2
>
Aumento do volume de negócios em 15%, face ao semestre homólogo, para 1.196 milhões de euros,influenciado pelo forte crescimento verificado na América Latina e pelos sinais de retoma em África
> Aumento do EBITDA em 25% tendo a respetiva margem alcançado os 16%, suportada pela performance
operacional robusta registada em todas as regiões > Carteira de encomendas sólida e em crescimento de 4,9 mil milhões de euros em junho, o que representa um aumento de cerca de 450 milhões de euros face a dezembro de 2016 > Redução da dívida líquida em 139 milhões de euros, para mil milhões de euros, atingindo um rácio dívida líquida/EBITDA de 2,7x
> A atual carteira de encomendas e a forte atividade comercial asseguram uma perspetiva positiva para o
segundo semestre, nomeadamente em África e na América Latina 406 357 377 668 678 819 0 200 400 600 800 1 000 1 200 1 400 2015 2016 2017 Mi lh õe s d e Eur os Vendas e prestações de serviços 1.º Semestre | Grupo 1.074 1.036 1.196 48 44 71 97 105 116 0 50 100 150 200 2015 2016 2017 M ilh õe s de E ur os EBITDA 1.º Semestre | Grupo Atividade Externa Atividade Europa (*) 145 149 186
(*) Inclui outros e anulações intragrupo mi l ha res de euros 1S17 % VPS 1S16 reexpresso % VPS Vendas e Prestações de Serviços 1 195 645 15,4% 1 035 641 EBITDA 186 362 15,6% 25,2% 148 858 14,4% Amortizações, provisões e perdas de imparidade ‐88 918 (7,4%) 17,6% ‐107 881 (10,4%) EBIT 97 444 8,1% 137,8% 40 977 4,0% Resultados financeiros ‐47 151 (3,9%) (57,7%) ‐29 902 (2,9%) Ganhos/(perdas) em empresas associadas 1 040 0,1% (22,0%) 1 333 0,1% Ganhos/(perdas) na alienação de empresas subsidiárias, associadas e conjuntamente controladas 0 0,0% (100,0%) 76 642 7,4% Resultados antes de impostos 51 332 4,3% (42,4%) 89 050 8,6% Resultado líquido consolidado 39 520 3,3% (48,8%) 77 260 7,5% Atribuível: a interesses que não controlam 34 906 2,9% 565,6% 5 245 0,5% ao Grupo 4 614 0,4% (93,6%) 72 015 7,0% EBITDA corresponde à soma algébrica das seguintes rubricas da demonstração consolidada dos resultados: “Vendas e prestações de serviços”; “Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas, variação da produção e subcontratos”; “Fornecimentos e serviços externos”; “Gastos com pessoal”; “Outros rendimentos / (gastos) operacionais” As contas que integram este Relatório Intercalar não foram objeto de auditoria.
DESTAQUES
3
Destaques
2Relatório de Gestão Consolidado Intercalar
4Análise da performance económico‐financeira 4 Análise por áreas de negócio 8 Comportamento das ações e dividendos 12
Informação Financeira Consolidada Intercalar
13Demonstrações consolidadas dos resultados 15 Demonstrações consolidadas dos resultados e do outro rendimento integral 16 Demonstrações consolidadas da posição financeira 17 Demonstrações consolidadas das alterações no capital próprio 18 Demonstrações consolidadas dos fluxos de caixa 20 Notas às demonstrações financeiras consolidadas 21
Informações obrigatórias
45
ÍNDICE
4
1. Análise da performance económico‐financeira
0 300 600 900 1 200 1 500 2015 2016 2017 Vendas e Prestações de Serviços 1.º Semestre | Grupo 1.074 1.036 1.196 Mi lh õ es de E ur os Europa ‐ E&C 19% Europa ‐ A&S 13% África 29% América Latina 39% Vendas e Prestações de Serviços 1.º Semestre 2017 | por Regiões Europa 32% O volume de negócios no primeiro semestre de 2017 atingiu os 1.196 milhões de euros, o que representou um aumento de cerca de 15% relativamente ao período homólogo de 2016. Neste capítulo, há que salientar o aumento do volume de negócios na América Latina (37%) e em África (4%), que mais do que compensaram a redução da atividade na Europa (7%), redução esta influenciada essencialmente pelo contributo que o Negócio Portuário e de Logística aportou, antes da sua alienação, nos primeiros dois meses de 2016 (28 milhões de euros). No primeiro semestre de 2017, a América Latina foi a região que mais contribuiu para o volume de negócios do GRUPO (39%), registando um aumento de 6p.p. face ao período homólogo de 2016, fruto do já esperado aumento de atividaderesultante da execução da elevada carteira de encomendas que o GRUPO detém naquela região. Por consequência, a
região de África,
apesar de ter registado um crescimento face ao período homólogo de 2016, reduziu para 29% a sua
contribuição para o volume de negócios do GRUPO (32% no primeiro semestre de 2016) tendo a Europa contribuído
apenas com 32% (35% no primeiro semestre de 2016), dos quais 19% no segmento de Engenharia & Construção (E&C), que comparam com 18% no primeiro semestre de 2016 e 13% no segmento de Ambiente e Serviços (A&S). 48 44 71 97 105 116 0 50 100 150 200 2015 2016 2017 M ilh õe s d e Eur os EBITDA 1.º Semestre | Grupo Atividade Externa Atividade Europa (*) 145 149 186 (*) Inclui outros e anulações intragrupo
5
No primeiro semestre de 2017, o EBITDA do GRUPO aumentou cerca de 25% para 186 milhões de euros, influenciado positivamente pela atividade em África e na América Latina e pela recuperação, em termos de rentabilidade, da atividade na Europa. Por outro lado, a margem EBITDA no semestre alcançou os 16%, atingindo mais uma vez os níveis de rentabilidade projetados no plano estratégico do GRUPO. De igual forma, naquele período, o EBIT (*) aumentou 138% para 97 milhões de euros, influenciado pelo aumento do EBITDA e a redução das provisões e perdas de imparidade, corrigindo assim da redução sensível que se havia verificado nos dois semestres anteriores. Europa‐ E&C 16% Europa ‐ A&S 28% África 28% América Latina 26% Outros 2% Investimento 1.º Semestre 2017 | Por Regiões 5 6 9 7 18 7 5 4 0 1 0 10 20 30 40 50 1S2016 1S2017 Mi lh õe s de E ur os Investimento Grupo Outros Europa ‐ E&C Europa ‐ A&S África América Latina 37 24
