba e o morro da Marambaia e apenas uma estreita abertura a leste, na Barra de Guaratiba.

A Baía de Sepetiba recebe os rios Piraquê (chamado Cabuçu na parte alta do curso) que vem das encostas da Pedra Branca recolhendo também as águas caídas na planície; o

rio Piracão que nascendo nas encostas da serra do Capitão Inácio divaga na baixada alagável de

Guaratiba; e o rio Portinho que captando águas nas encostas do morro Cabuçu e da serra de Guaratiba desliza preguiçoso na baixada e depois entre os mangues até o canal que separa a restinga do continente.

A salinidade da Baía de Sepetiba sofre variações com a vazão dos rios e com a maré. Em maré cheia, na praia da Pedra, verificamos salinidades de 32g por litro em certo dia e só 27g noutra ocasião.

Veremos abaixo, os principais cursos d’água, com indicação das bacias hidrográficas e bairros a que pertencem.

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Macrobacia da Baía de Sepetiba Bacias/Cursos D’Água/Localização

Restinga de Marambaia Sem cursos d’água expressivos Guaratiba

Sub-bacia do Rio Piracão Rio Piracão Guaratiba

Sub-bacia do Rio Portinho Rio do Portinho Guaratiba

Rio Lavras Guaratiba

Rio Engenho Novo Guaratiba

Rio Cabaceiro Guaratiba

Rio Escola Guaratiba

Rio Olaria Guaratiba

Rio Grota Funda Guaratiba

Rio Santo Antônio Guaratiba

Rio Campo Peixoto Guaratiba

Rio João Correia Guaratiba

Rio Itapuca Barra de Guaratiba

Canal Capitão Guaratiba

Canal da Varzinha Guaratiba

Canal do Portinho Guaratiba

Canal do Bacalhau Guaratiba

Canal do Pedrinho Guaratiba

Canal do Pau Torto Guaratiba

Riacho Andorinhas Guaratiba

Riacho das Taxas Guaratiba

Riacho do Campo de São João Guaratiba

Vala Domingos Ferro Guaratiba

Sub-bacia do Rio Piraquê-Cabuçu Rio Piraquê Guaratiba

Rio Cabuçu Guaratiba

Valão das Cinzas Guaratiba

Rio da Chacrinha Guaratiba

Rio Cantagalo Guaratiba

Valão do Jardim Vila Mar Guaratiba

Rio dos Porcos Guaratiba

Valão do José Sena Guaratiba

Rio Consulado Guaratiba

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Sub-bacia do Rio do Ponto Rio do Ponto Guaratiba

Canal do Piripiri Guaratiba

Canal do Jardim Piaí Guaratiba

Fontes: Abreu, Sylvio Fróes. O Distrito Federal e seus Recursos Naturais. RJ, Serviço Gráfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 1957. p. 40-43.

Anuário Estatístico da Cidade do Rio de Janeiro 98/99 Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro

Além dos rios, podemos encontrar nesta região as seguintes praias: XXVI Guaratiba Nome das Praias Extensão (km)

subtotal 4,5 Barra de Guaratiba/Canto 0,6 Aterro 2,1 Pedra de Guaratiba 1,1 Venda Grande 0,4 Capela 0,3 Marambaia ... Funda/Inferno ... Búzios ... Meio ... Perigoso ...

Fonte: Anuário Estatístico da Cidade do Rio de Janeiro 98/99 Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro

2.4 – Clima

Assim como em toda a cidade do Rio de Janeiro, o clima é do tipo tropical, quente e úmido, porém a proximidade do mar determina características climáticas específicas. Geralmente, durante o dia o clima é quente, mas ao entardecer e a noite a brisa do mar refresca a temperatura, prevalecendo um clima agradável.

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2.5 – Vegetação (ver anexo 13)

Assim como na Barra da Tijuca, em Guaratiba destaca-se a Floresta Tropical Pluvial, mais conhecida como Mata Atlântica, que cobre o maciço da Pedra Branca. É uma floresta quase sempre de aspecto exuberante que se desenvolve no ambiente quente e superúmido da baixada, entre o mar e o pé da serra. A vegetação cresce sobre um solo encharcado ou coberto por uma lâmina d’água como nas matas de igapó da Amazônia. Esta vegetação, já muito devastada pelos lenhadores, ocorre nas encostas do maciço da Pedra Branca e na serra de Guaratiba.

Em torno desta mata, nos pântanos e alagadiços, são comuns as plantas aquáticas da família das ninfeáceas, os brejos adensados de tábua, de piri e de associações do perfumado lírio do brejo.

Já nas áreas de campo, gramíneas de baixo porte, ocupam as planícies de grande extensão de Guaratiba, localizadas entre os rios Portinho, Piracão e Piraquê. Desde de cedo estes campos foram utilizados para a criação de gado e para a cultura de arroz.

