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Avaliação da atuação do perito contábil num processo de reclamatória trabalhista

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DORIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

FÁTIMA G. MACH TRENTIN

AVALIAÇÃO DA ATUAÇÃO DO PERITO CONTÁBIL NUM PROCESSO DE RECLAMATÓRIA TRABALHISTA

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FÁTIMA G. MACH TRENTIN

AVALIAÇÃO DA ATUAÇÃO DO PERITO CONTÁBIL NUM PROCESSO DE RECLAMATÓRIA TRABALHISTA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Ciências Contábeis da UNIJUÍ como requisito parcial para aprovação no componente curricular Trabalho de Conclusão de Curso.

Orientador: Prof. Irani Paulo Basso

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, meu guia fiel para o melhor caminho, presença constante em minha vida. Aos meus pais, Clodoveo Trentin e Elsa Mach Trentin, meu agradecimento especial por vocês é eterno, não estaria aqui conquistando este sonho na minha vida se não fosse pela ajuda e incentivo de vocês. Obrigada por serem a minha referência de tantas maneiras e estarem sempre presentes na minha vida de forma incondicional.

Ao meu namorado Jair Oliveira, pessoa com quem amo partilhar a vida, obrigada pelo carinho, a paciência e por sua capacidade de me trazer paz na correria de cada semestre.

Ao meu querido irmão Fabio Mach Trentin, que é minha aliança eterna de amizade e compreensão, obrigada por todo apoio e incentivo que é fundamental em minha vida.

Aos amigos de perto e de longe, que de uma maneira ou outra estiveram sempre me incentivando. Agradeço aos meus professores por transmitirem seus conhecimentos, contribuindo positivamente em minha vida, e em especial ao meu orientador professor Irani, meu sincero agradecimento pelas orientações passadas na realização dessa tarefa de conclusão de curso.

Finalizo, agradecendo a todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho e torceram pela minha vitória. Obrigada!

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RESUMO

A perícia contábil é realizada somente pelo profissional de contabilidade, o qual precisa, necessariamente, comprovar sua habilitação acadêmica e inscrição no Conselho Regional de Contabilidade, cuja atividade exercida pelo contador é de alta relevância e que exige do profissional uma imensa gama de conhecimentos, não só da própria contabilidade em si, mas também de outras ciências afins, além de uma atitude ética irrepreensível. Tal caracterização é parte integrante no desenvolvimento deste trabalho que tem, ainda, como objetivo principal, analisar detalhadamente uma perícia contábil em Reclamatória Trabalhista, resultando num estudo aprofundado em um caso concreto, possibilitando o desenvolvimento científico e o conhecimento técnico através da confrontação de idéias expostas nas várias bibliografias de autores que tratam da temática Perícia Contábil, através desse trabalho se pode verificar também a problemática que gira em torno das relações trabalhistas, sendo que ao empregador é imperioso administrar com assessoramento de um profissional da área da contabilidade, reduzindo assim, os riscos de contrair um passivo trabalhista que poderá inviabilizar o seu empreendimento. Com o intuito de alcançar o objetivo proposto, por divergência de interpretação, foi necessário realizar novo cálculo, adotando valor do fator de correção com data diferente, mas período idêntico, sempre observando o comando sentencial e os critérios estabelecidos pelo juiz da causa.

Palavras Chaves: Contabilidade. Auditoria. Perícia Contábil. Reclamatória Trabalhista.

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ABSTRACT

The forensic accounting is performed only by professional accounting, which necessarily have to prove their qualification and have registration at the Regional Accounting Council, whose activity exercised by the counter is highly relevant and it requires a huger ange of professional knowledge, not only the own accounting it self, but also other related sciences, and impeccable ethical attitude. Such characterization is an integral part in the development of this work, which is also the main objective, detailed analysis of an accounting expertise in labor claim, resulting in-depth study in a particular case, enabling the scientific and technical know ledge through confrontation of ideas and compliance with the various bibliographies of authors who deal with Accounting Skill theme. Through this work can also be seen that the problem revolves around the labor relations, and the employer is imperative to manage with the assistance of a professional accounting area, thus reducing the risk of contracting a labor liabilities that can derail your hive of activity. In order to achieve the goal proposed by divergence of interpretation, it was necessary tore-calculate, adopting value of the correction factor with different date, but same period, always observing the sentence command and criteria established by the trial judge.

Keywords: Accounting. Audit. Forensic Accounting. Labour court decisions. Process of labor

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Parcelas Rescisórias – Em FACDTs cálculos do Perito-Contador... 57 Tabela 2: Valores das Diferenças de FGTS e Multa de 40% Devido ao Reclamante – Em FACDTs. Cálculos do Perito-Contador... 57 Tabela 3: Cálculo da Multa Devida a Reclamante Relativa ao Art. 477 da CLT –

FACDTs. Cálculos do Perito-Contador... 58 Tabela 4: Cálculo da Multa Devida a Reclamante Relativa ao Art. 467 da CLT – Em FACDTs. Cálculos do Perito- Contador... 59 Tabela 5: Cálculo da Indenização do Seguro – Desemprego - Em FACDTs. Cálculos do Perito-Contador... 59 Tabela 6: Resumo geral do processo... 60 Tabela 7: Certidão de cálculos... 65 Tabela 8: Parcelas rescisórias. Diferenças salariais - em FACDT valores recalculados... 69 Tabela 9: Diferenças de FGTS e Multa de 40% Devido ao Reclamante – Em FACDTS. Valores recalculados... 70 Tabela 10: Multa do Art. 477 da CLT – Cálculos Refeitos ... 72 Tabela 11: Cálculo da Multa Devida a Reclamante Relativa ao Art. 467 da CLT – Em FACDT. Refeitos pela autora... 73 Tabela 12: Cálculo do Seguro Desemprego ao Reclamante, em FACDT cálculos do Perito-Contador detalhado pela autora... 74 Tabela 13: Resumo geral dos valores devidos ao reclamante... 75

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Principais características de auditoria e perícia... 20 Quadro 2 – Comparação dos profissionais da perícia... 26

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 11

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 13

1.1 ÁREA DE CONHECIMENTO CONTEMPLADA ... 13

1.2 CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO ... 13 1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ... 14 1.4 OBJETIVOS ... 14 1.4.1 Objetivo Geral ... 15 1.4.2 Objetivos Específicos ... 15 1.5 JUSTIFICATIVA ... 15 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 17

2.1 CONTABILIDADE – CARACTERIZAÇÃO GERAL ... 17

2.1.1 Objetivos da Contabilidade ... 18

2.1.2 Objeto da Contabilidade ... 18

2.2 AUDITORIA – CARACTERIZAÇÃO GERAL ... 19

2.3 PERÍCIA CONTÁBIL ... 21

2.3.1 O Objeto da Perícia Contábil ... 22

2.3.2 Objetivo da Perícia Contábil... 23

2.3.3 A Perícia no Código de Processo Civil ... 23

2.3.4 A Perícia nas Normas Brasileiras de Contabilidade ... 24

2.3.5 O Profissional Perito Contador ... 24

2.4 PROCESSO DE RECLAMATÓRIA TRABALHISTA ... 26

2.4.1 Petição Inicial ... 27

2.4.2 Contestação da Petição Inicial ... 28

2.4.3 Audiências de Instrução do Processo ... 29

2.4.4 Indicação e Nomeação do Perito ... 29

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2.4.6 Laudo de Liquidação de Sentença ... 31

