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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL COM ÊNFASE EM FRUTÍFERAS DO CERRADO*

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333 estudos , Goiânia, v . 38, n. 2, p. 333-363, abr ./jun. 201 1.

O

Cerrado encontra-se totalmente na região tropical e representa, não somente para o Brasil, mas para o mundo, uma das alternativas viáveis e com alto potencial de produção agrícola.

Entretanto, sua utilização para este fim requer uma série de precauções e medidas que visem o seu desenvolvimento sustentável, sem esgotamento dos recursos naturais abundan-tes nesse bioma.

Apesar de todo esse potencial, a sustentabilidade está ameaçada pela desmobilização do sistema de pesquisas, Resumo: A relevância dessa pesquisa é comprovar

com o aspecto científico elucidativo de questões referentes à produção, conservação e manutenção de frutíferas do cerrado em pequenas e médias escalas. Visando seus as-pectos econômicos, industriais e ambientais considerando a produção da matéria-prima para o consumo, a sustenta-bilidade e o valor agregado ao produto final.

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Palavras-chave: Sustentabilidade. Frutíferas do

cerra-do. Conservação. Produção.

MARCOS EMÍLIO PEREIRA, ANTONIO PASQUALETO

DESENVOLVIMENTO

SUSTENTÁVEL

COM ÊNFASE

EM FRUTÍFERAS

DO CERRADO*

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334 estudos , Goiânia, v . 38, n. 2, p. 333-363, abr ./jun. 201 1.

interrupção de projetos, e por fatores que dificultam a difusão das inovações, tais como: alto preço dos insumos, juros altos, instabilidade de preços de produtos.

As práticas de preservação, conservação, plantio e manejo no cultivo de frutíferas nativas do cerrado, propiciam melhor aprovei-tamento dos recursos naturais na produção de espécies nativas para fins econômicos, industriais e ambientais. Possibilitando a geração de renda, garantia do avanço econômico e a sustentabilidade.

Agregar valores aos produtos nativos, possibilita mitigar o passivo ambiental gerado na expansão da monocultura de grãos e na agropecuária.

A produção (plantio) ou conservação (selvagens) de frutíferas nativas do cerrado é um novo paradigma que avança lentamente entre os pequenos e médios produtores rurais pelo imenso estado de Goiás.

Nesse sentido, pretende-se contribuir com o manejo susten-tável, de espécies frutíferas do cerrado. Oferecendo condições ao produtor de agregar valor ao seu produto, no intuito de aumentar a renda da propriedade e propiciar melhoria sócio-econômica da família rural, sem por em risco o Bioma Cerrado, visando difundir as técnicas de cultivo e colheita para poderpreservá-las e comercializá-las.

Ressalta-se que essa pesquisa bibliográfica foi feita com o intuito de recolher informações e conhecimentos, a cerca do cultivo de frutíferas do cerrado, e sua viabilidade ambiental, industrial e econômica. As atividades foram registradas permitindo acompa-nhar a evolução do trabalho. A fim de obter elementos necessários para implantação e implementação do cultivo, junto aos pequenos e médios produtores rurais.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Conceito de Sustentabilidade

A palavra sustentabilidade tem forte conotação valorativa. Reflete mais uma expressão dos desejos e valores de quem a ex-prime do que algo concreto, de aceitação geral.

Define-se por desenvolvimento sustentável um modelo econômico, político, social, cultural e ambiental que satisfaça as

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necessidades das gerações atuais e proporcione as gerações futuras a satisfações de suas próprias necessidades.

Segundo Sachs (1993), O conceito de sustentabilidade com-porta sete aspectos de grande importância para seu entendimento, a saber:

� Sustentabilidade social; melhoria na qualidade de vida da população, equidade na distribuição de renda, diminuição das diferenças sociais, participação e organização popular. � sustentabilidade econômica; compatibilidade entre padrões de

produção e consumo, equilíbrio de balanço de pagamentos, acesso a ciência e tecnologia.

� sustentabilidade política; descentralização da gestão de recur-sos, sistemas participativos.

sustentabilidade cultural; respeito aos diferentes valores entre os povos e incentivo nos processos de mudança.

� sustentabilidade espacial; equilíbrio entre o rural e o humano, adoção de práticas agrícolas inteligentes não agressivas á saúde e ao ambiente, manejo sustentado das florestas e industrializa-ção descentralizadas.

� sustentabilidade ecológica; tecnologias limpas de maior efici-ência e regras adequadas de proteção ambiental

� sustentabilidade ambiental;conservação geográfica, equi-líbrio de ecossistemas, erradicação da pobreza e respeito aos direitos humanos. Abarca todas as dimensões anteriores citadas.

No confronto com a opção de crescer e no processo de impor inevitável desgaste ao estoque de recursos naturais, ou conservar o meio ambiente, o crescimento sustentável provê os dois: cres-cimento com conservação; e assim se qualifica como um objetivo social eticamente legítimo.

Segundo, Cunha (et al., 1986),

o Desenvolvimento Sustentável é uma estratégia de desenvol-vimento que administra todos os ativos, os recursos naturais e os recursos humanos assim como os ativos financeiros e físicos de forma compatível com o crescimento da riqueza e do bem-estar em longo prazo. O desenvolvimento sustentável, como um ideal, rejeita políticas e práticas que dêem suporte aos padrões de vida correntes à custa da deterioração da base

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produtiva, inclusive a de recursos naturais, e que diminuam as possibilidades de sobrevivência das gerações futuras.

Portanto, a coerência ecológica é determinante a intensidade que a exploração seja compatível com a capacidade de suporte do meio ambiente.

O grande marco para o desenvolvimento sustentável mundial foi, sem dúvida a Conferencia das Nações Unidas sobre Meio Am-biente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992, com a aprovação de vários documentos importantes, dentre os quais a Agenda 21, um Plano de Ação Mundial para orientar as transformações desenvolvimentistas (SACHS, 1993).

Definição de Biodiversidade

Na Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) das Nações Unidas, os governos participantes acordaram a definição “oficial” de diversidade biológica, sendo: a variabilidade de orga-nismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecos-sistemas. Mas essa definição simples esconde um quadro bem mais complexo, que inclui a diversidade de genes, populações, paisagens e biomas. (MCNEELY; SCHERR, 2009).

O Valor da Biodiversidade Selvagem

Segundo McNeely e Scherr (2009), nós, humanos encontramos beleza e prazer na diversidade da natureza. Essa diversidade constitui, também, uma base para a criação humana e um ob-jeto de estudo. Muitos defendem que a diversidade biológica deve ser conservada por princípios, porque todas as espécies merecem respeito, independentemente de sua utilidade para a humanidade, e porque todas elas são componentes de nosso sistema de sustento de vida. Mas há os que precisam ver be-nefícios econômicos para que possam apreciar determinado recurso. A biodiversidade desempenha, também, um importante papel utilitário no suporte de meios de subsistência rurais, da

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produção agrícola e de funções ecossistêmicas. Todas as socie-dades: urbana, rural, industrial e não industrial recorrem a uma vasta série de ecossistemas, espécies e variantes genéticas para responder às suas necessidades em constantes mudanças. A bio-diversidade é a fonte de toda riqueza biológica, fornecendo-nos todos os nossos alimentos, muitas de nossas matérias-primas e uma grande variedade de bens e serviços, além de material genético para a agricultura, a medicina e a indústria.