Como já vimos na Parte I, sobre as restingas da Barra da Tijuca, em Guaratiba, uma vegetação rasteira, de aparência agreste, também guarda uma imensa variedade de espécies.

Além desta variada vegetação, a região possui uma extensa zona de mangue, onde se encontra pouca variedade de espécies de árvores, mas grande numero de indivíduos por espécie. Entre as espécies dominantes temos: o mangue-vermelho (Rhizophora mangle), o mangue-siriúba (Avicennia schaueriana) e o mangue-branco (Laguncularia racemosa). Além destas, outra espécie também é comum, embora não seja típica de manguezal: o algodoeiro da praia (Hibiscus permambucensis). Estes manguezais são de extrema importância para a

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manutenção do pescado na região, pois são a principal fonte de alimentação, principalmente de moluscos e de crustáceos como camarões, siris e caranguejos.

Nas árvores do manguezal encontramos plantas epífitas (plantas que vivem apoiadas em outras), como orquídeas, gravatás e certos tipos de samambaias.

Veremos abaixo, algumas das espécies nativas da flora local, ameaçadas de extinção. Levantamento feito em 1997, pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Nomes científicos e vulgares Distribuição

1 - Família Chrysobalanaceae

Couepia schottii – Oiti-do-mato. Mata de Restinga (APA de Grumari, Baixada de Jacarepaguá e Marambaia).

2 - Família Euphorbiaceae

Croton migrans Casar. APA de Grumari e Marambaia.

3 - Família Gentianaceae

Voyria aphylla –Batata-cogumelo. Baixada de Jacarepaguá, Grumari e Marambaia.

4 - Família Leguminosae

Platymiscium nitens – Macacaúba. Mata de Restinga (APA de Grumari, Baixada de Jacarepaguá e Marambaia).

Swartzia glazioviana (Taubert) Glaziou – Jacarandá. Mata de Restinga.

Zollernia falcata Ness. Mata de Restinga.

Zollernia splendens - Mucitaíba. Mata de Restinga.

5 - Família Moraceae

Brosimum guianense – Muirapinima-preta.

Mata de Restinga (APA de Grumari, Marambaia e Baixada de Jacarepaguá).

Clarisia ilicifolia. Mata Atlântica.

Clarisia racemosa. Mata Atlântica.

Coussapoa curranii – Muirapinima. Mata Atlântica.

Coussapoa microcarpa - Muirapinima, Caimbé. Mata de Restinga. Marambaia.

Dorstenia cayapia Vell. - Caiapiá, Caiapiá-verdadeiro. Mata Atlântica.

Dorstenia elata Hook – Caiapiá-grande. Mata Atlântica.

Ficus gomelleira - Figueira, Gameleira. Mata Atlântica e Mata de Restinga.

Ficus nymphaeifolia – Figueira. Guaratiba e Jardim Botânico.

Helicostylis tomentosa. Mata Atlântica.

Pseudolmedia hirtula. Mata Atlântica.

Sorocea bomplandii. Mata Atlântica.

Sorocea racemosa. Mata Atlântica.

6 - Família Musaceae

Heliconia angusta Vell. – Bico-de-guará. Mata Atlântica, em locais úmidos e sombreados.

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Heliconia farinosa Raddi – Bananeira-do-mato. Mata Atlântica, em locais úmidos e sombreados.

Heliconia fluminensis L. Em. et Em. – Bananeira-do-mato. Mata Atlântica em locais úmidos e sombreados.

Heliconia lacletteana L. Em. et Em. Santos – Bananeira-do-mato. Mata Atlântica, em locais úmidos e sombreados. Heliconia pseudoemygdiana L. Emygdio e Em. Santos –

Bananeira-do-mato. APA de Grumari.

Heliconia sampaiona L. Em. – Bananeira-do-mato. Mata Atlântica em locais úmidos e sombreados.

7 - Família Olacaceae

Cathedra rubricaulis Miers. Mata de Restinga (Baixada de Jacarepaguá, APA de Grumari e Marambaia).

8 - Família Orchidaceae

Vanilla chamissonis Klotzsch - Baunilha, Orquídea. Mata Atlântica e de Restinga.

Cyrtopodium paranaënse Schltr. – Sumaré-das-restingas, Rabo-de-tatu.

Restingas arenosas da Baixada de Jacarepaguá e Marambaia.

9 - Família Sapindaceae

Urvillea triphylla – Cipó-timbó. Mata de Restinga da Baixada de Jacarepaguá, APA de Grumari e Marambaia.

10 - Família Sapotaceae

Bumelia obtusifolia var. exelsa (DC.) Miq. - Quixabeira, Sapotiabeira, Cega-olho.

Mata de Restinga da Baixada de Jacarepaguá, da APA de Grumari e de Marambaia.

Manilkara subsericea (Mart.) Dubard – Maçaranduba. Mata de Restinga e Mata Atlântica.