2.4.7 Impugnação do Laudo Pericial ... 32

2.4.8 Recursos às Instâncias Superiores ... 33

2.4.9 Fase de Encerramento do Processo de Reclamatória Trabalhista ... 34

3 METODOLOGIA DO TRABALHO ... 35

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 35

3.1.1 Quanto a sua Natureza ... 35

3.1.2 Do Ponto de Vista dos seus Objetivos ... 35

3.1.3 Quanto à Forma de Abordagem do Problema ... 36

3.1.4 Quanto os Procedimentos Técnicos ... 36

3.2 Plano de coleta dos dados ... 37

3.2.1 Instrumentos de Coleta de Dados ... 38

3.3 PLANO DE ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 38

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ... 40

4.1 RESUMO DO PROCESSO ... 40

4.1.1 Petição inicial ... 40

4.1.2 Notificação de audiência de conciliação ... 43

4.1.3 Notificação de nova data de audiência de conciliação ... 45

4.1.4 Notificação de segunda nova data de audiência de conciliação ... 45

4.1.5 Notificação de terceira nova data de conciliação ... 46

4.1.6 Audiência de conciliação ... 46

4.1.7 Prolação da sentença ... 47

4.1.8 Interposição de recurso ordinário ao TRT/RS ... 49

4.1.9 Desistência do recurso ordinário ao TRT/RS ... 51

4.1.10 Edital de intimação de sentença... 52

4.1.11 Conclusão e cálculo de liquidação de sentença ... 53

4.1.12 Termo de designação de perito contábil ... 55

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4.1.14 Laudo de liquidação de sentença ... 56

4.1.15 Impugnação ao laudo de liquidação de sentença ... 61

4.1.16 Conclusão sobre a impugnação ao laudo de liquidação de sentença ... 65

4.1.17 Conclusão sobre o cálculo de liquidação de sentença ... 65

4.1.18 Edital de notificação ao reclamado ... 67

4.1.19 Procedimentos de cobrança da sentença ... 68

4.2 AVALIAÇÃO DO LAUDO DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA À LUZ DAS NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE ... 69

4.2.1 Parcelas Rescisórias de: Aviso Prévio Indenizado, 13º salário, férias vencidas e proporcionais e saldo de salário ... 69

4.2.2 Diferenças de FGTS a depositar Incluindo a Multa ... 70

4.2.3 Multas do Art 477 Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ... 72

4.2.4 Multas do Art 467 Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ... 73

4.2.5 Seguro-desemprego ao reclamante ... 73

4.2.6 Horas extras trabalhadas e não pagas ... 74

4.2.7 Previdência Social ... 74

4.2. 8 Assistência Judiciaria do Reclamante ... 75

4.2.9 Custas Judiciais ... 75

4.2.10 Resumo dos Cálculos de Liquidação de Sentença... 75

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 77

REFERÊNCIAS ... 79

APÊNDICE A – CALCULOS ... 81

APÊNDICE B - EVOLUÇÃO DO VALOR DO FATOR DE ATUALIZAÇÃO E CORREÇÃO DE DÉBITOS TRABALHISTAS - FCDT - ABRIL/2004 ATÉ OUTUBRO/2008... 91

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INTRODUÇÃO

O Curso de Ciências Contábeis prepara o profissional contábil para um amplo campo de atuação, proporcionando os concluintes a oportunidade de escolha de uma área de aprofundamento, mediante um tema específico para a realização de um trabalho fundamentado que posteriormente possa ser aplicado na realidade do campo profissional. A elaboração deste estudo tem por foco a área da técnica contábil da Auditoria, com aplicação prática em Perícia Contábil Trabalhista, tendo por base um processo de reclamatória trabalhista transitado em julgado numa das Varas do Trabalho da Região de abrangência da UNIJUÍ.

O trabalho de conclusão de curso traz neste primeiro capítulo a contextualização do estudo, apresentando a área e a temática de abordagem, a fundamentação do problema a ser trabalhado na atividade prática e expõe os objetivos a serem alcançados com a realização da tarefa de conclusão de curso, bem como a justificativa para a realização do trabalho na área escolhida pela autora.

No segundo capítulo é apresentada a síntese da revisão bibliográfica que busca aprofundar conhecimentos da érea de estudo como embasamento técnico da proponente para as tarefas da parte prática do trabalho, tendo por base os principais autores da grande área da Contabilidade, Auditoria e Perícia Contábil, complementadas com aspectos do direito aplicado na área trabalhista, envolvendo direitos e obrigações, bem como o processo trabalhista, conteúdos muito importantes para a parte aplicada do trabalho.

No terceiro capítulo, é apresentado o produto da parte aplicada do trabalho de conclusão de curso da autora, tendo por base um processo de reclamatória trabalhista transitado em julgado na Vara do Trabalho de Palmeira das Missões-RS.

Na atividade prática, fez-se um completo estudo do processo de reclamatória trabalhista tomado aleatoriamente na Vara do Trabalho de Palmeira das Missões-RS, seguido do resumo das principais partes que o compunham, com o objetivo de trazer para o relatório uma ampla compreensão de sua processualidade, desde o ingresso da reclamatória, passando pelas principais partes que envolviam as partes de produção de provas até chegar à prolação de sentença do magistrado, do que redundou na nomeação do perito para a realização dos cálculos de liquidação de sentença proferida pelo Juiz no processo. Nesta parte do processo, fez-se uma aprofundada revisão nos cálculos elaborados pelo perito, checando os direitos concedidos em sentença com os dados e cálculos apresentados e elaborados pelo perito, um a um, até a conclusão final dos montantes devidos pelas partes condenadas. Nesse processo

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encontrou-se algumas divergências entre os cálculos elaborados pelo perito e aqueles elaborados pela autora do trabalho que se encontram devidamente explicados na parte final, bem como nas conclusões onde foi feita uma abordagem quanto as metodologias adotadas pelo perito, diante o que preconizam as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Perícia Contábil.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Neste capítulo, apresentam-se as partes que compõem a contextualização do estudo, constituída da área de conhecimento em que o trabalho foi realizado, o tema de estudo, a problematização do tema e o estabelecimento dos objetivos a atingir com a realização do trabalho de conclusão, bem como as justificativas da proponente para a realização do seu trabalho na Perícia Contábil aplicada na área Trabalhista.

1.1 ÁREA DE CONHECIMENTO CONTEMPLADA

No decorrer do Curso de Ciências Contábeis o aluno toma conhecimento das normas e princípios que regem a contabilidade, das técnicas de que se utiliza para explicitar os fatos contábeis e tornar-se útil aos seus usuários, dos diversos ramos do campo de aplicação em que a contabilidade se materializa e se explicita. O aluno depara-se então com um leque de áreas em que o Contador poderá atuar, entre estas a Perícia Contábil Trabalhista, desdobrada da técnica contábil da Auditoria, tema escolhido pela proponente para a realização da sua tarefa de conclusão de curso.

Segundo as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC TP), Resolução CFC 1243/09, a Perícia Contábil busca transformar dúvidas, seja na instância judicial ou extrajudicial, em elemento de prova para as partes litigantes e/ou para o Magistrado que o procura para colaborar no processo de fazer prevalecer a justiça, num determinado processo litigioso.

Neste sentido, o estudo tem como tema, analisar os procedimentos adotados pelo perito oficial do juiz em um Processo de Reclamatória Trabalhista transitado em julgado em uma das Varas do Trabalho da região.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO

O processo refere-se a uma Ação Trabalhista, preferencialmente transitado em julgado na Vara do Trabalho de uma Comarca da região, onde tenha havido a necessidade de realização de Perícia Contábil para respostas a quesitos na fase de instrução e/ou para apurar o valor devido pela parte reclamada na fase de liquidação de sentença. Neste processo a parte reclamante é denominada de RECLAMANTE e a parte reclamada é denominada simplesmente de RECLAMADA, bem como são omitidos nomes de procuradores, juiz,

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testemunhas, perito e outras pessoas nele envolvidas, para evitar melindres e respeitar o sigilo profissional exigido pelo Código de Ética Profissional do Contador.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

A Perícia Contábil em matéria trabalhista, atende os interesses de partes envolvidas no processo, de um lado o empregado que no processo trabalhista figura como reclamante e de outro o empregador, denominado reclamado, com a intermediação do juiz que julga o litígio.