Portanto, a biodiversidade selvagem desempenha um papel diretamente importante nos meios rurais com a sustentabilidade e viabilidade econômica de seus produtos e serviços ambientais relevantes. Baseado nesse contexto, esse estudo considera o valor da biodiversidade como atividade principal para o extrativismo, que deve ser visto como componente do sistema de produção e da gestão de renda familiar.

Caracterização do Cerrado Segundo Novaes, (1993),

Os cerrados ocupam aproximadamente um quarto do território brasileiro, pouco mais de 200 milhões de hectares e abrigando um rico patrimônio de recursos naturais renováveis adaptados às duras condições climáticas, edáficas e hídricas que determinam sua própria existência. Desse total, 155 milhões estão no planalto Central e 38,8 milhões de hectares no Nordeste, dos quais a maior parte (30,3 milhões) na região Meio-Norte: 43,3% da superfície do Maranhão é composta de cerrado e 64,7% da do estado do Piauí. Existem ainda áreas de cerrado em Rondônia, Roraima, Amapá e Pará, além de São Paulo. O cerrado é o segundo maior bioma brasileiro (depois da Amazônia) e concentra nada menos que um terço da biodiversidade nacional e 5% da flora e da fauna mundiais. A flora do cerrado é considerada a mais rica savana do mundo, e estima-se que entre 4 a 7.000 espécies habitam essa região.

Nesse contexto, procuramos desenvolver a temática sobre as percepções do cerrado, utilizando as frutíferas nativas como

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teira de desenvolvimento sustentável capaz de manter a dinâmica da proteção de espécies e suas funcionalidades.

O clima dominante da região é tropical-quente-subúmido, caracterizado por forte estacionalidade das chuvas e ausência de estacionalidade da temperatura média diária. Entretanto, as serras e planaltos altos de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul experimentam sensíveis quedas de temperatura, inclusive geadas, caracterizando áreas de clima tropical de altitude. A água acumulada nos lençóis freáticos do cerrado do Centro-Oeste abastece nascentes que dão origem a seis das oito maiores bacias hidrográficas brasileiras. Exceção apenas para as bacias do rio Uruguai e do Atlântico sudeste. Essa abundância hídrica é importante para a vegetação, pois permite o intercâmbio de sementes, pólen e mesmo a disper-são da fauna através das matas de galeria que acompanham córregos e rios. Possibilitando que indivíduos do cerrado se acasalem com representantes da Amazônia, da mata atlântica, e da caatinga, o que contribui para aumentar a variabilidade genética de espécies (NOVAES, 1993).

Infelizmente a ocupação econômica dos cerrados tem ocorrido sem um adequado planejamento. O cerrado é visto pelos plane-jadores, financiadores e agricultores, apenas como solos a serem ocupados, isto é, só se aproveita o cerrado enquanto substrato para as atividades agrícolas de monoculturas.

Segundo Dias, (1992),

para que sejam garantidos o uso racional e sustentável e a preser-vação dos recursos naturais renováveis dos Cerrados precisamos consolidar e divulgar os conhecimentos sobre a estrutura e fun-cionamento dos ecossistemas de Cerrado e seu comportamento em face de fatores impactantes. O Cerrado precisa ser manejado não apenas como substrato, tanto para preservar seu rico patrimônio genético quanto para viabilizar uma exploração sustentada de seus recursos. A fim de preservarmos o pa-trimônio genético dos Cerrados, precisamos considerar a biota, os ecossistemas em diferentes regiões, e os efeitos da fragmentação das áreas.

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339 estudos , Goiânia, v . 38, n. 2, p. 333-363, abr ./jun. 201 1. POTENCIAL DO CERRADO

Aproveitamento Alimentar das Frutíferas do Cerrado

Com a enorme biodiversidade criou-se, na região do cerrado, uma tradição de usos, em diferentes formas, dos recursos vegetais. Destacam-se pela importância na região, as espécies alimentícias, medicinais, madeireiras, tintoriais, ornamentais, além de outros usos. Das espécies com potencial de utilização, na região do cerrado, destacam-se as frutíferas com algumas dezenas de espécies de diferentes famílias que produzem frutos comestíveis, com formas variadas, cores atrativas e sabor característico.

Essas frutas são consumidas em diferentes formas pelas po-pulações locais, regionais e constituem, ainda, uma importante fonte de alimentos para animais silvestres (pássaros, roedores, tatus, canídeos, entre outros.).

Os animais silvestres funcionam como dispersores naturais de sementes podendo-se admitir que o caráter atrativo e alimentício dos frutos resulta de um processo de co-evolução entre plantas e animais, por um longoperíodo de tempo (CHAVES, 2003). As fruteiras nativas ocupam lugar de destaque no ecossiste-ma do cerrado e seus frutos já são comercializados em feiras e com grande aceitação popular.

Esses frutos apresentam sabores característicos e elevados teores de açúcares, proteínas, vitaminas e sais minerais e podem ser consumidos in natura ou na forma de sucos, licores, picolés, fa-rinhas, doces, sorvetes, geléias entre outros. Atualmente, existem mais de 58 espécies de frutas nativasdos cerrados conhecidas e utilizadas pela população. O consumo das frutas nativas dos cerrados há milênios consagrados pelos índios, foi de suma importância para a sobrevivência dos primeiros desbravadores e colonizadores da região (ÁVIDOS; FERREIRA, 2003). Através da adaptação e do desenvolvimento de técnicas de beneficiamento dessas frutas, o homem elaborou verdadeiros tesouros culinários regionais.

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O interesse por essas frutas tem atingido diversos segmentos da sociedade, entre os quais se destacam agricultores, indus-triais, donas-de-casa, comerciantes, instituições de pesquisa e assistência técnica, cooperativas, universidades, órgãos de saúde e de alimentação, entre outros.O interesse indus-trial pelas frutas nativas dos cerrados foi intensificado após a década de 1940. A mangaba, por exemplo, foi intensivamente explorada durante a segunda guerra mundial, para exploração de látex. O babaçu e a macaúba foram bastante estudados na década de 70, em decorrência da crise de petróleo e demons-traram grandes possibilidades para utilização em motores de combustão, em substituição ao óleo diesel. A polpa e o óleo da macaúba são utilizados na fabricação de sabão de coco. O pequi já foi industrializado, sendo o seu óleo enlatado e comercializado. O palmito da guariroba, de sabor amargo, começou a ser comercializado em conserva recentemente, à semelhança do palmito doce. Os sorvetes de cagaita, araticum, pequi e mangaba continuam fazendo sucesso nas sorveterias do Distrito Federal e de Belo Horizonte (ÁVIDOS; FERREIRA, 2003).