Fruto de uma maior otimização e controlo do investimento, este ascendeu no semestre a 24 milhões de euros, um registo inferior em 13 milhões de euros quando comparado com o do primeiro semestre de 2016. De destacar que parte significativa do investimento foi alocado às empresas da EGF e às empresas do GRUPO que desenvolvem a sua atividade em Angola e no México, sendo de prever um aumento dos valores no segundo semestre, fruto da realização do investimento aprovado pelo concedente nas empresas da EGF e da adjudicação de vários novos contratos de relevo em África. 400 600 800 1 000 1 200 1 400 1S 2S Dívida Líquida Total Grupo 2015 2016 2017 Mi lh õ es d e Eu ro s 166 15% 303 26% 569 49% 121 10% 120 12% 443 43% 335 33% 121 12% 0 100 200 300 400 500 600
a 1 ano a 2 anos entre 3 e 5 anos
a mais de 5 anos Dívida Líquida Total ‐ Maturidade
Grupo dez‐16 jun‐17 Mi lh õe s de e ur os (*) o EBIT corresponde ao EBITDA deduzido das seguintes rubricas da demonstração consolidada dos resultados: “Amortizações” e “Provisões e perdas de imparidade”
6
Em 30 de junho de 2017, a dívida líquida (*) ascendia a 1.020 milhões de euros, tendo registado uma diminuição de cerca de 139 milhões de euros face a 31 de dezembro de 2016, justificada, essencialmente, pelo encaixe resultante da alienação de alguns ativos da LÍNEAS (anteriormente denominada ASCENDI) e pela gestão eficiente do fundo de maneio. Por outro lado, há que referir que do total da dívida líquida 92 milhões de euros, ou seja 9%, correspondem a dívida sem recurso, totalmente afeta à EGF. Como resultado da evolução da dívida e do desempenho operacional do semestre, o rácio que compara a dívida líquida total com o EBITDA dos últimos 12 meses atingiu os 2,7x (3,4x em 31 de dezembro de 2016), seguindo uma trajetória descendente e em linha com os objetivos estratégicos delineados. A dívida bruta (**) em 30 de junho de 2017 ascendia a 1.642 milhões de euros, estando 68% contratada a taxa variável. O
custo médio da dívida passou de 5,6% em 31 de dezembro de 2016 para 5,8% em 30 de junho de 2017, fruto essencialmente do maior peso da dívida contratada fora da Europa, nomeadamente na América Latina e em África. Em 30 de junho de 2017, 77% do total da dívida bruta estava denominada em euros e esta apresentava uma vida média de 2,2 anos (2,5 anos em 31 de dezembro de 2016).
Em 30 de junho de 2017, o GRUPO mantinha linhas de crédito contratadas e não utilizadas de 184 milhões de euros,
traduzindo‐se num montante total de liquidez efetiva de 805 milhões de euros (montante que corresponde a cerca de 50% da dívida bruta total e a 1.6x as necessidades de financiamento non‐revolving com maturidade a 1 ano).
Adicionalmente, após 30 de junho de 2017, o GRUPO já refinanciou cerca de 110 milhões de euros e irá concluir no curto
prazo processos de refinanciamento de cerca de 246 milhões de euros. ‐0 ‐10 ‐20 ‐30 ‐40 ‐50 2015 2016 2017 Resultado Financeiro 1.º Semestre | Grupo Mi lh õ es de E ur os ‐42,8 ‐29,9 ‐47,2 0 20 40 60 80 2015 2016 2017 Resultado Líquido 1.º Semestre | Grupo 12,6 72,0 4,6 M ilh õ es de E ur os No primeiro semestre de 2017, os encargos financeiros líquidos atingiram 47,2 milhões de euros (29,9 milhões de euros no primeiro semestre de 2016), o que representou um aumento de cerca de 17,3 milhões de euros, justificado, essencialmente, pela redução verificada nas diferenças de câmbio favoráveis (1,3 milhões de euros no primeiro semestre de 2017 e 20,4 milhões de euros no primeiro semestre de 2016). (*) A dívida líquida corresponde à soma algébrica das seguintes rubricas da demonstração consolidada da posição financeira: “Caixa e seus equivalentes com recurso a prazo”, “Caixa e seus equivalentes sem recurso à vista”, “Caixa e seus equivalentes com recurso à vista”, “Empréstimos sem recurso” e “Empréstimos com recurso” e dos títulos de dívida pública angolana detidos pela região de África registados na rubrica “Ativos financeiros disponíveis para venda e detidos até à maturidade”. De salientar que as operações de leasing e factoring contratadas pelo Grupo não se encontram contabilizadas nas rubricas atrás referidas. (**)
A dívida bruta corresponde à dívida líquida adicionada dos saldos de caixa e seus equivalentes apresentados na demonstração consolidada da posição financeira e dos títulos de dívida pública angolana detidos pela região de África registados na rubrica “Ativos financeiros disponíveis para venda e detidos até à maturidade”.
7
EB IT Fina nc e ir o s e g a nho s e m al ien a çõ es ( *) ME P IRC IM RL 0 20 40 60 80 100 120 Composição Resultado Líquido 1.º Semestre 2017 | Grupo M ilh õ es de E ur o s EB IT Fi na n cei ro s e g an ho s em a li en a çõ es (* ) e (* *) ME P IRC IM RL 0 20 40 60 80 100 120 Composição Resultado Líquido 1.º Semestre 2016 | Grupo M ilh õe s de E u ros (*) Inclui os resultados financeiros e os ganhos/(perdas) na alienação de empresas subsidiárias, associadas e conjuntamente controladas (**) Inclui cerca de 77 milhões de euros com as alienações do Negócio Portuário e de Logística e da Indaqua MEP – corresponde à rubrica ganhos/(perdas) em empresas associadas e conjuntamente controladas As rubricas de MEP e IRC apresentaram nos semestres findos em 30 de junho de 2017 e 2016 um comportamento muito similar. Já no que respeita aos interesses que não controlam (IM), assistiu‐se no primeiro semestre de 2017 a um aumento de cerca de 30 milhões de euros fruto, essencialmente, da melhoria da performance de algumas empresas angolanas e mexicanas.