De acordo com Sá (2009, p.3), a Perícia Contábil:

É a verificação de fatos ligados ao patrimônio individualizado visando oferecer opinião, mediante questão proposta. Para tal opinião realizam-se exames, vistorias, indagações, investigações, avaliações, arbitramento, em suma todo e qualquer procedimento necessário a opinião.

A Perícia Contábil pode ocorrer na fase de instrução, onde geralmente o perito é chamado a responder quesitos apresentados pelas partes e/ou pelo juiz, com o objetivo de esclarecer dúvidas iniciais e mesmo nos momentos de discussões de matéria de direito, com o objetivo de trazer elementos faltantes no processo para contribuir na elucidação de dúvidas de uma das partes ou de ambas e ainda de parte do juiz, antes da decisão final sobre os direitos demandados pelo reclamante e contestados pelo reclamado.

Pode ainda ocorrer a perícia e geralmente é a que mais ocorre em processos de reclamatória trabalhista, na fase de liquidação de sentença, onde o perito, com base em seus conhecimentos técnicos e as normas brasileiras de contabilidade aplicada à Perícia Contábil, transforma as decisões do juiz em valores devidos pela parte condenada no processo.

Diante essas duas dimensões da Perícia Contábil Trabalhista, questiona-se: Esta correto os procedimentos adotados pelo perito no Processo de Reclamatória Trabalhista em estudo diante as normas técnicas e profissionais da Perícia Contábil e os requisitos legais e processuais preconizados pela legislação pertinente?

1.4 OBJETIVOS

Os objetivos estabelecem aonde se quer chegar com a realização do trabalho, bem como a sua importância.

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1.4.1 Objetivo Geral

Confirmar se os procedimentos adotados pelo perito na elaboração de seu(s) laudo(s) pericial(is) estão de acordo com o que determinam as normas da Perícia Contábil emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, bem como a correção dos cálculos elaborados diante as decisões do juiz e metodologias em uso preconizadas pela legislação em vigor.

1.4.2 Objetivos Específicos

a) Revisar a literatura referente os fundamentos técnicos e doutrinários da Perícia Contábil, das normas profissionais e técnicas que regulam a atividade do perito contador.

b) Estudar as fases de um processo de reclamatória trabalhista transitado em julgado numa Vara do Trabalho da região.

c) Revisar os procedimentos periciais contábeis aplicados pelo perito no processo em estudo, confrontando com determinações pertinentes.

d) Avaliar a importância do Laudo Pericial no processo de reclamatória trabalhista em face às decisões nele tomados pelo juízo trabalhista.

e) Analisar a metodologia e as etapas pelas quais passou o trabalho do perito, em especial do cálculo de liquidação de sentença no processo em estudo.

1.5 JUSTIFICATIVA

A escolha do tema Perícia Contábil Trabalhista para esse trabalho justifica-se pelo interesse da proponente em conhecer com detalhes como é realizada a perícia em um processo trabalhista, pois é cada vez maior o número de empregados que recorre à Justiça Trabalhista para haver seus direitos que muitas vezes são negados durante o período de prestação de serviço. Nestes litígios, envolvendo empregados e empregadores, frequentemente exige-se a presença de um profissional qualificado, com amplos conhecimentos em áreas distintas, inclusive o perito contador.

A necessidade de requerer perícia se manifesta em virtude de existirem irregularidades, imperfeições ou inadequações na realização de algo praticado por uma ou mais pessoas, com isso a figura do perito contador surge para clarear os fatos contábeis envolvidos na área periciada, esclarecendo dúvidas, através de procedimentos técnicos e

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científicos com vistas a evidenciar fatos escusos no andamento do processo e/ou na transformação de direitos concedidos pelo Magistrado, em valores na liquidação de sentença.

É na fase de liquidação da sentença prolata pelo juízo trabalhista que a figura do perito contador torna-se de fundamental importância, pois transforma a sentença do juízo, seja de primeiro grau, ou acórdão do Tribunal Superior, em valores monetários.

Para a proponente, este trabalho é de suma importância, pois estarei desenvolvendo um estudo de um processo que necessitou da atuação de um profissional contábil, tarefa esta que um dia poderá se transformar numa possibilidade de trabalho. Com esse trabalho busco esclarecer dúvidas e verificar passo a passo o seu processo de realização, e com isso, agregando mais conhecimentos na área trabalhista e previdenciária, ampliando conhecimentos e conquistando experiência na Perícia Contábil aplicada na área Trabalhista.

Para o Curso de Ciências Contábeis e para a Universidade, o relatório do TCC poderá se constituir em importante instrumento para estudo de caso no componente Curricular Perícia Contábil, bem como mais um estímulo para que outros colegas possam vir a interessar-se pela área no momento de decidir em que área e tema irá fazer a sua tarefa de conclusão de curso.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Nesta etapa do trabalho é apresentada a fundamentação teórica, com base na pesquisa bibliográfica sobre as principais obras e artigos de autores que escrevem sobre o tema objeto do estudo, com a finalidade de fundamentar o tema proposto para este trabalho.

2.1 CONTABILIDADE – CARACTERIZAÇÃO GERAL

A contabilidade surgiu da necessidade de controlar as coisas dos seres humanos, o que possuía, o que tinha para receber ou pagar, se constituindo na ciência, disciplina e profissão que toma como objeto de estudo os fenômenos patrimoniais.

Franco (1996, p.21), apresenta a seguinte conceituação para a contabilidade:

É a ciência que estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a classificação, a demonstração expositiva, a análise e a interpretação desses fatos, com o fim de oferecer informações e orientação – necessárias à tomada de decisões – sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial. (FRANCO, 1996, p.21)

Clebsch; Basso (2008), apresentam um conceito de contabilidade bastante abrangente como segue:

A contabilidade é conceituada como uma ciência social que se utiliza de técnicas específicas para prestar aos seus usuários, de forma confiável, as mais variadas e detalhadas informações. A Contabilidade registra, classifica, demonstra e interpreta os fatos ocorridos, evidenciando seus aspectos qualitativos e quantitativos, com o intuito de orientar a administração do Patrimônio, quanto a sua situação e as variações ocorridas, possibilitando a correta análise dos dados que são úteis para a tomada de decisão e que garantem a eficácia dos negócios. (CLEBSCH; BASSO, 2008, p.6)

Como se pode verificar através dos conceitos apresentados pelos autores, a contabilidade se tornou uma ferramenta indispensável na vida das pessoas, não somente das jurídicas, mas também das pessoas físicas, ela permite uma melhor visão para tomadas de decisões, pois a mesma apresenta os fatos de forma clara e objetiva.

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2.1.1 Objetivos da Contabilidade

Enquanto os gestores se preocupam em tomar as decisões de maneira que aumente o lucro e cresça o patrimônio, cabe ao contador elaborar demonstrativos e relatórios que apresentam o melhor caminho a ser tomado, pois o contador é o que melhor conhece o patrimônio da entidade.

Para Iudícibus (2000, p.6), o objetivo principal da contabilidade pode ser assim explicado:

O objetivo principal da contabilidade é fornecer informação econômica relevante para que cada usuário possa tomar suas decisões e realizar seus julgamentos com segurança. Isto exige um conhecimento do modelo decisório do usuário e, de forma mais simples, é preciso perguntar ao mesmo qual a informação que julga relevante ou as metas que deseja maximizar, a fim de delinearmos o conjunto de informações pertinentes. (IUDÍCIBUS, 2000, p.6)

Para Franco (1996, p. 22), “[...] a finalidade mais importante da contabilidade, é fornecer informações e orientações de caráter econômico financeiro”.

A finalidade da contabilidade é, pois, controlar os fenômenos ocorridos no patrimônio de uma entidade, através do registro, da classificação, da demonstração expositiva, da análise e interpretação dos fatos nele ocorridos, objetivando fornecer informações e orientação – necessárias à tomada de decisões – sobre sua composição e variações, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial (FRANCO, 1996, p. 22).