Em Goiânia e Brasília existem diversas fábricas de polpa de frutas do cerrado e sorveterias que compram toda a polpa produ-zida em Goiás.

Uma dessa empresa possui franquia em vários Estados do Brasil para a comercialização de seus produtos.

No município de Damianópolis-GO, a Associação dos Pro-dutores e Processadores de Frutos do Cerrado de Damianópolis e Região – BENFRUC, com auxílio do Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE-GO, desenvolve um projeto de aproveitamento alimentar das frutas do cerrado. Com recursos da Fundação Banco do Brasil foi construída uma fábrica para processamento das frutas. Os associados coletam e processam frutos como pequi, mangaba, araticum, cagaita, baru, jatobá, buriti e outros e os comercializam em Brasília, Goiânia e região.

O SEBRAE-GO forneceu a planta industrial e consultores para a realização de cursos de Boas Práticas de Fabricação (BPF) e Boas Práticas de Coleta de Colheita (BPC) aos associados.

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Essa instituição tem auxiliado, ainda, a Associação dos Produtores e Beneficiadores de Frutos do Cerrado - Benfruc na regularização da fábrica junto ao CREA-GO, Ministério da Agri-cultura e Ministério da Saúde. Em breve os associados começarão a cultivar as frutíferas.

Atualmente, é possível encontrar grande quantidade de frutas nativas do cerrado sendo comercializadas em feiras da região e nas margens das rodovias a preços competitivos e alcançan-do aceitação popular. Observa-se, a existência de mercaalcançan-do potencial e emergente para as frutas nativas do cerrado, a ser explorado pelos agricultores, pois todo o aproveitamento desses frutos tem sido feito de forma extrativista e, às vezes, predatória (SILVA et al., 2001).

Apesar da existência de leis de proteção à fauna, à flora e ao uso do solo e água, elas são ignoradas pela maioria dos agricultores, que utilizam esses recursos naturais erroneamente, na expectativa de maximizarem seus lucros.

Nesse cenário, o ecossistema cerrado tem sido agredido e depredado pela ação do fogo e dos tratores, colocando em risco de extinção várias espécies de plantas, entre elas algumas fruteiras nativas, antes mesmo de serem classificadas pelos pesquisadores (ÁVIDOS; FERREIRA, 2003).

Devido ao processo acelerado de ocupação agrícola do Cer-rado e à exploração extrativista e predatória, tem-se observado quedas anuais significativas nas safras desses produtos, tornando imprescindível que seu cultivo seja iniciado.

Segundo Abramovay (1999), é possível explorar de maneira sustentável os recursos e o verdadeiro banco de germoplasma existentes nos Cerrados.

As fruteiras nativas dos Cerrados, tais como araticum, jatobá, pequi, mangaba, cagaita, buriti, baru constituem fontes importantes de fibras, proteínas, vitaminas, minerais, ácidos saturados e insa-turados, presentes em polpas e sementes possuem enraizamento profundo permitindo um aproveitamento mais eficiente da água e dos minerais do solo comparativamente às lavouras de grãos.

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Ainda, segundo Abramovay (1999), as fruteiras nativas não dependem de sistemas de manejo apoiados em revolvimento intensivo do solo; oferecem proteção ao solo contra impactos de gotas de chuva e contra formas aceleradas de erosão hí-drica e eólica; permitem consorciamento com outras culturas favorecendo o melhor aproveitamento da terra podem ser exploradas sem forte alteração da biodiversidade.

Estes são apenas alguns exemplos de recursos, que a pesquisa agrícola estuda e cuja, exploração sustentável pode proporcionar retor-no atraente não se restringindo aos mercados convencionais existentes.

Uma boa solução para conter a devastação da região do cer-rado, é utilizar as áreas já abertas e abandonadas, para a produção, pois assim não seria preciso devastar novas áreas

(SILVA et al., 2001).

Além disso, a utilização dessas áreas reduziria os custos para os produtores, visto que já estão preparados e limpos para o plantio, exigindo apenas investimentos em corretivos, adubações e práticas conservacionistas.

Dentre as possibilidades atuais de utilização das fruteiras do cerrado, destacam-se: o plantio em áreas de proteção ambiental; o enriquecimento da flora das áreas mais pobres; a recuperação de áreas desmatadas ou degradadas por pastagens; a formação de pomares domésticos e comerciais; e o plantio em áreas de reflo-restamento, parques e jardins, e em áreas acidentadas.

Nesse sentido, muitos agricultores e chacareiros já estão implantando pomares de frutas nativas dos cerrados e os viveiristas estão intensificando a produção de mudas (ÁVI-DOS; FERREIRA, 2003).

Outro tipo de ambiente que pode ser utilizado de forma com-plementar para fins de conservação de recursos genéticos são as faixas de domínio de rodovias.

Pelo menos para as espécies com parte da variabilidade ge-nética das populações originais, além de servir para conectar

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fragmentos. Nota-se, no entanto, que estas faixas vêm sendo paulatinamente ocupadas por lavouras, de forma irregular, o que poderia ser evitado com ações educativas e de fiscali-zação (CHAVES, 2001).

Principalmente nas chapadas, áreas contínuas e intocadas, que ocorrem em extensões nas margens de rodovias, amostram faixas de formações originais de áreas ocupadas por atividades agropecuárias.

Há potencial para a exportação dessas frutas, já que possuem um sabor característico e não são encontradas em outros países.

O licor de pequi é exportado para o Japão e a amêndoa do baru é demandada pela Alemanha; mas existem ainda muitas possibilidades de exportação de outras espécies nativas.

É muito importante investir no trabalho de domesticação das fruteiras nativas dos cerrados para que possam ser cultivadas em lavouras comerciais.

Dessa forma, evita-se o extrativismo predatório, ao mesmo tempo em que se conservam as espécies em seu habitat natural (ÁVIDOS; FERREIRA, 2003).

As informações baseadas em pesquisa científica, acerca das espécies frutíferas do cerrado são, ainda, escassas.

Das observações e resultados obtidos pode-se considerar que algumas das espécies enfocadas apresentam boa possibilidade de utilização em plantios comerciais, em curto prazo. Merecem des-taque, neste aspecto, o araticum e a mangaba. Ambas as espécies são relativamente precoces, com quatro a seis anos para início de produção, a partir do plantio de mudas.

Para algumas espécies de nativas, os principais pontos críticos a serem contornados são: baixo poder germinativo e dormência das sementes, o que dificulta a formação de mudas uniformes, além do ataque de insetos aos frutos danificando-os.