No primeiro semestre de 2017, fruto do desempenho operacional e financeiro acima referido, a margem líquida atingiu
os 0,4%, tendo o resultado líquido atribuível ao GRUPO ascendido a 4,6 milhões de euros (72,0 milhões de euros no
primeiro semestre de 2016). De salientar no entanto que no primeiro semestre de 2016 o GRUPO registou uma mais‐valia
de cerca de 77 milhões de euros com a alienação do Negócio Portuário e de Logística e da INDAQUA que influenciou
positivamente o resultado líquido daquele semestre. 0 1 000 2 000 3 000 4 000 5 000 6 000 2014 2015 2016 jun/2017 Evolução da Carteira de Encomendas Grupo Mi lh õe s de E ur os 4.413 4.087 4.422 4.875 Europa E&C 14% Europa A&S 4% África 47% América Latina 35% Carteira de Encomendas Grupo | por Regiões A carteira de encomendas em 30 de junho de 2017 ascendia a cerca de 4,9 mil milhões de euros, dos quais cerca de 4 mil milhões de euros em mercados fora da Europa, representando cerca de 82% do total da carteira. Por outro lado, pese embora a envolvente económica ainda desafiante, nomeadamente em África, a carteira de encomendas nesta região apresentou um aumento de cerca de 600 milhões de euros face a 31 de dezembro de 2016, maioritariamente em
novos mercados na área de Engenharia e Construção, o que demonstra a capacidade do GRUPO em angariar novos
projetos e o reconhecimento da marca MOTA‐ENGIL em novos mercados.
Assim, em 30 de junho de 2017, o rácio carteira de encomendas/volume de negócios (últimos 12 meses) da área de E&C ascendia a 2,3 anos (2,1 anos em 31 de dezembro de 2016).
Tal como reportado no passado, o GRUPO não considera na carteira de encomendas as receitas previsíveis decorrentes
8
2. Análise por áreas de negócio
Europa
‐2 ‐1 ‐2 151 169 152 303 242 230 ‐20 80 180 280 380 480 2015 2016 2017 Vendas e Prestações de Serviços 1.º Semestre E&C A&S Outros, anulações e IG Mi lh õe s de E ur os 454 410 380 21 50 56 23 ‐6 7 ‐10 20 50 80 2015 2016 2017 EBITDA 1.º Semestre E&C A&S Outros, anulações e IG M ilh õe s d e Eur os 97 121 121 M ilh õe s d e Eur os 44 43 62A região Europa inclui as atividades e empresas de E&C e A&S que o GRUPO detém em Portugal e na Europa Central, ou
que são geridas pela estrutura de gestão desta região. A partir de 1 de março de 2016, após a alienação do Negócio Portuário e de Logística, no segmento de A&S são desenvolvidas, essencialmente, atividades de recolha de resíduos
(cujo veículo é a SUMA) e de tratamento e valorização de resíduos (cujo veículo é a EGF).
O volume de negócios na Europa no primeiro semestre de 2017 ascendeu a 380 milhões de euros, cerca de 30 milhões de euros abaixo do verificado em igual período de 2016, influenciado essencialmente pelo contributo que o Negócio Portuário e de Logística aportou, antes da sua alienação, nos primeiros dois meses de 2016 (28 milhões de euros). Quanto ao volume de negócios da área de E&C (230 milhões de euros), o mesmo continuou a ressentir‐se, nomeadamente da quebra de atividade do setor de infraestruturas em Portugal, a qual não foi totalmente compensada pela performance positiva do negócio de A&S ‐ Resíduos. Ao nível da rentabilidade operacional, pese embora a diminuição do volume de negócios, o EBITDA atingiu os 62 milhões de euros, o que representou um acréscimo de 44% face ao semestre homólogo (43 milhões de euros). Esta evolução positiva foi sentida quer na área de E&C quer na área de A&S e foi transversal a todos os mercados relevantes onde a região opera (Portugal, Polónia e República Checa). Neste particular, há que salientar que a conclusão de algumas obras em Portugal com uma margem melhor do que a esperada justificou em parte a evolução do EBITDA na área de E&C.
9
0 50 100 150 200 250 300
E&C A& S ‐ Resíduos A& S ‐ Outros
Vendas e Prestações de Serviços Europa 1S16 1S17 M ilh õ es de E ur os 242 230 129 139 39 11 ‐10 0 10 20 30 40 50 60
E&C A& S ‐ Resíduos A&S ‐ Other
EBITDA Europa 1S16 1S17 M ilh õ es de E ur os ‐6 7 49 54 1 1
No primeiro semestre de 2017, destaca‐se o aumento no volume de negócios na área de A&S – Resíduos, fruto essencialmente do aumento da atividade da EGF, que compensou praticamente a retração verificada no segmento de E&C, que continua a sofrer da recuperação lenta do setor de infraestruturas em Portugal. Por outro lado, há que destacar o aumento do EBITDA na área de A&S – Resíduos em 12%, influenciado essencialmente pelas empresas da EGF, e o forte aumento do EBITDA no segmento de E&C em 13 milhões de euros, influenciado em parte pelo motivo atrás descrito.
A área de A&S ‐ Outros tem agora a contribuição quase exclusiva da MANVIA (Sendo que no primeiro semestre de 2016
ainda contou com dois meses de atividade das empresas do Negócio Portuário e de Logística), tendo‐se assistido no semestre a um aumento do seu volume de negócios em 21% face ao período homólogo, mas que ainda não foi acompanhado igualmente ao nível da sua rentabilidade operacional.
10
África
0 75 150 225 300 375 2015 2016 2017 Vendas e Prestações de Serviços 1.º Semestre M ilh õ es de E ur os 379 335 349 0 25 50 75 100 2015 2016 2017 EBITDA 1.º Semestre M ilh õ es de E ur os 71 78 78No primeiro semestre de 2017, assistiu‐se em geral a uma estabilização da envolvente macroeconómica em África, principalmente em Angola, o que permitiu aumentar ligeiramente a atividade desenvolvida naquela região. Assim, o volume de negócios no primeiro semestre de 2017 apresentou um aumento de cerca de 14 milhões de euros para 349 milhões de euros.
No entanto, esta evolução foi algo assimétrica, tendo Angola e o Malawi aumentado a sua atividade em 66% e 48%, respetivamente, e Moçambique reduzido em 52%. Adicionalmente, há que referir que o esforço comercial e a estratégia
de diversificação geográfica que o GRUPO tem vindo a desenvolver na região começam a dar os seus primeiros frutos,
sendo que foram adjudicadas no corrente ano obras relevantes de cerca de 500 milhões de euros em três novos mercados (Tanzânia, Guiné‐Conacri e Camarões). Esta diversificação em termos geográficos, mas também a procura de balanceamento em termos de negócios (com forte crescimento dos negócios do segmento de Resíduos) e de tipologia de cliente permite antecipar um desempenho, nesta importante região, ainda mais positivo nos próximos semestres. No que respeita à rentabilidade operacional, o EBITDA do primeiro semestre de 2017 ascendeu a 78 milhões de euros, mesmo montante que em igual período de 2016, tendo a margem EBITDA mantido uma percentagem acima dos 20% (22%). Também neste indicador, a região viu Angola e o Malawi a melhorarem a sua rentabilidade em detrimento de uma queda de Moçambique, fruto essencialmente do fator cambial.