Basso (2005, p.24), “A finalidade fundamental da contabilidade é gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase para o controle e o planejamento”

Também vale ressaltar que a contabilidade além de prestar informações aos seus usuários internos, tem como objetivo e finalidade ainda prestar informações para seus usuários externos de uma forma mais ampla e sintética.

2.1.2 Objeto da Contabilidade

Franco (1966, p.21), afirma que, “Patrimônio é objeto da contabilidade, isto é, sobre ele se exercem as funções contábeis, para alcance de suas finalidades”.

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A contabilidade tem como objeto o patrimônio, que geralmente é constituído pelo conjunto de bens, direitos e obrigações que pertencem a uma determinada entidade. Os bens são os elementos materiais ou imateriais que integram um determinado patrimônio e os direitos são os haveres que a entidade tem a receber de terceiros. Já as obrigações, são os valores que a entidade tem a pagar. Os bens e os direitos constituem a parte positiva do patrimônio, enquanto as obrigações compõem a sua parte negativa, sendo que a diferença entre os dois forma o Patrimônio Líquido. (CLEBSCH; BASSO, 2008, p.6)

Já o campo da Contabilidade é muito amplo, uma vez que, onde existir um patrimônio, pode definir-se um campo de aplicação da mesma: atividade comercial; atividade industrial; atividades de serviços; atividade rural; atividade cooperativa; atividade pública entre outras.

2.2 AUDITORIA – CARACTERIZAÇÃO GERAL

Assim como outras áreas a contabilidade também tem suas subdivisões, pois seria impossível tratar da contabilidade como um todo, sem mencionar algumas de suas divisões. Com isso podemos apresentar duas áreas de atuação, como a Perícia Contábil e Auditoria Contábil, porém antes de aprofundar os conhecimentos na Perícia Contábil, faz-se necessário adquirir um pouco de conhecimento sobre Auditoria, conforme Kapp (2010).

Segundo Zanna (2005, p.321), de uma maneira bem ampla, assim conceitua auditoria:

Auditoria é o conjunto de normas aplicadas ao exame de livros, papéis, documentos e controles (internos) relacionados com um patrimônio administrado, para atestar a exatidão dos registros e a veracidade dos seus comprovantes, bem como apurar ou evitar erros, omissões e fraudes, praticados por administradores ou empregados, com o fim de salvaguardar direitos dos proprietários, dos financiadores [...] e do fisco.

Sá (2009, p. 17), escreve que,

A auditoria tende a ser a necessidade constante, atingindo um número muito maior de interessados, sem necessidade de rigores metodológicos tão severos; basta dizer que a auditoria consagra a amostragem e a perícia a repele, como critério habitual. Hoog (2010, p.149), aponta como diferença fundamental entre Auditoria e Perícia Contábil, da seguinte forma:

A perícia é a “prova elucidativa dos fatos”, já a auditoria é mais revisão, verificação, e tende a ser necessidade constante, repetindo-se de tempo em tempo, com menos rigores metodológicos, pois utiliza-se da amostragem. Já a perícia repudia a amostragem como critério, sendo utilizada eventualmente em casos especiais; como

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regra, a perícia tem caráter de labor eventual e só trabalha com o universo completo, onde a opinião é expressa com rigores de cem por cento de análise.

Para uma melhor visualização, apresentamos as principais características de auditoria e perícia:

Quadro 1 – Principais características de auditoria e perícia

Perícia Auditoria

1. Executada somente por pessoa física na esfera judicial, pois depende de um profissional de nível universitário (CPC, art. 145). E tem autoridade e independência de juízo acadêmico concedida pelo juiz. Responde cível e criminalmente pelo resultado de sua opinião.

Pode ser realizado por pessoa jurídica quando estra judicial, hipótese do art. 8º da Lei 6.404/76.

1. Pode ser executada tanto por pessoa física quanto por jurídica. Não tem autoridade; é um prestador de serviço contratado pela empresa com independência e responsabilidade cível e criminal sobre a opinião.

2. A perícia serve a uma época, questionamento específico, por exemplo, apuração de haveres na dissolução de sociedade.

2. Tente a necessidade constante, como exemplo: auditoria de balanço, repetindo-se anualmente.

3. A perícia se prende ao caráter científico de uma prova com o objetivo de esclarecer controvérsias. Não se repete, é específica.

3. Auditoria se prende à continuidade de uma gestão; parecer sobre atos e fatos contábeis. É contínua e repetitiva.

4. É específica, restrita aos quesitos e pontos controvertidos, especificados pelo condutor judicial.

4. Pode ser específica ou não; exemplo: Auditoria de Recursos Humanos, ou em toda a empresa.

5. Sua análise é irrestrita e abrangente. São utilizadas amostragens, e eventualmente em casos especiais.

5. Feita por amostragem; observa os atos e fatos mais significativos pela sua relevância.

6. Objetivo do trabalho: emissão de laudo pericial. 6. Objetivo do trabalho: emissão de parecer de auditoria, relatório de auditório para orientação preventiva ou corretiva.

7. Usuários do serviço: as partes e principalmente a justiça.

7. Usuário do serviço: sócios, investidores, administradores.

8. A perícia versa sobre ciência e tecnologia. 8. A auditoria está ligada aos aspectos da política contábil nacional.

9. O seu objeto é a prova de um fato ou ato. 9. O seu objeto é a segurança dos controles internos. Fonte: Hoog (2010, p.151).

As demonstrações contábeis são a forma de comunicação entre os usuários, sejam eles internos ou externos. Com isso pode-se dizer que, quando há necessidade da confirmação da veracidade de algum fato ou setor da empresa, busca-se o auditor, a fim de identificar se há

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alguma irregularidade que possa ter ocorrido no processamento contábil e/ou elaboração de demonstrações contábeis.

Pode-se concluir então, que a pessoa ou o grupo de pessoas que for designada para tal função, terão de ser de extrema confiança não podendo submeter-se à ordem que não seja somente do diretor geral da empresa.

2.3 PERÍCIA CONTÁBIL

Sendo a contabilidade uma ciência histórica, que vem evoluindo cada vez mais a ponto de se tornar uma prática obrigatória para todas as empresas que estão legalmente registradas, existem algumas especializações na contabilidade na qual se destaca mais, como pode-se citar o Controle Contábil, a Contabilidade de Custos, a Análise de Balanços, a Auditoria e a Perícia Contábil que será objeto de estudo nesse trabalho.

Zanna (2005), citando a Resolução nº 858/99, NBC-13, conceitua Perícia Contábil como:

A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinados a levar a instâncias decisórias elementos de prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio, mediante laudo pericial contábil e/ou parecer pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais e a legislação específica no que for pertinente. (ZANNA, 2005, p.24).

Por sua vez Sá (2009), assim conceitua Perícia Contábil:

Perícia Contábil é a verificação de fatos ligados ao patrimônio individualizado visando oferecer opinião, mediante questão proposta. Para tal opinião realizam-se exames, vistorias, indagações, investigações, avaliações, arbitramentos, em suma todo e qualquer procedimento necessário à opinião. (SÁ, 2009, p.3).

Ainda conforme Sá (2009), busca-se a Perícia Contábil para esclarecer dúvidas sobre fatos que se relacionam com a riqueza dos empreendimentos ou das pessoas. O que se espera é uma opinião válida para atestar sobre a regularidade, irregularidade ou situação de riqueza individualizada, a perícia deverá fornecer uma análise na qual é possível se tirar a conclusão do fato a ser motivo de perícia.