A mangabeira e o baru não apresentam problemas de formação de mudas. Porém, a mangabeira necessita que as sementes sejam plantadas imediatamente após serem retiradas dos frutos (sementes recalcitrantes). Algumas espécies de alto potencial econômico, principalmente o pequizeiro e o baru, apresentam maiores problemas quanto à domesticação, devido

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ao longo tempo necessário para início de produção. Nesse caso, a reprodução assexuada seria uma forma de promover uma maior precocidade. Mesmo com alguns resultados de pesquisa que apontam a possibilidade de enxertia na espé-cie, a técnica ainda não está totalmente dominada para ser empregada em larga escala, merecendo estudos com acom-panhamento das mudas enxertadas, após o transplantio para o campo (CHAVES, 2003).

Época de Produção das Frutas

A maioria das frutas do cerrado amadurece no início da estação chuvosa, que vai de setembro a dezembro, porém em menores quantidades há uma ocorrência de frutos praticamente o ano todo.

De forma geral, os frutos que amadurecem no início da es-tação chuvosa (setembro, outubro) não apresentam dormência de sementes, já que estas encontram condições propícias para germinação e estabelecimento das plântulas, antes do período de estiagem.

Como exemplos de espécies que adotaram este tipo de es-tratégia, podem ser citados a cagaita (Eugenia dysenterica DC) e o cajú arbóreo (Anacardium othonianum Rizz), que muitas vezes, frutificam antes mesmo das primeiras chuvas da estação.

Já as espécies que frutificam mais para o final da estação chuvosa apresentam, em geral, sementes com diferentes graus de dormência, o que as possibilitam atravessar a estação seca para germinar no início da estação chuvosa seguinte. O araticum

(An-nona crassiflora Mart.) e o pequi (Cariocar brasiliense Camb.) são exemplos de espécies que apresentam sementes com dormência (CHAVES, 2001).

A época de frutificação e a vegetação de ocorrência para coleta de frutos e obtenção de sementes das principais espécies de fruteiras nativas do Cerrado são apresentadas no Quadro 1. (SILVA, et al, 2001).

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Quadro 1: Época de frutificação e vegetação de ocorrência para a coleta de frutos e sementes das principais espécies frutíferas nativas do Cerrado

Nome comum Nome científico Frutificação Vegetação de concorrência Amora-Preta Bubus cf bra-silliensis set. a fev. Mata de Galeria

Ananás Annas ananas-soides out. a mar. Cerrado, Cerradão e Mata de Geleria Araçá Psidium firmum out. a dez. Cerrado e Cerradão Araticum Annona crassiflora fev. a mar. Cerrado e Cerradão

Araticum-de-Casca-Lisa Annona coriacea dez. a mar.

Cerrado, Cerradão, Campo Sujo e Rupestre1

Araticum-Rasteiro Annona pygmaea dez. a mar. Campo Sujo e Campo Limpo

Araticum-Tomen-toso

Annona cf.

to-mentosa dez. a mar. Cerrado e Campo Sujo Babaçu Orbygnia cf. phalerata out. a jan. Mata Seca

Bacupari Salacia campestris set. a dez. Cerrado, Cerradão e Campo Sujo Banha-de-Galinha Swartzia langs-dorfii ago. a out. Mata Seca, Mata de Galeria Baru Dypterix alata set. a out. Mata Seca, Cerradão e Cer-rado Buriti Mauritia vinifera out. a mar. Mata de Galeria e Vereda Cagaita Eugenia dysen-terica out. a dez. Cerrado e Cerradão

Cajuzinho-do-Cerrado

Spondia cf.

lu-tea L. dez. a fev. Mata de Galeria

Caju-de-Árvore-do-Cerrado

Anacardium

othonianum set. a out. Cerrado e Cerradão Caju-Rasteiro Anacardium pumilum set. a out. Campo Sujo e Campo Limpo

Cajuzinho-do-Cerrado

Anacardium

humile set. a nov.

Cerrado, Campo Sujo e Cam-po LimCam-po

Chichá Sterculia striata ago. a out. Cerradão e Mata Seca

Coquinho-do-Cerrado Syagrus flexuosa set. a mar. Cerrado e Cerradão

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Nome comum Nome científico Frutificação Vegetação de concorrência Croadinha Mouriri elliptica set. a out. Cerrado e Cerradão Curriola Pouteria ramiflora set. a mar. Cerrado e Cerradão Fruto-do-Tatu Crhysophyllum

soboliferum nov. a jan. Cerrado e Campo Sujo Gabiroba Campomanesia

cambessedeana set. a nov.

Cerrado, Cerradão e Campo Sujo

Gravatá Bromelia balansae out. a mar. Cerrado e Cerradão Guapeva Pouteria cf.

gardi-neriana nov. a fev.

Cerradão, Mata Seca e Mata de Galeria

Guariroba Syagrus oleraceae set. a jan. Mata Seca Ingá-do-Cerrado Inga laurina

Willd.. nov. a jan.

Mata de Galeria, Cerradão e Mata Seca

Jaracatiá Jacaratia

hipta-phylla jan. a mar. Mata Seca Jatobá-do-Cerrado Hymenaea stigo-nocarpa set. a nov. Cerrado e Cerradão Jatobá-da-Mata Hymenaea stilbo-carpa set. a nov. Cerradão, Mata Seca e Mata de Galeria Jenipapo Genipa ameria-cana set. a dez. Mata Seca, Cerradão e Mata de Galeria Jerivá Syagrus romanzo-ffiana abr. a nov. Cerradão e Mata de Galeria Lobeira Solanum lycocar-pum jul. a jan. Cerrado, Cerradão e Campo Sujo Macaúba Acrocomia acu-leata mar. a jun. Mata Seca e Cerradão Mama-Cadela Brosimum gaudi-chaudii set. a nov. Cerrado e Cerradão Mangaba3 Hancornia spp. out. a dez. Cerrado e Cerradão

Maracujá-de-Cobra4

Passiflora

coc-cinea set. a nov. Mata de Galeria e Cerradão

Maracujá-do-Cerrado

Passiflora

cincin-nata out. a mar. Cerrado e Cerradão Maracujá-Doce Passiflora alata fev. a abr. Mata de Galeria e Mata Seca Maracujá-Nativo5 Passiflora eichle-riana out. a mar. Mata de Galeria, Cerradão e Mata Seca

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347 estudos , Goiânia, v . 38, n. 2, p. 333-363, abr ./jun. 201 1.

Nome comum Nome científico Frutificação Vegetação de concorrência Maracujá-Roxo Passiflora edulis fev. a ago. Mata de Galeria

Marmelada-de-Bezerro Alibertia edulis set. a nov. Cerrado e Cerradão

Marmelada-de-Cachorro Alibertia sessillis out. a dez. Cerrado e Cerradão

Marmelada-de-Pinto Alibertia elliptica out. a dez. Cerrado e Cerradão

Melancia-do-Cerrado

Melancium

cam-pestre mai. a jul.

