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EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO NOS ANOS 2000: UMA ANÁLISE DE QUANTIDADES E PREÇOS

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Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010,

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

1 EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO NOS ANOS 2000: UMA

ANÁLISE DE QUANTIDADES E PREÇOS

jrvicente@uol.com.br

APRESENTACAO ORAL-Comércio Internacional

JOSÉ ROBERTO VICENTE; JOSÉ SIDNEI GONÇALVES.

INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA (IEA-APTA), SÃO PAULO - SP - BRASIL.

EVOLUÇÃO DAS EXPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO NOS ANOS 2000: uma análise de quantidades e preços1

AGRIBUSINESSES EXPORTATION EVOLUTION IN THE 2000 YEARS: an analysis of quantities and prices

Grupo de Pesquisa: COMÉRCIO INTERNACIONAL

Resumo

O objetivo deste estudo foi analisar a evolução recente das exportações dos agronegócios brasileiro e paulista. Índices Fisher foram utilizados para calcular as variações de quantidade e preço. Os resultados mostraram que a quantidade exportada de produtos do agronegócio brasileiro mais do que dobrou entre 2000 e 2009. Em nível do Estado de São Paulo essa quantidade aumentou cerca de 70%. Os preços em dólar subiram 50% no período, considerando-se o agronegócio brasileiro e 75% considerando-se o agronegócio de São Paulo. Os preços em real caíram 30% para o agronegócio brasileiro e 20% para o agronegócio paulista. Em consequencia, o valor das exportações do agronegócio brasileiro mais do que triplicou em dólar, e cresceu apenas 44% em real. Para o agronegócio do estado de São Paulo, o valor em dólar triplicou, e o valor em real subiu 38%.

Palavras-chaves: Comércio Exterior, Exportações do Agronegócio, Índice de Quantidade, Índice de Preço, Índice Fisher.

Abstract

This study aims to analyze the recent evolution of the Brazilian’s and São Paulo State’s agribusinesses exportations. Fisher index were used to calculate the quantity and price variations. The results showed that the Brazilian agribusinesses exportations more than doubled between 2000 and 2009. At the State of São Paulo, that amount increased about 70%. The prices in dollar raised 50% in the period, considering the Brazilian agribusinesses, and 75% considering São Paulo’s agribusinesses. The prices in Brazilian

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Estudo elaborado com base em resultados de projeto de pesquisa apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

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2 real decreased 30% for the country’s agribusinesses, and 20% for São Paulo’s agribusinesses. Therefore, the Brazilian agribusinesses exportations value more than triplicated in dollar, and it only increased 44% in Brazilian real. For São Paulo’s agribusinesses the value in dollar triplicate and the value in Brazilian real raised 38%.

Key-Words: International trade, Agribusinesses Exportations, Quantity Index, Price index, Fisher Index.

1. INTRODUÇÃO

Após um período de queda entre 1997 e 2000, o valor das exportações do agronegócio brasileiro cresceu à taxa de 15,5% ao ano, passando de US$ 21,8 bilhões no ano de 2000, para US$ 67,6 bilhões em 2009. Em 2008 ocorreu o ponto de máximo da série, US$ 76,1 bilhões: já em 2009, em consequência da crise internacional, o valor das exportações dos agronegócios brasileiros diminuiu 11,3% em relação ao ano anterior. O saldo da balança comercial dos agronegócios passou, em nível nacional, de US$ 12.3 bilhões em 2000 para US$ 49,0 bilhões em 2009, elevando-se à taxa de 17,3% aa2 (SOUZA e GONÇALVES, 2009; GONÇALVES e VICENTE, 2010).

Nesse mesmo período o valor das exportações do agronegócio paulista praticamente triplicou, atingindo US$ 16,0 bilhões em 2009, com taxa de crescimento de 15,1% aa. , apesar de a queda de 5,9% em relação a 2008. A balança comercial do agronegócio do estado de São Paulo apresentou saldo de US$ 9,7 bilhões em 2009 – próximo do máximo observado em 2006, de US$ 10, 3 bilhões – aumentando à taxa de 22% aa. entre 2000 e 2009.

Embora esses dados de evolução de valor sejam bem divulgados, poucas informações estão disponíveis sobre as tendências das quantidades exportadas e dos preços das exportações dos agronegócios, e menos ainda se as mesmas tendências de preços e quantidades ocorreram para as diferentes agregações de valor – básicos, semimanufaturados e manufaturados – dessas mercadorias. Variações de quantidades, quando divulgadas referindo-se a toneladas, com a soma de pesos de mercadorias tão distintas, tornam-se pouco relevantes3.