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América Latina
0 75 150 225 300 375 450 525 2015 2016 2017 Vendas e Prestações de Serviços 1.º Semestre M ilh õ es de E ur os 289 344 469 0 10 20 30 40 50 2015 2016 2017 EBITDA 1.º Semestre Mi lh õe s de E ur os 26 27 38 Na América Latina, tal como era esperado, o volume de negócios no primeiro semestre de 2017 aumentou cerca de 37% face a igual período de 2016 tendo atingido os 469 milhões de euros. Este aumento foi suportado não só pelos principais mercados da região (México e Brasil) mas também por novos mercados (Colômbia e Aruba) que começaram no semestre a executar os vários projetos que lhes foram adjudicados. Ainda assim, o crescimento foi afetado pela execução mais lenta de um projeto rodoviário no México denominado Gran Canal, o qual só retomou os níveis normais de produção em junho/julho de 2017. Quanto à atividade de geração de eletricidade, a mesma contribuiu com 31 milhões de euros para o volume de negócios do primeiro semestre de 2017 (18 milhões de euros no primeiro semestre de 2016).
No que se refere à rentabilidade operacional, o EBITDA no primeiro semestre de 2017 aumentou 40% face a igual período de 2016 para 38 milhões de euros, mais uma vez com o contributo dos principais mercados da região, México e Brasil.
Tal como em África, a sustentabilidade do crescimento e da rentabilidade dos negócios na América Latina suporta‐se numa adequada diversificação geográfica e de negócios antecipando‐se uma melhoria gradual das margens operacionais e da libertação de fundos nos próximos semestres.
12
3. Comportamento das ações e dividendos
0 20 40 60 80 1T 2T 3T 4T Mi lh õ e s d e a çõ esQuantidade de ações transacionadas por trimestre 2015 2016 2017 60% 80% 100% 120% 140% 160% 180% de z/ 1 6 ja n/ 1 7 fe v/ 17 ma r/ 1 7 ab r/ 17 ma i/ 1 7 ju n /1 7 Evolução da performance da ação 1.º Semestre 2017 ME PSI20 SXOP No primeiro semestre de 2017, o índice acionista português, PSI‐20, apresentou uma subida de 10%, tendência também seguida pelos principais índices acionistas Europeus e foi caraterizado por uma valorização sustentada ao longo do semestre. A performance positiva foi influenciada pelos indicadores macroeconómicos favoráveis da economia Portuguesa e das principais economias da zona Euro, em conjunção com a continuação de uma política monetária expansionista do Banco Central Europeu e num contexto onde se assistiu a uma diminuição do risco político, nomeadamente após as eleições presidenciais em França. O índice do setor da construção europeu também apresentou uma valorização positiva, tendo subido 7% no período.
A ação da MOTA‐ENGIL apresentou uma subida de 51% no primeiro semestre do ano, tendo fechado o período com uma
cotação de 2,430 euros. Durante o primeiro semestre de 2017, a ação da MOTA‐ENGIL atingiu um máximo e um mínimo
de 2,734 euros e 1,567 euros, respetivamente. No primeiro semestre foram transacionadas na Euronext Lisbon cerca de
72 milhões de ações da MOTA‐ENGIL, o que correspondeu a um volume médio diário de 563 mil ações.
Na Assembleia Geral de Acionistas, que teve lugar no dia 24 de maio de 2017, foi aprovada a distribuição de um dividendo de treze cêntimos (0,13 euros) por ação relativo ao exercício de 2016 num montante global de 30.875.668 euros e 33 cêntimos. Porto, 30 de agosto de 2017 Gonçalo Moura Martins Chief Executive Officer José Pedro Freitas Chief Financial Officer
02.
Informação Financeira
Consolidada Intercalar
Relatório de Gestão e Informação Financeira
14
15
Demonstrações consolidadas dos resultados
para os semestres findos em 30 de junho de 2017 e
2016
Notas 2017 € '000 2016 reexpresso € '000 (não auditado) (não auditado)Ve nda s e pre s ta çõe s de s e rvi ços 2 1.195.645 1.035.641
Cus to da s me rca dori a s ve ndi da s e da s ma té ri a s cons umi da s , va ri a çã o da produçã o e s ubcontra tos (466.120) (450.602)
Forne ci me ntos e s e rvi ços e xte rnos (298.302) (194.715)
Ga s tos com pe s s oa l (253.813) (269.602)
Outros re ndi me ntos / (ga s tos ) ope ra ci ona i s 8.951 28.136
Amorti za çõe s (90.867) (97.930)
Provi s õe s e pe rda s de i mpa ri da de 1.949 (9.950)
Re ndi me ntos e ga nhos fi na nce i ros 3 12.490 28.340
Ga s tos e pe rda s fi na nce i ra s 3 (59.642) (58.242)
Ga nhos / (pe rda s ) e m e mpre s a s a s s oci a da s e conjunta me nte control a da s 1.040 1.333 Ga nhos / (pe rda s ) na a l i e na çã o de e mpre s a s s ubs i di á ri a s , a s s oci a da s e
conjunta me nte control a da s ‐ 76.642
Resultado antes de imposto 51.332 89.050
Impos to s obre o re ndi me nto (11.812) (11.790)
Resultado líquido consolidado do período 39.520 77.260 Atribuível: a interesses que não controlam 34.906 5.245 ao Grupo 4 4.614 72.015 Resultado por ação: básico 4 0,020 € 0,310 € diluído 4 0,020 € 0,310 €
Pa ra s e r l i do com o a ne xo à s de mons tra çõe s fi na nce i ra s cons ol i da da s
16
Demonstrações consolidadas dos resultados e do outro rendimento integral
para os semestres findos em 30 de junho de 2017
e 2016
2017 € '000 2016 reexpresso € '000 (não auditado) (não auditado) Resultado líquido consolidado do período 39.520 77.260 Itens de outro rendimento integral que poderão vir a ser reclassificados para a demonstração dos resultados Empresas controladas (19.654) (83.360) 37 9 ‐ (6.058) Outro rendimento integral em empresas controladas 1.953 1.470 (96) (686) 782 (2.162) Reciclagem de outro rendimento integral para a demonstração de resultados ‐ 10.649 Outro rendimento integral de empresas consolidadas pelo método da equivalência patrimonial (198) (18) (4.306) ‐ Total do rendimento integral consolidado do período 18.036 (2.897) a interesses que não controlam 35.486 (12.592) ao Grupo (17.449) 9.695 Para ser lido com o anexo às demonstrações financeiras consolidadas 1º Semestre Variação, líquida de impostos, no justo valor de instrumentos financeiros derivados Atribuível: Diferenças cambiais decorrentes da transposição de demonstrações financeiras expressas em moeda estrangeira Reciclagem de outro rendimento integral para a demonstração de resultados Empresas consolidadas pelo método da equivalência patrimonial Diferenças cambiais decorrentes da transposição de demonstrações financeiras expressas em moeda estrangeira Variação, líquida de impostos, no justo valor de instrumentos financeiros derivados Itens de outro rendimento integral que não serão reclassificados para a demonstração dos resultados ‐ Empresas controladas Variação, líquida de impostos, no justo valor dos ativos tangíveis