Clebsch; Basso (2008), esclarecem a perícia como:

A Perícia Contábil é prerrogativa exclusiva do bacharel em Ciências Contábeis registrado no CRC do respectivo Estado, denominado perito contador ou perito

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contador assistente, o qual, para assumir sua função, deve atuar com total integridade e honestidade, possuir capacidade técnico-profissional e manter adequado nível de competência, através do conhecimento atualizado e constante, uma vez que na sua tarefa não são aceitas suposições, portanto, o profissional deve ser um exímio conhecedor da matéria sobre a qual deverá opinar. A perícia deve ser realizada em consonância com todos os dispositivos legais e condições técnicas contábeis, além da indispensável e rigorosa conduta ética do perito, pois a ética é o principal esteio para que o perito cumpra suas obrigações com zelo e responsabilidade. (CLEBSCH; BASSO, 2008, p.12).

Em síntese, perícia contábil judicial pode ser definida como toda sindicância ou exame realizado por especialistas que detenham conhecimento técnico científico da matéria contábil, promovida por autoridade judiciária, acompanhada de exame (ROSA, 2002, p.40).

2.3.1 O Objeto da Perícia Contábil

O objeto da prova pericial é o conjunto de fatos que deram causa às divergências guerreadas nos autos ou, no caso de perícia extrajudicial, são os fatos materiais que provocaram a desavença objeto de exames e investigação (ZANNA, 2011, p.133).

O objeto da perícia pode ser compreendido como a questão debatida e que gerou o desacordo entre as partes envolvidas, relevante para o conhecimento do processo, pois é a partir do exame do objeto do litígio que o perito poderá, através do Laudo Pericial, dar sua opinião a respeito da questão possibilitando a sua solução (CLEBSCH; BASSO, 2008, p.13).

Assim se manifesta Zanna (2011), sobre o objeto da Perícia Contábil:

Logo, a Perícia Contábil tem por objeto a escrituração contábil, os documentos que lhe dão suporte e as demonstrações contábeis e financeiras dela resultantes, os cálculos trabalhistas e financeiros, a apuração de haveres e seus balanços: especial e de determinação e demais documentos, cálculos e relatórios contábeis que se relacionam com as atividades comerciais, econômicas e financeiras das pessoas jurídicas e físicas.(ZANNA, 2011, p.134).

“Tudo o que for pertinente à opinião a ser emitida deve ser objeto de exame de perícia”. (SÁ, 2009, p.5).

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2.3.2 Objetivo da Perícia Contábil

A Perícia Contábil por ser um conjunto de procedimentos, exige um profissional com um amplo conhecimento de contabilidade, “[...] tem por objetivo a constatação, a prova ou a demonstração contábil da verdade real”. (NEGRA; NEGRA, 2002, p.46).

Pilecco; Vieiro (2007), assim explicam o objetivo da Perícia Contábil:

O objetivo maior da Perícia Contábil é propiciar condições de justiça. Neste aspecto, a ética tem grande peso, pois o trabalho honesto e eficaz é decorrência de uma formação sadia do profissional. Ressalta-se que o compromisso moral e ético para com a sociedade e sua classe, assim como ser capaz, estando sempre atualizado e preparado para o trabalho de boa qualidade, constitui o principal lastro de sustentação da realização profissional. (PILECCO E VIEIRO, 2007, p.45).

Ainda conforme Zanna (2011), encontra-se a seguinte explicação sobre o objetivo da Perícia Contábil:

O objetivo da Perícia Contábil é apresentar a verdade dos fatos econômicos, comerciais, tributários, securitários, previdenciários, financeiros, trabalhistas, fiscais e administrativos, segundo cada caso e conforme foi pleiteado na inicial. A contestação pode ampliar o campo da perícia e, portanto, amplia o objetivo da pericial. Por meio do despacho, o magistrado ao definir os pontos controvertidos do feito pode, também, direcionar o objetivo do trabalho pericial. (ZANNA2011, p.62).

Portanto, a perícia por meio de investigação será o meio de prova final, deverá apresentar a veracidade dos fatos de forma imparcial e merecedora de fé para o Juiz de direto com suas atribuições dar a solução para as questões propostas.

2.3.3 A Perícia no Código de Processo Civil

De acordo com Sá (2009, p.231), “Perícia é considerada instrumento de prova para efeitos judiciais”.

Segundo Kapp (2010, p.34):

Quando não se tem conhecimento suficiente sobre um determinado assunto em questão, e sendo que este precise ser esclarecido, ou ainda determinado de qual lado está à verdade, evidentemente procura-se alguém que entenda do referido assunto para esclarecer e separar o certo do errado.

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O novo Código Civil Brasileiro volta a confirmar a qualidade referida em seu art. 212:

Salvo o negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser provado mediante:

I – confissão; II – documentos; III – testemunha; IV – presunção;

V – perícia (destaque nosso).

O Código de Processo Civil estabelece, de forma contundente, a importância do perito contábil, especialmente em questões que se necessite de esclarecimentos sobre aspectos patrimoniais.

2.3.4 A Perícia nas Normas Brasileiras de Contabilidade

Assim como em outras áreas da contabilidade também na Perícia Contábil há um regulamento a ser seguido, ou seja, além dos princípios da contabilidade têm-se as Normas Brasileiras de Contabilidade que estabelecem:

a) É o Contador aquele que se acha capacitado a realizar a perícia; b) Ele precisa habilitar-se pelo registro competente no Conselho

Regional de Contabilidade da região onde a profissão se exercer; e c) Órgão esse perante o qual necessita também manter-se em dia com as

obrigações pertinentes.

Segundo Zanna (2011, p.75), “Perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnicos e científico destinado a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa solução do litígio”.

2.3.5 O Profissional Perito Contador

O profissional Contador que procurar especializar-se na área de Perícia Contábil deverá estar sempre com disposição para constante atualização e aperfeiçoamento de seus conhecimentos, deve procurar estar atualizado em assuntos ligados à economia, finanças, tributos e principalmente sempre estar atualizado em assuntos ligados ao trabalho proposto.

Hoog (2010, p.71), apresenta um conceito bem amplo para a profissão de perito contador como segue:

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Perito judicial contábil é o profissional, com independência e autonomia em relação às partes e o juiz, que detém, no mínimo, o nível superior, e está devidamente registrado no Conselho Regional de Contabilidade, com inegável capacidade científica e tecnológica, devendo ser possuidor de uma pública e notória especialização ou capacidade científica necessária à revelação verbal real sobre os atos e fatos entranhados nas riquezas das células sociais [...]. Dessa forma, podemos concluir que o perito é o olho tecnológico-científico do magistrado, a mão longa da justiça, enfim, o apoio científico ao ilustre condutor judicial.

Por exercer função indelegável em virtude de sua competência técnica e por ser pessoa de confiança do juízo que o nomeou o perito judicial é obrigado a operar pessoalmente, sendo-lhe facultado, todavia, obter a ajuda de outros profissionais para auxiliá-lo em seus trabalhos. (ZANNA, 2005, p. 23).

Pilecco; Viero (2007, p.45), assim explicam sobre a remuneração do profissional perito contador:

A falta da apresentação de um planejamento detalhado do trabalho pericial, incluído a planilha de custos justificada, é uma das principais dificuldades enfrentadas pelos juízes no arbitramento de honorários de peritos contadores judiciais. Dificuldades como essa obrigam os juízes a fixarem valores baseados em avaliação própria, muitas vezes não representando a remuneração justa pelo trabalho pericial. Volume de trabalho, grau de zelo do profissional, dificuldades, horas despendidas, encargos e despesas, uso de fotografia ou algum outro exame, são aspectos importantes para a fixação de honorários periciais compatíveis com a complexidade da elaboração do laudo. Quanto mais elementos forem apresentados aos juízes, mais facilidade ele terá para a fixação da remuneração do perito contador.

O Perito contábil é o contador regularmente registrado no Conselho Regional de Contabilidade que exerce a atividade pericial de forma pessoal, devendo ser profundo conhecedor, por suas qualidades e experiências, da matéria periciada. (Resolução CFC nº 1.244/09).