Índices de quantum calculados com base fixa – um grupo de mercadorias em determinado instante do tempo – podem, por sua vez, viesar consideravelmente os resultados, uma vez que novas mercadorias ou produtos são desconsiderados, o que pode ser exacerbado no caso da classificação utilizada nas estatísticas de comércio exterior, a Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NMC). Por exemplo, entre o último trimestre de

2 Tanto os valores das exportações quanto do saldo comercial, levam em conta bens de capital e insumos

comercializados com os demais setores da economia, conforme a classificação utilizada pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), apresentada em Vicente et al. (2001).

3 Esse mesmo problema aparece na divulgação mais comum do montante da safra agrícola, em que os pesos

das quantidades de produtos diferentes são simplesmente somados; nesse caso, existe ainda o agravante de desconsiderar diversos produtos, como a cana, o café, a laranja, etc. A esse respeito, ver Vicente e Anefalos (2000).

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3 2003 e o primeiro trimestre de 2010, mais de 1.500 novos códigos apareceram nas estatísticas existentes no Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior via Internet, denominado ALICE-Web, da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), entre os criados, desmembrados de pré-existentes, e alterados; vários deles referem-se a mercadorias do agronegócio.

Visando contribuir para sanar essa deficiência, o objetivo do presente estudo foi o de analisar a evolução de quantidades e preços de produtos exportados pelos agronegócios paulista e brasileiro, no período de 2000 a 2009, utilizando um método de comparação consistente e conceitualmente adequado, baseado em fórmula superlativa de números-índices.

2. METODOLOGIA

Os dados utilizados neste estudo tiveram como fonte o sistema ALICE-Web, da SECEX/MDIC. Os produtos do agronegócio foram agrupados de acordo com a classificação em grupos de mercadorias desenvolvidas pelo IEA-APTA, conforme descrito com detalhes em Vicente et al. (2001). Os valores – e, em consequência os preços – foram tomados, inicialmente, em dólar. Posteriormente, esses valores foram transformados em reais de 2009, através da média anual da taxa de câmbio comercial para venda, calculada pelo Banco Central do Brasil e disponível no site do IPEA (www.ipeadata.gov.br); os resultados foram deflacionados pelo deflator implícito do PIB4.

Os índices de quantidade e de preço foram calculados em nível nacional e em nível do estado de São Paulo, para o total dos agronegócios, e para os produtos de lavouras e criações (excluídos os bens de capital e insumos comercializados com os demais setores da economia).

Para verificar as tendências dos índices entre diferentes agregados de valor, as mercadorias foram também separadas em produtos básicos e produtos industrializados (semimanufaturados e manufaturados). A classificação das mercadorias por valor agregado utilizada teve como base planilha da SECEX de 2003, atualizada desde então pelo IEA-APTA.

Índices de quantidade e de preços foram calculados a partir das quantidades produzidas de cada produto e seus respectivos preços, o que leva ao "problema dos números-índices", ou da escolha de fórmula mais adequada. A comparação entre fórmulas de números índices pode ser feita com base nos testes lógicos definidos por Fisher (1922), no chamado enfoque axiomático. Por esses critérios, entre as fórmulas mais conhecidas, as de Laspeyres e Paasche não atendem aos testes de decomposição de causas (o produto do índice de quantidade pelo índice de preço calculado por essas fórmulas difere do índice de valor), de reversão temporal (o produto do índice de quantidade do ano 0 em relação ao

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Outras análises recentes dos efeitos do câmbio sobre os resultados da balança comercial encontram-se, por exemplo, em Carvalho (2005), e Souza; Gonçalves; Vicente (2006).

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4 ano t pelo índice do ano t em relação ao ano 0 difere da unidade) e de circularidade (o qual exige que um número-índice deve ser independente da escolha de um terceiro ponto no tempo, podendo, portanto, ser decomposto por um produto de dois índices similares em que a base de um deles é o período corrente do outro). A fórmula de Fisher não atende apenas o teste de circularidade, o que pode ser contornado com o uso do encadeamento5.

Na moderna teoria dos números-índices, além da necessidade de atualização constante da base de ponderação (aproximação discreta à integral de Divisia), vem merecendo destaque o estudo das relações entre especificações funcionais admitidas pela análise econômica e fórmulas de números-índices, no chamado enfoque econômico. Diewert (1976) definiu como flexível uma forma funcional agregativa que possibilite uma aproximação até segunda ordem, de uma função linear homogênea arbitrária, que possua derivadas primeira e segunda; chamou de superlativa uma fórmula de números-índices exata (isto é, consistente) para uma forma funcional flexível. Demonstrou que o índice de Törnqvist (também chamado de Índice Translog de Törnqvist-Theil) é exato para uma forma agregativa translog homogênea (e, portanto, superlativo). Similarmente, demonstrou que a fórmula de Fisher (também conhecido como Índice Ideal de Fisher) é exata para uma função agregativa quadrática de ordem dois homogênea (e, portanto, superlativa).