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Demonstrações consolidadas da posição financeira
em 30 de junho de 2017 e em 31 de dezembro de 2016
Notas 2017 € '000 2016 € '000 (não auditado) (auditado) Ativo Não corrente Goodwill 5 39.039 39.830 514.181 541.638 638.308 692.858 Investimentos financeiros em empresas associadas e conjuntamente controladas 6 128.784 122.369 Ativos financeiros disponíveis para venda e detidos até à maturidade 7 208.369 131.568 74.534 75.789 73.115 64.384 Outros ativos não correntes 794 726 152.454 135.735 1.829.579 1.804.896 Corrente Inventários 287.539 304.960 Clientes 700.616 775.115 Outros devedores 276.457 206.391 Imposto sobre o rendimento 13.654 19.875 Outros ativos correntes 566.416 426.961 Caixa e seus equivalentes com recurso a prazo 8 ‐ 13.122 Caixa e seus equivalentes sem recurso à vista 8 84.889 86.754 Caixa e seus equivalentes com recurso à vista 8 376.295 296.183 2.305.866 2.129.362 Ativos não correntes detidos para venda 10 149.168 286.446 Total do Ativo 2 4.284.614 4.220.704 Passivo Não corrente Empréstimos sem recurso 9 145.898 155.875 Empréstimos com recurso 9 753.659 837.398 Fornecedores e credores diversos 125.980 168.289 Instrumentos financeiros derivados 711 759 Provisões 93.505 102.085 Outros passivos não correntes 165.098 177.838 Passivos por impostos diferidos 132.133 128.765 1.416.984 1.571.009 Corrente Empréstimos sem recurso 9 30.562 31.590 Empréstimos com recurso 9 711.712 616.385 Fornecedores 416.007 419.408 Credores diversos 569.396 514.909 Instrumentos financeiros derivados ‐ 6 Imposto sobre o rendimento 4.649 11.783 Outros passivos correntes 527.581 427.320 2.259.907 2.021.402 Passivos não correntes detidos para venda 57.703 57.703 Total do Passivo 2 3.734.593 3.650.114 Capital Social Capital Social 237.505 237.505 Ações próprias (5.788) (5.788) Reservas, Resultados Transitados e Prémios de Emissão 45.534 47.825 4.614 50.157 281.865 329.700 268.155 240.891 Total do Capital próprio 550.020 570.590 Total do Capital próprio e Passivo 4.284.614 4.220.704 Ativos intangíveis Resultado líquido consolidado do período/exercício Capital próprio atribuível ao Grupo Interesses que não controlam Para ser lido com o anexo às demonstrações financeiras consolidadas Ativos tangíveis Propriedades de investimento Clientes e outros devedores Ativos por impostos diferidos18
Demonstrações consolidadas das
para os semestres findos em 30 de
Capital Social Ações próprias Prémios de
emissão Invest. disponíveis para venda Terrenos de ativos minerais e outros Derivados Saldo em 1 de janeiro de 2016 (auditado) 237.505 (3.084) 92.584 27.702 4.409 (139) Efeitos da reexpressão associada ao apuramento definitivo da di ferença de aquisição gerada com a compra do Subgrupo EGF ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ Saldo em 1 de janeiro de 2016 reexpresso (auditado) 237.505 (3.084) 92.584 27.702 4.409 (139) Total do rendimento integral consolidado do período ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ 9 Distribuição de dividendos ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ Aquisição de ações próprias ‐ (2.703) ‐ ‐ ‐ ‐ Transferências para outras reservas ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ Alterações no perímetro de consolidação em entidades controladas: Alienação do negócio Portuário e de Logística ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ Outras ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ Saldo em 30 de junho de 2016 reexpresso (não auditado) 237.505 (5.788) 92.584 27.702 4.409 (130) Saldo em 1 de janeiro de 2017 (auditado) 237.505 (5.788) 92.584 27.702 3.581 (539) Total do rendimento integral consolidado do período ‐ ‐ ‐ ‐ (4.153) 819 Distribuição de dividendos ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ Transferências para outras reservas ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ Outras alterações no perímetro de consolidação em entidades controladas ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ Outras aquisições/alienações em interesses que não controlam ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ Saldo em 30 de junho de 2017 (não auditado) 237.505 (5.788) 92.584 27.702 (572) 280 Reservas de justo valor Para ser lido com o anexo às demonstrações financeiras consolidadas
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alterações no capital próprio
junho de 2017 e 2016
Reservas de conversão cambial Outras reservas Resultado líquido do período Capital próprio atribuível ao Grupo Capital próprio atribuível a int. que não controlam Total do capital próprio (17 364) 9 543 19 046 370 202 322 865 693 067 ‐ (105) (918) (1 023) 36 535 35 512 (17 364) 9 438 18 128 369 179 359 400 728 579 (65 245) 2 915 72 015 9 695 (12 592) (2 897) ‐ (11 693) ‐ (11 693) (5 582) (17 275) ‐ ‐ ‐ (2 703) ‐ (2 703) ‐ 18 128 (18 128) ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ (98 601) (98 601) ‐ ‐ ‐ ‐ 1 294 1 294 (82 609) 18 788 72 015 364 477 243 920 608 397 (96 922) 21 418 50 157 329 700 240 891 570 590 (18 941) 213 4 614 (17 449) 35 486 18 036 ‐ (30 402) ‐ (30 402) (8 391) (38 793) ‐ 50 157 (50 157) ‐ ‐ ‐ ‐ 17 ‐ 17 ‐ 17 ‐ ‐ ‐ ‐ 170 170 (115 863) 41 402 4 614 281 865 268 155 550 020
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Demonstrações consolidadas dos fluxos de caixa
para os semestres findos em 30 de junho de 2017 e 2016
Notas 2017 € '000 2016 € '000
Atividades operacionais (não auditado) (não auditado)
Recebimentos de clientes 1.160.199 970.202 Pagamentos a fornecedores (895.189) (717.726) Pagamentos ao pessoal (185.915) (187.400) Fluxos gerados pelas operações 79.094 65.076 (Pagamento)/Recebimento de imposto sobre o rendimento (21.792) (10.991) Outros recebimentos/(pagamentos) de atividades operacionais 833 815 Fluxos das atividades operacionais (1) 58.135 54.900 Atividades de investimento Recebimentos provenientes de: Investimentos financeiros 95.512 306.284 Ativos tangíveis 3.708 2.130 Subsídios ao investimento ‐ 1.307 Juros e proveitos similares 16.428 12.331 Dividendos 42.024 135 157.671 322.187 Pagamentos respeitantes a: Investimentos financeiros (308) (11.309) Ativos intangíveis (6.149) (6.026) Ativos tangíveis (21.520) (33.348) (27.977) (50.683) Fluxos das atividades de investimento (2) 129.695 271.505 Atividades de financiamento Recebimentos provenientes de: Empréstimos obtidos 77.196 76.328 77.196 76.328 Pagamentos respeitantes a: Empréstimos obtidos (76.613) (388.350) Amortizações de contratos de locação financeira (18.846) (22.282) Juros e custos similares (51.610) (57.865) Dividendos (37.976) (16.782) Aquisição de ações próprias ‐ (2.703) (185.044) (487.983) Fluxos das atividades de financiamento (3) (107.849) (411.655) Variação de caixa e seus equivalentes (4)=(1)+(2)+(3) 79.981 (85.251) Variações decorrentes de alterações de perímetro (55) (15) Efeito das diferenças de câmbio (1.679) (13.555) Caixa e seus equivalentes no início do período 382.937 443.896 Caixa e seus equivalentes no fim do período 8 461.184 345.076 Para ser lido em conjunto com o anexo às demonstrações financeiras consolidadas