2.3.5.1 O Perito Contábil e o Assistente Técnico

Após a nomeação do perito contábil por parte do juiz, poderão as partes fazer indicação de um perito contábil assistente para acompanhar o trabalho do perito contador se assim achar necessário.

Partindo desse ponto, tem-se que:

O perito judicial (perito contador), nomeado pelo juiz, é um profissional ao qual são reputados conhecimentos especializados na matéria objeto de perícia, portador da integridade moral inquestionável e legalmente habilitado no Conselho Regional de Contabilidade de seu Estado. O assistente técnico (perito contador assistente) deve possuir as mesmas qualidades profissionais e pessoais citadas para o perito judicial;

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todavia, terá seu nome indicado pela parte que o escolher. Assim sendo, entende-se que o perito contábil, quando na sua função de Assistente Técnico, está a serviço da parte que o contratou. (ZANNA, 2011, p.57).

A seguir veremos a comparação entre o perito e o assistente técnico:

Quadro 2 – Comparação dos profissionais da perícia

Perito Assistente Técnico

1. Nomeado pelo juiz. 1. Indicado pelo litigante. 2. Contador habilitado. 2. Contador habilitado. 3. Sujeito a impedimento ou suspeição, previstas no

CPC.

3. Não está sujeito ao impedimento, previsto no CPC. 4. Recebe seus honorários mediante alvará

determinado pela Justiça.

4. Recebe seus honorários diretamente da parte que o indicou.

5. O prazo para entrega dos trabalhos é determinado pelo juiz.

5. O prazo de manifestação para opinar sobre o laudo do perito é de 10 dias após a publicação da entrega do laudo oficial.

6. Profissional de confiança do juiz. 6. Profissional de confiança da parte. Fonte: Hoog (2010, p. 68).

Perito Contador nomeado é o designado pelo juiz em perícia contábil judicial; contratado é o que atua em perícia contábil extrajudicial e, escolhido, é o que exerce sua função em perícia contábil arbitral. Perito Contador assistente é o contratado e indicado pela parte em perícias contábeis, em processos judiciais e extrajudiciais, inclusive arbitral. (RESOLUÇAO CFC Nº 1.244/09).

2.4 PROCESSO DE RECLAMATÓRIA TRABALHISTA

Conforme Leite (2004), o direito processual do trabalho é o ramo da ciência jurídica, constituído por um sistema de princípios, normas e instituições próprias, que tem por objeto promover a pacificação justa dos conflitos decorrentes das relações jurídicas tuteladas pelo direito material do trabalho e regular o funcionamento dos órgãos que compõem a justiça do trabalho.

Em sentido amplo, ação é um direito público subjetivo consistente em invocar a tutela jurisdicional do Estado-juiz com vistas a satisfazer uma pretensão. Todos, então têm direito incondicional de ação.

O nosso Código, influenciado por Liebman, optou pela teoria das condições da ação. Logo, tanto para o autor como para o réu, a ação é um direito a um pronunciamento estatal que solucione o litígio, fazendo desaparecer a incerteza ou a insegurança, gerada pelo conflito de interesses entre os mesmos.

A ação é um direito público, pois a função jurisdicional que ela provoca é uma função estatal. É também um direito autônomo porque o direito de ação independe do reconhecimento ou não do direito material invocado por meio da ação. É, ainda,

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um direito subjetivo, já que a parte pode escolher se deseja provocar ou não a atuação do Estado. (HORCAIO, 2009, p.338-339).

“O processo constitui-se de um conjunto de atos processuais que vão se sucedendo e de forma coordenada dentro da relação processual, até atingir a coisa julgada”. (LEITE, 2004, p.207).

“O Processo Trabalhista é a maneira pela qual são conciliados ou julgados os dissídios individuais e coletivos entre empregados e empregadores, chamados no processo de Reclamantes e Reclamados”. (ZANNA, 2011, p.528).

São partes no Processo Trabalhista:

o Reclamante – o que faz a reclamação sendo, via de regra, o trabalhador;

a Reclamada – quem sofre a reclamação sendo, geralmente, a pessoa (física ou jurídica) empregadora .(ZANNA, 2011, p.528).

O processo do trabalho também conhecido como processo cognitivo ou de conhecimento, é o meio pelo qual se reúne as normas instrumentais para aplicação do Direito do Trabalho, possibilitando assim, que as partes (Reclamante ou Reclamado), exercerão seus direitos, ou seja, possam manifestar suas razões em cada fase processual, possibilitando que o juiz, ao observar o princípio do contraditório e a ampla defesa, emita sua decisão em vista dos elementos reunidos no caderno processual, tendo sempre a visão do que o processo do trabalho deve obedecer o princípio da imediata aplicação da lei.

2.4.1 Petição Inicial

O início de um litígio, formalmente, ocorre quando o reclamante se dirige a instâncias encarregadas de solucionar pretensos direitos sonegados e geralmente é na casa judicial que se trata da matéria litigiosa.

Leite (2004, p.275-276), assim o tema explica:

A petição inicial é a peça inaugural do processo, sendo também apelidada de “peça exordial”, “peça vestibular”, “peça de ingresso” ou simplesmente “inicial”. O adjetivo “inicial” significa que é o primeiro requerimento dirigido pela parte à autoridade judiciária para que, segundos os preceitos legais, se inicia o processo. No processo, há inúmeras outras petições, como a petição do réu, a petição recursal, a petição do terceiro etc.

A petição inicial deverá conter duas vias, pois uma delas será a peça inaugural e a outra a contra fé, isto é, a peça que será entregue juntamente com a notificação citatória. Havendo pluralidade de réus, a petição inicial deverá conter o número de vias correspondentes.

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A Reclamação Trabalhista poderá ser escrita ou verbal conforme o disposto no art. 840 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O art. 840 da CLT dispõe:

Art. 840 – A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

§1º – Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e assinatura do reclamante ou de seu representante.

§2º – Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que couber, o disposto no parágrafo anterior.

Horcaio (2009, p.435), diz que a petição inicial será indeferida quando:

a) Quando for inepta;

b) Quando a parte for manifestante ilegítima; c) Quando o autor carecer de interesse processual;

d) Quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a prescrição (art. 219, §5º); e) Quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, não corresponder à

natureza da causa, ou ao valor da ação; caso em que só não será indeferida, se puder adaptar-se ao tipo de procedimento legal;

f) Quando o advogado ou a parte (jus postulandi) não declarar o endereço em que receberá intimação, mesmo após a determinação do juiz para que supra a omissão (art. 39, §único da CPC);

g) Quando a petição inicial não cumpre seus requisitos essenciais ou apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito e o autor deixa de emendá-la, mesmo após determinação do juiz da causa.

O art. 296 do CPC, diz que: “Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultando ao juiz no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, reformar sua decisão”.

2.4.2 Contestação da Petição Inicial

Para Leite (2004), “Na linguagem comum, contestação significa negação, resistência, discussão, debate”. O autor conceitua constelação da seguinte forma:

Nos domínios da ciência processual, contestação é uma das modalidades de reposta do réu pela qual ele exerce seu direito fundamental de defesa em face da ação ajuizada pelo autor.

Trata-se de peça processual através da qual o réu se insurge, de todos os modos legalmente previstos contra a pretensão deduzida pelo autor, na inicial. É também apelidada de peça de resistência ou peça de bloqueio.(LEITE, 2004, p.333).

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Os pedidos não contestados pelo reclamado são tidos como devidos, razão por que chamamos a atenção para a elaboração da contestação, peça importantíssima na relação processual. Na verdade, com a contestação apresentada, os fatos levados à apreciação do judiciário tornam-se controvertidos, razão das provas que poderão ser produzidas.