Fórmulas superlativas, conforme Diewert (1976), também se caracterizam por se aproximarem até a segunda ordem, o que limita a amplitude das variações medidas, conforme verificado empiricamente por Silva e Carmo (1986) com dados do Estado de São Paulo.

Mais recentemente, considerando os enfoques axiomático e econômico à teoria dos números-índices, de acordo com o artigo de Diewert (1993), o índice de Fisher é provavelmente a melhor forma funcional conhecida para comparações bilaterais.

Portanto, a escolha do índice de Fisher é respaldada por evidências fartamente registradas na literatura, face às suas reconhecidas vantagens.

A fórmula de Fisher, para um índice de quantidade, pode ser representada formalmente por: n n i i i i 0 1 1 1 i=1 i=1 0,1 n n i i i i 0 0 1 0 i=1 i=1 p .q p .q FQ = . p .q p .q

onde a letra inicial F identifica o tipo de índice (Fisher); a letra Q indica que se refere à quantidade; 1

i

p é o preço do item i no período 1; 0

i

p

o preço do item i no período 0; 1

i

q a

quantidade do item i no período 1; 0

i

q

a quantidade do item i no período 0. Para representar o índice de preço, substitui-se p por q, e vice-versa.

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5 Essa metodologia é, basicamente, a também utilizada pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (FUNCEX), na elaboração de índices de quantidade e preço para o total de exportações e importações (MARKWALD et al., 1998). Entretanto, no presente estudo, além do uso de dados referentes apenas ao agronegócio, todas as mercadorias foram consideradas. Já a FUNCEX elimina da amostra 5% dos produtos de cada uma das caudas da distribuição da variação de preços entre dois períodos, descartando as mercadorias abaixo do percentil 5% e acima do percentil 95% dessa distribuição. O índice de quantidade é então obtido pela divisão do índice de valor pelo índice de preço, utilizando a propriedade de decomposição de causas, característica da fórmula de Fisher.

Índices calculados para um período mais longo, em que se pode admitir a ocorrência de alterações substanciais na estrutura econômica, podem conter vieses significativos no caso da utilização de base fixa; para reduzi-los, pode-se montar as séries por um processo de encadeamento, com a atualização periódica da base de cálculo e, se possível, da base de ponderação (SILVA e CARMO, 1986). Calculada com o encadeamento, a fórmula de Fisher pode ser representada por:

n n n FQ FQ FQ

FQ0, = 0,1* 1,2*...* 1,

onde FQ é o índice Fisher de quantidade, e os subscritos de 0 a n representam o período em análise.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este item apresenta, inicialmente, índices simples da evolução das exportações dos agronegócios paulista e brasileiro, em dólares e em reais de 2009. Em seguida, são apresentados os índices de quantidade exportada, calculados pela fórmula de Fisher. Por último, analisam-se os índices de preços das mercadorias exportadas, expressos em dólares e em reais, e também calculados com a fórmula de Fisher.

3.1. Evolução do Valor das Exportações do Agronegócio

No período de 2000 a 2009 o valor total, em dólar, das exportações do agronegócio brasileiro mais do que triplicou, atingindo índice de 310,20 em 2009, mesmo com a queda observada em relação ao ano de 2008 (índice = 349,61), reflexo da crise internacional. Os resultados do total de exportações do agronegócio paulista ficaram próximos, com índice de 292,68 em 2009, após um máximo de 311,12 em 2008 (tabela 1).

Em nível nacional, os produtos básicos predominam nas exportações do agronegócio, representando 41,9% do valor total em 2000, percentual que passou para 57,3% em 2009. Esse grupo experimentou o maior aumento de valor nas exportações,

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6 atingindo índice igual a 451,54 em 2008, e igual a 426,64 em 2009. O desempenho mais modesto aconteceu com os produtos manufaturados do agronegócio, com índice de valor de exportações, expresso em dólares, de 199,95 em 2009 (o máximo também ocorreu em 2008, índice = 269,01). A participação desse grupo de produtos variou entre 37,8% (em 2000) e 23,6% do valor total (em 2009).

Tabela 1. Evolução do Valor das Exportações Totais do Agronegócio, Brasil e Estado de São Paulo, 2000 a 2009, em Dólar (base: 2000=100).