Cerrado, Campo Sujo e Cam-po LimCam-po

Murici Byrsonima

ver-bascifolia nov. a mar. Cerrado e Cerradão Palmito-da-Mata Euterpe adulis abr. a out. Mata de Galeria

Pequi Caryocar

brasilliense out. a mar.

Cerrado, Cerradão e Mata Seca

Pequi-Anão6 Caryocar

bra-silliense subsp. fev. a abr.

Cerrado, Campo Limpo, Cam-po Sujo e CamCam-po Rupestre Pêra-do-Cerrado Eugenia

klost-zchiana out. a dez. Cerrado e Cerradão Perinha Eugenia lutescens set. a nov. Cerrado, Cerradão e Campo

Sujo

Pimenta-de-Macaco Xilopia aromatica set. a jan. Cerrado e Cerradão Pitanga-Vermelha Eugenia calycina set. a dez. Cerrado e Campo Sujo

Pitomba-do-Cerrado Talisia esculenta out. a jan. Mata Seca e Cerradão Fonte: Silva et al. (2001).

conclusão

Observou-se, em plantio não-experimental da Embrapa Cerrados, que plantas oriundas de mudas produzidas por semen-tes de algumas espécies frutíferas nativas e de porte herbáceo-arbustivo, como gabiroba, pêra-do-cerrado, marmelada, cajú, dentre outras, iniciaram a fase de frutificação a partir de dois anos após o plantio.

Espécies arbóreas como araticum, pequi, baru, cagaita e mangaba, tiveram sua fase de frutificação iniciada quatro a cinco anos após o plantio.

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Devido à grande variabilidade genética encontrada nas espécies de fruteiras nativas, em condições naturais, os plantios oriun-dos de sementes ou propagação sexuada apresentam plantas desuniformes, com florescimento e frutificação irregulares. A propagação vegetativa ou assexuada através de enxertia, estaquia ou cultura de tecidos permite a clonagem de plantas-matrizes de alta produtividade e boa qualidade de frutos, a padronização das plantas e a uniformidade na produção, além de antecipar o início da frutificação (SILVA, A.P.P. et al, 2003). Obtenção de Sementes

Ainda conforme, SILVA, et al. 2003, O procedimento desde a coleta dos frutos até o armazenamento das sementes é o seguinte: � Os frutos podem ser coletados maduros nas plantas ou logo após caírem no chão, eliminado os frutos deteriorados e mal formados;

Após a coleta, extrair a polpa dos frutos. A extração da polpa de frutos carnosos e de casca mole pode ser feita amassando-se os frutos sobre uma peneira. Frutos de casca dura deverão ser quebrados e a polpa retirada com o uso de faca;

� Após extrair a polpa, separar as sementes;

As sementes devem ser lavadas em água corrente e colocadas para secar a sombra, em local ventilado;

� Selecionar as sementes (o tamanho, a cor e a forma). Eliminar as sementes chochas, deformadas ou que apresentem sinais de ataques de pragas ou doenças.

As sementes para fins comerciais devem ser coletadas próximas às regiões de demanda;

� No armazenamento, as sementes de frutos carnosos são acon-dicionadas em sacos plásticos e colocadas na geladeira por um período de 15 dias; após este período, o poder germinativo começa a cair.

As sementes de frutos secos podem ser armazenadas em sacos de papeis, em ambiente seco e ventilado, por um período de 60 dias, após o qual a percentagem de germinação começa a cair. � Em algumas espécies as sementes perdem rapidamente sua viabilidade, como é o caso da Mangaba e do Ingá, devendo ser semeadas logo após a retirada dos frutos.

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349 estudos , Goiânia, v . 38, n. 2, p. 333-363, abr ./jun. 201 1. Cultura da Mangabeira

Segundo Silva et al. (2000),

A mangabeira é uma das mais importantes produtoras de matéria-prima para a agroindústria de sucos e sorvetes do Nordeste e Centro-Oeste, e o volume de frutas que chega ao mercado é menor que a procura.

Alguns cultivos comerciais estão começando a se estabelecer, mas as poucas informações sobre técnicas de cultivo ainda limitam a expansão dos pomares comerciais.

A mangabeira é uma planta de clima tropical, com tempera-tura média anual em torno de 25ºC e chuvas entre 750mm a 1500mm anuais bem distribuídas.

A planta tolera períodos secos e se desenvolve melhor em perío-dos quentes. Apesar de ser encontrada vegetando em solos arenosos, ácidos, pobres em nutrientes e em matéria orgânica, e de fácil dre-nagem, a mangabeira apresenta melhor desenvolvimento em solos areno-argilosos profundos e com bom teor de matéria orgânica.

A mangabeira multiplica-se por sementes; estas são obtidas de frutos somente maduros – colhidos ainda “de vez”.

Esses frutos devem ser sadios, com quantidade de polpa de bom aspecto e colhidos de plantas precoces, vigorosas, isentas de pragas e doenças, e produtivas. Imediatamente depois de retiradas dos frutos as sementes devem ser lavadas para eliminação total da polpa e secadas à sombra sobre jornal por 24 horas e devem ser semeadas até o quarto dia após a lavagem.

O semeio pode ser feito em canteiros de terra ou em sacos de polietileno preto com dimensões 14 x 16cm ou 15 x 25cm enchidos com terra preta e areia lavada na proporção de (1:1), ou seja, o mesmo volume de terra para o mesmo volume de areia, deixando um borda de aproximadamente 5 cm do enchimento do saco plástico de polietileno.

O uso de calcário e o excesso de irrigação e/ou matéria or-gânica no substrato, para a formação de mudas, prejudica o desenvolvimento delas, além de favorecer o ataque de doenças do sistema radicular (AVIDOS; FERREIRA, 2003).

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350 estudos , Goiânia, v . 38, n. 2, p. 333-363, abr ./jun. 201 1.

A germinação ocorre a partir de 21 dias após o semeio, estenden-do-se por 30 dias. O plantio definitivo é feito cerca de 120 dias após o semeio, no início das chuvas, quando as mudas tiverem cerca de 20 cm de altura. O crescimento é lento. O espaçamento recomendado em plantio solteiro é de 6 x 4 metros ou 6 x 5 metros. O plantio definitivo deve ser feito em terreno previamente adubado (um mês antes), com esterco de curral. Adubação orgânica, em geral, é muito bem aceita. As mudas devem ser colocadas em covas de 50 x 50 x 50cm.

A colheita inicia-se quando a mangabeira chega aos 5 ou 6 anos de idade, embora já se tenha identificado plantas que frutificam com 3 anos e meio de idade, conforme anexo I. Apresenta 2 safras de fruto/ano, no início e meados do ano. Quando a mangaba está no ponto máximo de desenvolvimento, desprende-se da árvore e com-pleta o amadurecimento no chão, o que demora entre 12 e 24 horas.