A CLT, embora trate a resposta do réu como defesa, não define expressamente como sendo a contestação, cuja expressão é compatível e usada subsidiariamente com o estabelecido no art. 300 do CPC: “Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir”.

2.4.3 Audiências de Instrução do Processo

“A audiência é o lugar e o momento em que os juízes ouvem as partes. Também significa sessão marcada ou determinada pelo juiz, perante o qual as partes comparecem e na qual são produzidos atos processuais e decisões” (LEITE, 2004, p.309).

“As audiências serão públicas e realizar-se-ão em dias úteis previamente fixados, entre 8 e 18 horas, na sede da Vara ou Tribunal, não podendo ultrapassar 5 horas seguidas, exceto quando houver matéria urgente” (HORCAIO, 2009, p.382).

Aberta a audiência de instrução e julgamento, os atos seguirão a seguinte ordem: a) Primeira tentativa de conciliação;

b) Apresentação de defesa, caso não tenha havido acordo; c) Instrução do processo;

d) Razões finais;

e) Segunda tentativa de conciliação; f) Sentença, caso não tenha havido acordo.

2.4.4 Indicação e Nomeação do Perito

Quando a prova de determinados fatos alegados pelas partes depender de conhecimentos técnicos ou científicos o juiz poderá consignar um perito, que é considerado um auxiliar da justiça. (LEITE, 2004, p.390).

O Código de Processo Cível trata da indicação de perito no art. 145, dá seguinte forma:

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Art. 145 – Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art. 421.

§1º – Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, devidamente inscritos no órgão de classe competente, respeitado o disposto no Capítulo VI, seção VII, deste Código.

§2º – Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão opinar, mediante certidão do órgão profissional em que estiverem escritos.

§3º – Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que preencham os requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos peritos será de livre escolha do juiz.

Sá (2009, p.68), destaca a nomeação, indicação e intimação dos peritos em juízo da seguinte forma:

Nas perícias contábeis, judiciais, já vimos três são os peritos: um do juiz e um de cada parte litigante (um dos autores e um dos réus).

Em verdade, são, pois, três contadores; o juiz nomeia o seu e as partes indicam os assistentes.

Os peritos das partes devem ser indicados no prazo de cinco dias, contados da intimação do despacho de nomeação do perito, e, no mesmo prazo, os quesitos são apresentados pelas partes.

Dispõe o Código de Processo Civil:

“Art.139. São auxiliares do juízo, além de outros, cujas atribuições são determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador e o intérprete.”

“Art. 421. O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a entrega do laudo”.

Ocorrendo o transito em julgado de uma sentença, o processo entra na sua fase de liquidação, onde as partes são notificadas para apresentarem o cálculo, que poderá ser feito através de um perito indicado. Permanecendo as partes em silêncio, o juiz nomeará um perito para realizar a liquidação da sentença, intimando as partes para manifestarem-se no prazo legal.

2.4.5 Laudo de Instrução

Laudo pericial é o parecer sobre os conhecimentos técnicos necessários após o exame dos fatos realizados pelo perito.

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O laudo é a peça probante escrita objetiva, clara, precisa e concisa na qual o perito contador expõe, de forma circunstanciada, as observações e estudos que fizeram e registram as conclusões fundamentadas da perícia. Devendo atender às necessidades do julgador e ao objeto da discussão, sendo defesos os elementos e/ou informações que conduzam a dúbia interpretação, para que não induza os julgadores a erro.

Já Ziesemer (2008, p.68), esclarece que:

O laudo ou o parecer são os resultados dos trabalhos periciais a serem apresentados a quem necessita das informações nele contidas. A diferença entre um e outro está na função exercida pelo profissional em cada labor. Quando o contador exerce sua atividade mediante nomeação como perito de juízo, o resultado do seu trabalho toma o nome de Laudo Pericial Contábil. Os peritos assistentes são indicados pelas partes litigantes e produzem Pareceres Pericias Contábeis.

Ainda, segundo Sá (2009, p.44), não existe um padrão de laudo, mas existem formalidades que compõem a estrutura dos mesmos, como segue:

I – prólogo de encaminhamento; II – quesitos;

III – respostas;

IV – assinatura do perito; V – anexos;

VI – pareceres (se houver).

2.4.6 Laudo de Liquidação de Sentença

Transitado em julgado a sentença condenatória do processo de conhecimento, seguir-se-á a sua execução. Para tanto, sendo ilíquida a sentença a ser executada deverá ocorrer previamente a sua liquidação.

O art. 879 da CLT, conforme Saad (2007, p.1034), traz o seguinte:

Art. 879 – Sendo ilíquida a sentença exequenda, ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos.

§1º – Na liquidação, não poderá se modificar ou inovar a sentença liquidanda, nem discutir matéria pertinente à causa principal.

§2º – A liquidação abrangerá também, os cálculos das contribuições previdenciárias. §3º – As partes deverão ser previamente intimadas para a apresentação do cálculo de liquidação, inclusive da contribuição previdenciária incidente.

§4º – Elaborada a conta e tornada líquida, o juiz poderá abrir às partes prazos sucessivos de 10 (dez) dias para impugnação fundamentada com indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão.

§5º – Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz procederá à intimação por via postal do Instituto Nacional do Seguro Social –

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INSS, por intermédio do órgão competente, para manifestação, no prazo de 10 dias sob pena de preclusão.

§6º – A atualização do crédito devido à Previdência Social observará os critérios estabelecidos na legislação previdenciária.

Conforme dispõe a nota explicativa nº 8, do art. 879 da CLT, segundo Saad (2007, p.1034):

A liquidação da sentença tem por finalidade tornar líquida a obrigação emergente da coisa julgada e criar, assim, o pressuposto essencial da execução. Liquidar uma sentença, de conseguinte, é converter o objeto da condenação em números bem determinados; é fixar o valor de uma prestação indeterminada.

“O Cálculo de Liquidação de Sentença exige a atualização e conversão de todos os débitos trabalhistas identificados e sentenciados pela Justiça do Trabalho, em moeda constante, mediante o uso de Fatores de Atualização” (CLEBSCH; BASSO, 2008, p 28).

2.4.7 Impugnação do Laudo Pericial

A impugnação ao cálculo de liquidação é o meio utilizado pelas partes para manifestar seu inconformismo com a conta que conduz a liquidez da sentença. Nesse caso, a parte que impugnar dito cálculo, deverá indicar fundamentadamente os itens e valores que não concordam.

A CLT, no seu art. 879, §2º, trata da possibilidade de impugnação aos cálculos de liquidação da sentença sendo esta possibilidade uma mera faculdade do juiz.

Art. 879 – Sendo ilíquida a sentença exequenda, ordenar-se-á, previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos.

§2º – Elaborada a conta e tornada líquida, o juiz poderá abrir às partes prazos sucessivos de 10 (dez) dias para impugnação fundamentada com indicação dos itens e valores objetos da discordância, sob pena de preclusão.

É importante destacarmos, contudo, que é uma faculdade do juiz conceder o prazo ou não para que as partes possam impugnar os cálculos de liquidação da sentença, já que tal possibilidade é assegurada fazer nos embargos à penhora e no agravo de petição, onde a parte poderá renovar seu inconformismo.

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2.4.8 Recursos às Instâncias Superiores

Recurso é um mecanismo processual utilizado pelas partes para pedir reapreciação de decisão, com o objetivo de anular ou reformar, total ou parcialmente dita decisão, pelo órgão hierarquicamente superior ao que prolatou.

A nota explicativa nº 2, do art. 893 da CLT, comentada por Saad (2007, p.1098), traz a seguinte definição:

A palavra recurso, em sua fonte latina, significa voltar atrás; é uma tentativa de fazer o curso do processo voltar a um ponto já superado: a sentença. Recursos são atos processuais. Objetivam o reexame, total ou parcial, do pronunciamento do primeiro grau de jurisdição. Assegurado às partes o duplo grau de jurisdição, temos a certeza de que eventuais erros da decisão originária serão revistos por órgão de maior autoridade na hierarquia judiciária. É certo que tais instrumentos acarretam certa demora na solução definitiva dos processos, mas a segurança da justiça, mediante o duplo grau de jurisdição, compensa plenamente a desvantagem. (SAAD, 2007, p. 1098).