Ano

Brasil São Paulo

Total Prod. Básicos Produtos Industrializados Total Prod. Básicos Produt. Industrializados Semimanufat. Manufaturados Semimanuf. Manufatur. 2001 114,82 126,72 111,74 104,25 113,47 110,76 146,25 107,16 2002 119,68 132,53 113,10 109,85 119,71 128,59 140,33 112,77 2003 148,89 169,12 147,41 129,06 140,39 160,81 173,74 127,49 2004 190,59 228,97 164,77 164,31 183,83 270,43 207,16 154,54 2005 212,58 248,51 195,74 184,36 215,16 264,89 300,41 182,85 2006 238,94 258,96 247,82 214,19 270,11 251,39 465,54 233,24 2007 284,12 338,00 262,65 239,92 284,26 299,86 428,74 248,76 2008 349,61 451,54 302,89 269,01 311,12 351,80 432,21 273,62 2009 310,20 426,64 293,68 199,95 292,68 278,26 596,13 231,32 Fonte: Elaborada a partir de dados básicos da SECEX.

No caso do agronegócio paulista, o desempenho dos produtos básicos foi menos regular, alternado anos com índices superiores ao total das exportações setoriais, com outros em que ficou abaixo dele: em 2009, por exemplo, ao contrário do ocorrido no país como um todo, o índice de valor desse grupo de produtos (278,26), para o Estado de São Paulo foi inferior à média dos grupos de agregação de valor, embora o patamar do ano de 2008 (351,8) estivesse acima do verificado para o índice do total de exportações. Os produtos básicos representaram 17,8% do valor das exportações do agronegócio paulista em 2009, depois de responderem por 27,6% desse total em 2004. O maior aumento de valor verificado no período 2000-2009, para os agronegócios paulistas, foi o dos produtos semimanufaturados, com índice igual a 596,13 em 2009, o máximo da série, reflexo das exportações de açúcar bruto de cana. Esse grupo mais do que dobrou a participação no valor total das exportações estaduais, passando de 14,4% em 2000 para 29,3% em 2009. No agronegócio de São Paulo predominam as exportações de produtos manufaturados, apesar da queda de importância relativa no período, caindo de 66,9% em 2000 para 52,8% em 2009; o índice calculado para esse grupo atingiu 231,32 em 2009, e o máximo da série, mais uma vez, foi alcançado em 2008 (273,62).

Excluindo-se da análise os bens de capital e insumos comercializados com os demais setores da economia, os resultados permaneceram, basicamente, os mesmos (tabela 2). Isso se deve à diminuta participação desses produtos nas exportações do agronegócio, que variaram, em nível nacional, entre 4,6% (em 2004) e 2,8% (em 2009); considerando-se o agronegócio paulista, esses produtos representaram entre 6,9% (em 2000 e 2005) e 4,3%

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7 (em 2009). Na classificação utilizada pelo IEA-APTA para o cálculo da balança comercial do agronegócio6, esse grupo engloba Fertilizantes e Corretivos, Químicos para Defesa da Agricultura, Maquinaria e Peças, e Agentes Utilizados nas Indústrias Têxtil/Papel/Couro. O saldo comercial desse grupo é sempre negativo no período analisado, e considerá-lo no cálculo da balança comercial do agronegócio é importante para evitar superestimação do desempenho setorial.

Tabela 2. Evolução do Valor das Exportações do Agronegócio, Lavouras e Criações, Brasil e Estado de São Paulo, 2000 a 2009, em Dólar (base: 2000=100)

Ano

Brasil São Paulo

Total Prod. Básicos Produtos Industrializados Total Prod. Básicos Produt. Industrializados Semimanufat. Manufaturados Semimanuf. Manufatur. 2001 115,15 126,73 111,74 104,12 115,18 110,78 146,25 109,08 2002 119,79 132,53 113,10 109,23 121,85 128,63 140,34 115,30 2003 147,83 169,12 147,39 124,42 141,21 160,83 173,76 127,27 2004 188,09 228,96 164,74 155,29 184,03 270,46 207,19 151,48 2005 210,01 248,51 195,70 174,98 215,20 264,96 300,46 179,18 2006 238,04 258,96 247,75 209,57 274,72 251,44 465,62 236,13 2007 282,76 338,01 262,43 232,36 290,08 299,91 428,81 253,69 2008 346,70 451,55 302,44 254,12 314,54 351,87 432,19 274,62 2009 312,15 426,66 293,40 195,10 300,91 278,34 596,16 237,03 Fonte: Elaborada a partir de dados básicos da SECEX.