Quando maduros, os frutos tornam-se muito perecíveis e necessita ser consumidos rapidamente, o que é um empecilho à comercialização. Por isso, a maior parte da colheita é feita no pé, e o fruto fica pronto para o consumo em dois a quatro dias.

Nesse caso, deve-se ter experiência para saber a hora exata da colheita. A produção de frutos da mangabeira (Figura 1) é estimada em quatro toneladas/hectare/ano.

Figura 1: Plantio de Mangaba (Hancornia ssp.) Fonte: Marcos E. Pereira

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351 estudos , Goiânia, v . 38, n. 2, p. 333-363, abr ./jun. 201 1. Cultura do Pequi

Segundo Silva et al. (2001),

O pequi (Caryocar brasilliense Camb.) é uma árvore típica do cerrado brasileiro e, com certeza, uma das com maior valor econômico na região, ou seja, com um alto grau de aproveitamento, não só pelos seus frutos, mas pela árvore, como um todo. O fruto é chamado de pequi que, em língua indígena da região, significa ‘casca espinhenta’.

A variedade mais comum no cerrado do Centro-Oeste e por esta razão, é uma das maiores árvores do cerrado brasileiro, que apresenta uma vegetação predominantemente rasteira. Entretanto, é comum encontrarmos, nessa região, pequizeiros de pouco mais de um metro de altura.

Conforme Almeida (et al. 1998), a floração ocorre de agosto a novembro (chuvas) com pico em setembro, mas ocasionalmente em outras épocas após as chuvas ou roçados. A frutificação ocorre de novembro a fevereiro.

A planta possui porte arbóreo, podendo chegar a 10 m de altura e de 6 a 8 m de diâmetro de copa, com tronco tortuoso de casca áspera e rugosa de 30 – 40 cm de diâmetro. As folhas pilosas são formadas por 3 folíolos com as bordas recortadas, longo-pecioladas e opostas. A germinação ocorre a partir de 35 dias após o semeio. O espaçamento recomendado do plantio é de 10 x 10 metros ou 15 x 15 metros. Conforme Figura 2.

Os frutos alcançam a maturidade entre três e quatro meses após a floração. A dispersão dos frutos é realizada por dois vetores, um marsupial (Didelphis albiventris) e um corvídeo (Cyanocorax

cristatellus). (ALMEIDA et al., 1987).O fruto, do tamanho de uma pequena laranja, está maduro quando sua casca, que permanece sempre da mesma cor verde-amarelada, amolece.

Partida a casca, encontram-se, em cada fruto, uma, duas, três ou quatro amêndoas tenras envoltas por uma polpa amarela, branca ou rósea, o verdadeiro atrativo da planta. Da casca e das folhas extraem-se corantes amarelos de ótima qualidade, empregados pelos tecelões em tinturaria caseira (ALMEIDA et al., 1998).

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352 estudos , Goiânia, v . 38, n. 2, p. 333-363, abr ./jun. 201 1.

A comercialização do fruto “in natura” é destinada ao consumo na culinária típica. Ainda pode ser destinada a pequenos fabricantes de conservas vegetais, que processam sem o conhecimento técnico necessário, colocando em risco a saúde do consumidor e juntamente a isso a credibilidade do produto a base de fruto do cerrado.

Os frutos de Pequi são colhidos maduros, quando caem na-turalmente. Por isso, devem ser apanhados preferencialmente no chão, conforme anexo II. Frutos coletados diretamente na planta podem não apresentar sementes completamente desenvolvidas, reduzindo a taxa de germinação (SILVA et al, 2001).

Figura 2: Plantio de Pequi (Caryocar brasiliense Camb.) Fonte: Marcos E. Pereira

Cultura do Baru

O baru (Dypterix alata Vog.) é uma planta de porte arbó-reo, atingindo de 6 a 8 metros de altura por 6 a 8 metros de diâmetro de copa. Frutifica-se em um período muito curto do ano, nos meses de janeiro a março excepcionalmente em junho dependendo da região. Ocorre nas formações de mata seca, cerrado e cerradão, mata mesotrófico, mata mesofítica.

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353 estudos , Goiânia, v . 38, n. 2, p. 333-363, abr ./jun. 201 1.

E sua fertilidade ocorre em solos mais férteis. Sendo que, o baruzeiro produz de 500 a 3.000 frutos por planta, com tamanho variado de 5 a 7 cm de comprimento por 3 a 5 cm de diâmetro. A cor da casca quando maduro, é amarronzada, assim como a polpa. O peso varia de 26 a 40 grama. O fruto possui semente (amêndoa) de cor claro ou marrom-escuro, o peso de 100 amêndoas atinge cerca de 150 gramas. A amêndoa é rica em calorias e proteínas. A polpa é rica em proteínas aromáticas, muito consumida pelo gado e animais silvestres (SILVA et al., 2001).

O baruzeiro pode ser usado na recomposição ambiental (re-cuperação de áreas desmatadas, em reflorestamento para proteção de nascentes, margens de rios e lagos e sombreamento de pasta-gens). Como não há disponibilidade de sementes selecionadas comerciais, o produtor deverá iniciar o plantio a partir da coleta de frutos no campo.

As plantas fornecedoras (matrizes) devem ser selecionadas criteriosamente, observando o ser vigor, produtividade e qua-lidade dos frutos e ausência de pragas. Essas plantas devem identificadas e preservadas, para futuras coletas. Uma vez extraída a polpa, as sementes são lavadas e postas para secar em local ventilado e seco. As sementes devem ser seleciona-das, procurando-se uniformizar os lotes por tamanho, cor e forma, eliminando-se sementes deformadas, sem amêndoas ou sintoma de ataque de pragas (SILVA et al., 2001). O viveiro de mudas deve ser preparado para a semeadura o mais breve possível após a colheita das sementes.

Essa área deve ser isolada e protegida de animais e pessoas que possam comprometer as mudas. Antes do plantio, as sementes do baru devem ser escarificadas (passadas em superfície áspera para promover os sulcos em sua pele) e imersa em água por 24 horas. As mudas de baru devem ser produzidas em sacos de polietileno colocando-se 1 ou 2 sementes por saco, enterradas a profundidade de 1 cm. A percentagem de germinação alcança 95% e o período de germinação é de 15 a 25 dias. O plantio

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354 estudos , Goiânia, v . 38, n. 2, p. 333-363, abr ./jun. 201 1.

das mudas no campo pode ser feito com o espaçamento de 8 x 8 metros (SILVA et al., 2001). Conforme Figura 3.

Quanto ao uso, o baru pode ser utilizado como planta orna-mental, de copa larga, com bonita folhagem e ramos que oferecem resistência ao vento.