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0. Nota Introdutória
A MOTA‐ENGIL, SGPS, SA, com sede no Edifício Mota, Rua do Rego Lameiro, nº38 4300‐454 Porto (MOTA‐ENGIL SGPS ou
EMPRESA), e empresas participadas (GRUPO ou GRUPO MOTA‐ENGIL), têm como atividades principais as empreitadas de obras
públicas e privadas e atividades com elas conexas, bem como a recolha e tratamento de resíduos. A atividade do GRUPO é
desenvolvida essencialmente em três regiões: Europa, África e América Latina.
A descrição mais detalhada das atividades do GRUPO é fornecida na Nota 2. Segmentos de Negócio deste anexo.
Todos os montantes explicitados neste anexo são apresentados em milhares de euros, salvo se expressamente referido em contrário.
1. Políticas Contabilísticas
1.1. Bases de apresentaçãoAs demonstrações financeiras consolidadas do GRUPO MOTA‐ENGIL foram preparadas no pressuposto da continuidade das
operações, a partir dos livros e registos contabilísticos das empresas que o constituem ajustados no processo de
consolidação. Estas demonstrações financeiras consolidadas foram preparadas de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB), bem como de acordo com as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretations Committee (IFRIC) ou pelo anterior Standards
Interpretation Committee (SIC), tal como adotadas pela União Europeia à data de 30 de junho de 2017. No que se refere às
empresas do GRUPO que utilizam normativos contabilísticos diferentes, foram efetuados ajustamentos de conversão para as
IFRS.
Estas demonstrações financeiras consolidadas são apresentadas em Euro por esta ser a moeda principal das operações do
GRUPO. As demonstrações financeiras das empresas participadas expressas em moeda estrangeira foram convertidas para
Euro de acordo com as políticas contabilísticas descritas na alínea xiv) dos Principais critérios valorimétricos apresentados no Relatório e Contas Consolidadas de 2016.
Todas as estimativas e assunções efetuadas pelo Conselho de Administração foram efetuadas com base no seu conhecimento à data de aprovação das demonstrações financeiras dos eventos e transações em curso. Na preparação das demonstrações financeiras consolidadas, em conformidade com as IFRS, o Conselho de Administração do GRUPO adotou certos pressupostos e estimativas que afetaram os ativos e passivos reportados, bem como os rendimentos e gastos incorridos relativos aos períodos apresentados, os quais se encontram descritos na alínea xxii) dos Principais critérios valorimétricos apresentados no Relatório e Contas Consolidadas de 2016. 1.2. Comparabilidade da informação
As demonstrações financeiras consolidadas do GRUPO MOTA‐ENGIL em 30 de junho de 2017 foram elaboradas de acordo com
as políticas contabilísticas e os métodos de cálculo apresentados no Relatório e Contas Consolidadas de 2016, tendo em consideração as disposições da IAS 34 ‐ Relato Financeiro Intercalar.
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No entanto, tal como referido na Nota 2 do Relatório e Contas Consolidadas de 2016, durante aquele exercício o GRUPO
concluiu o processo de alocação do preço de aquisição suportado com a compra do SUBGRUPO EGF ao justo valor dos ativos e
passivos adquiridos. Deste modo, dado que em 31 de dezembro de 2015 aquele processo de alocação tinha sido apurado
provisoriamente, o GRUPO procedeu à reexpressão das suas demonstrações financeiras consolidadas de 31 de dezembro de
2015. Adicionalmente, fruto da alocação da diferença de aquisição apurada a um ativo intangível (Direito de exploração das concessões), o mesmo passou a ser objecto de amortização. Desta forma, a demonstração consolidada da posição financeira em 1 de janeiro de 2016 e a demonstração consolidada dos resultados para o semestre findo em 30 de junho de 2016 foram reexpressas. Os impactos daquela reexpressão foram como se segue: Demonstração Consolidada da Posição Financeira Capital próprio atribuível ao Grupo Interesses que não controlam 370.202 322.865 Anulação da diferença de aquisição imputada provisoriamente a Goodwill (39.621) ‐ Apuramento do justo valor do passivo regulatório, líquido de imposto diferido 15.004 12.769 Contingências associadas ao abate dos bens não BAR (8.522) (7.464) Valor atribuído ao direito de exploração das concessões 33.034 32.027 Amortização do direito de exploração das concessões, líquido de imposto diferido (918) (797) 369.179 359.400 Saldos a 31 de dezembro de 2015 (1 de janeiro de 2016) reexpresso Saldos a 31 de dezembro de 2015 (1 de janeiro de 2016)
Demonstração consolidada dos resultados Amortizações Imposto sobre o
rendimento Resultado líquido do período atribuível ao Grupo Resultado líquido do período atribuível a interesses que não controlam (95.718) (12.288) 72.559 6.416 Amortização do direito de exploração das concessões, líquido de imposto diferido (2.213) 498 (543) (1.171) Saldos a 30 de junho de 2016 reexpresso (97.930) (11.790) 72.015 5.245 Saldos a 30 de junho de 2016 Nos primeiros seis meses de 2017 e 2016, com exceção da alienação das empresas que integravam o Negócio Portuário e de
Logística e do investimento financeiro detido no subgrupo INDAQUA (transações ocorridas no primeiro semestre de 2016), não
ocorreram outras alterações materialmente relevantes no perímetro de consolidação, pelo que, exceto para as transações acima referidas, não são apresentados os efeitos das restantes transações nas principais rubricas da demonstração da posição financeira e da demonstração dos resultados. As alterações ocorridas no perímetro de consolidação durante o primeiro semestre de 2017 encontram‐se elencadas na Nota 11. Alterações de perímetro.