Os índices de valor das exportações do agronegócio calculados com os dados transformados em reais de 2009, por outro lado, mostraram uma situação diferente da apresentada anteriormente. Em nível nacional, embora os índices de 2008 continuem como os maiores da série, situaram-se em patamares bem inferiores, atingindo, por exemplo, 225,88 para o valor total de exportações dos agronegócios, e 291,74 para os produtos básicos. Além disso, a tendência clara de crescimento ao longo do período desapareceu: os outros índices mais elevados da série apareceram, geralmente, entre 2002 e 2004, refletindo a situação do câmbio naqueles anos. Para o agronegócio do Estado de São Paulo, com exceção dos produtos manufaturados, sequer o ano de 2008 apresentou os maiores índices do período analisado. É interessante também destacar que, para os produtos manufaturados do agronegócio, os índices de valor do ano de 2009, expressos em reais, foram os menores da série em nível nacional, e superiores apenas aos do ano-base considerando-se o caso paulista (tabela 3).

Esses resultados deverão ficar mais claros nos tópicos seguintes, em que serão apresentados os índices de quantidade e de preços, mas indicam uma penalização imposta ao setor pela política cambial.

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8 Novamente – e pelo mesmo motivo citado anteriormente –, quando os bens de capital e insumos foram subtraídos do valor das exportações do agronegócio, os índices pouco se alteraram (tabela 4).

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9 Tabela 3. Evolução do Valor das Exportações Totais do Agronegócio, Brasil e Estado de São Paulo, 2000 a 2009, em Real (base: 2000=100) (1).

Ano

Brasil São Paulo

Total Prod. Básicos Produtos Industrializados Total Prod. Básicos Produt. Industrializados Semimanufat. Manufaturados Semimanuf. Manufatur. 2001 125,05 138,01 121,69 113,53 123,57 120,62 159,27 116,71 2002 179,54 198,82 169,68 164,80 179,59 192,91 210,52 169,19 2003 160,60 182,42 158,99 139,20 151,43 173,46 187,39 137,51 2004 174,81 210,01 151,13 150,71 168,61 248,04 190,01 141,74 2005 160,37 187,47 147,66 139,08 162,31 199,83 226,62 137,94 2006 155,10 168,09 160,87 139,04 175,33 163,18 302,19 151,40 2007 147,28 175,22 136,16 124,37 147,36 155,44 222,25 128,95 2008 225,88 291,74 195,70 173,81 201,01 227,30 279,24 176,78 2009 142,67 196,23 135,07 91,96 134,61 127,98 274,18 106,39 (1) Os valores em dólares foram transformados em reais pela média anual da taxa de câmbio comercial para venda e, em seguida, corrigidos pelo deflator implícito do PIB.

Fonte: Elaborada a partir de dados básicos da SECEX

Tabela 4. Evolução do Valor das Exportações do Agronegócio, Lavouras e Criações, Brasil e Estado de São Paulo, 2000 a 2009, em Real (base: 2000=100) (1).

Ano

Brasil São Paulo

Total Prod. Básicos Produtos Industrializados Total Prod. Básicos Produt. Industrializados Semimanufat. Manufaturados Semimanuf. Manufatur. 2001 125,40 138,02 121,69 113,40 125,43 120,65 159,28 118,80 2002 179,70 198,83 169,67 163,87 182,80 192,97 210,53 172,97 2003 159,45 182,41 158,98 134,20 152,32 173,48 187,41 137,28 2004 172,52 210,01 151,10 142,43 168,79 248,07 190,03 138,94 2005 158,43 187,48 147,64 132,00 162,34 199,88 226,66 135,17 2006 154,51 168,10 160,82 136,03 178,32 163,21 302,24 153,27 2007 146,58 175,22 136,04 120,45 150,38 155,47 222,29 131,51 2008 224,00 291,74 195,41 164,19 203,22 227,34 279,23 177,43 2009 143,57 196,23 134,94 89,73 138,40 128,02 274,19 109,02 (1) Os valores em dólares foram transformados em reais pela média anual da taxa de câmbio comercial para venda e, em seguida, corrigidos pelo deflator implícito do PIB.

Fonte: Elaborada a partir de dados básicos da SECEX

3.2. Evolução da Quantidade Exportada de Produtos do Agronegócio

A quantidade total exportada do agronegócio brasileiro atingiu índice máximo em 2007 (216,99), sofrendo quedas em 2008 e 2009, com tendência similar à apresentada pelo grupo de produtos manufaturados, ainda que em níveis bem inferiores (máximo de 161,85 em 2007). Os produtos básicos e semimanufaturados, por sua vez, apresentaram tendência crescente no período analisado, atingindo os maiores índices de quantidade exportada em 2009, apesar de a crise internacional: respectivamente, 289,63 e 211,08 (tabela 5).

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Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010,

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10 Tabela 5. Evolução da Quantidade Total Exportada do Agronegócio, Brasil e Estado de São Paulo, 2000 a 2009 (base: 2000=100) (1).