Fornece madeira de cor clara, compacta, resistentes as pragas, própria para construção de estruturas externas como: estacas, postes, moirões, obras hidráulicas, bem como para construção civil e naval, para vigas, caibros, batentes de porta, assoalhos e carrocerias.Na alimentação humana, são utilizadas tanto a polpa quanto a amêndoa. A semente tem sabor semelhante ao do amendoim e pode ser consumida ao natural ou torrada. A polpa é bastante apreciada pelos bovinos, suínos e animais silvestres, que consumem quando os frutos caem no chão, ou da raspa que sobram da retirada da semente para o consumo humano (ALMEIDA, 1987).

Figura 3: Plantio de Baru (Dypterix alata Vog.) Fonte: Marcos E.Pereira

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355 estudos , Goiânia, v . 38, n. 2, p. 333-363, abr ./jun. 201 1.

Taxa de Sobrevivência e Produção de Frutíferas do Cerrado

Figura 4: Taxa de sobrevivência de espécies nativas do Cerrado, Planaltina, DF. Fonte: SANO, M.S; FONSECA, C.E.L.;EMBRAPA - Boletim de Pesquisa 83. maio 2003. Observa-se na figura que no período de 0 a 10 anos após o plantio de algumas nativas do cerrado, que o baru apresenta uma taxa de sobrevivência de aproximadamente 100%, eliminando quase que por total o risco de danos ao cultivo.

Em relação à mangaba percebe-se que entre os três primeiros anos do plantio houve uma perda considerável de plantas com uma taxa de sobrevivência de mais ou menos 45%, estabilizando a partir do quarto ano num percentual de 43%.

Com relação ao pequi notou-se que o plantio teve uma perda significativa no período que corresponde de 0 a 1 ano, apresen-tando uma taxa de sobrevivência de aproximadamente 25%. Já no período compreendido entre 1 a 2 anos do plantio, houve mais uma baixa, vindo a estabilizar a partir do segundo ano, proporcionando o aproveitamento de cerca de 19% das mudas plantadas.

Quadro 2: Quantidade de mudas plantadas e estimativas de pro-dução (frutos/ano)

Espécie Nome Popular Fruta Plantada Estimativa de Produ-ção (frutos/ano) Caryocar brasiliense

Camb. Pequi 1 500 a 2000

Dypterix alata Vog. Baru 1 500 a 3000

Hancornia spp. Mangaba 1 100 a 400

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356 estudos , Goiânia, v . 38, n. 2, p. 333-363, abr ./jun. 201 1.

No quadro 2, observa-se que as espécies apresentadas:

Caryo-car brasiliense Camb., Dypterix alata Vog., Hancornia spp. cujos nomes populares são denominados de Pequi, Baru e Mangaba, conforme figuras 5,6,7, apresentam uma estimativa de produção de frutos/ano de 500 a 2000; 500 a 3000; 100 a 400 dependendo da planta e da região.

Figura 5. Hancornia spp. (mangaba)Fonte: Marcos Emílio E. Pereira Fonte: Marcos Emílio E. Pereira

Figura 6: Figura 6. Dypterix alata Vog. (baru) Fonte: Marcos Emílio E. Pereira

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357 estudos , Goiânia, v . 38, n. 2, p. 333-363, abr ./jun. 201 1.

Figura 7: Caryocar brasiliense Camb. (pequi) Fonte: Marcos E. Pereira

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Num cenário de aumento de demanda por alimentos e cresci-mento populacional, o Brasil dispõe de áreas que pode responder não só por produção de grãos, mas também como fonte de pro-dução de frutas nativas.

As frutíferas do cerrado concorrem com um potencial de produção na busca para o desenvolvimento sustentável no alcance da segurança alimentar da região, priorizando a preservação desse bioma. Além do desenvolvimento econômico. Podendo trazer beneficio para a população como um todo.

Apesar de não serem muitos utilizados, os frutos do cerrado tem sua importância na cultura da região, sendo necessário a divulgação dos mesmos para sua utilização. Assim é importante buscar conhecimento sobre a dinâmica das relações econômicas, industriais, extrativistas, mostrando para o país e o mundo o

po-tencial gerado por essa diversidade. Sendo uma alternativa viável

e com alto potencial de produção. Entretanto, sua utilização para este fim requer uma série de precauções e medidas que visem o desenvolvimento sustentável, sem esgotamento dos recursos naturais, tão abundantes desta região.

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358 estudos , Goiânia, v . 38, n. 2, p. 333-363, abr ./jun. 201 1.

A Conservação, manutenção e o plantio de frutíferas do cer-rado contribuem de forma significativa para preservação de muitas espécies animais e vegetais. Sendo a base de sustentação da vida silvestre e fonte de alimentos de fundamental importância na dieta alimentar dos índios e das populações rurais.

Cientes da importância ambiental, industrial e alimentar dessas frutas e preocupados com a velocidade com que as regiões vêem sendo ocupadas pela agricultura mecanizada nos últimos anos, tem-se a necessidade de buscar alternativas sistematizadas para o cultivo dessas variedades.

Referências

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estraté-gia de agricultura sustentável. Consórcio Atech/Museu Emilio Goeldi/Procan, Agenda 21, 1999, mimeo.

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ALMEIDA, S. P.; SILVA, J. A.; RIBEIRO, J. F. Aproveitamento Alimentar de

Espécies Nativas dos Cerrados: araticum, baru, cagaita e jatobá. Planaltina: EMBRAPA – CPAC, 1987.

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ÁVIDOS, M. F. D.; FERREIRA, L. T. Frutos dos Cerrados – Preservação gera

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arbóreas nativas no Brasil. São Paulo: Ed.: Nova Odessa – Palntarum,1998. MCNEELY, J. A.; SCHERR, S. J.; Ecoagricultura: alimentação do mundo e

(27)

359 estudos , Goiânia, v . 38, n. 2, p. 333-363, abr ./jun. 201 1.

NOVAES, M. Cerrado: caracterização, ocupação e perspectiva. 2. ed. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 1993.

SACHS, I.; Estratégias de Transição para o Século XXI – Desenvolvimento e

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SILVA, A. P. P.; MELO, B.; FERNANDES N. Núcleo de Fruticultura do Cerrado. Universidade de Uberlândia. Instituto de Ciência Agrárias, 2003.

SUSTAINABLE DEVELOPMENT WITH EMPHASIS ON FRUIT OF CERRADO

Abstract: the relevance of this research is strongly supported by the

scientific aspect of illuminating issues concerning the production, conservation and maintenance of the Cerrado fruit in small and medium scales. Aiming its economic, industrial and environmental considering the production of raw material consumption, sustain-ability and value to the final product.

Keywords: Sustainability. Fruit of the Cerrado. Conservation.

Production.

* Artigo apresentado a Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) como parte das exigências para obtenção do título de Engenheiro Ambiental – 2010/1

Recebido em: 09.01.2011. Aprovado em: 12.02.2011.

MARCOS EMILIO PEREIRA

Acadêmico do 10º período de Engenharia Ambiental da PUC Goiás. E-mail: marcosemiliop@gmail.com.

ANTÔNIO PASQUALETTO

Coordenador do Curso de Engenharia Ambiental da PUC Goiás. E-mail: pasqualetto@ucg.br.