No semestre findo em 30 de junho de 2016, o contributo para a demonstração consolidada dos resultados das empresas afetas ao Negócio Portuário e de Logística (correspondente aos meses de janeiro e fevereiro), foi como se segue: Negócio Portuário e de Logística Vendas e prestações de serviços 26.194 Custo das mercadorias vendidas, matérias consumidas, variação da produção e subcontratos (14.233) Subtotal (Resultado bruto) 11.960 Fornecimentos e serviços externos (7.216) Gastos com pessoal (3.278) Outros rendimentos / (gastos) operacionais 988 Subtotal (EBITDA) 2.454 Provisões e perdas de imparidade 14 Subtotal (EBIT) 2.468 Resultado financeiro (479) Ganhos / (perdas) em empresas associadas e conjuntamente controladas 101 Subtotal (Resultado antes de imposto) 2.090
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Adicionalmente, fruto da alienação do Negócio Portuário e de Logística e do investimento financeiro detido no SUBGRUPO
INDAQUA, o GRUPO gerou no primeiro semestre de 2016 mais‐valias de cerca de 77 milhões de euros registadas na rubrica da demonstração de resultados “Ganhos / (perdas) na alienação de empresas subsidiárias, associadas e conjuntamente controladas”.
1.3. Normas, interpretações, emendas e revisões que irão entrar em vigor em exercícios futuros
As seguintes normas, interpretações, emendas e revisões, com aplicação obrigatória em exercícios económicos futuros, foram, até à data de aprovação destas demonstrações financeiras consolidadas, adotadas (“endorsed”) pela União Europeia: Norma / Interpretação Aplicável na União Europeia nos exercícios iniciados em ou após Conteúdo
IFRS 9 – Instrumentos Financeiros 1‐jan‐18 A IFRS 9 substitui os requisitos da IAS 39 relativamente: (i) à classificação
e mensuração dos ativos e passivos financeiros; (ii) ao reconhecimento de imparidades sobre créditos a receber (através do modelo da perda esperada); e (iii) aos requisitos para o reconhecimento e classificação da contabilidade de cobertura.
IFRS 15 – Rédito de contratos com clientes 1‐jan‐18 Esta nova norma aplica‐se apenas a contratos para a entrega de produtos
ou prestação de serviços, e exige que a entidade reconheça o rédito quando a obrigação contratual de entregar ativos ou prestar serviços é satisfeita e pelo montante que reflete a contraprestação a que a entidade tem direito, conforme previsto na “metodologia das 5 etapas”.
Dada a complexidade e a alteração significativa estabelecidas para o tratamento contabilístico de algumas transações preconizadas nas normas acima referidas, à data de aprovação destas demonstrações financeiras consolidadas não foram ainda quantificados os efeitos expectáveis decorrentes da sua adopção.
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1.4. Normas, interpretações, emendas e revisões ainda não adotadas pela União Europeia
As seguintes normas, interpretações, emendas e revisões, com aplicação obrigatória no exercício ou em exercícios económicos futuros, não foram, até à data de aprovação destas demonstrações financeiras consolidadas, adotadas (“endorsed”) pela União Europeia: Norma / Interpretação Aplicável na União Europeia nos exercícios iniciados em ou após Conteúdo
IAS 7 ‐ Demonstrações dos fl uxos de caixa (revisão às divulgações) 1‐jan‐17 Esta alteração introduz uma divul gação adicional sobre as variações dos passivos de financiamento, desagregadas entre as transações que deram origem a movimentos de caixa e as que não, e a forma como esta informação concilia com os fluxos de caixa das atividades de financiamento da Demonstração dos fluxos de caixa. IAS 12 ‐ Imposto sobre o rendimento (reconhecimento de impostos diferidos ativos sobre perdas potenciais)
1‐jan‐17 Esta alteração clarifica a forma de contabilizar impostos di feridos ativos rel acionados com ativos mensurados ao justo valor, como estimar os lucros tributáveis futuros quando existem diferenças temporárias dedutíveis e como avaliar a recuperabil idade dos impostos diferidos ati vos quando exi stem restrições na lei fiscal.
IAS 40 ‐ Propriedades de investimento (transferência de propriedades de investimento)
1‐jan‐18 Esta alteração clarifica que os ati vos só podem ser transferidos de e para a categoria de propriedades de investimento quando exista evidênci a da alteração de uso. Apenas a alteração da intenção da gestão não é suficiente para efetuar a transferência.
IFRS 2 – Pagamentos baseados em ações (cl assi ficação e mensuração de transações de pagamento baseadas em ações) 1‐jan‐18 Esta alteração clarifica a base de mensuração para as transações de pagamento baseadas em ações liqui dadas financeiramente (“cash‐ settled”) e a contabilização de modificações a um plano de pagamentos baseado em ações, que alteram a sua classificação de l iquidado financeiramente (“Cash‐settled”) para liquidado com capital próprio (“equity‐settled”). Para além disso, introduz uma exceção aos princípios da IFRS 2, que passa a exigir que um plano de pagamento baseado em ações seja tratado como se fosse totalmente li quidado com capital próprio (“equity‐settled”) quando o empregador seja obrigado a reter um montante de i mposto ao funcionário e pagar essa quantia à autori dade fiscal.
IFRS 4 – Contratos de seguro (apli cação da IFRS 4 com a IFRS 9) 1‐jan‐18 Esta alteração atribui às entidades que negoceiam contratos de seguro a opção de reconhecer no Outro rendimento integral , em vez de reconhecer na Demonstração dos resultados, a volatilidade que pode resultar da aplicação da IFRS 9 antes da nova norma sobre contratos de seguro ser publi cada. Adi cionalmente, é dada uma isenção temporária à aplicação da IFRS 9 até 2021 às entidades cuja atividade predominante seja a seguradora. Esta isenção é opcional e não se aplica às demonstrações financeiras consol idadas que incluam uma entidade seguradora.
Emenda à IFRS 15 – Rédito de contratos com clientes 1‐jan‐18 Esta emenda refere‐se às indicações adicionai s a seguir para determinar
as obrigações de desempenho de um contrato, ao momento do reconhecimento do rédito de uma li cença de propriedade intelectual, à revisão dos indi cadores para a classificação da relação principal versus agente, e aos novos regimes previstos para simplificar a transição.