Ano

Brasil São Paulo

Total Prod. Básicos Produtos Industrializados Total Prod. Básicos Produt. Industrializados Semimanufat. Manufaturados Semimanuf. Manufatur. 2001 135,13 167,07 126,13 107,23 124,63 149,38 137,00 114,76 2002 143,13 184,78 122,63 112,30 131,08 179,02 149,78 114,67 2003 168,32 214,37 149,39 131,86 151,13 208,93 181,98 129,77 2004 191,62 241,39 168,28 153,26 185,55 296,99 218,69 150,87 2005 202,02 254,54 185,29 158,00 181,46 221,15 258,88 159,84 2006 202,95 257,16 195,81 153,28 180,17 193,46 293,49 157,55 2007 216,99 284,81 196,77 161,85 185,31 203,92 304,56 160,26 2008 212,11 278,37 193,12 157,84 172,57 167,16 280,65 156,77 2009 206,06 289,63 211,08 124,73 167,98 149,31 359,44 139,62 (1) Índices calculados ano a ano pela fórmula de Fisher e, em seguida, encadeados.

Fonte: Elaborada a partir de dados básicos da SECEX

Já o índice de quantidade total exportada do agronegócio do Estado de São Paulo atingiu patamar da ordem de 185 no período 2004-2007 – apesar de experimentar certa diminuição entre aqueles dois anos – caindo em 2008 e em 2009. O grupo de produtos básicos, após rápido crescimento até 2004, ano em que o índice foi igual a 296,99, mostrou inversão de tendência também acentuada, fixando-se em 2009 ao nível do observado em 2001, caindo para a metade do máximo da série. Em contrapartida, a quantidade exportada de produtos semimanufaturados do agronegócio paulista apresentou nítida tendência de elevação, e o índice do ano de 2009 foi 3,6 vezes maior do que o do ano-base. Os produtos manufaturados, a exemplo do ocorrido em nível nacional, sofreram as maiores quedas em 2009, na comparação com 2008, indicando que os reflexos da crise internacional foram mais severos sobre esse grupo de mercadorias.

Os índices de quantidade calculados após a exclusão dos bens de capital e insumos, da mesma forma que ocorreu com os índices de valor apresentados anteriormente, seguem de muito perto os resultados apresentados para o total do agronegócio, tanto em nível nacional, quanto em nível do Estado de São Paulo (tabela 6).

Os índices de quantidade exportada situaram-se, via de regra, entre os níveis dos índices de valor em dólar e os dos índices de valor em real; isso pode indicar que os esforços efetuados pelos agentes ligados ao agronegócio para aumentar as exportações setoriais tiveram os resultados diminuídos pelo comportamento da política cambial. Esse ponto deverá ficar mais claro na apresentação dos índices de preços que será feita a seguir.

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Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010,

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11 Tabela 6. Evolução da Quantidade Exportada do Agronegócio, Lavouras e Criações, Brasil e Estado de São Paulo, 2000 a 2009 (base: 2000=100) (1).

Ano

Brasil São Paulo

Total Prod. Básicos Produtos Industrializados Total Prod. Básicos Produt. Industrializados Semimanufat. Manufaturados Semimanuf. Manufatur. 2001 137,46 167,08 126,13 109,89 126,85 149,42 137,00 117,06 2002 144,61 184,42 121,82 113,46 132,61 178,32 147,71 115,92 2003 168,13 213,94 148,41 128,72 150,31 208,09 179,48 127,22 2004 190,61 240,91 167,17 148,05 184,37 295,81 215,69 146,63 2005 200,86 254,02 184,06 151,94 178,77 220,29 255,32 154,43 2006 203,58 256,64 194,49 150,76 179,50 192,73 289,46 155,20 2007 217,44 284,23 195,36 158,49 186,48 203,11 300,37 160,55 2008 211,14 277,81 191,76 151,06 171,94 166,50 276,73 155,10 2009 209,79 292,11 209,71 123,81 170,92 148,73 354,51 142,33 (1) Índices calculados ano a ano pela fórmula de Fisher e, em seguida, encadeados.

Fonte: Elaborada a partir de dados básicos da SECEX

3.3. Evolução de Preços dos Produtos do Agronegócio Exportados

De 2001 a 2004 os preços em dólar das exportações dos agronegócios paulista e brasileiro situaram-se abaixo dos do ano-base (2000); isso ocorreu para o total das exportações e para os grupos de produtos básicos e semimanufaturados, com exceção apenas dos produtos manufaturados, cujos preços, em 2004, apresentaram índices acima de 100. De 2004 até 2008, os preços em dólar apresentaram contínua elevação: o índice do total brasileiro chegou a 164,82 e o de São Paulo a 180,29. Esse movimento foi interrompido em 2009, e em nível nacional, o índice de preço caiu quase 15 pontos. A queda de preços em dólar sofrida pelas exportações do agronegócio foi bem menor, 6 pontos no índice, devido aos bons resultados dos produtos semimanufaturados (açúcar bruto de cana, basicamente), cujos preços continuaram com a trajetória ascendente iniciada em 2005. Mesmo com a queda acontecida em 2009, os níveis de preços em dólar ao final do período analisado estavam mais de 50% acima do ano base no caso das exportações totais do agronegócio brasileiro e, no caso paulista, quase 75% acima (tabela 7).