Leite (2004, p.434), apresenta sua visão sobre o recurso:

Recurso, como espécie de remédio processual, é um direito assegurado por lei para que a(s) parte(s), o terceiro juridicamente interessado ou o Ministério Público possam provocar o reexame da decisão proferida na mesma relação jurídica processual, retardando, assim, a formação da coisa julgada.

O art. 893 da CLT, conforme Saad (2007, p.1098), dispõe:

Art. 893 – Das decisões são admissíveis os seguintes recursos: I – embargos;

II – recurso ordinário; III – recurso de revista; IV – agravo.

§1º – Os incidentes do processo serão resolvidos pelo próprio Juízo ou Tribunal, admitindo-se a apreciação do merecimento das decisões interlocutórias somente em recurso da decisão definitiva.

§2º – A interposição de recurso para o Supremo Tribunal Federal não prejudicará a execução do julgado.

É importante destacar que os recursos, de modo geral, são recebidos no efeito devolutivo e são interpostos através de simples petição.

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2.4.9 Fase de Encerramento do Processo de Reclamatória Trabalhista

Para demonstrar as fases de encerramento de um processo trabalhista se faz necessário demonstrar os passos que devem ser seguidos desde a sua inicial, passando pela audiência de instrução e julgamento, recebimento da constatação, sentença de primeiro grau e os recursos para instâncias superiores, culminando, por fim, com o trânsito em julgado e a lavratura do acórdão.

Na sequência, temos a fase de liquidação da sentença exatamente àquela fase em que o perito contador assume um grau de importância de grande relevância, já que a ele incumbe a elaboração do cálculo.

Por fim, sendo esta a última parte de um processo trabalhista, encontramos a fase de execução da sentença que agora já está liquidada, ou seja, se tenha a definição quantitativa do direito perseguido desde a inicial do processo, perfectibilizando dessa maneira a tutela jurisdicional do Estado, garantindo, por via de consequência, a satisfação do reclamante.

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3 METODOLOGIA DO TRABALHO

A metodologia define a maneira de como o trabalho deve ser realizado. São definidos nesta etapa os caminhos e os instrumentos para coletar e analisar os dados da pesquisa e do trabalho prático.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

A metodologia da pesquisa pode ser classificada nas seguintes dimensões:

3.1.1 Quanto a sua Natureza

A pesquisa é classificada sob o ponto de vista de sua natureza em básica e aplicada.

Fundamental é a investigação que procura aumentar o conhecimento sobre o homem, a natureza e a própria humanidade. Pesquisa que faz crescer o patrimônio comum da ciência pela descoberta de leis e efeitos é uma pesquisa básica ou fundamental [...] Quando a pesquisa objetiva, por exemplo, resolver ou encaminhar a solução do problema de analfabetismo de uma comunidade rural, a taxa de evasão de alunos de um bairro urbano de periferia onde vive uma população de iletrados, trata-se de uma pesquisa aplicada, isto é, gera conhecimentos úteis à solução de problemas sociais (BOAVENTURA, 2004, p.56).

Portanto, a presente pesquisa classifica-se como aplicada, por se tratar de um estudo de um processo de reclamatória trabalhista transitado em julgado numa Vara Trabalhista, a fim de avaliar as condições técnicas, legais e normativas adotadas pelo perito na sua metodologia de confecção.

3.1.2 Do Ponto de Vista dos seus Objetivos

Quanto aos seus objetivos, a pesquisa pode ser classificada como exploratória, descritiva e explicativa.

Para Gil (2010, p.27), a pesquisa exploratória “[...] têm como propósito proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses”.

(36)

Ainda segundo Gil (2010, p.27), a pesquisa descritiva “[...] têm como objetivo a descrição das características de determinada população. Podem ser elaboradas também com a finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis”.

A pesquisa explicativa:

[...] tem como propósito identificar fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência de fenômenos. Estas pesquisas são as que mais aprofundam o conhecimento da realidade, pois têm como finalidade explicar a razão, o porquê das coisas (GIL, 2010, p.28).

Quanto aos objetivos, a presente pesquisa se classifica como descritiva, que segundo Beuren et al (2004, p.81), “[...] configura-se como um estudo intermediário entre a pesquisa exploratória e a explicativa [...]”. Nesse contexto, descrever significa identificar, relatar, comparar, entre outros aspectos.

3.1.3 Quanto à Forma de Abordagem do Problema

Quanto à forma de abordagem do problema, pode a pesquisa ser classificada como qualitativa e quantitativa.

A pesquisa quantitativa é a que, segundo Beuren et al (2004, p.92), “[...] caracteriza-se pelo emprego de instrumento estatístico, tanto na coleta quanto no tratamento de dados”, sendo que a presente pesquisa se configura como qualitativa, pois, ainda segundo Beuren et al (2004, p.92):

[...] na pesquisa qualitativa concebem-se análises mais profundas em relação ao fenômeno que está sendo estudado. A abordagem qualitativa visa destacar características não observadas por meio de um estudo quantitativo, haja visto a superficialidade deste último.

Embora sejam utilizados números na parte prática do trabalho de conclusão, os mesmos não se configuram como dados estatísticos e, portanto, não modificam na essência, a classificação da presente pesquisa como qualitativa.

3.1.4 Quanto os Procedimentos Técnicos

Quanto os procedimentos técnicos a pesquisa se classifica em bibliográfica, documental e estudo de caso.

(37)

Na pesquisa bibliográfica buscam-se nos diversos autores os conceitos que tratam dos assuntos objeto de estudo, que conforme Beuren et al (2004, p.86):

Explicitam que esse tipo de pesquisa constitui parte da pesquisa descritiva ou experimental, quando objetiva recolher informações e conhecimento prévios acerca de um problema para o qual se procura resposta ou acerca de uma hipótese que se quer experimentar. Por ser da natureza teórica, a pesquisa bibliográfica é parte obrigatória, da mesma forma como em outros tipos de pesquisa bibliográfica é parte obrigatória, da mesma forma como em outros tipos de pesquisa, haja vista que é por meio dela que tomamos conhecimento sobre a produção científica existente.

Os documentos a serem pesquisados no estudo são de um processo de reclamatória trabalhista já julgado e retirado de uma das Varas do Trabalho da região que será a base do levantamento dos dados para a análise do estudo de caso.

Ainda conforme Beuren et al (2004, p.89), “A pesquisa documental baseia-se em materiais que ainda não receberam um tratamento analítico ou que podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa”.

Complementa Beuren et al (2004, p.84), “Estudo de caso caracteriza-se principalmente pelo estudo concentrado de um único caso”.

O presente Trabalho de Conclusão de Curso conta com a pesquisa bibliográfica, documental e estudo de caso, conforme o momento e os aspectos específicos de cada momento de pesquisa.

3.2 Plano de coleta dos dados

Os dados do trabalho são coletados de forma individual, quando da seleção do Processo de Reclamatória Trabalhista (PRT) transitado em julgado numa das Varas da Justiça do Trabalho da região para ser estudado. Após o conhecimento do conteúdo do PRT são sintetizados os grandes momentos do processo e estudados, em particular, os procedimentos adotados pelo perito, comparando-os com o que estabelecem a legislação e as normas brasileiras de contabilidade aplicadas à perícia.

Foi utilizada a técnica da observação, que mediante detalhada análise do processo trabalhista em estudo e o questionamento do laudo judicial contábil nela presente, se constituirão nos grandes momentos que sistematizam a consecução dos objetivos propostos para o TCC da proponente.

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