IFRS 16 – Locações 1‐jan‐19 Esta nova norma substitui a IAS 17, com um impacto si gnificativo na
contabilização pelos locatários que são agora obrigados a reconhecer um passivo de l ocação refletindo futuros pagamentos da locação e um ativo de “direito de uso" para todos os contratos de locação, exceto certas locações de curto prazo e de ativos de baixo valor. A definição de um contrato de locação também foi alterada, sendo baseada no "direito de controlar o uso de um ativo identifi cado".
IFRS 17 – Contratos de seguro 1‐jan‐21 Esta nova norma substitui a IFRS 4 e é aplicável a todas as entidades que
emi tam contratos de seguro, contratos de resseguro e contratos de investimento com característi cas de participação discricionária. A IFRS 17 baseia‐se na mensuração corrente das responsabi lidades técnicas, a cada data de relato. A mensuração corrente pode assentar num modelo completo (“building block approach”) ou simplificado (“premium all ocati on approach”). O reconhecimento da margem técnica é diferente consoante esta seja positiva ou negativa. A IFRS 17 é de aplicação
retrospetiva.
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Norma / Interpretação Aplicável na União Europeia nos exercícios iniciados em ou após Conteúdo
Melhorias às normas 2014 ‐ 2016 01‐jan‐17/01‐jan‐18 Este ciclo de melhorias afeta os seguintes normativos: IFRS 1 (esta
mel hori a elimina as isenções temporárias para a IFRS 7, IFRS 10 e IAS 19, por já não serem aplicáveis), IFRS 12 (esta melhoria tem por objeti vo clarificar que o seu âmbito inclui os investimentos classifi cados no âmbito da IFRS 5, e que a úni ca isenção refere‐se à di vulgação do resumo da informação financeira dessas entidades) e IAS 28 (esta melhoria clarifica que os investi mentos em associadas ou empreendi mentos conjuntos detidos por uma sociedade de capital de risco podem ser mensurados ao justo valor de acordo com a IFRS 9, de forma individual e também esclarece que uma entidade que não é uma entidade de investimento, mas detém investimentos em associadas e empreendimentos conjuntos que são entidades de i nvestimento, pode manter a mensuração ao justo valor da participação da associada ou do empreendimento conjunto nas suas próprias subsidiárias). IFRIC 22 – Transações em moeda estrangeira e contraprestação adi antada 1‐jan‐18 Trata‐se de uma interpretação à IAS 21 ‘Os efeitos de alterações em taxas de câmbio’ e refere‐se à determinação da "data da transação" quando uma entidade paga ou recebe antecipadamente a contraprestação de contratos denominados em moeda estrangeira. A “data da transação” determina a taxa de câmbio a usar para converter as transações em moeda estrangeira. IFRIC 23 – Incertezas sobre o tratamento do imposto sobre o rendimento 1‐jan‐19 Trata‐se de uma interpretação à IAS 12 – ‘Imposto sobre o rendimento’, referindo‐se aos requisitos de mensuração e reconhecimento a aplicar quando exi stem incertezas quanto à aceitação de um determinado tratamento fiscal por parte da Administração fiscal relativamente a Imposto sobre o rendi mento. Em caso de incerteza quanto à posição da Administração fiscal sobre uma transação específica, a entidade deverá efetuar a sua melhor estimativa e registar os ati vos ou passivos por imposto sobre o rendi mento à l uz da IAS 12, e não da IAS 37 – “Provisões, passivos conti ngentes e ati vos contingentes”, com base no valor esperado ou o valor mai s provável. A aplicação da IFRIC 23 pode ser retrospetiva ou
retrospetiva modi ficada.
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2. Segmentos de negócio
O GRUPO serve‐se da sua organização interna para efeitos de gestão como base para o seu reporte de informação por
segmentos operacionais. O GRUPO MOTA‐ENGIL encontra‐se organizado pelas seguintes áreas geográficas: Europa (subdividida
em Engenharia e Construção e Ambiente e Serviços), África e América Latina.
As empresas/entidades incluídas na consolidação e respetivos métodos de consolidação, sedes, percentagem efetiva de participação, atividade, data de constituição e data de aquisição das participações financeiras, são tal como se apresenta no Apêndice A.
Os valores relativos à MOTA‐ENGIL SGPS e às sociedades do GRUPO da área do Turismo estão incluídos na linha “Outros,
eliminações e intragrupo”, a qual inclui também os valores relativos aos saldos e às transações mantidas entre os segmentos operacionais.
Nos semestres findos em 30 de junho de 2017 e 2016, a informação financeira por segmentos operacionais pode ser analisada como se segue:
2017 2016 2017 2016
Europa Engenhari a e Cons truçã o 229.852 242.436 7.067 (6.492)
Europa Ambi ente e Serviços 152.873 169.252 55.708 50.442
Áfri ca 349.332 334.666 77.852 77.841
Améri ca Lati na 469.183 343.501 37.918 27.070
Outros , el i mi nações e i ntra grupo (5.595) (54.214) 7.816 (4)
Grupo Mota‐Engil 1.195.645 1.035.641 186.362 148.858
Vendas e Prestações de Serviços EBITDA
EBITDA corresponde à soma algébrica das seguintes rubricas da demonstração consolidada dos resultados: “Vendas e prestações de serviços” + “Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas, variação da produção e subcontratos” + “Fornecimentos e serviços externos” + “Gastos com pessoal” + “Outros rendimentos / (gastos) operacionais”.
Nos semestres findos em 30 de junho de 2017 e 2016, as vendas e prestações de serviços efetuadas entre segmentos de negócio foram incluídas na linha “Outros, eliminações e intragrupo”.
Em 30 de junho de 2017 e em 31 de dezembro de 2016, o ativo líquido total e o passivo do GRUPO por segmentos de negócio
podem ser analisados como se segue:
2017 2016 2017 2016
Europa Engenhari a e Cons truçã o 1.007.581 1.013.996 747.964 747.746
Europa Ambi ente e Serviços 1.075.164 1.089.668 755.633 899.548
Áfri ca 1.495.330 1.473.679 1.112.820 1.087.807
Améri ca Lati na 897.317 777.964 785.366 679.422
Outros , el i mi nações e i ntra grupo (190.779) (134.603) 332.811 235.592
Grupo Mota‐Engil 4.284.614 4.220.704 3.734.593 3.650.114
Passivo Ativo
No semestre findo em 30 de junho de 2017 não ocorreram alterações nos segmentos operacionais do GRUPO nem na forma
de apuramento e contabilização dos montantes inscritos nos mesmos.