De forma similar ao ocorrido com os índices de valor e quantidade, quando os bens de capital e insumos foram retirados da análise, o comportamento dos índices de preços pouco foi alterado (tabela 8).

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Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010,

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12 Tabela 7. Evolução do Preço em Dólar das Mercadorias Exportadas, Total do Agronegócio, Brasil e Estado de São Paulo, 2000 a 2009 (base: 2000=100) (1).

Ano

Brasil São Paulo

Total Prod. Básicos Produtos Industrializados Total Prod. Básicos Produt. Industrializados Semimanufat. Manufaturados Semimanuf. Manufatur. 2001 84,98 75,85 88,59 97,21 91,04 74,14 106,75 93,38 2002 83,61 71,72 92,23 97,82 91,33 71,83 93,69 98,34 2003 88,46 78,89 98,67 97,88 92,90 76,97 95,47 98,24 2004 99,46 94,85 97,91 107,21 99,07 91,06 94,73 102,43 2005 105,23 97,63 105,64 116,69 118,57 119,78 116,04 114,40 2006 117,73 100,70 126,56 139,74 149,92 129,94 158,62 148,04 2007 130,93 118,67 133,48 148,23 153,40 147,05 140,77 155,22 2008 164,82 162,21 156,84 170,44 180,29 210,45 154,00 174,54 2009 150,54 147,31 139,13 160,30 174,23 186,37 165,85 165,67 (1) Índices calculados ano a ano pela fórmula de Fisher e, em seguida, encadeados.

Fonte: Elaborada a partir de dados básicos da SECEX.

Tabela 8. Evolução do Preço em Dólar das Mercadorias do Agronegócio Exportadas, Lavouras e Criações, Brasil e Estado de São Paulo, 2000 a 2009 (base: 2000=100) (1).

Ano

Brasil São Paulo

Total Prod. Básicos Produtos Industrializados Total Prod. Básicos Produt. Industrializados Semimanufat. Manufaturados Semimanuf. Manufatur. 2001 83,77 75,85 88,59 94,75 90,79 74,14 106,75 93,19 2002 82,83 71,87 92,84 96,28 91,89 72,13 95,01 99,47 2003 87,92 79,05 99,31 96,66 93,95 77,29 96,81 100,04 2004 98,68 95,04 98,55 104,89 99,82 91,43 96,06 103,31 2005 104,56 97,83 106,32 115,16 120,38 120,27 117,68 116,03 2006 116,92 100,90 127,39 139,01 153,05 130,46 160,86 152,14 2007 130,04 118,92 134,33 146,61 155,56 147,66 142,76 158,02 2008 164,20 162,54 157,72 168,22 182,93 211,33 156,18 177,06 2009 148,79 146,06 139,91 157,58 176,05 187,15 168,16 166,53 (1) Índices calculados ano a ano pela fórmula de Fisher e, em seguida, encadeados.

Fonte: Elaborada a partir de dados básicos da SECEX.

Quando os preços foram transformados de dólares para reais de 2009, os índices de preço calculados revelaram situação bem diferente: o ano de 2002, o pior da série em dólar, passou a ser o melhor do período analisado. O ano de 2008, que aparecia com níveis bem acima dos do ano-base, mostrou índices muito mais modestos, ainda que superiores aos do ano-base. E, o último ano da série (2009) apresentou índices similares aos mais baixos de todo o período, os de 2007. Considerando-se o total das exportações do agronegócio – entre os grupos de valora agregado os resultados variaram entre anos distintos – em apenas dois anos os índices de preço estiveram acima dos do ano-base (tabela 9).

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Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010,

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13 Tabela 9. Evolução do Preço em Real das Mercadorias Exportadas, Total do Agronegócio, Brasil e Estado de São Paulo, 2000 a 2009 (base: 2000=100) (1).