Pouteria psamophila var. xestophylla (Miq. et Eichl.) Baehni. Mata de Restinga e Mata Atlântica.

Fontes: Anuário Estatístico da Cidade do Rio de Janeiro 98/99 Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro

Abreu, Sylvio Fróes. “A Vegetação e as Culturas” in O Distrito Federal e seus Recursos Naturais, RJ. Serviço do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 1957. p. 139-194.

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2.6 – Fauna

Rica em peixes, crustáceos e moluscos, Guaratiba se tornou uma das regiões mais produtivas em frutos do mar. Entre as várias espécies de peixes, podemos citar as mais abundantes: tainha, robalo, badejo, corvina, pescada, sororoca e parati. No manguezal, a fauna é constituída por moluscos, crustáceos e ostras, que vivem presas nas raízes. Entre os crustáceos típicos da região estão, o guaiamum, o uçá, os siris e os chama-marés.

A avifauna também é riquíssima. Aves como a garça cor de rosa e azul, além da branca; o pato d’água; o joão grande; o batuíra; o socó; o carcará; o sebinho-do-mangue; o pica-pau-anão; a viuvinha; o socó-dorminhoco; o maçarico-de-coleira e o maçarico-de-peito-branco dão um colorido a paisagem.

Abaixo as principais espécies nativas da fauna ameaçadas de extinção. 1) Mamíferos – macaco-prego e lontra.

2) Aves – colhereiro; pato-de-crista; marreca-toucinho; marreca-preta; marreca-de-olhos-vermelhos; saracura-carijó; papagaio-do-mangue; trinca-ferro-verdadeiro e sabiá-da-praia. 3) Répteis – calango-de-cauda-verde; jararaca-verde e jacaré-do-papo-amarelo.

4) Anfíbios – rãzinha. 5) Crustáceos – guaiamum. 6) Aracnídeos – viúva-negra.

7) Insetos – borboleta-da-praia.

Fonte: Anuário Estatístico da Cidade do Rio de Janeiro 98/99 Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro

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2.7 – Ecologia – Estado de Preservação (ver anexo 14)

O mais preocupante, em toda a região de Guaratiba, é a situação dos rios e da própria Baía de Sepetiba.

O estado no qual se encontra a Baía de Sepetiba, foi acrescido pela atitude criminosa de aterros para a especulação turística e imobiliária, instalações de complexos industriais e portuários, instalação do Centro Tecnológico do Exército e de outras centenas de construções irregulares – típicas na região de Angra dos Reis – que contribuíram (e contribuem), para a erradicação dos manguezais de suas margens. Outros problemas favorecem o agravamento da precária situação em que se encontra a Baía de Sepetiba. Não podemos deixar de destacar os complexos industriais que alimentam suas águas com metais pesados, os esgotos domésticos sem tratamento, a pesca predatória com a utilização de redes de arrasto em locais desapropriados, e mais recentemente a utilização de traineiras para pesca de cardumes, principalmente sardinhas, tornando-se a cada dia mais freqüente. Essas atividades predatórias e poluidoras devem ser vistas num contexto mais amplo de degradação da Baía de Sepetiba, considerando a diminuição dos peixes, caranguejos e camarões que privam dos meios de subsistência inúmeras famílias que vivem desses recursos “renováveis”.

Além dos problemas acima citados podemos destacar outros que também agravam a situação dos manguezais, entre eles: redução de extensas áreas destes ambientes, através do corte de árvores, utilizadas principalmente para a construção de cercadas; pesca com rede de malha fina (rede balão) dentro de rios e canais, onde capturam-se em sua maioria peixes e camarões jovens, afetando o desenvolvimento dos mesmos e reduzindo a pesca; utilização de técnicas predatórias de captura de caranguejos – machos, fêmeas e jovens, prejudicando o ciclo de vida deste crustáceo; dragagem de rios e canais, como por exemplo a dragagem do Rio Piraquê, que aumenta o transporte de sedimento, favorecendo o assoreamento desta baía.

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Os metais pesados liberados por diversas indústrias, ficam depositados no fundo dos rios. Quando ocorre a dragagem, o fundo é remexido e estes metais se misturam às águas, entrando na cadeia alimentar das plantas e animais marinhos. Estes por sua vez chegam ao pescador e aos fregueses que ao comerem peixes, camarões, siris e mariscos podem se contaminar, ocasionando desde uma simples diarréia até problemas no sistema nervoso.

Devido à velocidade dos processos de degradação, tornam-se necessárias medidas urgentes para a conservação destes ambientes. É importante alertar e conscientizar a população da importância dos manguezais e da atual situação da Baía de Sepetiba.

Fontes: Fórum Comunitário SOS Baía de Sepetiba – Rio de Janeiro e Coordenadoria de Ecologia da UFRRJ – Luís Fernando Tavares de Menezes (biólogo).

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