(28)

360 estudos , Goiânia, v . 38, n. 2, p. 333-363, abr ./jun. 201 1.

Época de colheita Novembro a fevereiro, variável com a região

Fruto climatérico Sim, a fruta amadurece quando colhida já completamente desenvolvida.

Sinais de maturação

“De vez”: frutos intumescidos com coloração verde tendendo ao amarelo.

Maduros: frutos amolecidos, sem látex Particularidades

da colheita:

Frutos maduros, colhidos no chão, são descartados. Frutos de vez colhidos diretamente das árvores.

Forma de Colheita:

Arrancar os frutos das árvores com cuidado para não provocar lesão, dobrando-se levemente o pedúnculo (talo).

Aspergir água para retirar o excesso de látex que, se coagulado, agregará sujeira aos frutos.

Acondicionamento:

Os frutos devem ser separados em maduros e “de vez”, acondi-cionados em baldes plásticos ou caixas plásticas forradas, para não injuriar as frutas.

Transporte: Em caixas não vazadas ou caixas vazadas recobertas com lona plástica.

Defeitos: Frutos com película rompida. Frutos verdes. Frutos com borracha do látex coagulado.

Pragas: Raras

Doenças: Antracnose (causa lesão escura na casca do fruto)

Pré-processamento:

- Na fábrica, os frutos são lavados com água potável e, a seguir, imersos por quinze minutos em água clorada a 150 ppm, para desinfecção.

- Após secagem ao natural, seguem para processamento, ou amadurecimento

Armazenamento: Em caixas plásticas brancas, da indústria, previamente desinfec-tadas. Nunca usar caixas vindas do campo.. ANEXOS

ANEXO I

COLETA E COLHEITA DA MANGABA

continua... Foto: Lorenzi (2006).

(29)

361 estudos , Goiânia, v . 38, n. 2, p. 333-363, abr ./jun. 201 1.

Época de colheita Novembro a fevereiro, variável com a região

Tempo de amadurecimento: - quando colhido de vez, amadurece entre um e três dias.

Conservação natural:

- As frutas maduras devem ser processadas imediatamente. - As frutas de vez, devem ser processadas em até 24 horas após o amadurecimento.

Conservação refrigerada:

- As frutas maduras devem ser processadas imediatamente ou ser conservadas por até 7 dias à temperatura de refrigeração (3º a 10º C).

- A polpa, após congelada, tem duração de seis meses a um ano.

Uso alimentar: Consumo in natura; doces, sucos, geléias, sorvetes.

conclusão

ANEXO II

COLETA E COLHEITA DO PEQUI

Época de colheita Novembro a fevereiro

Fruto climatérico Sim. Mantém uma atividade fisiológica intensa e amadurece após colhido.

Sinais de maturação

Amolecimento da casca e da polpa da semente; amarelecimento da semente;

queda dos frutos; emissão do cheiro forte e peculiar da fruta.

Descrição da colheita:

Para consumo do fruto cozido, após queda dos primeiros frutos, coleta-se manualmente os demais frutos que completam a matu-ração na fábrica.

Para fabricação de polpa, só se apanha o fruto já maduro, caído naturalmente ao chão.

Forma de Colheita:

- sempre manual, torcendo o pedúnculo do fruto; nunca cortar galhos;

- coletar os frutos caídos antes que apodreçam ou seja atacado por insetos

continua... Foto: Lorenzi (2006).

(30)

362 estudos , Goiânia, v . 38, n. 2, p. 333-363, abr ./jun. 201 1.

Época de colheita Novembro a fevereiro

Acondicionamento: Sacos de ráfia (caixas dificultam a operacionalidade)

Transporte: Os frutos inteiros, acondicionados em sacos de ráfia, são transpor-tados imediatamente. Defeitos: Frutos abertos, furados de broca ou apodrecidos, são descartados.

Pragas: Brocas.

Doenças: Podridões dos frutos (Botryodiplodia theobromae e Phomoposis)

Pré-processamento:

Na fábrica os frutos são lavados com água potável e, a seguir, imersos por quinze minutos em água clorada a 150 ppm, para desinfecção.

Após secagem ao natural, seguem para processamento ou maturação.

Armazenamento:

Para maturação, usar sempre caixas plásticas higienizadas. Sacos não são indicados. Pode-se criar um ambiente mais propício à ma-turação, forrando-se as caixas e cobrindo-as com uma lona limpa. Tempo de

amadurecimento:

1 a 5 dias, se os frutos foram colhidos fisiologicamente maduros. Senão, não amadurecem.

Conservação natural: Processar os frutos até 24 horas após chegada à fábrica. Conservação refrigerada: Após maduro, prolonga-se por até uma semana.

Uso alimentício Culinária regional, fabricação de conservas de pequi, com ou sem caroço. Atenção: o pequi possui um endocarpo (parte do caroço) espinhoso. Nunca morder as sementes do fruto.

conclusão

ANEXO III

COLETA E COLHEITA DO BARU

Época de colheita: Janeiro a junho, variável com a região.

Fruto climatérico Sim, a fruta amadurece quando colhida já completamente de-senvolvida.

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363 estudos , Goiânia, v . 38, n. 2, p. 333-363, abr ./jun. 201 1. Sinais de maturação

“De vez”: frutos intumescidos com coloração marrom-claro tendendo ao marrom-escuro

Particularidades da colheita:

Frutos maduros são colhidos no chão, apresentando a cor da casca amarronzada.

Forma de Colheita: Coletar os frutos após sua queda ao chão.

Acondicionamento: Os frutos são separados em maduros, acondicionados em baldes plásticos ou caixas plásticas forradas, fora de locais úmidos.

Transporte: Em caixas não vazadas ou caixas vazadas recobertas com lona plástica.

Defeitos: Frutos com película rompida. Frutos verdes.

Pragas: Raras

Doenças: Antracnose (causa lesão escura na casca do fruto)

Pré-processamento:

- Na fábrica, os frutos são lavados com água potável e, a seguir, faz-se a quebra, ou corte da carapaça, retirando a amêndoa, acondicionando-a em sacos plásticos a vácuo.

- Após a quebra pode-se também ser torrada.

Armazenamento: Em caixas plásticas brancas, da indústria, previamente desinfec-tadas. E em sacos plástico a vácuo.

Tempo de amadurecimento: Colhido já amadurecido

Conservação natural:

- Podem ser processados imediatamente, ou seja, levados a corte, para retirada da semente e embalados a vácuo.

- Pode-se acondicionar a amêndoa por longo período, até a quebra, para retirada da semente.

Conservação refrigerada: Tanto as amêndoas, quanto as sementes devem ser acondicionadas de maneira correta, evitando a perda do fruto.

Uso alimentar: Consumo in natura; doces, sucos, geléias, sorvetes, licor, barras, paçoca, entre outros.

Referências

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