Ano

Brasil São Paulo

Total Prod. Básicos Produtos Industrializados Total Prod. Básicos Produt. Industrializados Semimanufat. Manufaturados Semimanuf. Manufatur. 2001 92,54 82,61 96,48 105,87 99,15 80,75 116,26 101,69 2002 125,44 107,60 138,37 146,75 137,01 107,76 140,55 147,54 2003 95,42 85,10 106,43 105,57 100,20 83,02 102,97 105,96 2004 91,23 87,00 89,81 98,33 90,87 83,52 86,88 93,95 2005 79,38 73,65 79,69 88,03 89,45 90,36 87,54 86,30 2006 76,42 65,37 82,15 90,71 97,31 84,35 102,96 96,10 2007 67,87 61,52 69,20 76,84 79,52 76,23 72,98 80,47 2008 106,49 104,80 101,33 110,12 116,48 135,97 99,50 112,77 2009 69,24 67,75 63,99 73,73 80,14 85,72 76,28 76,20 (1) Os valores em dólares foram transformados em reais pela média anual da taxa de câmbio comercial para venda e, em seguida, corrigidos pelo deflator implícito do PIB. Índices calculados ano a ano pela fórmula de Fisher e, em seguida, encadeados.

Fonte: Elaborada a partir de dados básicos da SECEX.

Esses dados demonstram os impactos negativos da taxa de câmbio sobre as exportações dos agronegócios, setor responsável pelos contínuos superávits da balança comercial brasileira verificados desde o ano de 2001.

Retirando-se os bens de capital e insumos da relação de mercadorias consideradas na construção dos índices, uma vez mais os resultados sofreram mudanças mínimas (tabela 10).

Tabela 10. Evolução do Preço em Real das Mercadorias do Agronegócio Exportadas, Lavouras e Criações, Brasil e Estado de São Paulo, 2000 a 2009 (base: 2000=100) (1).

Ano

Brasil São Paulo

Total Prod. Básicos Produtos Industrializados Total Prod. Básicos Produt. Industrializados Semimanufat. Manufaturados Semimanuf. Manufatur. 2001 91,23 82,61 96,48 103,19 98,88 80,74 116,26 101,49 2002 124,27 107,81 139,28 144,43 137,85 108,21 142,54 149,22 2003 94,84 85,26 107,12 104,26 101,33 83,37 104,42 107,91 2004 90,51 87,17 90,39 96,20 91,55 83,86 88,11 94,76 2005 78,88 73,80 80,21 86,88 90,81 90,73 88,77 87,53 2006 75,90 65,50 82,69 90,23 99,35 84,68 104,42 98,76 2007 67,41 61,65 69,64 76,00 80,64 76,54 74,01 81,91 2008 106,09 105,02 101,90 108,69 118,19 136,54 100,90 114,40 2009 68,43 67,18 64,35 72,48 80,97 86,08 77,34 76,59 (1) Os valores em dólares foram transformados em reais pela média anual da taxa de câmbio comercial para venda e, em seguida, corrigidos pelo deflator implícito do PIB. Índices calculados ano a ano pela fórmula de Fisher e, em seguida, encadeados.

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Campo Grande, 25 a 28 de julho de 2010,

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

14 4. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os índices de quantidade, calculados pela fórmula de Fisher, mostraram que as exportações do agronegócio brasileiro mais do que dobraram entre 2000 e 2009, apesar da queda verificada desde 2007. O agronegócio do Estado de São Paulo exibiu comportamento semelhante, atingindo, em 2009, patamar cerca de 70% superior ao do ano 2000. Em nível nacional, destacaram-se os produtos básicos, cuja quantidade exportada quase triplicou, comparando-se o último ano da série analisada (2009) com o ano-base (2000). No agronegócio paulista, o maior crescimento foi exibido pelo grupo de produtos semimanufaturados, cujo índice de 2009 foi mais do que três vezes e meia superior ao do ano-base.

Os índices de preço calculados em dólar revelaram, após um curto período de queda no início da série analisada, tendência de elevação que resultou em níveis superiores em 50% aos do ano-base para o agronegócio em nível nacional, e quase 75% superiores aos do ano base para o agronegócio de São Paulo.

Entretanto, quando calculados em real de 2009, os índices indicaram que essa situação inverteu-se, com os maiores níveis sendo observados no início da década de 2000. Em 2009 os índices fixaram-se 30% abaixo do ano base para as exportações do agronegócio brasileiro, e 20% abaixo para as do agronegócio paulista.

Os índices de valor refletiram essa disparidade de comportamento entre os preços expressos em dólar e em real: para o total de exportações do agronegócio, o valor em dólares mais do que triplicou em nível nacional e triplicou em nível do Estado de São Paulo, na comparação de 2009 com 2000. Já o valor em reais de 2009 aumentou apenas 44% para as exportações do agronegócio brasileiro, e 38% considerando-se o agronegócio paulista.

Esses dados indicam que parte considerável dos resultados do esforço de incremento de exportações do agronegócio desapareceu em conseqüência das variações da taxa de câmbio.

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